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Estado do Rio de Janeiro

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELFORD ROXO


GABINETE DA PREFEITA

LEI Nº 1042 DE 29 DE ABRIL DE 2005.

“Fica instituído o Serviço de Transporte Complementar de


Passageiros por veículos tipo Kombi e Van no Município
de Belford Roxo”.

Autora: Prefeita Municipal

A CÂMARA MUNICIPAL DE BELFORD ROXO, por seus


representantes legais decreta e eu sanciono a presente,

LEI:

Art. 1º. Fica instituído o Serviço de Transporte Complementar de


Passageiros por veículos tipo Kombi e Van no Município de Belford Roxo, a ser
prestado exclusivamente por pessoa física aglutinadas em cooperativas,
constituídas na forma da legislação aplicável a mais de 03 (três) anos,
registradas no município de Belford Roxo mediante delegação do poder
executivo, sob o regime de permissão.

§1º As pessoas físicas que se enquadram no artigo 1º da presente lei e que


estejam presentemente operando a referida categoria de transporte, no município
de Belford Roxo, devem cadastrar-se e a seus veículos junto ao referido órgão.

§2º Os requisitos básicos, prazos e os documentos necessários para a


habilitação e o registro daqueles que se proponham a prestar a referida categoria
de serviço, serão publicados no órgão de divulgação oficial.

§3º Os permissionários deverão estar organizados em cooperativas, para


tanto será exigida a apresentação dos atos constitutivos, excetuando o operador
já inscrito no Município na categoria mencionada, na data da publicação da
presente lei.

Art. 2º. O serviço de transporte complementar de passageiros do município


de Belford Roxo terá caráter contínuo e permanente sob o regime de permissão a
pessoa física aglutinada em cooperativas conforme artigo primeiro estando
condicionado a um trajeto previamente determinado pelo poder público.

Parágrafo Único. Define-se como transporte complementar de passageiros,


o transporte através de veículos de baixa capacidade tipo Kombi e van de 09
(nove) a 16 (dezesseis) lugares e reger-se-á por esta lei, pelas normas
complementares editadas pelo poder executivo e pelo edital de outorga de
permissão, sem prejuízo das demais leis federais, estaduais e municipais
aplicáveis:

a) aqueles cujos itinerários das linhas não ultrapassem a 80% (oitenta


por cento) no todo ou em parte dos serviços convencionais;
b) aqueles cujos pontos de parada para embarque e desembarque dos
passageiros não sejam os mesmos do serviço convencional;
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c) aqueles cujos serviços prestados por veículos de características


diversas do sistema convencional.
d) aqueles definidos em lei como de prestação do respectivo serviço
público.

Art. 3º. O serviço de transporte complementar regulamentado pela presente


lei se outorga sob o regime de permissão concedida pelo poder executivo,
através de licitação, para as linhas definidas em lei, desde que seja o
permissionário integrante de cooperativas de serviços de transporte de
passageiros e bens, a pelo menos três anos.

Art. 4º. As permissões previstas neste artigo serão delegadas pelo prazo de
10 (dez) anos aos seus permissionários, permitida a renovação por igual período
a critério do poder concedente.

§1º. Vencido o prazo da delegação, o poder concedente deverá avaliar a


necessidade de manutenção do serviço complementar, realizando licitações nos
casos de interesse do Município, podendo, ainda, decidir sobre a criação de novo
serviço de transporte convencional, quando a demanda de passageiros indicar a
necessidade deste tipo de transporte.

§2º. Será sempre exigida a licitação pública para linhas novas ou linhas
vagas e o preenchimento deverá se efetivar até a data de 06 (seis) meses após a
sua vacância.

§3º. O termo de permissão conterá as cláusulas essenciais, de acordo com


as exigências da legislação pertinente e dos termos do edital.

Art. 5º. A delegação de que trata o artigo 4º será deferida, exclusivamente, à


pessoa física aglutinada em cooperativa, proprietária de um único veículo a ser
registrado para a operação do serviço, sendo vedada em qualquer hipótese sua
outorga para pessoa jurídica e a proprietário de mais de um veículo.

