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IGREJA CRISTÃ EVANGÉLICA DA

ALIANÇA
Quadra 01 A/E - Lote “B” – Setor Sul Gama
Tel. 3385-0526 - E-mail: iceagama@gmail.com
Site: http://icealiancagama.com.br/
Pastores: Afonso Wanderley Junior e Aldo Miranda Gonçalves

Investigadores do livro
Sagrado

2015

*2015 Aldo Miranda - Curso: Investigadores do Livro Sagrado – Evangelhos


Sumário

1 INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 3
2 PARÁBOLA ..................................................................................................... 4
3 ENTENDENDO OS EVANGELHOS COMO NARRATIVAS............................ 5
3.1 Entendendo os elementos chaves das Narrativas. ................................... 6
3.1.1 Cena ................................................................................................... 6
3.1.2 Enredo ................................................................................................ 6
3.1.3 Cenário ............................................................................................... 7
3.1.4 Personagens ....................................................................................... 7
3.1.5 Ponto de vista ..................................................................................... 8
4 DICAS PARA SE INTERPRETAR UMA NARRATIVA .................................... 8
4.1 Identifique a cena ...................................................................................... 8
4.2 Analise o enredo ....................................................................................... 8
4.3 Determine o ponto de vista ....................................................................... 8
4.4 Esteja atento aos detalhes ........................................................................ 9
4.5 Observe o diálogo que o narrador usa para contar a história ................... 9
4.6 Olhe a unidade dentro da cena e sua relação com as demais ................. 9
4.7 Identifique os recursos literários usados pelo autor .................................. 9
5 EVANGELHO DE MATEUS ............................................................................ 9
5.1 Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Mateus ....................... 9
5.2 Seções do Evangelho de Mateus............................................................ 10
6 EVANGELHO DE MARCOS ......................................................................... 11
6.1 Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Marcos ..................... 11
6.2 Seções do Evangelho de Marcos............................................................ 12
7 EVANGELHO DE LUCAS ............................................................................. 12
7.1Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Lucas. ........................ 12
7.2 Seções do Evangelho de Lucas .............................................................. 15
Referências ...................................................................................................... 16

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1 INTRODUÇÃO.

Ao estudarmos os evangelhos devemos compreender a importância da


relação entre forma e conteúdo.

FORMA: apresenta o aspecto físico (como o texto transmite uma


informação), refere-se a sua composição: quais os recursos literários e
gramaticas que o autor usou para elaborar o seu texto.
CONTEÚDO: refere-se ao aspecto ideológico (o que o texto deseja
transmitir). Refere-se a intenção do autor ao produzir o texto.

Os dois principais tipos de textos são prosa e poesia.

PROSA: é a forma natural como falamos, não possui a presença de


métrica nem rima. Uma característica marcante da prosa é o parágrafo. O
parágrafo é o ordenador lógico da prosa, pois é por meio dele que o autor
desenvolve as suas ideias. Lembrando que, cada parágrafo possui um
argumento principal.
POESIA: Uma das características principais desse tipo de texto é a
presença de versos (cada uma das linhas que compõem um poema). O
verso é ordenador rítmico e melódico do poema1.

Os evangelhos são biografias teológicas, geralmente organizadas por


temas ou por tópicos, e desejam estimular a fé do leitor. O objetivo dos
evangelhos não é enaltecer os personagens, mas apresentar algo acerca de
Jesus, e sobre o Reino de Deus. Todos os Evangelhos concluem com o clímax
da ressurreição de Jesus, e permanecem abertos para o futuro.2
Os Evangelhos são ricos em narrativas, que recontam a ação de Jesus,
demonstrando que o Reino de Deus está presente, e que Jesus é o Messias, o
qual chama seus seguidores para viverem no Reino de Deus.
Deve-se atentar para o que as ações de Jesus ensinam sobre Ele, como
elas apresentam o sucesso do Reino de Deus e como os discípulos reagiram às

1 A diferença entre poema e poesia está no fato de que o poema, refere-se a forma que o autor
usou para estruturar o conteúdo, enquanto que a poesia é o conteúdo em si.
2
(GREIDANUS, 2006)

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ações de Jesus. Ele os chama para voltarem os corações para a obediência à


