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IE INSTALAÇÕES EM EDIFÍCIOS M.EC032 - 2022/2023 – 2S

Trabalho TG2 TRABALHO DE GRUPO


Aulas TP DIMENSIONAMENTO DE REDES PREDIAIS DE DRENAGEM DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
Objetivo APLICAÇÃO A PROJETO - ESTUDO DA REDE GERAL E PRIVATIVA DE DRENAGEM
DE ESGOTOS PARA UM PARA UM EDIFÍCIO HABITACIONAL EM PROPRIEDADE
HORIZONTAL
Lançamento 21-23/03/2023
Entrega 21/04/2023

Descrição

1. NOTAS PRÉVIAS
O estudo de uma Rede Predial de Drenagem de Esgotos (DE) para um edifício habitacional é, na
maioria das situações e para edifícios correntes, menos complexa que a Rede de Abastecimento de
Água (AA), nomeadamente no referente ao dimensionamento dos vários elementos constituintes da
rede e da própria conceção da mesma.
Efetivamente, nas redes de AA o processo de dimensionamento envolve uma otimização dos
diâmetros dos diversos troços de tubagem, não existindo (em geral) condicionantes técnicas ou de
material que impeçam as opções que o projetista pretenda seguir. O principal material – tubagem – é
de dimensões reduzidas e funciona em pressão, o que permite integrá-lo sem grandes dificuldades
na arquitetura e compatibilizá-lo com as restantes instalações técnicas, adotando os percursos que
sejam os mais convenientes.
No caso das redes de DE a situação é diferente (tal como, em alguma medida, as redes de Drenagem
de Águas Pluviais). As tubagens são de muito maior dimensão, frequentemente têm de estar
embebidas nos pavimentos, a variedade de diâmetros é muito menor e os acessórios de
interligação entre troços existem com pouca variedade (por exemplo forquilhas, que só existem a
45º e 90º), pelo que as condicionantes derivadas da execução prática da rede acabam por limitar
bastante o que se pode fazer e como.
Assim, a regulamentação define um conjunto de orientações que nos levam à adoção de diâmetros
mínimos para várias situações – ultrapassando um cálculo hidráulico específico - e, para outras (caso
dos Tubos de Queda), o dimensionamento tem em conta a totalidade do esgoto escoado, sendo
a tubagem de diâmetro constante em todo o seu desenvolvimento.

2. PASSOS PRINCIPAIS DE CONCEÇÃO E DIMENSIONAMENTO


No caso de edifícios em “propriedade horizontal”, isto é, edifícios com desenvolvimento em altura e
nos quais existem frações autónomas nos vários pisos, com diferentes proprietários, a conceção e
dimensionamento das respetivas Redes de Drenagem de Esgotos segue, nas situações mais correntes,
os seguintes passos principais:

