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XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”


Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.

ANÁLISE E SIMULAÇÃO EM
COLABORAÇÃO AO DIAGNÓSTICO E
PREVENÇÃO DE PANES NOS
SUBSISTEMAS DE ENERGIA DOS
SÍTIOS DE REPETIÇÃO (ANTENAS DE
COMUNICAÇÃO EMERGENCIAL) DA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
PAULO
Marcio Campos
marcamposbr@gmail.com
Rafaela Vilela da Rocha
rafaela.vilela@gmail.com
Emerson Farias
1500170@aluno.univesp.br

“Um dos maiores desafios relacionados à comunicação emergencial


da Polícia Militar do Estado de São Paulo é a falta de fornecimento de
energia elétrica, que pode deixar as viaturas sem comunicação com os
centros operacionais que recebem as chamadas de emergência por
meio do telefone 190, ou até mesmo impossibilitar a sociedade de
solicitar ajuda por meio de telefones. Para que a comunicação seja
mantida, a Polícia Militar possui sistemas de redundância de energia
elétrica chamados de sítios, que são sistemas formados por antenas
repetidoras de sinal, computadores para transmissão da comunicação,
geradores de energia elétrica e reservatórios de óleo diesel. Nos casos
de panes elétricas em uma determinada região, os sítios garantem a
continuidade da comunicação entre as viaturas. Nestas condições, os
geradores movidos a óleo diesel são acionados, porém, somente por
um determinado tempo que varia de duas a seis horas. Caso a energia
elétrica demore a retornar, o estoque de óleo diesel pode ficar
comprometido e há necessidade de reabastecimento.

Palavras-chave: Simulação, Sistemas de telecomunicações,


Subsistemas de energia elétrica, Polícia Militar do Estado de São
Paulo, Antenas de telecomunicações
1. Introdução
Para administrar a segurança pública do Estado de São Paulo principalmente no
enfoque operacional, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é dividida em
diversas especialidades de policiamento a exemplo da preservação ambiental ou controle de
trânsito.
Para que serviços de qualidade sejam disponibilizados é primordial a utilização de um
bom sistema de comunicação de rádio para comunicação entre as viaturas e gerenciamento
das solicitações emergenciais da sociedade, no entanto, há situações específicas que
comprometem esse importante serviço.
Um dos maiores desafios na manutenção da comunicação é a falta de fornecimento de
energia elétrica, o que pode deixar as viaturas sem comunicação com os centros operacionais
que recebem as chamadas de emergência por meio do telefone 190. Para garantir a
manutenção da comunicação emergencial em situações de extremo risco, a Polícia Militar
possui “sítios”, que são sistemas constituídos por antenas repetidoras de sinal, computadores
para transmissão da comunicação, geradores de energia elétrica movidos a óleo diesel e
reservatórios deste combustível. Nos casos de pane elétrica em uma determinada região, os
sítios garantem a continuidade da comunicação entre as viaturas. Nestas condições, os
geradores movidos a óleo diesel são acionados, porém, somente por um determinado tempo
que varia de duas a seis horas. Caso a energia elétrica demore a retornar, o estoque de óleo
diesel pode ficar comprometido e há necessidade de reabastecimento.
Assim, este trabalho busca pesquisar sobre as possíveis formas de monitoramento das
torres de comunicação para que a falta de energia seja identificada de forma rápida. A questão
de pesquisa a ser respondida é: "Como simular as panes que ocorrem nos sítios de repetição
de forma a obter ações proativas em relação ao que pode ocorrer futuramente?"
O principal objetivo desta pesquisa é simular e analisar o controle e monitoramento
dos subsistemas relacionados às panes que ocorrem nos sítios de repetição. Para alcançar o
objetivo principal, os seguintes objetivos específicos foram definidos:
a) Verificar detalhes sobre as panes dos subsistemas de energia dos sítios de repetição;
b) Propor, modelar e simular um sistema de simulação de pane que possibilite a
identificação das causas por meio de sensores;
c) Testar e avaliar o sistema proposto, validando os resultados.
O que motivou a realização deste trabalho foi entender que o processo de mapeamento

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de sítios pode ser árduo e parcialmente realizado, o que acarreta investimento na utilização de
conceitos, ferramentas e definições necessárias à qualidade do controle do monitoramento
executado pelas equipes técnicas. Assim, faz-se necessário pesquisar soluções baseadas em
modelagem e simulação de modo a otimizar os sistemas de energia dos sítios de repetição, por
meio do uso de sensores e placas arduino.

