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homem
Patogenicidade e Virulência
• Patogenicidade:
– efeitos que contribuem para a propagação de um
determinado vírus no hospedeiro (célula, homem,
população).
– capacidade de infectar o hospedeiro e causar dano no
hospedeiro.
• Virulência:
– capacidade relativa de causar dano ao hospedeiro
– compara a severidade da doença causada por
diferentes cepas ou estirpes de um mesmo
microorganismo.
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Determinantes da patogênese viral
• Interação com o tecido alvo
• Habilidade das células causarem dano à célula
(citopatologia)
• Resposta do hospedeiro à infecção
• Imunopatologia
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Determinantes das doenças virais
• Natureza da doença
– Tecido alvo
• sítio de infecção
• habilidade do vírus para ter acesso ao tecido alvo
• tropismo viral
• permissibilidade das células
– Cepas de vírus
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Determinantes das doenças virais
• Severidade da doença
– Habilidade para matar as células
– Imunidade ao vírus
– Resposta imune intacta
– Imunopatologia
– Quantidade de virions inoculados
– Duração da infecção
– Estado geral da saúde do hospedeiro
– Status nutricional
– Outras infecções que podem afetar a resposta imune
– Genótipo do hospedeiro
– Idade do hospedeiro
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Questões fundamentais na patogênese viral
• Como um virion entra no hospedeiro?
• Qual é a resposta imune inicial?
• Aonde ocorre a replicação primária?
• Como a infecção se dissemina no hospedeiro?
• Quais orgãos ou tecidos são infectados?
• A infecção no hospedeiro é impedida ou há o
estabelecimento de uma infecção persistente?
• Como os vírus se transmitem a outros
hospedeiros?
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Como garantir o sucesso na infecção viral?
• Carga suficiente de vírus deve estar disponível
• As células no sítio primário de infecção devem
estar acessíveis suscetíveis e permissíveis
• O sistema local de defesa do hospedeiro deve
estar ausente ou pelo menos ineficiente
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Virions suficientes no sítio da infecção
• Quantos virions são necessários para infectar o
hospedeiro?
– varia conforme o vírus e o hospedeiro
• Variáveis podem complicar a questão:
– genética do hospedeiro
– defesa antiviral do hospedeiro
– virulência viral
– comportamento social do hospedeiro
– idade do hospedeiro
– condição atmosférica/meio ambiente
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Razão partículas por PFU
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O ambiente natural é uma barreira importante
à infecção viral
• virions com tamanho na escala de
nanômetros enfrentam grandes obstáculos
fora do hospedeiro
• efeito de diluição quando os virions saem do
hospedeiro, reduzem a taxa de infecção (moi)
• luz solar, dessecação, ambiente químico reduz
o número de virions infecciosos
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Defesas do virion em relação ao meio ambiente
• Muitas partículas virais são sensíveis ao calor, à
dessecação e à luz solar (U.V.)
– estratégia de defesa através da grande quantidade de virions
• Muitos virions são estáveis a pHs baixos ou proteases
– sobrevivem no trato digestório; transmissão fecal‐oral
• Muitos virions nem chegam a se expor ao meio
ambiente
– vírus transmitidos por vetores (insetos)
• Muitas infecções disseminadas pelo contato físico
– transferência por fluidos corporais; virions expostos ao meio
externo por pouco tempo
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Sítios de entrada
dos vírus
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Pele: uma grande barreira à infecção
• Maior orgão do corpo humano: 1,5‐2,0 m2;
cerca de 15% do peso corporal
• Muitos vírions que entram em contato com a
pele são inativados por dessecação, ácidos ou
outros inibidores formados por outros
organismos comensais
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Pele
• Epiderme: camada externa compostas de células mortas
queratinizadas que não dão suporte à infecção viral.