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Rua Dr. Roberto Frias – 4200-465 PORTO – PORTUGAL – Tel. +351-22-041-4763 /+351-22-508-1940 e-mail: jmfcosta@fe.up.pt
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# Objetivo Referencial
1 REDE HORIZONTAL ELEVADA – recolha ao  Diâmetros mínimos em função do aparelho (slides
nível de cada piso. 11-22) e tabelas slide 22.
i. Definir o traçado dos Ramais de Descarga  Ramais de descarga individuais – Quadro V (slide
Individuais e Coletivo (RD) em cada 22).
compartimento. O dimensionamento segue  Ramais de descarga coletivos – Quadro VI (slide
os diâmetros mínimos. 22).
ii. Os RD individuais dos aparelhos de  No mercado apenas existem 2 tipos de CP: entradas
águas de sabão (ASb) reúnem-se numa Ø40 ou entradas Ø50 (4 ou 5) e saída sempre Ø75.
Caixa de Pavimento (CP, uma em cada Se verificarem, os caudais de cálculo obtidos (ver
compartimento; não se devem ligar mais abaixo) são compatíveis com os diâmetros
aparelhos de diferentes compartimentos à indicados nos quadros V e VI. Obviamente, não é
mesma CP, a não ser que o traçado e possível ligar duas CP entre si.
posicionamento dos TQ o obrigue).
iii. O RD individual das águas da Bacia de
Retrete/Sanita (ASn) liga diretamente ao
TQ.
iv. A posição dos aparelhos e o traçado
desta rede deverá estar coordenada com a
posição dos Tubos de Queda (ver 2),
tentando evitar cruzamentos entre os
vários ramais, em particular os de maior
diâmetro.
 Neste tipo de edifícios (propriedade horizontal), esta parte da rede de DE terá,
obrigatoriamente, de ficar embebida nos pavimentos, mesmo que a arquitetura preveja tetos
falsos sob as lajes. Obviamente que ter a rede de DE suspensa da laje é uma solução mais eficiente
(com o cuidado de as isolar acusticamente), na medida em que ficará acessível com facilidade para
ações de manutenção e reparação; no entanto, não é legalmente possível instalar um elemento da
propriedade de uma pessoa (a rede DE horizontal do piso superior) num espaço propriedade de
outra, pelo que terá de ser instalada na laje, mesmo com as desvantagens que poderá ter. A solução
de instalação sob a laje e acima do teto falso apenas será possível em situações em que os
espaços sejam do mesmo proprietário, como é o caso de moradias unifamiliares.
 Esta questão não se levanta com os Tubos de Queda (TQ), que são considerados elementos
comuns dos edifícios (tal como as coberturas e paredes exteriores), logo podem estar instalados e
atravessar as várias frações privativas. No entanto, é vantajoso colocá-los de modo a que o acesso
seja possível e fácil, pelas mesmas razões referidas atrás.

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# Objetivo Referencial
2 REDE VERTICAL – recolha do esgoto ao nível  Caudais individuais por aparelho e Q.cal globais de
dos pisos e transporte vertical até ao piso que cálculo por TQ (Dimensionamento, slide 8)
permita a ligação por gravidade ao coletor  Diâmetro (superior ao mínimo) em função do Q.cal,
público (geralmente, R/Chão). da taxa de ocupação (opção de com ou sem
 Localização e dimensionamento dos Tubos ventilação secundária), a utilizar em todo o
de Queda (TQ) para ligação dos RD que desenvolvimento do TQ (quadros VII e VIII, slide
para eles drenam esgoto (nos vários pisos). 30)
 Existem duas abordagens possíveis em relação aos TQ: (i) a mais geral, em que os RD de ASb e
ASn ligam ambos ao mesmo TQ e (ii) a mais corrente na zona Norte de PT (obrigatória no Porto) em
que se adota o “sistema separativo”, isto é, existem dois TQ em cada prumada, um que escoa
as ASb e o outro as ASn.
 A opção por TQ separados tem várias vantagens que ultrapassam um custo que poderá ser mais
elevado, uma vez que utilizar apenas um TQ para ambas as ASb e ASn leva a maior caudal de esgoto
e, obviamente, a maior diâmetro.
 Por um lado, os acessórios existentes no mercado que permitem a ligação, ao mesmo nível, dos
dois ramais (ASb e ASn) ao mesmo tubo de queda, têm bocais opostos (90º ou 45º), o que obriga a
um traçado dos ramais mais longo que nem sempre é fácil de instalar; ligações desniveladas
são, invariavelmente, muito difíceis de inserir dentro da espessura da laje. Noutra perspetiva, a
utilização de TQ separados permite que – na maioria das situações - não seja necessário
instalar ventilação secundária, facilitando a colocação das tubagens. Esta ventilação é necessária
para assegurar um escoamento sem dificuldades (em superfície livre) e evitar que a água retida nos
sifões seja aspirada pelo deslocamento de descargas de pisos mais elevados (“desferrar” o sifão).

 Efetivamente, evitar a ventilação secundária é uma opção de projeto bastante vantajosa, na


medida em que evita a necessidade de inserir a tubagem dessa ventilação – geralmente embutida
nas paredes, logo obrigando a efetuar rasgos nas paredes, danificando a integridade destas e
podendo levar a patologias de revestimento no futuro.
 Optar por uma ventilação primária leva a diâmetros de TQ bastante maiores que os obtidos
com ventilação secundária, na medida em que se admite uma taxa de ocupação bastante reduzida
(o esgoto tem tendência a escoar-se agarrado às paredes do TQ, criando um tubo de ventilação
“virtual” no centro do TQ que assegura a ventilação. No entanto, este acréscimo de custo é
consideravelmente inferior à poupança que se consegue ao evitar a rede de tubagem de
ventilação secundária, seja pelo custo da tubagem em si, seja pelo custo do trabalho de instalação.

