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O socialismo na sua origem não era uma teoria política e sim uma teoria econômica,
mais precisamente, uma teoria que procurava reorganizar a sociedade industrial.
Introdução ao Socialismo:
Podemos dizer que o Liberalismo com o seu princípio de mercado chamado
Capitalismo, que é o livre mercado, acabou gerando o pensamento Socialista na Europa,
durante as Revoluções Francesa e Industrial.
O motivo dessa linha de pensamento foi à sociedade que estava sendo gerada
através do capitalismo, pois com o mercado livre, ou seja, sem a intervenção do Estado,
os burgueses começaram a lucrar explorando os trabalhadores.
Isso era contra o que os ideais liberais uma vez que eles entraram no Poder
falando sobre igualdade, porém não possuíam compromisso com os direitos sociais.
Poderiam até serem a favor da propriedade privada, que seria um ponto positivo, porém
os trabalhadores possuíam dinheiro para ter as propriedades privadas? Muitos dos
direitos criados no Liberalismo pareciam serem ótimos para o bem social, mas no fundo
eram somente para os que possuíam poder.
Ou seja, a Revolução Industrial foi feita por dois lados: a burguesia e o
proletariado. Porém com a queda do regime monárquico, somente a burguesia tomou o
poder, criando o Estado Liberalista, e essa burguesia com seus pensamentos capitalistas,
começaram a explorar os proletariados.
Antes de 1920, o principal adversário ideológico do liberalismo era
o conservadorismo, mas nos anos seguintes o liberalismo passou a enfrentar grandes
desafios ideológicos de novos opositores: o fascismo e o socialismo.
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O início do Socialismo (Utópico):
Foi em 1834, na França, que Pierre Leroux fundou o termo “socialismo”, que
segundo ele era "a doutrina que não desistiria dos princípios de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade".
Mas foi Robert Owen que tornou o termo socialismo conhecido. Owen foi um
empresário que propôs um sistema econômico baseado na formação de cooperativas de
trabalho, que incluía escolas e moradias para os trabalhadores, também idealizou a
criação de comunidades independentes dentro de uma sociedade maior. Contudo, suas
comunidades visavam a igualdade absoluta, onde a única hierarquia seria baseada na
idade.
Na mesma época, o conde de Saint-Simon formulou ideias semelhantes.
Reconhecia que o desenvolvimento técnico e o avanço da ciência eram importantes para
a sociedade, mas criticou a exploração do trabalhador por um grupo formado por
poucos, cada vez mais ricos. Saint-Simon propunha uma nova ordem social, baseada na
administração coletiva da economia e da política. Para ele, era importante que as classes
prósperas entendessem que melhorar as condições de vida dos mais pobres implicaria na
melhoria de suas próprias condições de vida.
Assim, o objetivo das instituições sociais seria o de melhorar intelectual, moral e
fisicamente, as condições da classe mais pobre e numerosa.
Outro pioneiro das ideias socialistas foi Charles Fourier, que criticava
abertamente a sociedade industrial. A nova sociedade seria composta por comunidades
reunidas em habitações mistas. Nessa sociedade, o amor seria livre; a educação
adequada e o trabalho realizado conforme a vocação pessoal.
Essas sociedades seriam comunitárias e independentes, ainda que dentro da
sociedade capitalista. Viveriam isoladas da sociedade, dependeriam do capital privado e
não buscariam igualdade absoluta. Nelas haveria incentivo à eficiência industrial e,
apesar de existir diferença de renda, esses rendimentos não seriam tão destoantes.
E nesse período, alguns projetos socialistas foram criados, como o de Auguste
Blanqui, que pregava a revolução social por meio de luta armada e a implantação do
comunismo. Esse movimento foi chamado de blanquismo.
Os pensamentos em comum de Owen, Saint-Simon e Fourier, foram
denominados de “socialismo utópico”, que é a expressão empregada para designar a
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primeira fase da história do socialismo. Tal expressão foi dada por Friedrich Engels no
Manifesto Comunista.
Esse termo provém do livro Utopia, escrito pelo estadista inglês Tomás Morus.
