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CUR
ISBN 85-86886-94-7
1 11
9 788586 886942
Arqueologia nas
terras bíblicas
JOHN D. CURRID
Um manual destinado a
despertar o interesse e
a paixão .pelo tópico
Arqueologia nas terras bíblicas © 2003, Editora Cultura Cristã. © 1999, John
D.Currid. Originalmente publicado em inglês com o título Doing Archaeology in
the Land of the Bible pela Fleming H. Revell, uma divisão da Baker Book House
Company, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos são reservados.
Tradução
Meire Portes Santos
Revisão
Patrícia de Almeida Murari
Paulo Arantes
Editoração
Rissato
Capa
Magno Paganelli
ISBN 85-86886-94-7
Ilustrações ... .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. ...... ....... .. .. .... .... .. .. ... .. .. .. .. ....... .... .. .. .. .. .... .. . 9
Prefácio .. .. .. .. ... .. ... .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. ... .. ... 11
Abreviaturas ...................................................................................... 13
Mapa
Sítios Arqueológicos nas Terras Bíblicas .............................................. 14
Figuras
1. As Eras da Antigüidade ... .. .. .... ...................... .... .. .. .... .. .... .. ... .. .. .... .... .. 20
2. Seção Vertical de um Pequeno Tell ................................................... 40
3. Fossos em Forma de Cilindro e de - mo do Projeto Agrícola
de Lahav ................................................................................................. 45
4. Vista Superior de uma Área de E~ca,·acào .......... .............. .. .. .. ....... 87
5. Seção Vertical de uma Area de Escarnçào ....................................... 88
6. Cartões de Arqui,·o Registrando a Descobena de um Pequeno
Objeto................................................................................................ 89
7. A Evolução das Panelas na Palesana ....................... .. ... .. .. ........ .. .. .. .. 97
Prefácio
GOLÃ
TRANSJORDÂNIA
RioJaboque
• Mie.Pisga
• Jalul
• Baal Meon
MOABE
(Wadi)
Esh-Sha'ah , Har Adir
NEGUEBE
Sítios Arqueológicos nas EDOM
Terras Bíblicas , Beidha
O que é mesmo
1
Arqueologia~
O Início da Arqueologia
As modernas escavações arqueológicas começaram a ser organizadas
cm Hcrculaneum (1738), localizada ao longo da baía de Nápoles (Albright
1957, 26). Túneis escavados em Herculaneum levaram ao resgate de está-
tuas magníficas, hoje mantidas no Museu de Nápoles. Karl Weber dese-
nhou plantas arquitetônicas muito precisas durante estas p.timeit:as escava-
ções. Eventualmente estas escavações em Herculaneum tiveram de ser
suspensas devido ao grande problema de ter de cortar metros e metros de
resíduo vulcânico que cobriam o local.
Logo se seguiram escavações em Pompéia (1748). Os primeiros edifí-
cios a serem escavados incluíram "o ceatro menor (ou Odeon, 1764), o
Templo de Isis (1764), o chamado barracão dos Gladiadores (1767), e a
Vila de Diomedes, do lado externo do Portão de Herculaneum (1771)"
(Gersbach 1996, 275).
O que é mesmo , \rqueologia? 19
Figura 1
As Eras da Antigüidade
A Arqueologia e a Bíblia
A arqueologia da Bíblia é geralmente categorizada como arqueo-
logia pré-clássica e uma sub-divisão da arqueologia Siro-Palcstina. En-
quanto a última cobre os tempos pré-históricos durante o período medi-
eval na Síria-Palestina, a arqueologia bíblica focaliza-se principalmente
na Idade do Bronze, Idade do Ferro e nos períodos Persa, Helênico e
Romano naquela terra. t\ maioria dos eventos registrados na Bíblia ocor-
reram dentro deste período de tempo.
A 1\ntiga Idade do Bronze (c. 3200-2200 a.C.) foi caracte1;zada pela
urbanização, uma mudança da vida de vila para a habitação em c1daclc. ,\ p.1
rcccrnm mats povoados ncsrn época do que em qualquer outra anh:nc 11 , :-l 11
dn l'Stt:s pm 11:idos fotllfic:idos. ,\ ngncultura taml>t·m st· te 11111111 p:11 tt·
O que é mesmo .\rqueologia? ~I
l1ult' 1.1 e pt11d11;,n1 um l'.!'illldo dl'. sttc \'olumcs num total de \.7'i 1, p (l gi11., i;.
Arqueologia nas Terras Bíblicas
rio, focaliza se cm vilarejos, vilas e cidades que tem sido ocupadas rcpeti-
da mcmc por centenas e até mesmo milhares de anos. Por exemplo, o sítio
tlt· l\lcgi<lo no Yale de Jezreel foi habitado primeiramente ou período
Nt·olít1co (c. 5000 a.C.) e por L1lt11no no período Persa do qmmo e quarto
séculos a.C. Ob\·iamcnte houveram muitas ocupações entre sua fundação
,. ~u:i final Jcstruiçào, particularmente <lurnntc o Calcolítico,,\nuga, i\fédia
t' Rt·cente Idade do Brome e Idade do Fcrrn. ~leg1do tinha 4.500 :\Ili >S de
As Colinas
Nos tempos antigos um grupo que estivesse procurando um local
para se estabelecer seria atraído por um local cm particular por uma varie-
dade de razões. Talvez o pré-requisito mais importante para o estabeleci
mento, na antiguidade, fosse uma fonte de água permanente.• \ntes da
invenção de cisternas e aquedutos, as c1da<les eram construídas próxima;; a
nascentes, ou rios. Portanto, os povoados antigos eram encontrados :;o-
mentc em áreas limita<las nas quais existissem fontes perenes de água. Pre-
visivelmente então, as mais antigas habitações humanas na Palestina foram
no vale do Rio Jordão e na região do Mar da Gahléia.
Outro fator importante era a disponibilidade de terra rica para a agri-
cultura e outros recursos natura.is Q~orowski 1981)., \pesar do culti,,o agrí-
cola servir como a base cconônuca principal da pruncira comunidade de
um sítio, o sustento também poderia Yir parcialmente do comércio. Rotas
comerciais, portanto, eram de grande valor para um poyoamcnto cm <le
scnvoh'imcnto (Pritchard 1967).
Outra consideração crucial no início de um povoamento era a <lc-
frsa .. \s primeiras cidades palestinas estavam localizadas cm l'Xtrl·mid:i
d,·s rnchosas por<.JUC a altura proporcion:wa uma bo:i posiçu11 dcÍl'll'-l\':1
(l,.1pp 197", 1 :\). i\ l'le,•aç~u também dava nn fH ,vundo uni,\ vnn1r1gl'111
Contos das EscaYações TcU 39
1'111· d1\'L·rsas Iazt,cs, <.JU:t!--1." todos os sít l!JS a1111grn; c.·,•c.•111 un lmn1ll e t, 11
11111,1111 dl':;01.: upa dos.
Figura 2
Corre Vertical de um pequeno Tell
(Adaptado e reproduzido de The Old Testament and the Archaelogist por H. Darrell Lance,
copyright© Fortress Press. Usado com permissão de Augsburg Fortress.)