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# Objetivo Referencial
3 REDE HORIZONTAL DE EVACUAÇÃO –  Diâmetro (superior ao mínimo) em função do
recolha do esgoto e condução até à Rede Q.cal, da inclinação (Quadro X, slide 37), constante
Pública de Esgotos. em cada troço e compatível com as cotas
i. Traçado e dimensionamento dos Coletores necessárias para ligação por gravidade à Câmara
Prediais (CP) que recebem os TQ ao nível de Ramal de Ligação (CRL), que liga ao Coletor
do piso mais baixo e juntam o esgoto em Público de Esgoto (CPE).
direção ao ponto de saída.
ii. Caso se opte por um sistema separativo, a
separação entre ASb e ASn termina neste
ponto; ambos os tipos de esgoto se juntam
nos CP.
 A evacuação do esgoto para o exterior é feita através dos CP que recolhem o esgoto dos vários
TQ; num edifício que possua cave, estes CP devem ser instalados suspensos da laje de R/Chão
e são, igualmente, considerados elementos comuns do edifício. Note-se, no entanto, que se
existirem compartimentos com esgoto no piso do R/Chão, a drenagem destes não liga aos TQ
mas, diretamente, aos CP. Os CP suspensos devem deixar uma altura livre de 2,20m à face
inferior do CP.
 Quando não existe cave, tradicionalmente é colocada uma Câmara de Inspeção ou de Visita (CI, CV),
enterrada, na base de cada prumada de TQ, para onde os TQ despejam o esgoto, criando uma rede
de CI/CV interligadas por CP, também enterrados. No entanto, uma CI/CV é um elemento que
necessita de alguma manutenção para evitar a saída de cheiros pelas juntas da tampa e é bastante
desagradável que estejam localizadas no interior de espaços de utilização corrente.
 Assim, será mais interessante evitar estas CI/CV e drenar o esgoto ao nível do pavimento térreo com
os CP instalados enterrados (ou, melhor, em canais/canaletes como os indicados no final do
documento), tendo o cuidado de garantir Bocas de Limpeza para varejamento e manutenção da
rede.

Nas páginas seguintes apresentam-se extratos de um projeto de rede de esgotos num edifício em
propriedade horizontal, em que estas três partes da rede se encontram representadas, para melhor
compreensão.

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Representação da
Rede Horizontal
Elevada ao nível
dos pisos
Nota: os RD também
devem ter os
diâmetros indicados,
embora sejam
constantes para as
mesmas situações

Exemplo de
traçado dos
Coletores Prediais
suspenso da laje
de R/Chão e
ligação ao CPE
Notas: (i) deverão ter
as cotas indicadas
nos pontos de
inserção e mudança
de direção;
(ii) a representação
ficaria mais
inteligível se tivesse
sido feita na planta
da Cave

Câmaras de
Inspeção, Visita,
Reunião ou de
Ramal de Ligação

(realizadas in situ ou
prefabricadas, em
betão ou PVC)

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IMAGENS DA INSTALAÇÃO DE COLETORES PREDIAIS E LIGAÇÃO DOS TQ A ESTES

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3. ORGANIZAÇÃO DO CÁLCULO HIDRÁULICO


Tal como no AA, o processo de cálculo é relativamente simples e pode ser organizado numa folha Excel,
com as fórmulas adaptadas a cada situação particular. Uma vez que, num edifício de habitação coletiva,
geralmente existem “prumadas” de instalações húmidas com o mesmo tipo, é possível determinar os
caudais acumulados e de cálculo de forma sistematizada.
Como exemplo, abaixo indica-se, de forma esquemática, um traçado de CP que recebem 4 TQ e, em
anexo, segue uma folha de cálculo Excel que organiza as várias componentes do cálculo hidráulico. Tal
como na folha similar para dimensionamento da rede de AA, será necessário adaptar as fórmulas em
algumas das células de modo a representar e calcular devidamente a situação real.