Lei do Antigo Testamento, motivado pelo amor a Deus e ao próximo.
O leitor deve tomar cuidado para que os personagens e os detalhes não
sejam colocados em primeiro plano, como objetivo principal das narrativas.
Perguntas como: quem é Jesus nessa narrativa? O que essa narrativa fala
sobre a sua pessoa? O que Jesus está ensinando ou falando sobre si mesmo?
Como os personagens da narrativa respondem a Jesus?
As narrativas tendem a funcionar de mais de uma maneira nos Evangelhos.
As histórias dos milagres, por exemplo, não foram registradas com o objetivo de
se tornar padrão. Pelo contrário, funcionam como ilustrações vitais do poder do
reino irrompendo através do ministério do próprio Jesus. De modo indireto,
podem ilustrar a fé, o medo ou o fracasso, mas esta não é a sua função primária.
Mesmo assim, histórias tais como a do Jovem rico em Marcos (10.17-22 e
paralelos) ou o pedido de sentar-se à destra de Jesus (Marcos 10.35-45 e
paralelos) estão colocados num contexto de ensino, em que a própria história
seve como ilustração daquilo que está sendo ensinado.3
Ao estudarmos os evangelhos, encontraremos com muita frequência um
gênero chamado parábola.

2 PARÁBOLA

Em seu significado básico, uma parábola é um tipo de comparação. Servem


como um tipo de ilustração, quando colocadas em situações específicas, dentro
de um contexto histórico, e normalmente se utilizam de elementos do cotidiano
da época.
Isso obriga o leitor a entender o contexto e a cultura em que o texto foi
escrito, como por exemplo, quando Marcos fala sobre o semeador. Antes de
chegarmos a alguma conclusão devemos nos perguntar, que tipo de solo é o da
palestina? Como era feito o processo do plantio? etc... Se o interprete falhar
nesse passo (entender o contexto que cerca as parábolas) provavelmente terá
dificuldade na compreensão do seu significado.

3
(STUART e FEE, 2009)

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As parábolas geralmente possuem uma única ideia central, chamada


também de verdade principal. No restante da parábola temos o que chamamos
de verdades secundárias, que são princípios, mas não fazem parte da ideia
central.
Devemos evitar a alegorização ao interpretarmos as parábolas.
Uma dica importante para encontrar a ideia central de uma parábola é
seguir suas ênfases, que muitas vezes são feitas por meio de repetições. Além
da repetição, em alguns momentos a conclusão sinaliza de alguma forma o
ensino principal.
As parábolas podem aparecer em um diálogo teológico, em narrativas,
tanto do NT quanto do AT, em poemas, em milagres ou isoladamente.

3 ENTENDENDO OS EVANGELHOS COMO NARRATIVAS

A Narrativa é um gênero muito comum na Bíblia, pode ser encontrada em


todo o Antigo, assim como no Novo Testamento. São histórias que descrevem a
ação de Deus, nos ensinando quem é Deus, e o que ele está fazendo. Ao
interpretar-se uma narrativa, deve-se sempre lembrar que o autor principal não
é o personagem que está na narrativa, mas sim Deus.
A narrativa em seu estilo mais amplo é um relato de acontecimentos
específicos no tempo e no espaço com participantes cujas histórias são
registradas com um começo, meio e fim. Diferentemente da prosa, onde tudo se
declara diretamente, a narrativa decorre indiretamente. Seu estilo se deriva da
seleção do escritor (dentre um vasto número de detalhes possíveis), disponíveis
(não necessariamente estritamente sequencial ou cronológica), e recursos
retóricos. O último inclui declarações-chave proferidas pelas figuras centrais da
narrativa, permitindo ao autor, deste modo, apresentar os pontos que revelam o
foco e o propósito de se contar a história.4
Quando estamos lendo uma narrativa nos evangelhos devemos lembrar,
que o foco principal é Jesus, neste momento é Deus agindo por meio do Deus o
Filho. Não podemos focar nos discípulos nem nos detalhes, mas em Cristo.
Assim como as cartas, as narrativas possuem uma ideia central que é

4
(KAISER e SILVA, 2009)

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apresentada no clímax da história, os detalhes convergem para a construção


dessa verdade e não para verdades isoladas.

3.1 Entendendo os elementos chaves das Narrativas.


As narrativas são compostas por: narrador, enredo, cenário, personagens,
e ponto de vista e tempo.

3.1.1 Narrador: aquele que conta a história, é o narrador que apresenta os


personagens, situação, e desenvolve os fatos5.

