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a! | oC OOM: Ma EI Ceo | { f ps q mt r | a Que ningusém hesite em se dedicar a filosofia enquanto Jovem nem secanse de fazé-lo depois de velho, porque nin- ‘guém jamais ¢ demasiado jovem ou demasiado velho para alcangara satide do espirto. Quem afirma que a horadede- dicar-se filosofia ainda ndo chegou, ou que ela jé passou, 6 como se dissesse que ainda no chegou ou que jd passow a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia € util tanto 20 jo- vem quanto ao velho: para quem est envelhecendo sen- tirse rojavenescer através da grata recordagio das coisas que se foram, e para ojovem poder envelhecer sem sentir ‘medo das coisas que esto por vir; €necessério, portanto, ccuidar das coisas que trazem a felicdade, j que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para ale cangé-la” (Epicuro*, 2002, p. 21). *Fiofo prego, asco em 31 C.na tha de Samos Fundador do ep urismo,doutina segundo a qual na mora bem Go pros sttazen- ‘fonowsos dese mpulsos deforma mederada~o que nos eva Wan ‘ildade ii Sumario Prfco—Doiscares se enrerizam, 9 Intra, 17 1. O que€filsoia sun importincia para educagto fisica, 23 Bt : Letra complementary, 38 2) Ester Montag) Posen (asa) Tes ‘enna Faria) Indicages para itr, 40 2. Edueagio fica escolar: Iibertando-se da caver pela lake platonic, Letra complementar, 94 2) eps Pt) Api de Stes Pato) Indicagdes para Ietura 56 5. Uma abordagem sia sobre o conceit de divesio no contest excl, 57 Letra complementary, 68 a) Féon (Plato); b) Etica # Nicimaco (Aristételes); ¢) Maris one foe ta) Indicates para leita, 71 4, Filosofia politica da politica na educaso fisica,73 Leitura complementar, 81 8) Politica (Arstlees);b) Discurso sobre a rigem 08 fundamentes da desigualdade entre os mens (Rovsse0s);6) ‘A verdad os formas juridcas (Foucault) Indicagoes para leitura, 84 5. Elementos de ldgica formal e sua aplicacto a educagio Fisica, 85 Leitura complementar, 96 8) Tépicos (Atistels); ) Lica para prinepiates (Abelardo);e) A tigi de incestignio Gentifea (Popper) Indicagies para leitura, 99 6. A edlucagao fisica pola 6tica da teoria do conhecimento, 101 Leitura complementas, 110 8) Discurso do método (Descartes); b)Pragmalismo(W. James); ¢) A vendade eas formas jurdions (Poucaul) Indicagdes para leitura, 113 7. O pensamento marxista e sua expressio filoséfica na educaglo fisica brasileira, 115 Leitura complementat, 126 2) Para a critic da economia politic (Marx); ) A idelogia len (Marx-e Engel) Indicagies para leitura, 127 8. Palavras finais: a educagio fisica cuida do corpo?, 129 Leitura complementar, 133 8) Compéndiodeteolgia (S. Tomds de Aquino);b) Vigiar€ ‘Punir (Foucault) Indicagdes para leitura, 136 Bibliografia, 137 rt Dois olhgfesae frecruzam Qolhar do educador filésofo © desmantelamento da Unio Soviética e a queda do muro dle Berlim deram infcio a uma nova fase da histéria ‘mundial que vern sondo denominada de globalizagio.e que Allada A politica neoliberal fzem da competitividadea toni én, Um nome da concorréncia no mercado internacional & ecensério baixar o custo dos produtos e as solugdes encon ttadas tém sido a automago e o barateamento da mio-de- obra, além das reformas trabalhista, sindical e previden- ldria.Essas medidas s40 tomadas em fungioda reduco de custos, entendidas como uma demanda natural da com- ptitividade do mercado, o que de fato se tradwz na perda Ue direitos conquistados pelos trabalhadores durante Varios ‘anos de luta. Paises como o Brasil encampam a légica da inevitabil- lade e seguem a politica ditada pelos organismos intema- cionais, que determina de quanto deve ser onosso super vit primario, a taxa de juros que remunera o capital especu- lativo, que a divida externa deve ser paga sem ser questio- ‘nada, que devemos plantar para exportarem detrimento do atencimento do mercado interno, mais especificamente das ‘camadas mais pobres da nossa populagio. A légica € que o mercado, caracterizado enquanto sujeito, precisa ser atendi- ddo, caso contririo haveré fuga de capital ea nossa economia centrard em crise; essa éajustificativa para a manutengao da atual politica econémica. Nos rebelarmos contra ela € levar ° ‘© pais inevitavelmente a0 caos. O resultado concreto desta politica tem sido odesemprego e o achatamentosalaral que ‘eram, por sua vez, mais miséria, nseguranca, desesperan- ‘ae viollncia, Segundo relat6rio da Organizacio Mundial do Trabalho, metade dos 28 bilhies de trabalhadores do ‘mundo sobrevive com uma remuuneragio de menos de 2dé- lares por dia e cerca de 550 milhBes com menos de 1 délar por dia Entre as insimeras consequéncias gravissimas, des- taco que uma crianga morre de fome,no mundo, cada cir co segundos, o que deveria ser inconeebivel.. Nos meus de- ‘vaneios, quando tomo conhecimento de uma noticia como esta, esquego que existe uma luta de classes e idealizo que esse momento deveriamos parar a cena e nos voltarmos, todos, para a solucao desse problema es permitiriamos que ‘o mundo voltasse a girar,outra vez, quando essa aberragd0 io mais fosse verdadeira, O que mais me intiga,entrstece e angustia é que mesmo diante desses absurdos continua- ‘mos vivendo a coneretizagio do que deveria ser surreal. O maissurpreendente é que noticias