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Exercício DE1

TQ = Tubo de Queda
CP = Coletor Predial
Y = Boca de Limpeza
i = declive do CP (%)
CRL = Câmara de Ramal de Ligação

Instalações:
4 tipos de Quartos de Banho QB (1 a 4)
Cozinha COZ
Lavandaria LAV
Torneira de Lavagem TLAV

Descargas:
TQ1 = 5 QB1+2 QB2 (Águas de Sabão ASb)
TQ2 = 5 QB1+2 QB2 (Águas de Sanita ASn)
TQ3 = 3 QB3 (ASb)+1 QB4 (ASb) + 5 COZ
+ 5 LAV + 1 TLAV
TQ4 = 3 QB3 (ASn) + 1 QB4 (ASn)

Cota da face inferior da laje sob a qual a


rede é instalada = 0,00

REDES PREDIAIS - DRENAGEM DE ESGOTOS - Dimensionamento

1. Caudais de descarga por tipo de compartimento

Número de Equipamentos Correntes (Caudal de descarga l/min) Σ Q descarga (l/min)


L Bd Ba Ch Br LL MLL MLR/Tq T.Lav Asb ASn ASb+ASn
Instalação
30 30 60 30 90 30 60 60 60 Sabão Sanitas Total
QB_1 0 0 0
QB_2 0 0 0
QB_3 0 0 0
QB_4 0 0 0
Cozinha 0 0 0
Lavandaria 0 0 0
T. Lavagem 0 0 0

2. Caudais de descarga, de cálculo e dimensionamento por Tubo de Queda TQ

Número de Instalações Dimensionamento (inserir ø, to e Q.max)


Tubo de QB_1 QB_2 QB_3 QB_4 Coz. Lav. T.Lav. ASb ASn
Queda ASb ASn ASb ASn ASb ASn ASb ASn ASb ASb ASb Σ Q desc. Q.cal ø mm taxa.ocup. Q max. Σ Q desc. Q.cal ø mm taxa.ocup. Q max.
TQ1 0 0
TQ2 0 0
TQ3 0 0
TQ4 0 0

2. Caudais de descarga, de cálculo e dimensionamento por Coletor Predial CP (cota da face inferior da laje = 0,00)

Dimensionamento (inserir i, ø, Qmax, L e cota de início a montante)


Coletor TQ1 TQ2 TQ3 TQ4 Q montante Q desc Cotas
Q cal i% ø mm Q max L (m)
Predial Q desc Q desc Q desc Q desc ref. Q desc total mont. jus.
CP1 0 0
CP2 0 0
CP3 0 0

Ver 02_IE_2223_TP_DE_Base_Cálculo_Exercício DE1.xlsx

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4. FASES DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


No nosso caso, o edifício é de características correntes em propriedade horizontal, com a particularidade
de manter a mesma tipologia habitacional no seu desenvolvimento vertical. Assim, o projeto deverá
desenvolver-se da seguinte forma:
 Admitir que o edifício se localiza numa autarquia que preconiza o sistema separativo, logo os TQ
devem ser considerados autónomos para águas de sabão e águas de sanitas (ASb e ASn com TQ
separados).
 Cada grupo deverá estudar, desenhar e dimensionar a rede de drenagem para os apartamentos
que estudou em abastecimento de água; no caso do dimensionamento dos TQ e coletores
prediais, considerar que os apartamentos da mesma prumada são iguais nos 4 pisos (o que é a
realidade);
 A rede de coletores prediais que conduzirá o esgoto para o exterior estará suspensa da laje do
RC (ou seja, no teto da cave);
 Cada prumada deverá ser recolhida por coletores na direção perpendicular ao arruamento, os
quais se reunirão numa Caixa Ramal de Ligação no exterior do edifício; o dimensionamento dos
CP a cargo de cada grupo corresponderá, unicamente, aos da sua prumada e, ainda, do Ramal de
Ligação à rede pública de esgotos, que conduzirá a totalidade do esgoto do edifício;
As fases de desenvolvimento de um trabalho desta especialidade de projeto são as seguintes:

