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ESPÍRITO SANTO
Esta apresentação tem como intuito esclarecer alguns pontos sobre as doutrinas
básicas do Espírito Santo e a história da consolidação dessas doutrinas. A apresentação está
dividida em duas partes. A primeira parte será dedicada à doutrina e à história da doutrina da
pessoa do Espírito Santo. A segunda parte será dedicada à doutrina e à história da doutrina da
obra do Espírito Santo, com ênfase para os primórdios da doutrina pentecostal.
A dificuldade de se estudar o Espírito Santo começa pelo fato de a Bíblia nos informar
que o Espírito da Verdade não fala de si próprio, sua função é a glorificação do Senhor Jesus
(Jo 16.13-14).
“Macedônio, bispo de Constantinopla de 341 a 360, ensinava que o Espírito Santo era
“ministro e servo” no mesmo nível dos anjos. Cria que o Espírito Santo era uma criatura
subordinada ao Pai e ao Filho. Isto era uma negação da verdadeira divindade do Espírito
Santo que seria tão maléfica à doutrina do Espírito Santo como foram as ideias de Ário acerca
de Cristo. O concílio ecumênico de Constantinopla condenou as ideias de Macedônio, em
381.
1
CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da Igreja Cristã. 2 ed. São Paulo: Vida
Nova, 1995, p. 109.
2
MCGRATH, Alister E. Teologia Histórica: uma introdução à História do Pensamento Cristão. São Paulo: Casa
Editora Presbiteriana, 2007, p. 78.
Considerados em conjunto, os conceitos de pericorese e apropriação nos permitem
pensar no Ser Divino como uma ‘comunidade de existência’ na qual tudo é compartilhado,
unido e mutuamente intercambiado.”3
Uma das características mais claras dessa abordagem à Trindade é a prioridade dada
ao Pai. Apesar de os escritores capadócios enfatizarem que não aceitam que o Filho ou o
Espírito são subordinados ao Pai, ainda assim declaram explicitamente que o Pai deve ser
considerado a origem ou fonte da Trindade. O ser do Pai é comunicado ao Filho e ao Espírito,
ainda que de formas diferentes: o filho é “gerado” do Pai, o Espírito “procede” do Pai.”4
“Os escritores patrísticos gregos insistiam que havia apenas uma fonte de existência
dentro da Trindade. Somente o Pai era a causa única e suprema de todas as coisas, inclusive
do Filho e do Espírito dentro da Trindade. O Filho e o Espírito são derivados do pai, mas de
maneiras diferentes. Em sua busca por termos apropriados para expressar essa relação, os
teólogos acabaram se fixando em suas imagens bastante distintas: o Filho é gerado do Pai,
enquanto o Espírito procede do Pai. O objetivo desses dois termos é expressar a ideia de que
tanto o filho quanto o Espírito são derivados do pai, mas de maneiras diferentes.(...)
3
MCGRATH, p. 79.
4
MCGRATH, p. 81.
escritores gregos gastaram tanto tempo e esforço fazendo essa distinção entre o Filho e o
Espírito? A resposta é importante. Caso não se diferenciasse a forma como o Filho e o
Espírito são derivados do Pai, a consequência seria a ideia de que Deus tem dois filhos, o que
criaria dificuldades intransponíveis”.5 No entanto, por essa ideia, era inviável se pensar que o
Espírito procedia do Filho, pois neste caso, o Filho compartilharia com o Pai a capacidade de
ser fonte exclusiva da divindade, deixando de ser exclusiva.
Os gregos queriam manter a posição singular do Pai como fonte única de divindade.
5
MCGRATH, p. 85.
montanista. O movimento foi muito forte em Cartago e no oriente. O montanismo representou
o protesto perene suscitado dentro da Igreja quando se aumenta a força da instituição e se
diminui a dependência do Espírito de Deus”.6
“Os quakers apareceram no cenário religioso inglês no período caótico entre a Guerra
Civil e a Commonwealth. Eles se afastaram da igreja organizada, da crença na Bíblia como
revelação única e final da vontade de Deus, substituindo-as pela doutrina da luz interior,
através da qual o Espírito Santo daria conhecimento imediato e direto de Deus,
independentemente da Bíblia. Embora se assemelhassem aos montanistas, suas tendências
místicas foram equilibradas felizmente pela sinceridade moral e por um grande amor pelo
próximo.
(...)
(...)
6
CAIRNS, p. 82-83.
7
CAIRNS, p. 325-326.
8
CAIRNS, p. 327-328.
“John Darby (1800-1882), advogado e depois pároco auxiliar da Igreja da Irlanda,
formou em Dublin, por volta de 1830, os grupos conhecidos como Irmãos. Estes irmãos
pregavam o sacerdócio dos crentes e a orientação direta do Espírito Santo, razão por que não
aceitavam um ministério ordenado. (...) Edward Irving (1792-1834), pastor presbiteriano
escocês, cria que a Igreja ainda desfrutava os dons do Espírito Santo que recebera na era
apostólica. Seus seguidores ensinavam o ‘falar em línguas’ e a volta iminente de Cristo.”9
Parham abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. William Seymour,
um aluno negro, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no número 312 da rua Azuza em
Los Angeles, no ano de 1906. Falar em línguas tornou-se comum nessa missão. Pessoas que
vinham visitá-la tiveram experiências similares e lavaram a mensagem para outros países. A
atual Assembleia de Deus foi fundada em 1914 no Arkansas”.10
“O que o reavivamento não lhes deu foi um quadro de referências claro sobre a
terceira pessoa da Trindade; apenas o rev. José Manoel da Conceição encontro lúcido
entendimento do que significa o Espírito na Igreja: ‘o dom do Espírito Santo acompanha a
remissão dos pecados, ele é o autor da nova vida interior em que consiste a essência do
cristianismo. Ele é o santificador, e os sacramentos, a oração, a leitura e meditação das
palavreas de Deus são meios cuja utilidade depende de sua cooperação’”.11
9
CAIRNS, p. 383-384.
