Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Escola de Frankfurt
Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamin e Jurgen
Habermas foram os principais filósofos desta instituição alemã de pesquisa sociológica,
fundada em 1923, na cidade de Frankfurt.
Todos esses fatos marcaram não só as vidas dos teóricos da Escola de Frankfurt,
mas também suas teorias, marcadamente pessimistas. Excetuando-se Habermas (o mais
jovem deles e vivo até hoje) todos os outros frankfurtianos não conseguiam ver horizonte
para um mundo regido pelo sistema capitalista.
- Bases paradigmáticas
1
Outra crítica desses filósofos mira análises teóricas setoriais e disciplinas
compartimentadas, que dão vazão à razão instrumental – um tipo de reflexão que só
alimenta a ordem social vigente. Em verdade, eles criticam o modo fragmentário,
especializado em demasia com o qual o conhecimento é tratado na sociedade moderna.
Esse tipo de razão, segundo eles, não ajudava o homem a pensar criticamente a sua
realidade, mas apenas a instrumentalizar a ciência em favor de projetos do capitalismo.
Vem daí então uma das idéias que eles mais defendem: a “instrumentalização”
das coisas contagiou os homens no contexto do mundo capitalista. Isso ocorreria porque
em uma sociedade regida por esse sistema econômico, tudo vira mercadoria, inclusive o
próprio homem.
Esses teóricos alemães tinham uma visão bem própria sobre cultura. Para eles,
esse conceito é sinônimo de um “progresso esclarecido”, tanto material quanto intelectual;
tanto espiritual quanto moral. Mais do que um conjunto de crenças, hábitos, estilos de
vida, costumes e usos práticos (antropologia), cultura relaciona-se à “índole nacional”, à
identidade de um povo marcado pelo desenvolvimento intelectual e artístico.
Eles discordavam dos funcionalistas em relação à idéia de que o que estava sendo
produzida era uma “cultura de massa”. Para esses filósofos alemães, tal expressão não
2
dava conta de um processo muito mais danoso à sociedade do que simplesmente uma
cultura que se espalhava de modo massivo entre os indivíduos. Eles diziam que por trás
desse fenômeno de massificação da cultura existia uma indústria capitalista dedicada a
transformar toda expressão artística em mercadoria.
Daí surgiu o termo “Indústria Cultural”: produção industrial dos bens culturais como
movimento global de transformação da cultura em mercadoria. Segundo eles, produtos
culturais como filmes, programas de rádio, programas de TV, revistas etc., estão
subordinados à mesma racionalidade técnica e ao mesmo esquema de organização e
planejamento administrativo de uma fabricação de automóveis em série ou de projetos de
urbanismo.
A arte, que tem sua “aura” devido ao fato de ser única, especial e para poucos, se
enfraquece na Indústria cultural. Ela perde essa aura, pois a racionalidade técnica passa
a subordinar os fatos de cultura a um princípio de serialização e a uma padronização,
massificando-os. A Indústria Cultural era acima de tudo a ardorosa denúncia do processo
capitalista de mercantilização de artefatos culturais.
3
Em geral, os produtos consumidos através da IC são absorvidos como modelos de vida
e colocados em prática pelos indivíduos. Aquilo que não pode ser colocado em prática
pode potencialmente virar uma frustração social.
Grandes estrelas da mídia são vistas como os “olimpianas”: estão entre o imaginário e
o real, ao mesmo tempo humanas e divinas. São vedetes da cultura de massa que
explora o lado humano delas, através da sua vida privada e o lado sobre-humano, através
dos papéis que encarnam. Mais que objetos de admiração, tornam-se de modelos
culturais. A cultura industrializada tende a cristalizar esses modelos.
Conseqüências sociais
A produção em série e a promoção publicitária acarretam a homogeneização dos
padrões de gosto, proporcionando uma deterioração da cultura genuína.
4
“Pessimismo frankfurtiano”
Qualquer tentativa de retorno à cultura (Kultur) será uma “romântica quimera”.
Civilização moderna não parece dar sinais de que deseje superar seu mal-estar
fundamental.
Não são apontadas soluções positivas ou caminhos práticos para uma saída racional
sobre o impasse criado pela sociedade capitalista.