Art. 6º. Os permissionários deverão apresentar declaração de que possuem


como única fonte de renda o transporte complementar.

§1º. Será admitido o cadastramento de um único veículo para cada


permissão outorgada, sendo permitida a sua substituição, mesmo antes de
vencido o limite de sua vida útil, desde que por veículo de tempo de uso inferior
àquele que for substituído.

§2º. Considera-se vida útil o prazo de 5(cinco) anos a contar do ano de


fabricação, comprovado pela inscrição no Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículo. Não poderão ser utilizados veículos acima do limite de
vida útil no transporte complementar.

§3º. Somente poderão integrar o sistema de transporte complementar de


passageiros os veículos que estejam licenciados no DETRAN-RJ como de
aluguel no Município de Belford Roxo.
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§4º. Os permissionários poderão explorar apenas uma linha e possuir um


único veículo destinado ao transporte complementar..

Art. 7º. A exploração do serviço complementar municipal de passageiros


será realizado em caráter contínuo e permanente e toda e qualquer despesa dela
decorrente correrá por conta do permissionário e/ou cooperativa, inclusive as
relativas a impostos, contribuição, taxas, pessoal, manutenção, exploração,
encargos sociais, trabalhistas e previdenciários.

Art. 8º. O poder municipal concedente definirá nas áreas atendidas pelo
serviço complementar, os locais para implantação dos terminais de embarque e
desembarque de passageiros considerando sempre o melhor acesso ao usuário.
A construção e a manutenção dos terminais correrá a cargo das cooperativas a
que estejam vinculados os permissionários que operem nas linhas servidas pelos
respectivos terminais.

Art. 9º. Somente poderão se habilitar à operação do serviço complementar,


definido neste Regulamento, os permissionários que atendam as seguintes
condições:

I – ser portador da Carteira Nacional de Habilitação, na categoria “D”;


II – ser motorista profissional autônomo ou cooperativado;
III – possuir certificado de direção defensiva, relações humanas e primeiros
socorros;
IV – ser membro de cooperativa legalmente constituída de acordo com as
disposições da Lei Federal nº 5764 de 16 de dezembro de 1971, e, cujos atos
constitutivos estejam devidamente arquivados na JUCERJA, conste como
objetivo principal à atividade de transporte de passageiros ou atenda os
requisitos da legislação aplicável ao serviço;
V – estar em dia com suas obrigações militares e eleitorais;
VI – estar em dia com suas obrigações associativas;
VII – não ser titular de autorização, permissão ou concessão de qualquer
outro serviço público, inclusive o de transporte;
VIII – não apresentar qualquer situação impeditiva prevista no Código de
Transito Brasileiro para a habilitação de motoristas autorizados ao transporte
coletivo de passageiros ou cometer qualquer ato que impõe a perda desta
condição;
IX – estar inscrito no cadastro municipal como prestador de serviços,
apresentando certidão de regularidade fiscal;
X – ser morador de Belford Roxo a pelo menos 2 (dois) anos;
XI – atender a programação visual básica a ser definida pelo Município.

Art. 10. A permissão não concede ao permissionário o direito de manter


motorista(s) auxiliar(es) para a condução do veículo, sendo obrigatória a
condução pelo permissionário, sob pena de perda da permissão.

Art. 11. Não se autorizará a transferência intervivos do direito de permissão


para a exploração de transporte complementar municipal. No caso de falecimento
do titular da permissão, será concedida a transferência do referido direito ao
herdeiro necessário que, mediante concordância expressa de todos os demais
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herdeiros, possua as condições necessárias para a outorga da permissão


conforme o artigo anterior.

Parágrafo Único. Inexistindo herdeiro necessário que preencha as


condições estabelecidas no caput deste artigo, a permissão será cancelada.

Art. 12. Serão habilitados para a operação dos serviços de transporte


complementar municipal, veículos tipo Kombi e van, com capacidade mínima para
09 (nove) e máxima de 16 (dezesseis) passageiros, incluído o motorista;
licenciadas no DETRAN-RJ como de aluguel no Município de Belford Roxo,
dotadas no mínimo de 03 (três) portas.

