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O problema do des(uso) do livro escolar na sala de aulas de Física.

Por: Gil Gabriel Mavanga, Universidade Pedagógica

Resumo
O presente texto é resultado de uma investigação recentemente iniciada sobre o papel do livro
escolar (LE) das disciplinas de ciências naturais no 1º e 2º Ciclos do Ensino Secundário Geral
(ESG), enquanto instrumento de aprendizagem para o aluno e de apoio aos professores na
preparação e desenvolvimento das aulas.
Parte-se do princípio de que o uso do LE de qualquer disciplina, como meio auxiliar na gestão
das actividades do aluno que incluem a leitura de textos nele disponíveis, e que interligam o
conhecimento teórico à prática, pode contribuir para o desenvolvimento de competências para
à vida.
Lamentavelmente, a realidade da sala de aulas, na maioria das escolas da cidade de Maputo, a
título de exemplo, revela um total abandono do LE no conjunto dos materiais usados pelo
professor na sala de aulas. A confirmar isso, um ou dois alunos apenas por turma de cerca de
60 alunos apresentam na sala de aulas, o LE aprovado pela escola para aquela disciplina.
Neste contexto, este trabalho tem como objectivo reflectir sobre o papel que o LE tem vindo a
assumir, no processo escolar de ensino-aprendizagem do ESG nos últimos tempos. A pesquisa
inclui, para além de análises bibliográficas, trabalhos de campo que legitimam o papel e o uso
deste precioso material pelos professores e alunos do ESG no processo de ensino-
aprendizagem.
Neste estudo preliminar, professores de Física de diferentes escolas da cidade de Maputo
pronunciam-se sobre a importância do LE e a sua utilização na escola. De um modo geral os
resultados revelam que todos os professores reconhecem a importância do LE para o processo
de ensino e aprendizagem, divergindo um pouco, contudo, na eleição das funções específicas
que este material pode desempenhar nesse processo. O uso do livro fora da sala,
particularmente como recurso para a planificação de aulas, é o que mais predomina.

Palavras-chave: Ciências naturais, ensino-aprendizagem, ensino Secundário Geral, livro


escolar, material didáctico.

Abstract
This text is the result of a recently initiated research on the role of the textbook in the natural
sciences disciplines of the 1st and 2nd cycles of the General Secondary Education (ESG), as
an instrument of learning for student and to support teachers in the preparation and
development of classes.

1
It is assumed that the use of the textbook in any discipline, as an aid in student activities
management, that include reading available texts, which connect theoretical knowledge with
practice, can contribute to the development of skills for life.

Unfortunately, the reality of the classroom, most schools in Maputo city, as an example,
reveals a total abandonment of the textbook in all the materials used by the teacher in the
classroom. Confirming this, only one or two students per class of about 60 students has the
textbook, approved by the school for that discipline.

In this context, this work aims to call for reflection on the role that the textbook has been
assuming, in process of teaching-learning in the ESG in recent years. The research includes,
in addition to bibliographical analysis, field work that legitimize the role and use of this
precious material by teachers and students of the ESG in the teaching-learning process.

In this preliminary study, physics teachers from different schools of the city of Maputo spoke
on the importance of school books and their use in class. In general the results show that all
teachers recognize the importance of the textbook for the teaching and learning process. The
physics teachers, diverge slightly, however, in the election of the specific functions of this
material in this process. The use of the textbook not in the classroom, especially as a resource
for lesson planning, is the most prevalent.

Keywords: general secondary education, natural sciences, schoolbook, teaching-learning


process, teaching material.

Introdução

Queira eu acreditar que a preocupação que o Ministério de Educação (MINED) tem


demonstrado em garantir que o Sistema de Educação Nacional disponha, todos os anos, de
livros escolares (LE) aprovados, também denominados na Pedagogia por livros didácticos
(LD), ou livros do aluno, desde as primeiras classes, revela a importância que este recurso joga
no processo de escolarização.
Na história da Educação em Moçambique pós-independência, o LE reaparece com a
introdução dos novos currículos, como material gratuito, na sala de aulas da 1ª Classe do
Ensino Primário a partir do ano 2004. Gradualmente foi sendo introduzido o livro escolar nas
classes subsequentes.
Actualmente, exceptuando talvez algumas disciplinas recentemente introduzidas no curriculo
do Ensino Secundário Geral (ESG), todas outras disciplinas tradicionais, possuem o LE em
todas classes e em certos casos estão disponíveis livros de diferentes autores e editoras para a
mesma classe na mesma disciplina. O LE é praticamente a principal, senão a única fonte de
trabalho, como material impresso oficial, a ser usada na sala de aula, pelo menos nas escolas
públicas.

