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CAP5 REF 2015 v1 PDF
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5.1. Introdução
Um compressor ideal é definido como aquele que não possui espaço morto não varrido
pelo pistão no final da descarga e no qual as operações internas, apresentadas na Fig. 5.1 como
uma representação das pressões dentro do cilindro em relação ao volume do espaço fechado são
definidas como:
V sw
mA = (5.1)
v1
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 2
Essa massa é também igual a massa de vapor descarregada pelo compressor uma vez que
não há vapor residual dentro do cilindro no ponto C. O estado do vapor descarregado para a
tubulação é o mesmo do vapor no estado B.
Embora o escoamento através do compressor não seja permanente, é conveniente
introduzir uma taxa de massa, m& , e uma taxa de deslocamento, V&sw . A taxa de deslocamento é
dada pela Eq. 5.2.
V&sw
m& A =
v1
(5.3)
O trabalho realizado sobre o vapor para comprimi-lo do estado A até o estado B, em um
processo isentrópico, é dado pela Eq. 5.4.
VB
W A− B = − ∫ pdV )s (5.4)
VA
onde o símbolo )s indica que a integração é em um processo com entropia constate. Durante a
descarga o pistão também deve realizar trabalho expulsando o vapor do cilindro, enquanto que
durante a admissão, o vapor realiza trabalho sobre o cilindro. Assim, o trabalho líquido é
representado pela Eq. 5.5.
VB VC VD VA
Wid = − ∫ ( pdV ) = − ∫ pdV − ∫ p 2 dV − ∫ pdV − ∫ p1dV (5.5)
s
VA VB VC VD
Integrando essa equação nos dois processos a p = cte. resulta na Eq. 5.6.
VB
Wid = − ∫ pdV − p 2 (VC − V B ) − 0 − p1 (V A − V D ) (5.6)
VA
VB p2
Wid = − ∫ pdV + 1 p1V A = ∫ pdV )s → área do diagrama
p 2VB − { (5.7)
23
VA 2 3 p1
1
424
3
1
1 - Compressão;
2 - Descarga;
3 - Admissão.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 3
2 p
wid = id = ∫ vdp )s
W
(5.8)
m p 1
A potência de um compressor ideal, com taxa de deslocamento V&sw , é dada pela Eq.
5.9.
p2
V&
W& id = m& wid = sw
v1 ∫ vdp )s (5.9)
p1
A pressão média efetiva é definida como a potência dividida pela taxa de deslocamento,
conforme a Eq. 5.10.
p2
W&
∫ vdp )s
1
wv ,id = id = (5.10)
&
Vsw v1 p1
A integração das Eq. 5.8 e 5.10 pode ser feita conhecendo-se a relação entre p e v durante
o processo de compressão a entropia constante. Essa relação pode ser encontrada em tabelas de
vapor, seguindo o processo com entropia constante ou através da identidade termodinâmica dada
pela Eq. 5.11.
p2
dh )s = (h2 − h1 )s = ∫ vdp )s (5.12)
p1
Assim, as expressões para o trabalho específico, potência e pressão média efetiva do
compressor ideal podem ser escritas como:
2 p
wid = id = ∫ vdp )s = (h2 − h1 )s
W
(5.13)
m p 1
p2
V& V&sw
W& id = m& wid = sw
v1 ∫ vdp )s = v1
(h2 − h1 )s (5.14)
p1
e
W&
p2
(h2 − h1 )s
∫ vdp )s =
1 wid
wv ,id = id = = (5.15)
&
Vsw v1 v1 v1
p1
A Eq. 5.13 é a mesma que havia sido definida no Cap. 2 como trabalho específico de
compressão isentrópica e a Eq. 5.14 e a mesma que a Eq. 2.21. O subscrito utilizado
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 4
anteriormente, comp, foi omitido uma vez que apenas o trabalho do compressor é analisado nesse
capítulo.
