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Intermediação

Financeira e Órgãos de
Regulação
Intermediação Financeira
De nição
A intermediação nanceira tem a função de aproximar os poupadores (agentes econômicos com
excesso de recursos) e os tomadores (agentes econômicos que necessitam de recursos) de acordo
com suas necessidades nanceiras de curto, médio e longo prazo.

Os benefícios da intermediação nanceira são:

baixos custos transacionais;

concessão de empréstimos a prazos maiores;

redução de risco.

Classi cam-se como intermediários bancários as instituições que operam ativos monetários
(papel-moeda e depósitos à vista) e como intermediários não bancários aqueles que operam
ativos nanceiros não monetários (diferentes títulos que sustentam as operações realizadas nos
mercados de crédito e de capitais).

E quem seriam os principais intermediários


nanceiros?
Os principais intermediários nanceiros são as instituições do sistema nanceiro,
como: bancos comerciais, Caixa Econômica, corretoras e distribuidoras de valores
mobiliários, associações de poupança e empréstimo, seguradoras, companhias
hipotecárias, além dos fundos de investimento e de pensão.

Função dos Intermediários Financeiros


Conforme o quadro a seguir, o mercado nanceiro apresenta os seguintes
segmentos em função dos tipos e nalidades das operações de intermediação
praticadas:

Mercado Monetário Mercado de Crédito


Operações de curto e curtíssimo prazos que Transações feitas principalmente por
suprem as necessidades de caixa dos agentes intermediários nanceiros bancários para
econômicos e dos próprios intermediários atender às necessidades de crédito de curto e
nanceiros. A liquidez deste segmento é médio prazos ( nanciamento para a aquisição
regulada pelas autoridades monetárias, via de bens de consumo duráveis e de capital de
colocação, recompra e resgate de títulos da giro das empresas, por exemplo).
dívida pública de curto prazo.

Mercado de Capitais Mercado Cambial


Segmento voltado aos setores produtivos Operações de compra e venda de moedas
quanto às suas necessidades de nanciamento estrangeiras conversíveis que ocorrem, por
de médio e longo prazo e provenientes em exemplo, para suprimento de necessidades
grande parte dos intermediários não momentâneas de moedas estrangeiras
bancários. As operações se realizam nas decorrentes da importação de mercadorias ou
bolsas de valores. Na verdade, o mercado de para conversão das divisas estrangeiras
capitais inclui os 3 outros mercados: recebidas pelos exportadores por moeda
monetário, crédito e câmbio. corrente do país. Podem ser feitas sob a
intermediação de instituições nanceiras
autorizadas, bancárias e não bancárias.

Algumas das principais funções exercidas pelos intermediários nanceiros são citadas abaixo:

Transformação de ativos xos em ativos líquidos

A emissão de debêntures com a garantia do patrimônio imobilizado permite o aumento


do capital de giro da empresa e do volume de transações de seus títulos no mercado
secundário.

Adequação de prazos
Os intermediários nanceiros emitem direitos contra si mesmos e concedem
empréstimos com os recursos captados, compatibilizando a demanda por aplicações de
curto prazo por parte dos ofertantes e satisfazendo a necessidade de nanciamentos de
longo prazo por parte dos tomadores.

Transformação das grandezas de capital

Os intermediários nanceiros possibilitam o nanciamento de projetos de infraestrutura


ao agruparem pequenos montantes de diversos investidores em um grande empréstimo.

Garantia contra riscos

Há a minimização dos riscos com a diversi cação dos títulos em carteira, com diferentes
emissores ligados a setores distintos da economia, além de diversi carem prazos e
retornos esperados.

Intermediários Financeiros
Bancos Comerciais Bancos de Investimento
Os Bancos Comerciais têm como atividade Os Bancos de Investimento têm como
típica o recebimento de depósitos à vista objetivo oferecer apoio nanceiro às
em contas de movimento. Efetuam empresas por meio de nanciamento para
empréstimos, a curto e médio prazo, ao o suprimento de capital xo e de giro
comércio, à indústria, às empresas utilizando a administração de recursos de
prestadoras de serviços e às pessoas físicas. terceiros. Podem operar como agentes
Prestam serviços de cobrança bancária nanceiros do BNDES. Além disso, podem
mediante o pagamento de comissões e taxas e oferecer leasing nanceiro, administrar fundos
transferências de fundos de uma para outra de investimentos de renda xa e de ações e
praça. São constituídas como sociedade clubes de investimento. (Para saber mais:
anônima e consta na denominação social o Resolução n. 2.624/99 do Conselho Monetário
termo "banco". Nacional.)

