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Apostila de Administração Financeira e Orçamentária I PDF
Apostila de Administração Financeira e Orçamentária I PDF
Administração
Financeira e
Orçamentária I
Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente
todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no
estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de
financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de
captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas
podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características.
Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica
num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável.
Gasto: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa num determinado período.
Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 para pagamento daqui a 28 dias.
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Desembolso: é o valor devidamente pago pelos insumos adquiridos pela empresa num
determinado período.
Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 e realizei o pagamento no ato da
compra.
Custo: é o valor dos insumos (matéria-prima) consumidos pela empresa com a fabricação
do bem ou serviço proposto.
Ex.: Uma indústria automobilística adquiriu aço, tinta, borracha, vidros etc.
Investimento: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período,
mas que poderão ser empregados em períodos futuros. Ex.: Máquinas, carros, terrenos
etc.
Exemplos de Gastos:
Compra de matéria prima para pagamento daqui a 60 dias – Custo sem desembolso.
Compra de embalagens para pagamento à vista – Custo com desembolso.
Compra de um terreno em nome da empresa – Investimento.
Pagamento à vista de crachás para os funcionários de uma metalúrgica - Despesa com
desembolso.
Uma indústria de pneus adquiriu para pagamento em 28 dias uma assinatura de revista –
Despesa sem desembolso.
Liquidez: Um investimento líquido é aquele que é de fácil vendagem, fácil solvência, isto
é, pode ser rapidamente trocado por moeda.
EXEMPLOS DE INVESTIMENTOS
Poupança: alta liquidez, baixa rentabilidade, média segurança.
Ações: alta liquidez, alta rentabilidade, baixa segurança. (pode variar de acordo com o
mercado).
Imóveis: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança. (pode variar de acordo com a
localização).
Carro: alta liquidez, baixa rentabilidade, baixa segurança.
Máquinas e Equipamentos: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
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O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. Pode-se
definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a política e a
instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um conjunto de instituições
financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores, e investidores.
Segundo Nyama e Gomes (2006, p. 1-3) ―até 1964, O Sistema Financeiro Nacional
(SFN) carecia de uma estrutura adequada a necessidades e carência da sociedade. A
partir de então, foi editada uma série de leis que possibilitaram esse reordenamento:
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De acordo ainda com Niyama e Gomes (2006) a estrutura do SFN é decorrente desse
conjunto de instrumentos legais, inspirada no modelo de especialização de instituições
existente nos Estados Unidos, sendo cada seguimento identificado de acordo com o
objetivo das destinações dos recursos captados:
Crédito de curto e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa Econômica
Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira comercial;
Crédito de médio e longo prazo: Bancos de Investimentos, Bancos de
Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos com carteira de
investimentos e Desenvolvimentos;
Niyama e Gomes (2006) destaca, ainda, que outras entidades, caracterizadas como
detentoras de volume significativo de recursos do público em geral ou especializadas em
determinados segmentos, têm tido representatividade crescente no âmbito do SFN,
apesar de não participarem diretamente do processo clássico de intermediação financeira
ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, quais sejam:
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Seguradoras;
Companhias de capitalização;
Entidades fechadas e abertas de previdências privada;
Empresas de factoring;
Consórcios;
Companhias hipotecárias;
Agência de fomento e de desenvolvimento;
Sociedade de crédito ao microempreendedor;
Bancos de câmbio.
ÓRGÃOS NORMATIVOS
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É integrado por oito conselheiros, designados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos
de dois anos, podendo ser reconduzidos uma vez, observada a seguinte composição:
Dois representantes do Ministério da Fazenda
Um representante do Banco Central do Brasil
Um representante da CVM
Quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais,
por elas indicados em lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda
Além desses, o CRSFN conta com um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo
Procurador Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância
das leis, decretos, regulamentos e demais atos normativos.
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CMN;
Efetuar como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais;
Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições financeiras
estrangeiras e internacionais;
Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre
empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação a
modalidades ou processos operacionais que utilizem.
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Acrescentamos a lei 11.638 de 2007 que fez alterações na Lei 6.404 de 1976. No entanto,
as instituições financeiras bancárias caracterizam pelo fato de terem a capacidade de
criação de moeda.
Bancos comerciais
Lembrete: Não devemos fazer confusão com emissão, criação e fabricação da moeda.
Quem emite é o Banco Central, quem cria são os bancos comerciais e quem fabrica as
cédulas e cunha as moedas metálicas é a Casa da Moeda.
Cooperativas de crédito
Constituídas sob a forma de sociedade de pessoas de natureza civil, que se classifica em:
Singulares: mínimo de 20 (vinte) cooperados;
Cooperativas centrais ou federações de cooperativas: formadas por, no mínimo 3
(três) cooperativas singulares;
Confederação de cooperativas: formadas por, no mínimo, 3 (três) cooperativas
contrais.
Quanto ao objetivo ou natureza das atividades desenvolvidas, podem ser dos seguintes
tipos; de economia e crédito mútuo; Luzzati ou popular; de crédito rural.
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Mishkin (2000) relata que embora os bancos possam ser as instituições financeiras com
as quais lidamos mais frequentemente, não são as únicas com as quais temos contato.