estarrecedoras comoessa ros sio transmitidas diariamente e a morte dessas criancas sera, rapidamente substituida em nossas mentes, pelas das [pessoas que mortem nos hospitais publicos por falta de va- B85 ou medicamentos, ou dos moradores de rua que foram Assassinados enquanto dormiam. Oacirramento da competitividade entre as pessoas ¢ a ‘sine privadsengecon ss Segsaldnd soca ‘us surg acne okie stm pre, ti tment olen cna dis corm bed nig "os conrad tents, as que verde, ‘stn propiedad pevads anti gsttege Secale per ern Eta (agin, 138, p. 8). ‘Assim, em relagio & questfo sobre a necessidade do Fsado, podemos afizmar que “o Estado nao tem existido lemamente. Houve sociedades que se organizaram sem 3 cle, nfo tiveram a menor nosio do Estado ou de seu poder” (Engels, 1991, p. 195), ‘través desse modelo de organizagso do pensamento filoséfico que adotamos para entender 3 educagio fisica ea questdo curricular, tentamos deixar claro que uma reflexio fllosofica, para merecer essa designagao, deve tercrticida- de, radicalidade e totalidade, Muitas vezes "nos pretende- ms" fildsofos, mas ndo vamos i raiz dos problemas, ecom isso partimos de determinado pressuposto sem questionar a propria legitimidade desse pressuposto. Segundo Soares (1990), “reflex filoséfica & como a raiz de uma planta que busca acrigen na profundidade” (p.20), Por sso, o.conheci- _mento que nio é radical, quenio vaia raz, origem, a ma- rifestagdo de uma consciéncia ingénua Nocasodo tema deste capitulo, nosso esforgo én0 sent dio de deixar evidente que 0 ensino de educagao fisica nao é ‘um fato isolado, e por mais que ela fosse estudada assim (como fato destacado do seu contexto) nto se chegaria a uuma compreensio (visio total) do problema. Para haver ‘essa compreensio € necessirio ineluir a educacio fisica no taco (contexto) do qual ela faz parte. E esse todo 0 proprio Estado e a organizacio econdmica que o sustenta, ‘A propria dialética, enquanto 0 "modo de pensarmos ‘as contradigées da realidade, o modo de comproendermos a realidade como essencialmente contraditéria e em perma rente transformacio” (Konder, 1994, p.8), tem como um de seus prineipios que tudose relaciona, assim, qualquer fendéme- zo, seja natural ou social, nfo pode ser explicado isolada- ‘mente, sem que levernos ém conta sua génese e causa, inse- indo-o numa estrutura mais ampla de fatos que o abrange. Esa foruna de perceber a realidade,em permanente transfor macio, onde o conhecimento se d na interdependéncia en- tre as partes eo todo, vice-versa, onde tudo Se zelaciona, ¢ ‘onde nada se explica isoladamente, nos dé a propria nogio de movimento, Em seu sentido mais geral, 0 movimento: “concebido como forma de existéncia, camoatributo inerente | materia, compreende todas as transformagies e processos| ‘que se produzem no universe, desde as simples mudangas de lugar até a elaboracio do pensamento” (Engels, 1976, p. 4 41) Desa fons toda a realidad que nos ¢acasivel const- tut um sistema, um conjnto de corpos qu 0 pode sr ade ‘Husdamente compreendida em ua complenidade Neste sentido, alr sobre posses slugies para a tio Idalada “crise do sitera educacional brasieto", amp ‘ando-eem proposias aparentemente de “lima geraglo 1 em disutsos progressistas (como o corstnutivisio, o= No Fandef, 4 boeescola,sinforndtica na educaao, «cola de tempo integral, projets esportivos educagso part btabalhoe anos outros iseuses “moderns estima, mmudando-s o discuss, mas noe alterndo nossascon- Cepgbes sobre o “para que a educagio?,atende apenas ai terse reformatris da sociedad catalina Na verdade, uma parcela considerdvel dos professores progressstay’ com seus discursos revolucionatios, com Pronentes que sio das camadas médias, nfo quer abrir mio Alesuasconquistas materas, conseguldascoth se "esforgo [pessoal (no maximo, o que se adimiteé uma melhoria para todos” desde que nio percam seus prépricspriviegios jk canquistados).Cabe resealtar que a identficaglo dos pro- fessores com a classe media parece ser uma inferéncia Coe- rente, jf que | lentigo do profesondo como operating fs maul dg bo nal Ems oops Festa coi mapa poteC] {Sebdecontolemireosea tabula oqueenpnde dks een sanon do tine qu inatans e, gue o operon pose fant ca lg snc ty ith in 1958 p18). Se uma casa estérepleta de rachaduras e vazamentos, nto adiant ficarmos fezendo pequenos consertos agu € A", pois eses remendos sero apenas paliativos. Enecessé- fh ue se derrube a casa vel, e em seu lugar se construa ‘oles, com uma nava estrutura, Portanto como acreditarna 12"Oarmo‘prgresit[}¢sndo aqui para signa eens qc, {arn de ua nde das rela sn senor inp {tet inaade scopes da esvenpo> (echo Dp.) 35 constragi de uma socedade diferente da que teres, ut Zanctovelhasestrturas? Epossvelacreditarnaconstrigto de ima edveagio fsa que colabore com sima revolga0 Social som questinar as falzs mais profundas da prépria eciucagho? Mas esa constatagio de que o professors no sto tio rogresistas como alegam ser, nio € nenhumna novidede, ois Manx ji havia nos alertado que as eamadas médias {comb buns a adorn un Pripeahincecmsconsnsmass Msp Siaccouetytpmaranaceeroesers Snistna: Qu toma revolves Com Sacetinas fet mene pcan fot pele trons cfd ent ss esa mo Seis ineresses presets, abandorand sa Pepe panto de vist pelo