A pressão média efetiva, dada pela Eq. 5.15 é a mesma quantidade que anteriormente
havia sido definida como o trabalho volumétrico de compressão. A solução dessa equação
pode ser obtida através da hipótese de que o processo de compressão possa ser representado pela
relação dada pela Eq. 5.16.
pv k = const (5.16)
onde k é o coeficiente de compressão isentrópica, dado pela relação entre o calor específico a
pressão constante e o calor específico a volume constante, conforme a Eq. 5.17, que é
aproximadamente constante durante o processo.
cp
k= (5.17)
cv
(k −1)
k p 2 k
wv ,id = p1 − 1 (5.18)
k − 1 p1
Para o caso de compressão isotérmica, k=1 e a solução dada pela Eq. 5.18 não é válida.
Nesse caso, a solução é dada pela Eq. 5.19.
p
wv ,id = p1 ln 2 (5.19)
p1
Com exceção do caso de gases ideais, nenhum vapor real exibe o valor de k = constante,
nem ao longo de uma linha de entropia constante ou de uma linha de entropia constante para
outra. Portanto, a utilidade das Eq. 5.18 e 5.19 dependem de quão próximo elas poderão estimar
o valor de wv,id na prática. Veja o Ex. 5.1.
Também deve ser lembrado que a pressão média efetiva, definida como o trabalho
dividido pelo volume específico, possui a mesma unidade de pressão. No SI:
1J = 1N (5.20)
m3 m2
Para a maioria das aplicações práticas, o uso da Eq. 5.18 é suficientemente exato, pois a
variação de k não é muito grande. Para efeitos de ilustração, são apresentados nas Fig. 5.2, 5.3 e
5.4 valores de k para diversas pressões p2, dadas em função das temperaturas de saturação na
condensação, Tc, em função das pressões p1, representas pelas temperaturas de vaporização Te.
Os refrigerantes apresentados são amônia (R-717), R-22 e R-134a.
A função de k e da relação de pressão que aparece na Eq. 5.18 ocorre frequentemente e é
conveniente definir um símbolo para ela, dado pela Eq. 5.21.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 5
(k −1)
k p 2 k
Y= − 1 (5.21)
k − 1 p1
Figura 5.2. Valores de k para o R-717, desde uma pressão p1, correspondente a uma temperatura
de vaporização Te (vapor saturado) até uma pressão p2, correspondente a uma temperatura de
saturação Tc (condensação).
Figura 5.3. Valores de k para o R-22, desde uma pressão p1, correspondente a uma temperatura
de vaporização Te (vapor saturado) até uma pressão p2, correspondente a uma temperatura de
saturação Tc (condensação).
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 6
Figura 5.4. Valores de k para o R-134a, desde uma pressão p1, correspondente a uma temperatura
de vaporização Te (vapor saturado) até uma pressão p2, correspondente a uma temperatura de
saturação Tc (condensação).
Assim, o trabalho específico definido pela Eq. 5.13 pode ser reescrito conforme a Eq.
5.22.
(h2 − h1 )s
= p1Y (5.23)
v1
Nos compressores reais é impossível que o pistão varra todo o volume do cilindro. No
ponto morto superior (PMS) permanece sempre um volume de vapor residual nas portas das
válvulas e no espaço entre o topo do pistão e o cilindro, necessário para acomodar as tolerâncias
de fabricação, espaço esse que é inacessível ao pistão, representado na Fig. 5.6.
Esse espaço morto ou também chamado de espaço nocivo é chamado de Vc e é
geralmente representado como uma fração do volume varrido, conforme a Eq. 5.24.
Vc
c= (5.24)
Vsw
Figura 5.7. Diagrama pressão vs. volume representando os processos de um compressor ideal
com o efeito do espaço morto.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 8
V A − VD V A − VD
η v ,idc = = (5.25)
V A − VC Vsw
O efeito que o espaço morto produz no compressor é que o vapor retido nesse volume
deve ser reexpandido até que se consiga produzir no cilindro uma pressão suficientemente baixa
para permitir a abertura da válvula de sucção, diminuindo então o volume de vapor aspirado.