2. Fundamentação Teórica
Na revisão da literatura foram pesquisados conceitos importantes para a elaboração do
projeto. Embora a simulação seja protagonista neste projeto, a multidisciplinaridade do tema
implicou em fortes diálogos científicos com áreas complementares em apoio à principal,
dentre essas áreas: engenharia de métodos, gerenciamento de projetos e gestão de custos .
Um sítio de repetição é um sistema constituído por antenas repetidoras de sinal,
computadores para transmissão da comunicação e subsistemas de energia que utilizam uma
fonte primária (concessionária local), fonte secundária (bancos de baterias) e outra fonte
secundária (geradores), sendo que os elementos são:
a) Concessionária local: empresa que fornece energia elétrica, corrente alternada de
baixa tensão, em uma determinada região;
b) Banco de Baterias da Repetidoras: banco de baterias instalados diretamente no
retificador de energia (transforma corrente alternada em corrente contínua) integrado à
repetidora (que utiliza +ou- 24V de corrente contínua), chamado de fonte da repetidora. O
banco é instalado diretamente nessa fonte, em flutuação, para suprir a demanda na ausência de
uma fonte externa, para que não haja interrupção no seu funcionamento;
c) Banco de Baterias do Retificador: banco de baterias interligado, também em
flutuação, para ser utilizado como fonte de energia quando há uma interrupção da fonte
primária. Este banco alimenta os equipamentos que utilizam corrente contínua mas não
possuem retificador integrado, principalmente rádio de enlace (responsável por efetuar toda a
transmissão de dados e comunicação entre os sites);
d) Banco de Baterias de Nobreak: nobreaks que são fontes de corrente alternada, que
alimentam principalmente equipamentos de rede (​switches, modems​, entre outros);
e) Grupo Motor Gerador (GMg): gerador, acionado por motor de combustão,
alimentado por combustível (nesse caso, óleo diesel). É uma segunda fonte principal e sempre
que falta energia da concessionária este será responsável em gerar a energia para todos esses

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subsistemas, que durante 15 a 30 segundos ficarão apenas por suas baterias, pois é o tempo
necessário para o GMG entrar em funcionamento;
f) Além disso, há rádios digitais, uma repetidora, equipamentos de rede de
computadores (​switches, routers​, modems etc.), sistemas de proteção contra descargas
atmosféricas, sistema de ventilação forçada (ar-condicionado) entre outros.

2.1. Modelagem e simulação


O sucesso de um estudo para tomada de decisão depende da escolha adequada do
método de análise a exemplo de quando há variabilidade de ocorrência dos fatos; a análise da
média não deve ser utilizada pois ela não considera esta situação específica (CHWIF;
MEDINA, 2010).
Assim, a variabilidade é a capacidade de haver mudanças ou variações em um sistema
a exemplo de um sistema de atendimento bancário em que pode haver fila, ou seja,
variabilidade na ocorrência de chegada de pessoas. A interdependência é outro conceito
importante, que é a dependência de eventos para que algo aconteça a exemplo de uma linha de
montagem de carros em que a montagem das rodas depende da montagem anterior da
estrutura do carro (CHWIF; MEDINA, 2010).
Para uma melhor tomada de decisão no mundo real, modelagem e simulações devem
ser usadas, pois possibilitam a criação do modelo de simulação, sua execução e análise de
eventos (inclusive interdependentes). Essa simulação de diferentes contextos (por meio de
softwares computacionais) possibilita a análise para melhor decisão, além de evitar
desperdícios de recursos (tais como, tempo e dinheiro) (CHWIF; MEDINA, 2010).
De acordo com Chwif e Medina (2010), a modelagem e simulação podem ser
divididas em seis etapas, apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1. Etapas da Modelagem e Simulação

Etapa Conceito

Formulação Definição do problema e objetivos da modelagem em que o modelo abstrato é


construído baseado na observação do sistema. O problema foi identificado com a
metodologia do design thinking.

Representação Construção do modelo conceitual com base na modelagem simbólica. Há coleta de


informações e dados do sistema real.

Implantação Conversão em modelo computacional e implantação do programa de simulação de

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acordo com os parâmetros coletados.

Verificação e Migração do modelo conceitual em modelo computacional com aproximação do


Validação comportamento desejado do sistema real.

Experimentação O modelo computacional é utilizado como modelo operacional para estimar as


variáveis. É possível testar os cenários para busca da melhor solução.

Análise Os resultados do modelo são comparados ao objetivos propostos e um relatório é


confeccionado para ratificar os parâmetros ou redefinir o modelo computacional
(calibragem).
Fonte: Adaptado de Chwif e Medina (2010)

2.2. Engenharia de métodos


A eficiência de um processo está diretamente ligada a disposição e execução de suas
funções, por esta razão é necessário um bom planejamento do layout industrial, de modo que
esse apresente um fluxo contínuo de informações e das atividades a serem realizadas
(MOREIRA, 2015). Visando a melhoria do processo de monitoramento, manutenção e
abastecimento dos sítios de repetição, foi realizado um levantamento da situação atual e suas
possíveis soluções, a fim de se estabelecer um projeto viável e de fácil utilização (tanto de
layout físico quanto de logística referente à troca de informações).
O protótipo desenvolvido não tem por objetivo principal alterar a disposição dos
equipamentos contidos em cada um dos sítios de repetição, mas sim expandir a capacidade
desses equipamentos enviarem seus estados, bem como do ambiente em geral (temperatura,
umidade, etc.), de modo que o processo de diagnóstico passe de reativo a proativo. Esse envio
dos estados será feito por meio de uma placa arduino e um shield 3G, em que sensores
coletam os dados do estado atual e transmitirão as informações necessárias ao Núcleo de
Observação e Controle (N.O.C) para posterior tomada de decisão em relação às panes.

2.3. Gerenciamento de Projetos


Por definição, projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado exclusivo. Para realização e desenvolvimento de um projeto se faz
necessária a administração e gerenciamento de seus recursos (pessoas, processos e
tecnologia), de modo que eles trabalhem em conjunto, por meio da aplicação de
conhecimentos, técnicas e habilidades que corroboram de forma eficiente e eficaz para o
alcance dos requisitos estipulados (MONTES, 2018).

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O gerenciamento de projetos visa controlar o tempo necessário para execução das
atividades a serem realizadas (início e término) de modo que estas permaneçam dentro do
cronograma estabelecido; gerir os custos de cada uma das etapas para que estes não
ultrapassem o orçamento definido; a qualidade das tarefas executadas em cada fase do
processo com intuito de minimizar os erros ou custos adicionais; o escopo do projeto para
obtenção do resultado final, conforme esperado e planejado; e, os ricos que por ventura
possam atrapalhar o andamento das atividades ou afetar o orçamento e prazo final de entrega
do mesmo (REIS, 2013).
Dessa forma, para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa também é necessário
o gerenciamento do tempo, custos, escopo e recursos envolvidos; visando o cumprimento de
prazos e orçamento, além de atingir os resultados esperados.

2.4. Gestão de custos


Para que um negócio seja produtivo, é importante atentar para a gestão que engloba
negócios, custos e resultados, além do controle do estoque. Para que haja harmonia em todos
estes itens, é importante atentar para os custos, que envolve todos os investimentos feitos em
uma empresa para realizar suas atividades, seja produto ou serviço.
Assim, a formação do preço de venda do produto ou do serviço está diretamente
atrelada à apuração dos custos e das despesas, o conhecimento e o domínio das técnicas de
apuração de custos são fundamentais para uma gestão eficaz e eficiente. Os principais
objetivos da gestão de custos são:
a) fornecer informações sobre o rendimento e o desempenho de diversas atividades da
empresa;
b) auxiliar no controle, planejamento e desenvolvimento das operações; e
c) fornecer informações que possam subsidiar a tomada de decisões.
O projeto em pauta utilizou esses conceitos para estimar os custos do projeto
relacionados ao hardware que foi utilizado (placa arduino e sensores). Após o mapeamento
dos anseios acerca da problemática e elaboração do projeto iniciou-se o processo de
viabilidade econômica do mesmo, visando desenvolver um produto que possua características
de cunho inovador em relação ao processo atual de monitoramento dos sítios de repetição e
que atenda as necessidades propostas.
Por se tratar de um órgão público, a Polícia Militar do Estado de São Paulo conta com

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investimento governamental para realização de suas atividades, porém, foi realizada a
elaboração de um projeto com o mínimo custo viável, que atenda as necessidades acerca do
monitoramento dos sítios de repetição de forma que estes não cessem suas comunicações. É
importante salientar que este projeto será tratado como prova de conceito e futuramente pode
ser um projeto oficial da Instituição.
O custo inicial para a implementação do modelo proposto por este projeto para um
sítio de repetição é de R$ 514,30; conforme o Quadro 2 com os itens necessários a construção
do mesmo, incluindo o custo com um módulo shield GSM/3G para envio das informações a
um servidor no N.O.C.

