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Caracterización de Los Aerosoles Atmosfericos
Caracterización de Los Aerosoles Atmosfericos
Centro de Tecnologia
Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental
Natal, novembro
2016
Daniel Camilo Fortunato dos Santos Oliveira
Natal, novembro
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
a Deus por todas as portas abertas na minha vida assim como, por ser a luz que me guia;
à minha família;
à Prof.ª Dr.ª Elena Montilla;
à Prof.ª Dr.ª Judith Hoelzemann;
ao Prof. Dr. Eduardo Landulfo;
ao Prof. Dr. Lucas Alados Arboledas;
à Coordenação de Engenharia Ambiental
aos meus amigos; e
ao Prof. Murillo.
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................................... 4
RESUMO ...................................................................................................................................... 5
ABSTRACT .................................................................................................................................. 6
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS .............................................................................. 9
2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................... 9
2.2. Objetivos específicos..................................................................................................... 9
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 10
3.1. Descrição das características meteorológicas do lugar de medição ............................ 10
3.2. Descrição da AERONET ............................................................................................ 11
3.2.1. Descrição do fotômetro solar Cimel .................................................................... 12
3.3. Fotometria ................................................................................................................... 15
3.3.1. A Lei de Beer-Lambert ....................................................................................... 16
3.3.2. Definição e descrição de cálculo da AOD........................................................... 16
3.3.3. Definição e descrição do coeficiente de Ångström ............................................. 17
3.4. Climatologia de aerossóis de D’Almeida .................................................................... 18
3.5. Análise da classificação da massa de ar ...................................................................... 19
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 21
4.1. Estatística das propriedades ópticas dos aerossóis no período observado................... 21
4.2. Histogramas e gráfico de dispersão para as propriedades ópticas dos aerossóis......... 22
4.3. Frequências das massas de ar ...................................................................................... 23
5. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 24
5.1. Aerossóis ..................................................................................................................... 24
5.2. Proveniência das Massas de Ar ................................................................................... 25
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 27
LISTA DE SIGLAS
O presente trabalho tem como objetivo caracterizar e classificar pela primeira vez os
aerossóis atmosféricos de Natal (RN) em função de suas propriedades ópticas
características. Para tal utilizou-se um fotômetro solar Cimel como meio de obtenção dos
dados no período de 29 de janeiro a 5 de julho de 2016 e cujos parâmetros utilizados para
a caracterização e classificação foram a profundidade óptica de aerossol (AOD) e o
coeficiente de Ångström (α). Com a instalação do Cimel no Campus da UFRN, a base de
dados de Natal passou a fazer parte das redes RIMA (Red Ibérica de Medida de
Aerosoles) e AERONET (AErosol RObotic NEtwork), e ele foi trazido pela parceria entre
o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a Universidad de Granada
(UGr), e o Grupo de Pesquisa de Modelagem e Observação de Química Atmosférica (GP-
MOQA/Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas/ CCET/ UFRN). Durante
o período de medições, em apenas 31% dos dias foram obtidas medições o que forneceu
uma média de AOD (500 nm) de 0,112 (±0,074), indicando aerossóis marítimos e uma
média de α (500-870 nm) de 0,140 (±0,203) cujos valores menores que 1 são esperados
para zonas costeiras. As análises de frequência dos histogramas confirmaram que as
características eram de aerossóis marítimos com a maioria dos valores obtidos de AOD
menores que 0,15 e α abaixo de 0,4 o que foi confirmado com a classificação feita no
gráfico de dispersão AOD versus α onde 62% dos aerossóis presentes na coluna
atmosférica de Natal (RN) eram aerossóis marítimos, 19% eram valores negativos e
desprezados da classificação e 19% dos aerossóis não tiveram classificação nesse estudo.
A classificação e caracterização dos aerossóis foram confirmadas pela modelagem de
retrotrajetórias do modelo HYSPLIT onde a grande maioria (93% a 500 m, 69% a 1500
m e 28 % a 3000 m de altura) das frequências de massas de ar se originaram no Sudeste
no Oceano Atlântico. Durante o período de estudo e com a metodologia usada, não foi
confirmada a presença de aerossóis desérticos nem a presença de massas de ar vindas do
Continente Africano.
Palavras-chave: Aerossóis; Cimel; AOD; Coeficiente de Ångström; Aerossóis
Marítimos; Retrotrajetórias; Aerossol Desértico
ABSTRACT
In this study the first characterization and classification of atmospheric aerosols over
Natal (RN) based on the presented optical properties is envisioned. A Cimel solar
photometer was used for obtaining the Aerosol Optical Depth (AOD) and Ångström
coefficient (α) in the period from January 29th to July 5th 2016. The Natal data base
belongs to the RIMA and AERONET networks, and is part of a collaboration partnership
between the Nuclear and Energy Research Institute (IPEN), the University of Granada
(UGR) and the Research Group for Modeling and Monitoring of Atmospheric Chemistry
(GP-MOQA / Department of Atmospheric and Climate Sciences / CCET / UFRN).