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A Política Nacional de Educação reafirma que a seguir ao professor, os livros escolares e
outros meios de ensino desempenham um papel fundamental na aquisição de conhecimentos
pelos alunos e na melhoria dos resultados escolares. Neste âmbito, é suposto que seja tomado
como um importante requisito para um ensino e aprendizagem de qualidade, a posse do LE
autorizado das disciplinas versus classes que leciona, por parte do professor, e todas as
disciplinas que frequenta, por parte do aluno.
Só para o ESG, cerca de 150 livros escolares de um total de sete Editoras foram aprovados no
presente ano (2014) como material didáctico autorizado para as diferentes disciplinas nas
diferentes classes deste subsistema, (veja a tabela 1 abaixo). Só para a disciplina de Física, que
constitui o foco central deste trabalho, foram autorizados 16 livros escolares, 4 para a 8ª
Classe e 3 para cada uma das outras classes.

Tabela 1: Número de livros autorizados pelo MINED para ESG


Disciplina Classe
8a 9a 10a 11a 12a TOTAL
Português 5 5 4 4 3 21
Inglês 1 2 0 1 2 6
Francês 0 1 1 1 0 3
Geografia 5 5 3 3 2 18
História 3 4 4 3 3 17
Filosofia 0 0 0 3 3 6
Física 4 3 3 3 3 16
Química 3 4 3 3 3 16
Biologia 1 1 1 2 2 7
Matemática 3 4 3 3 3 16
Ed. Visual 1 1 1 1 0 4
Desenho/Geo. Descr. 1 1 0 1 1 4
TICs 0 0 1 2 2 5
Ed. Física 1 1 1 1 0 4
Agro-Pecuária 0 0 1 1 1 3
Empreendedorismo 0 1 2 0 0 3
Psicologia Pedagogia 0 0 0 1 0 1
TOTAL 28 33 28 33 28 150

Isto revela, por si só, quão importante é este recurso didáctico para o ensino e para a
aprendizagem.

1. O conceito de Livro Escolar na literatura

Há pelo menos dois séculos que o livro é usado como “instrumento de comunicação, de
produção e de transmissão de conhecimento, integrante da ‘tradição escolar” Bittencourt
(2004).
O LE é caracterizado por vários autores como um recurso com variadas funções, daí que é
difícil encontrar uma definição única do mesmo.
De acordo com alguns autores, o LE é referido como recurso para a organização da
planificação e estabelecimento da sequência dos conteúdos (Núñez et al, 2003), é um meio
auxiliar no desenvolvimento e avaliação do trabalho pedagógico (Carneiro, Santos e Mól,
2005), assim como “é um material de apoio, fonte de informação, conhecimento e de pesquisa,
tanto para o professor quanto para o aluno (Megid e Fracalanza, 2006).