Suponha que você obtenha um seguro de uma seguradora, consiga um empréstimo de
uma financeira para adquirir um carro novo, ou compre ação ordinária com ajuda de um
corretor. Em cada uma dessas transações, você está lidando com uma instituição
financeira não bancária também desempenham um papel importante na canalização de
recursos de emprestadores (poupadores) para tomadores (gastadores).
Bancos de investimentos
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de
recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles
administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e
capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624, de 1999).
*O lease back (leasing de retorno) é uma operação em que a empresa vende um bem de
sua propriedade para o banco, que por sua vez o arrenda ao próprio cliente, permitindo
assim liberação de recursos para outros investimentos. Empresa interessada em liberar
capital de giro ou que tenham importado bens por conta própria e deseja arrendá-lo.
Bancos de desenvolvimentos
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do
Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente,
em sua denominação social, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome
do Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de 1976).
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Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social
deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”.
Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio
(Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários (Resolução CMN 3454,
de 2007).
As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de
21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operações
passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas
hipotecárias e depósitos interfinanceiros.
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Bancos múltiplos
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de
sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à
vista. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN
2.099, de 1994).
Bolsa de valores
As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas necessários para a
realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma
transparente. Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos
títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus
intermediários, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre
os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às
aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo,
representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de valores que se pode
viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do
grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio,
poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.
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Distribuidoras
Agentes especiais
Segundo Fortuna (1995) o Banco do Brasil é um banco comercial que opera na prática
como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal executor da política
oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto. Algumas funções que não são
próprias de um banco comercial, como o Departamento de Comércio Exterior (DECEX)
que desempenha funções nitidamente governamentais; a Câmara de Compensação de
Cheques e Outros Papéis; a execução de serviços ligados ao orçamento geral da União;
a execução do serviço da dívida pública consolidada, a aquisição de estoques de
produção exportável e a execução de política de preços mínimos dos produtos
agropecuários.
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Banco da Amazônia
Criada em 1861, a CAIXA é um agente das políticas públicas do governo federal. Atende
não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes
por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de programas
sociais e apostadores das Loterias.
Fontes: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Principal/gerados/o_banco.asp
Fonte: http://www.bancoamazonia.com.br/
Fonte: http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp
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***Acordo de Capital de Basileia (cidade Suíça) II, também conhecido como Basileia II, foi
um acordo assinado no âmbito do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia em 2004
para substituir o acordo de Basileia I. O Basileia II fixa-se em três pilares e 29 princípios
básicos sobre contabilidade e supervisão bancária.
PILAR 1:
Fortalecimento da estrutura de capitais das Instituições Financeiras;
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O resultado do Banco, inclusive pela responsabilidade que lhe cabe sobre recursos de
terceiros que lhe foram confiados, exige total zelo por sua segurança e rentabilidade, o
que depende fundamentalmente de um processo eficaz de gerenciamento de riscos,
controles internos e análises conjunturais.
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CAPITAL DE GIRO
O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos
aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo
operacional. Como o próprio nome dá a entender, o capital de giro fica girando dentro da
empresa e, a cada vez que sofre transformação em seu estado patrimonial, produz reflexo
na contabilidade. Até se transformar finalmente (novamente) em dinheiro, o valor inicial do
capital de giro vai sofrendo acréscimo a cada transformação, de modo que, quando o
capital retornar ao “estado de dinheiro”, ao completar o ciclo operacional, deverá estar
maior do que o valor inicial. (HOJI, 2012).
AC > PC AC < PC AC = PC
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO
AC PC AC PC AC PC
CCL CCL
PÑC AÑC AÑC PÑC
AÑC PÑC
CCL POSITIVO CCL NEGATIVO CCL NULO
Exemplo:
ANO AC - PC = CCL
2010 1.000 - 800 = 200
2011 1.100 - 700 = 400
2012 1.000 - 1.100 = - 100
Através do cálculo, observa-se que durante os exercícios 2010 e 2011, a empresa possui
recursos disponíveis após saldar seus compromissos de curto prazo, em contrapartida no
exercício 2012 a empresa apresenta uma incapacidade de pagar suas contas.
Exercício
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ANO AC - PC = CCL
2010 10.000 - 10.500 =
2011 12.100 - 12.000 =
2012 14.000 - 13.100 =
CICLO ECONÔMICO
CICLO OPERACIONAL
O ciclo operacional inicia com a compra até o recebimento das vendas. Quanto mais
idênticos forem o ciclo financeiro e o ciclo operacional mais recursos serão necessários
para financiar o ciclo operacional.
Exemplo:
CO = PME + PMR
CO = 40 + 30 = 70 dias.
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O Ciclo de Caixa (ou Ciclo Financeiro) é definido como o período de tempo existente
desde um gasto inicial até o recebimento da venda do produto. Para uma empresa
industrial, por exemplo, esse ciclo corresponde ao intervalo de tempo existente entre a
aquisição de insumos para a industrialização e o recebimento pela venda dos produtos
industrializados. O termo Ciclo de Caixa refere-se ao tempo em dias, que o caixa da
empresa, realmente renova-se. Para uma empresa, quanto menor for o seu ciclo, melhor,
pois ela consegue fazer toda a sua operação em menos tempo, isto é, ela gira muito mais
vezes num determinado período.
