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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS


CURSO DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO ACADÊMICO:
INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE QUÍMICA E APLICAÇÕES
DE REAÇÕES ELETROQUÍMICAS NA ENGENHARIA

MACAPÁ – AP

2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL

ACADÊMICOS:
BRUNO DE SOUZA DANTAS
DARLAN BORGES QUEIROZ
DEBORAH BARCESSAT NEVES
ELINALDO DO NASCIMENTO MORAES
VLADIMIR ARAUJO FONTINELE

TRABALHO ACADÊMICO:
INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE QUÍMICA E APLICAÇÕES DE REAÇÕES
ELETROQUÍMICAS NA ENGENHARIA

Trabalho acadêmico apresentado ao professor da


disciplina de Química para Engenheiros como
requisito para obtenção da 2° nota parcial do
semestre.

Professor: Esp. Claudio Pinheiro da Silva Junior

MACAPÁ – AP
2018
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 PLACA SÍMBOLO DE INFLAMÁVEL ............................................................................................. 9


FIGURA 2 PLACA SÍMBOLO DE RADIOATIVIDADE ..................................................................................... 9
FIGURA 3 PLACA SÍMBOLO DE LIQUIDO CORROSIVO.............................................................................10
FIGURA 4 PLACA SÍMBOLO DE POSSIBILIDADE DE CHOQUE ELÉTRICO ...........................................10
FIGURA 5 PLACA SÍMBOLO DE RISCO BIOLÓGICO...................................................................................10
FIGURA 6 PLACA SÍMBOLO DE RISCO DE EXPLOSÃO .............................................................................11
FIGURA 7 PLACA SÍMBOLO DE SUBSTÂNCIA VENENOSA ......................................................................11
FIGURA 8 PLACA SÍMBOLO DE USO OBRIGATÓRIO DE LUVAS ............................................................11
FIGURA 9 PLACA SÍMBOLO DE LAVE AS MÃOS ........................................................................................12
FIGURA 10 SÍMBOLO DO KIT DE PRIMEIROS SOCORROS........................................................................12
FIGURA 11 DESSECADOR.................................................................................................................................13
FIGURA 12 BALÃO DE FUNDO REDONDO ...................................................................................................13
FIGURA 13 BALÃO DE FUNDO CHATO .........................................................................................................14
FIGURA 14 BALÃO VOLUMÉTRICO ...............................................................................................................14
FIGURA 15 BALÃO DE DESTILAÇÃO.............................................................................................................14
FIGURA 16 CONDENSADOR.............................................................................................................................15
FIGURA 17 COPO DE BECKER .........................................................................................................................15
FIGURA 18 FUNIS ...............................................................................................................................................16
FIGURA 19 KITASSATO.....................................................................................................................................16
FIGURA 20 ERLENMEYER ................................................................................................................................16
FIGURA 21 BURETA ...........................................................................................................................................17
FIGURA 22 CRISTALIZADOR ...........................................................................................................................17
FIGURA 23 PIPETA GRADUADA, PIPETA VOLUMÉTRICA E PIPETADOR OU PÊRA DE SUCÇÃO ....17
FIGURA 24 PROVETA OU CILINDRO GRADUADO......................................................................................18
FIGURA 25 ALMOFARIZ COM PISTILO .........................................................................................................18
FIGURA 26 CADINHO DE PORCELANA .........................................................................................................18
FIGURA 27 CÁPSULA DE PORCELANA E VIDRO DE RELÓGIO ...............................................................19
FIGURA 28 TUBO DE ENSAIO ..........................................................................................................................19
FIGURA 29 BASTÃO DE VIDRO .......................................................................................................................19
FIGURA 30 BICO DE BUNSEN ..........................................................................................................................20
FIGURA 31 DEMOSTRAÇÃO DE CHAMA ......................................................................................................20
FIGURA 32 GARRA, MUFA, PINÇA DE MADEIRA, ANEL OU ARGOLA, SUPORTE UNIVERSAL E
PINÇA METÁLICA (TENAZ) .....................................................................................................................21
FIGURA 33 TRIÂNGULO DE PORCELANA, PISSETA OU FRASCO LAVADOR, TELA DE AMIANTO,
MANTA AQUECEDORA, TRIPÉ, ESPÁTULAS E COLHERES ..............................................................22
FIGURA 34 ESTUFA, AUTOCLAVE E DESTILADOR ....................................................................................22
FIGURA 35 BALANÇA ANALÍTICA, CENTRIFUGA E CAPELA .................................................................23
FIGURA 36 BANHO MARIA, MUFLA E AGITADOR MAGNÉTICO COM AQUECEDOR ........................23
FIGURA 37 ACERTO DO MENISCO: A – SOLUÇÃO INCOLORES; B – SOLUÇÕES CORADAS ............25
FIGURA 38 A – POSIÇÃO CORRETA PARA ACERTO DO MENISCO; B E C – POSIÇÃO ERRADA
PARA ACERTO DO MENISCO ..................................................................................................................26
FIGURA 39 MODELO DE ELETROQUÍMICA. ................................................................................................29
FIGURA 40 DEMONSTRAÇÃO OXIDAÇÃO E REDUÇÃO ...........................................................................30
FIGURA 41 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CORROSÃO ELETROQUÍMICA E QUÍMICA. ..............32
FIGURA 42 EXEMPLO DE PILHAS GALVÂNICAS DE CORROSÃO ELETROQUÍMICAS ......................33
FIGURA 43 TABELA DE POTENCIAL DE OXIDAÇÃO .................................................................................34
FIGURA 44 TIPOS DE CORROSÃO...................................................................................................................38
FIGURA 45 OXIDAÇÃO .....................................................................................................................................40
FIGURA 46 OXIDAÇÃO EM BARRAS DE AÇO..............................................................................................40
FIGURA 47 ESPAÇADORES ..............................................................................................................................41
FIGURA 48 FERRAGEM EXPOSTA ..................................................................................................................41
FIGURA 49 MECANISMO DE CORROSÃO .....................................................................................................42
FIGURA 50 ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO QUE SOFREU COM A CORROSÃO
PROVOCADA PELA MARESIA. ................................................................................................................42
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5

2. NORMAS DE SEGURANÇA E INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE QUÍMICA ...... 7

3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO .............................................................. 13

3.1. VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO .................................................. 13

3.2. MEDIDAS EM LABORATÓRIO ......................................................................................... 24

4. ELETROQUÍMICA .................................................................................................................... 29

4.1. OXIDAÇÃO E REDUÇÃO .................................................................................................. 30

5. CORROSSÃO ELETROQUIMICA .......................................................................................... 32

6. APLICAÇÃO DA CORROSÃO NA ENGENHARIA CIVIL................................................. 40

7. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 45
5

1. INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos o homem especializou-se em modificar o que a natureza lhe


dispunha para que assim obtivesse itens que lhe proporcionassem, por exemplo, um maior
conforto em suas moradias, ou um medicamento que lhe tornasse a vida mais longeva, ou
simplesmente para se obter roupas com um cheiro mais agradável devido a criação de um
sabão. Mas é importante dizermos que desde um item mais simples do dia-a-dia ao mais
complexo, certamente todos passaram por experimentos dentro de um laboratório até que se
atingisse um resultado ideal.

Um laboratório (neste trabalho trataremos especificamente do de química) é um local,


como já citado no parágrafo anterior, para a realização de experimentos, experimentos que
proporcionarão a ocorrência de reações químicas.

Para espaços com essa finalidade não existe um modelo padrão que deve ser aplicado
na construção e montagem desses ambientes, mas sim definir qual as necessidades de cada um
levando em consideração sua aplicação e quais experimentos se pretende realizar.

Mesmo que não se tenha um modelo único, existem características muito específicas
dos materiais de revestimento do piso e das paredes, das instalações de água e esgoto, ou das
esquadrias, por exemplo, cuja escolha deve levar em consideração a finalidade do laboratório,
pois um ácido pode fazer parte dos materiais descartados, o que certamente exige uma rede
canalizadora e um local de descarte apropriado para tal, além da adoção de normas de
segurança e de conduta que são indispensáveis para que os profissionais que trabalham nesses
espaços possam desenvolver suas atividades da melhor maneira possível.