10
CAIRNS, p. 432.
11
RIBEIRO, Boanerges. Igreja evangélica e República brasileira (1889-1930). São Paulo: O Semeador, 1991,
p. 218.
redentora de Cristo), mas sim acatar o ensino dos apóstolos. Diz que eles ensinam que quem
crê em Cristo foi batizado com o Espírito Santo, e que essa experiência não se repete; que a
plenitude do Espírito Santo, porém, exige plena submissão do fiel a Cristo, e que a
permanência em poder espiritual exige a comunhão do fiel com Cristo.
No mês seguinte à série de McConkey, a mesma revista publica artigo de outro autor
(não nos dá seu nome) que afirma que o batismo do Espírito Santo é uma segunda bênção,
posterior à regeneração pelo Espírito; e que o batismo do Espírito é experiência que pode e
deve repetir-se frequentes vezes. (...) O próprio rev. Simonton, no Diário, manifesta seu
desejo de mais intensa espiritualidade aspirando a um “batismo do Espírito” ou a um “batismo
de fogo”. (...)
“Em meu próprio progresso pouco existe a assinalar. Temo que o fato de viver sem os
privilégios para crescimento em graça que têm os que vivem em países cristãos se toma
evidente em minha falta de espiritualidade, na frieza e no formalismo de minhas orações, e no
pouco prazer que me traz a leitura das Escrituras. Mais do que qualquer coisa, preciso do
batismo do Espírito Santo. Mais do que qualquer coisa, preciso do batismo do Espírito Santo.
Se agora enquanto espero, na iminência de iniciar o trabalho ativo de pregação do Evangelho
de Cristo, pudesse receber o dom do Espírito para habilitar-me para o trabalho, como ficaria
feliz. Desejo pregar Cristo mais em termos de experiência, ser capaz de falar do que sei
porque Cristo o mostrou a mim. Não posso conceber chamado mais alegre e exaltado que o
daquele que, cheio de Cristo pela comunhão íntima e diária com ele, trabalha diariamente para
trazer uma nação à mesma felicidade”.13
a) Não possui nomes revelados como o Pai e o Filho, mas títulos descritivos de sua
natureza e missão no mundo. Ele é Espírito, isso fala de sua natureza. Ele é Santo, isso fala de
sua principal missão.
12
RIBEIRO, p. 219.
13
20 de janeiro de 1861. MATOS, Alderi Souza de (org.). O diário de Simonton 1852-1866. 2ª ed. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, p. 145.
c) Ele é onipotente (Sl 104.30). Seu poder é evidenciado na conversão do pecador (At
2.37,38); no batismo com o Espírito Santo para os novos crentes (At 10.44); na expulsão dos
espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20); na cura divina dos enfermos (At 3.6-8); na obediência
dos crentes ao Senhor. Ver um versículo
Deus é um eternamente existente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Gn
1.1,26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; I Jo 5.7).
O Pai planejou a criação de tudo (Ef 3.9), o Filho executou o plano (Jo 1.3; Cl 1.16;
Hb 1.2; 11.3), o Espírito Santo vivifica, preserva e sustenta (Jó 33.4; Jo 6.63; Gl 6.8; Sl 33.6;
Tt 3.5).
O que faz com que mantenhamos o fogo do Espírito Santo aceso em nossas vidas:
g) O batismo com ou no Espírito Santo (At 1.4-8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16; 19.2-6). O
batizador é o Senhor Jesus, o candidato é o crente e o meio onde é batizado é o Espírito Santo.
j) O Espírito Santo como selo e penhor (II Co 1.22; Ef 1.13-14; 4.30; II Co 5.5)
b) É uma promessa do Novo Testamento (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.
16).
f) O batismo é para quem já possui o Espírito Santo (Jo 14.17; 20.22; At 2.39).
a) Não são dados por méritos ou são indicativos de perfeição cristã (Rm 12.6).
c) dons de curar.
d) operações de maravilhas.
Dons que manifestam a mensagem de Deus (I Co 12.10)
a) Profecia.
b) Variedade de línguas.
c) Interpretação de línguas.
a) Ministério.
b) Ensinar.
c) Exortar.
d) Repartir.
e) Presidir.
f) Exercitar misericórdia.
g) Socorros.
h) Governos.
b) Devemos nos encher continuamente do Espírito para cultuar a Deus (Ef 5.19).
b) Restabelecer as bênçãos perdidas A Palavra de Deus nos diz que podemos perder o
amor (Ap 2.4), a alegria da salva..o (SI 51.12), a f. ( I Tm 6.10), a firmeza em Deus (2 Pe
3.17), o poder (Jz 16.20) e muitas outras b.n..os do Alto. E por isso que somos advertidos a
guardar o que temos (Ap 2.25; 3.11).
A renovação deve ser diária (2 Co 4.16), consciente e desejada (Rm 12.2; I Co 3.10; Sl
72.6,7; Os 6.3).