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Enquanto isso, para (Selles e Ferreira, 2004) o LE é um importante recurso para a organização
dos métodos de ensino e mediador entre os diferentes saberes que constituem os conteúdos
escolares. Por sua vez, (Nascimento e Alvetti 2006) considera-o um meio para leituras
complementares envolvendo temas contemporâneos.
Outra autora que se debruça sobre o LD é Lopes (2007) que lhe atribui uma definição clássica
de “uma versão didactizada do conhecimento para fins escolares e/ou com o propósito de
formação de valores” que configuram concepções de conhecimentos, de valores, identidades e
visões do mundo. Para ela o LD é um instrumento pedagógico indispensável no processo de
construção do conhecimento, sendo um produto cultural, veiculado de valores ideológicos e
culturais, além de seu conteúdo pedagógico específico de cada disciplina. Aos professores
cabe à responsabilidade de utilizarem esse recurso de forma adequada e não deixar que ele
seja esquecido.
Mais uma definição desta feita atribuída a Choppin (1992, p. 16, apud Rojo, 2005), caracteriza
o LD como “utilitário de sala de aula” pela sua função de auxiliar no ensino de uma
determinada disciplina escolar, apresentando os conteúdos do currículo de forma progressiva,
ordenada em unidades ou lições, que favorecem tanto o uso colectivo quanto o individual.
Ainda segundo (Choppin, 2004), este recurso exerce também um papel “documental”, uma
vez que pode “fornecer documentos textuais possíveis de desenvolver o senso crítico dos
alunos” a partir da leitura.
O reconhecimento das funções pedagógicas que o LD pode desempenhar no processo de
ensino e aprendizagem é determinante para o seu uso por parte de professores e alunos.
Algumas vantagens do uso do livro escolar segundo Ferreira (2007) são:
a) ser um instrumento de trabalho que permite uma melhor exploração e consolidação dos
conteúdos;
b) ser uma base de aquisição das competências linguísticas e de comunicação, pelo aluno,
no domínio da compreensão escrita;
c) ter uma função motivadora para aprendizagem.
Uma criança que lê desenvolve o senso crítico e melhora a escrita.
Esta afirmação é secundada por Andrade e Silva (2011) quando dizem que um dos maiores
objetivos da prática de leitura é a formação de um leitor crítico e, para tanto, torna-se decisivo
o desenvolvimento do aluno como sujeito que infere, reflecte e avalia o texto que lê, adquire
competências para ler o que não está escrito no texto, identificando elementos implícitos,
estabelecendo relações entre o que lê e os textos lidos, além de saber interpretar os diversos
sentidos que podem ser atribuídos.
Constitui uma convicção que, para este fim, todas as disciplinas do ESG podem ter o seu
contributo a partir do uso do livro escolar para a leitura de textos neles disponíveis, e que
interligam o conhecimento teórico à prática, no desenvolvimento de competências para à vida.
A leitura é considerada um factor determinante para o êxito ou fracasso escolar, pois ela se
relaciona directamente com a capacidade de ler para aprender. Assim, consideramos que a
prática da leitura em sala de aula deve ser dinâmica, motivacional e interaccional para que o
aluno processe e construa significados sobre o que lê. De contrário, ele dependerá em grande
parte da escuta.

4
De acordo com Antunes (2003) a leitura é uma actividade de acesso ao conhecimento
produzido, ao prazer estético e, ainda, uma actividade de acesso às especificidades da escrita e
de apreensão de vocabulário.
As investigações sobre o LD de Ciências têm adquirido um espaço cada vez mais significativo
no universo das pesquisas na área de ensino de Ciências, abordando diferentes aspectos, entre
eles, a análise de conteúdo, as concepções de professores e alunos sobre determinado
conteúdo, a prática pedagógica, a construção de conceitos científicos, etc.

2. Objectivos do Estudo

O presente trabalho é apenas uma pequena parte e de um megaprojecto de pesquisa sobre o LE


cujos objectivos são:
1. Identificar as causas e propor soluções ao problema do des(uso) do LE no processo de
escolarização;
2. Analisar os critérios de escolha do LE de Física das diferentes classes por parte dos
gestores das escolas versus dos professores da disciplina;
3. Discutir a importância que o professor, o aluno e o encarregado de educação depositam
no LE como um recurso didáctico para o ensino e aprendizagem;
4. Analisar a qualidade do LE de Física da 8ª a 12ª Classe em função das variadas
funções que o mesmo pode desempenhar no processo de ensino e aprendizagem;
5. Analisar a abordagem pelos autores, dos conteúdos nos livros escolares, tomando como
pano de fundo a problemática das concepções alternativas em Física;
6. Discutir a utilização do LE como material didáctico na sala de aulas tanto pelo
professor como pelo aluno, assim como em casa, pelo aluno e pelo encarregado de
educação.
Neste trabalho, que se relaciona ao primeiro objectivo, busca-se, nada mais nada menos,
provocar uma reflexão sobre o problema do des(uso) do LE na sala de aulas de Física por
parte do professor e do aluno.
Em muitos países onde o uso do LD, constitui uma cultura dos intervenientes no processo de
ensino-aprendizagem (o professor, o aluno e até o encarregado de educação), as pesquisas
sobre o LD já avançaram bastante, trazendo contribuições significativas para todos estes
aspectos levantados nos objectivos acima definidos.
O LD de ciências tem sido estudado em diferentes partes do mundo e, segundo Taskin (2007),
essas pesquisas têm sido realizadas a partir de quatro grandes categorias que se relacionam aos
conteúdos, às concepções educacionais, à apresentação visual e à linguagem contida no
material.
Porém no nosso país ainda se coloca em causa a mera questão da ausência do livro na escola.
É importante que esse aspecto seja inicialmente garantido para que possam ser realizados
estudos sobre as formas de utilização do livro, associadas às diversas funções que este
precioso recurso didáctico pode desempenhar no processo de formação do cidadão.

