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JORNADA DE “21 DIAS COM JOÃO”.

CAPÍTULO 1.

JOÃO 1:1-5 // COMUNHÃO ETERNA DIVINA

¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
² Ele estava no princípio com Deus.
³ Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
⁴ A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
⁵ A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

- Comunhão Eterna entre a Trindade.


- Antes de haver anjos, mundo, céus e terra, ou Gênesis 1:1 – Deus estava com Filho, o Filho estava
com o Pai e os dois estavam com o Espírito em absoluta comunhão e satisfação um no outro.
- Jesus é Deus. O Verbo divino. Não apenas uma palavra no substantivo que soa algo vazio e
estático, mas um verbo que tem profundo significado, movimento e ação. Jesus é tanto a pura
revelação de Deus quanto o seu movimento e ação.

JOÃO 1:6-9 // A IMPORTÂNCIA DE JOÃO BATISTA PARA A REVELAÇÃO DE


JESUS

⁶ Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.


⁷ Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por
intermédio dele.
⁸ Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,
⁹ a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.

JOÃO 1:10-14 // A ENTRADA DE JESUS NO MUNDO

¹⁰ O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
¹¹ Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
¹² Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que creem no seu nome;
¹³ os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de
Deus.
¹⁴ E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória
como do unigênito do Pai.
- Aquele criou o mundo agora está dentro dele. Quando Jesus criou o mundo ele o observou de
fora dizendo: muito bom. Agora Jesus estava dentro do mundo, o observando como alguém que é
parte dele. O criador fazendo parte da sua criação.
- Ainda que ele não fosse recebido, ele é o criador e agora faz parte desse mundo como alguém que
vive nele.
- E todo aquele que o recebesse Jesus os fariam parte dele mesmo e daquela comunhão que vimos
em João 1:1.
- O Verbo que agiu no universo criando o mundo, agora estava presente no mundo, encarnado
como o próprio tabernáculo de Deus. O mesmo tabernáculo que Moisés viu a glória de Deus, o
mesmo tabernáculo que Davi viu a glória de Deus e o mesmo tabernáculo que Salomão viu no
templo e os sacerdotes não conseguiram nem mesmo ministrar, agora estava completamente,
plenamente manifesto na carne de Jesus. A glória de Deus se encarnou em Jesus e ele se tornou o
tabernáculo ambulante de Deus no mundo. A glória na carne de Jesus é superior a qualquer glória
que alguém do AT tenha visto – isso porque a João e sua comunidade testemunham: "vimos" (no
plural) a sua glória, glória como do Unigênito do Pai. Glória Única e incomum.

JOÃO 1:15-31 // OS TESTEMUNHOS DE JOÃO BATISTA.

JOÃO 1:15-18 // TESTEMUNHO 1

¹⁵ João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim
tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim.
¹⁶ Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.
¹⁷ Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo.
¹⁸ Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.

- No evangelho de João, o profeta João Batista contém um testemunho magnifico que não
encontramos em lugar nenhum nos evangelhos sinóticos.
- "Porquanto já existia antes de mim". O profeta João Batista reconhece a pré-existência de Jesus.
Apesar de Jesus ser humanamente 6 meses mais novo que João Batista, divinamente Jesus é eterno
em sua natureza.
- Para João Batista, Jesus é maior que Moisés.
- E para João Batista, apesar de Moisés ter sido amigo de Deus, ele não viu Deus em plenitude,
apenas o Unigênito - único eternamente gerado - viu Deus em plenitude e é em si mesmo capaz de
revelá-lo em toda sua plenitude.

JOÃO 1:19-27 // TESTEMUNHO 2


¹⁹ Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas
para lhe perguntarem: Quem és tu?
²⁰ Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
²¹ Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta?
Respondeu: Não.
²² Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que
dizes a respeito de ti mesmo?
²³ Então, ele respondeu: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor,
como disse o profeta Isaías”.
²⁴ Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.
²⁵ E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
²⁶ Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,
²⁷ o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.
²⁸ Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

- João nega qualquer possibilidade de ser identificado como alguém que é o Messias: "Não sou o
Cristo"; "Não sou Elias"; "Não sou profeta".
- João como alguém que foi enviado para testemunhar da luz não queria que o povo o confundisse
com alguém que ele não era.
- "Eu sou a voz". João Batista se identifica como a profecia cumprida no meio do povo. Ele é a voz de
outra pessoa e seu papel é anunciar aquele que está chegando.
- O testemunho de João Batista é assustador. Ele se humilha absolutamente se colocando debaixo
dos pés de Jesus como alguém que nem é digno de servi-lo tirando as sandálias dos pés. Tirar as
sandálias era um serviço prestado aos convidados de honra e João não se coloca nem nesse lugar
diante de Jesus.

JOÃO 1:15-18 // TESTEMUNHO 3

²⁹ No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo!
³⁰ É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia
antes de mim.
³¹ Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso,
batizando com água.

- João começa a falar de Jesus a partir das visões que ele teve sobre Jesus: um cordeiro.
- E ainda revela que a missão desse cordeiro é tirar o pecado do mundo inteiro assim como os
sacrifícios no AT removiam o pecado individual dos israelitas.

JOÃO 1:32-34 // O BATISMO DE JESUS


³² E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
³³ Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre
quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
³⁴ Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

- No evangelho de João, não nos é mostrado um João Batista relutante em batizar Jesus, pelo
contrário, o profeta tinha até mesmo um sinal para reconhecê-lo quando o batizasse: "Aquele sobre
quem vires descer e pousar o Espírito".
- João Batista sabia quem era o Pai e quem era o Espírito, mas ainda não tinha conhecido Jesus
pessoalmente.
- A maneira que o Pai deu a João Batista para identificar Jesus foi sinalizando o Espírito pousando
sobre Jesus. Esse, de fato, era o Filho de Deus.
- Em João Batista, temos o testemunho da Trindade.
- Aqui acaba os testemunhos de João Batista no primeiro capítulo.

JOÃO 1:35-42 // OS DOIS DISCÍPULOS DE JOÃO BATISTA.

³⁵ No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos
³⁶ e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
³⁷ Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus.
³⁸ E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que
quer dizer Mestre), onde assistes?
³⁹ Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele
aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima.
⁴⁰ Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e
seguido Jesus.
⁴¹ Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer
Cristo),
⁴² e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado
Cefas (que quer dizer Pedro).

- João Batista teve muitos discípulos, na verdade, o profeta tinha uma comunidade de discípulos
assim como Elias.
- Dois desses discípulos quando ouviram que as visões de João Batista eram sobre aquele homem
que ele tinha batizado, imediatamente deixaram João Batista e seguiram Jesus.
- De alguma forma esses discípulos de João Batista sabiam que a visão que ele teve sobre um
Cordeiro de Deus se cumpria na pessoa do Messias.
- Então, eles trocam da escola profética de João Batista e entram no movimento apostólico de Jesus
como pessoas proféticas.
- Um desses dois eram André, o outro só pode ser o Discípulo Amado que escreve esse livro e se
lembra exatamente da hora em que deixou Jesus e foi encontrar os outros amigos.

JOÃO 1:43-51 // ANJOS SUBINDO E DESCENDO.

⁴³ No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me.
⁴⁴ Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
⁴⁵ Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a
quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José.
⁴⁶ Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê.
⁴⁷ Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não
há dolo!
⁴⁸ Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar,
eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
⁴⁹ Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!
⁵⁰ Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas
do que estas verás.
⁵¹ E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

- Jesus começa a arrebanhar mais discípulos que também eram influenciados pela escola profética de
João Batista.
- E revelações sobre a pessoa de Jesus começam a acontecer: "Achamos aquele de quem Moisés
escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José".
- Jesus também começa a dar revelações proféticas acerca dos discípulos e até mesmo mudar o nome
e identidade deles como um verdadeiro Rabi faria.
- Provavelmente, os discípulos de João Batista estavam habituados com profecias vindas de João
Batista. Entretanto, havia um espírito de revelação dentro das profecias de Jesus que desvendavam
quem ele era. Era como se houvesse uma voz dentro da voz de Jesus. O Espírito revelando o Messias
dentro das profecias de Jesus.
- Por fim, Jesus conclui sua primeira convocação de discípulos usando de uma linguagem
apocalíptica para revelar a si mesmo como um Homem Celestial: "Em verdade, em verdade vos digo
que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".