Contos das Escavações Tel1 11
,Lt l1istt',r1:1. de uma elevação. t\Iegido, por exemplo, continha mais de vinte.
11i, <'is de ocupação.
Cada uma das succssi,·as camadas de ocupação de uma ekv:1ç:i, 1 (.
, li1111111d:1 stratum (pl. strnta) . Uma série ele strata, uma soba· :1, ,111111, n•s11l1.1
l'l11 11111.1 ,·ln•aç~n tJllL' se patL'CC com "um cone c.:onad,1 1m p.11tt• 111Íe11r,1,
42 Arqueologia nas Terras Bíblicas
Jordão entre os rios Jamurque e Jaboque, uma distâncía de apenas uns <-1u:1
r<~nta e cinco quilômetros. Pesquisas mais recentes têm descoberto alguns
sítios que Glueck omitiu. i\ maioria das cidades pré-helênicas na Palcstma
antiga foram erigidas sobre outeiros. Certamente outros tipos de po,oa-
mcntos são conhecidos - tais como habitações em cavernas pré-históricas
e acampamentos sc1mnômadcs - mas o fato é que a maioria <las pessoas da
Palestma morava sobre rells.
Não existe umformidadc no tamanho dos tclls na Palestma. O maior
é I la7.ot, ao norte do Mar da Galiléia. Ele ocupa cerca de 190 acrcs. Vários
tells pequeninos cobrem uma estreita faixa de solo de meio acre .. \ estima-
tiva do tamanho médio de um tel1 na Palestina t•i;r:í entre 7 e 20 acres (i\fazar
1990, 9). De fato os tells na Palestina são bem pn1ucoos cm relação aos do
resto do Oriente Próximo. Nippur, uma cidade mesopotâmica, foi
construída sobre três tclls, cobrindo cerca d1: 370 acres. ,\ssim, ela era duas
vezes maior que o maior tell ela Pnlcstma. Ninwc foi cngi<la sobre tells
gêmeos que tinham uma circunferência d1.· 12 <.Juilômetros! Apesar de mui-
to menores que seus correspon<ll·flll'S 11:t Mesopotâmia, os oute1ros pales-
tinos foram os mais significantl·s <.· (IS 1ip11s de povoamento mais comuns
naquela área durante a ant1gu1dadl•,
A Descoberta do Tell
Na ma10r parte do séculu '(I \:, a naturl'za dos outeiros e a estratigrafia
permaneceram um 1rustér10. Quand<,,, grande pioneiro Edward Robinson,
por volta de 1830, visitou o sítio cll· frll d-1 kst pela primeira vez, obser-
, ou: "A form:i do Tel1 é singular, um cone trnncado com um topo plano...
Considerando as informações de nossos guias e a aparência marcante des-
tl' l'cll isolado, nós esperávamos encontrar a<.1ui trnços ele ruínas ... Apesar
disso, não pudemos descobrir absolutamcntl' nenhum resquício <le antiga
u<ladc ou estrutura" (Robinson 1841, 390; l\loorcy 1981, 21).
Só em 1870, quando Hcinrich Schliemann (1822-90) escavou 'lróia,
l\llC está localizada na Turquia moderna, chegou-se à conclusão de que um
tl·II é e, acúmulo de camadas de sedimentos.{ Ele foi o primeiro a escavar
\llll t<:11 com o entendimento <lc que aquilo era uma cidade cm rumas sobre
, 1u t rn \' 111tc anos mais tarde um mglês excêntnco aplicou a descoberta Ul'
Schlil'mann à terra Palestina.
1~m 1890 foi fetta uma escavação na área <lc Tel1 d-Hcsi, um outt•i11J
d,· 111111:i 1· llu:1110 a{:l'l'S :w sul da Palestina. O ar<.Jlll'lllogo dl' 11,•st (111 11111
.\rqucologia nas Terras Bíblicas
sonda sonda
termômetro tem,ômetro
grãos
sonda
termômetro
g1aos
46 . \rqucologia nas Terras Bíblicas
5. Uma casa israelita comum de quatro cômodos em Berseba (o autor está explicando a estrutura).
6. Um antigo altar da Idade do Bronze em Megido.
11. Um exemplo de construção de tijolos de barro em Berseba. Preste atenção à palha que
serviu como têmpera para os tijolos.
E
12. Uma casa de quatro cômodos em tijolos de barro em Berseba. A parede dos fundos da casa
também funcionava como parte da parede externa da cidade.
13. Um exemplo de uma parede com base de pedra e superestrutura em tijolos de barro (casa de
quatro cômodos em Berseba)
14. Uma parede de pedras do campo em Megido.
r
16. Uma parede com partes proeminentes em Arade, do período dos reis de Judá.
17. Técnicas de construção romanas como usadas na Jericó Herodiana: opus reticulatum
(pequenas pedras quadradas assentadas de um ângulo de 45°) e opus quadratum (pedras
em forma de tijolos assentadas horizontalmente )
18. Camadas inferiores do monte do templo em Jerusalém; as rochas grandes com marginais
entalhadas são típicas da alvenaria de pedra Herodiana.
23 A ooade de Arade no Bronz-e Antigo, observe o muro fortificado externo a,m suas torres proe111inentes.
24. Um fosso cilíndrico do
projeto agrícola de
Lahav; veja figura 3
(pg. 45).
Métodos de Pesquisa
Em sua maioria, as pesquisas arqueológicas cm Israel se classiíic:1111
l 111 uma das categorias: exame de sítios indinduais e análise tk reg1t1es. 1
l 1, 11 a os propósitos <lc pesquisas, na primeira categoria, ",1u:1is11uc1 n11t•l:i
1, ,., ~tgnificantes que estejam bem próximos um do outn> sii• > t 011:;1dc1 1,I,,
11111 sítio. Então um ~ítin pode ~er rno pn1ut'l11J Cotnn 11111 (11111 o, 11,lflll~ ll11
d11 m:1tc·11 mtlh:ino, nu 1:in grnndl' t ·o1110 11111 tl'II mipt,111111,•" (IIJ,11 h l 1J r,
66 Arqueologia nas Terras Bíblicas
cm sacos p lásticos, etiq uetados e, mais tar<le, "lidos" para propósitos cro-
nológicos. Também são feitas observações escritas para cada sítio; estas
podem incluir topografia, estruturas visíveis, fontes de água e elevação. Por
último, freqüentemente são tiradas fotografias <le cada sítio.
A pesquisa arqueológica é alta
mente dependente da técnica de Paleoecologia: o estudo
amostragem, ou seja, extrair conclu da vida animal e vegetal
sões gerais a partir de resquícios rc
do passado.
presentativos (Plog 1976; Mueller
1975). Apesar desta técnica sofrer cri
ticas de algumas partes (Bar-Yos<:Í e ( ;, 1rcn 1980, 1), quando feita adequa-
<lamente, tem mostrado ser um bom indirn<lor do que o arqueólogo irá
dcscobri.t embaixo da superficw :Hra,·t'·s d t: escavação.