Exemplo:
CC = CO – PMP
CC = 70 – 30 = 40 dias.
GIRO DE CAIXA
É o número de vezes que o caixa de uma empresa é restabelecido, ou girado, num ano.
O giro de caixa é calculado da seguinte forma:
360 dias
GC =
Ciclo de Caixa
Exemplo:
Utilizando os dados anteriores, onde o ciclo de caixa da empresa é de 40 dias. Qual o giro
de caixa dessa empresa?
360
GC = = 9 vezes.
40
Isso significa que gira o seu caixa em 9 vezes no período comercial de 360 dias. Quanto
mais vezes renovam-se o ciclo melhor para a empresa.
Determina-se a quantia mínima de caixa necessária para uma empresa manter suas
operações. Obtêm-se por meio da seguinte equação:
dispêndiosoperacionais anuais
CMN =
Giro de Caixa
Exemplo:
Suponha que o giro de caixa de uma empresa seja de 9 vezes (exemplo anterior). Admita
dispêndios anuais de R$ 72.000,00. Determine o caixa mínimo necessário.
72.000,00
CMN = = R$ 8.000,00
9
Portanto, essa empresa deve manter um saldo mínimo de caixa de R$ 8.000,00 durante o
ano (360 dias) para manter sua liquidez. Com saldo inferior a R$ 8.000,00, ela enfrentará
uma insuficiência de caixa que, possivelmente a levará à falência.
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Exercícios
ADMINISTRANDO OS ESTOQUES
Exemplo:
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A empresa minimizará o custo total de pedir e estocar se 774 unidades forem requisitadas
em cada pedido de compra. Já que o consumo anual é de 10.000 unidades, a empresa
deve emitir 13 pedidos de compra, solicitando 774 unidades de cada vez:
Consumo anual 10.000
Número de pedidos por ano = = = 12,91 = 13 vezes.
LEC 774
Exercício
A Empresa ALFA Ltda. tem consumo anual de 12.000 unidades, o custo de um pedido de
compra é de R$ 400,00, e o seu custo de manutenção por unidade é de R$ 10,00. Com
base nessas informações calcule o LEC e o número de pedidos no ano.
Exemplo:
SOLUÇÃO:
A solução é uma simples análise de custo-benefício. Os benefícios são os lucros das
vendas adicionais de R$ 300.00,00 (30.000 unidades adicionais x margem de contribuição
de R$ 10,00); os custos de R$ 75.000,00 correspondem a dívidas incobráveis e a um
custo de financiamento de R$ 48.000,00 das novas contas a receber, como calculado
abaixo:
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Subtraindo os custos dos benefícios vê-se que a Eletrônico obterá um lucro líquido de R$
177.000,00 se baixar seus padrões de crédito. Porém, nem sempre se consegue esse
efeito reduzindo os padrões de crédito. Algumas vezes, os custos adicionais de dívidas
incobráveis e o custo de financiamento das novas contas a receber superam os lucros
das vendas adicionais. O resultado é um adicional de novas contas a receber com o
cúmulo das anteriores devido à maior lentidão da cobrança. Nesse caso, é lógico, a
decisão correta é deixar a política de crédito como está – isto é, não relaxar os padrões
de crédito. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
Exercício
Contas a pagar podem ser vistas como empréstimos sem juros dos fornecedores. Na
ausência de contas a pagar, a empresa precisa tomar emprestado ou usar seu próprio
capital para pagar as faturas de seus fornecedores. Portanto, o benefício das contas a
pagar está na economia de despesas de juros que precisariam ser pagos se não
houvesse o crédito dado pelo fornecedor. Entretanto, a aceitação do crédito e a utilização
das contas a pagar nem sempre são interessantes para a empresa compradora. Os
fornecedores geralmente oferecem generosos descontos em dinheiro se as faturas forem
pagas na entrega ou poucos dias após o seu recebimento. Nesse caso a opção crucial é
aproveitar o desconto à vista e pagar imediatamente, ou comprar a prazo e usar as contas
a pagar. Se o desconto à vista for utilizado, a vantagem é o desconto por si só e as
desvantagens são o custo de tomar emprestado para pagar à vista e a perda de um
empréstimo sem juro. A oferta do desconto à vista deve ser aceita se o benefício exceder
o custo. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
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Exemplo:
Exercício
ÍNDICES ECONÔMICOS/FINANCEIROS
O uso de índices financeiros permite que as partes interessadas façam uma avaliação de
certos aspectos do desempenho de uma Empresa. As partes interessadas incluem
geralmente, acionistas e financiadores reais e potenciais bem como a Administração da
Empresa. Para julgar o desempenho global da Empresa, é necessário requerer-se um
conjunto de índices. Estes índices devem ser aplicados consistentemente, a período de
tempo semelhante, de modo a obterem-se as comparações mais precisas. Os índices
financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos básicos:
Índices de liquidez;
Índices de Atividade;
Índices de Rentabilidade
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Índices de Lucratividade;
Índices de Endividamento.