A seguir veremos a importância de usar de forma correta o laboratório de química, as


medidas de segurança que devem ser tomadas antes durante e depois de usá-lo e também a
importância da utilização dos EPIS. Os instrumentos utilizados no trabalho de laboratório são
feitos dos mais diversos materiais (vidro, cerâmica, metal, entre outros), por isso, além de
conhecer suas finalidades, modo de limpeza e armazenamento correto, é preciso considerar
suas limitações físicas e químicas para extrair deles o melhor resultado na hora do seu
manuseio.
6

Veremos também os aspectos da eletroquímica (oxidação e redução) e a sua


importância no dia a dia tendo como exemplo a pilha muito usada em controles de aparelhos
eletrônicos e em lanternas. E por fim veremos os assuntos relacionados a corrosão dos metais
e sua aplicação na área da construção civil (patologia da construção civil) que é um assunto
diretamente relacionado ao tema pois existe uma preocupação recorrente nessa área devido ao
uso de estruturas metálicas na maioria das construções que recebem um cuidado especial na
hora de sua confecção.
7

2. NORMAS DE SEGURANÇA E INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE


QUÍMICA

Quando não são tomadas medidas de segurança, o laboratório de química pode ser um
ambiente extremamente perigoso à saúde humana. Por isso, é imprescindível que indivíduos
que atuem em laboratórios assumam uma postura para além de cuidadosa. Tal cuidado visa
não apenas à prevenção de acidentes, como também a economia de materiais como reagentes
e equipamentos.

Em 1987, na cidade de Goiânia, catadores de lixo encontraram um aparelho de


radioterapia abandonado, desmontaram-no e expuseram ao ambiente cloreto de césio-137.
Encantados com o brilho da substância, resolveram exibir o achado a toda a vizinhança.
Assim teve início o maior acidente radioativo do Brasil. Esse desastre é um ótimo exemplo
para ilustrar a gravidade que a falta de informação e a curiosidade humana representam
quando da manipulação de produtos e equipamentos químicos.

Infelizmente a ocorrência de acidentes em laboratórios não é algo tão raro. A boa


notícia é que, a fim de minimizar os riscos de ocorrências inesperadas, adotou-se uma série de
procedimentos e normas a serem seguidas, religiosamente, em âmbito laboratorial.

Antes de tudo, é necessário ter em mente que o trabalho em laboratório exige


concentração. Portanto, conversas paralelas e aparelhos que podem causar distração – como
smartphones – devem ser evitados. Além disso, deve-se sempre agir com cautela em situações
de emergência.

Listamos, abaixo, alguns dos procedimentos imprescindíveis à segurança do trabalho


em laboratório:
➢ Não fumar nas dependências do laboratório.
➢ Não pipetar nenhum tipo de produto tóxico com a boca (deve-se usar pipetas
automáticas ou peras de aspiração).
➢ Não fazer uso de bebidas alcoólicas durante o serviço.
➢ Trabalhar sempre com o avental fechado.
➢ Usar calçados fechados, de couro ou similar, nunca chinelos.
➢ Não usar roupas de tecido sintético ou outro material facilmente inflamável.
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➢ Sempre usar óculos de segurança nos laboratórios onde seu uso é obrigatório.
Usá-los quando se for executar uma operação que represente riscos.
➢ Não colocar materiais de laboratório em roupas ou gavetas de uso pessoal.
➢ Não levar as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manipulando produtos
químicos.
➢ Lavar cuidadosamente as mãos com bastante água e sabão antes de cada lanche
ou refeição.
➢ Não colocar alimentos nas bancadas, armários e geladeiras dos laboratórios.
➢ Não utilizar vidraria de laboratório como utensílios domésticos.
➢ Não se alimentar nas salas de laboratório (para isso, existem salas especiais.
➢ Não usar lentes de contato, pois elas podem ser danificadas por produtos
químicos causando graves lesões.
➢ Não se expor às radiações ultravioleta, infravermelho ou luminosidade intensa
sem proteção adequada (óculos com lentes filtrantes).
➢ Fechar todas as gavetas e portas antes de sair.
➢ Certas dosagens bioquímicas se alteram em presença de luz de iodo, neste caso
só acender a luz na hora de fazer a leitura.
➢ Os materiais após seu uso e suspeitos não devem ser colocados na pia, sem antes
um tratamento químico.
➢ Manter as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho.
➢ Ao esvaziar um frasco de reagente, deve-se limpá-los com água antes de colocá-
lo para lavagem.
➢ Rotular imediatamente todo e qualquer preparado, reagente ou solução e
amostras coletadas.
➢ Retirar da bancada os materiais, amostras e reagentes empregados no trabalho
logo após terminá-lo.
➢ Jogue papéis e materiais usados no lixo somente quando não apresentarem
riscos.
➢ Usar pinças de tamanho adequado em perfeito estado de conservação.
➢ Limpar imediatamente todo e qualquer derramamento de produtos e reagentes.

Por fim, vale ressaltar que 100% de segurança é utopia. Portanto, seguir todas às
regras supracitadas não garante a completa prevenção de acidentes. Ademais, o rol de normas
citadas acima não exaure todo conteúdo acerca do tema, podendo haver a criação de outras
9

normas e procedimentos de segurança. Sendo assim, é função daqueles que exercem serviços
laboratoriais estar, sempre, em busca de conhecimento e informação.

Também é muito importante no laboratório de química por ser um ambiente


extremamente perigoso, a interpretação correta das placas indicativas de segurança para
minimizar os riscos sofridos pelas pessoas que frequentam este espaço, algumas delas são:

Figura 1 Placa Símbolo de Inflamável

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Inflamável: Este é o símbolo indicativo de produto inflamável, quando visualizá-lo em


um frasco de reagente, tome cuidado para não expor o produto perto de chamas ou de lugares
quentes (abafados).

Figura 2 Placa Símbolo de Radioatividade

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Símbolo da radioatividade: identifica os produtos químicos radioativos, estes são


perigosos em contato com a pele, para manuseá-los é preciso um intenso cuidado (luvas e
macacão de segurança).
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Figura 3 Placa Símbolo de Liquido Corrosivo

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Líquido corrosivo: símbolo presente em frascos de ácidos fortes (como ácido


sulfúrico, ácido clorídrico, etc.). Tome cuidado para que o ácido não respingue em você, o
contato com a pele causar serias queimaduras.

Figura 4 Placa Símbolo de Possibilidade de choque elétrico

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Possibilidade de choque elétrico: o local marcado com este aviso é perigoso por conter
eletricidade exposta, se não tomar cuidado o choque elétrico pode ser inevitável.

Figura 5 Placa Símbolo de Risco biológico

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Risco biológico: Este símbolo representa o cuidado com a natureza, indica que o
produto em questão é prejudicial ao meio ambiente. A partir da conscientização, cabe a nós a
tarefa de respeitar ou não a fauna e a flora. O correto é não descartar produtos que contenham
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este símbolo no ralo da pia, reserve um frasco coletor específico para os dejetos e entregue
aos responsáveis pelo descarte.

Figura 6 Placa Símbolo de Risco de explosão

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Risco de explosão: representa o risco de o material se projetar (causar explosão).


Indica um cuidado minucioso no transporte e manuseio.

Figura 7 Placa Símbolo de Substância venenosa

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Substância venenosa: símbolo de alerta para o não contato com a pele. Indica também
que o produto pode causar a morte se for inalado ou ingerido.

Figura 8 Placa Símbolo de Uso obrigatório de luvas

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm
12

Uso obrigatório de luvas: Quando for trabalhar com produtos corrosivos, como ácidos,
por exemplo, o uso de luvas passa a ser obrigatório. Esse equipamento de segurança ainda
protege suas mãos do contato com objetos quentes e vidros quebrados.

Figura 9 Placa Símbolo de Lave as mãos

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Lave as mãos: Este símbolo traduz a necessidade de lavagem das mãos durante o
experimento. Não toque nos olhos, boca e nariz enquanto estiver manuseando produtos
químicos.

