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10/02/2017 Voltemos Ao Evangelho | Opiniões sobre divórcio e novo casamento

MATERIAL EXTRA

4 posições sobre o divórcio e novo
casamento
Resumidamente há quatro posições majoritárias sobre o assunto:
1. Divórcio, não, novo casamento, não
2. Divórcio, sim, novo casamento, não
3. Divórcio e novo casamento por adultério ou deserção
4. Divórcio e novo casamento sob várias circunstâncias
Leia abaixo uma breve apresentação de João Paulo Thomaz de Aquino no artigo 1 Coríntios 7.10­11: divórcio
entre cristãos?:

1 Coríntios 7.10­11: divórcio entre cristãos?
Em  1990,  Wayne  House  editou  o  livro  Divorce  and  Remarriage:  Four  Christians  Views  em  que  quatro
estudiosos defendem e debatem as seguintes posições: “Divórcio, não, novo casamento, não” (J. Carl Laney),
“Divórcio,  sim,  novo  casamento,  não”  (William  A.  Heth),  “Divórcio  e  novo  casamento  por  adultério  ou
deserção” (Thomas R. Edgar) e “Divórcio e novo casamento sob várias circunstâncias” (Larry Richards).
O primeiro estudioso, J. Carl Laney, expõe brevemente Gn 2.24; Dt 24; Ed 9; Ml 2; os ditos de Jesus sobre o
assunto  (Mt  19.1­12;  Mc  10.1­12;  Mt  5.31­32;  Lc  16.18)  e  o  ensino  de  Paulo,  especialmente  como  aparece
em  1Coríntios  7,  e  chega  à  conclusão  de  que  um  novo  casamento  é  sempre  contrário  à  vontade  de  Deus.
Essa mesma posição é defendida por John Piper, que a resume nos seguintes pontos:
1. Lc 16.18 chama todo casamento ocorrido depois de divórcio de adultério. 2. Mc 10:11­12 chama todo
novo casamento depois de divórcio de adultério, não importa se foi o esposo ou a esposa que ocasionou
o divórcio. 3. Mc 10.2­9 e Mt 19.3­8 ensinam que Jesus rejeitou a justificativa dos fariseus de divórcio a
partir de Dt 24.1 e reafirmou o propósito de Deus na criação de que nenhum homem separasse o que
Deus uniu. 4. Mt 5.32 não ensina que o novo casamento é legal em alguns casos. Em vez disso, reafirma
que o casamento depois do divórcio é adultério, mesmo para aqueles que foram inocentes no divórcio, e
que  um  homem  que  se  divorcia  de  sua  esposa  é  culpado  de  adultério  pelo  seu  segundo  casamento,  a
menos  que  ela  tenha  se  tornado  adúltera  antes  do  divórcio.  5.  1Co  7.10­11  ensina  que  o  divórcio  é
errado, mas que se for inevitável, a pessoa que se divorcia não deve se casar novamente. 6. 1Co 7.39 e
Rm  7.1­3  ensinam  que  o  novo  casamento  é  legitimo  somente  em  caso  de  morte  de  um  cônjuge.  7.  Mt
19.10­12  ensina  que  uma  graça  cristã  especial  é  dada  por  Deus  aos  discípulos  de  Cristo  que
permanecem  sozinhos  ao  renunciarem  ao  novo  casamento  de  acordo  com  a  lei  de  Cristo.  8.  Dt  24.1­4
não legisla sobre bases para o divórcio, mas ensina que o relacionamento “uma­carne” estabelecido pelo
casamento não é obliterado pelo divórcio ou mesmo pelo novo casamento. 9. 1Co 7.15 não significa que
quando  um  cristão  é  abandonado  por  um  cônjuge  descrente  ele  está  livre  para  se  casar  novamente.
Significa que o cristão não é obrigado a lutar a fim de preservar a união. A separação é permitida se o
cônjuge não cristão insistir nela. 10. 1Co 7.27­28 não ensina o direito da pessoa divorciada de se casar
novamente. Ele ensina que virgens prometidas em casamento deveriam considerar seriamente viver uma
vida como solteiras, mas não é pecado se se casarem. 11. A cláusula de exceção de Mt 19.9 não implica