Quadro 2. Relação de itens e valores necessários à construção do protótipo

Descrição do produto/serviço Quantidade Preço Unitário Preço Total

Kit Medidor de Energia Elétrica com Arduino 1 R$ 159,90 R$ 159,90

Sensor de Movimento Presença PIR 1 R$ 12,90 R$ 12,90

Suporte 6 pilhas AA Plug P4 1 R$ 18,90 R$ 18,90

Capacitores Eletrolítico/s 1​0μF (50V e 25V) 10 R$ 0,26 R$ 2,60

Módulo Shield 3G 1 R$ 320,00 R$ 320,00

Total R$ 514,30

Fonte: elaborada pelos autores (2018)

Atualmente a Polícia Militar do Estado de São Paulo conta com 51 sítios de repetição
na região metropolitana que os auxiliam em suas comunicações. Dessa forma, o custo total
será de R$ 26.229,30.

3. Metodologia
O Método de Pesquisa Científica utilizado no processo de desenvolvimento do
protótipo se baseia no Design Thinking - escuta e validação com os usuários por meio de
entrevistas e Mapa Mental para mapeamento dos resultados (IRDG, 2014).
As fases do Design Thinking são (IRDG, 2014):
a) Compreender/observar (aprender sobre a audiência para quem você está projetando,
por meio de observação e entrevistas; e entender seu real e maior problema),

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b) Definir (construir um ponto de vista que é baseado nos anseios, desejos e
necessidades dos usuários),
c) Idealizar (realizar um brainstorm e idealizar soluções criativas),
d) Prototipar (construir a representação de uma ou mais das ideias criadas) e
e) Testar (testar e avaliar o protótipo criado), conforme Figura 1.

As atividades realizadas em cada fase do ​Design Thinking​ são apresentadas a seguir.

Figura 1.​ ​Design Thinking

Fonte: adaptado pelos autores (IRDG, 2014)

3.1. Compreensão do problema


Por meio de entrevistas e de uma planilha, foi criada e validada uma matriz G.U.T.
adaptada (G: Gravidade, U: Urgência, T: Tendência de Expansão, e F: Frequência) para
entender o contexto e identificar e priorizar o principal problema. As respostas da matriz
G.U.T. são apresentadas no Quadro 3, e as pontuações são apresentadas no Quadro 4.

Quadro 3. Lista de prioridades da Matriz G.U.T. adaptada (na fase de compreensão)

TOTAL
(G) (U) (T) (F) TOTAL GUT
PROBLEMAS GUTF
Falha no diagnóstico inicial 5 5 5 3 125 375
Falhas nos rádios digitais 5 5 5 3 125 375
Falhas na repetidora 5 5 5 2 125 250
Falha/ausência do alarme de corrente (AC/DC) 4 4 3 5 48 240
Problemas no SPDA (Sistemas de proteção contra
5 4 4 3 80
descargas atmosféricas) 240
Falta de combustível no GMG 5 5 4 2 100 200

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Fonte: elaborada pelos autores (2018)

Quadro 4. Critérios de pontuação da Matriz G.U.T. adaptada

Fonte: elaborada pelos autores (2018)

3.2. Definição da questão principal


Foi definido (a partir da fase de Compreensão) e validado (por meio de entrevistas -
Figura 3) que o principal problema/questão é ​"Como diagnosticar as panes e suas causas
em um sítio de repetição?"​. Sendo que o objetivo deste trabalho é ​"modelar e simular as
panes relacionadas aos subsistemas de energia dos sítios de repetição"​.
O atual processo de comunicação da PM não tem uma rápida identificação da falta de
energia elétrica e sua causa, entre outras panes. Há apenas um único sensor de corrente
alternada que detecta a falta de energia, porém só quando as duas fontes estão sem fornecer
energia elétrica (concessionária e GMG). Dessa forma, quando o N.O.C. (Núcleo de Operação
e Controle) não percebe que o GMG foi acionado, e todo o combustível é consumido pelo
gerador, há a queda do sistema de comunicação da Polícia Militar (geralmente, é nesse caso
que o N.O.C. percebe a falta de energia elétrica e ocorre o acionamento do gerador).