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A realidade da maioria das escolas, mostra que o LE tem sido praticamente ignorado, tanto
pelo professor como pelo aluno.
É curioso que, habituados ao ditado do professor os nossos alunos prefiram aquele professor
que, depois do que ele considerada explicação da matéria, fica a ditar apontamentos,
taxativamente os mesmos que constam do livro do aluno. O aluno pode escrever o que o
professor está a ditar, mas muitas vezes não compreende qual é a mensagem que o professor
quer passar porque a matéria não desperta curiosidade.
Por isso, todo o professor deveria adoptar pelo menos o livro autorizado para a sua disciplina,
pois os alunos precisam ter um ponto de apoio seguro em que se basear para estudar.
Um bom LD é aquele que para além da essência do conteúdo da matéria ou disciplina,
apresenta, na medida do possível, temas actuais, que evidenciam a dinâmica da construção do
conhecimento científico e possibilitam o desenvolvimento de atitudes e valores relacionados à
cidadania.

3. Materiais e Métodos
3.1. Descrição dos instrumentos e métodos de recolha de dados

Para este estudo particular foram desenvolvidos dois instrumentos de recolha de dados,
nomeadamente um questionário dirigido ao professor, e um roteiro de observação de aulas.
O objectivo do questionário era essencialmente colher do professor de Física a sua
sensibilidade relativamente ao papel do LE e sobre as suas próprias atitudes perante a
utilização deste como instrumento de apoio ao processo de ensino aprendizagem.
O questionário era constituído por dez (10) perguntas mistas, isto é, entre abertas (6),
dicotómicas (2), de gradação de opinião (1) e de múltipla escolha (ordem de preferência) (1),
cujo conteúdo consistia em o professor opinar, sobre o papel do LE de Física no processo de
ensino e aprendizagem e fornecer informação sobre o número médio de alunos por turma,
sobre o número de alunos que em média trazem o LE de Física autorizado pela escola para as
aulas por turma, se habitualmente o professor faz uso do LE de Física na sala de aulas e com
que frequência, assim como para que finalidades. Em caso de professores que não usam o
livro, estes deviam dizer porquê. Entre várias funções que o LE de Física pode desempenhar
no processo de ensino-aprendizagem, os professores deviam ainda indicar 3 que consideram as
mais relevantes.
Por sua vez o roteiro de observação de aulas visava colher in loco a imagem da realidade da
sala de aulas relativamente ao uso ou des(uso) do LE ou seja construir as evidências que
confirmem as respostas dos professores ao inquérito. O roteiro de observação era constituído
por 11 itens relacionados ao conteúdo do inquérito, com ajuda do qual devia se observar se,
durante a aula, o professor procura saber se os alunos trazem consigo o LE, se o próprio
professor trazia consigo o LE, se o professor recomenda os alunos a fazerem uso do livro para
alguma leitura de texto sobre a matéria em tratamento, se deixa os alunos investigarem através
do LE alguma informação para a aula, se o professor usa o LE para mostrar alguma imagem
ou figura relacionada com a matéria em estudo, se busca no LE exemplos de experiências que

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reproduz ou descreve para os alunos ou se extrai deste exemplos de exercícios de aplicação a
serem resolvidos pelos alunos durante a aula. Devia ainda ser observado se o professor revela
algum domínio na utilização do LE, se todos ou apenas alguns alunos trazem consigo o LE
autorizado e, em caso de o professor não ter o LE de Física consigo, este devia ser questionado
sobre o nome do autor e editora do livro adoptado pela escola, para aquela classe que lecciona.
O inquérito aos professores, assim como a observação das suas aulas foi realizado por
estudantes do curso de Licenciatura em Ensino de Física, no âmbito das Práticas Pedagógicas.
A amostra foi “não-probabilística” e definida por conveniência, ou seja, uma vez os estudantes
autorizados pela escola a realizar as observações, a escolha dos professores por parte, tanto da
Direcção da Escola como do estudante, dependeu da disponibilidade do estudante em função
das suas ocupações e não tomou em conta o conjunto dos professores de Física da escola.
Cada estudante devia entrevistar e assistir a dois professores.
A mostragem por acessibilidade ou por conveniência é destituída de qualquer rigor estatístico.
O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam
representar um universo (estudos exploratórios ou qualitativos) (Moresi 2003).
Foram assistidos durante uma aula de 45 minutos cada e submetidos em seguida a um
inquérito, 34 professores de Física de diferentes classes, de dezoito (18) escolas secundárias da
cidade de Maputo. As tabelas seguintes mostram algumas características dos professores
inquiridos. O critério para a escolha de escolas foi de simples conveniência. Cada estudante
devia dirigir-se à escola mais próxima da sua residência.
A tabela 2 mostra a distribuição dos 34 professores inquiridos em função dos seus níveis
académicos.
Tabela 2: Relação dos professores inquiridos em função dos níveis académicos