Mas se todas as precauções não foram suficientes para evitar um acidente (queimadura
por ácido ou fogo), procure rapidamente pelo símbolo abaixo:

Figura 10 Símbolo do kit de primeiros socorros

Fonte: Símbolos de segurança em laboratório; Brasil Escola


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/seguranca-laboratorio.htm

Este é o símbolo do kit de primeiros socorros, todos os laboratórios precisam estar


equipados com ele, além de medicamentos, contém manta apaga-fogo (para caso de
incêndios) e produto lava-olhos (para respingos de ácidos nos olhos).

Além destes, laboratórios também devem conter como todo ambiente seguro,
extintores de incêndio em condições de uso suficientes para eventuais acidentes.
13

3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO

No laboratório de química, vários são os equipamentos e vidrarias utilizadas no preparo de


soluções, cada um com suas funções e finalidades específicas, abaixo estão relacionados os
principais equipamentos utilizados.

3.1. VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO

Dessecador: Recipiente fechado que contém um agente de secagem denominado


dessecante, apresenta tampa engraxada com silicone com objetivo de fechar de forma
hermética, utilizado para guardar substâncias que são higroscópicas em ambientes com baixo
teor de umidade e também quando se deseja esfriar ou preservar algum material ou reagente
sem absorção de umidade.

Figura 11 Dessecador

Fonte: http://www.laborquimi.com.br/dessecador-vidro

Balão de fundo redondo: Recipiente de vidro utilizado em sistemas para aquecimento


sob refluxo e evaporação a vácuo e em reações com desprendimentos gasosos, possui o
mesmo emprego do que o balão de fundo chato.

Figura 12 Balão de fundo redondo

Fonte: http://www.rbrvidros.com.br
14

Balão de fundo chato: Este recipiente é utilizado para conter líquidos ou soluções,
pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto na realização de reações com
desprendimentos gasosos.

Figura 13 Balão de fundo chato

Fonte: http://www.lojalaborglas.com.br/

Balão volumétrico: trata-se de um recipiente de volume com alta precisão, utilizado


no preparo de soluções com concentrações definidas, possui um traço de aferição no gargalo.
A capacidade dos balões varia de 500 ml a 2L.

Figura 14 Balão volumétrico

Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/vidrarias-laboratorio.html

Balão de destilação: Recipiente utilizado para realizar destilação simples, apresenta


uma saída lateral por onde passa o vapor destilado, conecta-se ao condensador. Na parte
superior coloca-se uma rolha furada com termômetro.

Figura 15 Balão de destilação

Fonte: http://www.prolab.com.br/vidrarias-para-laboratorio/balao-de-destilacao/
15

Condensador: empregado no processo de destilação em conjunto com balão de


destilação, tem como finalidade condensar os vapores do liquido, sendo refrigerado a água.

Figura 16 Condensador

Fonte: https://pt.aliexpress.com/item/200mm-24-29-Glass-Graham-Condenser

Copo de Becker: Recipiente de uso geral em laboratório, utilizado para realizar


reações entre soluções, dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer
líquidos com apoio do tripé com a tela de amianto.

Figura 17 Copo de Becker

Fonte: http://www.softlaboratorio.com.br/copo-becker

Funis: Funil de separação, funil de bromo ou funil de decantação (a) Recipiente com
formato de pêra, que possui uma torneira, utilizado para separar líquidos imiscíveis. No
processo de separação, deixa-se decantar a mistura, em seguida abre-se a torneira, deixando
escoar a fase mais densa. Funil de adição (b) utilizado em reações orgânicas, principalmente
na presença do balão de três bocas quando se deseja adicionar aos poucos um determinado
reagente. Também é utilizado em reações de obtenção do gás carbônico, juntamente com um
balão de fundo redondo. Funil de Büchner (c) utilizado em conjunto com o kitassato e é a
trompa d’água para filtração a vácuo. Funil de vidro sinterizado (d) usados em conjunto com
o kitassato e a trompa d’água para filtração a vácuo, difere do Funil de Büchner pelo fato de
sua estrutura filtrante apresentar poros muitos pequenos, retendo partículas de baixa
granulometria. Funil para líquidos (e) usado na filtração comum para retenção de partículas
sólidas, através de filtro que pode ser de papel, lã de vidro ou algodão vegetal dependendo do
material a ser filtrado. Funil para sólidos (f) utilizado na transferência de reagentes sólidos.
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Figura 18 Funis

Fonte: http://www.prolab.com.br/produtos/vidrarias-para-laboratorio/funis

Kitassato: É utilizado em conjunto com o funil de Büchner em filtração a vácuo,


constituído de vidro espesso e um orifício lateral. Uma de suas utilizações é verificar a
presença de umidade em gases.

Figura 19 Kitassato

Fonte: http://www.prolab.com.br/vidrarias-para-laboratorio/frascos/kitassato

Erlenmeyer: Vidraria utilizada em titulações, aquecimento de líquidos e para


dissolver substâncias e realização de reações entre soluções, permite a agitação manual,
devido ao seu afunilamento, sem que haja risco de perda do material agitado, sendo esse seu
diferencial em relação ao copo de Becker.

Figura 20 Erlenmeyer

Fonte: www.coleparmer.com/i/kimax-26500-125-erlenmeyer
17

Bureta: Utilizado no escoamento de volumes variáveis de líquidos, não pode ser


aquecido, e constituído de tubo de vidro uniformemente calibrado graduado em decimo de
milímetros. É constituído de um dispositivo, uma torneira que possibilita o fácil controle de
escoamento, empregado especificamente nas titulações.

Figura 21 Bureta

Fonte: https://pt.raig.com/tienda/material-sanitario/material-de-laboratorio/buretas/buretas-de-plastico/bureta-de-
plastico-pmma-25-y-50ml

Cristalizador: constituído de vidro, com grande superfície, proporcionando a


evaporação do solvente com maior rapidez.

Figura 22 Cristalizador

Fonte: https://es.aliexpress.com/item/2pcs-150mm-High-Quality-Boro-3-3-Glass-Crystallizing-Dish-Lab-
Glassware

Pipeta graduada, pipeta volumétrica e pipetador ou Pêra de sucção: A primeira


(a) é utilizada para medir e transferir pequenos volumes de liquido ou soluções, sem muita
precisão. Por outro lado, a pipeta volumétrica (b) é utilizada para medir e transferir volume de
líquidos com grande precisão de medida. O pipetador (c) é utilizado para auxiliar nos
procedimentos de pipetagem.

Figura 23 Pipeta graduada, pipeta volumétrica e pipetador ou Pêra de sucção

Fonte: https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/vidrarias-laboratorio.htm
18

Proveta ou cilindro graduado: Recipiente de vidro ou plástico, utilizado para medir


e transferir volumes de líquidos, não deve ser aquecido.

Figura 24 Proveta ou cilindro graduado

Fonte: http://www.restaurarconservar.com/Proveta-Graduada

Almofariz com pistilo: Utilizado para triturar sólidos, pulverizar e homogeneizar


mistura de sólidos.

Figura 25 Almofariz com pistilo

Fonte: http://www.restaurarconservar.com/Proveta-Graduada

Cadinho de porcelana: Recipiente feito de porcelana, podendo ou não ser provido de


tampa, resiste a elevadas temperaturas, sendo muito utilizado para calcinações (aquecimento a
seco muito intenso) de substâncias. Pode ser aquecido diretamente nas chamas do bico de
Bunsen, apoiado sobre o triângulo de porcelana ou tela de amianto.

Figura 26 Cadinho de porcelana

Fonte: www.didaticasp.com.br/cadinho-de-porcelana-tipo-gooch-forma-alta

Cápsula de porcelana e vidro de relógio: A cápsula de porcelana (a) é empregada na


evaporação de líquidos em soluções e na secagem de substâncias. O vidro de relógio (b) é
usado para pesar pequenas quantidades de substâncias, para evaporar pequenas quantidades
de soluções e para cobrir béqueres ou outros recipientes.
19

Figura 27 Cápsula de porcelana e vidro de relógio

Fonte: www.pinterest.pt/pin/

Tubo de ensaio: Utilizado na realização de reações em pequena escala,


principalmente em testes de reações em geral, o mesmo pode ser aquecido com movimentos
circulares com a utilização do bico de Bunsen.

Figura 28 Tubo de ensaio

Fonte: www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/tubos-de-ensaio/

Bastão de vidro: É um bastão maciço de vidro utilizado para agitar e facilitar as


dissoluções mantendo as massas liquidas em constante movimento, também auxilia na
filtração e na transferência de líquidos.

Figura 29 Bastão de vidro

Fonte: https://hkquartz.en.made-in-china.com/product/CqAnPMvlhNYQ/China-Transparent-Capillary-Quartz-
Glass-Tube-HKQT-278-.html

Bico de Bunsen: É a fonte de aquecimentos mais empregado em laboratório,


constituído de uma base, um tubo cilíndrico, um anel móvel e uma válvula, a chama deve ser
a de coloração azul (oxidante) pois não deixa resíduos nos materiais. Para a correta utilização
do bico de Bunsen, há a necessidade de se conhecer o princípio de funcionamento, bem como
os tipos de chamas produzidas.
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Figura 30 Bico de Bunsen

Fonte: www.didaticasp.com.br/mangueira-para-gas-123-metros-bico-de-bunsen

A chama é um estado plástico da matéria, apresentando um estado indefinido e


instável da matéria. Sabe-se que ao fornecermos energia calorífera a um elétron, este salta de
sua orbita (estado fundamental), para uma orbita mais externa devido a excitação do mesmo,
ao retornar para sua orbita de origem, emite energia na forma de luz, representando as cores
características de cada chama.

Existe basicamente dois tipos de chamas: a chama oxidante, que apresenta a cor
azulada, é mais quente e a chama redutora de cor amarela e manos quente que a oxidante.
Nesse sentido, uma chama normal apresenta várias zonas quais sejam:
➢ Zona oxidante: pode alcançar temperaturas de até 1.540 °C
➢ Zona redutora: Pode alcançar temperaturas de até 530 °C
➢ Zona externa: Apresenta uma coloração azul violeta, quase invisível, onde os
gases estão expostos ao ar secundário e sofrem combustão completa correspondendo a uma
zona oxidante.
➢ Zona interna: limitada por uma casca azulada, contendo os gases que ainda não
sofreram combustão formando uma mistura carburante.
➢ Zona intermediária: De coloração amarelada, caracterizado por combustão
incompleta, pela falta de oxigênio, a chama apresenta pequenas partículas de carbono, que
incandescentes, dão luminosidade à chama, sendo esta zona redutora.

Figura 31 Demostração de chama

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABH2oAB/aula-pratica-2-teste-chama e
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgNRQAH/bico-bunsen-combustao
21

Convém ressaltar que as combustões podem se dar de forma, completa ou incompleta.


No primeiro caso se houver oxigênio suficiente para consumir o combustível, a reação será
completa e produzirá como produto, gás carbônico (𝐶𝑂2 ) e água (𝐻2 𝑂). Por outro lado, a
combustão será parcial ou incompleta, gerando monóxido de carbono (𝑐𝑜) e água ou carbono
(𝑐) e água.

Garra, mufa, pinça de madeira, anel ou argola, suporte universal e pinça


metálica (Tenaz): A garra (a) utilizada na montagem e sustentação dos aparelhos de
laboratórios. Mufa (b) tem a mesma função da garra. Pinça de madeira (c) usado como
suporte para prender o tubo de ensaio durante o aquecimento. Anel ou argola (d) usado como
o suporte do funil na filtração. Suporte universal (e) tem por finalidade sustentar todos os
tipos de materiais de laboratório, compostos por uma placa de ferro, e uma barra de ferro onde
se colocam garras, prendedores e argolas para segurar os equipamentos. Pinça metálica (f)
usado para manipular objetos aquecidos.

Figura 32 Garra, mufa, pinça de madeira, anel ou argola, suporte universal e pinça metálica (Tenaz)

Fonte: www.didaticasp.com.br/garra-universal-para-condensador-com-mufa-giratoria-4-dedos-60mm

Triângulo de porcelana, pisseta ou frasco lavador, tela de amianto, manta


aquecedora, tripé, espátulas e colheres: Triângulo de porcelana (a) serve de suporte para
cadinhos quando aquecido diretamente na chama de gás. Pisseta ou frasco lavador (b)
recipiente usado para lavagem de materiais através de jato de água, álcool ou outros solventes.
Tela de amianto (c) suporte para aquecimento a função do amianto é distribuir uniformemente
o calor recebido pelo bico de Bunsen, sendo que atualmente sua venda está sendo proibida,
pelo fato do Amianto ser cancerígeno. Manta aquecedora (d) fornece uma fonte de calor,
utilizado em conjunto com o balão de fundo redondo. Tripé (e) serve de apoio para a tela de
amianto e para equipamentos que são colocados sobre ela. Espátulas e colheres (f) esses dois
instrumentos são utilizados para transferência de substâncias solidas principalmente em
pesagem, pode ser fabricado em aço inoxidável, porcelana ou plástico.
22

Figura 33 Triângulo de porcelana, pisseta ou frasco lavador, tela de amianto, manta aquecedora, tripé, espátulas
e colheres

Fonte: http://dequimica.com/web/instrumentos-de-laboratorio/triangulo-de-porcelana/

Estufa, autoclave e destilador: A estufa (a) é um aparelho elétrico utilizado para


dessecação ou secagem de substâncias solidas e evaporação lenta de líquidos. Autoclave (b)
aparelho utilizado para esterilização de materiais, consiste em mante o material contaminado
em contato com um vapor de água em temperatura elevada por um período de tempo
suficiente para eliminar todos os microrganismos, é formado por um cilindro metálico
resistente, vertical ou horizontal, onde fica a resistência que aquecerá a água. Destilador (c)
equipamento utilizado na destilação de água com aplicação mais rigorosa na área da
bioquímica e química analítica.

Figura 34 Estufa, autoclave e destilador

Fonte: http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/maquinas-e-equipamentos/abh-
equipamentos/produtos/maquinas-ferramenta/autoclave-para-laboratorio-preco

Balança analítica, centrifuga e capela: Balança analítica (a) utilizada para medida de
massa de sólidos e líquidos não voláteis com grande precisão de 4 à 5 casas decimais após a
virgula. Centrifuga (b) é um aparelho utilizado para acelerar o processo de decantação devido
a um elevado movimento de rotação, as partículas mais densas, por inercia, são projetadas
23

para o fundo do tubo. Capela (c) trata-se de um local fechado onde se realizam reações com
desprendimento de gases tóxicos.

Figura 35 Balança analítica, centrifuga e capela

Fonte: http://www.comacoinstruments.com/en/analytical-balances/8-analytic-balance-m124a-120g-00001g.html

Banho Maria, Mufla e Agitador magnético com aquecedor: Banho Maria (a)
equipamento que permite aquecer substâncias de forma indireta que não podem ser expostas
diretamente ao fogo. Mufla (b) é um tipo de forno elétrico para latas temperaturas usados em
laboratórios de química, consiste em uma câmera metaliza com revestimento interno feito
com material refractário e equipada com resistências capazes de elevar a temperatura interior
a valores acima de 1000 °C , utilizado em processos de calcinações em que uma substância é
elevada a altas temperaturas, sem contudo atingir seu ponto de fusão, com objetivo de
conseguir sua decomposição química e eliminação dos produtos voláteis. Agitador magnético
(c) utilizado no preparo de soluções em reações químicas quando se faz necessário uma
agitação constante.

Figura 36 Banho Maria, Mufla e Agitador magnético com aquecedor

Fonte: https://portuguese.alibaba.com/product-detail/bionics-muffle-furnace-112165694.html
24

3.2. MEDIDAS EM LABORATÓRIO

Os instrumentos de medição são de fundamentais importância para aferição correta em


laboratórios, nesse sentido, a qualidade dos resultados das análises é dependente da exatidão
com que são medidos os volumes das amostras ensaiadas ou dos reagentes adicionados.

A calibração e o uso adequado dos instrumentos de medição tem influência direta nos
resultado final de um ensaio. Nesse sentido é primordial avaliar e reduzir, onde for possível,
os erros sistemáticos e aleatórios que possam ter influência direta no bom desempenho do
laboratório.

Utilização de balanças eletrônicas: Algumas medidas devem ser adotadas para


correta instalação e utilização das balanças analíticas, para que se consiga resultados mais
precisos em relação a aferição de massa em laboratório, entre elas podemos citar:
➢ Deve ser instalada em banca firme, de preferência construída sobre
amortecedores, com objetivo de minimizar as vibrações;
➢ Devem ser protegidas de variações bruscas de temperatura, estar localizada
longe de janelas e portas, para se evitar corrente de ar indesejáveis;
➢ Não deve ser instalada em laboratórios sujeitos à presença de gases corrosivos.

Para correta utilização das balanças analíticas as seguintes medidas devem ser
adotadas:

➢ A balança assim como o objeto a ser pesado, devem estar, aproximadamente a


mesma temperatura;
➢ Antes de efetuar uma pesagem, deve-se analisar se a balança está nivelada e
zerada;
➢ O objeto a ser colocado no prato da balança deve estar limpo e seco por fora.
Em alguns casos pode e deve-se utilizar uma folha de papel de filtro para apoiar o objeto a ser
pesado, nesse caso, deve-se ter o cuidado de pesar a folha de papel filtro separadamente ou
zerar (tarar) a balança com o mesmo;
➢ A balança deve ser calibrada periodicamente com a utilização de pesos padrão
de boa procedência.
25

Utilização das pipetas: Esses equipamentos são utilizados para transferências de


volumes pré-estabelecidos de um recipiente para outro, existem diversos tipos de pipetas com
suas finalidades especificas, para correta utilização das mesmas faz-se necessário a
observação de algumas medidas quais sejam:
➢ Nunca pipetar com a boca, usar sempre um dispositivo para a pipetagem (Pêra)
ou outros instrumentos com a mesma finalidade;
➢ Utilizar pipetas íntegras, descartar as pipetas com avarias;
➢ Utilizar pipetas limpas e secas;
➢ Utilizar pipetas com volume total o mais próximo possível do volume a ser
medido;
➢ Para medidas de soluções viscosas, sempre evitar que o líquido ultrapasse a
marca de medida, limpar a parte externa da pipeta e lavar a mesma várias vezes na solução
que irá receber o material pipetado;
➢ Nas soluções incolores coloca-se o menisco inferior na marca de calibração
enquanto que nas soluções coradas o acerto se faz na parte superior do menisco;
➢ Os olhos devem estar posicionados na altura da leitura do menisco;
➢ Utilizar a pipeta sempre em posição vertical, tanto para aspirar como para
desprezar o líquido;
➢ O fluxo do líquido deve ser continuo.

Figura 37 Acerto do menisco: A – solução incolores; B – soluções coradas

Fonte: http://www.centroleite.com.br/informativos/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-boas-praticas-de-
laboratorio/

A superfície de um líquido quando confinado em um tubo estreito, exibe uma


curvatura marcante, denominado menisco, nesse sentido, para aferição correta, o olho deve
estar no nível da superfície do líquido para evitar o erro devido à paralaxe, fenômeno que
ocorre através da observação errada do valor na escala analógica do instrumento, devido ao
ângulo de visão.
26

Figura 38 A – Posição correta para acerto do menisco; B e C – Posição errada para acerto do menisco

Fonte: http://www.centroleite.com.br/informativos/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-boas-praticas-de-
laboratorio/

Medidas para manipulação de produtor químicos:


➢ Nenhuma substancia química, mesmo que inofensivas devem ser inaladas ou
provadas diretamente;
➢ Nunca despejar água em ácido, mas sim o ácido sobre a água;
➢ O ácido deve ser acrescentado lentamente, sob agitação constante;
➢ Carregar os reagentes com o máximo de cuidado, evitando acidentes;
➢ É obrigatório durante o uso de líquidos inflamáveis, manter distância de fontes
de ignição, ou seja, aparelhos que gerem calor, tomadas, interruptores e lâmpadas;
➢ Utilizar a capela de exaustão de gases para procedimentos que exijam
aquecimentos;
➢ Utilizar protetor facial e luvas de couro quando for necessário a agitação de
frascos fechados contendo líquido inflamáveis e/ou extremamente voláteis;
➢ Nunca jogar líquidos inflamáveis na pia, guardá-los em recipientes adequados
para resíduos inflamáveis;
➢ É obrigatório durante a utilização de sólidos tóxicos, procurar informações
toxicológicas sobre todos os produtos que serão utilizados e/ou formados no procedimento a
ser executado;
➢ Nunca descartar nas pias produtos tóxicos estes devem ser tratados
(neutralizados e diluídos) antes.
➢ Não descartar no lixo comum, material contaminado com produtos tóxicos
(papel de filtro, papel toalha, outros);
➢ Interromper o trabalho imediatamente, caso sinta algum sintoma, como dor de
cabeça, náuseas, tonturas, etc.
27

Medidas para estocagem de produtos químicos


➢ A estocagem dos produtos químicos usados em laboratório deve ser realizada
por grupos, de acordo com as classificações de risco;
➢ Sempre observar e evitar o armazenamento dos reagentes que podem reagir
entre si;
➢ É obrigatório a manutenção do inventário atualizado dos produtos químicos
estocados;
➢ Recomenda-se que a estocagem e manuseio de produtos químicos ocorra
somente após leitura e conhecimento das fichas de informação de segurança de produtos
químicos (FISPQ);
➢ Os frascos devem sempre estar bem fechados;
➢ É obrigatório a observação das regras de compatibilidade nas separações dos
rejeitos líquidos dos laboratórios (solventes orgânicos clorados separados de não clorados);
➢ Recomenda-se não estocar rejeitos no laboratório e fazer sua identificação no
recipiente;
➢ Para material diversos, não devem ser acumulados sore as bancadas;
➢ Todo material que não estiver em uso deve ser guardado limpo, em lugar
apropriado.

Medidas gerais em caso de acidente sem vítima em laboratório


➢ Em situações em que ocorra derramamento de produto químico deve-se limpar
o local o mais breve possível, ventila-lo, e descartar os resíduos gerados pela limpeza;
➢ Em situações de derramamento de produto extremamente tóxico, o local deve
ser evacuado o mais breve possível, e para o procedimento de limpeza do local, deve-se usar
máscara adequada;
➢ Nos casos em que ocorra princípio de incêndio ou incêndio, quando possível
manter a calma, não tentar resolver o problema se não tiver o treinamento adequado, desligar
o quadro de energia elétrica, usar o extintor caso tenha conhecimento de utilização, chamar
ajuda imediata do órgão competente (Corpo de Bombeiros).

Medidas gerais em caso de acidentes com vítima em laboratório


➢ Nos casos em que ocorre a contaminação dos olhos por respingo de produtos
químicos, o aconselhável e lavar a região afetada abundantemente no lava-olhos, por um
período mínimo de 15 minutos, manter a vítima com os olhos abertos e procurar um médico
imediatamente;
28

➢ Em caso de respingo em qualquer outra região do corpo, o procedimento a ser


adotado é retirar a roupa que recobre o local atingido, lavar abundantemente com água, na pia
ou no chuveiro de emergência, por um período mínimo de 15 minutos, e encaminhar ao
médico de acordo com a gravidade;
➢ Em situações de corte na vítima, recomenda-se lavar o local com água
abundante, cobrir o ferimento com gaze e atadura de crepe e procurar socorro médico
emergencial no hospital mais próximo;
➢ Em situações que ocorra queimaduras, o procedimento a ser adotado, é lavar o
local atingido com cuidado, cobrir o local com uma fina camada de vaselina estéril. Nunca
utilizar outro produto e encaminhar a vítima ao hospital mais próximo;
➢ Em caso de outros acidentes recorrer a procedimentos de primeiros socorros e
encaminhar a vítima ao hospital.

