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Limudah (Doutrina)

Patriarcado de Jerusalém.

Introdução
Limudáh (Didaqué) significa “instrução” ou “doutrina”. Trata-se de um escrito
que data de meados do século I de nossa era e, portanto, bem próximo dos
escritos da Brit Hadashah (Novo Testamento). O nome “Instrução dos Doze
Sh’liachim (Apóstolos)” lembra Atos 2:42 “o ensinamento dos Sh’liachim
(Apóstolos)” . Os estudiosos hoje estão de acordo em dizer que ela é fruto da
reunião de várias fontes escritas ou orais, que retratam a tradição viva das
Comunidades Nazarenas do século I. Os lugares mais prováveis de sua origem
são a Palestina ou a Síria.

Este documento foi encontrado em 1883 por Philotheos Byrennios, no


momento, metropolita de Sérrai na Macedônia, que publicou um manuscrito
grego, datado de 1056. Desde 1887 permanece com o Patriarcado de
Jerusalém onde é conhecido como o Códice Hierossimilitano 54. Outras
versões parciais foram encontradas: a Geórgica, um fragmento em copto que
se encontra no Museu Britânico, dois fragmentos em grego e um fragmento no
papiro de Oxyrhynchos, datado entre os séculos IV e V. Em 1900 descobriu-se
também uma cópia latina que se encontra no Museu de Munique, datada do
século XI.

A Limudáh (Didaqué) foi compilada, segundo uns autores, entre os anos 50-70.
Se foi redigida, mesmo que tenha sido apenas em suas primeiras partes, nos
anos 50, estamos em plena época de Shaul (Paulo). Todos os autores estão de
acordo em que a comunidade na qual foi escrita estaria situada na Palestina ou
na Síria e, talvez na própria Antioquia. Esta comunidade estava formada por
Judeus Nazarenos que, provavelmente, começou acolher também alguns
gerim (estrangeiros, prosélitos, gentios).

A Limudáh (Didaqué) é uma espécie de manual dos primeiros Nazarenos. Esse


documento nos permite conhecer as origens do Nazarenos, e principalmente
nos dá uma idéia de como era a iniciação Nazarena, as celebrações, a
organização e a vida das primeiras comunidades. O autor (ou autores)
pertence ao meio Judaico Nazareno, e dirige seu ensinamento a comunidades
formadas por convertidos vindos principalmente do meio das nações.(judeus
gentilizados e prosélitos convertidos ao judaísmo nazareno)

O conteúdo e o estilo da Limudáh (Didaqué) lembram imediatamente muitos


textos do Tanach (velho testamento) e da Brit Hadashah (novo testamento) ,
bem como outros escritos Nazarenos do século I d.m. O tom e os temas de
muitas exortações se parecem bastante com os da literatura sapiencial e
diversos trechos dos evangelhos. Dessa forma, esse manual das comunidades
da Kehilah Primitiva é testemunho vivo de como os primeiros Nazarenos se
alimentavam da Palavra de Alaha contida nas Escrituras, transformando e
interpretando os textos das Escrituras Sagradas em vista de suas
necessidades e situações.

A leitura da Limudáh (Didaqué) faz logo sentir que as comunidades Nazarenas


daquele tempo ainda não estavam completamente estruturadas. As
comunidades não têm representante oficial fixo, os Ro’im (Ro’im) e shamashim
(Shamashim) são mencionados de passagem, e não sabemos bem quais
funções exerciam. Fala-se diversas vezes em “Ro’im (Ro’im), Nevyim (profetas)
e morehim (mestres)”, dando a impressão de que eram propriamente
pregadores itinerantes a serviço de diversas comunidades.

Por outro lado, nota-se que os serviços são também muito simples e se resume
a celebrações feitas em clima doméstico. Os sacramentos mencionados
pertencem à iniciação Nazarena – Tevilá (batismo) ,confissão e parecem ser
todos administrados pela comunidade. Visível, contudo, é o clima que a
comunidade vive, dentro de uma sociedade estruturalmente pagã. A
preocupação de não se confundir com o ambiente, de não se deixar manipular
por aproveitadores oportunistas (até mesmo disfarçados de Nevy (profeta), a
esperança um pouco nervosa de uma escatologia próxima e o tema da
perseverança heróica no caminho da emunah (confiança,fé) são características
das comunidades nascentes, que ainda estão descobrindo sua vocação e
missão no olan (mundo).

A Limudáh (Didaqué) é um convite para as comunidades Nazarenas em


formação descobrirem sua origem e jovialidade próprias. Ela nos faz lembrar
que a fonte inspiradora do comportamento, da oração e das celebrações é a
Escritura Sagrada. Sobretudo, mostra que o Judaísmo Nazareno não é
devoção individualista, mas um caminho comunitário em que todos os setores
da vida e do comportamento devem ter penetrados pela Palavra de Alaha e
pela oração. Na sua simplicidade e profundidade, estimula a viver a vida
cotidiana à luz da besorah (evangelho) vivo, dentro de um discernimento que
frutifica em atos novos, geradores de fraternidade e partilha. Escrita
principalmente para as nações, ela ainda salienta que os Nazarenos não são
uma redoma onde a comunidade se refugia, mas uma b’racha (benção) que se
expande para transformar todas as famílias da eretz (terra).

Breve nota introdutória do Patriarcado de Jerusalém à Limudáh.

"Limudáh", comumente referido no Ocidente como a Didaqué, traduzido dos


manuscritos aramaico da Assembléia de Jerusalém. Esta é a Carta dos
Sh’liachim (apóstolos) que foi composta pelo Primeiro Conselho dos Sh’liachim
(apóstolos) no século I, em torno de 50 d.m. sob a direção do
Mar Ya'aqub ha'Tzadik (Ya’akov, o Justo). Foi enviado através Mar Shaul
(Shaul de Tarso) para os crentes gerim (gentios, prosélitos, estrangeiros)
quanto ao que era esperado deles para seguirem no caminho da emunáh (fé),
baseados na observância da Toráh.

Fonte: Aramaic English Standard Version Copyright 2005-2009 All rights


reserved / Texto Traduzido do Original em Inglês com Terminologias
Hebraicas-Aramaicas Por Yachonan Ben Levy Tinôco

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