Grau Frequência Percentagem


Académico
Licenciados 23 68%
Bacharéis 2 6%
Nível Médio 9 26%
Total 34 100%

Como se pode ler, os professores inquiridos são predominantemente licenciados com 68%
(N=23). Dos restantes, 26% (N=9) têm nível médio (12ª +1) e 6% (N=2) são bacharéis.
Na tabela 3 os professores são escalonados em função dos anos de experiência profissional na
Educação.
Tabela 3: Distribuição dos professores inquiridos por anos de experiência no ensino

Faixa de anos Frequência Percentagem


de experiência
01 a 05 8 24%
06 a 10 10 29%
11 a 15 5 15%
16 a 20 7 21%
21 a 25 2 6%
Total 32 94%

7
Sem resposta 2 6%
Total 34 100%

Para o efeito, estabeleceram-se 5 escalões etários, sendo predominante a faixa de 06 a 10 anos


com 29% (N=10), seguida da faixa de 01 a 05 anos com 24% (N=8), como mostra a tabela 3
acima. Com percentagem mais baixa, 6% (N=2) está a faixa de 21 a 25 anos, sendo 25 anos o
limite. Isto indica que os professores inquiridos são na sua maioria jovens.
Os professores inquiridos foram também organizados em função das classes que leccionam
nas suas escolas. Aqui, como ilustra a tabela 4, verifica-se que a maioria dos professores
lecciona a 10ª Classe com 47% (N=16). A restante parte distribui-se mais ou menos de forma
equitativa entre a 8ª e 9ª Classe, com 26% e 24% respectivamente.
Tabela 4: Distribuição dos professores inquiridos em função das classes que leccionam

Classes que Frequência Percentagem


leccionam
8a Classe 9 26%
9a Classe 8 24%
10a Classe 16 47%
11a Classe 1 3%
Total 34 100%

3.2. Descrição dos procedimentos de análise dos dados

Os procedimentos de análise dos dados são essencialmente qualitativos, havendo contudo


alguns dados analisados quantitativamente.
Os dados qualitativos consistem de descrições detalhadas de situações, eventos, pessoas,
interacções, comportamento observados; citações directas das pessoas acerca de suas,
experiências, atitudes, crenças e pensamentos (…). Os dados são colectados sem que se tente
enquadrar as actividades institucionais ou as experiências das pessoas em categorias pré-
determinadas e padronizadas, tais como as escolhas de respostas que compõem os
questionários ou testes típicos (Quinn Patton, 1986, Appud Moresi 2003).
A análise dos dados em pesquisas qualitativas consiste em três actividades interactivas e
contínuas (Miles & Huberman, 1984, Appud Moresi 2003):
 redução dos dados - processo contínuo de selecção, simplificação, abstração e
transformação dos dados originais provenientes das observações de campo;
 apresentação dos dados - organização dos dados de tal forma que o pesquisador
consiga tomar decisões e tirar conclusões a partir dos dados (textos narrativos,
matrizes, gráficos, esquemas etc.);
 delineamento e verificação da conclusão - identificação de padrões, possíveis
explicações, configurações e fluxos de causa e efeito, seguida de verificação,
retornando às anotações de campo e à literatura, ou ainda replicando o achado em
outro conjunto de dados.

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A primeira razão para se conduzir uma Pesquisa Quantitativa é descobrir quantas pessoas de
uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de características.
Ela é especialmente projectada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma
análise estatística, (Moresi 2003).
Ainda segundo Moresi (2003) a pesquisa quantitativa é apropriada para medir tanto opiniões,
atitudes e preferências como comportamentos.
Neste estudo alguns dados obtidos do inquérito a que os professores foram submetidos,
beneficiaram de um certo tratamento quantitativo que se situa na determinação percentual de
frequências, com o intuito de quantificar as tendências nas opiniões e atitudes dos professores
em relação ao LE.