During the measurement period, 31% of the measurements days were valid data, from
these days the mean value of AOD (500 nm) was 0.112 (± 0.074), indicating marine
aerosols. Additionally, the mean value of α (500-870 nm) was 0.140 (± 0.203), the
expected values for coastal zones are less than 1. From frequency analysis of histograms
the characteristics of marine aerosols were confirmed as most values AOD were smaller
than 0.15 and α values were below 0.4. The local aerosol classification is confirmed by a
scatter plot of AOD versus α where 62% of aerosols present in the atmospheric column
Natal (RN) were marine aerosols, 19% were disregarded because of negative values and
19% of the aerosols were not classified in this study. The classification and
characterization of aerosols were confirmed by modeling backward trajectories of the
HYSPLIT model, the majority (93% at 500 m, 69% at 1500 m and 28% at 3000 m height)
of air masses frequency were originated in the Southeast Atlantic Ocean. During the study
period and under the methodology used the presence of desert aerosols were not
confirmed, neither the presence of air masses coming from the African Continent.
Key words: Aerosols; Cimel; AOD; Ångström Coefficient; Marine Aerosols;
Backward Trajectories; Desert Aerosols
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1. INTRODUÇÃO
Os aerossóis podem ser medidos por métodos in situ e por detecção remota cujas
medidas são obtidas onde as partículas estiverem localizadas na coluna atmosférica. A
primeira pode utilizar técnicas ópticas e químicas na superfície ou na coluna atmosférica,
pois as medidas são obtidas quando os aerossóis estão a níveis baixos e a segunda pode
utilizar técnicas de medições ativas e passivas que podem ser caracterizada pelo uso da
luz, ou seja, a ativa se dá quando o aparelho utiliza luz própria como fonte (feixe de luz
ou um laser) e as técnicas de medições passivas, quando há uma coleta de dados que estão
passando pelo ponto de medição, no caso do fotômetro que utiliza a luz externa (sol). As
medidas de satélite oferecem uma grande cobertura espacial, enquanto as medidas de
superfície oferecem uma maior resolução temporal (Toledano, 2005).
No presente trabalho utilizou-se uma técnica de detecção passiva para a medição
das propriedades ópticas dos aerossóis e, em função destas propriedades, eles foram
caracterizados e classificados. Especificamente, foi utilizado o fotômetro solar Cimel,
instrumento pertencente à RIMA, uma rede federada da rede mundial AERONET da
NASA para a obtenção de parâmetros característicos dos aerossóis atmosféricos como o
AOD e o coeficiente de Ångström. Estes parâmetros foram analisados estatisticamente e
estudados em função de sua evolução diária e mensal para caracterizar e classificar os
aerossóis na coluna atmosférica sobre a cidade de Natal.
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2.1.Objetivo Geral
2.2.Objetivos específicos
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Natal está situada a 05º 47’ 42” S e 35º 12’ 34” W e a 30 metros acima do nível
do mar e por ser uma cidade litorânea, permanentemente, sopra uma brisa vinda do
oceano, sempre de sudeste. O clima de Natal é quente e árido na estação seca e durante a
estação chuvosa se torna quente e úmido (precipitação média anual de 1380 mm e
temperatura média é de 26ºC). A estação chuvosa é o resultado das chamadas Ondas de
Leste e ocorrem entre os meses de abril a julho, com predominância em junho. São chuvas
rápidas e moderadas, com duração de até 48 horas, com 18 a 24 horas de intervalos. Todos
esses dados resultaram de uma estatística de 10 anos de pesquisa (Motta, 2004).
Outra característica importante de Natal é a proximidade ao Equador que
possibilita a atuação dos ventos alísios. Em relação às nuvens, a evaporação permite o
surgimento de nuvens mais baixas como as cumulus e fracto-cumulus que também são
trazidas ao continente pelos ventos alísios, diminuindo a incidência solar na região.
Praticamente, todos os dias são registradas presenças de nuvens com maior frequência a
uma cobertura de 4 a 6 oitavos de céu, além disso, a média anual de umidade relativa é
acima dos 80%. As maiores intensidades de ventos são registradas nos meses de junho a
agosto e a maior frequência de direção dos ventos é sudeste, conforme mostra a Figura 1.
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Figura 1. Intensidade do vento durante os meses do ano para os dez anos de dados da pesquisa do INPE
(2004).
3.2.Descrição da AERONET
Figura 2. Locais da Rede AERONET que fornecem dados dos fotômetros solares a nível 1.5.
http://aeronet.gsfc.nasa.gov/cgi-bin/type_piece_of_map_opera_v2_new.
Figura 3. Roda com os oito filtros mais o filtro para o vapor de água. Imagem retirada do CIMEL (2015).
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Figura 6. Imagem da Rede RIMA com destaque para Natal que já dispõem seus dados no nível 1.5.
15
Figura 7. Gráfico gerado em nível 1.5 com a obtenção de Profunidade Óptica de Aerossol (AOD) em
diversos comprimentos de onda para o mês de fevereiro de 2016. http://aeronet.gsfc.nasa.gov/
3.3.Fotometria
Figura 8. Imagem traduzida de Riquelme (2015), ilustrando os Espalhamentos Mie e Rayleigh quando a
radiação solar interage com os aerossóis.