Como regra geral, os insumos necessários para uma boa análise financeira incluem, no
mínimo, a Demonstração de Resultado e o Balanço Patrimonial. Os elementos
importantes, a curto prazo são: liquidez, rentabilidade e atividade pois dão as informações
críticas à operação da Empresa a curto prazo. E se a Empresa não puder sobreviver a
curto prazo, não é preciso preocupar-se com suas informações a longo prazo. Os índices
de endividamento só são úteis se a Empresa resistir com sucesso a curto prazo.
Além dos dados internos, existem os dados externos, que são obtidos de Empresas do
mesmo ramo de atividade. É mediante estes dados externos que a empresa poderá
visualizar o progresso ou o retrocesso ocorrido.
A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade para satisfazer suas
obrigações de curto prazo, na data de vencimento. A liquidez refere-se à solvência da
situação financeira da empresa, a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas. A
análise da liquidez está concentrada no estudo detalhado da composição de seus ativos e
passivos, em determinado momento, isto é, na data do levantamento dos valores, pois
estes estão em constante mudança, em função de sua dinamicidade. Os índices de
liquidez têm por finalidade medir a capacidade de pagamento de uma empresa, ou seja, a
sua capacidade de cumprir suas obrigações passivas assumidas.
Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo
circulante para quitarmos as obrigações.
Ativo Circulante
ILC
PassivoCirculante
A empresa pode ter um índice de liquidez corrente alto e estar em crise de liquidez, pois
este índice não dá uma noção sobre a qualidade destes ativos. A empresa pode ter um
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estoque super dimensionado com muitos itens fora de validade ou contas à receber
incobráveis.
Exemplo:
ANO AC / PC = ILC
2010 1.000 / 800 = 1,25
2011 1.100 / 700 = 1,57
2012 1.000 / 1.100 = 0,91
Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo
circulante, sem considerarmos os estoques, ou seja, para pagarmos as dívidas não
precisaremos vender o estoque a preço de custo ou na hipótese de não conseguir vender
nada.
Ativo Circulante - Estoques
ILS
PassivoCirculante
Exemplo:
AC - Estoques / PC = ILS
2010 4.000 – 1.000 / 3.500 = 0,86
2011 6.000 – 1.500 / 4.000 = 1,13
2012 10.000 – 3000 / 5.000 = 1,40
Representa quanto em reais à empresa dispõe de realizáveis (a curto e longo prazo) para
cobrir cada real de dívidas contraídas (a curto e longo prazo), considerando o estoque.
Exemplo:
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Verificando o resultado dos três exercícios, nota-se uma redução no período de 2011 e
2012 em relação a 2010. A redução deve-se, principalmente, ao aumento de seus
investimentos.
Para uma ampla e correta análise de liquidez da empresa é aconselhável o estudo dos 4
índices de forma simultânea e comparativa, sempre observando quais são as
necessidades da empresa, qual o ramo do mercado em que ela está inserida e quais as
respostas que os gestores procuram ao calcular estes índices. Um balanço patrimonial
bem estruturado com a correta classificação das contas pela contabilidade irá gerar
índices de qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores.
Exercício
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
ÍNDICES DE ATIVIDADE
Os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que várias contas são
convertidas em caixa, pois os índices de liquidez não avaliam a diferença na composição
dos ativos circulantes e passivos circulantes que podem afetar significativamente a
“verdadeira” liquidez da empresa.
Giro de Estoque
Mede a quantidade de vezes que o estoque gira no período analisado, isto é, mede a
liquidez dos estoques na empresa.
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904.000,00
Giro de Estoques = = 3,23 vezes.
280.000,00
280.000,00
PME x360 = 111,50 dias.
904.000,00
Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidas pela empresa.
Avalia o tempo entre o faturamento e o recebimento. É útil na avaliação das políticas de
crédito e cobrança.
Duplicatas a Receber
PMR x360
Receita Operacional Líquida
Exemplo:
203.000,00
PMR = x360 = 38,52 dias.
1.897.000,00
Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pela empresa.
Avalia o tempo entre a compra e o pagamento. É útil na avaliação das políticas de crédito
e cobrança.
Forncedores
PMP x360
Custo da Mercadoria Vendida
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Exemplo:
225.000,00
PMP = x360 = 89,60 dias
904.000,00
Exercício
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
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ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Tem por objetivo avaliar o desempenho final da Empresa. A rentabilidade é o reflexo das
decisões adotadas pelos seus administradores, expressando, objetivamente, o nível de
eficiência e o grau do êxito econômico financeiro atingido.
Margem Bruta
A margem bruta mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago os
impostos sobre as vendas e o custo da mercadoria vendida. Demonstra a capacidade da
empresa em cobrir seus custos de fabricação através do lucro bruto gerado por ela.