4. Apresentação e Discussão dos Resultados


4.1. Análise quantitativa das respostas às questões do inquérito

Questão 01

A primeira questão do inquérito pedia ao professor para exprimir a sua opinião sobre o papel
que o LE de Física desempenha no processo de ensino e aprendizagem dessa disciplina. São
várias e diversificadas as respostas dadas pelos professores e na maioria dos casos serviram-se
de terminologias que já constavam do mesmo questionário, na pergunta 10 de múltipla
escolha.
As ideias mais predominantes, em ordem decrescente de frequência, referem que o LE de
Física é um instrumento que: ”serve para apoiar a planificação das aulas por parte do
professor” com 21%, “serve como fonte de apontamentos que o professor deve ditar aos
alunos” e “orienta o aluno durante o ensino sobre o que vai aprender” ambos com 12% “de
orientação na abordagem e sequência dos conteúdos em cada classe” e ainda “funciona como
um meio auxiliar para o processo de ensino-aprendizagem” ambos com 6%.

Questão 03

Figura 2: Na imagem o único aluno


com LE numa das aulas.

Figura 1: Alunos com LE por turma do ESG.


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A questão 3 do inquérito desejava saber o número médio de alunos por turma leccionada pelo
professor, que têm trazido consigo para aula o LE de Física autorizado pela escola para aquela
classe. O gráfico 1 acima mostra a estimativa feita pelos professores, de quantos alunos têm
LE da disciplina de Física por turma nas diferentes classes do Ensino Secundário Geral em
que leccionam. Em média, cada turma possui 66 alunos e desses apenas 10% têm livro escolar.

Questão 04

Na quarta questão o professor devia dizer se ele


próprio possui o LE de Física autorizado pela escola
para as classes que lecciona. Quase na sua totalidade
97% (N= 33), os professores disseram terem em sua
posse o LE.

Figura 3: Professores com LE autorizado.


Questão 05

De acordo com o que espelha o gráfico da figura 4 ao lado, 85% (N=29) dos inquiridos
afirmaram fazer parte da sua rotina o uso na sala de
aulas do LE autorizado. Curioso é que pelo menos
durante as observações de aulas, que não
aconteceram necessariamente no mesmo dia e na
mesma escola, dos 34 professores assistidos apenas
11 tinham consigo o LE na sala de aulas, uns na pasta
outros em cima da mesa. Destes apenas um único
professor teria usado o LE, numa turma de 80 alunos,
somente com 16 livros em aula.
Figura 4: Professores com hábito de usar o livro
escolar na sala de aulas.
Questão 06

No que concerne à frequência de


utilização do LE na sala de aulas, as
respostas dos professores indicam a
maioria a dizer que usa várias vezes
29% (N=10) seguido de sempre
com 26% (N=9).
Porém, do conjunto de professores
que afirmaram usarem o LE várias
vezes ou sempre (N=19), 42%
(N=8), um pouco abaixo da metade,
não traziam consigo o LE para as
Figura 5: Distribuição do comportamento dos professores no que
concerne ao uso do livro na sala de aulas 10
aulas naqueles dias. Isso significada, sem dúvida, que o LE não era usado também pelos
alunos.
Dos 15% (N=5) de professores que não responderam a pergunta 6, 4 argumentaram na questão
seguinte dizendo que a não utilização do livro na sala das aulas deve-se ao facto de eles
usarem-no já em casa para a planificação das suas aulas, enquanto 1 disse categoricamente
dispor de outros materiais que considera mais relevantes para a lecionação das aulas, de
maneira que, não precisa usar o LE.

Questão 10

Procurou-se na pergunta 10 explorar a ideia dos professores sobre as funções do LE, que eles
consideram mais importantes, no processo de ensino e aprendizagem. De 10 funções
apresentadas o professor tinha que escolher 3. O gráfico da figura mostra que as opções dos
professores se distribuem por todas as 10 funções sugeridas, sendo o uso do LE para a
planificação das aulas o aspecto mais dominante com 20%. Em seguida está o uso do LE
como fonte de tarefas de consolidação das matérias dadas com 14%, como fonte de tarefas
para o TPC com 13%. A função de meio de promoção da leitura, através de textos que
estabeleçam a ligação dos conhecimentos com a vida diária foi selecionada por apensa 9% dos
professores.

Figura 6: A opinião dos professores sobre as funções mais relevantes do livro


escolar de Física

4.2. Descrição e análise dos inquéritos em correlação com as assistências às aulas de


alguns professores

De forma descritiva e individual, a reacção dos professores ao inquérito e as suas atitudes nas
aulas assistidas é apresentada em seguida. Para isso foram selecionados de forma aleatória
para esta apresentação, inquéritos e roteiros de observação de aulas de 3 professores de Física,
nomeadamente (P09), (P27) e (P28).