τ 𝛼500−800
Continental limpo 0.064 1.42
Continental médio 0.151 1.42
Continental contaminado 0.327 1.45
Urbano 0.643 1.43
Desértico 0.286 0.17
Marítimo limpo 0.096 0.08
Marítimo contaminado 0.117 0.35
Marítimo tropical 0.056 0.04
Ártico 0.063 0.89
Antártico 0.072 0.73
Tabela 1. Classificação dos aerossóis através da profundidade óptica (τ) a 550 nm e o coeficiente de
Ångström (α) para a faixa de comprimento de onda de 500 a 800 nm, (D’Almeida, 1991; Hess et al.,
1998; Toledano, 2005).
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Figura 9. Gráfico traduzido de Toledano (2005) para a dispersão de AOD (550 nm) e o coeficiente de
Ångström (α) na faixa de comprimento de onda de 500 a 800 nm.
O comprimento de onda utilizado para a AOD foi de 500 nm, pois as informações
poderão ser correlacionadas com outros instrumentos de medidas como o LIDAR de
despolarização ao melhorar a razão Lidar de aerossóis, já em funcionamento na UFRN.
A faixa de comprimento de onda foi de 500-800 nm.
plotagem foi a máxima (120 dpi) e o fator zoom foi de 70 para uma melhor visualização
das trajetórias, além disso o banco de dados utilizado para gerar as retrotrajetórias foram
os dados meteorológicos de reanálise do GDAS disponibilizado para a modelagem de
retrotrajetórias pela ARL. Na Figura 10, estão exemplificadas as trajetórias modeladas
pelo HYSPLIT para o dia 11 de janeiro de 2016. É perceptível que as trajetórias de massas
de ar a 3000 metros e a 1500 metros vieram do oeste do continente Africano, enquanto a
trajetória a 500 metros veio do Oceano Atlântico.
Figura 10. Exemplo de retrotrajetória modelada pelo modelo HYSPLIT para o dia 11 de janeiro de 2016.
4. RESULTADOS
Tabela 2. Período de operação do fotômetro solar Cimel cujo número de identificação é 420, em Natal
pertencente às redes RIMA e AERONET.
Figura 11. Histograma de frequência para AOD (500 nm), Natal (RN).
Figura 12. Histograma de frequência para o coeficiente de Ångström (500-870 nm), Natal (RN).
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Figura 13. Gráfico de dispersão de AOD (500 nm) e o α na faixa de comprimento de onda 500 a 870 nm.
Figura 14. Frequência das retrotrajetórias nas respectivas alturas A (500 m), B (1500 m) e C (3000 m),
incluindo os 58 dias de observações do fotômetro solar (Cimel) de janeira a julho de 2016.
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5. DISCUSSÃO
5.1.Aerossóis
6. CONCLUSÃO
Mesmo com 31% dos dias com medições, foi possível fazer uma caracterização e
classificação dos aerossóis na coluna atmosférica da cidade de Natal, RN, sendo este o
primeiro estudo utilizando um fotômetro solar Cimel como instrumento de obtenção de
dados para a cidade. Os histogramas de frequência já indicavam características para
aerossóis do tipo marítimo que foram confirmadas pelo gráfico de dispersão AOD versus
α. Com isso foi possível verificar que na cidade de Natal, com uma presença significativa
no período de 29 de janeiro a 5 de julho de 2016, os aerossóis foram do tipo marítimo.
Não foi possível confirmar a presença de aerossóis do tipo desértico no mesmo período
quando analisado o gráfico de dispersão de AOD versus α da metodologia usada.
A origem desses aerossóis marítimos é confirmada pela frequência de
retrotrajetórias modeladas pelo modelo HYSPLIT que comprovam a vinda das massas de
ar do Oceano Atlântico cuja maior ocorrência é do Sudeste, provavelmente, devido aos
ventos alísios de Sudeste.
São necessários mais estudos com períodos de tempo de medição maiores para
uma possível classificação e caracterização dos aerossóis ditos como sem classificação.
Adicionalmente, os valores negativos eram esperados já que Natal possui uma influência
muito forte do oceano, possibilitando ruídos devido à nebulosidade. Além disso, o
número de medições deve ser maior para que aumente a precisão dos resultados e possa
se desenvolver mais estudos posteriores.
Contudo, este trabalho servirá de base para uma futura climatologia de aerossóis
na coluna atmosférica da Cidade de Natal, RN, porque foi mostrada uma metodologia
muito efetiva de classificação de aerossóis em função de AOD e α, e foram deixadas as
bases para a continuação deste trabalho. A demais, os resultados deste estudo e os
trabalhos posteriores derivados desta metodologia serão fundamentais para uma
comparação com os resultados de classificação dos aerossóis obtidos com o sistema Lidar
DUSTER do IPEN-UFRN que começou a produzir dados no mesmo período.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS