Você está na página 1de 2

Entenda os índices de inflação; saiba o que eles medem e para que servem

Os índices de inflação são instrumentos para medir a variação dos preços e o seu impacto
no mercado e no custo de vida da população, que surgiram a partir da criação do salário
mínimo na década de 50. A diferença entre eles está nos produtos que incluem, no público
que é afetado pela variação dos seus preços, no período de medição dos valores e no órgão
que realiza a pesquisa.
Os principais indicadores são medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe-USP). Conhecê-los e acompanhar seus números é importante para quem
tem contratos, como os de aluguéis e de prestação de serviços, que são reajustados de
acordo com sua variação.
O mais famoso e utilizado entre eles é o índice oficial de inflação, relacionado às metas
estabelecidas pelo governo federal, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os dias 1º e
30 de cada mês. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para
pagamento à vista, colhidos em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços,
domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos.
O IPCA reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos,
residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e do município
de Goiânia.
O IBGE também calcula o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede uma
faixa salarial mais baixa que o IPCA (até 6 salários mínimos, diante dos 40 salários mínimos
do IPCA), a alteração de preços de serviços e produtos mais básicos é mais sentida neste
índice. O peso do grupo alimentos (arroz, feijão, leite, frutas, refeições feitas em
restaurantes, lanchonetes) é maior no INPC que no IPCA FGV calcula indicadores com
períodos diferentes
Os índices medidos pela FGV também têm grande importância para o reajuste de contratos.
O principal é o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido do dia 21 de um mês ao
dia 20 do mês seguinte, que registra a inflação de preços variados, desde matérias-primas
agrícolas e industriais até bens e serviços finais. Ele é muito usado na correção de aluguéis
e tarifas públicas, como conta de luz. Serve para todas as faixas de renda.
O IGP-M tem como variantes o IGP-10 e o IGP-DI, cuja diferença principal é no período de
medição. Para o primeiro, a coleta de preços é feita do dia 11 de um mês ao dia 10 do mês
seguinte. O segundo, que é o indicador mais antigo da FGV, mede o mês cheio, do dia
primeiro do dia 30/31. Todos têm na sua composição o Índice de Preços por Atacado (IPA),
o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional do Custo da Construção (INCC).
Para aprofundar a pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor, a FGV faz um cálculo
quadrissemanal do IPC-S, com fechamentos nos dias 7, 15, 22 e 30 de cada mês. São
consideradas as variações de preços de 456 itens definidos por meio de uma Pesquisa dos
Orçamentos Familiares (POF).
Esses produtos e serviços são distribuídos em sete classes de despesas (listadas, a seguir,
pela ordem de peso no cálculo da pesquisa, da maior para a menor): habitação (31,51%),
alimentação (27,20%), transportes (12,76%), saúde e cuidados pessoais (10,53%; inclui
remédios e higiene pessoal), educação, leitura e recreação (8,63%), vestuário (4,80%) e
despesas diversas (4,57%; inclui gastos como cartório, loteria, correio, mensalidade de
Internet, cigarro e outros).
Para medir a inflação na cidade de São Paulo, principal metrópole do país, a Fipe calcula o
IPC-Fipe, abrangendo um período de oito semanas de coleta. Em cada quadrissemana, as
variações são obtidas dividindo-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) pelos preços médios das quatro semanas anteriores a elas (base).
Sete grupos de análise são utilizados pela Fipe (listados em ordem decrescente de peso nos
cálculos): habitação (32,79%), alimentação (22,73%), transportes (16,03%), despesas
pessoais (12,30%, com itens como fumo, bebidas, recreação e artigos de higiene e beleza),
saúde (7,08%), vestuário (5,29%) e educação (3,78%).

Você também pode gostar