do proletarads (Mace fe Engels, 1993,p. 70, Seguindo em sentido inverso a0 proposto pela refle- xiofilosfica, tanto a teoria como a prtica desses profes. ores “poeudoprogresisias” sho incoerenes com um dis curso que vise a construct de ima nova sociedade,pata- ‘Sarum “ica universal, contra 86 "eens condcion- das” pelos diversos grupos que se intercalam, ao longo da historia do homem, na etegoria de exploradores. Na vere dade, a prtin deses profesores no ¢ radical a ponto de romper com suas mais aralgadas cerlezas no vai nz da origem de seus valores fandamento,e com iso, tom ondigoes de realmente maar ott pb, questio- {Apes da ca fundar-semetaficarente en ui cnjunto de regres ‘cndutasconederadea como unveraimente vida mest einen Soorieode ermorredundantes,queremos desgnar por tis univers aun eapae de romper com 0 uiasmo burgies~aqual que se Funds em ptorpion tas coor"o quendo despa para tide ss pra ‘escuttas(Contcio,tudow quevesqueels ques homers vos aan, {Sono tambim vsa ces Jens) "age apenas segundo users tal Sepomssemean tongue questo wae sta porspectiva ich, no resengimosessas sentngas mats a0 ie ‘or de um grupo apenas (a dase cominante os ease abana), pois lg stm un ein realmente social na medida em gue rapa ‘emo laste” das clase dos parte, 36 nara organizacao da economia, a existéncia do Estado, eaté mesmo, a necessidade da escola. Palaoras fins Mesmo ads doo que falamos até agora, no fo nossa pyetenso elaborareepotasdfiiivas as quests lvanta tinsa0 longo do text, mas tivemos por principal bjetivo le vata ves onde at ni havo muta cetera bale ‘struts mentas que eapresentvan como "verdades na tari mas prinipalmente, dena aro o que enendemas [orfilosofa esa aplicagio secacag aca. Com ise, pro furames incentivar'o “pensar” deforma radical a elo, a Timdedesmistifcarmos a cenga de que ofstadoeneutr, de «jeo Estado um “mal necessirio™ de que escola reer thrse/owessenca paraavidaemsocedade, de que as dsc Hinasdocurriulo epreseniamo queso tem denaisimnpor tante para aprendermes a excl, om ainda, de que Sem tsueatloresproisinais vllariamos 8 barbie! Na verdade, tentamos induzir o leitor a umm certo grant \leceticismo. Nao um ceticismo radical, imobilizador, que se ‘cantradiz a0 se afirmar, pos, para concluir que fda verdade € impossivel a wrdade & inacestel, ja esté aptesentando sma ‘erteza com valor de verdade. Mas um cetcismo "sadével”, «ques aproxima da propria ctimelogi do erm cm questo ¢ vocabulo grego septikis significa “que observa”, “que con era”, sendo assim, o ctico & aquele que de tanto observar ‘econsiderar conclui ou pela impossibilidade do conhecimen- lw (nos casos mais radicais) ou pela suspensio proviséria de spsler ui (ras endéncias moderadas) énest sega do sentido que se encaminha uma pequena dose de ceicis ‘no, latente em nosso trabalho, um ceticismo que mesmo re- ‘emhecendo os limites para a apreensio da verdade, ou St- ‘veri ser impossivel encontrarmos a certeza, nfo abandona ‘a luisca por proposicies cada ver mais verossimeis. "Na his iris da filosofia, (.] 0 eeticismo mantém desperto o sent- ‘mento do problema. Crava o aguilhao da diivida no peito do Likisoo, fazendo que este nao se aquiete diante das solu §0¢s jf dadas a um problema, mas continue lutando por so- ugBes novas e mais profundas” (Hessen, 2000, p. 36), a7 Na tentativa de reletr sobre a educacaofisicae seu en- sino numa economia capitalista, nio poderiamos deixar de fazer referéneia a Karl Jaspers (1965), para quem {La autocomplsctnaburgues, os convencionai ‘mos ahibtedeconsiderar bemesiar materi uo ‘oto sfilnte de vida o hibit Ge 36 apres. ‘Shem fungio desua tiidage enc, fimiado dejo ‘Se poder, @ bones dos plas, 0 fants das ‘Moblogas » soprogsos umtmeme tere to to preclana 8 anion. 139) Em contrapartida, “a flosofia busca a verdade nas mil> tiplas significagbes do ser verdadeiro [.. Busca, mas nio ‘possi osignifieado e substincia da verdade unica” (p. 140), Susea,aflosofiaé a constante busca da verdade, no sua posse definitiva, Fazer filosofia & um coastante caminhar, onde as perguntas sio mais importantes que as respostas, pois cada resposta abre espago para uma nova pergunta Portanto, com nessa reflexdo procuramos apenas fazer uma certa pressio, para que isso nos obrigasse a buscar no- vas espestas a velhos questionamentos.Se oEstadonem ser- pre exist, sera que ele procisa existir para sempre? Por que todas as altemativas que pensamos para melhorar a socieda- denecessariamente passam pela manutencio da escola e/ou do Estado, ou de qualquer instituicio jf solidamente estabe- lecida? Por que no podemos pensar em solugoes realmente inovadoras? Sera que é pelo fato de acharmos que sea escola acabar, nds professoresficaremos sem emprego? Mas quan- do surge esse medo, onde fica 0 discurso revoluciondrio dos professores progressistas? Nao seria possivel uma sociedade sem escola esem Estado? Na verdade, aqueles que tfm medo dese fazerem perguntas radicais como estas, no esto fazen- do filosofia, mas pelo contrério, se afastando dela s 8) “Posto que a filosofia é a eigncia que nos ensina a vviver e que a infancia como as outras idades dela pode ti ‘ar ensinamentos, por que motivo no a comunicaremos? 