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RESUMO – Os autores fizeram um levantamento de plantas medicinais importadas relacionando-as com espécies
nativas similares. Informações taxonômicas e comentários críticos são também apresentados.
PALAVRAS-CHAVE – Plantas medicinais; espécies importadas; plantas medicinais importadas; vitiligo; Sonchus
oleraceus L.
SUMMARY – The authors made a surveying of imported medicinal plants between similar native ones. Taxonomic
information and criticism commentaries are also presented.
KEYWORDS – Medicinal plants; imported species; imported medicinal plants; vitiligo; Sonchus olera-
ceus L.
Recebido em 06/12/2007
1
Farmacêutica-bioquímica, mestre em Fármaco e Medicamentos, PqC IV do Instituto Adolfo Lutz Laboratório I de Santos
2
Bióloga, PqC II do Instituto Adolfo Lutz Central
3
Farmacêutica-bioquímica, Pq C I do Instituto Adolfo Lutz Central
4
Biólogo, PqC II do Instituto Adolfo Lutz Central
ção dos fitoterápicos. Exemplo disso é o fato de RUTO- nais e/ou alimentares) estariam também relegadas ao ostra-
WITSCH & COELHO BRAGA terem publicado pesquisa cismo por força da propaganda primeiro-mundista? A nos-
bem sucedida com a serralha (Sonchus oleraceus L.) no sa taioba é tanto ou mais saborosa que a couve, além de
tratamento do vitiligo em 1966, na revista Anais Brasilei- conter 5 vezes mais cálcio e apresentar teores significati-
ros de Dermatologia e, no entanto, passados 41 anos des- vos de ferro e de magnésio. O nosso pó de guaraná, por
sa divulgação, nenhum dermatologista a conhece, não a exemplo, foi esquecido quando do lançamento de extratos
mencionam, não a empregam, e não deram continuidade de ginseng industrializados por multinacionais.
ao estudo5. Ignoraram-no. Coincidência ou não, naquela A Tabela I relaciona algumas plantas medicinais estran-
mesma época era lançado no mercado nacional o Viticro- geiras e as espécies nativas sucedâneas, isto é, que apre-
min (medicamento para atenuar as manchas acromáti- sentam as mesmas indicações terapêuticas e/ou princípios
cas do vitiligo). ativos. A Tabela II apresenta os nomes científicos das es-
Similarmente, quantas outras espécies nativas (medici- pécies citadas na Tabela I7,4.
TABELA II
Nomenclatura científica das espécies medicinais importadas e nativas
Nome popular Nome científico Nome popular Nome científico
Dedaleira ou digital Digitalis lanata e D. purpurea Trombeteira e saia-branca Datura arborea e D. suaveolens
A globalização é um fenômeno crescente e inevitável. medicinal de plantas importadas e sucedâneas que ocorrem no Brasil. Rev.
Ciênc. Farm. São Paulo, 4:227-38, 1982.
Não desfazendo de seus inúmeros benefícios, deve-se ob-
3. RENNÓ, L.R. A Flora Brasileira como fonte de medicamentos. Rev. Bras. Farm.,
servar que a “aldeia global” em que vivemos também apre- março/abril, 1971: 70-6.
senta algumas conseqüências negativas: a desvalorização 4. RIBEIRO, E. Plantas Medicinais e complementos bioterápicos . Edição
das culturas dos países pobres é uma delas. Somente atra- 21060001/0015: Livros da Vida Editores LDA, Portugal, 1995.
vés de um esforço alinhado e conjunto por parte dos di- 5. RUTOWITSCH, M & COELHO BRAGA, M.P. Dois casos de vitiligo com repig-
versos segmentos da sociedade brasileira é que lograre- mentação no curso do tratamento pela serralha (Sonchus sp). Anais Bras. de
Dermatologia, 41(3):45-7, 1966.
mos êxito na preservação e aproveitamento dos nossos
6. TESKE, M & TRENTINI, A.M.M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia. 3ª ed.,
vegetais nativos, tanto os medicinais como os alimenta- Curitiba, 1997.
res. 7. ZANINI, A.C.; BASILE, A.C.; FOLLADOR, W & OGA, S. Guia de Medicamentos.
2ª ed., Ipex Editora, São Paulo, 1998.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. OLIVEIRA, F & BACCHI, E.M. Considerações a respeito de algumas plantas Endereço eletrônico
medicinais brasileiras. An. Farm. Quím. S. Paulo, 20(1/2), jan./dez., 1980. Luzia Ilza Ferreira Jorge
2. PANNIZA, S.; SCAVONE, O.; ROCHA, A.B & CHRISTODOULOU, M. Emprego E-mail: luziajo@gmail.com