que divórcio por causa de adultério dá liberdade a uma pessoa para se casar novamente. Todo o peso
da evidência do Novo Testamento nos dez pontos precedentes é contra essa visão, e há muitas formas
de interpretar bem esse verso de modo a não criar um conflito entre ele e o ensino mais amplo do Novo
Testamento sobre o fato de que o novo casamento depois de divórcio é proibido.
O  assunto  é  tão  complicado  que  a  igreja  de  Piper  chegou  a  uma  conclusão  diferente.  Em  artigo  publicado
para  servir  como  base  de  ensino  e  disciplina,  a  igreja  afirma  que  reconhece  a  legitimidade  do  divórcio  em
casos  de  deserção,  adultério  e  abuso  danoso;  também  afirma  a  liberdade  do  cônjuge  lesado  de  se  casar
novamente, não sendo esse o caso do cônjuge culpado. Essa é basicamente a mesma posição defendida por
Thomas R. Edgar, John Murray, Jay Adams e pela Confissão de Fé de Westminster.
Entre essas duas posições está aquela defendida por William A. Hetch no livro de House e mais desenvolvida
em  livro  escrito  por  ele  junto  com  Gordon  Wenham.  Hetch  defende  que  o  divórcio  é  permitido  na  Bíblia  em
casos  de  relações  sexuais  ilícitas  e  outras  situações  específicas,  mas  que  um  novo  casamento  não  é
permitido em nenhum caso. Ou seja, existe concessão bíblica a respeito do divórcio, mas não a respeito do
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novo casamento. O interessante, entretanto, é que Hetch, em 2002, publicou artigo mudando para a posição
mais comum que permite um novo casamento depois de um divórcio lícito.
A última posição que o livro de House apresenta é defendida por Larry Richards.9 Ele dá atenção especial ao
contexto literário e demonstra que a Bíblia mostra divórcios por outros motivos que não o adultério, como no
caso  relatado  no  livro  de  Esdras.  Dessa  forma,  Richards  chega  aos  seguintes  princípios:  (1)  o  casamento
intencionado por Deus é para toda a vida; (2) por causa da dureza do coração humano pecaminoso, às vezes
o  divórcio  é  a  melhor  coisa  que  um  casal  pode  fazer;  (3)  essa  dureza  de  coração  pode  apresentar­se  de
diferentes  formas,  como  abuso  físico  e  mental,  abuso  sexual,  adultérios  repetidos  e  abandono  espiritual  e
emocional;  (4)  é  responsabilidade  exclusiva  dos  cônjuges  determinar  quando  e  se  o  casamento  realmente
acabou; (5) pessoas que se divorciam por qualquer razão têm o direito de se casar novamente e (6) pessoas
que se divorciam e casam novamente têm o direito de ter pleno envolvimento na igreja.
Sendo  esse  um  debate  muito  antigo  na  história  da  igreja,  com  diversos  argumentos  e  muitas  propostas  de
interpretação dos textos bíblicos, devemos antes mesmo de adentrar a discussão mais específica admitir que:
(1) deve haver grande respeito entre os cristãos quanto à posição assumida pelo outro, especialmente no que
concerne  às  posições  mais  defendidas  na  história  da  igreja;  (2)  nenhum  estudo  será  suficientemente
exaustivo e lidará de forma justa com todos os argumentos já levantados; (3) deve haver grande sensibilidade
ao lidar com um assunto que impacta de forma tão profunda a vida de tantos cristãos; (4) as denominações
devem chegar às suas próprias conclusões, após aprofundado estudo bíblico, a fim de lidarem com a vida das
pessoas em aconselhamento, instrução e aplicação da disciplina e (5) não podemos anular a graça por causa
da lei, nem vice­versa. Com isso em mente, aproximemo­nos do texto.