38 ‘Enquanto timida, a argila é mole; apressemo-nos, e que a sexta agilem girando a modele’, Ensinam-nos a viver quan- slo passada a vida. Centenas de estudantes contraem doen ‘eas venéreas antes de chegarem a aprender 0 que Arist6te- les diz da temperanca. Cicero afirmava que, embora vivesse sluas vidas de homem, nio gastaria tempo em ler os poetas lircos; os disputadores de nossos dias so muito mais de salndoramente invites. Nosso jovem tem mais pressa: nfo tleve ficar entregue aos pedagogos senio até aos quinze vt esseis anos; 0 resto & da agio. Empregue-se, pois, esse ‘po que € curto no ensino do necessério. Deixemse de wo todas as arduas sutilezas da dialetica, ilusdrias e sem ‘feito sobre a vida; tomemvse os mais singeles preceites da fllosofia, escolham-nos com cuidado e tratem-nos bem: S30 ais simples de entender que tim conto de Boccaccio. Uma crianga es aprende, aosair da ama, mais facilmente do que a lere escrever. A filosofia tem regras para os recém-nascidos como para os decrépitos. [..] Busca nela (a filosofia),jovens e velhos, um objetivo para vosso espirito; um viatico para {quando tiverdes encanecido’. F 0 que diz Epicuro no inicio desua carta a Meneceu: ‘Por mnogo que seja,queninguém se recuse a praticar a filosofia, e que os velhos nao se cansem, dca’. Quem procede de outro modo parece dizer que ainda into é tempo de viver feliz, ou que jo no & Extraido de: Montaigne, Michel de. Ens. Sto Paulo: Abril, 198, p. 88 [Coleg30 Os pensadores ‘Trad Sergio Mili] '))"339-- Posso conceber um homem sem mias, pés,c3- boega (pois $6 a experiéncia nos ensina que a eabega & mais inecessdria do que os pés);mas nio posso conceber homer em pensamento: seria uma pedra ou um animal. 340 ~ A Iuiquina aritmetica produz efeitos que se aproximam mais tlo pensamento do que tudo © que fazem os animais; mas ime faz nada que possa levar-nos a dizer que tem vontade ‘como os animais. [.] 342 Se um animal fizesse por espirito ‘0 que faz por instinto, se falasse por espiito 0 que fala por Instinto, para acaca ou para avisar seu camarada de que a prea se encontrou ou se perdu, falariaigualmente paraci- Ber coisas em que entrasse mais afeiga0, como, por exemplo: 39 “roa essa conda que me feree que eu nio posso alcangar’-343, = O bico do papagaio, que ele limpa embora esteja limpo. 344 Instinto erazao, marcas de duas naturezas. 345 — A ra ‘230 manda em nds muito mais imperativamente do que um amo, pois desobedecendo a um somos infelizes e, 4 outra, ‘somos tolos. 346~ O pensamento faz a grandeza do homem. 347 - Ohomem nao passa de um canigo, o mais fraco da na- tureza, mas & um canigo pensante. Nao é preciso que uni- verso inteiro se arme para esmagé-lo: um vapor, uma gota de gua bastam para mati-lo, Mas, mesmo que o universo 0 fesmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o ‘mata, porque sabe que morre ea vantagem que 0 universo tem sobre ele; o universo deseonhece tudo isso. Toda nossa dignidade consiste, ois, no pensamento. Daf é que & preci sonos elevarmas,e nao do espagoe da duragio, que nao po- deriamos preencher. Trabalhemes, pois, para bem pensareis principio da moral” Eeraido de: Pascal, Blaise, Pensomentos. Sio Paulo: Abril, 1979, 123-124 [Colegio Os pensadores ~ Trad. Sérgio Miliet) 6) "11-05 filésofos se limitaram a interpretar 0 mundo dliferentemente, cabe tansfornit-lo™. Extraido de: Marx, Karl. Tess contra Feuertac Paulos Abril, 1978, p53 [Colegio (Os Pensadores ~ Trad. José Arthur Gannoti ae Indicagées para leitura COMTE-SPONVILLE, André. Apresentagio da filosofi. S80 Paulo: Martins Fontes, 2002 (Trad. Eduardo Brando} HELFER, Indcio etal (org.). O que ¢filosofia? S20 Leopoldo: ‘Univ. do Vale do Rio dos Sinos, 2003. LAW, Stephen. Os arquitos filséfces. S40 Paulo: Martins Fontes, 2003 [Trad. Marina Appenzeller) NAGEL, Thomas. Lint breve introdupio flesofa. Sto Paulo: ‘Martins Fontes, 2001 (Trad. Silvana Vieira 40 Educagio fisida libertando-se“da’caverna pela hd algum tempo se tomou usual a utilizagso do ter- ‘mo dialétea, no mais apenas nos discursos flosdficos, mas tumbyém na ciéncia, na educagzo, na economia. Essa palavra tem sido utilizada quando se quer expressar, com uma certa sencralidade, uma limitagao de aspectos da realidade, um Iner-relacionamento de procedimentos filosoficos,cientifi- eos ou educacionais, Com isso, a expressio "dialética” tor ‘nou-se uma palavra-simbolo da moda, destinada a lgiti- mar qualquer discurso - quando utilizada afirmativamente ‘0 critcé-lo como eelético - quando empregada de forma polémica. Na verdade, hoje em dia, muitas si0 as pessoas ‘jue, querendo dar uma aparéncia de racionalidade aos mo- los de explicagao e demonstragao confusos e aproximatives, Uliizanvse do termo dialetca. Mas na maioria das vezes slesconhecem que este termo tem significados bem precisos ha tradigao filoséfica Por trés desse emprego, algumas vezes leviano, do con- vito de dialética, os grandes dialéticos da filosofia per- mmanecem em geral despercebidos e, certamente, oconceito pperdle seu cariter originalmente filosdfico. Nao & objetivo deste capitulo fazer uma “historia da dialtica”, mas discu- {rum dos significados aribuidos & dialética na tradigio fi- Jondfica, mais precisamente em Plato (427-348 ou 347 a.C.) “ ‘Nascido em Atenas dentro de uma familia aristocritica, Pla tho~ diferentemente de seu mestre