• Entrada ocorre por ruptura ou lesões, mordidas de animais,
insetos, agulhas
• Epiderme é desprovida de irrigação por sangue ou sistema
linfático
• Derme e sub‐derme são tecidos altamente vascularizados
Mucosas:
‐ composto de células
vivas
‐ ambiente úmido
‐ depende de outras
defesas primárias para
proteção
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Trato respiratório
• Rota mais comum de entrada dos vírus
• Área de absorção do pulmão: 140 m2; taxa de
ventilação de 6 litros/minuto; 300 milhões de
alvéolos
• Células se replicando em abundância com fácil
acesso ao sangue
• Vírus entram via gotículas aerolizadas a partir
de tosse, espirro (mais 160 km/h) ou contato
com saliva
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Trato respiratório
• Defesas são eficientes em indivíduos
saudáveis
– Muco: um indivíduo normal produz de 20‐200 ml
por dia na cavidade nasal e pulmões
– Ação do epitélio ciliado
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Trato digestório
• Ingestão de alimentos, bebidas, atividade social,
introduz os vírus no trato alimentar
• Desenhado para misturar, digerir, absorver alimentos,
de modo que os conteúdos estão em constante
motilidade = boa oportunidade para interação vírus‐
célula
• Ambiente muito hostil: estomago é ácido, intestino é
alcalino; presença de enzimas digestivas, detergentes
na bile, muco, anticorpos, células fagocitárias
• Os vírus resistentes: enterovirus, reovirus (requerem
proteases), calicivirus
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Intestino
‐ barreira seletiva permeável
‐ células epiteliais polarizadas
‐ contato direto com o meio
externo
‐ contato direto com o sistema
imune e nervoso
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Trato urogenital
• Protegido por muco e pH baixo
• Pequenas lesões devido à atividade sexual permitem o
vírus entrar
• Alguns vírus produzem lesões localizadas (HPV)
• Alguns vírus se disseminam pelo trato urogenital (HIV,
HSV)
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Olho
• Entrada via esclera e conjuntiva
• A cada segundo as pálpebras passam pela esclera,
lavando partículas estranhas; dificulta a infecção
• Infecção geralmente ocorre após lesão, procedimentos
oftalmológicos, piscinas
• Infecção localizada: conjuntivite
• Infecção disseminada: EV70
• HSV‐1 pode infectar a córnea e pode resultar em
cegueira; vírus se dissemina pelos gânglios sensoriais
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Disseminação viral
• Infecção localizada: após a replicação o vírus
pode se manter localizado: disseminação pelo
epitélio e contenção pela estrutura do tecido e
sistema imune
• Infecção disseminada: os vírus se disseminam
além do sítio primário. Se mais orgãos forem
atingidos = infecção sistêmica
• Barreiras físicas e do sistema imune devem ser
quebradas
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Entrada e disseminação de vírus de transmissão sanguínea
Disseminação viral
• Abaixo do epitélio está a membrana basal; a
integridade pode ser comprometida pela
inflamação e lise do epitélio
• Abaixo da membrana basal estão os tecidos
subepiteliais, onde os vírus encontram fluidos,
sistema linfático e fagócitos (todos tem um papel
na contenção e eliminação da infecção)
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• Os vírus que
Disseminação hematogênica produzem infecção
disseminada
frequentemente o
fazem pela via
hematogênica
• A entrada pode ser
diretamente pelos
capilares, através da
replicação nas células
endoteliais ou pela
picada de inseto
• Uma vez no sangue,
os vírus tem acesso a
quase todos os
tecidos
• Os vírus no fluido
extracelular são
capturados pelos
capilares linfáticos,
que são mais
permeáveis do que os
capilares circulatórios
e em seguida se
disseminam pelo
sangue
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Viremia
• Presença de vírus no
sangue
• Viremia ativa:
resulta da replicação
viral
• Viremia passiva:
introdução do vírus
no sangue sem
replicação
• Viremia primária: os
vírus se disseminam
pelo sangue após
replicação inicial no
sítio de entrada
• Viremia secundária:
vírus produzidos por
infecções
disseminadas
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Patogênese do vírus
mousepox
Demonstração de sequência de
eventos desde multiplicação local
até a viremia primária e secundária
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Disseminação pela via nervosa
• Muitos vírus se disseminam a partir do sítio
primário de infecção entrando nas terminações
nervosas
• Para alguns vírus (raiva, HSV, VZV) a disseminação
nervosa é característica da patogênese
• Para outros vírus (Poliovirus, Reovirus) a invasão
do SNC é uma infecção não frequente da
replicação normal com disseminação
hematogênica
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Movimento dos vírus nos nervos
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Tropismo por um tecido
• Espectro de tecidos que um vírus infecta
– ex: um vírus entérico se replica no trato digestório
e não o pulmão
– ex: um vírus neurotrópico se replica em células do