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CAPÍTULO 2 // LIVRO DOS SINAIS

JOÃO 2:1-12 // AS BODAS DO CASAMENTO.

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus.
2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.
3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho.
4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.
6 Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma
levava duas ou três metretas.
7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente.
8 Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram.
9 Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se
bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo
10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam
fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.
11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galileia; manifestou a sua glória, e
os seus discípulos creram nele.
12 Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e
ficaram ali não muitos dias.

- Três dias depois: mesmo um ancião, a memória de João estava extraordinariamente intacta. Ele
consegue lembrar de fatos e dias seguintes com muita exatidão.
- João está trazendo à memória um fato da qual ele esteve bem próximo e se lembra da conversa
íntima que Maria teve com Jesus.
- Maria, mãe de Jesus, foi convidada para um casamento junto com sua família, que era composta
pelo Messias, seus irmãos e irmãs. Maria devia ser muito próxima da família que estava se formando
visto a consideração que o casal teve de chamar a família por inteiro, inclusive Jesus que agora já era
conhecido por ter seus próprios discípulos.
- Ao fim da festa de casamento, que durava um espaço de sete dias, o vinho acaba e naturalmente
Maria, como uma verdadeira mãe, posiciona seu filho homem e primogênito para agir, não com
soluções humanas, mas profundamente consciente que Jesus era capaz de resolver aquele problema
de maneira sobrenatural.
- No evangelho de João, o apóstolo não enfatiza uma possível tensão que havia entre a família
biológica de Jesus com o seu ministério. Pelo contrário, João mostra uma Maria que crê no seu filho
como Filho de Deus, e inteiramente convicta que Jesus era capaz na sua missão divina de resolver
aquele problema. Não sabemos como Maria discerniu que era chegada a hora de Jesus, mas de fato
ela estava certa e Jesus se submeteu a ela.
- Na maioria das vezes a expressão “ainda não é chegada a minha hora” se refere a sua própria paixão
como sofrimento na cruz, tanto quanto sua missão como Messias (“mas vem a hora e já chegou”,
4:23). Entretanto, no contexto em que Jesus estava e da resposta que ele deu a sua mãe, eu
particularmente creio que Jesus estava visualizando o dia do seu próprio casamento e ele sem
perceber diz para sua mãe que a sua hora de casar ainda não havia chegado.
- Claramente Maria deu de ombros, sem tentar convencê-lo, apenas virou para os serventes dizendo:
fazei tudo que ele vos mandar. Posicionando os servos para obedecê-lo radicalmente sem
questionamentos. Provavelmente, Maria era uma das organizadoras do casamento e podia dar
ordens a esses funcionários.
- Maria com o seu desejo de ver seu Filho se manifestando, antecipou o futuro, colocando dentro do
presente aquilo que estava reservado só para o fim da era.
- Jesus, vencido pelo firme posicionamento de sua mãe, sem levantar qualquer objeção, obedece sua
mãe, e se posiciona exatamente como se tivesse chegado a sua hora providenciando um antegosto
do seu próprio casamento que não haverá falta de vinho novo.
- Por falar em vinho, as seis talhas de purificações eram onde os convidados lavavam suas mãos antes
de sentarem às mesas para se alimentar, isso era tanto um rito religioso quanto sócio-cultural.
- Cada talha comportava em média 120 litros de água, nos dando uma média de 720 litros de água
transformada no melhor vinho que aquelas pessoas poderiam experimentar.
- Jesus permitiu que os convidados daquela festa tivessem o antegosto de que tipo de vinho Jesus vai
servir no seu próprio casamento.
- Com esse milagre, Jesus inicia os seus sinais e naquele momento os discípulos creram nele. Eles já
haviam crido, mas cada manifestação de glória fazia com que essa confiança criasse raízes mais
profundas no coração deles. Essa manifestação de glória sempre é colocada em contraste com a
glória que foi vista nos tabernáculos do Antigo Testamento.
- Os discípulos viram a glória de Jesus, como os pais no passado viram, e creram mais uma vez que
corporalmente Jesus era o lugar de plena habitação de Deus na terra.
- Por fim, vemos a família de Jesus seguindo-o, coisa que não vemos muito nos evangelhos sinóticos.
Pedro morava em Cafarnaum, e pelos outros evangelhos, percebemos que Jesus fez da casa dele um
centro de pregação e atuação do seu ministério. E fica visível que a casa de Pedro abrigou Jesus, sua
família biológica, e seus discípulos, junto com sua esposa e sogra.