Mais novas e sofisticadas tccrn ih 1gias prometem realçar a pesquisa de
nlmpo. Um magnetômetro de césio, pot exemplo, pode ser usado para
localizar características como ca\"cmas de sepultamento através da eficácia
do "contraste magnénco cxtstt·nt<: ent te o aspecto que se deseja detectar e
seu meio imediato" (McGovcrn 198 l ,
126). A disciplina da fotogramc tria é
também empregada extensivamente Fotogrametria: a ciência
no trabalho de pesquisa: fotografias de proporcionar medidas
nércas proporcionam mcdi<las de síti confiáveis através da
os antigos aos pesquisa<lorcs e fotografia.
mapeadores (Beale 1982) .
Alvos da Pesquisa
No nível regional, o principal alvo de uma pesquisa de campo é deter-
minar a história e padrões cios povoados (Shanks 1982, 41). Em outras
palavras, o objetivo básico é encontrar quais sítios foram ocupados durante
quais períodos. Pesquisas podem esclarecer a respeito da densidade
populacional de uma região em um período particular.
Lrm segundo propósito é identificar povoamentos que foram perma
1\l'lWts, e conseqüentemente têm grande potencial para futuras escavaçoc-.
(lbrahun, Sauer, e Yassine 1976, 44;Mcyers, Strange e Gtoh 1978, 1; G11ph11.1
, \\alem 1980, 147). Com respeito ao projeto regional de Yoqnl'':1111, n at
q11l·nlogo chefe ressaltou, "i',: essencial condu 'Ír uma pcsc.1u1sa t 0111ph.!IH tl,1
, l'gi:iP 11n c:--1:Ígto rn:us anúgo a firn de escolher os sítius a suem 1•s1 llt l.1d1 H, l'
d,•cid11 qu:111111 t•sl1111;11 dbpl·ntk·r l'tn cad:1 um dcks" (l\1·11 l; >t' l 11~11, , ~)
68 Arqueologia nas Terras Bíblicas
As Limitações da Pesquisa
Apesar da pesq uisa ser um componente padrão da investigação :ir-
t1ucológica, e poucos arqueólogos ousem não fazê-la, existem cn11c:1s a ela .
O pnnc1pal problema levantado é que "1\ pl'St(ttisa de supcrfícit• n:io podt·
,1 s pi1 :ir 11111:1 pru 1s:1n ah:mluL\. .. ,1 nusênc1:i dl' Cl' l":im1n , dt• u111 1w1 ind11
O Dia-a-clia no Sítio (Lenlntamento de Dados) (,•)
particular não prova que o sítio não fo1 ocupado durante aquele pcrÍ< ,d,,,
enquanto que a presença de fragmentos raros de um período cm parucular
pode significar somente que um pastor quebrou um jarro de água"
(Campbcll 1968, 21). Além disso, as pcsyuisas não podem levar cm consi -
deração mudanças geomorfológicas que destroem ou soterram sítios. Ero
são, areias movediças e outros elementos naturais escondem sítios elas pcs
quisas arqueológicas. Portanto, o trabalho de pesquisa e seus resultados
devem ser usados com grande atenção.
As conclusões extraídas de pcsqtusas estão sujeitas a serem corrigidas
por futuras pesquisas e escavações. \ p<.:s<.1wsa não é a palavra final da arque-
ologia. O trabalho de Nelson Glucck sen e como um ótimo exemplo (Levy
1995, 47). Nos anos 30 Glueck produziu uma pesquisa magnífica da Palesti-
na oriental. Com base cm suas descobertas ele supôs a existência de um
sistema de fortes Edomitas frontt·inços durante a Antiga Idade do Ferro
(séculos XIII a XX a.C.). O ponto de \'Ísta de Glueck foi amplamente aceito.
L1 m trabalho de pesquisa mais ITCt'lll<.·, porém, demonstrou que Glucck foi
unprcciso em sua cronologia ccr:imirn <lc Edom (MacDonald 1984, 11 G).
Na realidade, os sítios parecem datar do século IX e VIII a.C. Até mesmo a
natureza dos sítios, se eles realmente constituíam um sistema defensivo, tem
sido questionado. Apenas a csrnYa<,:âo pode responder a esta pergunta.
Um Exemplo
São abundantes os relatórios de pesquisa na literatura arqueológica.
(Ver, e.g., Beit-Arieh 1979; Cohen 1979; Gophna e Ayalon 1980; Meyers,
Si.range e Groh 1978). 1~lcs cobrem desde grandes regiões (r'vf illcr 1979) até
achados individuais como uma estrada romana (Watcrhouse e Ibach 1975).
\lgumas da pesquisas são muito intensas (Ibach 1978) e outras menos. 2
< >bviamente, os resultados obtidos por estas pesquisas variam em termos
dt· unportância. Consideraremos agora o que uma pesquisa pode nos for
ncccr e o que não pode.
Vànas pesquisas têm sido conduzidas na região do Scfelá de lsrncl
(Kochavt 1972; Saarisalo 1931). O Sefclá é uma região baixa, chcrn de
111orros, que se encontra entre a planície da costa sul e as monrnnhas d11
ll 11I <la.Judc:ia. ,\s pesquisas de superfície indicam que o padrão dl' p11,·,1
\liller 1983).
O problema fundamental é que na grande maioria dos casos existem
,•ários nomes possíveis para um síuo cm particular. Por outro lado, podem
h:n·er vários candidatos a um nome que tenha sido registrado historica-
mente. Por exemplo, a cidade bíblica de Ziclague tem sido colocada em
, a nas localizações, tais como Khirbet Zuheiliqah, Tell Halif e Tcll Sera'
(Scger 1984, 47). Os pesquisadores não chegaram a um consenso. Mas, há
tclb c.1ue podem ser as ruínas de vários sítios históricos. Tell Halif, na parte
11ort<: do Neguebe, tem sido identificada corno as cidades bíblicas de
<Jumatc Sefer, Saruém, Zíclague, Hormá, e Rirnom (Borowski 1988, 21).
l 1, 1uca concordância existe com relação a esta identificação.
i\icstc ponto, alguém pode perguntar por que é tão rmportantc c.iut·
um sítio scia identificado? Oded Borowski (1988, 220) ,·ai ao ccnl rn da
1111t•sl~<t lllmndo c.li'.I., "Correlacionar um sítto arqueológico com um n-gi..,
11 :1dn 1111m texto histórico possibilita um cntcndmwnto 111:1is pn'l' t'lt, d,·.
e11ttl' <H111as coisas, dclimitaç<>Cs políticas, esferas cult111,1i<J dl· 1tlll111:1111,1,
t11n\'IIIH't1tus dt· comércio<' mili1a1l:s. ,\ id1•11tilie:117:tci de• um sít111, 1.:111 m
72 Arqueologia nas Terras Bíblicas
Nomenclatura Moderna
Uma fonte importante de evidência para a idencificaçào de um sítio é
a preservação de vários nomes antigos na moderna nomenclatura árabe.
ªO conjunto de nomes geográficos em qualquer região consiste cm rica
fonte de informação lingüística, étnica, histórica e folclórica" (Rainey 1978,
1). Da mesma forma, modernos nomes árabes de lugares foram uma das
principais ferramentas empregadas pelos estudiosos mais antigos da geo-
grafia histórica na Palestina para identificar sítios antigos (Miller 1987, 34).