# Fase Obs.
1 Informação sobre localização, cota e ponto Condiciona o traçado dos coletores, de modo a
de ligação ao coletor público. assegurar que a última caixa (câmara ramal de ligação)
se situa a uma cota compatível.
2 Identificar os locais de colocação de Decorrente de compatibilização com a Arquitetura.
“courettes” (galerias verticais lineares). Deverão estar nas proximidades dos locais de produção
de águas residuais, de modo a limitar o
desenvolvimento dos ramais de ligação.
3 Optar por uma das soluções possíveis de Em função da entidade gestora das redes públicas. No
condução vertical: (i) tubo de queda único Porto (e, em geral, zona Norte do país), existe a
para águas de sabão (ASb) e de sanitas (ASn) exigência de opção por tubos de queda separados. No
ou (ii) tubos de queda separados para ASb e resto do país, de um modo geral, qualquer das opções
ASn. é possível.
4 Esquematizar a rede de drenagem em cada Analisar a colocação das peças e da caixa de
compartimento (ramais de descarga pavimento/caixa de reunião (a qual deve estar
individuais – aparelho → caixa de pavimento facilmente acessível, logo não colocar sob armários), de
ou TQ – ou não-individuais – caixa de modo a reduzir ao mínimo o desenvolvimento do
pavimento → TQ). traçado.
5 Equacionar e decidir a localização de bocas Preferencialmente com acessório a 90º, de modo a
de limpeza dos tubos de queda. permitir varejamento (desentupimento) tanto para
baixo como para cima.
6 Esquematizar a rede de coletores prediais ao Se possível, em rede suspensa da laje do R/Chão e com
nível do piso mais baixo compatível com a traçado em zonas comuns (garagens). Localizar as
ligação direta ao coletor público. bocas de limpeza em função do desenvolvimento dos
coletores.
Se o edifício não tem cave, os CP serão enterrados,
preferencialmente dentro de canaletes cobertos (com
uma placa simples, plástica ou similar).
7 Verificar as cotas de ligação. Ter em conta os desníveis necessários para a transição
entre TQ e coletores e os declives mínimos para a
instalação dos coletores, de modo a confirmar que a
cota da Câmara Ramal de Ligação é compatível com a
ligação ao coletor público

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# Fase Obs.
8 Referenciar os diversos tipos de QB, Cozinhas Por exemplo: QB1, QB2, TQ1, TQ2, CP1, CP2, etc.
e Lavandarias, TQ e coletores prediais.
9 Quantificar os caudais individuais e de Procurar uniformizar, na medida do razoável, os
cálculo e determinar os calibres dos diversos calibres. Se existirem apenas poucos troços com um
troços. No caso dos coletores prediais, ter calibre menor, será sensato utilizar o calibre superior de
em atenção os declives a contemplar. forma a rentabilizar a encomenda e evitar acessórios de
redução de diâmetro.
10 Definir o processo mais eficiente para a De um modo geral, a informação desenhada pode
informação desenhada organizar-se do seguinte modo (caso de um edifício em
propriedade horizontal; em moradias, por exemplo, a
situação é mais simples):
 Indicação dos traçados nos compartimentos e
localização dos TQ. Indicação dos calibres em
esquema isolado ou nos próprios compartimentos,
conforme mais elucidativo;
 Traçado dos coletores prediais e ligação aos TQ e
compartimentos do piso imediatamente superior.
Indicação dos calibres, inclinações e cota da face
inferior do tubo no início de cada troço e de 15 em
15 metros (mínimo para colocação de bocas de
limpeza).
 Localização das BL nos pisos superiores.
 Localização dos TQ na cobertura, com respetivo
calibre.
 Localização das caixas de inspeção (se existirem,
rede embutida no pavimento térreo) e caixa ramal
de ligação, com respetiva cota de fundo.
 Traçado em corte, essencialmente relativa a TQ e
coletores.

Um último detalhe: conforme foi referido acima, a rede horizontal exterior (enterrada) não deverá
ser instalada diretamente sobre o solo (mais sujeita a assentamentos, dificuldades de escoamento
e eventuais quebras) mas dentro de canaletes ou, até, tubagem corrugada (tubos nervurados
circularmente, com maior resistência ao esmagamento e quebra), aqui utilizada apenas como invólucro.
Indicam-se abaixo exemplos para estas situações.