Medidas para o descarte de resíduos do laboratório de química


➢ É OBRIGATÓRIO que os rejeitos dos laboratórios química esteja
devidamente identificado e acompanhado da ficha de informação do rejeito, em que essa
responsabilidade compete ao técnico de laboratório;
➢ Resíduos quimicamente incompatíveis não devem ser misturados, nesse
sentido, cada fraco deve ser etiquetado indicando cada espécie, quantidade, toxidade,
inflamabilidade, reatividade, corrosividade, data e nome do responsável;
➢ Os rejeitos estocados de forma provisórias no laboratório devem permanecer
no local organizados;
➢ É proibido o descarte de resíduos sólidos de matais tóxicos, estes devem ser
precipitados como hidróxidos, usando hidróxido comercial, e descartados nos frascos de
resíduos de metais caso a solução seja aquosa. Caso a solução seja orgânica o resíduo deve ser
descartado como solvente orgânico;
➢ Recomenda-se que resíduos líquidos como solvente orgânicos sejam separados
em clorados e não clorados e armazenados em local apropriado de acordo com as
características de toxidade, inflamabilidade, etc.;
➢ As soluções despejadas em pias devem ser diluídas em água corrente;
➢ Os resíduos com auto grau de contaminação devem guardados e despejados em
aterros apropriados;
➢ Para minimização dos riscos de contaminação, os resíduos devem ser tratados,
e quando possível reutilizados.
29

4. ELETROQUÍMICA

Eletroquímica é a área que estuda os fenômenos de transformação de energia elétrica


em reações químicas (reação não-espontânea) e reações químicas em energia elétrica (reação
espontânea). É importante destacar os dois termos principais que são utilizados na
eletroquímica para definir essas reações, eletrólise e pilha.

A eletrólise é um procedimento onde eletrodos inertes, ou seja, que não serão


consumidos, interagem de maneira não-espontânea com a substancia que será eletrolisada
para gerar uma reação química, mas para que isso ocorra é necessário que se force o processo
através da injeção de uma corrente elétrica contínua nos eletrodos, isso fornecerá uma reação
redox.

Pilha é um processo que consiste na perda de elétrons por uma determinada espécie
química e no ganho desses mesmos elétrons por outra espécie química quando ambas estão
ligadas em uma célula eletroquímica, isso gera uma reação de óxido-redução (oxidação e
redução), ocorre entre os metais. Pode-se dizer também que este e um fenômeno espontâneo,
pois não é necessário induzir qualquer ação, ou forçar para que seja gerado a eletricidade, já
que naturalmente ela será fornecida através do contado do eletrodo negativo, o ânodo, com o
eletrodo positivo, o cátodo.

Figura 39 Modelo de Eletroquímica.

PILHA

REAÇÃO ENERGIA
QUÍMICA ELÉTRICA
ELETRÓLISE

Fonte: Acadêmicos
30

4.1. OXIDAÇÃO E REDUÇÃO

As reações de oxidação e redução, ou reações redox, estão presentes no nosso dia-a-


dia de diversas formas, por exemplo, quando utilizamos uma pilha para acendermos uma
lanterna, a formação de ferrugem em uma barra de aço exposta à humidade e ao ar, a
fotossíntese realizada pelos vegetais, todos são exemplos de processos de oxidação e redução.

De acordo com Filho, F. C de M.; Ramos, J. F.; de Souza Silva, A. P.; Paula, J. C. de
F.; (2016, p. 03 apud MAIA, D. J. ; BIANCHI; J.C de A.):

“Os fenômenos envolvidos nessas reações são classificados da seguinte forma: a


espécie que perde elétrons sofre oxidação e aquela que ganha elétrons sofre redução, desta
forma, classifica-se a espécie que sofre oxidação como agente redutor, pois provoca
redução da outra espécie que participa do processo, e agente oxidante é a espécie que sofre
redução, pois provoca a oxidação da outra espécie envolvida no processo”

Basicamente podemos entender como um processo redox a transferência de elétrons


entre uma espécie química com outra, onde o que oxida cede elétrons e o que reduz recebe
elétrons, essas reações acontecem de forma simultânea. Vejamos a seguir uma demonstração
de como esses processos podem ocorrer.

Figura 40 Demonstração Oxidação E Redução

Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/ponte-salina.html

Número de oxidação: representa a carga real (para os íons) ou parcial (para átomos
ou moléculas) dos átomos. Para a determinação o número de oxidação em uma molécula é
imprescindível analisar a diferença de eletronegatividade entre o átomo de interesse e os seus
ligantes, ou seja, verificar qual dos elementos tende a atrair mais os elétrons, sendo que aquele
que atrair mais os elétrons de uma ligação terá uma carga parcial negativa e o outro ligante,
uma carga parcial positiva.
31

Processo de identificação dos Nox:


➢ O NOX de um íon é a carga dele;
➢ O NOX de átomos na forma elementar (Cl2, O2, etc) é 0;
➢ Halogênios normalmente tem NOX -1;
➢ Calcogênios tem NOX -2 (tendo cuidado com oxigênio, que tem NOX -1em
peróxidos e -1/2 em superóxidos);
➢ Quando ligados a metais, o NOX do H é -1, porém quando ligados a ametais o
NOX do H é +1;
➢ A soma do NOX de todos os átomos de uma molécula é a carga dessa
molécula.

A troca recíproca de elétrons consiste o processo de oxirredução que pode ser dividido
em dois tipos: corrosão e combustão. Na combustão estão caracterizadas reações exotérmicas,
onde há liberação de luz e calor. Já na corrosão resulta a interação de um material com o meio
ambiente, este processo da eletroquímica também pode haver perda de massa.
32

5. CORROSSÃO ELETROQUIMICA

Cerca de 80% dos elementos da Tabela Periódica são metais; (Colunas 3 a 12 – metais
de transição) apresentam vários estados de oxidação podendo originar diferentes iões e
consequentemente compostos de diversas colorações.

A corrosão pode ser caracterizada como processo de deterioração que um determinado


material sofre na interação deste com o meio de exposição causando a perda de material. Essa
deterioração pode ser chamada de “ataque” químico ou eletroquímico. Quimicamente falando
é a tendência do elemento que sofreu a corrosão de voltar a ser um composto estável. De
forma genérica a corrosão pode descrita como forma de deterioração de qualquer material
causado pela ação do meio, sendo ele metálico, cerâmico, plástico, etc.

Para a NACE (National Association of Corrosion Engineers – importante associação


da área) a corrosão é definida como a deterioração de um material, geralmente metálico, que
resulta de uma reação com o meio em que este se encontra.

A corrosão pode ser química ou eletrolítica; na corrosão química os elétrons saem do


metal para meio corrosivo no próprio local onde são liberados e na corrosão eletroquímica os
elétrons são liberados num local (anodo), conduzidos através de um condutor e incorporados
em outro local (catodo), devido a diferença de potencial entre os dois locais. Algumas das
inúmeras diferenças entre as corrosões químicas ou eletrolíticas são:
Figura 41 Principais diferenças entre corrosão eletroquímica e química.

Fonte: Fernandes, Viviane Kettermann e Martendal, Caroline Pereira. 2015


33

O foco desta pesquisa é nas corrosões da eletroquímica, onde é mais frequente na


natureza ocorrendo em metais. Para que um material metálico em certo meio sofra corrosão é
preciso que a energia livre do sistema material metálico/meio seja maior do que a energia
dos produtos da reação. O sistema, neste caso, possui a condição termodinâmica favorável,
que pode ser expressa em termos de energia, ou em termos de caráter anódico da reação de
corrosão relativamente a processos catódicos. Para esta ocorrência é necessário à transferência
de elétrons, sendo assim reações de oxirredução, isto é obrigatoriamente deve contém quatro
elementos:
• Ânodo: Região em que ocorrem as reações de oxidação. Consequentemente, é a
superfície na qual a corrosão ocorre.
• Cátodo: Região em que ocorrem as reações de redução. Assim, a superfície torna-
se protegida, não há corrosão.
• Eletrólito: Solução condutora que envolve o cátodo e o ânodo.
• Ligação elétrica entre cátodo e ânodo

Os processos de corrosão se passam geralmente na superfície do metal e obedecem


leis químicas, onde sua equação fundamental é METAL, CÁTION + ELÉTRON(S).