Edward Robinson descreve como a fluência de Eli Smith na liogua
árabe ajudou na identificação de sítios: "Como preparação para nossas jor-
nadas futuras na Palestina, meu companheiro havia despendido grande es-
forço para conseguir por várias fontes os nomes nativos de todos aqueles
lugares cujas partes esperávamos visitar ... haviam freqüentes oporrunt<la
<lcs de conhecer xeiques inteligentes e outras pessoas das cidades e , ilas
nalJuclc e cm outros distritos; e cm geral eles cstm·am prontos a comunicar
tudo o c.1uc sabiam com respeito a lugares de sua própna nz111h:111ç:1" ( t H(,X,
·l 15). R, 1hin~on l' Smtth Íor:tm capazes de conl'lncic 111ar dt'?: l't1,1 s dc· ~ÍI 11,s :1
Por
_
que escavar ali? Erros e Acertos da Identificação de Sítios
___.!,_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.,:__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
n
nomes antigos registrados na Bíblia, em Joscfo e em outras fontes. l\!uito
de seu trabalho tem vencido a prova <lo tempo.
Uma das grandes surpresas da geografia histórica é a consistência
com a qual nomes antigos têm sido preservados na moderna toponomia
da Pa]estina. Yohanan 1\haroni comenta a respeito deste fenômeno: "Ge
ralmente as cidades eram construídas em localizações fi'<as no decorrer de
longos períodos, e seus nomes têm s1<lo preservados com admirável con-
sistência ... quase sempre um novo povoa<lo era fundado sobre a mesma
colina antiga, preservando o velho nome apesar de todas as mudanças na
composição da população" (1967, 94 95). O nome continuava mesmo quan-
do o grupo sociológico ou culturnl lllle ocupava o sítio era trocado por
outro. Por exemplo, quando Israel expulsou os cananitas e se estabeleceu
nos sítios antigos, adotou muitos dos nomes cananitas (tais como Megido
e Hazor) (Richardson 1969, 104).
Geralmente novos nomes não
são bem sucedidos cm substituir , >~ Toponomía: o estudo
nntigos. No entanto, houn•rnm algu
sistemático de nomes de
mas poucas exceções. Por l'Xl'tnpl, ,,
cm Juízes 18 o escritor bfültrn fol:i lugares dentro de uma
sobre a destruição da cidade: cnnant'.·ia região geográfica.
de Laís pelos danitas: eles "clwgarnm
a Laís, a um povo cm paz e: confiado, e os feriram ao fio da espada, e
queimaram a cidade a fogo ... Reedificaram a cidade, e habitaram nela, e
lhe chamaram D ã, segundo o nome de Dã seu pai, que nascera a Israel;
porém, outrora o nome da cidade era J .aís" (vv. 27-29). Scmelhantemente,
cm Números 32:37-38 os nomes de algumas cidades ao leste elo Jordão,
tais como Baal-Meom, foram alterados. Tais exemplos, contudo, são pou-
cos e ocasionais.
\ transmissão de nomes antigos para o árabe moderno era
freqüentemente um processo complexo (Brinncr 1995). As complexidades
no processo logo foram reconhecidas na investigação da Pa]estina antiga.
1 .Jward Palmer, que fez um grande trabalho sobre as listas de nomes árn-
hcs compilada por Conder e K.itchencr, comentou:
Dctemunar o significado exato de nomes topográficos árabes niio 1.· Lm:fa
fácil. ,\lguns são descntivos de caracterísucas fis1cas, mas mesmo t·:,tn; ~:,o
freqüentemente palavras obsoletas ou ilistorctdas Ot1t111s s;111 tli-1 ,,·.,dos d,
111ntlcntc~ ll:i muito cst1ucl.1<los, ou propm:t.írios dos t111.11 ~ J.Í 11.,,, ,,t• lt: 111
lt111h1 ,111\ª • C)111ro ~ ,11ml.1 ,.io ,ol11i•,iv1 ntç~ do 11\Jt ; 1mt1gr11uh.1le \l, liLI,, uc, ,,
. \rqueologfa nas Terras Bíblicas
Textos
Outra forma de identificação de um sírio é através de materiais tcxtrnus
(\'<'ainwright 1962). Hoje possuímos muitas fontes escritas colaterais c1ue po
dem fornecer indícios históricos, geográficos e topográficos.
Fontes escn·tas antigas. É óbvio que fontes contc-mporânt·as ti'.'·111 um p;1
pl·l <.lcci:-ivo na identificação dos sítios.,\ Bíbh:1 foi o tn llt't-o 11•xtu:il p1in
Por que escavar ali? Erros e :\certos da Idennficaçào de Sítios
Arqueologia
Um Exemplo: Ziclague
Escavações Hoje
Tem se escrito muito a respeito de teoria e procedimento de esc;n a
ções (Blakely e Toombs 1981; Chapman 1986; Dever e Lance 1978; J~ rankcn
e Franken-Battetshill 1963, 8-18). Nosso propósito aqui é dar uma olhada
rápida nos passos básicos utilizados na m:uona dos projetos de escavação
na Palestina: escavação, registro apropriado e publicação.
Escavação
Normalmente a escavação começa com o desenho de um sistema de
grelha sobre um mapa topográfico e.lo própno tell (Fritz 1994, 56). O pro
pósico desta demarcação é localizar precisamente as áreas selecionadas para
escavação e deixar outras áreas específicas não escavadas, de tal forma que
no futuro arqueólogos possam fiver trabalhos adicionais naquele sítio.
Depois das áreas de esc:waçào terem sido escolhidas, quadrados indi-
viduais (geralmente de 5 X 5 rrn:trc ,s) i;iio delimitados por postes de metal.
Esta grelha de quadrados é "a c~t rui urn para a escavação; faixas <leixadas
entre os quadrados formam sc1/1l'.!'> d:ts camadas de terra, e o exame destes
ní,·eis durante a escavação possibilita uma observação estratigráfica mais
precisa" (Mazar 1990, 24).
Anteriormente ao trabalho com força total, o arqueólogo freqüente-
mente sulcará uma trincheira tt·ste uu sondará para obter uma prévia do que
existe embaixo. Este buraco pode ser Úttl para antecipar a estracigrafia e cro-
nologia da área a ser escavada.
Uma vez começada a escantçào, o principal enfoque da mesma é o
controle tanto na dimensão vercical c1uanto na horizontal. Tal controle "é
exercido pela combinação de técnica e supernsào" (foombs 1982, 89).
Hoje, o número de pessoas trabalhando na supervisão é grande, com cada
quadrado debaixo da direção de um membro do corpo de assistentes. Cada
supervisor de quadrado mantém um diário do trabalho da escavação, ma-
terial encontrado e observações.
, \ escavação é feita a mão. Dependendo da situação, são empregadas
fcrrnmentas diferentes. Por exemplo, para remover escombros soltos, inú-
teis, uma picareta e uma enxada podem ser usadas. Para operações mab
delicadas, tais como o resgate de corpos sepultados, uma p1c:1rct:1
odontológica e uma pequena escova são mais apropriadas.