Sérates (170-399 a.C,) ~ dleixou uma vasta obra escrita. Nessa heranca escrita expli- cita-se claramente a preocupacio de Platio com a constru- ‘gio do conhecimento e com a formagio do homem —o que Yeremos a seguir. A dialétiea em Séeratese Platdo Etimologicamente a palavra vem do vocibulo gregodio- lektik,signiticando discussto, um discurso ou wma conver- saem que os interlocutores possuem opiniges opostas sobre alguma coisa. A dialética platénica¢ inicialmente a mesma de Sécrates, identificand-se com o sentido etimoldgico da palavra, ou seja, “a arte do dislogo ea diseussio que const fui a estrutura externa de todas as suas obras, e também a arte dese elevar a definigio geral partindo de fatos concre- tos” (Llanos, 1988, p. 49) Na doutrina de Sécrates podemos distinguir uma “pa te polémica”, em que ele combate os sofistas, uma parte dogmatica, em que expoe suas idias sobre as diferentes partes da flosoha. No que chamamos de parte polémica, Sécratesataca as insistentesidéias do perpetto fluxo das.cok sas e da variabilidade extrema das impressies sensitivas ~ determinadas pelos individuos que de continso se transfor ‘mam — que levaram os sofistasa concluirem pela impossibi- lidade absoluta e objetiva do saber. Ao contrério, Sécrates estabelece a possibilidade do sa- ber, determinando 0 verdadeiro objeto da ciéncia: 0 obje- toda ciéncia nao é 0 sensivel o particular, oindividuo que passa, mas sim ointligvel o coneeita que se exprime pela de- fhnicao. Essa verdadeira reforma socritica atingiu inexora- velmente os aicerces da filosofia, Sua doutrina do conceito ddeterminou para sempre o verdadeiro objeto da ciéncia: a indugto dialdtica reformou o método filossfico, ‘O que Sécrates pretende com seumétodo, quecaracteri- zou como "maigutiea” ~significando iteralmente a arte de fazer 0 parto,€ ajuda interlocutor tio-somente a refleti, tomando consciéncia dos seus préprios pensamentos. Para “2 cle, a missio do flésofo é fazer com que seu interlocutor sloive nascer suas préprias idéias, através da dialética, da Uliscussio no dislogo. Portanto, “a dialétia soerética opera inicialmente atra- és de um questionamento das crengas habituais de um in- lerlocutor, interrogando-o, provocando-o a dar respostas € cexplicitar 0 contetido eo sentido dessas crencas” (Marcon- les, 1998, p. 48). Com isso, Séerates faz com qute 0 interloct- tor compreenda que, na verdade, ignora o que acredita sa- her. Ou sea, “as perguntas feitas por Sdcrates levam 0 in- terlocutor a descobrir as contradigoes de seus pensamen- los ea profundidade de sua ignorancia” (Vergez & Huis- ‘man, 1988, p. 27). Em suma, 0 fim especifico atribuido por Sécrates a0 mé- todo dialético € precisamente prestar conta da propria vida, Sendo assim, set método ¢ antes de tudo, umesforgadede- finigio. Mas enquanto Sécrates procurano conceito overda- Alejo objeto da ciéncia,Platao retoma a teoria de seu mestre sobre a “ideia” eprocura leterminar a relagio entre. concei- toearealidade. Ao fazer desse problema o pontode partida ddesua flesofia, a intuicao fundamental da dialética plato- fica busca inspiragio nos ensinamentos de Sécrates. Segundo Japiassu & Marcondes (1996), poderiamos de- finiea dialetica platonica como ‘proceso peo qual a aims sclera, por degra das aporincs foes ean nihil ou Ss [2JA dale cum instrumento deuce de verdade dreds ce eco tua sateen fli pachogar prepa das ero oo ‘dem da verdad (p71) Nessa escalada da alma, o homem comumnio consegue we elevar alem dos degraus iniciais da primeira forma de conhecimento, ou seja, nao ultrapassa 6 nivel da opinido, Bomente 0 filésofo tem acesso as realidades inteligiveis ou {éias. E esse processo, pelo qual o intelecto passa de idéia [para idgia, até a captagio da lia suprema (oIncondicionado) ‘que constitu a dialética para Platao. Para este fildsofo, existe uma dialética ascendente, que bertando-nos dos sentides e do sensivel nos conduz as a Idéias e, posteriormente ascendendo de idéia em idéia, ale ‘anga a idéia suprema, assim como, por outro lado, existe também uma dialética descendente que percorre 0 camino inverso, partindo da idéia suprema ow de ideias gerais, ¢ ppor um processo de divisio, mediante distingBes progressi- -vas das idéias particulares, “consegue estabelecer a posigso que uma ldéia ocupa na estrutura hierérquica do mundo das Idgias” (Reale & Antiseri,1960a, p. 150), De forma bem objetiva, podemos afirmar, reforgandoo {que foi dito nos parigrafos anteriores, que para Platao a dlialetica éo estudio das Vias que noslevam a cienciaperfeita dlasidéias e cesta ieéias em simesmas, nasua realidadeob- jetiva. Entre as idéias, tio numerosas como 05 nossos con- ceitos, hi uma subordinagio dos génerosinferiores aes su- periores, uma hierarquia, que permite reduzir a multiplici- Sade tnidade. E sobre todas essas idéias prima a idéia do ‘Bem, luze vida de todas as outras, causa eficientee final de todo 0 universo [Em suma, podemos afirmar que em Platio a dialética nada mais é do que a captagio, pela intuigio intelectual, do mundo das iéias, de sua estrutura e do lugar ocupado por cada idéia em relagio as outras. Aalegoria da caverna Platio acreditava que os homens eram dotados nio ape- nas de um corpo mortal, mas também de uma alma mortal, gue era