3.3. Idealização das soluções


Com base nas entrevistas realizadas foi identificado que há duas propostas de soluções
iniciais:
a) criação de serviços computacionais para monitoramento ou;
b) criação de um projeto arduino para coleta de informações.
A primeira solução implica na necessidade de parcerias com as empresas dos
equipamentos utilizados no sítio de repetição, para criação de serviços que colete os "​logs​"

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dos problemas e exiba um alarme na tela do técnico do monitoramento. Entretanto, essa
parceria pode demorar algum tempo para acontecer. Sendo assim, a segunda solução é a mais
viável, que é a automação do monitoramento por sensores e placa arduino, e envio das
informações para um sistema de alarme na tela do técnico do monitoramento. Entretanto, é
necessário criar diferentes pontos de coleta de dados; e a solução mais viável é modelar e
simular esses cenários, para depois, de fato, implementá-los no ambiente real.

3.4. Prototipação
Um dos principais objetivos deste projeto é propor, modelar e simular um sistema de
simulação de pane que possibilite a identificação das causas por meio de sensores. Dentre as
principais panes, está a falta de alarme de energia AC/DC, para isso, foi proposto modelo
conceitual que compreende um conjunto de sensores que visam coletar os dados acerca da
corrente elétrica em cada ponto que está sendo feito o sensoriamento, para diagnósticos de
panes.
A solução idealizada é incluir um sensor em cada fonte de fornecimento de energia
(dependendo do tipo de corrente: corrente contínua - CC ou corrente alternada - CA) e coletar
e enviar os dados à um software de monitoramento e diagnóstico que estará no computador do
colaborador do N.O.C. Desta forma, o sistema de detecção terá pelo menos 3 sensores de
corrente alternada e dois sensores de corrente contínua (se o sítio tiver apenas dois bancos de
baterias), conforme ilustrado na Figura 2.

3.5. Testes
Para simular e testar o modelo proposto, foi criado um modelo 3D usando o software
Simulink, conforme apresentado na Figura 3. Os bancos de baterias e equipamentos de rede
ficam em uma casinha, mas foram colocados a céu aberto para facilitar a visualização no
modelo 3D. Objetos 3D foram pesquisados e reusados do repositório gratuito:
https://3dwarehouse.sketchup.com.
No modelo da Figura 4 é possível ver os principais equipamentos dos subsistemas de
energia elétrica e os pontos onde devem ser incluídos os sensores (SCA - sensor de corrente
alternada e SCC - sensor de corrente contínua):
a) fonte primária: torre de energia elétrica da concessionária local;
b) fonte secundária: bancos de baterias de nobreak e da repetidora; e

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c) outra fonte secundária: grupo motor gerador;
d) entre outros equipamentos: contadora, torre da repetidora e rádio de enlace, e ​rack
com equipamentos de rede.

Figura 2. Modelo proposto de subsistemas com sensores de energia elétrica

Fonte: elaborada pelos autores (2018)

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Figura 3. Modelo 3D dos subsistemas

Fonte: elaborada pelos autores (2018)

Figura 4. Modelo 3D com indicação de onde estão os sensores de energia elétrica

Fonte: elaborada pelos autores (2018)

4. Resultados
Este projeto abordou o tema simulação da produção voltado ao setor público. Foi
estabelecida uma parceria com a Polícia Militar do Estado de São Paulo no setor responsável
pela comunicação de emergência (N.O.C.), cujo acionamento é feito pelo telefone 190.
Por meio das técnicas do Design Thinking, foi possível mapear os desejos, anseios e

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necessidades do público alvo e perceber que um dos principais desafios era o diagnóstico
inicial de falhas que causam o interrompimento da comunicação entre as viaturas e os centros
de despacho de ocorrências.
No Quadro 6, é apresentada uma comparação entre o cenário atual e o modelo
proposto de controle e monitoramento de interrupção de energia elétrica nos subsistemas, por
meio de sensores de corrente contínua e corrente alternada.