Bancos Múltiplos
Os Bancos Múltiplos foram criados para racionalizar a administração das instituições
nanceiras, permitindo que algumas delas se constituam em uma instituição nanceira única
(banco múltiplo), reduzindo seus custos. Na prática, as funções de cada uma são mantidas em
separado, mas as operações são contabilizadas em um único balanço.

E como uma instituição nanceira pode se


con gurar como banco múltiplo?
Para que se con gure a existência de um banco múltiplo, este deve possuir pelo
menos duas carteiras bancárias, sendo que uma delas deverá ser necessariamente
comercial ou de investimento.

Outras possíveis carteiras envolvidas em um banco múltiplo:

de investimento e/ou de desenvolvimento;

de crédito imobiliário;

de arrendamento mercantil (leasing) e de crédito;

de nanciamento e investimento.

Todas as carteiras seguem a regulamentação dos bancos de investimento, das sociedades de


crédito imobiliário, das nanceiras, dos bancos de desenvolvimento (o BNDES, por exemplo) e das
sociedades de arrendamento mercantil, respectivamente.
Órgãos de Regulação,
Autorregulação e Fiscalização
Todas as intermediações nanceiras são reguladas e scalizadas por órgãos responsáveis por
determinadas atribuições. São eles:

Conselho Monetário Nacional - CMN;

Banco Central do Brasil - Bacen;

Comissão de Valores Mobiliários - CVM;

Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;

Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC;

ANBIMA.

A seguir, conheça cada órgão e suas principais atribuições.

Conselho Monetário Nacional – CMN


É o órgão normativo responsável pela xação das diretrizes das políticas monetária, creditícia
e cambial do país. O CMN teve diferentes composições ao longo de sua história. A partir do Plano
Real, o Conselho passou a ter um per l monetário, sendo integrado por apenas três membros:
Ministro da Fazenda (Presidente), Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do
Banco Central. Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, cuja
competência básica é a de regular as matérias tratadas pela Lei nº 9.069, que dispõe sobre o Plano
Real. Também funcionam junto ao CMN sete outras Comissões Consultivas, como discriminado na
gura abaixo.
E quais seriam as funções básicas do CMN?
Como entidade superior do sistema nanceiro, compete ao CMN:

Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da


economia.

Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de


pagamentos.

Orientar a aplicação dos recursos das instituições nanceiras.

Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos nanceiros.

Zelar pela liquidez e pela solvência das instituições nanceiras.


Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, scal e da dívida
pública interna e externa.

Estabelecer a meta de in ação.

Principais atribuições do CMN


A partir destas funções básicas, o CMN ca responsável por várias atribuições
especí cas, destacando-se:

Autorizar as emissões de papel-moeda.

Fixar as diretrizes e normas da política cambial.

Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações


creditícias.

Determinar as taxas de recolhimento compulsório das instituições


nanceiras e regulamentar as operações de redesconto de liquidez.

Regular a constituição, o funcionamento e a scalização de todas as


instituições nanceiras que operam no país.

Outorgar ao Bacen o monopólio de operações de câmbio quando o balanço


de pagamentos exigir e estabelecer normas nas transações de títulos
públicos.

Determinar o capital mínimo que as instituições nanceiras privadas


deverão ter de acordo com a sua natureza e localização.

Banco Central do Brasil – Bacen


É o órgão executivo central do sistema nanceiro, cabendo-lhe cumprir e fazer cumprir as
disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. É por
meio do BC que o Estado intervém diretamente no sistema nanceiro e, consequentemente, na
economia.

O Bacen pode ser considerado:


Banco dos bancos: depósitos compulsórios e redescontos de liquidez;

Gestor do sistema nanceiro nacional: normas, autorizações, scalização, intervenção;

Executor da política monetária: determinação da taxa Selic, controle dos meios de


pagamento (liquidez no mercado), orçamento monetário, instrumentos de política
monetária;

Banco emissor: emissão e saneamento do meio circulante;

Banqueiro do governo: administração da dívida pública interna e externa, gestor e el


depositário das reservas internacionais do país;

Centralizador do uxo cambial: normas, autorizações, registros, scalização,


intervenção.