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(P09) Professor de Física da 10ª, licenciado, com 7 anos de experiência no ensino, respondeu
ao inquérito dizendo: O LE tem como papel fundamental servir de instrumento de interacção
entre o professor e o aluno. É fonte de tarefas sugestivas para o TPC. O professor tem turmas
em média com 70 alunos onde apenas 5 também em média têm trazido consigo o LE
aprovado. Ele diz possuir o LE, mas que não é hábito usá-lo na sala de aulas. Argumenta o não
uso do LE durante as aulas, dizendo que ele tem feito a planificação das suas aulas e o
respectivo resumo. De acordo com o professor ele usa o LE de Física autorizado para extrair
exercícios e para marcar os TPCs. Como fonte dos apontamentos que o professor costuma
ditar aos alunos, o mesmo disse que resultam de uma compilação de vários manuais.
Questionado sobre as funções que o LE de Física pode, segundo a sua opinião, desempenhar
no processo de ensino-aprendizagem, o professor classificou entre várias, servir para a
planificação das aulas, servir de fonte de tarefas de consolidação dos conhecimentos
adquiridos e de fonte de tarefas sugestivas para trabalho de casa, como as mais relavantes.
Como resultado da assistência à uma das aulas deste professor constatou-se que este: não
procura saber se os alunos trazem consigo o LE. Tanto ele como os alunos não traziam o LE
durante a aula de maneira que, em nenhum momento o professor recomenda os alunos a
fazerem alguma leitura de texto do LE, com relação à matéria em tratamento, assim como para
mostrar a partir deste qualquer figura ou para buscar exemplos de experiência. Questionado no
fim da aula se conhecia o autor e editora do LE autorizado o professor afirmou que sim, e que
tinha o livro em casa.
Comentário: Apesar de o professor estar convicto de que o LE tem como papel fundamental
servir de instrumento de interacção entre o professor e o aluno, para ele não é hábito usá-lo
na sala de aulas, onde exactamente a interação professor-aluno devia atingir o nível mais
alto, reduzindo a utilização do mesmo para a planificação das aulas em casa. Esta situação é
ainda evidenciada pelo facto de o professor não trazer consigo o LE para a aula em que foi
assistido.

(P27) Professor de Física da 8ª, Bacharel com 9 anos de experiência, leccionando 15 turmas,
com 70 alunos em média por turma, reagindo ao inquérito, considerou que, na sua opinião, o
LE é uma ferramenta profundamente importante para o professor bem como para o aluno, pois
o livro auxilia na busca de conteúdos a serem ensinados. Este disse porém, que nas suas
turmas nenhum aluno traz LE para as aulas. O professor diz possuir o LE, que é hábito usá-lo
na sala de aulas, mas muito poucas vezes. O professor diz ainda usar o livro escolar mais para
retirada de conteúdos e de exercícios práticos durante a planificação das aulas. Para este
professor as funções mais revelantes do LE são: a planificação das aulas por parte de
professor, servir de fonte de experiências práticas e de fonte de tarefas sugestivas para
trabalho de casa.
No concernente a aula assistida deste professor, constatou-se que apesar de ele trazer consigo
o LE da editora Longman, o qual permaneceu sempre na pasta, este não procura saber se os
alunos também trazem consigo o LE e em nenhum momento recomenda os alunos a fazerem
alguma leitura de texto do LE, com relação à matéria em tratamento, assim como em nenhum
momento usa o LE para mostrar alguma imagem ou figura relacionada com a matéria em
estudo ou para buscar exemplos de experiências. Os alunos, por sua vez, não dispunham do
LE de Física aprovado na sala de aulas.

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Comentário: A concordar com as respostas do professor no inquérito, nenhum aluno trazia
consigo o LE para a sala de aulas no dia em que foi assistido. Contudo, a contradição reside
no facto de o professor afirmar que muito poucas vezes tem o hábito de usar o LE na sala de
aulas em turmas onde nenhum aluno tem livro. Estaria então usando-o de que maneira e para
que fim? Esta é por si uma questão que carece de pesquisa.

