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CAMPINA GRANDE
2018
IJAELSON CLIDÓRIO PIMENTEL
RESUMO
Essa pesquisa pretende apropriar-se da filosofia africana, de modo particular o filosofo Marcien
Towa, no livro “por uma filosofia negro-africana”, como desencadeadora de um método do
filosofar numa perspectiva afrocentrica, isto é, partir da própria realidade dos alunos que os
incomoda, iniciando a discussão apoiado em um pensar filosófico africano, o qual não é
valorizado pela abordagem filosófica eurocêntrica. Em um segundo momento será a execução do
método propriamente. O qual constará de aplicação de questionários com os estudantes no intuito
de identificar a percepção dos estudantes quanto a compreensão da filosofia, com a intenção de
verificar se esta ocorre por meio de um víeis colonizador. Desenvolvemos uma metodologia de
filosofar a partir de iniciativas afrocentrica, que tem como prioridade temas africanos, pela qual
os estudantes construirão um produto final uma “cartilha didática”, a partir das suas impressões
após discursões, problemazões e construção de hipóteses sobre os temas propostos em cada ano
do ensino médio. Com isso queremos propor um ensino de filosofia no ensino médio numa
perspectiva descolonizadora, considerando o professor como filosofo e igualmente o estudante
como gerador e provocador de outras discursões em diversos espaços, como a construção de
pequenos textos para a cartilha. A pesquisa, portanto não quer apresentar um modelo de ensino
de filosofia, mas apresentar uma possibilidade de pensar a diversidade no ensino de filosofia como
caminho para o filosofar.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6
2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 8
3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................... 11
3.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................11
3.1.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 11
3.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 11
4 HIPÓTESES ............................................................................................................. 11
5 RISCOS E BENEFÍCIOS ....................................................................................... 12
5.1 RISCOS .............................................................................................................................12
5.2 BENEFÍCIOS ..................................................................................................................12
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 13
7 METODOLOGIA .................................................................................................... 17
7.1 Tipo de pesquisa ..............................................................................................................17
7.2 Local da pesquisa ............................................................................................................17
7.3 População e amostra .......................................................................................................17
7.4 Critério da pesquisa ........................................................................................................17
7.5 Instrumentos de Coleta de dados .................................................................................17
7.6 Procedimento de coleta de dados .................................................................................18
7.7 Processamento e análise dos dados ..............................................................................18
7.8 Aspectos éticos .................................................................................................................19
8 DESFECHO PRIMÁRIO ....................................................................................... 19
9 ORÇAMENTO......................................................................................................... 20
Quadro 1 – Orçamento .........................................................................................................20
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO....................................................................... 21
Quadro 2 – Cronograma de atividades .............................................................................21
11 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 22
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1 INTRODUÇÃO
algo que precisa ser considerado na construção do pensamento, isto é, não levando em
consideração apenas a categoria da escrita.
Dessa forma, propõe-se investigar a filosofia como a construção de um saber
multicultural, formulado a partir da integridade com o outro e na sua relação com a
natureza, buscando possíveis encontros para que outras vozes sejam ouvidas na
elaboração de um currículo que atenda, ao mesmo tempo, a obrigatoriedade do ensino de
filosofia e a determinação da LDB com relação ao pensamento africano.
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2 JUSTIFICATIVA
ou seja, a filosofia existe em todo e qualquer lugar, pois a capacidade de conhecer está
intrínseca à existência humana; compreende-se, então, que, desse modo, ela é fruto
das experiências, da vivencia, assim, é da ordem do acontecimento, não justificando
as muitas concepções de filósofos como Hegel, Hume, Kant, ao considerarem os
negros africanos como incapazes de raciocinarem (MACHADO, 2014. p. 4).
1
Marcien TOWA nasceu em 1931, na pequena cidade de Endama, não muito longe de Obala, a 60 Km da capital
de Camarões no Estado de Lékié. Em 1955, Towa deixou o grande seminário de Otélé (Camarões); em fevereiro
de 1957, foi para a França, a fim de seguir seus Estudos Superiores na Ecole Normale d’ instituteurs de Caen e,
depois, na Sorbonne. Em 1959, terminou a graduação de filosofia e, em 1960, obteve o diploma de estudos
superiores na mesma disciplina, com uma dissertação sobre Bergson e Hegel. Towa ensinou em vários liceus de
Paris (Louis-de-Grande, Molière etc). Voltou para Camarões em 1962 e foi nomeado professor na École Normale
Superieur de Yaoundé, onde ele ensinou pedagogia, história da pedagogia e filosofia. Em 1963 retornou a Europa
com uma bolsa da UNESCO, para um estágio pedagógico de dois anos. Towa aproveitou esse período para adquirir
uma sólida formação em pedagogia e em psicologia, primeiramente na Sorbonne, depois na Grã-Bretanha, no
instituído Rousseau de Genebra, onde acompanhou os cursos e participou dos seminários de Piaget. Em janeiro de
1966, voltou a Camarões e retomou as aulas na École Normale Superieur de Yaoundé. No mesmo ano, foi nomeado
Diretor de Estudos e Diretor-Adjunto dessa instituição. Em 1968, assumiu o departamento de filosofia da faculdade
de letras e ciências humanas da Université Yaoundé. Em 1969, Towa defendeu sua tese na Sorbonne, no doutorado
que se intitula: Identité e Transcendence.