Como
V A = VC + V sw = cV sw + V sw = V sw (1 + c ) (5.25)
V V
VD = D VC = c D Vsw (5.27)
VC s VC s
Ao substituir essas duas últimas equações na Eq. 5.22, resulta na Eq. 5.28.
(1 + c )Vsw − cV sw V D
VC s V
η v ,idc = = 1 + c − c D (5.28)
V sw VC s
VD
mD V v
= D = D (5.29)
VC VC s vC
mC
pois as massas dentro do cilindro nos estados C e D são iguais, isso é, mC = mD. Assim, a Eq. 5.29
é utilizada para substituir a relação entre os volumes na Eq. 5.28, resultando na Eq. 5.30.
vD
η v ,idc = 1 + c − c (5.30)
vC s
1
p k
η v ,idc = 1 + c − c 2 (5.32)
p1
k
p2 1+ c
= (5.33)
p1 max c
Nessa condição, o diagrama da Fig. 5.6 degenera para uma única linha de entropia
constante onde o vapor é alternadamente comprimido e expandido no mesmo caminho. Assim, o
vapor do espaço morto preenche todo o volume do cilindro durante a reexpansão, não permitindo
a entrada de vapor “novo”. Essa condição não é encontrada na prática, salvo quando um
compressor é utilizado como bomba de vácuo, o que não é uma boa prática.
Nesse caso, p2 é a pressão atmosférica e p1 é a pressão mínima alcançada quando o fluxo
através do compressor cessa. Bombas de vácuo são construídas com fração de volume morto
bastante reduzida, cuja redução é feita através do preenchimento com óleo.
Entre os valores limites de ηv, id = 1 quando (p2/p1) = 1 e ηv, id = 0 quando (p2/p1)max, a
variação do ηv, id é mostrada na Fig. 5.8, onde a condição k = 1,3 é para o caso do R-717. Na
prática, elevadas relações de pressão não são utilizadas, pois implicam em baixos rendimentos
volumétricos e elevadas temperaturas de descarga. Para relações de pressão usualmente
utilizadas, o ηv, id é apresentado na Fig. 5.9, em função da relação de pressões.
Figura 5.8. Variação de ηv, id para um compressor ideal, com c = 0,04, em função da relação de
pressão.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 10
Figura 5.9. Variação de ηv, id para um compressor ideal, com c = 0,04, em função da faixa de
relações de pressão comumente utilizada.
A taxa de massa circulada em um compressor ideal com espaço morto é dada pela Eq.
5.34.
η v ,idcV&sw
m& = (5.34)
v1
correspondendo a uma capacidade de refrigeração associada, para uma dada condição do ciclo.
O trabalho realizado pelo pistão em um compressor ideal com espaço morto é deduzido
através da observação de que o trabalho específico, isso é, o trabalho por massa de vapor
circulando no compressor, permanece inalterada e continua sendo dada pela Eq. 5.13, porque os
processos internos são definidos como reversíveis. A potência de compressão é então dada pela
Eq. 5.35.
(h − h1 )s
W& idc = m& (h2 − h1 )s = η v ,idcV&sw 2 (5.35)
v1
(h2 − h1 )s
wv ,id = η v ,idc (5.36)
v1
Quando o valor de k é diferente da unidade (≠ 1), a pressão média efetiva é dada pela
Eq. 5.37.
p
wv ,idc = p1η v ,idc ln 2
p1
(5.38)
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 11
Como o valor da função Y aumenta com a relação de pressão, como mostrado na Fig. 5.5
enquanto que o ηv, id diminui com a relação de pressão, como mostrado na Fig. 5.8, o valor da
pressão média efetiva passa por um ponto de máximo quando p1 varia para valores fixos de p2,
conforme mostrado na Fig. 5.10.
Figura 5.10. Variação da pressão média efetiva de um compressor ideal com espaço morto igual
a c = 0,027 e temperatura de condensação igual a TC = 50 °C, para R-134a.