Art. 13. O poder concedente autorizará a utilização de espaços externos


dos veículos para a exploração de publicidade, observadas as disposições no
CTB e resoluções do COTRAN, devendo para tanto o permissionário recolher os
impostos devidos pela exploração de propaganda conforme legislação municipal.

Parágrafo Único. A propaganda somente poderá ser afixada no veículo


após aprovação do processo de autorização da permissão.

Art. 14. O poder concedente municipal editará normas complementares,


determinando a padronização de cor, número de registro e outras características
específicas para a habilitação dos veículos, sempre visando um alto padrão de
conforto, higiene, serviço e segurança para os usuários e operadores.

Art. 15. O veículo licenciado deverá estar equipado com extintor de incêndio
compatível com a sua capacidade, cintos e itens de segurança, em estrita
observância às exigências e normas do Código Brasileiro de Trânsito e do
CONTRAN.

Art. 16. Só poderá se habilitar na licitação para a operação dos serviços de


transporte complementar o cidadão, cujo veículo tenha recebido o selo de
autorização emitido pelo poder concedente municipal, o qual será fixado em local
visível do veículo.

Art. 17. Fica expressamente vedado o transporte complementar municipal


de passageiros por veículo ou motorista não licenciados pelo poder concedente
para tal fim, devendo o poder concedente adotar todas as medidas e
providências para a retenção do veículo, e aplicar as sanções respectivas ao
condutor infrator.

Art. 18. O veículo do permissionário só receberá o selo de autorização para


a operação do serviço, após o devido enquadramento na presente lei.

§ 1º. O selo de autorização terá validade de 6(seis) meses e somente será


concedido após aprovação do veículo em vistoria e apresentação de
documentação do veículo, além das obrigações de taxas ou tributos que venham
a ser instituídas pelo poder municipal, para a cobertura das despesas de selo e
vistoria.
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§ 2º. Os veículos passarão por vistorias a cada 6 (seis) meses, realizadas


pelo município de Belford Roxo, que emitirá o selo de autorização, a ser fixado
em local visível para os usuários e para fiscalização, no vidro dianteiro do
veículo.

§ 3º. O local de vistoria será indicado pelo poder concedente municipal, em


data previamente estabelecida, onde o permissionário deverá comparecer
pessoalmente, com os documentos exigidos na presente lei, no original e em
fotocópias, que serão arquivadas na repartição competente.

§ 4º. Para aprovação da vistoria, os permissionários deverão apresentar os


seguintes documentos, pessoais e do veículo:

I – Carteira Nacional de Habilitação, na categoria “D”;


II – documento de Propriedade do veiculo emitido em nome do
permissionário ou alienado, neste caso o financiamento deverá ser em nome do
permissionário;
III – comprovante de vistoria do DETRAN-RJ, inclusive quanto a alterações
das condições de fábrica operadas no veículo;
IV – comprovante de quitação do pagamento do IPVA do veículo, referente
ao ano da vistoria;
V – comprovante de quitação do seguro obrigatório do veículo referente ao
ano da vistoria;
VI – comprovante de nada consta de multas referente ao veículo e ao
permissionário;
VII – certidão do DETRAN de pontuação de multa atualizada, bem como
prova de que o permissionário não recebeu pontuação de multas acima daquela
permitida para a direção de veículo (20 pontos);
VIII – certidões da não existência de processo ou condenação criminal que
envolva a ocorrência de crime por parte do permissionário e que impeça o
exercício da profissão de motorista de transporte coletivo de passageiros, nos
termos do Código de Trânsito Brasileiro;
IX – seguro de Responsabilidade Civil Facultativo, com cláusulas de
proteção de bens materiais e pessoais de terceiros e passageiros com cobertura
de, no mínimo, 28.000 UFIR’ s (vinte e oito mil ufir’s), por passageiro, de acordo
com a capacidade total do veículo;
X – comprovante do pagamento dos tributos municipais referentes à
propaganda, acaso veiculadas no veículo;
XI – certidão de regularidade com as Fazendas Municipal, Estadual, Federal
e com o INSS;
XII – prova que não responde a processo por indenização por danos na
esfera civil Federal e Estadual;
XIII – comprovante do pagamento de taxa de vistoria anual no valor
equivalente a 2.000 (duas mil) UFIR’s.

