Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leandro Rangel Cerebros Numa Cuba Com Correção PDF
Leandro Rangel Cerebros Numa Cuba Com Correção PDF
Análise de trecho do texto “Cérebros numa cuba” de Hilary Putnam
Hilary Putnam apresenta uma possibilidade extravagante de realidade
alternativa com a qual filósofos costumam trabalhar para levantarem questões
referentes à relação entre a mente e o corpo no seu artigo “Cérebros numa cuba”. É
possível imaginar que, por qualquer motivo que seja, todos os seres sencientes,
humanos entre eles, existem como sistemas nervosos imersos em uma cuba de
nutrientes que os mantém vivos. Terminações nervosas que naturalmente estariam
recebendo estímulos externos através dos órgãos dos sentidos estão conectadas a
um supercomputador que fornece os sinais adequados de maneira que os dados
que são recebidos são indistinguíveis dos normalmente esperados. Dessa forma
uma pessoa nessa condição seria um cérebro onde se reproduz uma simulação
gerada por esse supercomputador e ela poderia jamais suspeitar de sua situação.
Além disso podemos pensar que o supercomputador está criando uma
alucinação coletiva compartilhada por todos os seres sencientes de maneira que os
mesmos estão em comunicação uns com os outros, apenas os sinais que alguém
emite passam pelo supercomputador que os entrega aos outros seres e redistribui a
resposta gerada de volta ao primeiro emissor realimentando o ciclo de estímulos e
respostas tal e qual na realidade habitual, tornando a realidade percebida totalmente
desconexa da externa, sendo qualquer semelhança entre a realidade atual e a
apresentada ao sujeito na cuba produto do programa a rodar no supercomputador.
Dado este contexto o autor propõem uma questão filosófica. Fosse isto tudo
verdade e fôssemos cérebros em uma cuba, poderíamos dizer ou pensar que o
éramos? O argumento defendido é que não podíamos, pois a suposição de que
seríamos cérebros numa cuba não tem possibilidade de ser verdadeira por ser
autorefutante.
A definição proposta para “proposição autorefutante” é “uma proposição cuja
verdade implica sua própria falsidade” e um exemplo dado no texto é o da
proposição “Todos os enunciados gerais são falsos” que, sendo ele mesmo um
enunciado geral, se for verdadeiro deve ser falso.
Da mesma forma, segundo Hilary, a suposição de que somos cérebros numa
cuba tem esta propriedade autorefutante e então ele apresenta o que chamei de
“regra da autorefutação” que diz que “Se é possível considerar uma suposição quer
verdadeira quer falsa, então ela não é verdadeira. Logo, não é verdadeira.”
Uma maneira de formalizar a regra da autorefutação é a seguinte:
Se A e ~A, então ~A.
Chamando a proposição “Somos cérebros numa cuba” de CNC e
substituindo na regra de autorefutação apresentada.
Se CNC e ~CNC, então ~CNC.
Tabela verdade:
CNC ~CNC (CNC ^ ~CNC) (CNC ^ ~CNC) → ~CNC