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5. ELEMENTOS DE PROJETO A ENTREGAR – DRENAGEM DE ESGOTOS


Os elementos a entregar para estas especialidades de projeto não são muito diversos das que foram
requeridas para a especialidade de Abastecimento de Água, com as devidas adaptações.
Corresponderão, no essencial, aos seguintes (tanto para a Drenagem de Esgotos, como para o projeto
seguinte, de Drenagem de Águas Pluviais – frequentemente designadas em conjunto de Drenagem de
Águas Residuais):

A. PEÇAS DESENHADAS
A1. PLANTAS – traçados e respetivos diâmetros, com indicação do posicionamento dos ramais de
ligação, tubos de queda, canais/canaletes, bocas de limpeza, coletores e caixas, com respetivos
diâmetros, inclinações (valor e sentido do declive) e cotas quando relevante.
A2. CORTE – representando a posição da CRL e os CP mais relevantes, bem como os TQ que, nesse corte,
sejam visíveis.
A3. PORMENORES - das situações mais particulares (canaletes, transições de tubos de queda para
coletores e caixas, localização das bocas de limpeza, etc., quando relevantes).

B. PEÇAS ESCRITAS - MEMÓRIA DESCRITIVA E DE CÁLCULO + ESTIMATIVA ORÇAMENTAL


B0. ÍNDICE DE PEÇAS DESENHADAS – numeração e designação, rigorosamente de acordo com os vários
desenhos.
B1. OBJETO – identificação do projeto (requerente/proprietário, tipo de edifício, localização, referência
do processo de licenciamento – se existir -, etc.).
B2. CONCEÇÃO GERAL DAS REDES – descrição do modo como as redes foram concebidas no que respeita
à lógica subjacente ao seu traçado, localização de prumadas e coletores, instalação, acessibilidade.
B3. MATERIAIS – informação sobre os materiais a utilizar nas várias sub-redes de abastecimento e
correspondentes parâmetros relevantes para o cálculo.
B4. PRINCÍPIOS DE CÁLCULO – descrição dos princípios seguidos na quantificação de caudais para os
diversos troços, etc.
B5. DIMENSIONAMENTO – cálculos das diversas sub-redes de drenagem de águas residuais.
B6. NOTAS FINAIS – outros aspetos que tenham condicionado opções de projeto e/ou dimensionamento
e que o autor considere que mereçam uma referência particular.
B7. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL – de acordo com a base de dados de custos de construção incluída no
software CYPE (Gerador de Preços CYPE, http://www.geradordeprecos.info/).

6. DATA DE ENTREGA E REGRAS PARA SUBMISSÃO DO TRABALHO

Esta parte do desenvolvimento do Projeto de Instalações Hidráulicas deverá ser entregue até à data
atrás indicada e terá um peso de 10% na classificação final, conforme referido no planeamento que vos
foi enviado no início do ano.
Os trabalhos deverão ser submetidos no MSTeams, na opção “Tarefas” (à esquerda). Tratando-se
de trabalhos de grupo, bastará que um dos elementos submeta o trabalho, tendo em atenção o que é
referido de seguida:
 A SUBMISSÃO DEVERÁ SER UM FICHEIRO ZIP ÚNICO, com a designação
IE_2223_TG2_NomeApelido1_NomeApelido2_NomeApelido3
 OS DESENHOS E DOCUMENTOS DEVERÃO SER APRESENTADOS EM FORMATO PDF,
adequadamente organizados (por exemplo Peças Escritas e Peças Desenhadas, com as sub-
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pastas que considerarem adequadas). A DESIGNAÇÃO DE CADA FICHEIRO INDIVIDUAL


DEVERÁ EXPLICITAR A QUE ELEMENTO SE REFERE.
 TODOS OS ELEMENTOS DEVERÃO POSSUIR A IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO GRUPO
(NA PRIMEIRA PÁGINA DE CADA DOCUMENTO E NA LEGENDA DE CADA PEÇA DESENHADA).

Março.2023
JMC
PP

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