3.1.1 Cena

A característica mais importante da narrativa é a cena. A ação da história é


dividida em uma sequência de cenas. O autor usa esse recurso para falar o que
aconteceu em um determinado local. Serve para chamar a atenção para as
ações e palavras que ele quer que analisemos.

3.1.2 Enredo

É a própria história, a sucessão de eventos, usualmente motivado pelo


conflito, o qual gera o suspense e conduz à conclusão. O enredo é o conjunto de
fatos ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo.
O leitor deve entender como cada parte contribui para o todo. Para isso é
importante, que se identifique o enredo central do conflito do livro e então se
observe como os diferentes episódios da história se adéquam ao processo da
resolução.

5
A narração pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa: O narrador em primeira pessoa, não
somente conta a história, mas também faz parte dela, nesse caso ele também é considerado um
personagem. Ele pode ser um narrador-protagonista ou narrador-testemunha. O narrador em terceira
pessoa, pode ser onisciente ou apenas observador. O primeiro, é aquele que sabe tudo, ele conhece tanto
os aspectos externos quanto internos como pensamentos, sentimentos, motivações etc. O segundo,
presencia a história, mas não tem a visão de tudo, somente de um determinado ângulo. Lembrando que
autor e narrador não é a mesma coisa, o autor é o que escreve o texto, enquanto o narrador é o que conta
a história.

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3.1.2.1 Entendendo o desenvolvimento lógico do enredo.

3.1.2.2 Situação inicial: Neste momento os personagens são apresentados,


(geralmente dois ou três personagens), assim como o local onde será
desenvolvido o enredo.

3.1.2.3 Conflito: O conflito é o núcleo do enredo. Envolve os personagens em


uma situação que será desenvolvida, até chegar ao seu clímax.

3.1.2.4Clímax: É o ponto mais tenso da narrativa. Este é o momento onde o autor


apresenta o seu objetivo.

3.1.2.5Desfecho. Neste momento a narrativa começa a declinar. Agora se pode


ver a resolução do conflito.

3.1.3 Cenário

O cenário de uma narrativa é o local onde os personagens realizam as


ações que compõem o enredo. O cenário das narrativas bíblicas desenvolve
mais do que somente uma função dentro da narrativa, transmite a realidade da
história, contribuindo para a história mais do que simplesmente, como pano de
fundo para a ação.
Outra função do cenário é gerar a atmosfera ou humor (estado de espírito)
de uma narrativa e contribuir para o significado e estrutura da mesma.

3.1.4 Personagens

Há uma associação muito próxima entre o enredo e os personagens. É por


meios das ações dos personagens que se constrói o enredo . O conhecimento
dos personagens é percebido por meio de suas falas (tanto as que os próprios
personagens proferem, quando aquelas que são ditas, sobre eles por outras
pessoas) e suas ações.
Nosso entendimento dos personagens é controlado e mediado pelo
narrador, que também pode ser um dos personagens.
Além dos personagens principais, a narrativa possui os personagens
secundários e figurantes. São personagens sem grande importância na
narrativa. Os secundários participam da ação, no entanto, não desempenham

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papéis decisivos. Os figurantes não têm qualquer participação no desenrolar da


ação, cabendo-lhes apenas ajudar a compor um ambiente ou espaço social.

3.1.5 Ponto de vista

O ponto de vista é administrado pelo narrador, é ele que conduz a narrativa.


É através de sua voz que nós ouvimos sobre a ação e sobre as pessoas da
narrativa. É um dispositivo usado pelo autor, para moldar ou guiar a forma como
o leitor responderá aos personagens ou aos eventos.
Assim como nos demais gêneros, na narrativa é necessário que o interprete
tenha o conhecimento de outros subgêneros como: repetição, omissão, ironia,
hipérbole, paralelismo e outros.

4 DICAS PARA SE INTERPRETAR UMA NARRATIVA

Apresentaremos a seguir 7 dicas para se interpretar uma narrativa 6.

4.1 Identifique a cena

Focalize sua atenção nos personagens principais. Tente sintetizar as


palavras e as ações dos personagens, com o objetivo de entender o ponto de
vista do autor.

4.2 Analise o enredo

Observe como as ações estão ligadas ao clímax e como o autor conduz o


enredo até chegar ao ponto mais alto da história. Tente identificar de forma
precisa o que é: situação inicial, conflito, clímax e desfecho.