No prnccsso da cscaYaçào, o solo de uma cnmada l' retno\'Ído, ('( ,!11
1 ad11 l'll\ um h11kk t'S\ :1ziado t·m um carrinho dl.' m~11 l' dt'p11si1.11I, 1 e111
1
86 ,-\rqueologia nas Terras Bíblicas
Registro
Escavação é destruição. Uma vez removidos, os resquícios não po-
dem ser repostos. Assim sendo, é essencial que um projeto arqueológico
empregue um sistema de registros detalhado e conciso. Um sistema típico
consiste de quatro partes básicas:
1. As obseruações e desenhos dos snpervisores dos quadrados. As observações de
um quadrado de escavação devem ser narradas diariamente por um supervisor.
O diário de escavação inclui uma lista de materiais encontrados (lista de ces-
tas/baldes), uma lista de locais com um sumário ou descrição de cada local,
um plano p rincipal e desenhos das seções.
A figura 4 é um exemplo de uma
Seção: uma face vertical planta superior. Na planta são indicados
de uma faixa que mostra o campo e a área de escavaçno, a dara do
as camadas de solo desenho, a escala e n d1rl'ç:io. Na rl'ptT
Sl'ntaçiio do l)U:idrado dt· CM' ,1\'ll \ :IO os
No Início: Como Escavar um TeU 87
Figura 4
Planta superior de uma Área de Escavação
FOSSO
1
6 JUNHO 1977
Figura 5
Seção Vertical de uma Área de Escavação
FOSSO
2. Desenhos arquitetônicos. O
trabalho de um arquiteto projetista ln situ: a localização original
é desenhar todas as estruturas e de um objeto encontrado
instalações desenterradas durante em uma escavação.
a escavação. Cada pedra é medida
e desenhada em escala. Depois da escavação completa, o arquiteto dese-
nha um conjunto de planos representando a strata individual. Começa en-
tão a surgir uma idéia de c1 >m<, as construções c.la cic.lade se pareciam du-
rante períodos particulare-;. 1~11lJUanto as plantas dos supervisores arqueo-
lógicos se focalizam num c.1u,1drado, os desenhos arquitetônicos incluem a
área toda da escavação.
3. Fotogrqfia. Tudo que [.• d,:scoberto numa escavação, com exceção de
escombros e fragmentos do cmp() principal de um vaso (que oferece pou-
ca informação a respeito do cnigi11.1l), dew ser fotografado. Isto tem de ser
feito enquanto o objeto cst.i in si1u. A fotografia proporciona a documen-
tação visual de onde alguma coisa foi <.:ncontrada e como ela se relaciona
com outros materiais do tel1. 1isll! :m1ui\·o eleve ser muito bem feito, por-
que é a base do que será publicado mais tarde.
4. Índice de t11ateriai.r mm11/rfl(/o.r (i\.l111 m.-y 1981, 63). Para cada objeto
encontrado, exceto cerãmtca, designa-se um cartão de arquivo. No cartão
encontram-se informaç<lt·s signiíicantl'S tais como o local no qual o mate-
rial foi encontrado, a data e uma dcscriç:io geral dn 11bjeto (Ycja fig. 6). Mais
tarde estes objetos são limpos, desenhados e fotografados. Alguns achados
podem também necessitar trabalho de restauração e conservação.
Figura 6
Cartões de Arquivo Registrando a Descoberta de um Pequeno Objeto
AREA L SUPERVISOR JC
·-----~- -7
90 Arqueologia nas Terras Bíblica~
Publicação
O passo final é publicar os n:suhados da escavação. De fato, "o único
significado prático da rcconstruç.l<, da escavação de um tel1 é o relatório ou
publicação. Portanto, com·cm a toJos os arqueólogos escavar tão cuidadosa-
mente quanto poss1n:l, rda1a1 as t·scm·at,ot·s completamente, e publicar to-
dos os dados l' suas 111tc1pn:lac;i1cs d.1 m,111t·trn mais razoável que seu conhe-
cimento e imagin.,çiio pum1111cm" (\'an lkl'k 1988, 133-34). Este passo re-
quer análise e intcrprctaçào s1stcmát1cas dos escombros de uma escavação.
Tal análise e publicação são essenciais, porc.1uc a esc~waçào é apenas um meio
para uma finalidade: o entendimento do complexo e mutante relacionamen-
to da humanidade com o meio ambiente (Fagan 1978, 18).
Petrie, Cerâmica,
7
e Fragmentos de Potes
, .ittas linhas. _\o <-JU<.: parece algumas delas foram cscntas l'l1l ll'lllP', dt· c 1tsl' ,
l1'1,1nde1 nutnis m;1t<:r1a1s dt· cscrc,cr nàn esta\'am disponÍH·is,
f) ,
Perrie, Cerânuca, e Fragmentos de Potes
MB IIA MB li B-C
D f--
LBI
V
LB li FERRO 1
não dei.'<ou de ser usado até o século XII a.C., cobrindo um período de
aproxunadamente quinhentos anos.
Houve uma grande variedade no estilo dos templos do Bronze Re-
cente. Parece que o tipo principal foi uma estrutura monumental de cômo-
do amplo. A entrada guiava de um vestfüulo ao salão principal. A parte
mais sagrada do templo ficava localizado no salão principal oposto à entra-
da. O projeto da construção era simétrico. O Templo II em Hazor e o
Templo da Torre cm Megido seguem o mesmo padrão.
Exemplos de projetos de tem
Entrada Curva: uma pios irregulares são numerosos. Os
entrada próxima ao final templos <le fosso de Láguis foram
de uma das longas construt<los de fora do tel1, dentro
paredes de um cômodo do ~1nt1gn fosso do Bronze Médio
tJtll.: hm·ia circundado a cidade. To-
retangular ou edifício.
dos l'Stl':- tt:mplos tinham uma entra-
da curva <.1uc ficava próxima ao final
de uma <las longas paredes e lcva\'a a uma snl:"io prmcipal. No salão prin-
cipal havia um altar e bancos. O telhado era sustentado por uma série de
colunas de madeira.
Arq11itet11ra ptíblica. Sem dúvida o mais notável complexo palaciano <lo
Bronze Recente estava em Megido. Em essência seu projeto era como o
velho palácio do Bronze Médio no sítio: uma série de cômodos ao redor de
um pátio central. O complexo de Megido evoluiu gradualmente de uma
estrutura quadrada no século 1-.·vr para uma retangular no século XIV: A
principal diferença entre este prédio e os palácios elo Bronze l\lédio era
suas paredes sólidas. O prédio foi destruído no século XIII.