Textos  bíblicos  sobre  divórcio  e  novo


casamento
Abaixo  segue  uma  lista  de  versículos  bíblicos  relacionados  ao  assunto  para  você  examinar.  Obviamente,
examine também o contexto.

Textos bíblicos
Gênesis  2.18,  21­25:  Disse  mais  o  SENHOR  Deus:  Não  é  bom  que  o  homem  esteja  só;  far­lhe­ei  uma
auxiliadora  que  lhe  seja  idônea.  […]  Então,  o  SENHOR  Deus  fez  cair  pesado  sono  sobre  o  homem,  e  este
adormeceu;  tomou  uma  das  suas  costelas  e  fechou  o  lugar  com  carne.  E  a  costela  que  o  SENHOR  Deus
tomara ao homem, transformou­a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus
ossos e carne da minha carne; amar­se­á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai
e mãe e se une à sua mulher, tornando­se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher,
estavam nus e não se envergonhavam.
Deuteronômio 24.1–4: Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos
seus  olhos,  por  ter  ele  achado  coisa  indecente  nela,  e  se  ele  lhe  lavrar  um  termo  de  divórcio,  e  lho  der  na
mão,  e  a  despedir  de  casa;  e  se  ela,  saindo  da  sua  casa,  for  e  se  casar  com  outro  homem;  e  se  este  a
aborrecer,  e  lhe  lavrar  termo  de  divórcio,  e  lho  der  na  mão,  e  a  despedir  da  sua  casa  ou  se  este  último
homem,  que  a  tomou  para  si  por  mulher,  vier  a  morrer,  então,  seu  primeiro  marido,  que  a  despediu,  não
poderá  tornar  a  desposá­la  para  que  seja  sua  mulher,  depois  que  foi  contaminada,  pois  é  abominação
perante o SENHOR; assim, não farás pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança.
Esdras  10.1­3:  Enquanto  Esdras  orava  e  fazia  confissão,  chorando  prostrado  diante  da  Casa  de  Deus,
ajuntou­se  a  ele  de  Israel  mui  grande  congregação  de  homens,  de  mulheres  e  de  crianças;  pois  o  povo
chorava com grande choro. Então, Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, tomou a palavra e disse a
Esdras:  Nós  temos  transgredido  contra  o  nosso  Deus,  casando  com  mulheres  estrangeiras,  dos  povos  de
outras  terras,  mas,  no  tocante  a  isto,  ainda  há  esperança  para  Israel.  Agora,  pois,  façamos  aliança  com  o
nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos
que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça­se segundo a Lei.
Isaías 50.1: Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou
quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por causa das vossas iniquidades é que fostes
vendidos, e por causa das vossas transgressões vossa mãe foi repudiada.
Jeremias 3.1: Se  um  homem  repudiar  sua  mulher,  e  ela  o  deixar  e  tomar  outro  marido,  porventura,  aquele
tornará  a  ela?  Não  se  poluiria  com  isso  de  todo  aquela  terra?  Ora,  tu  te  prostituíste  com  muitos  amantes;
mas, ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR.

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Oséias 3.1: Disse­me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o
SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas.
Malaquias 2.16: Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de
violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.
Mateus 5.31­32: Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê­lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos
digo:  qualquer  que  repudiar  sua  mulher,  exceto  em  caso  de  relações  sexuais  ilícitas,  a  expõe  a  tornar­se
adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
Marcos 10.2­12: Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar
a sua mulher por qualquer motivo? Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os
fez homem e mulher e que disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando­se os dois uma só carne?
De  modo  que  já  não  são  mais  dois,  porém  uma  só  carne.  Portanto,  o  que  Deus  ajuntou  não  o  separe  o
homem.  Replicaram­lhe:  Por  que  mandou,  então,  Moisés  dar  carta  de  divórcio  e  repudiar?  Respondeu­lhes
Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto,
não  foi  assim  desde  o  princípio.  Eu,  porém,  vos  digo:  quem  repudiar  sua  mulher,  não  sendo  por  causa  de
relações  sexuais  ilícitas,  e  casar  com  outra  comete  adultério  [e  o  que  casar  com  a  repudiada  comete
adultério].  Disseram­lhe  os  discípulos:  Se  essa  é  a  condição  do  homem  relativamente  à  sua  mulher,  não
convém casar. Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas
aqueles  a  quem  é  dado.  Porque  há  eunucos  de  nascença;  há  outros  a  quem  os  homens  fizeram  tais;  e  há
outros  que  a  si  mesmos  se  fizeram  eunucos,  por  causa  do  reino  dos  céus.  Quem  é  apto  para  o  admitir
admita. (Mateus 19.3­9)
E,  aproximando­se  alguns  fariseus,  o  experimentaram,  perguntando­lhe:  É  lícito  ao  marido  repudiar  sua
mulher?  Ele  lhes  respondeu:  Que  vos  ordenou  Moisés?  Tornaram  eles:  Moisés  permitiu  lavrar  carta  de
divórcio e repudiar. Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse
mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem
a seu pai e mãe [e unir­se­á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já
não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
Em  casa,  voltaram  os  discípulos  a  interrogá­lo  sobre  este  assunto.  E  ele  lhes  disse:  Quem  repudiar  sua
mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro,
comete adultério.
Lucas  16.18:  Quem  repudiar  sua  mulher  e  casar  com  outra  comete  adultério;  e  aquele  que  casa  com  a
mulher repudiada pelo marido também comete adultério.
Romanos 7.1­3: Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre
o homem toda a sua vida? Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o
mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda
o  marido,  unir­se  com  outro  homem;  porém,  se  morrer  o  marido,  estará  livre  da  lei  e  não  será  adúltera  se
contrair novas núpcias.
1 Coríntios 7.1­16, 39­40: Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas,
por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. O marido
conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não
tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder
sobre  o  seu  próprio  corpo,  e  sim  a  mulher.  Não  vos  priveis  um  ao  outro,  salvo  talvez  por  mútuo
consentimento,  por  algum  tempo,  para  vos  dedicardes  à  oração  e,  novamente,  vos  ajuntardes,  para  que
Satanás não vos tente por causa da incontinência. E isto vos digo como concessão e não por mandamento.
Quero  que  todos  os  homens  sejam  tais  como  também  eu  sou;  no  entanto,  cada  um  tem  de  Deus  o  seu
próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.
E  aos  solteiros  e  viúvos  digo  que  lhes  seria  bom  se  permanecessem  no  estado  em  que  também  eu  vivo.
Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.
Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier
a separar­se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua
mulher.  Aos  mais  digo  eu,  não  o  Senhor:  se  algum  irmão  tem  mulher  incrédula,  e  esta  consente  em  morar
com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe
o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada
no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas,
se o descrente quiser apartar­se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem
a irmã; Deus vos tem chamado à paz. Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes,
ó marido, se salvarás tua mulher?

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10/02/2017 Voltemos Ao Evangelho | Opiniões sobre divórcio e novo casamento

[…] A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem
quiser,  mas  somente  no  Senhor.  Todavia,  será  mais  feliz  se  permanecer  viúva,  segundo  a  minha  opinião;  e
penso que também eu tenho o Espírito de Deus.
Hebreus 13.4: Digno  de  honra  entre  todos  seja  o  matrimônio,  bem  como  o  leito  sem  mácula;  porque  Deus
julgará os impuros e adúlteros.

Posicionamento das Confissões de Fé
Poucas  confissões  de  fé  posicionam­se  sobre  o  assunto,  sendo  a  mais  notável    a  de  Wetminster  (confissão
oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil).

Confissão de Fé de Guanabara (1558)
XIII. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos por casamento não se pode fazer senão
por causa de adultério, como nosso Senhor ensina (Mateus 19:5). E não somente se pode fazer a separação
por  essa  causa,  mas  também,  bem  examinada  a  causa  perante  o  magistrado,  a  parte  não  culpada,  se  não
podendo  conter­se,  deve  casar­se,  como  São  Ambrósio  diz  sobre  o  capítulo  sete  da  Primeira  Epístola  aos
Coríntios. O magistrado, todavia, deve nisso proceder com madureza de conselho.

Segunda Confissão Helvética (1566)