O exemplo clássico das pilhas de corrosão eletroquímicas são as pilhas galvânicas já


mencionadas anteriormente, este tipo de pilha é ilustrado pela figura abaixo, representando os
quatro elementos obrigatórios para a ocorrência das reações de oxirredução.

Figura 42 Exemplo de pilhas galvânicas de corrosão eletroquímicas

ANODO:
Li → Zn ⁺² + 2e⁻ E°zn = + 0,763 V
(Oxidação → Corrosão)

CATODO
Cu⁻² + 2e⁻ → Cu E°cu = - 0,337 V
(Redução → Material protegido)
34

Equação de oxi-redução
2Zn + 2 Cu SO4 → 2Zn SO4 + 2Cu

Fonte: Moises, Mecânico de Aeronaves. Santa Maria, Brasilia, Brasil


http://mecanicoanvs.blogspot.com.br/p/corrosao-apostila.html

De acordo com a figura, o anodo é onde ocorre a corrosão, átomos do metal perdem
um ou mais elétrons (oxidação) perdendo, portanto, carga elétrica negativa, transformando-se
num íon (cátion) e entram na solução sob a forma de cátions. As cargas negativas
correspondentes, os elétrons, caminham do anodo, através do condutor metálico, para o
catodo (metal protegido) que em relação com o meio formará o produto da corrosão.

A força eletromotriz ou diferença de potencial entre os eletrodos (no caso da pilha) é


igual a 1,10 V. Encontramos esse valor diminuindo o potencial-padrão (de redução ou de
oxidação) de um eletrodo por outro. No caso, o cátodo é o cobre e o ânodo é o zinco. Os
potenciais-padrão de redução de cada um são + 0,34V e – 0,76 V, respectivamente. Fazendo a
conta, temos:

ΔE0 = E0red (maior) - E0 red (menor)


ΔE0 = Ered Cu2+ - Ered Zn2+
ΔE0 = + 0,34 – (- 0,76)
ΔE0 = + 1,10 V

Os valores dos potenciais-padrão de redução surgiram para poder calcular a força


eletromotriz, convencionou-se medir o potencial (de redução e de oxidação) de cada eletrodo
em relação a um eletrodo padrão, isto é, um eletrodo que estivesse em condições padrão e que
serviria de referência para se comparar com os demais eletrodos.

A corrosão é uma oxidação, e para explica a oxidação usamos os valores de uma


tabela chamada tabela e potencial de oxidação, nela os valores nos ajudam a medir/prever a
tendência de o elemento químico corroer (oxidar) como podemos ver a seguir:
Figura 43 Tabela de Potencial de Oxidação
35
36

Fonte: Mundo Educação


<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/potencialpadrao-reducao-das-pilhas.htm>

Quanto ao tipo de corrosão na eletroquímica pode ser dividida em microbiológica,


galvânica valtaica ou bimetálica (eletrodos diferentes: ativa-passiva e ação local,
concentração: iônica e aeração diferencial e temperaturas diferenciais) e eletrolítica

Na Corrosão Microbiológica se faz necessário a presença de elementos esporos ou


microorganismos e água. É causada pela atividade metabólica desse vários microorganismos
(fungos e bactérias) que provoca os seguintes processos de corrosão química ou
eletroquímica. Já a Corrosão galvânica é provocada com a participação de uma corrente
elétrica gerada internamente pela formação de uma pilha com os próprios constituintes do
sistema.

Soares, Vasconcelos e Do Nascimento descrevem o processo químico de corrosão


como: “espontâneo, pela necessidade do material em atingir o seu estado mais estável (de
menor energia). Entre os tipos de corrosão, tem-se a corrosão eletroquímica, que é o tipo mais
comum, pois é a que ocorre com os metais, geralmente na presença de água”. (p. 06).

Os metais são encontrados na natureza na forma de compostos e, quando processados,


passam a adquirir um estado metálico menos estável. A corrosão ocorre quando o metal está
em contato com um eletrólito (solução condutora iônica que envolve áreas anódicas e
catódicas ao mesmo tempo), formando uma pilha de corrosão.
37

O processo mais comum de corrosão no metal é a ferrugem, exemplo de corrosão


eletroquímica. O ferro, componente das estruturas de concreto armado, se oxida facilmente
quando exposto ao ar úmido (oxigênio (O2) e água (H2O). Essa oxidação resulta no cátion
Fe²⁺, com perda de dois elétrons (Ânodo: Fe(S) → Fe²⁺ + 2ᵉ⁻), formando um dos pólos da
pilha. O processo, então, continua com reduções passíveis de acontecer, sendo a mais comum
a da água (Cátodo: 2H2O + 2e- → H2+ 2OH–). (SOARES, VASCONCELOS E DO
NASCIMENTO, p. 06, 2015)

Enquanto os cátions Fe²⁺ migram para o pólo negativo (cátodo), os ânions OH⁻
migram para o pólo positivo (ânodo) e ocorre a formação do hidróxido ferroso (Fe(OH)2). Na
presença de oxigênio, esse composto é oxidado a Hidróxido de ferro III (Fe(OH)3), que
depois perde água e se transforma no Óxido de ferro (III) monohidratado (Fe2O3 . H2O), um
composto que possui coloração castanho-avermelhada (ferrugem) (RIBEIRO, 2014 in
SOARES, VASCONCELOS E DO NASCIMENTO, p. 06, 2015).

Fe²⁺ + 2OH⁻ → Fe(OH)2


2Fe(OH)2 + H2O + 1/2O2 → 2Fe(OH)3
2Fe(OH)3 → Fe2 O3 . H2O + 2H2O

Outra forma de acontecer um processo corrosivo eletroquímico é quando dois metais


são ligados por um eletrólito, (pilha galvânica). A ferrugem também pode ser resultante deste
processo. Por exemplo, quando se tem a pilha entre o cobre e o ferro. Se uma placa de cobre e
uma de ferro, ambas mergulhadas num eletrólito neutro aerado são postas em contato, forma-
se um circuito elétrico, onde cada placa se tornará um eletrodo. O ferro será o ânodo,
oxidando-se e perdendo elétrons que migram para o cátodo (placa de cobre), que por sua vez,
é reduzido.

Cátodo: O2 + 4e- + 2H2O → 4OH⁻


Ânodo: 2Fe → 2Fe²⁺ + 4 e-

Com este processo concluído, os íons OH- e Fe²⁺ combinam-se para formar Fe(OH)2
(ferrugem). Neste tipo de corrosão, é necessário que os materiais do ânodo e cátodo
apresentem diferentes potenciais de oxidação (tensão gerada por cada em relação a um
eletrodo neutro de referência). (RIBEIRO, 2014 in SOARES, VASCONCELOS E DO
NASCIMENTO, p. 07, 2015).
38

Entende-se por corrosão eletroquímica os processos de destruição que se


desenvolvem, pela ação de eletrólitos, sobre o metal. Esta corrosão pode se apresentar sob as
mais variadas formas, das quais podemos destacar:

Figura 44 Tipos de corrosão

Fonte: Moises, Mecânico de Aeronaves. Santa Maria, Brasilia, Brasil


http://mecanicoanvs.blogspot.com.br/p/corrosao-apostila.html

Estima-se que 30% da produção de aço no mundo destinam-se à reposição de


estruturas, equipamentos e instalações metálicas deterioradas pela oxidação, corrosão e
ferrugem. E Marcos Pacheco, (2017, químico sênior da empresa Quimatic Tapmatic,
39

fabricante de especialidades químicas), enfatiza as diferenças importante entre Oxidação,


Corrosão e Ferrugem:

Oxidação – Todos os metais podem sofrer o processo de oxidação. O motivo mais comum
é o contato direto do metal desprotegido (sem pintura, por exemplo) com o ar, vapor d’água
ou água. A oxidação é o início do processo de degradação do metal e deve ser tratada logo
no início, para não dar origem à corrosão e ferrugem no caso dos metais ferrosos.
Corrosão – A corrosão é o desgaste do metal a partir da oxidação. Em um ciclo vicioso,
ocorre um maior desprendimento do metal, que vai ficando cada vez mais exposto aos
danos causados pelo contato com a atmosfera. Se o metal contar com ferro em sua
composição – como aço e ferro fundido – dá-se início à ferrugem.
Ferrugem – Quando estão oxidados e corroídos, os metais ferrosos começam a gerar o
hidróxido de ferro, a camada avermelhada conhecida como ferrugem. A ferrugem destrói a
resistência do metal e, dependendo de sua amplitude, inviabiliza a recuperação.