Assim, para uma dada temperatura de condensação, a qual determina p2, a pressão média
efetiva aumenta à medida que a temperatura de evaporação, TE, diminui (e com ela a pressão p1),
como por exemplo durante a operação de pull down, isso é, o processo de redução da
temperatura da instalação quando ela é inicialmente ligada. Esse processo continua até que a
pressão média efetiva atinja o pico, quando inicia sua redução.
Compressores operando em regimes de ar condicionado trabalham em temperaturas de
evaporação próximas ao valor de pico mas compressores operando em regimes de baixas
temperaturas de evaporação trabalham na maior parte do tempo fora da condição de pico. Dessa
forma, pode não ser econômico dotar esses compressores de um motor capaz de fornecer essa
potência para apenas algumas ocasiões.
Em sistemas de baixa potência, o problema pode ser contornado limitando-se a vazão
mássica de refrigerante através do dispositivo de expansão. Nesse caso, o compressor reduz
rapidamente a pressão, mas ainda deve ter torque suficiente para vencer o torque na condição de
pico, mas devido a passagem desse condição ser rápida, evita o superaquecimento do motor.
Outra forma de controle utilizada é desabilitando cilindros em um compressor alternativo.
A determinação da relação de pressão (p2/p1) para a máxima pressão medida efetiva pode
ser obtida através da diferenciação da Eq. 5.37 ou Eq. 5.38, mantendo p2 ou p1 fixos enquanto a
outra pressão é variável, conforme mostrado na Eq. 5.39.
Assim, para p2 fixo e p1 variável, a equação que deve ser resolvida é dada pela Eq. 5.40
para k ≠ 1.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 12
ln r + Ar − 1 = 0 (5.41)
Para p1 fixo e p2 variável, a equação que deve ser resolvida é dada pela Eq. 5.42 para k ≠
1.
+ Ar (2− k ) k − (k − 1) = 0
1
Akr k
(5.42)
1
A ln r − + A = 0 (5.43)
r
onde
p
r = 2 na condição de wc ,id = max
p1
(5.44)
e
A= c
(1 + c ) (5.45)
Algumas soluções dessas equações para o caso de c = 0,04 são mostradas na Tab. 5.1.
Tabela 5.1. Solução das Eq. 5.42 a 5.43 para o caso de c = 0,04.
Figura 5.11. Representação do efeito do aumento do espaço morto de c para c’. A reexpansão
não está completa até atingir D’ ao invés de D e o rendimento volumétrico é reduzido.
η v ,idc = (V A − VD )V (5.46)
sw
η v ,idc = (V A − V D′ )V (5.47)
sw
p1V A = p 2V B
n n
(5.48)
e que n seja estimado a partir dos valores medidos de VA e VB no diagrama. Esse valor de n
encontrado é invariavelmente menor que o valor de k, o índice isentrópico. Similarmente, o valor
de m para o processo de expansão entre os estados C e D também deve ser menor que k.
Outra diferença entre o compressor ideal e o real e que pode ser notada no diagrama da
Fig. 5.12 é que a pressão no interior do cilindro é inferior a p1. Esse efeito é difícil verificar em
compressores de baixa velocidade mas é evidente em compressores de alta velocidade.
O volume do vapor que aparentemente ingressa no cilindro do compressor durante a
sucção é dado por VA – VD, e o rendimento volumétrico aparente é dado pela Eq. 5.49.
V A − VD
η v ,ind = (5.49)
V sw
de forma similar que na Eq. 5.25. Com a inclinação na linha de expansão é menos inclinada que
a linha de entropia constante, encontrada em um processo ideal, o rendimento volumétrico é
menor que o do compressor ideal, com o mesmo espaço morto.
O rendimento volumétrico real é determinado através de testes onde a taxa de massa m& é
medida em condições de regime permanente e o volume específico v1, na entrada do compressor.
Assim, o rendimento volumétrico real do compressor é definido pela Eq. 5.50.