Quanto mais alta é a margem bruta, melhor é para a empresa.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Lucro Bruto
Margem Bruta = x 100
Vendas
5.000.000,00
Margem Bruta = = 0,50 x 100 = 50%
10.000.000,00
Margem Operacional
A margem operacional mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter
pago os impostos sobre as vendas, o custo da mercadoria vendida e as despesas
operacionais. A margem operacional mede o que com frequência, se denomina lucro
puro. O lucro operacional é puro, pois ignora quaisquer receitas e/ou despesas não
operacionais ou obrigações governamentais como Imposto de Renda e considera
somente o lucro auferido pela própria operação da empresa. Quanto mais alta é a
margem operacional, melhor é para a empresa.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Lucro Operacional(LAJIR)
Margem Operacional = x 100
Vendas
2.500.000,00
Margem Operacional = = 0,25 x 100 = 25%
10.000.000,00
Margem Líquida
A margem líquida mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago
os impostos sobre vendas, o custo das mercadorias vendidas, as despesas operacionais
e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Quanto maior for à margem líquida da empresa,
melhor.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Lucro Líquido
Margem Líquida = x 100
Vendas
1.000.000,00
Margem Líquida = = 0,10 x 100 = 10%
10.000.000,00
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ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Com isso medimos quanto rendeu para a empresa colocar todos os seus ativos à
disposição da geração de lucro (pois é a finalidade de uma empresa capitalista).
Exemplo: Números aleatórios !!!
Lucro Líquido
ROA = x 100
Ativo Total
1.000.000,00
ROA = x 100 = 21,22%
4.711.428,58
Com isso medimos quanto rendeu para os sócios, que são os detentores do Capital
Próprio (Patrimônio Líquido), colocar este capital à disposição da sociedade para a
geração de lucro.
Lucro Líquido
ROE = x 100
Patrimnio Líquido
1.000.000,00
ROE = x 100 = 33,33%
3.000.000,00
Com isso medimos em quantas vezes os Ativos colocados à disposição da empresa para
vender produtos e serviços efetivamente produzem estes itens ou quantas vezes
conseguem ser renovados tomando-se como base esta receita.
Receita Líquida
GA =
Ativo Total
Ao gerir ou avaliar uma empresa, é necessário se atentar para estes indicadores, pois
eles mostram a eficiência econômica do negócio.
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Pode ser obtida por meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo. As
empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no preço. As empresas
que ganham mais no giro visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa é obtida por
meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade, ou seja, entre Margem
(Lucratividade) e Giro (Produtividade):
Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI.
Vê-se : Margem de Lucro x Giro do Ativo = ?
Lucro Líquido Receita Líquida
x = TRI (TIR)
Receita Líquida Ativo Total
Lucro Líquido
= TRI
Ativo Total
Assim: Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI = ROI
Isso significa que, em média, haverá uma demora de quatro anos para que a empresa
obtenha de volta seu investimento (100% / 25%), ou seja, o payback do investimento total
é calculado dividindo-se 100% pela TRI (payback = tempo médio de retorno).
Com isso medimos quanto rendeu, apenas operacionalmente, para a empresa colocar à
disposição da geração de lucro.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Lucro Líquido Lucro Líquido Receita Líquida
ROI = = x
Ativo Total Receita Líquida Ativo Total
ROI = Taxa de Retorno sobre Investimentos
1.000.000,00
ROI = x 100 = 21,22%
4.711.428,58
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
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1.643,00
IET = = 0,4567 x 100 = 45,67%
3.597,00
Isso indica que a empresa financia 45,67% dos ativos com capital de terceiros.
Este índice tem o objetivo de demonstrar a política adotada para captação de recursos de
terceiros. Pode-se identificar através desse índice se a empresa concentra seu
endividamento a curto ou longo prazo.
PassivoCirculante
ICE = x 100
PassivoCirculante PassivoExigível a Longo Prazo
620.000,00
ICE = x 100 => ICE = 37,74%
1.643.000,00
O Índice de Garantia do Capital Próprio indica o percentual de capital próprio sobre o total
de capital de terceiros.
Patrimônio Líquido
IGCP = x 100
PassivoCirculante ELP
2.464.500,00
IGCP = x 100 = 150,0%
1.643.000,00
Isso indica que esta empresa tem uma boa garantia de capital próprio em relação ao
capital de terceiros. Ou seja, ela cobre o capital de terceiros e sobra 50%.
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LAJIR
ICJ =
DespesasFinanceiras
Isso indica que em cima do Lucro Operacional a empresa tem condições de pagar 4,5
vezes o valor dos juros no período estudado. Os analistas financeiros sugerem um
mínimo de 1,5 para que a empresa tenha uma margem de segurança.
Exercício
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
Demonstração de Resultados R$
VENDAS 70.000
Custo dos Produtos Vendidos (45.000)
Lucro Bruto 25.000
Despesas Operacionais (14.000)
LAJIR (Lucro Operacional) 11.000
Despesas Financeiras (2.100)
LAIR 8.900
(-) Impostos Renda (3.560)
Lucro Líquido 5.340
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ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas
empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços
extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma
empresa.
ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical é uma interpretação gráfica usada para medir a liquidez de uma
empresa. É o estudo das alterações das composições, dos principais conjuntos de contas
(ativo e passivo), extraindo indicadores para ajudar a identificar o andamento da empresa
no período analisado.
Exemplo:
2010 2011 2012
Ativo Passivo Ativo Passivo Ativo Passivo
AC 43.000 PC 41.000 AC 68.000 PC 67.000 AC 72.000 PC 56.000
RLP 1.000 ELP 15.000 RLP 2.500 ELP 5.000 RLP 500 ELP 11.000
PROCEDIMENTO DE CÁLCULO
Ativo Circulante ÷ Total Ativo x 100 => 43.000 ÷ 100.000 x 100 = 43%
Realizável LP ÷ Total Ativo x 100 => 1.000 ÷ 100.000 x 100 = 1%
Imobilizado ÷ Total Ativo x 100 => 56.000 ÷ 100.000 x 100 =56%
Passivo Circulante ÷ Total Passivo x 100 => 41.000 ÷ 100.000 x 100 = 41%
Exigível LP ÷ Total Passivo x 100 = > 15.000 ÷ 100.000 x 100 = 15%
Patrimônio Líquido ÷ Total Passivo x 100 => 44.000 ÷ 100.000 x 100 = 44%
O ano de 2012 foi o melhor ano para esta empresa, pois o ativo circulante paga todo o
passivo circulante, paga todo o exigível a longo prazo e ainda sobra capital de giro
próprio.
ANÁLISE HORIZONTAL
Visa o estudo da evolução dos componentes das demonstrações contábeis ao longo dos
exercícios sociais, através de quocientes, também chamados de números índices, sendo
obtidos a partir de um exercício social tomado como base, onde todos os itens das
demonstrações contábeis nesse exercício são fixados em 100 e, a partir daí, são
determinados os demais índices referentes às demonstrações dos outros exercícios
sociais subsequentes ao exercício tomado como base.
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Exemplo:
Exercício
31-12-11 V H 31-12-12 V H
ATIVO R$ % % R$ % %
PASSIVO R$ % R$ %
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31-12-11 V H 31-12-12 V H
Demonstração de Resultados R$ % R$ %
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Como calcular o preço de venda do meu produto? Como saber se o preço praticado está
satisfatório? Com base em que precifico meu produto?
Estas questões são respondidas estudando a Formação do Preço de Venda, cujo cálculo
deve levar a um valor:
1. Que traga à empresa a maximização dos lucros;
2. Que seja possível manter a qualidade dos produtos;
3. Que atenda aos anseios do mercado;
4. Que melhor aproveite os níveis de produção.
FINALIDADE DO MARK-UP
Exemplo:
Formação do mark-up para venda à vista para fixação
Vamos admitir que determinada empresa tenha incorrido nos seguintes gastos para
produzir e vender determinado produto:
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Matéria-prima R$ 700,00;
Outros custos (MOD + CIP variável) R$ 300,00;
Total dos custos = R$ 1.000,00.
PEDE-SE:
Formação de Preço de venda;
Comprovação da margem de contribuição de 27%.
SOLUÇÃO:
Utilizando a fórmula:
1.000,00 1.000,00
PV = => PV = => PV = R$ 2.107,50
1- (52,55 / 100) 0,4745
Utilizando a fórmula:
1.000,00 1.000,00
PV = => PV = => PV = R$ 2.107,50
1 - (52,55 / 100) 0,4745
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Exercícios
1. A empresa Alfa incorreu nos seguintes gastos para produzir e vender um determinado
produto:
Matéria-prima: R$ 800,00
Mão de obra direta R$ 200,00
Custos indiretos de fabricação: R$ 100,00 (manutenção, energia, aluguel)
ICMS: 17,00%
PIS: 0,65%
COFINS: 3,00%
Comissão de vendas: 10%
Despesas financeiras: 4% (juros pagos, emissão de boletos, tarifas bancárias)
Lucro desejado: 9%
Com base nesses dados calcule o preço de venda.
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Exemplos:
1. A Empresa ALFA tem um custo variável de R$ 5,00 por unidade produzida. Os custos e
despesas fixas totalizam R$ 100.000,00, sendo sua capacidade de produção de 10.000
unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de produção e,
assim, o custo unitário do produto é:
Custo e DespesasFixas
Custo = + Custo Variável por unidade
Capacidadede Produção
100.000,00
Custo = + 5,00 => Custo = 10,00 + 5,00 = R$ 15,00 por unidade produzida
10.000
Markup = 1 –
20 10 10 = 0,60
100
Custo e DespesasFixas
Custo = + Custo Variável por unidade.
Capacidadede Produção
100.000,00
Custo = + 5,00 => Custo = 16,00 + 5,00 = R$ 21,00 por unidade produzida.
6.250
Com tal preço, a Empresa ALFA perde competitividade no mercado, pois o preço
proposto está muito acima do normalmente praticado. Caso a concorrência mantenha o
preço de venda anterior, a empresa MK terá sérias dúvidas sobre o que fazer para vender
o seu produto. Por isso, a empresa deve sempre tentar maximizar o volume de produção
para conseguir reduzir o seu custo e manter um preço de venda competitivo.
Exercícios
1) Uma determinada empresa tem um custo variável de R$ 10,00 por unidade produzida.
Os custos e despesas fixas totalizam R$ 84.000,00, sendo sua capacidade de produção
de 12.000 unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de
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produção, onde preço de venda determina um lucro de 25%, despesas financeiras 15% e
comissão sobre vendas de 10%. De posse desses dados, calcule o custo e preço de
venda unitário do produto.
3) Agora admita que essa empresa em um determinado período, aumentou suas vendas
em 15%, atingindo 13.800 unidades produzidas, em virtude do aquecimento da economia,
calcule o custo e o preço de venda?
O Ponto de Equilíbrio Financeiro é definido como o nível de receitas onde todos os custos
(fixos e variáveis) e todas as despesas operacionais são cobertos. Acima deste ponto
existe lucro e abaixo deste ponto, o prejuízo. É muito importante para a empresa, pois lhe
possibilita:
a) determinar o nível de operações que precisa manter para cobrir todos os custos e
despesas operacionais;
b) avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas.
Representação gráfica:
RECEITAS = CUSTOS
EQUILÍBRIO
TIPOS DE CUSTOS
b) Custo Variável: são os que sofrem alterações diretamente relacionadas com o volume
de vendas ou de produção.
Exemplo de Custo: matéria-prima, embalagens.
Exemplo de Despesa: despesas com vendas.
As empresas devem fazer um estudo detalhado para caracterizar quais são seus custos e
despesas fixas e quais são seus custos e despesas variáveis, mas podemos caracterizar
da seguinte forma:
Indústria: Custo de Produto Vendido, como 60% são custos variáveis e 40% são custos
fixos.
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Comércio: Custo da Mercadoria Vendida como, 40% são custos variáveis e 60% são
custos fixos.
Prestação de Serviços: Custo da Prestação de Serviço, como 30% são custos variáveis
e 70% são custos fixos.
Custose DespesasFixas
Ponto de Equilíbrio Financeiro = =>
1 - (Custos e DespesasVariáveis / Vendas)
Exemplo:
6.885,00 6.885,00 6.885,00
PEF = = = = 16.792,68 =>
1 - (12.133,00 / 20.625,00) 1 - 0,59 0,41
PEF= R$ 16.792,68
Para esta empresa cobrir seus custos e despesas fixas e variáveis, a mesma deve vender
no período estudado, R$ 16.792,68. Se ela vender abaixo deste valor, esta empresa terá
prejuízo e se vender acima, terá lucro.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Ponto de
Equilíbrio Área de
Lucro
R$ RT
CT
16.792,68
6.885,00 CDF
Área de
Prejuízo
0 x Período
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Exercícios
Fórmulas:
Custose DespesasFixas
Ponto de Equilíbrio (unid.) =
Preço de Venda - Custo e DespesasVariáveis (unit.)
Custose DespesasFixas
1 - (Custos e DespesasVariáveis / Vendas)
Ponto de Equilíbrio (%) = x 100 =>
Vendas
Exemplo:
Uma empresa tem sua produção estimada em 8.000 unidades. Os custos e despesas
fixas totalizam R$ 3.000,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida
somam R$ 0,70 e o preço de venda por unidade será de 2,20. Determine:
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Custose DespesasFixas
Ponto de Equilíbrio (unid.) =
Preço de Venda - Custo e DespesasVariáveis (unit.)
3.000,00 3.000,00
PE (unid.) = => PE = => PE = 2.000 unidades
2,20 - 0,70 1,50
Custos e DespesasFixas
1 - (Custos e DespesasVariáveis / Vendas)
Ponto de Equilíbrio (%) = x 100 =>
Vendas
3.000,00
1 - (5.600,00 / 17.600,00)
Ponto de Equilíbrio (%) = x 100 =>
17.600,00
3.000,00
PEP = 1 - 0,3182 x 100 =>
17.600,00
3.000,00
0,6818 4.400,12
PEP = x 100 => PEP = x 100 =>
17.600,00 17.600,00
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Ponto de
Equilíbrio Área de
Lucro
R$ RT
CT
4.400,00
3.000,00 CDF
Área de
Prejuízo
0 2.000 Unidades
0
Exercício
1. Uma empresa tem sua produção estimada em 10.000 unidades. Os custos e despesas
fixas totalizam R$ 4.500,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida
somam R$ 0,80 e o preço de venda por unidade será de R$ 2,60. Determine:
a. A estimativa de lucro operacional nos seguintes níveis de produção 100%;
b. O ponto de equilíbrio em unidades;
c. A porcentagem de produção onde ocorre o equilíbrio;
d. Construa o gráfico.
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Alavancagem Operacional
O uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas
vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR).
À medida que somente seriam alteradas as receitas e os custos variáveis, quanto maior
for a participação dos custos fixos nos custos totais, maior será a variação proporcional
no lucro operacional.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
GAO
LAJIR
Alavancagem Financeira
Estas despesas são deduzidas ao lucro operacional para se apurar o montante dos lucros
antes do provisionamento do Imposto de Renda.
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LAJIR
GAF
LAJIR - DESPESAS FINANCEIRAS
A fórmula para a apuração do grau de alavancagem total (GAT) está indicada a seguir:
GAT = GAO x GAF
Exemplo 1:
A partir das informações apresentadas, iremos calcular o GAO, GAF e o GAT, assumindo
que será fabricado somente um produto.