imateral, e da qual provinham todos 0s conheci- ‘mentos. Essa alma, além de eterna, depois da morte do cor ‘po voltaria em outra ocasise a animar outro corpo (transmi- ‘gracaoda alma) Para ele, os conhecimentos que os homens Clareceralgumas dividas (fate als, muito normal em pa- Testras). Seo fato a relatarseresuimisee a isso nto teiarnos atéainenhuma novidade, masa fala de um dos componen- tes desse grupo foi merecedora de ser evidenciada neste en- so. Um dos professores, a0 tcer um comentio sobre a palesra, fez uma observasio, como se etivesse um pouco de ‘xpeionado com o que aeabara de eseutae:"-E.! Ea velha ‘questi politica da edueagio fiscal” Se olharmos com aten: {Ho a constatacio desse professor, somos levades a uma ‘Questio fundamental: exste uma edcagio fisca escolar due no sea politica? 0 que é politica? [No que diz respeito a sua etimologia, devemos ter claro «quea palavra politica deriva do vocdbulo grego polis. Por sua ver, esta era a cidade grega, enquanto uma comunidade or- anizada, formada por cidadaos (homens livres nascidos dentro dos limites da cidade). Mas apesar dessa origem, que ‘aparentemente di uma certa homogeneidade ao sentido da ppalavra politica, a mesma foi utilizada ao longo da histé- Fla com alguns sentidos diferentes. Segundo. Abbagnano B (1999), “com esse nome foram designadas [1° doutrina do direto e da moral; a teoria do Estado, 3° a ate ou a ‘léncia do governo; 4" 0 estudo dos comportamentos inter Subjeivos” (p73) [No nos deteremos aqui na discussdo exaustiva sobre cada um dessessigifieados, mas faremos apenas aguas ‘bservacies necesirias para oentenimento cla rela ex tente entre politica e edueagao Fisica escolar _Apesar do primeiro significado apresentado por Abbag- nano (1999) = de politica como doutina dodieitoe da mo- ral ~ ter sido exposto de forma expicta em Even a Nina €o, de Arist6tles (384322 aC.) jt encontramos em Platio (427-348 0u 347 aC), mestrede Aristotle, ese projto-Re- ormulando sex projetojuenil de pariipagio politica, Pa- tao compreende que a vontade de atuar poitcamente deve [passa primeiramente porum processo punficador,onde an- tesde mais nada devemos entender afnalidade da gio pre- tendia, para somente apos esta tomada de conscincia ter ‘mos condigbes de air com rtidso Neste sentido, rs air com mio x justezn¢ ps aie saber 0 fue fs sber que eee ede pda ene fiste mada opurde ned sage macanen pol tents Pato roe ue no ata ene tina pales qualquer npuradoporunata Ecce Sno tebster pumsocs bee ares policy 3 Us poste Fee ple presspoe sin concen to prepara A pier pe or eae ume Geka sca uma pedagogies, 198 po Entendida aconcepgéo platdnia de participacio polit hese coin wanda env outa ola» expire “isoramentos epstmolop co rego rp = cea conhecer) » ber extraido dos proprios individuos, a partic do seu pro- prio comportamento,tomamse em seguida les de Fac Famento das insttugese uma forma de poder sobre os préprios homens Para um leitor mais atento ndo é dificil perceber que a educagio sea pode se enquadrar perfeitamente nas quatro Stibuigbs discutides por Foucault Cada uma dessesati- bruigbes das inotituigbes de sequestro (entre elas a escola) € uma font de relagdes de pode. A primeira atrbuigdo, que {iz respeito ao controle do tempo dos individuos, 38 vezes Sparece como verdadeira obsesio para alguns profesores de educagio fisiea Tudo € cronometrado em suas aula tempo d0jogo; tempo da corrida; tempo para oaluno sait do vest et Desea forma, as ala acta sendo wna Preparasio para o tempo do mundo do tabalho, onde esse uno, no futuro, poderé ser manipulado da forma mais onvensente a0 apaelho de produgaocapltalisa Sea primeiaaribuciopreparae individuo para seguir o ritmo das méquinas industria, a segunda domestica © compo, O controle dos corpos dos individuos fica evidente fauelas avlas de educa iia em que o professor enfati 2a 0s movimentos predeterminados por elt. Nesse modelo de aula,o profesor determina quais ce movimentos que se Fo realizados pelo aluno, como e quando realizé los O alu no deve seguir seqiencias de movimentos para corre, para frecitar umsalo, para fazer um rolamenta ee. Atlas desse tipo, que enfatizam apenas o movimento corpora, prepa ram o uno para comlormarsse ao rltmo repetitivo das mhi- Gino aa ovine “rbotizado te diver ue bes do parelno de produgto.O corpo ¢ domesticado para S trabatho “sem vida, assim como a cavalo &domestiado pata punar a charret “sem reclama™ ‘AterceizafungBo fica evidenteno poder que o profesor tem de obrigar”oaluno acorer ou a particpar de umjogo ‘portvo, por exemplo. Essa obigatoriedade € conseguida Staves dos mecanismos de reprovacto; pela ulizagao dos {idtios de clase, que controls frequgncia do aluno; tre. ‘és das metodologias de ensino utllzadas pelo professor, tentrooutas cols, Ftd xn €egtimado por um ser cien- tfieo que determina todas esas fungbes, Ou sp, quarts fungSo tata justamente do poder engendrado pelos "co: 80 inhecimentos cientificos” da educagio fisica. Fisiologia es- portiva, biomecdnica e psicologia esportiva sio exemplos de diseursos responsiveis pelo poder epistemolégica da teducagio fisica, poder esse que convence professores¢ alu- nos da importincia de se sujeitarem aos ditames desse camn- po de conhecimento. Resumindo, vimos que politica e