No entanto, não parece ser a explicação total do fenômeno. Na Fig. 5.14 é mostrado a
representação de um processo de compressão em um diagrama Txs, onde o processo de
compressão inicia na região de vapor superaquecido. Há na literatura sugestão de que possa
haver condensação no vapor nas paredes do cilindro do compressor no final do curso do pistão.
No diagrama da Fig. 5.14, o processo de compressão inicia o estado A, vapor
superaquecido e termina no estado B. A temperatura da parede do cilindro, TW é mostrada em
algum ponto entre os estados A e B. Essa temperatura não é constante uma vez que apresenta
variações cíclicas em função da transferência de calor para e do metal do cilindro. Nessa figura,
o ponto X é obtido pela interseção de uma linha de pressão constante desde o estado de vapor
saturado a TW, e a linha de compressão.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 16
A medida que a compressão segue desde o estado A, inicialmente mais frio que as
paredes, torna-se mais quente e a entropia aumenta. Após T = TW, a temperatura do vapor é
maior que a das paredes e a transferência de calor do vapor para as paredes reduz sua entropia.
Além do ponto X, o vapor está em contato com uma superfície com temperatura inferior à
temperatura de orvalho, podendo ocorrer condensação.
Nessa condição, o líquido condensado permanece como um filme na parede e vaza pela
folga pistão/cilindro e/ou fica retido no espaço morto. Em ambas as situações, há uma redução
do rendimento volumétrico. Se o vapor é muito solúvel no óleo lubrificante, o efeito da
condensação pode ser reforçado pela migração do refrigerante para a solução, como é o caso do
propano (R-290).
Em regime permanente, o líquido retido deve vaporizar. Se isso ocorrer durante a re-
expansão, o valor de m diminui (a pressão cai mais lentamente com o volume) e o rendimento
volumétrico cai.
Desta forma, aumentando o superaquecimento eleva-se o estado X, evitando a
condensação, isso é, eleva-se a temperatura da parede do cilindro e atrasa-se o estado X.
5.5.3 Vazamentos
Vazamentos também podem acontecer nas válvulas de sucção, por exemplo, que deveria
estar fechada mas permanece aberta devido a efeitos dinâmicos. Esse fato é mais importante em
baixas pressões de vaporização.
Os efeitos da transferência de calor e dos vazamentos sobre o rendimento volumétrico são
diluídos se a rotação do compressor for aumentada. Por outro lado, o efeito da perda de carga e
do vazamento por efeito dinâmico é aumentado. Dessa forma, o rendimento volumétrico atinge
uma valor ótimo em uma dada rotação, a qual é função do tipo do compressor e do refrigerante,
conforme mostrado pela Eq. 5.52.
Figura 5.15. Seção transversal de um compressor parafuso com rotor macho de 4 lóbulos e rotor
fêmea com 6 reentrâncias.
Nesses compressores, o rotor macho geralmente é o acionado. Se esse rotor gira a uma
velocidade w1 = N, a velocidade de giro do rotor fêmea será igual a w2 = 2N/3, dado pela Eq.
5.52.
w1 z 2 4 2N
= → w2 = N = (5.51)
w2 z1 6 3
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 18
Utilizando a nomenclatura definida na Fig. 5.15 onde af é a área transversal livre do rotor
fêmea e am é a área transversal livre do rotor macho, a taxa de deslocamento do compressor é
dada pela Eq. 5.52.
(
)
V&sw = ALN = a m w1 + a f w2 L = a m N + a f
2N
L (5.52)
3
2
(
V&sw = N 4 a m + 6 a f L = 4 N a m + a f L ) (5.53)
3
am + a f
K = (5.54)
πD 2
4
n
Pdescarga P Vdescarga
Pi = = d = = Vi n (5.57)
Psucção Ps Vsucção
Pressão de condensaçã o p 2
r= = (5.58)
Pressão de sucção p1
PV n = constante (5.59)
o trabalho de compressão pode ser dado conforme a Eq. 5.60, para a condição r ≠ Pi.
n (n −1) n V
W = p1V sw Pi − 1 + sw p1 (r − Pi ) (5.60)
n −1 Vi
Pode ser observado na Eq. 5.60 que o último termo da direita é uma relação entre r e Pi.