(P28) Professor de Física da 10ª, licenciado com 8 anos de experiência no ensino e


leccionando 19 turmas, reagiu ao inquérito dizendo que: o LE orienta o aluno durante o ensino
e bem como para o aumento de desempenho do aluno no ensino e aprendizagem. Dos 75
alunos em média que ele tem por turma apenas 5 alunos em média apresentam o LE nas suas
aulas. Ele, o professor, diz possuir o LE autorizado pela escola, que é hábito usá-lo na sala de
aulas mas apenas as vezes. Para ele a finalidade do LE é de orientar o aluno para poder ler ou
rever assuntos tratados na sala de aulas. Na escolha das 3 funções mais relevantes do LE o
professor seleciona a planificação de aulas por parte do professor, ser fonte de tarefas de
consolidação dos conhecimentos adquiridos e ser instrumento de interacção professor-aluno-
conteúdo do conhecimento.
No que se refere a observação da aula constatou-se que o professor não trazia consigo o LE,
não procurou saber se os alunos traziam o livro, mas estes também, nesta aula, estavam
desprovidos deste. Consequentemente, o professor não teve como recomendar os seus alunos a
qualquer tipo de leitura a partir do LE, assim como não era possível fazer uso deste para
mostrar imagens, buscar exemplos de experiências ou de exercícios, etc.
Comentário: Nas palavras deste professor, ele tem o hábito de usar o livro escolar na sala de
aulas, mas as evidências mostram que talvez só as vezes, ou seja as vezes sim, as vezes não,
pois, coincidentemente na aula assistida, deste professor, ele não usou o livro e nem se quer
trazia-o na sua pasta.

5. Conclusões

Os resultados do presente estudo permitem formular algumas conclusões como as seguintes:


1. O LE de Física não está nas escolas, não é usado pelos alunos e praticamente não é
usado pelos professores de Física na sala de aulas e teme-se que isso pode estar
acontecendo nas outras disciplinas de ciências;
2. Os alunos não têm o LE de Física. De uma população média de 60 alunos por turma
apenas 6 apresentam regularmente o LE na sala de aulas, ou seja há 1 livro para cada
10 alunos;
3. A maioria dos professores inquiridos diz ter o LE de Física, apesar de não tê-lo exibido
nas horas das aulas assistidas;
4. Quase todos o consideram um recurso didáctico importante para apoiar o professor e o
aluno no ensino e na aprendizagem, particularmente para a planificação das aulas, para
a extração dos apontamentos que em regra ditam aos alunos e exercícios de aplicação e
outras tarefas para o TPC. Por isso, os que dele dispõe usam-no apenas em casa e
quando o trazem para a escola, muitas vezes permanece na pasta ou quando muito em

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cima da mesa. A ideia de que a utilização do LE na sala deve ser programada no plano
de aula, parece não existir;
5. Porque não há LE, nas aulas de Física não é praticada a leitura a partir de textos neles
contidos e que estabelecem as relações intra- e interdisciplinares, contextualizam as
matérias em estudo, através de exposições históricas, de aplicações na técnica e na
sociedade e ainda facilitam a aprendizagem dos conceitos científicos por meio de
linguagens mais acessíveis aos alunos;
6. Tomando em conta o vasto contributo que o LE/LD de Física pode oferecer ao
professor e ao aluno no processo de ensino e aprendizagem, julga-se imprescindível
reverter esta situação. Isso implica porém, saber-se em primeiro lugar, o porquê desta
situação. Porquê o aluno não tem LE? Porquê alguns professores não têm o LE?
7. Algumas especulações, que carecem ainda de uma pesquisa, indicam que o aluno não
tem LE, porque não tem capacidade financeira para o adquirir.
Daqui podem ser colocadas algumas questões de reflexão tais como:
1. Que soluções para esta situação? O que fazer para que cada aluno tenha LE?
2. É possível subsidiar o LE de modo que pelo menos a maioria dos alunos possa ter
acesso a ele?
3. Faria sentido obrigar os alunos a apresentarem o LE de cada disciplina na sala de
aulas como é facilmente exigido trazer o uniforme?
4. Seria ou não uma alternativa que cada escola tivesse um depositório dos livros
autorizados para cada disciplina, para cada aluno ou grupos de 2 a 3 alunos, de modo
a garantir, pelo menos, a disponibilidade do LE na escola e na sala de aulas?
5. É ou não necessária uma campanha de sensibilização dos encarregados de educação
no sentido de adquirirem os livros escolares para os seus educandos, dada a sua
importância para o processo de formação do aluno?
É como considera Peruzzi, et all (2000) que, o professor deve buscar no LD as contribuições
que possibilitam a ele mediar a construção do conhecimento científico pelo aluno, para que
este se aproprie da linguagem e desenvolva valores éticos, mediante os avanços da ciência,
contextualizada e socialmente relevante. Ele é importante por seu aspecto político e cultural,
na medida em que produz valores da sociedade em relação a sua visão de ciência, da história,
da interpretação dos factos e do próprio processo de transmissão do conhecimento.

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