sistema nervoso e não em células
hematopoiéticas
• O tropismo para alguns vírus é limitado, já
outros são considerados pantrópicos, pois
conseguem se replicar em diversos orgãos
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Determinantes do tropismo viral
• Suscetibilidade: distribuição de receptor celular para
vírus
• Permissibilidade: um requisito para que os produtos
de genes intracelulares completarem a infecção; ex:
proteínas celulares que regulam a transcrição viral
• Acessibilidade: prevenção física das partículas virais de
entrar em contato com células permissivas/suscetíveis
• Defesa: defesas física e inata no sítio da infecção pode
ser forte, fraca ou ausente. Mesmo se as células forem
suscetíveis, permissivas e acessíveis a infecção viral
pode nunca se estabelecer, porque a defesa é rápida
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Disseminação viral
• Um vírus só sobrevive se pude se disseminar de
forma serial assim ser mantido na população
• A liberação de um vírus a partir de um indivíduo
infectado geralmente requer diseminação
(exceção: transmissão sanguínea e via células
germinativas)
• Pode ocorrer a partir do sítio de infecção ou
outros sítios após infecção disseminada
• Concentração/número de partículas é crucial
para a disseminação
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Rotas de
transmissão
dos vírus
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Disseminação viral
• Secreção respiratória: aerossol produzido por
tosse, espirro, fala
• Espirro produz mais de 20.000 gotículas e todas
podem conter vírus
• Partículas maiores decantam e não se
disseminam longe
• Partículas menores (1‐4 microns) permanecem
em suspensão e podem atingir o trato
respiratório inferior
• Secreção nasal contaminando as mãos
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Disseminação viral
• Fezes: um dos principais focos de transmissão
em países subdesenvolvidos. Pode ocorrer em
outros países também (contaminação de água
por esgoto)
• Sangue: mordidas por vetores, trabalhadores
da saúde
• Urina (Hantavirus), sêmen (HIV, Herpesvirus,
HBV)
• Lesões na pele (Herpes, HPV)
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Transmissão da infecção
• A partir de um indivíduo suscetível para outro;
necessário manter a cadeia de infecção
• Dois padrões gerais:
– a perpetuação da infecção em uma espécie
– infecção alternada de um inseto a um hospedeiro
vertebrado
• Maioria dos vírus humanos são transmitidos de
humano para humano (reservatório)
• Ciclos vetor‐humano e vetor‐vertebrado
• Zoonoses
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Transmissão
• O sítio da excreção do virion e a estabilidade
física determinam a rota de transmissão
• Vírus envelopados são frágeis e sensíveis a
pHs baixos. Trasmitidos por aerossol ou
secreções, injeção ou transplante de orgão
• Vírus não envelopados sobrevivem a
dessecamento, detergentes, pHs baixos, altas
temperaturas. Frequentemente transmitidos
pela via respiratória, fecal‐oral ou fômites
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Tipos de transmissão
• Iatrogênica: atividade de trabalhador de saúde
levando a infecção ao paciente
• Nosocomial: infecção de um indivíduo quando
em um hospital ou unidade de saúde
• Transmissão vertical: transferência da infecção
da mãe para os filhos
• Transmissão horizontal: todos os outros tipos
• Transmissão pelas células germinativas: o
agente é parte do genoma (DNA proviral)
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Estágios da
infecção viral
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Padrões gerais de infecção
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Curso típico de uma infecção aguda
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Infecções persistentes
• Ocorrem quando a infecção primária não é
eliminada completamente pela resposta
imune adaptativa
– vírus, genomas e e/ou proteínas virais continuam
a ser produzidos por muitos anos
• Crônica versus latente
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Persistência
• Os vírus preferencialmente tem como alvo
células com baixo nível de divisão ou células
que não se dividem, onde abrigam seu
genoma
• Em resposta a diversos estímulos esse
genomas latentes podem se reativar
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Tipos de infecção persistente
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Tipos de Infecção Viral
Padrões de infecção viral podem ser divididos em:
• Infecção Abortiva: ocorre quando um vírus infecta uma célula
(ou hospedeiro), mas não completa o ciclo replicativo totalmente.
Resulta em infecção não-produtiva.
• Infecção Aguda: muitas infecções virais comuns (ex.
“resfriados”) – infecções breves, onde os vírus são geralmente
eliminados completamente pelo sistema imune.
• Infecção Crônica: o contrário das infecções agudas, isto é
prolongadas & teimosas. Há constante replicação e excreção dos
vírus. Exemplo: alguns casos de hepatite B.
• Infecção Latente: persistem pelo resto da vida do hospedeiro, ex.
vírus herpes simplex (HSV).
Padrões
de
infecção
viral