Principais atribuições do Bacen


As atribuições especí cas do Bacen são:

Atuar com o objetivo de manter a in ação dentro da Meta estabelecida pelo


Comitê de Política Monetária (COPOM).

Emitir papel-moeda segundo autorizações do CMN e executar os serviços de


meio circulante.

Receber os recolhimentos compulsórios e realizar operações de redesconto.

Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros


papéis.

Comprar e vender títulos públicos federais dentro da execução da política


monetária.

Exercer o controle de crédito sob todas as suas formas.

Autorizar o funcionamento e exercer a scalização de todas as instituições


nanceiras.

Controlar o uxo de capitais estrangeiros e garantir o correto


funcionamento do mercado cambial.
Comissão de Valores Mobiliários – CVM
É o órgão supervisor do sistema nanceiro responsável pelo desenvolvimento, disciplina e
scalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema nanceiro e pelo
Tesouro Nacional. Sua atuação também abrange as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as entidades
do mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com
valores mobiliários.

E quais seriam as atividades básicas da CVM?


Sob sua alçada foram consolidadas as seguintes atividades:

Regulação e scalização de valores mobiliários no mercado.

Negociação e intermediação nos mercados de valores mobiliários e de


derivativos.

Organização, funcionamento e operações das bolsas de valores e das bolsas


de mercadorias e futuros.

Administração de carteiras e custódia de valores mobiliários.

Auditoria das companhias abertas.

Serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Principais atribuições da CVM


Com estas atividades, a CVM tem por objetivo o fortalecimento do mercado de
capitais e valores mobiliários através das seguintes atribuições:

Estímulo à aplicação de poupança no mercado acionário.

Garantia do funcionamento e ciente e regular das bolsas de valores e


instituições auxiliares que operem neste mercado.
Proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e
outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários
nos mercados primários e secundários de ações.

Fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da negociação de


títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.

Superintendência de Seguros Privados –


SUSEP
A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e scalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.  Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada
pelo Decreto-Lei nº. 73 de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de
Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, a SUSEP,
o Instituto de Resseguros do Brasil – IRB, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados
e capitalização, as entidades de previdência complementar aberta e os corretores habilitados.

Principais atribuições da SUSEP


Suas principais atribuições são:

Controlar e scalizar dos mercados de seguro e previdência complementar


aberta;

Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das


Sociedades Seguradoras e Entidades de Previdência Privada Aberta;

Proteger os investidores desses mercados.

Superintendência Nacional de Previdência


Complementar – PREVIC
A PREVIC é um órgão do Ministério da Previdência Social responsável por scalizar as atividades
das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, que gerem Fundos de Pensão. A
PREVIC se relaciona com os órgãos normativos do sistema nanceiro na observação das
exigências legais de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as entidades
sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm diretrizes estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional – CMN.

Principais atribuições da PREVIC


À PREVIC compete:

Propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;

Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência


complementar com as políticas de desenvolvimento social e econômico-
nanceira do Governo;

Fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades


relacionadas com a previdência complementar fechada;

Analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição,


funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle
das entidades fechadas de previdência complementar, bem como examinar
e aprovar os estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos
de benefícios e suas alterações;

Examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores


e instituidores, autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração
especial em planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de
previdência complementar, bem como propor ao Ministro a decretação de
intervenção ou liquidação das referidas entidades.

Associação Brasileira das Entidades dos


Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA
A ANBIMA representa as instituições do mercado de capitais brasileiro. Faz parte do quadro
associativo um número grande e heterogêneo de instituições que atuam em diversos segmentos
de mercado. Dentre os mais de 340 associados, guram bancos comerciais e múltiplos, bancos de
investimento, gestores e administradores de fundos, corretoras e distribuidoras de valores
mobiliários e gestores de patrimônio.

A ANBIMA assume quatro compromissos com o mercado, com os investidores e com o país:

Representar e defender o interesse dos associados.

Informar e disseminar o conhecimento produzido e adquirido pela associação.