JOÃO 2:13-22 // JESUS PURIFICA O TEMPLO.

13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém.


14 E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas
assentados;
15 tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois,
derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas
16 e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de
negócio.
17 Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá.
18 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas?
19 Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.
20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o
levantarás?
21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.
22 Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera
isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.

- Na literatura joanina, o apóstolo João fala dos judeus se referindo aos líderes religiosos (fariseus,
saduceus, sacerdotes, etc), não como o povo em geral. Muitos usam dos escritos de João para
justificar seu antisemitismo, coisa que João de maneira nenhuma está respaldando.
- Jesus entra no templo, coisa que faz desde pequeno quando foi ensinado por seus pais a
importância do templo para religião judaica.
- Entretanto, ao invés de encontrar pessoas famintas por Deus como bem se lembrava quando
visitou o templo aos 12 anos, encontra os mesmos líderes religiosos promovendo um comércio
corrompido da adoração, fazendo dela acessível apenas aos que tinham condições de adquirir
financeiramente.
- É interessante que Jesus não age impulsivamente explodindo, mas ele gasta tempo fazendo chicote
de cordas, isso levou tempo para Jesus agir de maneira santa e precisa no momento que precisou
corrigir o lugar que deveria ser um lugar puro para habitação de Deus.
- Lembrando que Jesus não bateu em nenhuma pessoa, mas o chicote foi usado para expulsar
unicamente os animais.
- Ao ver essa cena, os discípulos unanimemente se lembraram do cântico de Davi, nominado como
“O lamento do Messias”, e entenderam que esse cântico profetizava sobre aquele momento:

⁹ Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias dos que te ultrajam caem sobre mim.
¹⁰ Chorei, em jejum está a minha alma, e isso mesmo se me tornou em afrontas.
Salmos 69:9,10

- Esse zelo, reconhecido pelos discípulos, é reconhecido como um fogo ardente interno que busca
manter em ordem as coisas do jeito que Deus espera que estejam. E se lembrando do contexto dessa
profecia, Jesus fez isso em lágrimas e provavelmente em jejum.
- O fim disso é mais uma vez eles creram tanto nas Escrituras quanto na própria palavra de Jesus.
Além disso, tiveram sensibilidade de perceber que Jesus fez algo santo, com zelo ardente, devoção a
Deus e lágrimas nos olhos.
- Questionado pela sua ação, Jesus profetiza que ele mesmo destruirá aquele templo já que ele não
está cumprindo o seu propósito. E que através da ressurreição, em apenas 3 dias, ele vai inaugurar
um novo templo, a Igreja, que será o lugar de habitação de Deus para serviço de todas as nações.

JOÃO 2:23-25 // JESUS REALIZA MAIS SINAIS E OUTROS CREEM NO SEU NOME

²³ Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram
no seu nome;
²⁴ mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos.
²⁵ E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem,

- É tão incrível a postura de Jesus que como prova disso, mesmo revoltado e indignado com o
templo, ali mesmo ele faz muitos sinais, obviamente curas e libertações, em favor do povo, a ponto
de uma multidão crer no seu nome, para mostrar qual é a verdadeira missão do lugar de habitação
de Deus.
- Jesus mostra que o templo não estava cumprindo o seu papel, mas o templo do seu corpo sim.
- E por fim, João revela mais um traço da personalidade de Jesus, ele era acessível, mas não dava
confiança para todo mundo, porque conhecia no mesmo nível de Deus as intenções das pessoas.