4.3 Determine o ponto de vista

Como o autor conta a história? Para qual personagem da história o narrador


está chamando a atenção? O narrador revela os pensamentos e emoções dos
personagens, se posiciona criticando-os?

6
(KAISER 2011)

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4.4 Esteja atento aos detalhes

Entender como os personagens são descritos, é de fundamental


importância para a compreensão da história. Onde a história aconteceu, pode
também adicionar algum significado importante ao acontecimento.

4.5 Observe o diálogo que o narrador usa para contar a história

Em que momento ele introduziu os diálogos? Em muitos momentos a ideia


central está na fala de um dos personagens. Em outros, o diálogo levanta a
questão principal do texto, conduzindo o leitor ao ensino principal.

4.6 Olhe a unidade dentro da cena e sua relação com as demais

Entenda como a unidade foi estruturada e como ela pode contribuir para o
significado de toda a cena. Em alguns momentos, o autor começa uma narrativa,
e antes de terminá-la, introduz e conclui outra narrativa e somente então, conclui
a primeira. Esse tipo de estilo é comum no Evangelho de Marcos. Portanto, para
que o leitor entenda as duas narrativas, ele deve primeiramente entender, onde
começa e termina cada uma delas e como elas se relacionam.

4.7 Identifique os recursos literários usados pelo autor

Inclui entre outros; repetição, omissão, parábola, paralelismo, esses


recursos apontam para a ideia central.

5 EVANGELHO DE MATEUS

5.1 Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Mateus

Diferentemente dos demais Evangelhos que resumem o propósito do autor


por meio de uma declaração, que pode ser encontrada em um ou dois versículos,
Mateus não o faz. Todavia, Mateus traça a genealogia de Jesus vindo de Abraão,
estabelecendo que ele era um verdadeiro Judeu. Ele segue, apresentando Jesus
como vindo da linhagem de Judá e de Davi, enfatizando, que além de ser um
verdadeiro israelita Jesus também é um verdadeiro rei dravídico.

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Mateus apresenta Jesus como o cumprimento das profecias do Antigo


Testamento, o processo de interpretação se dará compreendendo as passagens
do Antigo Testamento dentro dos seus respectivos contextos e depois como elas
se cumprem na pessoa de Jesus.
Esse movimento pode ser percebido, logo na abertura do Evangelho.
Mateus relata cinco narrativas que devem ser analisadas como cinco profecias
messiânicas do AT, que se cumpriram na Pessoa de Jesus7.

1. Nascimento de Jesus (Mt1.18-25; Isaías 7.14)

2. Jesus é reconhecido e adorado como rei dos judeus (Mt2.1-12; Miquéias 5.2-
4).
3. José foge para o Egito (Mt2.13-15; Oséias 11.1).
4. A matança dos inocentes (Mt2.16-18; Jeremias 31.15).
5. O retorno para Nazaré (Mt2.19-23; Isaías 9.1-2; 53.3)

5.2 Seções do Evangelho de Mateus


Mateus organizou o conteúdo do seu Evangelho em 5 grandes blocos.
Cada bloco de ensino é seguido por um bloco de ilustrações, portanto devem ser
interpretados como uma única seção. 8
INTRODUÇÂO: Genealogia, Infância (caps. 1-2), batismo e início do ministério
de Jesus (caps. 3-4).
ENSINO1: O sermão do monte (Caps. 5-7).
Ilustração: Os milagres de cura (Caps.8-9).
ENSINO2: O desafio da missão. (Cap. 10).
Ilustração: A rejeição de João e de Jesus pelos Judeus (Caps. 11-12).
ENSINO3: As parábolas do Reino (Cap.13).
Ilustração: Milagres, controversas com fariseus, confissão de Pedro e a
transfiguração (Caps. 14-17).
ENSINO4: A igreja (Cap.18).
Ilustração: Jesus vai para Jerusalém ensinar (Caps. 19-22).
ENSINO5. Julgamento e o final do mundo (Caps. 23-25).
Ilustração: Os últimos dias, morte e ressurreição de Jesus (Caps. 26-28).

7
(JACKMAN, David e PHILIP, William 2009)
8
(GREEN 2000)

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6 EVANGELHO DE MARCOS

6.1 Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Marcos

O Evangelho de Marcos fala sobre Jesus e sobre sua identidade, enfatiza


que Ele é o Cristo e o filho de Deus. Jesus como o Cristo (Messias), e Jesus
como o filho de Deus, apresentam tanto o objetivo de Marcos, ao escrever o seu
Evangelho, quanto revelam a sua estrutura. Na primeira parte Ele se apresenta
como o Cristo (1.1-8.29), e a segunda como o filho de Deus (8.30-15.39).