Fo,tijicafÕe.r. Curiosamente, os sítios do Bronze Recente unham uma
carência quase total de sistemas de defesa. Não foi descoberto qualquer
muro de cidade nos tells mais importantes como Mcgido e Láquis. Cidades
que tinham alguma fortificação, como Hazor, simplesmente copiaram o
proieco de sistemas anteriores do Bronze Médio.
l, l.11 li• d(I 1:crm IT (1000-586 a.C.). De uma perspectiva sócio política esta
cl1\ 1s,1,, í• :ip1tlp.-iada porque no primeiro período Israel era uma confcdera-
'i 1t1 11il,nl lt, 1t· t', 11;1 11l111na, uma 111onarqu1a,
1
Construções
1
N11t.t d" t1~1dutor- p.irnlc o,D"ut-i11ul s1:ria uma parnlc com JlMlls pml·111111, ntl'~ i1 11lll'1 wl" l
,,·v.111.11,·~
Construções 109
Trabalhos em Metal
A história da metalurgia no anogo Oriente Próximo é bastante comple-
xa e obstruída por numerosas dificuldades cronológicas. Portanto o que apre-
sentamos aqui é apenas um esboço do dcscnvolv1mcnto <los trabalhos em
metal no Crescente Fértil. O primeiro metal a ser usado parece ter sido o
cobre nativo. Durante o período Ncohuco (oitavo milênio a.C.) era "modela-
do cm pec.1uenos pinos e pingentes ckcoraüvos, uma fase que tem sido cha-
mada apropriadamcnt~ de metalurgrn dt: bugingangas" (Craddock 1996, 461).
As indústrias de mineração t· fundtç:w não apareceram em cena até o
quinto e quarto milênios a.C. (Lt'\) 1987, 357 71; 1990, 27). Nesta época
começou-se n usar ouro e prata, ambos prnncu·amcme cm jóias. O bronze,
uma liga <lc cobre e estanho, só fo, usada cornumcnte no início do terceiro
milênio a.C. () frrro foi dcscoberlO au final do terceiro milênio, mas não
foi bem u11l1zadn scnao nos úlumos cst~g1os do segundo. O bronze e o
ferro foram usados de nírias maneiras através dn história da Palestina.
1. C.i111hrw111 d1• 1\foerla.r (kindler e Srcin 1987; K.reitzer 1996; Meshorer
1982). t\1ocdas podem ser dcfmidas como metal cunhado que serve como
dinheiro ou meio de troca. É provável gue as primeiras moedas tenham
sido cunhadas no final do sétimo e princípio do sexto séculos a.C. no oeste
da 1\sia t\Ienor (Bcclyon 1992, 1078). Não foram encontradas muitas moe-
das da Idade do Ferro Palestina. J\ cunhagem de moedas e sua circulação
realmente tomaram lugar somente após a queda de Jerusalém. Moedas dos
últimos estágios do período Persa utilizavam o nome Yeb11d (i.e., Judéia).
Provavelmente foram cunhadas em Jerusalém ou nas proximidades.
2. /'1rmas (Yadin 1963). Durante o Bronze Antigo armas de metal
eram raras na Palestina. Todas as que foram descobertas, tal como o tesou-
ro oculto de Kfar Monash, eram de cobre. .Apesar de escassas, as armas
básicas - adagas, machados e lanças - são bem representadas.
Os mesmos tipos de armas apareceram na transição para o Bronze
Médio, somente agora eram feitas de bronze. O armamento do Bronze
Médio II era quase todo de bronze, e foram produzidos poucos tipos dife-
rentes. Estes incluíam cabeças de machado tipo ornitorrinco e adagas com
sulcos. As armas do Bronze Recente eram semelhantes às do Bronze Mé
c.110, apesar de seu uso aumentar consideravelmente. Durante a Idade do
Ferro I, enquanto o estilo básico continuou praticamente o mesmo, foi
ft:tt.t a trnns1çiio de bronze para ferro como o principal ml·t:,I cm arnrns
(t\l11hl)' 11)82).
Pequenos:\chados 11 \
Trabalhos em Pedra
Os mais antigos pequenos acha-
Lasca: um pequeno dos rdacionados à cultura humana são
pedaço ou fragmento fl'rr:uncntas de pedra usadas para co-
removido de um grande letar ou p reparar alimento. Rochas em
pedaço de p edra, ou seu estado natural eram modificadas
parn uso como implementes. "A mo-
outro material natural,
dificação de um pedaço de pedra ori-
para produzir ginal, não ti-abalhado, que produz qual-
ferramenta quer tipo de ferramenta de pedra las-
cada é feita sempre através de golpes,
retirando pedaços menores do pedaço maior otiginal. O termo geral para
os fragmentos menores removidos é lasca; o pedaço maior é normalmente
chamado de mídeo" (Braidwood 1975, 41). Entre as várias ferramentas feitas
de pedras estão talhadeiras, raspadeiras, martelos, machados, cutelos e facas.
Outros artefatos antigos como
Núcleo: uma grande estatuetas, utensílios de cozinha, fornos
pedra de outro material e implementos de moagem (e.g., bacias
e pilões) também eram normalmente
natural do qual foram
feitos de pedra. Além disso, as pedras
retiradas lascas para eram usadas para jóias. Em Beidha uma
fazer ferramentas fábrica do Neolítico (7000 a.C.) produ-
zia contas de pedra, concha e osso.
Naturalmente o trabalho em pedra diminuiu quando o metal se tor
nou disponível para os antigos durante a Idade do Bronze. Na arqueologia
pré-histórica o trabalho em pedra tem um importante papel. Durante a
Idade do Ferro, contudo, os implementos de pedra, apesar de ainda 11tiliza-
d1 ,s. não mais dominavam a cultura física.
Pequenos Achados 115
Trabalhos em Madeira
,\ importância da madeira no desenvolvimento das sociedades <lo
antigo Oriente Próximo não deve ser desprezada. Como fonte primária de
combustível na antigüidade (como madeira ou carvão), era essencial para o
desenvolvimento de muitas artes, comércio e artesanato (Taylor 1996, 758).
O cozimento dos alimentos, a metalurgia e a cerâmica requeriam madeira
como combustível. Várias ferramentas tinham alças de madeira: martelos,
machados e enxadas.
Para a arqueologia, o maior problema da madeira é seu apodrecimen-
to. Na Palestina nota-se sua sobrevivência quase que exclusivamente na
atmosfera árida da área do Mar Morto, tais como em uns poucos túmulos
cm Jericó "onde até mesmo juntas dissecadas de carne ainda permanecem
nos pratos originais de madeira. Estes sepulcros eram cortados cm pedra
calcárea e então murados depois dos sepultamentos terem sido feitos. Gás
metano e monóxido de carbono penetrando vagarosamente nos túmulos
fechados através de pequenas rachaduras na rocha substituíram o ar nor-
mal que permitiria a vida de bactérias. Conseqüentemente, materiais orgâ-
111cos sobreviveram" (t\foorey 1981, 98).
f\fadei.ra pode também ser conservada em condições de cxtr<:ma t11111
d:1d(.:. 1 .:-ca\'açõc:s cm Cartago (runísia), por exemplo, parcc~m tl'r til•:,1t·1
116 Arqueologia nas Terras Bíblicas
Trabalhos em vidro
O vidro teve sua primeira aparição na Palestina em seu estado natural
chamado obsidiana. Obsidiana é um vtdro natural resultante do resfriamento
rápido de lava vulcânica. Os exemplos t:ncontrados dos períodos Neolítico
e Calcolítico não eram naturais da Palcst111a, mas provavelmente importa-
dos do norte, da Aoatoha.
