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PROCESSO Nº TST-AIRR-1516-91.2016.5.12.

0048

A C Ó R D Ã O
(4.ª Turma)
GMMAC/r5/awf/eo/ri

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. EXECUÇÃO. AÇÃO COLETIVA.
ABRANGÊNCIA DA CONDENAÇÃO.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. LIMITES DA
COISA JULGADA. PRESCRIÇÃO. MULTA PELO
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.
NÃO COMPROVAÇÃO DE VIOLAÇÃO DIRETA DE
PRECEITO DE NATUREZA CONSTITUCIONAL.
Nega-se provimento ao Agravo de
Instrumento em processo de execução,
quando não demonstrada violação
direta de dispositivo de natureza
constitucional. Aplicação do disposto
no artigo 896, § 2.º, da CLT e na
Súmula n.º 266 do TST. Agravo de
Instrumento conhecido e não provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n.º TST-AIRR-1516-
91.2016.5.12.0048, em que é Agravante BANCO BRADESCO S.A. e Agravado
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 12.ª REGIÃO.

R E L A T Ó R I O

Contra o despacho do Regional, que negou


seguimento ao Recurso de Revista em razão de estarem desatendidos os
pressupostos do artigo 896 da CLT, a parte executada interpõe Agravo
de Instrumento.
A parte agravada ofertou contraminuta ao Agravo de
Instrumento e contrarrazões ao Recurso de Revista.
Não houve remessa dos autos à Procuradoria-Geral
do Trabalho.
É o relatório.

V O T O
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ADMISSIBILIDADE

Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade, conheço do Agravo de Instrumento.

MÉRITO

VIOLAÇÃO DIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL – AÇÃO


COLETIVA - ABRANGÊNCIA DA CONDENAÇÃO – COMPETÊNCIA TERRITORIAL –
LIMITES DA COISA JULGADA – PRESCRIÇÃO – MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER
O Regional denegou seguimento ao Recurso de
Revista, pelos seguintes fundamentos:

"DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /


FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO / COISA
JULGADA.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PROCESSO
COLETIVO / AÇÃO CIVIL PÚBLICA / COMPETÊNCIA
TERRITORIAL.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS
PROCESSUAIS / NULIDADE / JULGAMENTO EXTRA/ULTRA/CITRA
PETITA.
Alegação(ões):
- contrariedade à Orientação Jurisprudencial SBDI-II/TST, n.º 130 da
Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do TST.
- violação dos arts. 5.º, II, XXXVI, XXXIII, XXXIV, XXXV, LIV,
LV, 114, da Constituição Federal.
- violação dos arts. 141, 322, 492, 7.º, 9.º, 10, 11, do CPC, 16 da Lei
7347/85, 93 do CDC, 2.º da LACP, 832 da CLT.
- divergência jurisprudencial.
O banco recorrente insurge-se contra a decisão ‘que confirma o
entendimento do Ministério Público do Trabalho quanto a abrangência dos
efeitos da sentença proferida nos autos da Ação Civil Pública movida pela a
6.ª Vara de São Luís, uma vez que afronta a competência territorial e não
existe na sentença a propalada abrangência nacional perseguida, após o
trânsito em julgado pelo autor da demanda.’
Consta do acórdão:

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‘O descumprimento da obrigação de não fazer previsto na