Utopia é a ideia de civilização ideal, fantástica, imaginária.
Socialismo Utópico
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o desemprego gerado ao fim das Guerras Napoleônicas. Owen conseguiu colocar sua
comunidade em prática. Nela, os empregados eram pagos com altos salários e
trabalhavam menos horas do que em outro lugar.
Mas falhou ao tentar convencer as classes políticas e governantes do valor de seu
projeto. Tentou realizar seu projeto nos Estados Unidos, visando a criação de uma
comunidade chamada New Harmony. Após deixar a Inglaterra, algumas de suas ideias
foram aproveitadas por radicais da classe operaria, visando a produção e na troca
cooperativa. Esses radicais foram chamados de owenistas.
Já na França, Saint-Simon não colocou em pratica suas ideias, mas elas foram
aproveitadas pelos estudantes de ciências e de engenharia. Os saint-simonianos
fundaram uma igreja e uma comunidade, que teve uma existência breve. Alguns que
criaram essa comunidade, após a Revolução de Julho, introduziram formas modificadas
de saint-simonismo nos meios operários.
E estas foram as primeiras tentativas explicitas de ligar essa doutrina, chamada
de socialismos, com os proletariados. Fourier nunca conseguiu colocar sua comunidade
ideal em prática.
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No sistema capitalista, essas classes são representadas pelos proprietários privados do
capital, e portanto os donos dos meios de produção, e do outro lado por uma massa de
assalariados sem posses, que dispõe apenas de sua força de trabalho.
O marxismo enxerga o proletariado como a única classe social capaz de destruir
essa forma de exploração do homem pelo homem, por meio da destruição do
capitalismo. Isso seria alcançado quando o proletariado chegasse ao poder, com uma
revolução, o socialismo.
Segundo a teoria marxista, Socialismo é como uma etapa de um processo para se
chegar ao comunismo. Para Marx, ao nesse estágio do comunismo o Estado é “abolido”
e tudo o que foi conquistado durante a Primeira Etapa, o Socialismo, passa a ser de
todos cidadãos.
O socialismo propõe a igualdade, por meio de uma divisão igualitária dos bens
entre todos os membros de uma sociedade, sem distinção entre ricos e pobres,
extinguindo, inclusive, as classes sociais.
Nesta doutrina, os meios de produção ficam sob o controle do Estado, que tem
como responsabilidade organizar e administrar a produção e dividir de forma igual as
riquezas entre os trabalhadores.
Durante o Socialismo, o Estado passa a controlar tudo, o capitalismo começa a
ser extinto e as propriedades privadas e os meios de produção passam a pertencer ao
Governo.
Quando isso tudo acontecer, o Comunismo poderá finalmente ser alcançado, e o
Estado será extinto.
Até aqui só foram apresentadas ideias sobre o socialismo, e isso é o que chamam
de Socialismo Ideal. Foram desenvolvidos com a Revolução Industrial e os principais
são: Socialismo Utópico e Socialismo Cientifico.
Desenvolvido durante o século XIX, o Socialismo Cientifico acreditava em uma
sociedade sem distinção e igualitária, sem o capitalismo.
Agora será apresentado a aplicação do socialismo na sociedade. O Socialismo
Real, desenvolvido no século XX, que executou o socialismo.
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Primeira Experiência do Socialismo
No ano de 1871, com fim da Guerra entre França e Prússia e a consequente
rendição de Napoleão, a situação em Paris ficou, praticamente, insustentável. Adolphe
Thiers, presidente da França, assinou o tratado de rendição na guerra da França contra a
Prússia. A capital francesa ficou cercada pelo exército prussiano, levando grande
desconforto, revolta e preocupação para os parisienses.
Nesse período, o Governo começou a aumentar os impostos para pagar as
dívidas da guerra e a burguesia estava dominando a classe operaria e os pequenos
burgos. A pressão política fez com que estourasse uma insurreição popular em março de
1871, cuja principal consequência foi a derrubada do governo republicado. Apoiados
pela Guarda Nacional, expulsaram as forças legalistas.