O vidro manufaturado cm pto<luzi<l<J pela fusão de vários mateoais
crus, normalmente inclumclo s1hcatos, srn.lns e cal. Freqüentemente tam-
bém contmha pomssa t' ÓxH.lo de chumbo. O mais antigo vidro artificial,
que estava na forma de contas para jóias, apareceu simultaneamente no
Egito e na Mesopotâmia no começo do terceiro nulênio a.C.
O primeiro vaso de vidro só foi produzido no meio do segundo milê-
nio (1600 a.C.), e isto também aconteceu em ambos: Egito e Mesopotâmia.
Vários sítios palestinos, notavelmente Láquis e Bete Seà, têm fornecido va-
sos de vidro do décimo quarto e décimo terceiro séculos a.C.
A técnica de soprar o vidro só iniciou-se no período Romano. Com
esta inovação os objetos de vidro se tornaram onipresentes nos sítios
romanos. Jerusalém tinha uma grande fábrica de vidro naquele tempo
(Avigad 1983).
Muitos dos tópicos que examinamos brevemente requerem estudos
por especialistas. Profissionais das áreas da paleosteologia, palcobotânica,
paleoetnologia, geologia, geografia e muitos outros campos de pesquisa,
são agora partes necessárias do projeto arqueológico. O arqueólogo de
campo não pode simplesmente ser especialista em todas as disciplinas. Es
tão bem distantes os dias em que o arqueólogo fazia todo o trabalho soz1
nho. Com a grande explosão de informações devemos confiar naqueles
que se especializam em áreas particulares de pesquisas.
,;r N~>t.1 dn 'l'r:nlutor: parede: nu c.uxa 9uc: permite: fazer íund.1ç,,c:~ dd1.1ix11 do ,11vd do úi:11~
Arqueologia em Vso: 10
A Recuperação de Betsaida
Identificação do Sítio
Betsaida é freqüentemente mencionada nos relatos dos evangelhos
do 1\Jm•o Testamento. Estes registros indicam que ela era uma cidade por
tuána na costa norte do Mar da Galiléia (l\farco!> 6.45). Que estava localiza
da no disU1to da Galiléia é confirmado por seu nome: "Betsaida da GaWcia"
(l oào 12.21 ). Betsaida foi a cidade natal de pelo menos três discípulos
.,\ ndré, Pedro e Filipe Qoào 1.44), todos aparentemente pc-scac.lorL·s Pº"
pmliss~o. lktsaida tcYc um papel importante no mm1,té1io dt· 1l'Slls 1111
118 Arqueologia nas Terras Bíblicas
dação repentina do Jordão e outros rios próximos. Não é evidente qual dos
três processos foi a causa principal da separação; o que é claro é que et-Tell
ficava à beira do Mar da Galiléia nos tempos do Novo Testamento.
Escavação em et-Tell/Betsaida
Devido à probabilidade de et-Tell ser o sítio de Bctsaida, empreen-
deu-se uma escavação abrangente 1988 (Arav 1989). Duas conclusões im-
portantes foram tiradas da primeira seção de escavação. Primeiramente, a
base estratigráfica do sítio foi estabelecida: o povoamento original foi fun-
dado no Bronze Antigo; seguido por uma ocupação na Idade do Ferro e
uma cidade mais importante no período I fclên.ico/Romano. Em segundo
lugar, alguns achados feitos na prnnetrn seção confirmaram a identificação
do sítio como Betsaida: em parttcular, instrumentos de pesca (c.g., anzóis e
chumbadas) indicavam que o prtnc1pal negócio da vila era a pesca.
Desde a primeu·a temporada cm 1988 escavações anuais têm continu-
ado no sítio sem intcrrupçào (.\rnv 1991, 1992, e 1995). Três áreas (A,B,C)
foram demarcadas para escavação. Naquelas áreas tem se descoberto sete
níveis de habitação (,\r:w 1995, 6). Cada nível contém uma ou mais cama-
das ocupacionais. Os níveis são numerados I-VII do topo para a base, na
seqüência em que foram expostos.
O nível J cobre o periodo do início da Idade Média (500 AD.) até o pre-
sente. Apesar de não terem sido descobertos povoamentos no próprio tel1,
fragmentos de cerâmica e moedas medievais foram encontrados no decurso
da escavação. O achado mais significante do período foi um tambor Mamluk
descoberto no pé do outeiro durante a temporada de 1989 (Arav 1993).
O nível II encerra quatro camadas de ocupação dos períodos Helênico
e Romano Antigo (quarto século a.C. ao primeiro século A.D.). Betsaida
era um sítio importante na GaWéia durante esta época, e remanescentes
dela têm sido encontrados por todo o tell. O sítio foi destruído pelos ro-
manos provavelmente durante a Guerra Judaica de 66-73 A.D.
O nível III estende-se do período Babilônico ao Persa (586-332 a.C.).
Muito pouco tem sido encontrado desta época. De alguma importância
são umas poucas moedas do quinto e quarto séculos, incluindo uma moe
da ele prata de Tiro (1\rav 1995, 33).
Os 11íJ1eis !V-VI consistem destrata da Idade do Ferro Jí (1000-58(1
., <..) UurarHe esta época Bctsaida era parte da t('rra de Cl'sur, um 1wq111•
.-\rqueologta em Uso:.-\ Recuperação de Betsaida l2l
Evidências Cerâmicas
A strata de Betsaida tem sido datada pelos resquícios encontrados ali.
Apesar dos achados cerâmicos não terem sido publicados ainda, pode-se
ter uma visão geral dos relatos preliminares (r\rav 1995). Alguns períodos,
contudo, têm sido tratados superficialmente. Portanto, nosso trabalho está
limitado aos níveis mais importantes do sítio: a Idade do Ferro e os perío-
dos Helênico/Romano Antigo.
A cerâmica descoberta nas camadas da Idade do Ferro é típica. Jarros
característicos, botijas, panelas, talhas, bacias e candeeiros têm sido desen
tcrrados datando a strata com segurança. A maioria destes utensílios se
assemelha a formas encontradas cm outros povoados da Idade do Ferro II,
tais como Megido, Hazor, Tel1 Beit Mirsim e Jemmch (Amiran 1970, 191-
293). A única diferença entre os utensílios de Betsaida e os de outros sítios
é que alguns dos vasos têm uma textura distinta (Arav 1995, 25). A argila é
escura porque contém grandes quantidades de areia basáltica.
Geralmente divide-se as cerâmicas dos períodos Helênico/ Romano
Antigo em duas categorias: artigos finos e comuns. As mais antigas ccràmi~
cas l lclênicas descobertas no sítio são louças atenienses negra~ da metadt·
do yuarto século a.C. As mais recentes são lampannas l lcwd1anas a (,lt-11
ttuc datam do primeiro século a.C (Arnv 1995, 19).
1 ....
...,..,
:\.rqueologia nas Terras Bíbhcas
Remanescentes Arquitetônicos
Como seria de se esperar, os principais rcs9uíc10s de construção vêm
dos níveis IV-VI (Idade do Ferro II) e nível 11 (l lcl~111co/Romano Antigo).