29.  Do  celibato,  casamento  e  administração  dos  negócios


domésticos.
Pessoas solteiras. Os que têm do céu o dom do celibato, de modo que, de coração ou de toda a alma podem
ser puros e continentes e não são levados pelos ardores do sexo, sirvam ao Senhor nessa vocação, enquanto
se  sentirem  dotados  do  dom  divino.  E  não  se  julguem  melhores  do  que  os  outros,  mas  sirvam  o  Senhor
continuamente  em  simplicidade  e  humildade  (I  Co  7.7  ss).  Estes  estão  mais  aptos  a  lidar  com  as  coisas
divinas do que aqueles que se distraem com os interesses particulares de uma família. Mas, no caso de ser­
lhes retirado o dom, e sentirem um durável ardor, lembrem­se das palavras do apóstolo: “É melhor casar do
que viver abrasado” (I Co 7.9).
Casamento.  O  casamento  (que  é  o  remédio  da  incontinência  e  é  a  própria  continência)  foi  instituído  pelo
Senhor Deus mesmo, que o abençoou da maneira mais generosa, e que desejou que o homem e a mulher se
unissem  um  ao  outro  inseparavelmente  e  vivessem  juntos  em  completo  amor  e  concórdia  (Mat  19.4  ss).
Sobre isso sabemos o que disse o apóstolo: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito
sem mácula” (Heb 13,4). E outra vez: “Se a virgem se casar, por isso não peca” (I Co 7.28).
As seitas. Condenamos, portanto, a poligamia e os que condenam o segundo casamento.
Como deve ser contraído o casamento. Ensinamos que o casamento deve ser contraído legalmente no temor
do  Senhor,  e  não  contra  as  leis,  que  proíbem  certos  graus  de  consangüinidade,  a  fim  de  que  o  casamento
não seja incestuoso. O casamento deve ser feito com o consentimento dos pais, ou dos que estão em lugar
dos  pais,  e  acima  de  tudo  para  o  fim  para  o  qual  o  Senhor  instituiu  o  casamento.  Além  disso,  devem
conservar­se santos, com a máxima fidelidade, piedade, amor e pureza dos que se uniram. Portanto, evitem­
se as discussões, as dissenções, a lascívia e o adultério.
Fórum matrimonial. Devem estabelecer­se cortes legais na Igreja, tendo juizes santos, que possam cuidar dos
casamentos, reprimir a impureza e a imprudência, diante dos quais se resolvam os conflitos matrimoniais.
A criação dos filhos. Devem os filhos ser criados pelos pais, no temor do Senhor; e devem os pais prover o
sustento dos seus filhos, lembrando­se do que disse o apóstolo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e
especialmente  dos  de  sua  própria  casa,  tem  negado  a  fé,  e  é  pior  do  que  o  descrente”  (I  Tm  5.8).  Mas,
devem principalmente ensinar a seus filhos para terem uma carreira ou profissões honestas com que possam
manter­se a si mesmos. Devem conservá­los afastados da ociosidade, e em tudo inculcar neles a verdadeira
fé  em  Deus,  a  fim  de  que,  pela  falta  de  confiança  ou  demasiada  segurança  ou  pela  feia  avareza  venham  a
tornar­se dissolutos, e a fracassar na vida.
Aliás, é muito certo que as obras praticadas pelos pais com verdadeira fé, mediante os deveres domésticos e
administração de sua casa, são, aos olhos de Deus, santas e verdadeiramente boas obras. Não são menos
agradáveis a Deus do que as orações, os jejuns e as obras de beneficência. Pois, assim ensinou o apóstolo
em suas epístolas, especialmente nas dirigidas a Timóteo e a Tito. E com o mesmo apóstolo incluímos entre

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10/02/2017 Voltemos Ao Evangelho | Opiniões sobre divórcio e novo casamento

os ensinos de demônios a doutrina dos que proíbem o casamento e abertamente o criticam ou indiretamente
o desacreditam, como se não fosse santo e puro.
Execramos também, a vida impura dos solteiros, a lascívia secreta ou às claras, e a fornicação dos hipócritas,
que  simulam  continência,  sendo  os  mais  incontinentes  de  todos.  A  todos  estes  julgará  Deus.  Não
desaprovamos  as  riquezas  dos  que  as  possuem,  quando  são  piedosos  e  fazem  bom  uso  delas.  Mas,
rejeitamos a seita dos Apostólicos, etc.

Confissão de Fé de Westminster (1646)

CAPÍTULO XXIV: DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna mulher nem
à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
Gen. 2:24; Mat. 19:4­6; Rom. 7:3.
II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana
por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza.
Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.
III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos
casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar­se
com  infiéis,  papistas  ou  outros  idólatras;  nem  devem  os  piedosos  prender­se  desigualmente  pelo  jugo  do
casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57­58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.
IV.  Não  devem  casar­se  as  pessoas  entre  as  quais  existem  os  graus  de  consagüinidade  ou  afinidade
proibidos  na  palavra  de  Deus,  tais  casamentos  incestuosos  jamais  poderão  tornar­se  lícitos  pelas  leis
humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher.
I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.
V.  O  adultério  ou  fornicação  cometida  depois  de  um  contrato,  sendo  descoberto  antes  do  casamento,  dá  à
parte  inocente  justo  motivo  de  dissolver  o  contrato;  no  caso  de  adultério  depois  do  casamento,  à  parte
inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse
morta.
Mat., 1: 18­20, e 5:31­32, e 19:9.
VI.  Posto  que  a  corrupção  do  homem  seja  tal  que  o  incline  a  procurar  argumentos  a  fim  de  indevidamente
separar  aqueles  que  Deus  uniu  em  matrimônio,  contudo  só  é  causa  suficiente  para  dissolver  os  laços  do
matrimônio  o  adultério  ou  uma  deserção  tão  obstinada  que  não  possa  ser  remediada  nem  pela  Igreja  nem
pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não
se devendo deixar ao arbítrio e discrição das partes o decidirem seu próprio caso.
Mat. 19:6­8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1­4; Esdras 10:3.