O governo oficial França fugiu, deixando Paris sem autoridade. O Comitê
Central da Federação dos Bairros ocupou este vácuo, e se instalou na prefeitura. O
comitê era formado por Blanquistas, membros da Primeira Internacional.
Começou, aí, a Comuna de Paris, o primeiro governo operário da história, fundado em
1871 na capital francesa, que durou período entre 18 de março e 28 de maio de 1871 (40
dias) e teve fortes influências socialistas.
O principal ideal da Comuna de Paris era promover a melhoria das condições de
vida e trabalho das classes operária. Por isso, suas medidas visaram atender o anseio
dessas classes.
Ensino gratuito
Autogestão das fábricas geridas, então, pelos operários
Controle do preço da alimentação
Instituição do salário mínimo para os trabalhadores
Medidas instituídas objetivando melhorar as condições habitacionais
Administração das fábricas da cidade feita pelos operários
Administração municipal pelos próprios funcionários públicos
Medidas contra o desemprego
Separação entre Igreja e Estado pela criação do Estado Laico
Bandeira vermelha adotada como símbolo nacional
Polícia substituída pela Guarda Nacional
Fábricas e residências sem uso desapropriadas
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Fim do trabalho noturno e redução da jornada trabalhada
Previdência Social
Igualdade civil entre os sexos
Pena de morte abolida
Fim do exército regular e do serviço militar obrigatório
A Comuna de Paris tirou a burguesia do poder, e foi esse motivo que ocasionou a
queda da Comuna. A burguesia organizaram uma reação contra os revolucionários
apoiados por forte aparato policial e militar. Os líderes e integrantes da Comuna foram
mortos ou presos e a burguesia voltou ao poder em 28 de maio de 1871.
Socialismo Real
Pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior
população da Europa. Eram 175 milhões de habitantes, e passava por um grande
problema: a extrema pobreza do povo em geral. Porém os Czares e a Nobreza levavam a
vida com privilégios.
Enquanto isso, as ideologias liberais e marxistas penetravam no Império Russo,
despertando a consciência política de que era necessária uma revolução.
Durante o Império de Nicolau II, o desenvolvimento capitalista russo foi ativado
por medidas como o início da exportação de petróleo, implantação de estradas de ferro e
das indústrias siderúrgicas.
Esse impulso à industrialização gerou uma ampliação na classe operaria em
cidades como Moscou e Petrogardo. A classe operaria enfrentava a exploração, recebia
salários miseráveis e jornadas de trabalhos desumanas. Isso abriu espaço para as ideias
marxistas florescerem na Rússia.
Originou-se o Partido Operário Social-Democrata, inspirado nas ideologias
marxistas. Os seus principais líderes eram: Plekhanov, Lenin e Trotsky.
Em 1903 houve uma divisão do partido entre dois grupos:
Mencheviques – liderados por Plekhanov, defendiam que era necessário o
capitalismo se desenvolver para conseguirem iniciar a Revolução e que poderiam
conquistar o poder participando das atividades políticas.
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Bolcheviques – liderados por Lenin, defendiam que os trabalhadores só
chegariam ao poder pela luta revolucionaria. Queriam uma ditadura do proletariado.
Trotsky, depois de um breve período com os mencheviques, aderiu ao bolcheviques.
Somente em 1917, o Partido Bolchevique conseguiu uma parte no poder,
período conhecido como Revolução Russa. Com as grandes crises que ocorriam na
Rússia devido à participação na Primeira Guerra Mundial, várias revoltadas populares
aconteceram.
Os liberalistas se juntaram ao socialistas e conseguiram depor o czar Nicolau II,
dando início a Revolução Russa. Existem três fases nessa revolução: Revolução branca,
Revolução vermelha e guerra civil.
Durante a revolução branca, o governo possuía caráter liberal burguês. Lenin,
que estava na Suíça, voltou imediatamente à Rússia, ainda em 1917, pregando a
formação de uma república dos sovietes (trabalhadores, estados que governam a si
mesmos). Seu lema era: Todo poder aos sovietes.
O chefe de governo na revolução branca optou por manter a Rússia na Primeira
Guerra Mundial, o que era muito criticado pelos socialistas.