Os achados arquitetônicos mats importantes para a Idade do Ferro emergi-
ram nas Areas .\ e B, onde, no topo <lo tel1, l'tn tempos remotos existia um
grande complexo de construções. Nn .\rca A fu1 descoberta uma estrutura
monumental que talvez scn tssc como templo. Em frente ao portão desta
construção havia uma fileira de pedras de basalto eretas (m~f?ebôt), pro-
vavelmente usadas para o culto. Também em frente ao enorme prédio esta-
va uma grande praça pavimentada aparentemente conectada à soleira.
Na .\rca B foi encontrado um palácio ela Idade do Ferro II. E le foi
construído de acordo com o estilo Assírio-Aramaico chamado bit hi/ani.
Aparentemente em frente à praça, ao sul, o palácio continha uma sala do
trono e despensas. A estrutura "é uma construção maciça com grandes
seixos e paredes espessas. Alguns dos seixos pesam mais ele uma tonelada,
e a média da espessura das paredes é de 1,4 metro. O palácio ainda não está
totalmente escavado; até agui uma área medindo 27,5 por 25 metros foi
escavada" (.Arav l 995, 24).
Uma residência característica do período Helênico/Romano Antigo
foi também escavada na Área B. Uma grande construção (18 por 27 metros),
foi levantada ao redor de um pátio central de maneira típica da época. Os
proprietários provavelmente eram pescadores, como fica evidente atra\'és
de numerosos implementes de pesca, tais como agulhas e chumbadas, dcs
cobertas no interior da casa 0lousseau e Arav 1995, 22). E portanto su1
nome - a Casa do Pescador (1\rav 1992, 254).
.-\rqucologia em Uso:.\ Recuperação de Betsaida 123
Pequenos Achados
Pequenos achados variam de acordo com o sítio. Um povoado basi-
camente agrícola fornecerá foices, enxadas e coisas do gênero; uma vila de
pescadores fornecerá âncoras, agulhas e chumbadas de redes. Os tells que
foram ocupados somente na Idade do Bronze não têm moedas, ao passo
que sítios ocupados durante os tempos Romanos têm uma porção.
Considerando estes princípios, não foram encontradas moedas nos
níveis da Idade do Ferro em Betsaida (IV-VI). Por outro lado, muitas moe-
das foram descobertas nas camadas do período Helênico/Romano Antigo
e seguinte. "Desde que as escavações começaram em 1987, setenta e seis
moedas têm sido descobertas, cobrindo larga faixa da história, desde uma
antiga moeda de prata de Tiro (obol) do século cinqüenta a.C. a moedas do
império Otomano dos séculos dezenove e vinte" (Strickert 1995, 165).
Os níveis da Idade do Ferro têm fornecido achados raros. Um deles é
um ostracon aramruco com o nome ".t\q1ba" gravado no mesmo. Também,
uma estatueta de argila moldada, que parece ser um homem com uma co-
roa, foi encontrada numa grande estrutura pública (Arav 1995, 17).
As camadas do Helênico/Romano Antigo têm fornecido muito mais
pequenos achados do que qualquer outro período. Um selo de argila, mos-
trando um barco com dois homens em pé no mesmo, foi encontrado na
Area A Da mesma área veio uma estatueta de argila de uma mulher com
cabelo encaracolado e véu. Da Area C vieram vários pequenos achados,
tais como foices de ferro, um brinco de ouro e um strigil. NT E, é claro,
como já mencionado, a escavação do nível II trouxe à luz instrumentos de
pesca (agulhas de costura, chumbadas de redes e anzóis) em várias áreas do
sítio. Estes pequenos achados deram peso à teoria de que et-Tell é o sítio
da vtla/ cidade pesqueira de Betsaida.
" " Stn~1l" t·r,, um inst11nnl'nto us.ulo pdos ,1t1ttgos coma~ os par;t rnspJ~ su., pele .1pi',1 um
l VCIIII, 1111,'. lll fl 1111 Ulll lunhn
124 Arqueologia nas Terras Bíblicas
Et-Taiyibeh, 74 Herculaneum, 18
Et-Tell, 119-120, 124 Herzog, Ze'cv, 34
Eusébius, 75 Hidrologia, 25
Êxodo,21 Hieróglifos, 19
Exploração, 18. Ver também Pesquisa. Hormá, 71
Faixas, 32, 84, 85, 86 ldade do Bronze Médio, 21; Construções,
Ferramentas de escavação, 37, 88; metal, 101-103; armas, 112-113
113; pedra, 114; ossos, 115; madeira, Idade do Bronze Recente, 21 ; construções,
115 103-104;jóias, 119
Ferro, 112; ferramentas, 113 Idade do Ferro, 21; construções, 106-108;
Filipe, 118 armas, 112; ferramentas, 1 1 3;
Filisteus, 105, 106 cerâmica, 121
Fisher, C. S., 30, 83 Identificação, sitio, 26, 71-79, 117-120
Fortes Edomitas fronteiriços, 69 Igreja do Santo Sepulcro, 26
Fortificações, 39, 99, 101, 102-106, 108 Inclusões, 94
Fossos em forma cilíndrica, 45-47 Indicadores, 92, 98
Fossos em forma de garrafa, 46 Índice de Materiais encontrados, 89
Fossos em forma de sino, 45-47 ln fluência estrangeira, 21-22
Fossos ladrões, 46-47 Inscrições, 76, 95
Fossos, 103, 108 Instituições e-m Jerusalém, arqueológicas
Fossos, 45-47, 119 estrangeiras, 30
Fotografia aérea, 3 1, 67 Instrumentos de pescaria, 113, 120, 123,
Fotografia, 89 124
Fotogrametria, 67 Investigação individual, 23-26
Fragmentos cerâmicos, 86, 92 Investigação pela sociedade, 27-28
Fragmentos de corpo, 92, 98 ' Ira, 108
Fragmentos diagnósticos, 92, 98 lzbet Sartah, 106
Fundo para Exploração da Palestina, 28, Jalul, 66
44 Jericó, 29, 31, 32, 84, 103, 109, 115
Geography of Palestine (Guérin), 26 Jeroboão 1, 107
Gesur, 121 Jerusalém, 32, 116
Gezer,29,33, 102,103 Jesreel, 108
Giloh, 105-106 J isr Barrat Yaaquv, 115
Glacis,42, 101,103 Jóias, 113-l14;ossos, 115;vidro, 116
Gluek, Nelson, 31, 35, 43, 69, 70 Josephus, 72, 118
Golan, 28 Julias (Betsaida), 118-120
Granários,47, 101,106, 107-109, 123 Kenyon, Kathleen, 32, 83
Grelhas, 66, 85 Kfar Monash, 112
Guérin, Victor, 26 Khirbet Kerak, 1O1
Guy, P. L. O., 31 Khirbet Raddanah, 106
Har Adir, 105 KhirbetZuheiliqah, 71, 77-78
Haram esh-Sharif, 27 Kitchener, H. H., 28, 68, 73, 74, 76
Hartmann, R., 74 Laís, 73
Hazor, 33, 43, 49, 73, 75, l 02-104, 106, Láquis, 34, 104. 107, 108, 116; cartas, 75,
107, 109 95
142 .-\rqueologta nas Terras Bíblicas