CONCEITOS DE FAMÍLIAS estabelece o regime de bens e garante ao sobrevivente direitos sucessórios.
É necessário ter uma visão pluralista da família, que abrigue os mais diversos arranjos
familiares, devendo-se buscar o elemento que permite enlaçar no conceito de entidade familiar
todos os relacionamentos que têm origem em um elo de afetividade, independentemente de sua
conformação.
A família-instituição foi substituída pela família-instrumento, ou seja, ela existe e contribui
tanto para o desenvolvimento da personalidade de seus integrantes como para o crescimento e
formação da própria sociedade, justificando, com isso , a sua proteção pelo Estado.
A família adquiriu função instrumental para melhor realização de interesses afetivos. O
elemento distintivo da família, que a coloca sob o manto da juridicidade, é o vínculo afetivo.
Expressões como família marginal, ilegítima, espúria, impura , adulterina, informal , não mais
servem, pois trazem um ranço discriminatório e estão banidas do vocabulário jurídico. Não podem
ser utilizadas, nem com referência às relações afetivas, nem aos vínculos parentais. Seja em relação
à família, seja no que diz respeito aos filhos, não mais se admite qualquer adjetivação.
FAMÍLIA CONCEITO
FAMÍLIA Qualquer relação íntima de afeto (art. 5, III da Lei Maria da Penha).
(Conceito atual)
POTESTATIVA O direito de o sujeito livremente formar a família, que designa o ímpeto de
aproximação existencial pelo afeto.
VIRTUAL Possibilidade inusitada do mundo moderno que se origina na carência de
(Second Life) afeto e da solidão em que se encontra o usuário desse ambiente. Nesse
vácuo existencial, só lhe resta o consolo de criar uma família com
marido/mulher e filhos para exercer sua vocação de mãe/pai.
MATRIMONIAL Decorrente do casamento.
INFORMAL Decorrente da União Estável.
Os relacionamentos que não eram firmados com o casamento e os filhos
daí advindos eram chamados de família informal. Contudo, a sociedade e
a realidade passaram a aceitar este tipo de família, que é conhecida hoje
como união estável.
Lembre-se que no início, a união estável tinha a recomendação de ser
convertida em casamento.
Detalhe: O Código Civil impõe requisitos para o reconhecimento da união
estável, gera deveres e cria direitos aos conviventes, assegura alimentos,
Aqui também pouco resta à vontade do par, sendo possível afirmar que a
união estável transformou-se em um casamento por usucapião, ou seja, o
decurso do tempo confere o estado de casado
HOMOAFETIVA Formada por pessoas do mesmo sexo.
PARALELA ou Com múltiplas conjugalidades.
SIMULTÂNEA ou Quer se trate de um casamento e uma união estável, quer duas ou até mais
CONCUBINATO uniões estáveis, todos os vínculos atendem aos requisitos legais de
ADULTERINO ou ostensividade, publicidade e notoriedade. Inclusive, as vezes, os filhos se
INVENTADA conhecem e as mulheres sabem uma da existência da outra..
Quando a mulher alega que não sabia ser a “outra”, é reconhecida a união
estável putativa de boa-fé.
Note que não há como deixar de reconhecer a existência de união estável
sempre que o relacionamento for público , contínuo, duradouro e com a
finalidade de constituir família.
POLIAFETIVA ou Quando o vínculo de convivência de mais de duas pessoas acontece sob o
POLIAMOR mesmo teto.
INVISÍVEL
MONOPARENTAL Constituída por um dos genitores com seus filhos (art. 226 §4 CF)
PARENTAL ou Convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não parentes,
ANAPARENTAL dentro de uma estruturação com identidade de propósito. Convivência sob
o mesmo teto , durante longos anos.
Por exemplo , duas irmãs que conjugam esforços para a formação do
acervo patrimonial, constitui uma entidade familiar. Na hipótese de
falecimento de uma delas, descabe dividir os bens igualitariamente entre
todos os irmãos, como herdeiros colaterais, em nome da ordem de vocação
hereditária. Também reconhecer mera sociedade de fato e invocar a
Súmula 380 para conceder somente a metade dos bens à sobrevivente,
gera flagrante injustiça para com quem auxiliou a amealhar dito
patrimônio . A solução que se aproxima ele um resultado justo é conceder
à irmã , com quem a falecida convivia , a integralidade elo patrimônio ,
pois ela , em razão da parceria ele vidas, antecede aos demais irmãos na
ordem de vocação hereditária. Ainda que inexista qualquer conotação de
 ordem sexual, a convivência identifica comunhão ele esforços, cabendo EXTENSA ou Aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do
aplicar, por analogia, as disposições que tratam do casamento e da união AMPLIADA casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
estável. adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (art. 25,
COMPOSTA, Estrutura familiar originada no matrimônio ou união de fato de um casal,
pú ECA).