decisão que transitou em julgado em 11-03-2011, nos autos da
ACP n.º 0041600-51.2008.5.16.0016, consistente na proibição
da agravante utilizar empregado no transporte de valores,
exceto aquele que exerça a função de vigilante, ocorreu no
período de novembro/2012 a maio/2013, nos Municípios de
Vitor Meireles e Dona Emma (abrangidos pelo Foro Trabalhista
de Rio do Sul), locais onde, nos autos ação trabalhista n.º
0000179-04.2015.5.12.0048, restou demonstrado que o autor da
referida demanda (Juan Rafael de Oliveira) transportou valores
para abastecimento de caixas eletrônicos e agências bancárias,
sem ser habilitado para tanto, de forma que a competência para
a presente execução é de uma das Varas do Trabalho de Rio do
Sul (local do dano), conforme o disposto no art. 2.º da Lei
7.347/1985.
Em relação aos efeitos da decisão condenatória
proveniente ACP n.º 0041600-51.2008.5.16.0016, a 2.ª Turma
do Tribunal Regional do Trabalho da 16.ª Região, no acórdão
que substituiu a sentença (CPC, art. 1008), expressamente
afastou a tese recursal do Banco Bradesco quanto a restrição à
Capital do Estado do Maranhão, reconhecendo a extensão
nacional do comando decisório, conforme o trecho do acórdão a
seguir transcrito (ID. 8310d32 - págs. 17-18):
Por fim, o pedido de restrição dos efeitos da coisa julgada
à Capital do Estado do Maranhão, também não tem razão de ser.
O artigo 16 da Lei n.º 7.347/85, com a redação dada pela
Lei n.º 9.494/97, trata da amplitude subjetiva da coisa julgada
produzida na ação civil pública, isto é, a quem afeta a decisão
nela proferida, devendo ser interpretado, pois, na sua amplitude
lógica e sistemática, levando em conta estar-se diante de tutela
de interesses transindividuais dos trabalhadores.
Dessarte, desvia-se da lógica do razoável conceber que a
coisa julgada estaria limitada à base territorial, porque isso
significaria que o Ministério Público do Trabalho haveria de
intentar uma ação em cada Vara do Trabalho com o mesmo
objetivo, o que afiguraria um desvirtuamento da própria
finalidade da natureza da ação coletiva, além de possibilitar
virtuais decisões discrepantes.
Ademais, quando estão em discussão direitos coletivos, os
efeitos da coisa julgada hão de ser erga omnes e ultra partes,
limitadamente ao grupo, categoria ou classe; pouco importando
que os danos ocorridos sejam locais, regionais ou nacionais.
Isso por disposição expressa do art. 103, I e II, da Lei 8078/909,
cujas regras constantes do Título III são aplicáveis à espécie,
por força do que prescreve o art. 21 da Lei de Ação Civil
Pública.
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E outro não poderia ser o entendimento quanto ao tema,


tanto que a SDI-2 do TST editou a OJ 130-II justamente por
vislumbrar a necessidade de apreciar, numa só demanda e
perante um único juízo, as lesões transindividuais a direitos
obreiros.
Afasta-se, portanto, a alegação de violação do artigo 16
da Lei n.º 7347/85, com a alteração promovida pela Lei n.º
9494/97, segundo ao qual se preceitua que a sentença civil fará
coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, afigurando-se razoável a interpretação
conferida aos termos do artigo, tendo em vista que os efeitos da
decisão proferida em favor de determinado grupo deve atingi-lo
como um todo, dada a indivisibilidade do direito.’

Nos termos do art. 896, § 2.º, da CLT e da Súmula n.º 266 do Tribunal
Superior do Trabalho somente caberá Recurso de Revista em processo de
execução, por ofensa direta e literal a norma da Constituição Federal.
A afronta a dispositivo da Constituição Federal, autorizadora do
conhecimento do Recurso de Revista, é aquela que se verifica de forma
direta e literal, nos termos do artigo 896, alínea ‘c’, da Consolidação das
Leis do Trabalho, sendo indispensável, portanto, que trate especificamente
da matéria discutida.
Nesse passo, não socorre o Recorrente a invocação de preceitos
genéricos, que nada dispõem sobre tema em discussão.
Saliento, com efeito, que confunde o Recorrente a interpretação do
comando judicial com a sua transgressão, hipótese que impossibilita a
promoção da revista.

DIREITO CIVIL / FATOS JURÍDICOS / PRESCRIÇÃO E


DECADÊNCIA.
Alegação(ões):
- contrariedade à Súmula 150 da STF.
- violação do art.206 do CC.
Consta do acórdão:
‘O agravante ainda busca o pronunciamento da
prescrição, quer bienal intercorrente (Súmula n.º 150 do STF)
ou trienal (Código Civil, art. 206, § 3.º, inc. V), argumentando
que entre a data do trânsito em julgado da decisão proferida na
ACP n.º 0041600-51.2008.5.16.0016 (11-03-2011) e o
ajuizamento da ação trabalhista individual n.º 0000179-
04.2015.5.12.0048 (28-01-2015), decorreram mais de três anos,
ou mesmo quinquenal levando-se em consideração a data da
distribuição da presente execução (12-12-2016).
A pretensão não merece acolhida.
O entendimento consolidado tanto do STJ quanto o TST é
no sentido que o prazo para ajuizamento da ação civil pública,
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na falta de previsão legal específica, é de cinco anos, aplicando-