Confissão de Fé Batista de Londres (1689)

Capítulo 25 – Matrimônio
1. O casamento é para ser entre um homem e uma mulher. Não é lícito ao homem ter mais de uma esposa, e
nem à mulher ter mais de um marido ao mesmo tempo.[1]
1 Gênesis 2:24; Malaquias 2:15; Mateus 19:5­6.
2.  O  casamento  foi  ordenado  para  o  auxílio  mútuo  entre  marido  e  mulher,[2]  para  a  propagação  da
humanidade por uma descendência legítima,[3] e para impedir a impureza.[4]
2 Gênesis 2:18.
3 Gênesis 1:28.
4 I Coríntios 7:2,9.
3. O casamento é lícito para todos os tipos de pessoas, desde que possam dar o seu consentimento racional.
[5]  Porém,  o  dever  dos  cristãos  é  casarem­se  somente  no  Senhor.[6]  Por  isso  os  que  temem  a  Deus  e

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professam a verdadeira religião não devem casar­se com incrédulos ou idólatras, para que, casando­se, não
se ponham em jugo desigual com uma pessoa iníqua, ou com quem defenda uma heresia condenável.[7]
5 Hebreus 13:4; I Timóteo 4:3.
6 I Coríntios 7:39.
7 Neemias 13:25­27.
4. Não devem casar­se pessoas entre as quais existam graus de parentesco ou consangüinidade que sejam
proibidos  na  Palavra  de  Deus.[8]  As  uniões  incestuosas  jamais  poderão  ser  legitimadas  por  qualquer  lei
humana  ou  pelo  consentimento  das  partes,  pois  não  é  correto  tais  pessoas  viverem  juntas,  como  marido  e
mulher.[9]
8 Levítico 18:1­30.
9 Marcos 6:18; I Coríntios 5:1.

Declaração de Fé da Fraternidade Reformada Mundial (2011)

4. Ética matrimonial e sexual
O casamento como monogamia heterossexual foi instituído por Deus, com o marido e a mulher deixando suas
próprias famílias e unindo­se um ao outro num relacionamento para toda a vida. Os desejos sexuais devem
ser satisfeitos dentro dessa união, e os filhos nascidos nela devem ser cuidados e nutridos no conhecimento e
na prática cristãs. Em razão da pecaminosidade humana, ocorrem desvios desse padrão. A Bíblia desautoriza
os relacionamentos sexuais fora dos laços do casamento, bem como as uniões de mesmo sexo. A dissolução
do  casamento  pelo  divórcio  é  permita  em  caso  de  adultério  ou  se  os  incrédulos  abandonarem
irreversivelmente seus cônjuges cristãos. O homem é descrito na Escritura como o “cabeça” da mulher, assim
como  Cristo  é  o  “cabeça”  do  homem  e  Deus  o  “cabeça”  de  Cristo.  A  autoridade  na  família  e  na  igreja  é
demonstrada amando­as como Cristo amou a igreja.

Posicionamento de Pregadores e Pastores
Reunimos vídeos e artigos nos quais diversos pregadores e pastores apresentam suas diferentes opiniões.

Augustus Nicodemus
Fernando Almeida
Hernandes Dias Lopes
John MacArthur
John Piper
Luiz Sayão
Walter MacAlister

Por: Jaime Marcelino, Joel Theodoro e Tiago Santos. © 2015 Ministério Fiel. Original: Opiniões Sobre Divórcio
e Novo Casamento – Jaime Marcelino, Joel Theodoro e Tiago Santos.

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