Assim, quando r < Pi, o termo será negativo (-) e, nesse caso, p2 < Pi.p1. Quando r > Pi, o termo
será positivo (+) e, nesse caso, p2 > Pi.p1. Quando r = Pi, o termo é zero e o trabalho de
compressão é dado pela Eq. 5.61.
n (n −1) n
W = p1V sw r − 1 (5.61)
n −1
Definindo um compressor de parafuso ideal como aquele cujas perdas são devidas apenas
à diferença entre r e Pi, a pressão média efetiva pode ser descrita pela Eq. 5.62.
n
wv ,id = p1 ( ( )
)
Vi n −1 − 1 +
r − Vi n
(5.62)
(n − 1) Vi
ou
V (n −1) − n r
wv ,id = p1 i + (5.63)
(n − 1) Vi
Para o caso especial de n =1, a pressão média efetiva é dada pela Eq. 5.64.
r − Vi
wv ,id = p1 ln Vi + (5.64)
Vi
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 20
η ise =
(trabalho de compressão isentrópic o ) (5.62)
(trabalho de compressão real )
O processo de compressão real é apresentado na Fig. 5.17 junto com o processo de
compressão a entropia constante. Dessa forma, o rendimento isentrópico pode ser calculado
através da Eq. 5.63.
(h2 − h1 )s
η ise = x100 (5.63)
(h2 r − h1 )
5.8. Exercícios
Ex 5.2 A taxa de deslocamento de um compressor ideal é igual a 0,1 m3/s. Determine a potência
de compressão para as condições do Ex. 5.1.
Ex 5.3 Determine o rendimento volumétrico de um compressor ideal com um espaço morto igual
a 0,04 (ou 4%), operando conforme as condições do Ex. 5.1.
Ex 5.4 Determine a pressão média efetiva de um compressor ideal com espaço morto de 0,04
para as mesmas condições do Ex. 5.1. Encontre também a potência de compressão para uma taxa
de deslocamento igual a 0,1 m3/s.
Ex 5.5 Um compressor alternativo possui 4 cilindros com diâmetro igual a 130 mm e curso de
100 mm, e uma fração de espaço morto igual a 0,04. O compressor é diretamente acoplado ao
motor e utiliza como refrigerante o R-134a, operando entre as temperaturas de - 40 °C durante a
vaporização e de 40 °C na condensação. Considerando o valor de k igual a 1,1, determine qual o
maior torque que o compressor deverá fornecer durante o pull down.
Ex 5.6 Um compressor de R-717 com fração de espaço morto igual a 3% opera entre as
temperaturas de -20 °C na vaporização e de 30 °C na condensação. Assumindo um
comportamento ideal, quanto espaço morto extra deveria ser introduzido para reduzir sua
capacidade em 50%?
Ex 5.7 Determine o rendimento volumétrico real de um compressor operando com R-717 entre
as temperaturas de +35 °C na condensação e de – 20 °C na vaporização. O compressor possui 4
cilindros, com diâmetro de 160 mm e curso de 110 mm e trabalha com rotação de 750 rpm. A
capacidade de refrigeração associada ao compressor é de 121,5 kW, considerando um
subresfriamento na saída do condensador de 5 K. A condição de sucção do compressor é de
vapor saturado.
Ex 5.8 Para o mesmo compressor do Ex. 5.6, determine o rendimento adiabático, considerando
que a potência do compressor obtida em bancada de testes é de 45,8 kW.
Refrigeração Capítulo 5 Pág. 22
Bibliografia:
Stoecker, W.F., Sainz Jabardo, J.M., Refrigeração industrial. Ed. Edgard Blücher, 2002.
Gosney, W.B., Principles of refrigeration. Cambridge University Press, 1982.