Educar e certi car pro ssionais.

Autorregular os associados, incentivando o constante aprimoramento do mercado.

Processo de autorregulação
Comum nos mercados desenvolvidos, o processo de autorregulação costuma
ocorrer em mercados não regulamentados (como, por exemplo, o publicitário no
Brasil) ou naqueles em que a autoridade reguladora e os agentes privados
estabelecem, através de algum tipo de negociação, níveis de responsabilidade
diferentes quanto à de nição das normas e dos procedimentos que devem ser
observados na realização de seus negócios.

E como funciona o processo de autorregulação?


Trata-se de substituir, a partir de certo nível mínimo de regulamentação, a ação do
poder governamental pela iniciativa de autorregulação dos mercados, signi cando a
troca da ação exclusiva do poder estatal pelo fortalecimento do poder público da
sociedade. Tendo em vista a complexidade e a diversidade cada vez maior das
sociedades contemporâneas, é necessário que outros organismos atuem, em auxílio
à ação governamental, como instituições reguladoras e scalizadoras.
Convencida, portanto, da importância dessa transição, a Associação Nacional
dos Bancos de Investimento (ANBIMA) decidiu propor, ao conjunto das
instituições participantes do mercado de capitais, a implantação de Códigos de
Regulação e Melhores Práticas para as atividades por elas desenvolvidas. Você
conhecerá especi camente cada Código e as Melhores Práticas mais adiante
neste treinamento.
Principais Intermediadores do
Mercado de Capitais
Bolsa: BM&FBovespa
As Bolsas de Valores em geral são associações civis sem ns lucrativos (com exceção às
bolsas com capital aberto que visam obter lucros). Sua nalidade é prover um ambiente
propício para negociação, realização, registro e liquidação de transações com títulos e valores
mobiliários como ações, bônus de subscrição, debêntures e derivativos.

Embora sejam instituições autônomas administrativa e nanceiramente, são scalizadas


pela CVM e estão sujeitas às normas do Conselho Monetário Nacional (CMN). Como visto
anteriormente, apenas as corretoras de valores podem efetuar transações na bolsa, tendo assim,
investidores pessoas físicas e jurídicas que operam através delas.

Em sua maioria, as bolsas de valores dispõem de um pregão físico, onde são realizadas as
negociações, porém, algumas entidades só operam com pregão eletrônico.

Principais funções das bolsas de valores


As principais funções das bolsas de valores são:

Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e


venda de títulos e valores mobiliários.

Dotar o local ou sistema com facilidades para a realização das operações.

Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade e liquidez


ao mercado de títulos e valores mobiliários.

Efetuar registro de operações.

Divulgar as operações realizadas em pregões com e ciência e rapidez.

Conceder às sociedades corretoras, se necessário, crédito para assistência


de liquidez.

Preservar elevados padrões éticos de negociação.


Criar mecanismos regulamentares e operacionais (autorregulação) que
facilitem o atendimento de procedimentos relativos a comitentes
inadimplentes, atividades dos agentes de compensação, uniformização de
cadastros das sociedades corretoras, regras de conduta e tipos de ordens
aceitos, entre os principais.

Os mercados de capitais são mais e cientes em países onde existem bolsas de valores bem
estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o ambiente
de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras. Nestes contextos, as bolsas
podem bene ciar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm ações de
companhias abertas.

Mercado de Balcão
O Mercado de Balcão (Over the Counter Market) é um mercado de títulos sem local físico
determinado para a realização das transações. Elas são realizadas por telefone, entre as
instituições nanceiras, mas fora do pregão. Neste mercado, normalmente são negociadas ações
de empresas registradas nas bolsas de valores, além de outras espécies de títulos,
principalmente de renda xa.

O mercado de balcão é dito organizado quando se estrutura como um sistema de


negociação de títulos e valores mobiliários administrado por entidade autorizada pela CVM.
É um segmento de negociação de ativos organizado pela BM&FBOVESPA, mas com regras
diferentes às da bolsa de valores. Um exemplo disso é que, no mercado de balcão organizado,
atuam como intermediários não somente corretoras (como ocorre na bolsa), mas também outras
instituições nanceiras como bancos e distribuidoras de valores.

