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.·.
Arquitetura
Arquitetura é a arte de criar espaços tecnicamente materializados seria, a
definição adequada para o nosso estudo.
A Maçonaria crê e aceita a Deus, porem com características definidas; o
apresenta aos seus adeptos, como criador e lhe dá um nome: GRANDE
ARQUITETO
DO UNIVERSO.
Por que “Grande”? Por que “Arquiteto”? E por que “Universo”?
Certos setores maçônicos denominam Deus como “Supremo Arquiteto do
Universo”; outros, simplesmente, como “Arquiteto do Universo”.
Freqüentemente lemos em artigos inseridos em jornais e revistas maçônicos e
mesmo ouvimos de palestrantes, a adoção de um diminutivo: “GADU”, que seria
formado pelas iniciais das palavras incluindo a preposição “do”.
A nós choca essa prática, porque não se trata de “diminuir” para economizar
espaço e tempo, mas um “desrespeito”.
Recomenda-se o uso do nome convencional em sua inteireza.
Por que “Grande”? Esse adjetivo qualifica a Deus para lhe dar uma proporção
de infinitude, de vastidão e de incomensurável; se o Universo é infinito, não há
como
dar-lhe uma medida; grande sugere a concepção alem de qualquer limite.
Por outro lado, esse adjetivo sugere uma distinção com “outros arquitetos”
existentes, como por exemplo, as Potências Celestiais.
“Grande” aqui, define a “Deus”; não como adjetivo, mas substantivo próprio;
será “Deus” na concepção de arquiteto.
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A definição dada acima, de que a “Arquitetura cria espaços”, encontra seu
apoio na técnica atual.
Temos microscópios que possuem lentes poderosas que ampliam o campo
visual, milhares de vezes, dentro da ciência eletrônica computadorizada. Se
observarmos através de um desses “monstros” da técnica avançada, um pequeno
elemento, seja vegetal, animal, mineral, ou mesmo extraído do homem, uma
porção
milimétrica, na sua ampliação encontraremos, “ponto e espaço”; cada ponto,
submetido a ampliação, resultará, por sua vez, em outros pontos e espaços e
assim,
até o infinito.
Portanto, o uso desses “espaços”, constitui uma arte; mais arte que técnica;
essa prática será denominada de Arquitetura.
Com essa definição e com esse entendimento, a compreensão de um Deus
criador nos será mais fácil.
Deus ocupou “espaços” já existentes; o mundo é algo “incriado”, como o é o
próprio Deus, como o são os Anjos e toda hierarquia celestial; como são as coisas
desconhecidas.
O homem não pode afirmar que já conhece tudo. Muito, terá, ainda, que “viajar”
para encontrar o ignoto.
Portanto, “Arquiteto”, é o criador e, inicialmente, construtor do Universo.
Posteriormente, o homem recebeu o dom de, por sua vez, “criar” manipulando,
contudo, os elementos já criados.
Não restrinjamos, porém, a criação, apenas naquilo materializado; porque
Deus não se limitou a criar matéria, mas paralelamente, criar “nos espaços”
psíquicos,
mentais e espirituais, a sua maior glória.
Arquitetura é uma palavra composta pelo prefixo “arqui” e “teto”; “arqui”
deriva do grego e significa “aquele que comanda, que chefia”; portanto,
exprime o
“comando da construção” e mais remotamente, “o Chefe da criação”.
Não é em vão que o Maçom é conhecido desde tempos remotos como
“construtor” e, especificamente, “construtor em alvenaria”, que maneja “a pedra”
eo
“amálgama”, dando-lhe revestimento através da “Trolha”.
Alguns autores e dicionaristas confundem a “Trolha” com a “colher de pedreiro”;
Trolha é aquela prancheta de madeira que possui no anverso uma “alça” e que
tem
duas serventias: a de receber através da colher, certa quantidade de argamassa e a
de “alisá-la”; trolhamento significa “alisamento”.
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As construções antigas uniam as pedras, umas às outras, que sobrepostas ou
lateralmente, sem usar argamassa ou cimento; apenas, eram preparadas de modo
que pudessem encaixar-se uma na outra; posteriormente, as partes externas eram
cobertas com uma camada de “reboco”; a parte interna era revestida com chapas
de
madeira.
Umas das construções mais antigas que se conhece é a Pirâmide de Quéops;
ainda hoje, parte dela, nos triângulos externos, constata-se uma grossa camada de
reboco cuja composição continha “mica” que tornava a superfície brilhante;
temos
em Roma, alguns restos de muros “Etruscos” que mostram partes de reboco; nas
termas de Caracala, também em Roma, e nas ruínas de Pompéia, mantém-se,
ainda,
internamente, o reboco com material muito resistente semelhante aos atuais
azulejos,
posto sem muito brilho.
As notícias mais antigas que se têm dizem respeito à construção do Grande
Templo de Salomão, pois a História Sagrada, nesse sentido é um verdadeiro
tratado
arquitetônico.
Com o passar do tempo e o surgimento de novos materiais cada vez mais
sofisticados, a Arquitetura assume uma presença obrigatória em qualquer
construção.
Contudo, por mais perfeita que se apresente uma construção, não se a poderá
comparar com a “Arquitetura do Espírito”, porque os materiais empregados são
os
Sagrados.