Pesquisas já estão sendo realizadas para a diminuição dos impactos econômicos e


ambientais causados pelas corrosões, levando a destruição do material em questão. Nas
armaduras em concreto, por exemplo este problema pode se manifestar em manchas
superficiais, fissuras, destacamento do cobrimento de concreto da ferragem e perda de massa
das armaduras, resultando em redução na secção de seus componentes.
40

6. APLICAÇÃO DA CORROSÃO NA ENGENHARIA CIVIL

Quando tratamos dos processos de oxidação e corrosão na engenharia civil


relacionamos esses processos eletroquímicos como causadores de patologias nas construções,
mais comum nas armaduras de aço em concreto armado. A oxidação sendo um ataque
resultante da reação gás-metal, tem seu processo lento a temperatura do ambiente, logo
provoca apenas a deterioração substancial das superfícies metálicas se existirem gases
extremamente agressivos.

Figura 45 Oxidação

Fonte: http://www.thermonorte.com.br/2017/06/03/quais-as-diferencas-entre-oxidacao-corrosao-e-ferrugem/

Este fenômeno pode ocorrer durante a fabricação de fios e barras de aço. Ao sair da
temperatura de 900ºc o aço experimenta forte reação de oxidação. A superfície que se forma é
compacta, uniforme e pouco permeável, esta película deve ser removida por processo físico
ou químico antes do aço sofrer trefilação a frio.

Figura 46 Oxidação em barras de aço

Fonte: https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-hastes-ou-barras-de-a%C3%A7o-da-oxida%C3%A7%C3%A3o-
para-constru%C3%A7%C3%A3o-image50525327
41

A corrosão é o ataque eletroquímico em meio aquoso, com a corrosão é formada uma


película sobre a superfície dos fios e barras de aço que é causada pela presença de umidade no
concreto há exceções como estufas com temperatura acima de 80ºc e em ambiente de baixa
umidade. A corrosão do aço no concreto é eletroquímico, como em qualquer outra célula , há
um ânodo, um cátodo , condutor metálico e eletrólito. Com a diferença das zonas anódicas e
catódicas surgem o aparecimento de corrente elétrica. A água sempre está presente no
concreto e geralmente com quantidade suficiente para atuar como um eletrólito. Por isso a
preocupação na qualidade do material e nas quantidades de mistura agua-cimento são
importantíssimos para que se evite a corrosão ,concretos muito aguados se tornam porosos o
que permite a entrada de umidade e a perca de resistência , o máximo que a norma permite é a
quantidade de 650 ml para cada kg de cimento, o concreto é o protetor da armadura logo, ele
deve ser impermeável, para isso ele precisa garantir o cobrimento da armadura, ou seja , é
necessário ter uma espessura especifica entre a armadura e o ambiente, especificada na NBR
6118 , nela é possível ver as distancias especificas para vigas , pilares e fundações. Para
garantir a proteção das armaduras e para que essas distancias sejam respeitadas de acordo com
as normas é indicada a utilização de espaçadores, esses espaçadores não permitem que a
armadura se movimente e fique aparente quando o concreto for depositado na forma.

Figura 47 Espaçadores Figura 48 Ferragem exposta

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/nk6YPHuhI7s/maxresdefault.jpg Fonte: Matheus Tagé/DL, 2013

É necessário oxigênio para a formação da ferrugem, além de eletrólito, o processo de


reação é em geral mais complexo, uma gama de óxidos e hidróxidos de ferro. A ferrugem
com o tempo tende a se expandir de 3 a 10 vezes ao tamanho do aço da armadura causando
assim fissuras que facilita a carbonatação e a entrada de agentes agressivos que podem causar
o descolamento do concreto, deixando a estrutura exposta onde seu processo de corrosão é
acelerado.
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Figura 49 Mecanismo de corrosão

Fonte: http://speranzaengenharia.ning.com/page/patologias-das-edificacoes

As características dos ambientes devem ser levadas em consideração ao se realizar um


projeto de construção, um exemplo são as áreas litorâneas. O mar libera uma espécie de
vapor, praticamente imperceptível, e deposita essa “poeira salgada” sobre objetos, móveis e
também materiais de construção. Janelas e portas também são “vítimas” fáceis da maresia.
Escolher o material adequado para cada situação é o melhor a se fazer.

Entre os materiais que mais sofrem com a ação da maresia, encontra-se o ferro. Ele
oxida e enferruja facilmente, perdendo com muita rapidez sua beleza e vida util. É possível
observar esse fenômeno muito facilmente observando grades, postes e corrimões nas praias.
Se a vida útil dos mesmos nas cidades é de 20 a 30 anos, expostos ao mar devem ser trocados
a cada cinco. Economicamente falando, não é viável utilizar-se do material para residências
muito próximas do mar. Se houver a possibilidade, o ferro deve ser trocado por outro tipo de
matéria. No caso de pregos e parafusos, por exemplo, pode-se fazer a troca por aço inox ou
latão.

Figura 50 Estrutura em concreto armado que sofreu com a corrosão provocada pela maresia.

Fonte: http://construindodecor.com.br/maresia/
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Na figura 50 podemos perceber que houve completo rompimento do concreto ao redor


das barras de aço. Para se ter uma ideia, o recobrimento de concreto, isto é, a espessura de
concreto que preenche a superfície de uma viga ou pilar em situações normais é de 2,5cm,
mas em ambientes sujeitos a atuação da maresia, esse recobrimento tem que ser bem maior,
afinal a corrosão nestes ambientes é bem maior. Os cloretos presentes na atmosfera desses
locais penetram no concreto armado, chegando às barras de aço, que inicial o processo de
oxidação. Elas acabam inchando por causa da ferrugem até romper com o cobrimento do
concreto, o que acelera ainda mais o decaimento da estrutura.
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7. CONCLUSÃO

A importância de identificar e saber quais as funções dos materiais de laboratório


permite a sua melhor utilização, como da utilização das medidas laboratoriais como, pesos e
volumes dos compostos a serem utilizados. Além de disso é de extrema importância conhecer
e reconhecer o ambiente de um laboratório e quais as suas medidas de segurança para reduzir
a incidência de acidentes saber também que compostos uma vez utilizados a maneira mais
correta para o descarte do lixo gerado nesse processo. Quanto ao ramo da eletroquímica,
principalmente quando aplicada a engenharia civil, permite reconhecer os processos de
oxidação e corrosão e como esses processos podem afetar na efetividade de estruturas, o que
mostra a importância de uma fase de verificação das estruturas antes da entrega das obras,
pois é nessa fase que se deve ser observado os últimos detalhes e se alguma estrutura
apresenta alguma patologia fora dos padrões aceitáveis, para então buscar uma forma de
solucionar problemas estruturais e assim evitar acidentes.
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REFERÊNCIAS

Bruna Maide, Francielle Almeida, Julia Lidani e Sandra Regina Flach. PATOLOGIAS DAS
EDIFICAÇÕES. Florianópolis, 2009 - SPERANZA ENGENHARIA E CONSULTORIA
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1990.

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POR UM MUNDO ONDE AS PESSOAS SAIBAM O QUE FAZEMOS.
<http://engenheirodemateriais.com.br/tag/corrosao-eletroquimica/> 18 de novembro de 2015.
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Silva(2); José Carlos de Freitas Paula(3); CORROSÃO: UM ESTUDO DOS METAIS NO
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melhor proteção aos metais <https://www.quimatic.com.br/blog/2017/03/entender-a-
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