§1º. Não será concedido selo de autorização a veículos que, na data da


vistoria, tenham ultrapassado o limite de idade fixada nesta lei como de vida útil
do veículo e/ou não atendam a um dos requisitos descritos nos incisos deste
artigo.
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§2º. Não será admitida a vistoria parcial do veículo, ficando o Poder


Público obrigado a proceder nova vistoria de todos os itens, no caso de
irregularidade que não possa ser sanada imediatamente, ficando o
permissionário responsável pelos custos e taxas respectivas na forma integral.

Art. 19. O permissionário poderá interpor recurso, com efeito suspensivo, no


prazo de 15 (quinze) dias, contra punição de suspensão, revogação ou cassação
de permissão, até que seja julgado o mérito da mencionada punição, o qual
deverá ocorrer em no máximo 90(noventa) dias.

Art. 20. O permissionário não poderá transportar no veículo substâncias


inflamáveis ou consideradas ilegais, na forma da legislação civil, de trânsito e
criminal em vigor, estendendo-se a proibição ao passageiro.

§ 1º. O permissionário, ao verificar a ocorrência de qualquer destas


situações, deverá interromper imediatamente a viagem até a retirada do
passageiro e, se for o caso, solicitar o auxílio policial para garantir a segurança
dos demais usuários e a tranqüilidade da viagem.

§ 2º. O permissionário que, ciente de qualquer das situações acima,


continua viagem responde solidariamente com o infrator pelos danos
eventualmente causados aos demais passageiros e a terceiros, além de
caracterizar tal ato falta grave, sujeito às punições previstas nesta lei e demais
normas reguladoras a serem editadas.

§ 3º. É vedado o trabalho noturno ao colaborador com idade inferior a 18


(dezoito) anos, observado o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal.

Art. 21. É vedado ao permissionário oferecer em garantia para quaisquer


fins os direitos de sua permissão.

Art. 22. Ao usuário do transporte de passageiros complementar é


assegurado:

I – o registro de ocorrência ou sugestão relativa à prestação do serviço, em


livro próprio destinado para este fim específico, nos terminais de embarque;
II – prioridade na fila de embarque quando gestante, idoso ou deficiente
visual, portador de doenças crônicas, deficientes físicos e mentais e estudantes.

Art. 23. Fica assegurada a gratuidade nos serviços complementar de


transporte de passageiros no município de Belford Roxo para idosos, portadores
de doenças crônicas, deficientes físicos e mentais e estudantes.

Parágrafo único. Salvo disposição legal que obrigue a concessão de maior


número de gratuidades, os veículos de até 08 (oito) passageiros a 16 (dezesseis)
passageiros deverão dispor de 01 (um) lugar para as gratuidades.

Art. 24. As infrações aos dispositivos desta lei e de normas suplementares a


serem estabelecidas pelo poder concedente estão sujeitos às seguintes
penalidades:
I – advertência por escrito;
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II – participação em cursos de reciclagem determinados pelo DETRAN-RJ;


III – lacre do veículo;
IV – suspensão da permissão pelo período de 30 dias;
V – cassação da permissão.

Art. 25. A aplicação de quaisquer das punições previstas no caput deste


artigo não impede a aplicação concomitantemente de multa pelo poder
concedente.

§ 1º. Sempre que verificada a reincidência na prática da infração, no prazo


de 12 (doze) meses, o poder municipal aplicará a punição superior àquela
prevista ou já aplicada no caso de anterior reincidência.

§ 2º. O permissionário punido com a cassação de sua permissão, ficará


impedido, pelo prazo de 05 (cinco) anos, de receber nova permissão.

Art. 26. O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de


90(noventa) dias da publicação.

Art. 27. Esta lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação
e revogando as disposições em contrário, em especial a Lei nº 1022 de 29 de
novembro de 2004.

Belford Roxo, 29 de abril de 2005.

Maria Lucia Netto dos Santos


Prefeita

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