Hiram Abiff, o responsável pelo “embelezamento” do Grande Templo de
Salomão, na realidade atuou como “arquiteto”, porque em última análise, o
arquiteto
dá a beleza à construção, porque sobretudo a Arquitetura é uma arte.
Inicialmente, a Maçonaria, quando ainda não cogitava da construção,
preocupava-se com a edificação das almas.
O Homem que existiu paralelamente com a Natureza, embora tivesse sido
criado “justo e perfeito”, porque Deus nada faria provisoriamente, foi entregue “a
si
próprio” para que se “auto-aperfeiçoasse”.
Abstraindo-se o fato inconteste de que Adão e Eva não foram os primeiros
humanos, pois já existiam os filhos da Terra, como nos relata o Livro da Gênese,
para uma mais ampla compreensão, diremos que ao serem expulsos do Paraíso
Terrestre, Adão tomou uma folha de parreira e cobriu “sua vergonha”, sendo
imitado
por Eva.
É a primeira obra do artífice; o homem “construindo” alguma coisa, usando os
elementos da Natureza.
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Realmente, aquela folha deu um sentido artístico aos corpos das criaturas
humanas iniciais.
O testemunho das civilizações nos chega através da Arquitetura; seus
momentos gloriosos, como seus fracassos, como no caso da Torre de Babel.
Porém, quanto ao próprio homem, esse. jamais registrou qualquer fracasso;
tudo em torno dele foi glorioso e sempre um ponto de partida para a evolução,
acrescentando mais e mais.
Os esforços dos cientistas e dos artistas é propiciar aos homens (e mulheres,
obviamente), o aspecto sadio, formoso e equilibrado; nada há para criticar sobre
a
natureza humana; na atualidade, temos os “concursos de beleza” e que
comprovam
isso.
Mas... o que faz o homem para “embelezar” a parte interior, a espiritual e
esotérica?
Jesus já criticava os aspectos externos, quando referiu-se ao “túmulo caiado
por fora, mas negro por dentro”.
O Arquiteto, como Maçom, tem essa dupla missão; seu trabalho e paralelo,
sem descurar um, aperfeiçoa o outro.
Arquitetura e ser humano, são dois elementos inseparáveis; o Grande Arquiteto
do Universo dispõe de forma sábia para que o trabalho arquitetônico abranja a
integridade humana; jamais Ele permitiria que a sua obra, a melhor obra criada,
apresentasse defeitos posteriores.
A Maçonaria nos ensina a olharmos o próximo com interesse; às vezes os
nossos olhos são atraídos por uma figura repulsiva; nossa reação imediata é a de
desviar o olhar.
Contudo, diante de nós está uma “criatura” igual a nós, construída pelo mesmo
Arquiteto.
Esse próximo abjeto, como poderá ser visto interiormente?
E ele, como nos estará vendo?
Quem o julgará; quem nos julgará.
Todo vício avilta; o mais comum e que causa imediata decomposição, é a
bebida alcoólica; o ébrio apresenta um quadro triste; vestes descompostas; passos
incertos; rosto vermelho e inchado; discurso confuso.
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Quem poderá afirmar que “esse” semelhante, possui uma alma desprezível,
ou um espírito deficiente?
Efetivamente, é sumamente difícil enfrentar problemas como esses; nosso
dever seria o de amparar esse desvalido; mas não o fazemos.
Estaremos nós “construindo” algo arquitetônico, ou já “retiramos nosso
Avental”, ou desocupamos o Templo?
Nos referimos ao Templo do Universo de dentro; ao Avental que cingimos para
a tarefa de dentro.
Não nos esqueçamos que nosso Deus é o Grande Arquiteto do Universo e que
“universo” significa: “um em diversos”; e que nós os Maçons fazemos parte
“desses
diversos”, e que a Unidade é Deus.
Conhecemos alguns Maçons que nos confessam não crerem na existência de
Deus, mas que aceitam a presença do Universo.
Anos atrás, quando a Espanha não era livre e os cidadãos eram controlados,
mormente no período revolucionário, as Lojas Maçônicas foram eliminadas.
Contudo, algumas novas agremiações surgiam com o nome de Maçonaria;
eram as Lojas “permitidas”, porque propalavam o combate aos Maçons
“burgueses”
e propugnavam para que a Maçonaria aceitasse o “operariado”; era a luta de
classes
dentro da Instituição.
Essa Lojas aboliram o Livro Sagrado, a crença em Deus e na perenidade da
alma.
Seguindo esses passos, temos a Maçonaria Cubana, que também, retirou dos
seus Rituais a presença do Grande Arquiteto do Universo e do Livro Sagrado.
Essas Lojas, que subsistem todavia, não são Lojas Maçônicas; não importa
que usem o termo maçônico; simplesmente, são instrumento a serviço do ateísmo
e
que não aceitam a existência de um Universo interior, no próprio homem.
E como conseqüência, as “iniciações”, nada Iniciam; apenas servem os
propósitos políticos daqueles que os “amparam”.
A Maçonaria é uma Instituição séria; ela é perfeita, porém formada por homens
imperfeitos.
Se não cremos em nossos ideais iniciáticos, melhor será agirmos com
honestidade e__