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CAPÍTULO 3 // LIVRO DOS SINAIS
JOÃO 3:1-15 // NICODEMOS HOSPEDA JESUS

¹ Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
² Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
³ A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus.
⁴ Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar
ao ventre materno e nascer segunda vez?
⁵ Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus.
⁶ O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
⁷ Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
⁸ O vento sopra onde quer, .,ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo
o que é nascido do Espírito.
⁹ Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus:
¹⁰ Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas?
¹¹ Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto;
contudo, não aceitais o nosso testemunho.
¹² Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?
¹³ Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem [que está no
céu].
¹⁴ E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem
seja levantado,
¹⁵ para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.

- Esse foi um encontro secreto, à noite, pois Nicodemos não queria ser visto com Jesus por outros
líderes religiosos durante o dia.
- E para um encontro secreto como esse, apenas um discípulo poderia estar presente – aquele que
era o mais próximo de Jesus como também aquele que o melhor compreendia.
- Nicodemos era um dos principais dos líderes religiosos, algumas traduções vão dizer que ele era o
príncipe dos judeus (lembrando que a linguagem de João trata judeus não como povo, mas comos
os líderes religiosos.
- Nicodemos começa reconhecendo que Jesus não era apenas um grande mestre, pois isso ele
mesmo já era, mas que o motivo dele realizar grandes sinais como prova da verdade dos seus
ensinamentos tinha como base fundamental o fato de Deus estar com ele realizando tais coisas.
- É importante observar que na fala de Nicodemos existe uma aplicação plural do verbo: sabemos. O
que revela que haviam muitos outros líderes religiosos que também reconheciam em secreto Jesus como
alguém enviado por Deus. Líderes religiosos que se converteriam futuramente em Atos. O que eu mesmo
denomino “Avivamento sacerdotal” como avivamento dos sacerdotes do templo.
- Jesus simplesmente não responde a fala introdutória de Nicodemos, e como alguém que tem uma direção
para a conversa, muda bruscamente o rumo do encontro como quem não tem tempo a perder, saindo do
tema “sinais e maravilhas” indo em direção a necessidade de Nicodemos experimentar um novo nascimento.
- Nicodemos necessitava experimentar um nascimento a partir de onde Jesus veio: do alto – nascer do alto, do
Espírito e de novo significam a mesma coisa: um novo nascimento.
- E Nicodemos demonstra enormes dificuldades em entender o que Jesus está falando. Saber muito sobre
Deus não quer dizer ter entendimento e revelação de Deus.
- Como resposta a falta de entendimento de Nicodemos, Jesus responde dizendo que só podia falar e
testemunhar daquilo que ele estava vendo em Deus. O que Jesus falava partia de revelação e intimidade, não
de um discurso vazio.
- Por fim, Jesus provoca Nicodemos dizendo que se mostrava uma pessoa resistente às coisas celestiais.
- Mas sem respeitar a resistência de Nicodemos, Jesus fala algo ainda mais escandaloso: “ninguém subiu ao
céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem [que está no céu]”.
- Jesus revela as duas dimensões da qual ele vivia: a terrena na sua natureza humana e a celestial na sua
natureza divina.
- Jesus diz que ao mesmo tempo ele está na terra ao passo que simultaneamente ele está em nas regiões
celestiais.
- Essa é a consciência de Jesus sobre ele mesmo.
- João revela Jesus como o Homem Celestial, – aquele que é pré-existente. Esta compreensão profunda revela
a alta e elevada cristologia de João.
- Além disso, João se apropria do título Filho do Homem de Daniel 7 para se referir ao Filho do Homem que
vem com as nuvens, ou seja, vem do alto, das regiões celestiais.
- Esse é a natureza do batismo que Jesus oferece: um batismo celestial.
- Jesus fecha esse assunto dizendo que da mesma forma que Moisés ergueu a serpente no deserto para curar
os israelitas, Jesus, o Filho do Homem, o Homem celestial, seria levantado não apenas para curar, mas para
conceder vida eterna.

JOÃO 3:16-21 // A MISSÃO DO HOMEM CELESTIAL

¹⁶ Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
¹⁷ Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele.
¹⁸ Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus.
¹⁹ O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz;
porque as suas obras eram más.
²⁰ Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem
arguidas as suas obras.
²¹ Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque
feitas em Deus.
- João nos estende o banquete da sua compreensão revelando o modus operandi de Deus.
- Deus não dá nada que não seja ele mesmo.
- O Homem Celestial não tem origem em si mesmo, na sua vontade ou na sua humanidade, mas
sim em Deus, nos lugares celestiais.
- A salvação do mundo está nesse homem celestial que foi gerado por Deus.
- Nicodemos aceitando o testemunho do Unigênito, seria gerado pelo Pai para ser um filho celestial
desse Deus.
- Esse convite é estendido a nós também.