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LAJIR
GAF =>
LAJIR - DESPESAS FINANCEIRAS
29.510,00
GAF => GAF = 1,04
29.510,00- 1.020,00
GAT = GAO x GAF
GAT = 2,17 x 1,04 = 2,26
Com isto concluímos pelo cálculo do GAO, que a variação do volume vendido vai gerar
uma Margem der Contribuição 2,17 maior que o lucro operacional, o que deverá ser
suficiente para cobrir os custos de despesas fixas, assim como a depreciação.
Já o GAF apresentou um giro de 1,04, o que significa ser suficiente para cobrir as
despesas financeiras da operação. Caso este número venha a aumentar
demasiadamente isto significa que o financiamento para sustentar a operação está
fazendo com que a empresa fique cada vez mais endividada, ou melhor, alavancada,
sendo um fator de preocupação de continuidade da empresa.
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LAJIR
GAF 0,675 0 2,30
LAJIR - DESP. F INANCEIRAS
(a) Verifique que o GAT somente pode ser aplicável para níveis de produção acima do
ponto de equilíbrio, quando o GAO for superior a zero, pois não há sentido para este
índice um valor inferior à zero, quando estamos falando de alavancagem.
CONCLUSÕES
Exercício
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Calcule os graus de alavancagem operacional, financeira e total para uma variação entre
o volume de produção real (300 unidades) e aquele existente no ponto de equilíbrio, e
entre a produção real (300 unidades) e 400 unidades.
LAJIR
GAF 1,0 0 1,36
LAJIR - DESP. F INANCEIRAS
(a) Verifique que o GAT somente pode ser aplicável para níveis de produção acima do
ponto de equilíbrio, quando o GAO for superior a zero, pois não há sentido para este
índice um valor inferior à zero, quando estamos falando de alavancagem.
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6. POLÍTICA DE DIVIDENDO
Exemplo:
Lucro Líquido R$ 1.000
(-) Dividendo (25% do lucro líquido) (R$ 250)
(=) Lucro retidos R$ 750
Se uma empresa tem seu capital composto por ações, cada ação fará jus a um dividendo
por ação de R$ 7,50 (R$ 750/100). Se um acionista detiver 2 ações, terá direito a receber
R$ 15,00 de dividendos (2 x R$ 7,50).
O estatuto deve fixar um crédito par a distribuição dos dividendos. Por exemplo, um
percentual do lucro, um percentual do capital social ou do patrimônio líquido etc. A
decisão de distribuição não pode ser da administração ou da maioria da assembleia.
Observação:
A legislação sobre distribuição de dividendos pode ser encontrada na Lei 6.404/76 (das
S/A). No caso das companhias abertas existem algumas determinações específicas da
CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
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Para incorporar os lucros acumulados, a empresa precisará emitir 50.000 novas ações
(R$ 1000.000/R$ 20), que representam 50% do capital atual. Portanto, os acionistas vão
receber, gratuitamente, uma bonificação de 50% ou 0,5 ação para cada uma que
possuem. A nova composição do patrimônio líquido será:
O novo capital social será composto de 150.000 ações no valor de R$ 20,00 cada uma.
Este procedimento não implica em qualquer ganho para o acionista, uma vez que sua
participação não sofre mudança em termos relativos, ou seja, a bonificação distribuída
aos acionistas é efetuada na proporção de sua participação no capital social. A única
mudança é na quantidade de ações possuídas.
Antes da bonificação:
VPA = R$ 4.500.000 / 100.000 = R$ 45,00
Depois da bonificação:
VPA = R$ 4.500.000 / 150.000 = R$ 30,00
O acionista tinha 10 ações com VPA de R$ 45,00. Depois da bonificação passará a ter 15
ações com VPA de R$ 30,00. Portanto, em ambos os casos a sua participações no
patrimônio líquido da empresa é de R$ 450,00 (equivalente a 10%). Em suma, a
bonificação não deixa o acionista nem mais rico nem mais pobre. A bonificação não altera
a participação do acionista no patrimônio líquido da empresa.
Se não ocorrer nenhum evento que gere expectativas favoráveis para esta ação, então
deverá teoricamente ocorrer uma queda no preço de mercado da ação em virtude da
diluição dos dividendos.
A queda esperada será proporcional ao número de ações emitidas. Vamos imaginar que o
preço de mercado da ação no exemplo anterior seja de R$ 30,00 antes da bonificação.
Após a bonificação de 50% o preço de equilíbrio deverá ser R$ 20,00 (R$ 30,00 / 1,50).
Exemplo:
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Ações Capital
20.000 ações preferenciais, classe A, com dividendo mínimo de 6%
ao ano de seu capital................................................................R$ 1.000.000
30.000 ações preferenciais, classe B, com dividendo mínimo de
10% ao ano de seu capital.........................................................R$ 1.500.000
50.000 ações ordinárias.............................................................R$ 2.500.000
Capital..................................................................................R$ 5.000.000
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Exercícios
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BIBLIOGRAFIAS
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2010.
COMPLEMENTARES
ASSAF NETO, Alexandre. Curso de Administração Financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2011.
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