poder sio questies que no podem ser pensadasisoladamente. Vimos também {ue 0 poder nlo se reduz a um objeto, colocado em algum pontodo Estado, mas esté dluido na sociedade, encontran- {Mosse em inimeras fontes, Entre essas “fontes de poder” te- ‘mos as insttuigbes de seqiiesto, entre as quais encontra-s¢ ‘escola. E, por fim, a educacio fisica esta ligada & escola: € "mesmo os professores que nio trabalham com educagio ff sica escolar (educagio bésica) foram formados por uma e3- «ola edueagio superiox).Entio fica uma indagacao nuclear: alguém ainda duvida de que a educagio fisica € politica? Para finalizarmos este capitulo, caberia respondermos ao espanto daquele professor a0 exclamar que “é a velha ‘questao politica da educagho fsica”, voltando.d nossa ques tao inicial, com mais érase: Eviste wma edueago sin que 0 sejnpoitca? Conscientemente ou ndo, somos todos serespo- lticos, enquanto seres sociais que estabelecem entre si rela- «bes de poder na sociedade. Nao existe neutralidade em ‘educagao ou em edlucacao fisica. Se voce nao faz sua opg30 filos6fco-politca, “alguém” a faz por voce. ne ae Leitura complementar a) “A comunidade construida a partir de virios povoa- ddos 6 a cidade definitiva, apés atingir 0 ponto de uma au- to-suficigncia praticamente completa; assim, a0 mesmo tem- po em que j tem condicbes para ascegurar a vida de seus ‘membros, ela passa a existir também para Ihes proporcio= nar uma vida melhor. Toda cidade, portanto,existenatural- mente, da mesma forma que as primeiras comunidades, aquela éoestigio final destas, pois anatureza de uma coisa 0 seuestigio final, porquanto oque cada coisa équandoo a seu creseimento se completa nds chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de ‘uma familia. Mais ainda: 0 objetivo para o qual cada coisa fojcriada~ sua finalidade 60 que ha de melhor para ela,¢ auto-sifciéncia é uma finalidade e o que ha de melhor. [Estas consideragbes deixam claro que a cidade é uma cria- ‘Gionatural e que ohomem ¢ por natureza um animal social, um homem que por natureza, e nio por meto acidente, rio fizesse parte de cidade alguma, seria desprezivel ou es- {aria acima da humanidade (como os sem cla, sem leis, sem lar de que Homero fala com escérnio, pois aomesmo tempo ele € avido de combates), e se poderia comparielo a uma eva isolada do jogo de gamao. Agora éevidente que o ho- ‘mem, muito mas que a abelha ou outro animal grogatio, & ‘um animal social. Como costumamos dizer, anatureza nada faz.sem um propésito,e ohomem éo tinico entre os animais {que tern o dom da fala. Na verdade, a simples voz pode in- dicara doreo prazer,e outros animaisa passuem (sua natt= reza foi desenvolvida somente até ponto de ter sensagies, do que doloroso ou agradavel cexterné-las entre si), masa fala ter a finalidade de indicar 0 conveniente e 0 nocivo, ¢ pportanto também ojusto eo injusto;acaracteristica espe. ‘Eada homem em comparagio com os outros animais é que somente le temo sentimento dobemedo mal, dojustoe do injusto ede outras qualidades morais,e€ a cominidade de seres com tal sentimento que constitu a familia e a cidade, [L-T Em todas as cigncias e artes o fim é um bem, ¢ 0 maior ddos bens e bem no mais alto grau se acha prineipalmente na ciéncia tode-poderosa; esta iéncia é a politica, e o bem em politica & a justiga ou sea, o iteresse comumy todos os ho- ‘mens pensam, por isso, que justiga & uma espécie de igual dade, € até cero ponto eles concordam de um modo geral com as distingSes de ordem filosfica estabelecidas por nés ‘a propésito dos principioséticos; elas explicam oque éajus- tiga ea quemela se aplica, e que ela deve ser igual para pes- soas iguais, mas ainda resta uma duvida: igual emque,¢de- Sipual em qué? Eis uma dificuldade que requer o auxilio da filosofia politica Extraido de: Aristteles, Politica. 3.04, Brasfa: Un, 1997, p.15, 101 [Trad. Mario Kuryh. 82 b) “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o pri- smeiro que, tendo cercado um terreno, lembrow-se de dizer ‘sto€ mew e encontrou pessoas suficientemente simples para acredité-lo. Quantos crimes, guerras, assassinios, miserias ‘chorrores nao pouparia ao genero huimano aquele que, ar- rancando as estacas ou enchendo o fosso,tivesse gritado & seus semelhantes: Defendei-vos de ouvir esse impostor estareis erdidos se esquecerdes que os fruto so de todos equea terran ertencea ninguém!” Extrado de: Rousseau, Jean Jacques. Discurso sobre a oigem eos fundamentes da desigualdade entre os homens. S20 Paul: Abr! 1978, p.259 [Colegao Os pensadores} 6) “L-penso que ndo ha um poder, mas que dentro de uma sociedad existem relagies de poder — extraordinaria- mente numerosas, miltiplas, em diferentes niveis, onde tumas se apéiam sobre as outras e onde amas contestam as ‘outras. RelagSes de poder muito diferentes vem-se atualizar no interior de ama instituicao, por exemplo, nas relaces soxuais temas relacées de poder, e seria simplista dizer que tessas relagies sio a projegao do poder de classe. Mesmo de ‘um ponto de vista estritamente politico, a maneiza pela qual, ‘em alguns paises de Ocidente, © poder, © poder politico, € ‘exercico por individuos ou classes sociais que absolutamen tendo detém o poder econéimico. Essas relagées de poder slo sutis, miliplas, em