Marcien Towa desenvolveu relevantes funções acadêmicas. Em seguida, engajou-se na política em seu estado de
origem.
Entre artigos e obras do autor, destaca-se: “Analise da obra de L. S. Senghor”, Liberté I, Negritude et Humanismo,
artigo publicado na revista do instituto de Genebra (1966); “o Conciencismo: emergência da Afríca Moderna na
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Towa, apresenta uma modo de fazer filosofia levando em consideração o lugar em que
se está inserido, e por isso elabora uma filosofia atentando para as inquietações ético-políticas
e culturais que tanto afeta o ser humano, e em vista dos questionamentos contemporâneos.
A perspectiva de uma filosofia propriamente africana ou denominada por Towa de
negro-africana, se propõem, portanto negar ao que defendem uma ideia de etnofilosofia, isto é,
de que a África não é produtora de um conhecimento puramente racional, pois destaca-se mais
pelo seu enfoque afetivo e religioso.
Para dissipar a ideia de que a filosofia africana faz partes do hool das filosofias, mas
por outro lado há a ‘Filosofia’ (a de berço grego), dando-se a entender que a filosofia africana
ou chinesa, brasileira, oriental é algo menos racional que a europeia. Para evitar essa posição
que Marcien Towa destaca: “para evitar a armadilha etnofilosofica, é necessário ressaltar
expressamente esse truísmo: uma filosofia negro-africana é uma filosofia; por mais que as
diferentes filosofias sejam singulares e, inclusive, divergentes, contudo, todas elas são
filosóficas” (TOWA, 2015. p. 13).
Com essa concepção de filosofia Towa supera as práticas modernas marcadas pelas
dicotomias e da racionalidade moderna, restrita a uma elite privilegiada, mas conclama o
reconhecimento de outras vozes no fazer filosófico que considere a diversidade e a
multiplicidade.
Nesse sentido a filosofia africana abordada quer desconstruí a ideia eurocêntrica de
racionalidade, contudo não se trata de uma negação da mesma, mas superar o paradigma
unilateral de categorizar o pensamento e construir uma racionalidade dialogando com as
diversas filosofias.
Dito isso, a investigação pretende contribuir para reflexão de uma prática em vista de
uma educação que valorize as diversas fontes de conhecimento, para elaboração de uma
educação democrática, que leva em consideração a alteração dos valores éticos, morais, sociais
e políticos, pelos quais não se pode mais compreender somente livros, professores e
pesquisadores como únicos detentores de conhecimento, mas considerando a diversidade
cultural e étnica, que requer dos que fazem educação uma postura de reinvenção de papeis, a
qual passa pela ética da alteridade.
consciência filosófica”, estudo publicado em Abbia, nº 20, 1968, e retomado na Présence Africaine, nº 85, 1973;
“Aimé Césaire, profeta das revoluções dos povos Negros”, Abbia, janeiro-abril 1968; Ensaio sobre a
problemática filosófica da África atual (1971); o que é a negritude? (Tese de Doutorado de pesquisa);
Identidade e transcendência (tese de doutarado de estado); A ideia de uma filosofia négro-africana (1979).
Marcien Towa faleceu em Yaoundé em 02 de julho de 2014.
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3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
3.1 OBJETIVOS
3.1.1 Objetivo geral
Analisar a relevância da filosofia africana na construção de uma educação
descolonizadora, partindo do método afrocentrico como instrumento do filosofar.
3.1.2 Objetivos específicos
a) Perceber a importância da filosofia africana como construção de uma
racionalidade da diversidade;
b) Compreender o conceito de filosofia africana em Towa como provocadora
diálogos filosóficos;
c) Provocar em sala de aula um filosofar causador de ideias e ideais libertadores,
estimulando a transformação da sociedade.
d) Buscar um filosofar no cotidiano com base na ética da inclusão e da sensibilidade
4 HIPÓTESES
5 RISCOS E BENEFÍCIOS
5.1 RISCOS
5.2 BENEFÍCIOS
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de aprender é infinito, não há limites para o saber, a filosofia nos conduz
ao questionamento, à dúvida de nossas fontes, assim como nos ajuda a formular novas
propostas, bem fundamentadas de ensino. Nessa perspectiva tanto a lei 10.639/03, quanto a lei
11.645/08, vem construir um novo modo de pensar o ensino brasileiro com a inclusão do ensino
de história e cultura Afro-brasileira, Africana e indígena em todo o ensino básico, competindo
aos estabelecimentos escolares ensinar e valorizar a história, a literatura, como as realizações e
o pensamento dos negros e índios que aqui viviam e vivem, desconstruindo a ideia de um
discurso único, contado a partir do dominador, do vitorioso, no caso da filosofia, pela Europa
ocidental.