se por analogia os termos do art. 21 da Lei 4.717/67 (Lei da
Ação Popular).
O STF, por sua vez, por meio da Súmula n.º 150, firmou o
entendimento que ‘prescreve a execução no mesmo prazo de
prescrição da ação’. O entendimento segundo o qual, no
processo comum, a prescrição da execução observa o mesmo
prazo do ajuizamento da ação, leva em conta que à parte cabe a
iniciativa tanto do ajuizamento da ação quanto da execução do
título judicial daí proveniente.
Ocorre que no processo do trabalho a execução pode ser
promovida de ofício pelo Juiz (CLT, art. 878), o que levou o
TST a editar a Súmula n.º 114, segundo o qual ‘é inaplicável na
Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente’. No mesmo
sentido é a Súmula n.º 25 deste Regional: ‘A execução
trabalhista pode ser impulsionada ex officio, sendo inaplicável a
prescrição intercorrente’.
Ainda levando em consideração que a fixação do marco
prescricional (quinquenal), leva em conta a ciência da lesão
(actio nata), na hipótese dos autos, o início do cômputo do
quinquênio coincide com a dada do ofício encaminhado pela
Vara de Trabalho de origem ao Ministério Público do Trabalho
(08-03-2016), informado o descumprimento da obrigação de
não fazer previsto nas decisões (transitadas em julgado)
proferidas nos autos da ACP n.º 0041600-51.2008.5.16.0016,
consistente na proibição da agravante utilizar empregado no
transporte de valores, exceto aquele que exerça a função de
vigilante, cujo dano restou demonstrado nos autos ação
trabalhista n.º 0000179-04.2015.5.12.0048.
Desse modo, como a presente execução foi ajuizada em
12-12-2016, não há prescrição a ser pronunciada.’

Nos termos do art. 896, § 2.º, da CLT e da Súmula n.º 266 do Tribunal
Superior do Trabalho somente caberá Recurso de Revista em processo de
execução, por ofensa direta e literal a norma da Constituição Federal.
Por conseguinte, pelo prisma da restrição acima referida, a violação
do dispositivo legal e verbete sumular apontados não enseja o recebimento
do Recurso de Revista interposto.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS


PROCESSUAIS / NULIDADE / CERCEAMENTO DE DEFESA.
Análise prejudicada. A análise do recurso quanto ao tema mostra-se,
de plano, prejudicada, tendo em vista que a parte não atendeu ao comando
previsto no item I do § 1.º-A do art. 896 da CLT (Lei n.º 13.015, de 21 de
julho de 2014), que prevê:
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‘§ 1.º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:


I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia
o prequestionamento da controvérsia objeto do Recurso de
Revista.’

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /


LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO / MULTA
COMINATÓRIA/ASTREINTES.
Alegação(ões):
- contrariedade à Orientação Jurisprudencial SBDI-I/TST, n.º 54 da
Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do TST.
- violação dos arts.537, §1.º, 412 do CPC
- divergência jurisprudencial.
Insurge-se contra a execução das astreintes, bem como quanto ao
valor, que entende exorbitante.
Quanto à multa, a insurgência encontra-se desfundamentada,
porquanto a parte recorrente não se reporta aos pressupostos específicos do
Recurso de Revista, nos termos do art. 896 da Consolidação das Leis do
Trabalho.
E, quanto ao valor da multa, também não há como dar seguimento ao
recurso, uma vez somente caberá Recurso de Revista em processo de
execução, por ofensa direta e literal a norma da Constituição Federal.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista."

A parte agravante sustenta que, ao contrário do


consignado na decisão denegatória, ficaram configuradas as hipóteses
previstas no artigo 896 da CLT, que autorizam o processamento do seu
Recurso de Revista.
Entretanto, os argumentos expendidos no Agravo de
Instrumento não demonstram nenhuma incorreção no despacho atacado.
Pontuo que foram supridos os requisitos da Lei n.º
13.015/2014, pois houve transcrição dos trechos da decisão recorrida
contra os quais se insurgiu o Recorrente, e foram indicadas as
violações que se pretendeu comprovar. No entanto, quanto à alegação
de cerceio de defesa, como corretamente consignado na decisão
agravada, não houve transcrição do trecho a ser confrontado, devendo
ser mantido o teor do despacho agravado quanto a este tema, tendo em
vista o desrespeito ao disposto no artigo 896, § 1.º-A, I, da CLT.