A revolução vermelha ocorreu em novembro de 1917. No dia 7 de novembro,
os bolcheviques cercaram Petrogardo, onde estavam sediados os membros do governo
provisório. Os sovietes deram o poder ao Conselho dos Comissários do Povo, liderado
por Lenin.
Assim ocorreu a guerra civil, o Exército Branco, apoiado pela Inglaterra, França
e Japão, contra o Exército Vermelho liderado por Trotsky. O Exército Vermelho vence
a guerra e o Partido Bolchevique torna-se o Partido Comunista, consolidando sua
posição no governo.
Em 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, sendo criado a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o Partido Comunista controlava
a URSS. A União Soviética nesse época era constituída por: Rússia, Ucrânia, Rússia
Branca, Uzbequistão, Turquestão e Tadjiquestão.
Lenin morreu em 1924, e a disputa pelo poder soviético ficou entre Trotsky e
Stalin, secretário geral do partido.
Stalin venceu com sua tese de que a construção do socialismo só poderia ser em
um país, que esforços para espalhar o socialismo comprometeriam a URSS. Por ordem
de Stalin, Trotsky foi morto no México com golpes de picareta na cabeça.
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A partir de dezembro de 1929, Stalin se transformou no ditador absoluto da
União Soviética. Exterminou os principais órgãos nas chamadas depurações
stalinistas, onde prendia e torturava os opositores e obrigavam eles a assumires crimes
não cometidos, assim executava eles como traidores da pátria.
China Comunista
Em 1949, uma grande ofensiva comunista ocorria na China contra o Partido
Nacional Chinês, que tinha rompido com o Partido Comunista Chinês que tinha como
líder Mao Tse-tung. Os comunistas venceram em 1949 e estabeleceram laços com a
União Soviética.
Marxismo e Stalinismo
A União Soviética passou por três eras: Era Stalin, Era Khrushchov e Era Brejnev.
Constituída por: Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Uzbequistão, Cazaquistão, Geórgia,
Azerbaijão, Lituânia, Moldávia, Letônia, Quirguistão, Tajiquistão, Armênia,
Turcomenistão e Estônia.
Após a morte de Stalin em 1953, Nikita Kruchev tomou conta do governo e
condenou a ditadura stalinista abrindo espaço para a liberalização política. Ele defendeu
uma necessidade de coexistência pacifica entre países socialistas e capitalistas. O anti-
socialismo de Kruchev provocou um desentendimento com a China comunista.
A China comunista começou a disputar com a União Soviética a liderança do
movimento socialista mundial.
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As medidas tomadas por Kruchev não foram o suficiente para romper o
comunista autoritário na União Soviética. Que até em 1985, o dirigente Brejnev
manteve o país submetido ao controle da ditadura da elite comunista. Nesse período
ocorreu uma grande estagnação econômica e enormes dificuldades estavam aparecendo:
Aumento de desemprego, falta de alimentos, declínio da produção industrial
crescimento da corrupção, etc.
Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu a União Soviética e promoveu amplas
reformas direcionadas à liberação política (glasnost) e reconstrução econômica
(perestroika).
Foi criado a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que era
constituído por várias republicas como a Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, etc. A criação da
CEI esvaziou e cancelou todos poderes a União Soviética, assim ocorreu a queda do
poderosos império soviético de 69 anos.
E por consequência da política de Gorbatchev, surgiu na Polônia o movimento
Solidariedade que reuniu forças e transformou-se em um partido político que venceu
democraticamente em 1989. Depois da Polônia, as reformas democráticas de
Gorbatchev tomaram conta dos países que pertenciam à URSS. Nesses países os
regimes comunistas foram caindo um a um.
Socialismo no Brasil
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Socialismo: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL),
Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados
(PSTU).
Atualmente, século XXI, ainda existem países que possuem o socialismo como forma
de Governo. Estes são:
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Bibliografia:
Nicola, Ubaldo - Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. Editora: Globo.
Pedro Santiago – Por dentro da história 2. 3ª edição. São Paulo. Editora Escala Nacional.
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