PLURIPARENTAL, no qual um ou ambos de seus integrantes têm filhos provenientes de um SUBSTITUTA O ECA não definiu.
BINUCLEAR ou casamento ou relação prévia . Podem ser entendidas como as famílias que estão cadastradas à adoção.
MOSAICO São famílias caracterizadas pela multiplicidade de vínculos e forte grau ele São convocadas segundo o perfil que elegeram. Recebem a criança ou o
RECONSTRUÍDAS, interdependência. adolescente mediante guarda, firmando o devido compromisso (ECA 32).
EUDEMONISTA Caracterizada pelo vínculo afetivo.
RECOMPOSTAS No entanto, nestas novas famílias, a tendência é considerar, ainda, como
Busca a felicidade individual, vivendo um processo de emancipação de
ou FAMÍLIAS monoparental o vínculo elo genitor com o seu filho, até porque o novo
seus membros.
ENSAMBLADASs casamento dos pais não importa em restrições aos direitos e deveres com
No momento em que o formato hierárquico da família cedeu à sua
relação aos filhos ( CC 1579 parágrafo único).
democratização, em que as relações são muito mais de igualdade e de
Admite a lei a possibilidade pela adoção pelo companheiro elo cônjuge do
respeito mútuo, e o traço fundamental é a lealdade, não mais existem
genitor, que recebe o nome de adoção unilateral (ECA 41 §l ) Pelo que diz
razões morais, religiosas, políticas, físicas ou naturais que justifiquem a
a lei, seria indispensável a concordância do pai registral, o que,
excessiva e indevida ingerência do Estado na vida das pessoas. A família
praticamente, inviabilizaria esta possibilidade.
identifica-se pela comunhão de vida, de amor e de afeto no plano da
Começou a jurisprudência a atribuir encargos ao padrasto. Sob o nome de
igualdade, da liberdade, da solidariedade e da responsabilidade recíproca
paternidade alimentar é reconhecido ao filho do cônjuge ou
companheiro direito a alimentos, comprovada a existência ele vínculo
Quer no casamento, quer na união estável, o patrimônio adquirido durante o período de convívio
afetivo entre ambos , e que tenha ele assegurado sua mantença durante o
pertence a ambos em partes iguais. A presunção é que foram adquiridos pela comunhão de esforços
período em que conviveu com o seu genitor. Em nome do princípio da
para amealhá-los. Cada um é titular da metade e tem direito à meação. Esta copropriedade recebe o
solidariedade é reconhecido também o direito de convivência. Seguindo a
nome de mancomunhão, expressão corrente na doutrina, que, no entanto, não dispõe de previsão
trilha da jurisprudência , o §8 do art. 8 da lei de registro público admitiu a
legal. Nada mais significa do que propriedade em "mão comum " , ou seja, pertencente a ambos os
possibilidade de o enteado agregar o nome do padrasto, o que, no entanto,
cônjuges ou companheiros. Tal figura distingue-se do condomínio: situação em que o poder de
não gera a exclusão do poder familiar do genitor
disposição sobre a coisa está nas mãos de vários sujeitos simultaneamente.
PARENTAL Rodrigo da Cunha Pereira distingue família conjugal do que chama de
família parental, quando as pessoas, movidas pelo desejo de terem filhos,
PATERNIDADE SOCIOAFETIVA
escolhem alguém para fazerem uma parceria. Sem que mantenham
A desbiologização da paternidade é o esvaziamento biológico da paternidade. São pais e filhos
qualquer vínculo de natureza amorosa ou sexual, concebem o filho que é
não consanguinios, mas que construíram uma filiação biológica.
registrado em nome de ambos. Estabelece-se uma paternidade
compartilhada em que os dois exercem o poder familiar. Existem três critérios para o estabelecimento elo vínculo parental : ( a ) critério jurídico - previsto
NATURAL Denominada pequena família. Formada pelos pais ou qualquer deles e no Código Civil, estabelece a paternidade por presunção, independentemente da correspondência ou
não com a realidade ( C C 1 .597) ; (b) critério biológico - é o preferido, principalmente em face da
seus descendentes (art. 25, caput ECA). É a ideia de família biológica na popularização do exame do DNA; e (c) critério socioafetivo - fundado no melhor interesse da
sua concepção nuclear.
criança e na dignidade da pessoa humana . Pai é o que exerce tal função, mesmo que não haja
vínculo d e sangue.
Enunciado 39 do CNJ: O estado de filiação não decorre apenas do vínculo genético, incluindo a
reprodução assistida com material genético de terceiro, derivando da manifestação inequívoca de
vontade da parte

FILIAÇÃO HOMOPARENTAL

É a adoção por homossexuais

FILIAÇÃO MULTIPARENTAL ou PLURIPARENTAL

Registro em nome de mais de um pai ou mais de uma mãe, desde que

comprovada a existência da posse de estado de filho com relação a quem
não é o genitor biológico. D este modo alguém pode ter mais de dois pais
e de quatro avós. O registro dispõe de todos os efeitos, inclusive
sucessórios.