Além das ações, outros valores mobiliários são negociados em mercados de balcão organizado,
tais como debêntures, cotas de fundos de investimento imobiliário, fundos fechados, Fundos de
Investimento em Direitos Creditórios – FIDCs, Certi cados de Recebíveis Imobiliários – CRIs, entre
outros.

Como são negociadas as ações na Bolsa de


Valores?
As ações podem ser negociadas de forma unitária ou como lote-padrão,
dependendo da de nição da Bolsa de Valores. No caso das ações negociadas em
lotes, a cotação divulgada em jornal será sempre a do lote.

Para comprar ou vender ações no mercado, é necessária a intermediação de uma


sociedade corretora que esteja credenciada a executar, em pregão, a ordem de
compra ou venda de seu cliente, através de um de seus representantes
(operadores).

Uma maneira que vem ganhando popularidade entre os investidores é a negociação


de ações e derivativos através do Home broker de uma corretora. Através deste
sistema, a corretora autoriza seu cliente a registrar ordens no Sistema Eletrônico de
Negociação da BM&FBovespa. O investidor se cadastra em alguma corretora e
executa suas próprias ordens de compra ou venda a partir de um computador que
tenha acesso à internet.

A BM&FBovespa
A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital brasileiro formada, em 2008, a partir da integração
das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros.

A BM&F é uma companhia que administra mercados organizados de títulos, valores mobiliários e
contratos derivativos, além de prestar serviços de registro, compensação e liquidação, atuando,
principalmente, como contraparte central garantidora da liquidação nanceira das operações
realizadas em seus ambientes, oferencendo assim gestão de risco aos participantes.

A Bolsa oferece ampla gama de produtos e serviços, tais como: negociação de ações, títulos de
renda xa, câmbio pronto e contratos derivativos referenciados em ações, ativos nanceiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas, entre outros; listagem de empresas e outros emissores de
valores mobiliários; depositária de ativos; empréstimo de títulos; e licença de softwares.

Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários


As Corretoras operam com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (ações,
ouro e câmbio, por exemplo) por conta de terceiros, fazendo a intermediação com as bolsas de
valores e de mercadorias e futuros. Também podem administrar carteiras e fundos de
investimento, bem como custodiar valores mobiliários, operar no mercado aberto e efetuar
lançamentos públicos de ações. Sua constituição e funcionamento dependem da autorização do
Banco Central e da CVM, respectivamente.

Distribuidores de Títulos e Valores Mobiliários


Através da Decisão Conjunta Nº 17 do Banco Central e CVM (março/2009), as Distribuidoras cam
autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados
organizados de bolsa de valores. Com isso, passaram a ter condições de exercer as mesmas
atividades das CTVM, que possuíam anteriormente exclusividade operacional para atuarem
nesses ambientes e sistemas. Por m, as DTVMs também efetuam a subscrição e a intermediação
da colocação de emissões de títulos e valores mobiliários.
Código Anbima de Regulação e
Melhores Práticas para o Programa
de Certi cação Continuada
Propósito e Abrangência
O objetivo deste Código é estabelecer os princípios e regras que deverão ser observados pelas
instituições participantes que atuam nos mercados nanceiro e de capitais, de maneira a buscar a
permanente elevação da capacitação técnica de seus pro ssionais, bem como a observância de
padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades.

Dispõe ainda da obrigatoriedade das instituições liadas à ANBIMA, assim como as instituições
que, embora não associadas, expressamente aderirem a este Código mediante a assinatura do
termo de adesão, de exigirem e scalizarem o cumprimento das disposições deste código por
todos os integrantes de seu conglomerado ou grupo econômico que desempenhem qualquer das
atividades disciplinadas por este Código.

As instituições participantes, submetidas à ação reguladora e scalizadora do Conselho Monetário


Nacional, do Banco Central do Brasil e da CVM, concordam expressamente em submeter-se aos
procedimentos estabelecidos por este Código, uma vez que o adequado desempenho das
atividades objeto deste Código excedem o limite da simples observância das normas legais e
regulamentares que lhes são aplicáveis.

Este Código não se sobrepõe à legislação e à regulamentação vigentes que sejam contrárias às
disposições ora trazidas. Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas
legais ou regulamentares, a disposição deste Código deverá ser desconsiderada, sem prejuízo de
suas demais regras.