Se Jesus é o Cristo, e ao mesmo tempo o filho de Deus, a pergunta que


Marcos levanta é: como devemos responder a Ele? A resposta é por meio do
arrependimento e da fé no Evangelho (1.15). Sendo assim, ao falar de Jesus,
Marcos objetiva levar o homem ao arrependimento e a confissão.

Todavia, ao lermos uma narrativa nos evangelhos, devemos nos perguntar,


qual foi a resposta dos ouvintes? Segundo Marcos, alguns creram (2.5; 5.23;
5.34; 7.29; 10.52; 15.39); outros ficaram confusos: (4.13; 7.18; 9.10; 9.5) outros
o rejeitaram: (2.7,16; 3.6; 5.16-17; 6.1-6). É bom lembrarmos que a forma como
os personagens respondem a Jesus, não tem como finalidade se tornar um
padrão para o cristão, ou seja, não podemos fazer este tipo de aplicação: “Nós
devemos ter fé porque alguém teve fé, ou nós não podemos rejeitar a Jesus,
pois os que rejeitaram não foram bem-sucedidos”. Não devemos buscar esse
tipo de aplicação, mas entender as respostas dos personagens, objetivando
entender quem é Jesus e o que ele requer de nós.

O evangelho de Marcos ensina o que Jesus veio fazer, se Ele é o Cristo e


o filho de Deus, qual foi a sua missão? Devemos ler o evangelho tentando
encontrar essa resposta. Algumas cenas responderão à pergunta: quem é
Jesus? E outras responderão melhor ao: o que Ele veio fazer? Por exemplo,

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12

(1.38) Ele veio pregar, (2.17) chamar pecadores ao arrependimento, (10.45) veio
servir, Ele veio para morrer9.

6.2 Seções do Evangelho de Marcos10

1.1-15 8.31-9.1 15.40-16.8

1.16-39 9.2-29 16.9-20

1.40-2.17 9.30-50

2.18-3.35 10.1-31

4.1-34 10.32-52

4.35-5.43 11.1-26

6.1-30 11.27-12.17

6.31-56 12.18-44

7.1-30 13.1-37

7.31-8.30 14.1-26

14.27-52

14.53-15.15

15.16-39

7 EVANGELHO DE LUCAS

7.1Entendendo o desenvolvimento do Evangelho de Lucas.

Para que possamos compreender o Evangelho de Lucas, devemos


responder algumas perguntas; Como Lucas organizou o seu Evangelho? Qual é

9
(JONES, 2002/3)
10
(JONES, 2002/3)

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o objetivo do Evangelho de Lucas? E, por que a mensagem de Lucas é


importante para os nossos dias?11

Como Lucas organizou o seu Evangelho?

O Evangelho de Lucas deve ser compreendido levando em consideração o


livro de Atos. Pois, o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos eram considerados
como um único livro, dividido em dois volumes. Primeiramente foi escrito o
Evangelho de Lucas (Lc1.1-4) e depois o livro de Atos (At 1.1-3). Podemos
entender a ligação entre os dois, observando os versículos finais do Evangelho
de Lucas; 46 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo
padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, (Lc 24.46). O
foco de Lucas no Evangelho é falar sobre a pessoa de Jesus. Quem é Jesus, o
que Ele fez, por que ele veio, como ele preparou os seus discípulos e como a
comunidade reagiu diante de tal entendimento.
Depois de ter escrito o Evangelho, Lucas escreveu Atos dos Apóstolos, o
qual pode ser resumido por este versículo: 47 E em seu nome se pregasse o
arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações,
começando por Jerusalém. (Lc 24.46). Atos é a continuação do Evangelho de
Lucas. O seu objetivo é apresentar o que o Espirito Santo de Deus realizou na e
através da vida dos discípulos depois que Jesus voltou para o Pai12.

Qual é o objetivo do Evangelho de Lucas?

