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A lei e o evangelho

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, a jugo de escravidão”. (Gl 5.1)
Quando conversamos ou, até mesmo pregamos que Jesus nos libertou, tirando o jugo
da escravidão de sobre nós, as pessoas se escandalizam mesmo depois de termos em
nossas mãos as cartas paulinas, principalmente Romanos e Gálatas.
Certa vez ouvindo um dos meus professores da EBD, ele fez uma ilustração muito
simples de como ser salvo pela graça e pela fé somente. Ele dizia que as pessoas que
não entendem a graça são semelhantes a uma pessoa que convida um amigo para o
churrasco em sua casa e diz que é totalmente de “graça”, mas o amigo quando está a
caminho diz; vou comprar mais um pouco de carne, vai que a carne não dá. E ele faz
isso, quando na verdade seu amigo já tinha dito que era de graça.
Infelizmente o contexto em que vivemos é semelhante ao que Paulo encontrou na
Galácia. Depois de ter pregado Cristo crucificado, outro evangelho estava sendo
disseminado naquela região. Por isso foi preciso escrever aos Gálatas esta linda carta
que temos hoje em dia em nossas mãos. Na caminhada eles mudaram o que tinha
aprendido achando que o evangelho da graça não era suficiente.
Depois de tanto tempo, quantas pessoas ainda não entenderam o que Paulo disse aos
Gálatas e fazem da velha aliança algo desejável para sua salvação, crendo que ao
guardar qualquer ponto da lei serão salvos, colocando objetos da antiga aliança com a
nova aliança, judaizando aquilo que Paulo combateu.
Veja que isso não funciona. Em Hebreus 8.13 está escrito: “Quando ele diz nova, torna
antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a
desaparecer”. O versículo 3 de gálatas 5 diz: “De novo, testifico a todo homem que se
deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei”.
O grande problema que talvez muitos não saibam é que, quem quiser cumprir toda lei
para justificação, cai em um erro tremendo. “De Cristo vos desligastes, vós que
procuráveis justificar-vos na lei; da graça descaístes” (Gl 5.4).
Foi o que aconteceu na Galácia na época de Paulo. Os da circuncisão diziam que a fé
não era suficiente, por isso era necessário guardar a lei. Este grupo levedou muita
gente como diz o texto: “um pouco de fermento leveda toda massa”.
Vivemos em épocas diferentes, mas o que se prega é um evangelho que precisa de
algo mais para que as pessoas sejam salvas. Esse tipo de evangelho é pregado na
maioria das vezes, por pentecostais e neopentecostais, que tem colocado a cruz de
Cristo em último plano, tornando ineficaz e insuficiente a morte de Cristo no calvário.
“Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé”.
A aliança que nasceu no monte Sinai leva para escravidão e gera escravos, porque
nasceu segundo a carne. Mas nós somos filhos da livre, mediante a promessa que foi
pré-anunciada a Abraão.
Walter C. Kaiser Jr. Na página 274 de seu livro “O plano da promessa de Deus” diz:
O evangelho foi dado “por antecipação a Abraão”. Esse evangelho, de acordo com
Gênesis 12.3, dizia que “em ti serão abençoadas todas as nações” (Gl 3.8). Portanto,
Abraão foi “pré-evangelizado” por meio de uma palavra que Paulo rotulou de “boas
novas”: Assim, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente [ou semente].
A escritura não diz: ‘e aos seus descendentes’, como se falasse de muitos, mas como
quem se refere a um só: ‘E a teu descendente [ou semente]’, que é Cristo (Gl 3.16). O
evangelho de Paulo, como se vê, não era em hipótese alguma diferente daquele que
Deus havia dado originalmente às pessoas para que se salvassem no antigo
testamento. Portanto, porque ele estava sendo acusado de propor um plano de
salvação deficiente? A resposta é que Paulo não estava propondo nada que fosse novo!
O plano da promessa de Deus era o mesmo plano original que Paulo continuava a
defender aqui.
Então pra quem acha que Paulo pregava outro evangelho eis à resposta bíblica e bem
convincente de Kaiser Jr. Não era o evangelho da circuncisão, mas era o que Deus pré-
anunciou a Abraão. Por isso sou justificado através do sacrifício de Cristo na cruz que
me libertou da letra da lei. Mas embora eu seja liberto dos efeitos da lei, isso não me
dá o direito de sair pecando. Não devemos confundir liberdade com libertinagem.
Cristo nos chamou para sermos santos e irrepreensíveis diante de uma sociedade
corrupta. A pessoa que diz que pode viver descuidadamente porque não está debaixo
da lei, mas da graça, precisa verificar bem se não está debaixo da ira, como dizia J.
Blanchard.
A lei e os profetas duraram até João e o véu se rasgou de alto abaixo, agora sou livre
através de Jesus autor e consumador da fé.
Deus abençoe a todos
GFL

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