Quadro 5. Comparativo entre o modelo atual e o modelo proposto neste projeto

Principais panes Modelo atual Modelo proposto

Queda de energia elétrica pela acusa falta de energia acusa falta de energia no
concessionária e falha no falha no no sensor SCA1 sensor SCA1
funcionamento do GMG (por
exemplo, por falta de óleo diesel
depois de 2h)

Queda de energia elétrica pela não acusa falta de acusa falta de energia no
concessionária e acionamento do energia sensor SCA2 (data e hora)
gerador

Falha no funcionamento do GMG não acusa falta de acusa falta de energia no


(por exemplo, por falta de óleo energia sensor SCA3 (data e hora)
diesel)

Falta de energia no banco de não acusa falta de acusa falta de energia no


baterias de Nobreak energia sensor SCA4

Falta de energia no banco de não acusa falta de acusa falta de energia no


baterias do Retificador energia sensor SCC1

Falta de energia no banco de não acusa falta de acusa falta de energia no


baterias da Repetidora energia sensor SCC2
Fonte: elaborado pelos autores

Conforme apresentado no Quadro 5, a inclusão de um sensor em cada fonte de


fornecimento de energia, permite monitorar a falta de energia elétrica e suas causas em um
sítio de​ ​repetição; pois antes, a falta de energia era monitorada apenas quando havia
interrupção de energia pela concessionária e pelo GMG (não sendo rastreado quando isto
aconteceu). No modelo proposto, é possível saber data, hora e equipamento que há a falta de
energia elétrica.

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5. Discussão e Considerações Finais
A questão de pesquisa que motivou este trabalho foi a premissa de como monitorar a
falta de energia elétrica e suas causas em um sítio de repetição. Foram estudados os detalhes
referentes à energia nos sítios de forma a propor, modelar e simular um sistema de energia
que possibilite a identificação das causas de falta de energia, por meio de sensores e testar o
modelo comparando-o com situações reais.
Embora o ambiente seja de simulação, foi possível validar em ambiente de laboratório
a hipótese inicial. Com a ressalva de que um ambiente monitorado não contempla plenamente
as variáveis encontradas na realidade, houve interesse da Polícia Militar em oferecer uma
torre real com um índice considerável de eventos atinentes ao modelo desenvolvido neste
trabalho. Reuniões serão feitas para a devida continuidade visando aplicabilidade prática.
Em relação às consequências práticas que a pesquisa pode alcançar, é importante
destacar que haverá continuidade do projeto para instalação dos sensores em ambiente real
(sítio) para verificar sua atuação visando a possibilidade de uso futuro. Para tanto, haverá
reuniões com engenheiros elétricos e de telecomunicações da Polícia Militar para definir o
caderno de testes práticos e o relatório atinente à prova de conceito que será realizada.

6. Agradecimentos
A pesquisa exigiu minuciosa análise dos dados e só foi possível com a colaboração da
Polícia Militar do Estado de São Paulo que forneceu o mapeamento das situações de pane que
ocorrem no Estado de São Paulo. Também agradecemos aos professores da UNIVESP pela
orientação no projeto.

REFERÊNCIAS

ANELL. ​Agência Nacional de Energia Elétrica​. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/. Acesso em:
17mai18.

CHWIF, L. MEDINA, A. C. ​Modelagem e Simulação de Eventos Discretos: Teoria e prática​. 3. ed. São
Paulo: Leonardo Chiwf. 2010.

IRDG. ​IRDG Annual Conference 2014: Design Thinking. Disponível em:


http://www.irdg.ie/design-thinking/. Acesso em: abr2018.

MONTES, E. ​O que é um projeto? ​2018. Disponível em: ​https://escritoriodeprojetos.com


.br/o-que-e-um-projeto. Acesso em: abr2018.

MOREIRA, B. ​Layout industrial: como melhorar a eficiência dos processos​. Disponível em:

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http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/blog/gestao-empresarial/layout-industrial-como-melhorar-eficiencia-processos
/. Acesso em: abr2018.

REIS, R. ​Gerenciamento de Projetos, o que é? Disponível em: ​https://www.oficinadan


et.com.br/artigo/gerencia/gerenciamento-de-projetos-o-que-e. Acesso em: abr2018.

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