Princípios e Padrões de Conduta


As instituições participantes deverão exigir que seus Pro ssionais desempenhem as atividades
para as quais seja exigida certi cação pertinente, observando os seguintes padrões de conduta:
Com relação ao mercado nanceiro e de capitais em geral:

a. Manter elevados padrões éticos na condução de todas as atividades, bem como


em suas relações com clientes e demais participantes do mercado nanceiro e de
capitais, independentemente do ambiente em que tais atividades sejam
desenvolvidas;
b. Conhecer e observar todas as normas, leis e regulamentos, inclusive as normas de
regulação e melhores práticas da ANBIMA, aplicáveis ao exercício de suas
atividades pro ssionais, e fazer com que seus subordinados os observem e
respeitem;
c. Assegurar a observância de práticas negociais equitativas em operações no
mercado nanceiro e de capitais;
d. Recusar a intermediação de investimentos ilícitos;
e. Não contribuir para a veiculação ou circulação de notícias ou de informações
inverídicas ou imprecisas sobre o mercado nanceiro e de capitais;
f. Manter conhecimento atualizado das matérias e normas relacionadas à sua
atividade no mercado nanceiro e de capitais;
g. Referir-se à sua certi cação de maneira a demonstrar sua importância e seriedade,
explicando, sempre que possível, seu procedimento e conteúdo;
h. Não participar de qualquer negócio que envolva fraude, simulação, manipulação
ou distorção de preços, declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores;
i. Manter sigilo a respeito de informações con denciais a que tenha acesso em razão
de sua atividade pro ssional, excetuadas as hipóteses em que a sua divulgação
seja exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada;
j. Não dar informações imprecisas a respeito dos serviços que é capaz de prestar,
bem como com relação a suas quali cações, seus títulos acadêmicos e experiência
pro ssional.

Com relação à instituição participante:

a. Não participar de atividades independentes que compitam direta ou indiretamente


com seu empregador, a não ser que obtenha autorização expressa para tanto;
b. Informar seu empregador sobre a propriedade de quaisquer valores mobiliários
ou outros investimentos que possam in uenciar ou ser in uenciados por sua
atividade pro ssional;
c. Informar seu empregador sobre quaisquer valores ou benefícios adicionais que
receba em sua atividade pro ssional, além daqueles recebidos desse mesmo
empregador;
d. Observar as restrições impostas por seu empregador na negociação de valores
mobiliários em situações de con ito de interesses;
e. Não manifestar opinião que possa prejudicar a imagem do seu empregador ou de
qualquer outra instituição que atue no mercado nanceiro e de capitais;
f. Evitar pronunciamentos a respeito de investimentos sob a responsabilidade de
outras instituições participantes e/ou de seus Pro ssionais, a menos que esteja
obrigado a fazê-lo no cumprimento de suas responsabilidades pro ssionais;
g. Manter sigilo com relação às informações con denciais, privilegiadas e relevantes
para a atividade do seu empregador a que tenha acesso em razão de sua função
na instituição participante, excetuadas as hipóteses em que a sua divulgação seja
exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada.

Com relação aos investidores:

a. Utilizar-se de especial diligência na identi cação e respeito aos deveres duciários


envolvidos na atividade de gestão pro ssional de recursos de terceiros, priorizando
os interesses dos clientes em detrimento dos seus;
b. Manter independência e objetividade no aconselhamento de investimentos;
c. Distinguir fatos de opiniões, pessoais ou de mercado, com relação aos
investimentos aconselhados;
d. Informar aos clientes, efetivos e potenciais, os padrões básicos e os princípios
gerais do processo de seleção dos produtos de investimento na atividade de
gestão pro ssional de recursos de terceiros, bem como quaisquer alterações
nesses processos;
e. Agir com ética e transparência quando houver situação de con ito de interesse
com seus clientes;
f. Informar ao cliente sobre a possibilidade de recebimento de remuneração ou
benefício pela instituição participante em razão da indicação de investimentos;
g. Conduzir os negócios de seus clientes com o cuidado que toda pessoa diligente e
íntegra costuma empregar na administração de seus próprios negócios;
h. Orientar o cliente sobre o investimento que pretende realizar, evitando práticas
capazes de induzi-lo ao erro.

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