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Ademais, importa registrar que, em se tratando de


execução de sentença, determina o § 2.º do art. 896 da CLT que o
Recurso de Revista somente será processado na hipótese de ofensa
direta e literal a norma da Constituição Federal. Nesse mesmo
sentido, a Súmula n.º 266 desta Corte. Consoante as lições de Sérgio
Pinto Martins, analisando o preceito legal acima invocado: "Não
basta violação indireta ou reflexa, mas de dispositivo da Lei Magna
que estiver sendo aplicado na execução [...]. A violação será,
portanto, apenas da Constituição e não da lei federal, pois do
contrário implicaria o exame de matéria já discutida no processo de
conhecimento" (in Comentários à CLT. 2.ª edição. São Paulo: Ed.
Atlas, 1999, págs. 872/873).
Assim, a alegação de violação dos dispositivos
legais indicados nas razões recursais, ou mesmo de divergência
jurisprudencial, não enseja o processamento da Revista.
Não foi demonstrada nenhuma ofensa aos artigos da
Constituição Federal, já que a matéria debatida nos autos diz
respeito à interpretação dada a normas de natureza
infraconstitucional, o que não permite a caracterização de violação
direta dos dispositivos constitucionais apontados, em especial se
considerado o entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da
possibilidade de afronta ao Texto Constitucional no âmbito
trabalhista, in verbis:

"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA E
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO. 1. Alegada
contrariedade aos princípios constitucionais da legalidade, do contraditório,
da ampla defesa, do devido processo legal, do ato jurídico perfeito e da
inafastabilidade da prestação jurisdicional. Necessidade de análise de
normas infraconstitucionais: ofensa constitucional indireta. Precedentes. 2.
Agravo regimental ao qual se nega provimento." (ARE 681643 AgR / AL -
ALAGOAS - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO; Relatora: Ministra Cármen Lúcia; Julgamento: 26/6/2012
Órgão Julgador: Primeira Turma; Publicação DJe-160 DIVULG 14/8/2012
PUBLIC 15/8/2012.)

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Quanto à alegada violação da coisa julgada, cumpre


observar que a decisão do Regional sobre a competência territorial,
que diz respeito à extensão nacional do comando decisório, decorre
da interpretação dada ao título executivo, portanto, se não ficou
demonstrado nenhum desacerto na referida interpretação, não se pode
ter como violado o princípio da coisa julgada. Assim, é cabível a
aplicação analógica da Orientação Jurisprudencial n.º 123 da SBDI-2
do TST, que dispõe a respeito da matéria, in verbis:

"AÇÃO RESCISÓRIA. INTERPRETAÇÃO DO SENTIDO E


ALCANCE DO TÍTULO EXECUTIVO. COISA JULGADA.
IMPERTINÊNCIA DO ART. 485, IV, DO CPC. DESCARACTERIZADA
A OFENSA AO ART. 5.º, XXXVI, DA CF/1988. O acolhimento da ação
rescisória calcada em ofensa à coisa julgada supõe dissonância patente
entre as decisões exequenda e rescindenda, o que não se verifica quando se
faz necessária a interpretação do título executivo judicial para se concluir
pela lesão à coisa julgada."

Note-se, ademais, que a insurgência acerca da


prescrição e da aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação
de fazer está fundamentada na análise da legislação
infraconstitucional, não havendo indicação expressa de violação
constitucional.
Assim, apesar do inconformismo da Recorrente, uma
vez não demonstrada violação direta de dispositivo constitucional,
há de se negar provimento ao Agravo, por força do disposto no artigo
896, § 2.º, da CLT e na Súmula n.º 266 do TST.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Quarta Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do Agravo de
Instrumento e, no mérito, negar-lhe provimento.
Brasília, 30 de maio de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


MARIA DE ASSIS CALSING
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