Encontramos o seu objetivo no capitulo 1.4: Para que conheças a certeza


das coisas de que já estás informado. Lucas deseja que Teófilo tenha plena
certeza sobre a pessoa, vida e obra de Jesus de Nazaré. Jesus é apresentado
a Teófilo como o Salvador que perdoa e restaura o pecador (19.10: 1.77: 7.17-
26: 7.48-50: 19.1-10: 24.46-47), e como o Servo sofredor que precisava sofrer
para que se cumprissem as Escrituras (9.22: 17.25: 22:37: 24.7,44). Teófilo

11
(BLOCK 1998)
12
(COOK 2007)

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precisava ter certeza de que todas as promessas feitas “Na Lei de Moisés, nos
profetas e nos salmos”, estavam se cumprindo na pessoa de Jesus (24.44).

Diferentemente do que muitos pensavam, Jesus não reinou por meio da


força militar, mas por meio da pregação do Evangelho. Ele pregou o Reino de
Deus e anunciou que o tempo já estava cumprido (4.16-30; 11.14-23). Ele
venceu a natureza, exorcizou demônios, curou enfermos, ressuscitou mortos
para ensinar que ele poderia vencer qualquer tipo e inimigo que se opôs-se a
humanidade (8.22-56). Além disso, ele preparou seus discípulos para a jornada
da salvação mostrando que a glória seria alcançada somente após o sofrimento
(9.21-27).

Por isso, os pecadores são chamados ao arrependimento (5.31-32), os


discípulos devem tomar a cruz diariamente e segui-lo (9.23), todos são
comissionados para anunciar o arrependimento para perdão dos pecados a
todas as nações (24.43-49). O Espírito Santo é prometido por Ele, para que tal
tarefa fosse realizada, visto que muitos rejeitariam a mensagem do Evangelho.
Mesmo, assim, todos devem amar seus inimigos e orar por eles (6.27-35).

Por que a mensagem de Lucas é importante para os nossos dias?

A mensagem de Lucas é importante para os nossos dias, pois podemos ter


certeza de que o Evangelho de Jesus não é fruto da mente humana, mas do
propósito eterno de Deus, se cumprindo na história da humanidade. Pois, diante
de tantas informações duvidosas que as várias religiões propagam acerca da
pessoa, ensino e obra de Jesus, nós temos no Evangelho de Lucas uma fonte
riquíssima, na qual podemos meditar com convicção de que estamos nos
alimentado da verdade.

Além disso, ao meditarmos nesse Evangelho, somos constantemente


lembrados de nossa missão nesta terra; Jesus nos perdoou, restaurou as nossas
vidas, e nos deu a missão de pregar o Evangelho aos nossos irmãos, parentes,
amigos e a todos quantos tivermos a oportunidade.

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7.2 Seções do Evangelho de Lucas

A vinda do As obras do As Palavras do O triunfo do


Salvador Salvador Salvador Salvador
1.1-4 3.1-4.30 9.51-10.42 19.45-21.38

1.5-80 4.31-5.39 11.1-12.12 22.1-23.25

2.1-52 7.1-8.21 12.13-13.21 23.26-56

8.22-56 13.22-14.35 24.1-54

9.1-50 15.1-32

16.1-18.14

18.15-19.44

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Referências

BLOCK, Darrel L. Luke: The New Application Comentary, From the text to
contemporary life. Michigan: Zondervan, 1998.

GREEN, Michael. The Bible Speaks Today: The Message of Matthew. USA: Iter
Varsity Press, 2000.

GREIDANUS, Sidney. O pregador e o Texto Antigo: Interpretando e Pregando


Literatura Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

JACKMAN, David e PHILIP, William . Teaching Mattew: Unlocking The Gospel


of Mattew for The Bible Teacher. . Scotland, Great Britain: Christian Focus
, 2009.

JOHNSON, Marshall D. Making sense of the Bible: literary type as an approach


to understanding. Cambridge: Eerdmans Publishing Company, 2002.

JONES, Andrew. “Mark’s Gospel.” Central Focus and Home Groups Leaders’
Notes, 2002/3.

KAISER, W. C. Preaching and Teaching From The Old Testament: A Guide For
The Church. Washinton: Baker Academic, 2011.

KAISER, Walter, C. Jr; SILVA, Moises da. Introdução à hermenêutica; Como


ouvir a Palavra de Deus apesar dos ruídos de nossa época. 2ª ed. . São
Paulo: Cultura Cristã, 2009.

STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Entendes o que lês. 2ª ed. São Paulo: Vida
Nova, 2009.

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