JOÃO 3:22-30 // O AMIGO DO NOIVO

²² Depois disto, foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judeia; ali permaneceu com eles
e batizava.
²³ Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas
águas, e para lá concorria o povo e era batizado.
²⁴ Pois João ainda não tinha sido encarcerado.
²⁵ Ora, entre os discípulos de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à
purificação.
²⁶ E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão,
do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao encontro.
²⁷ Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada.
²⁸ Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como
seu precursor.
²⁹ O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija
por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim.
³⁰ Convém que ele cresça e que eu diminua.

- E para continuar essa conversa sobre batismo, João mostra como Jesus estava batizando e que tipo
de controvérsias estavam sendo levantadas acerca disso.
- Os judeus – como João chamava os líderes religiosos – não entendiam os batismos realizados,
provando que a falta de entendimento não era apenas de Nicodemos, mas de todos aqueles líderes.
- Essa falta de compreensão foi tão profunda que foi capaz de inflamar o coração dos discípulos de
João Batista criando uma competição que não teve origem nem em João Batista e muito menos em
Jesus.
- João não era mais discípulo de João Batista nesse momento, mas teve acesso a essa contenda
porque esses mesmos discípulos de João Batista foram um dos primeiros convertidos a comunidade
joanina e agregaram conhecimento histórico do que estava acontecendo no círculo profético de
João enquanto o apóstolo não fazia mais parte dele.
- Assim, os discípulos de João Batista – agora convertidos a Jesus e membros da comunidade
joanina – agregam a herança histórica da comunidade mais um testemunho de João Batista ao
coração da Igreja Joanina.
- João Batista testemunha que Jesus só estava fazendo aquilo porque ele recebeu algo do céu.
- João Batista relembra seu testemunho dizendo “Eu não sou o Cristo” e adiciona mais um aspecto a
sua missão como sendo o precursor do Messias. Expressão esta que revela o caráter de João Batista
como nazireu – todo nazireu é um precursor –, aquele abre caminhos para quem vem atrás.
- João Batista explode em revelação e revela que além de ter tido a visão de um Cordeiro vindo de
Deus, ele tinha visto esse Cordeiro como Noivo do seu povo.
- Quando não entendemos que essa herança veio de João Batista, achamos que ela simplesmente
nasceu do apóstolo João. Entretanto, é João Batista que apresenta Jesus como Noivo a comunidade
joanina.
- João Batista não precisa entrar em uma competição com Jesus porque está plenamente satisfeito
na sua missão e no aparecimento do seu amigo. Esse é o sentido supremo da alegria deste profeta.
- Tudo o que João Batista deseja é que Jesus cresça e ele desapareça.
- Essa é sua alegria como amigo do Noivo.

JOÃO 3:31-36 // O HOMEM CELESTIAL E O ESPÍRITO

³¹ Quem vem das alturas certamente está acima de todos; quem vem da terra é terreno e fala da terra;
quem veio do céu está acima de todos
³² e testifica o que tem visto e ouvido; contudo, ninguém aceita o seu testemunho.
³³ Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez, certifica que Deus é verdadeiro.
³⁴ Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.
³⁵ O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
³⁶ Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho
não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.

- Nessa última perícope, João em absoluta elevação de pensamentos em Jesus, exalta o Homem
Celestial como aquele que está acima de todos, que sua voz está acima de todas, porque Jesus só fala
daquilo que viu e ouviu no seio do Pai.
- Jesus como o Enviado (apostello) de Deus só pode falar as palavras de Deus porque é de sua
natureza divina e humana ser o verbo de Deus.
- Deus amou o mundo que deu o seu Homem Celestial e além disso deu o Espírito por inteiro a
todo aquele que cresse.
- Quem crê no Homem Celestial tem a vida eterna e tem o seu Espírito por inteiro, sem medidas
humanas e sem limitações.

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