A ideia de analisar o mundo a partir de uma ótica unilateral, personificando um
preconceito cultural, étnico, é bastante visível em Hegel na Filosofia da História quando
declara:
A África não é parte histórica do mundo. Não tem movimentos, progressos a mostrar,
movimentos históricos próprios dela. Quer isso dizer que a sua parte setentrional
pertence ao mundo europeu ou asiático. Aquilo que entendemos precisamente pela
África é o espírito a-histórico, o espírito não desenvolvido, ainda envolto em
condições de natural e que deve ser aqui apresentado apenas como no limiar da
história do mundo (HEGEL, 1999. p.83).
Nessa ótica da sociedade multicultural e por entender que a escola está inserida nela,
que o projeto aspira valorizar as expressões filosóficas que fluem da própria comunidade, como
ainda alargar o conhecimento na diversidade, quebrando preconceitos estabelecidos pela
herança histórica colonial.
Outra proximidade que se pode destacar da filosofia africana no ensino para relações
étnico-raciais é a pluralidade de visões que se apresenta nessa filosofia, por meio de uma cultura
oral, auxiliando a compreender a constante relação trivial: movimento, realidade e tempo, os
quais estão sempre conectados e nos ajuda a entender o que conhecemos.
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Com isso o projeto visa trabalhar na perspectiva que leve a sério o pensamento africano
e afro-brasileiro na consolidação, não somente de uma proposta curricular para o ensino de
filosofia, mas também numa edificação mais plural da história filosófica que envolva elementos
para além das vozes europeias e norte-americanas demanda uma revisão da própria história e
da história da filosofia, que tem a colonialidade como seu modo fundamental de operação
(NASCIMENTO; BOTELHO, 2010; DUSSEL, 1996).
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7 METODOLOGIA
Para que a pesquisa tenha um bom êxito se faz necessário desenvolver uma
metodologia que esteja adequada aos meios e ao tempo, para isso detalhamos cada etapa da
metodologia a ser seguida.
A população a qual o pesquisa será desenvolvida serão três turmas do ensino médio
sendo: uma de 1º ano, uma de 2º ano e outra de 3º ano, que soma-se 87, estudantes, que
frequentam a Escola Estadual Severino Cabral.
8 DESFECHO PRIMÁRIO
Espera-se desenvolver uma metodologia que parte de temas africanos em dialogo
filosófico com outras cultura, numa perspectiva de reconhecimento das várias identidades
filosóficas.
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9 ORÇAMENTO
Quadro 1 – Orçamento
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Para essa fase da pesquisa, presume-se um período de quatorze meses, sendo os sete
primeiro, de revisão bibliográfica e elaboração do arcabouço teórico e metodológico da
pesquisa. Assim prever-se as atividades demonstradas no quadro a seguir.
PERÍODO (MESES)
ATIVIDADES 2018 2019
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4
Aprofundamento da revisão bibliográfica XXXXXXXX X
Encontros com o orientador para discussão XXXXXXXX X X X XXX
Elaboração dos instrumentos XX
Envio do projeto ao CEP/UFCG X
Aplicação do 1º questionário X
Aplicação dos instrumentos de aulas XXX X X
Levantamento e analises de dados XXX X
Tratamento dos dados X X
Discursão dos resultados X X XX
Revisão da pesquisa X XXX
Deposito da dissertação X
Defesa da dissertação X
Revisão pós defesa X
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11 REFERÊNCIAS
LVA, Moisés Alves da; AIRES, José Luciano de Queiroz. (Org). Nas confluências do
axé; refletindo os desafios e possibilidades de uma educação para as relações étnico-
raciais. João Pessoa: Editora do CCTA, 2015. p.37-67.
WAMALA, Edward. Governo por Consenso: Uma Análise de uma Forma Tradicional
de Democracia. Tradução para uso didático de: WAMALA, Edward. Government by
Consensus: An Analysis of a Traditional Form of Democracy. In: WIREDU, Kwasi
(ed.). A Companion to African Philosophy. Malden, Oxord, Victoria: Blackwell, 2004,
p. 435-442. Por Luan William Strieder.