diversosniiveis, endo podemos falar sde um poder, mas im descrever as relagbes de poder, tarela Tonga dificil e que acarretaria longo processo, Poderiamos cstudé-las do ponte de vista da psiquiatria, da sociedacle, da familia, EssasrelagGes sio tho muiltiplas que nao poderiam ser definidas como opressio, resumindo tudo numa frase ‘o poder oprime’. Nao é verdade! O poder nao oprime pot suas razdes: primeiro, porque da prazer, pelo menos paca lgumas pessoas. Temos toda tuma economia libidinal do prazer, toda uma erética do poder, isto vem provar que © poder nio ¢ apenas opressivo. Em segundo lugar, 0 poder pode criar. Na conferéncia de ontem tentei mostrar que coi sas como relagies de poder, confiscagoes ete. produziram algo maravilhoso que é un tipo de saber, ipo de saber que 3 se transforma na enguél'eléorigem a uma série de conhe- mentos. Logo, nda aprovoa andliesimplista que conside- ‘aria 0 poder como ma coisas. Alguém disse aq qe os evolucionériosprocuram tomar poder. Al eu seria mut ‘mais anarquista.E preciso dizer que ndo sou anarquista no sentido de que ndo admito essa concepsio inteiramente ne- sativa do poder, mas nao concordo com voeés quando di- z2em que 63 revolucionérios procuram tomar o poder. Os antes, estou de acordo,acrescentando ‘Gragas a Bens, sit Para ob auténticos zevoluciondri, apoderar-se do poder significa apoderar-sede um tesouro das maos de uma lasse para entregi-loa uma outa classe, no aso, 0 proletriado. Creio que € assim que se concebe a revelugio ea tomada do poder" Exrado de: Foucault, Michel. vende eos formas juris. Ro dle Janel: Na, 196 p. 159-185 [Trad Roberto Machado Eduardo Jardin). Indicagdes para leitura DELACAMPAGNE, Christian. A filosfiapliticn hoje: dis, dates, quests. Rio de Janeiro: Zahar, 2001 [Trad. Lucy Magalhies). MAAR, Wolfgang L. O que politic. 16, ed. So Palo: Brasi- lense, 1994 [Colegio Primeiros Passos RUBY, Christian. Intros & flosofi politica. S50 Paulo ‘Unesp, 198 (Trad. Maria Loureiro} A. Poave racesa que sige ings, inquire, invetigno. 8 ae Elementos de, [dsiga'formal ¢ sua aplicagioja @ducacao fisica Segundo Piaget’, o homem desenvolve sua inteligéncia passando por quatro periodos que seguem um determina- fo padrio relacionado a uma determinada faixa etéria. No contexto estudado por Piaget, essa faixa etria para cada eta- pacra constante, mas certamente essas idades sofrem varia- «Bes em funcio de cada contexto sociocultural. Mase acor- ‘do coma proposta inicial desse pensador, temos o primeico periodo que vai do nascimento até cerca de dois anos de ida- Xe. Esse periodo, chamado sensrio-motor,caracteriza-se por ‘um egocentrismo praticamente total, onde a crianga fem co- smo tinica referencia comum e constante seu préprio corpo. No segundo periodo, conhecido come pré-operacional, que vai dos dois aos seis ou sete anos, apesar de continuar em luma perspectiva egocéntrica,acrianga, de um modo geral faz uso da linguagem, dos simbolos eimagens dos objelos ¢ eventos que a cercam, Na idade de sete ou oito anos inicia-se 0 perfodo ope- racional-conereto que se estende até as onze ou doze anos, 1 Jsn Paget (1896196), nasido ra Sua, wus tablioscomo blogo,dedando-se postertommentea pacologl, ga ed fost [Notoblisowae pric pelmente por soos ctudes a Ste de potas ‘hgitva epor oa ora sabre o proceso de esenvolvimento da conhe ‘mento ser human tora a,c enerou grande insta ma pe ‘Epage comemportnes. 65 [Nessa fase a crianga liberta-se progresivamente da pers- pectva egoctntrca que a caracterizava até entio.e adgulte tim conjunto muito importante de gras que mio possuta ‘hum ou dois anos lsdoze anos em dan tems periodo das operagbes formas) onde principal ca ‘acteristic €a capacidade de rciocinar com hipSteses ver- bas endo apenas com objetos coneretos ‘Aorelembrarmos esses conceitos de Piaget ofzemos pe- las implicagbes, Gbvias ede grande importinca, dessa pro- posigdes para oensino Na escola nevessidade de compat- bizar oensino com o nivel de desenvolvimento mental do aluno lta vezes¢gnorada. Com se, tena eniRacOn- {eto qs pressupdem habilidades mentais que oalunoain- dla nao tem ou por ainda nao ter chegado o momento dee=- tarno peta "requistado”, ou por ter estacionado” em ale fgum periodo antetior [Um erro muito freqient, principal- mente nos tltimos anos do ensino meio e mesmo nos pic ‘neizosdoensino superior, "éensinar em um nivel puramen- te formal (uponde, portanto, que ese nivel tenha sido ple ramenteatingido) para alunos que esto ands, em multas reas, em fase de radocinio operaciona-coneretof (Moreira, 1988, p56) Na verdad, a grande maloria das peseoasjamais vai além do periodo operacional-concreto (mesmo alos do ersino superior) A todo o momento estas pesons tem neces Sade de regredi a esse estgio como recurso para no se perderem no plano da astragio (quando, por expo, 0: lunos do ensino médio ou dos prmeiros anos do ensino su- periorsolictam mais aus pte). Assim, esa situacao de "estagnagio” no etigo das operas concelas, sp onde o individuo no pensa senfo em termos concretos, 38 pode Ser superada com um ensin adequado (iveoa prspectiva ington, enna significa prover carumdeseqilbrio no orgs ments) doesucando para {que ele, procurando reequlibrarse, se restrture cognt Tamentecaprenda)Aasin omecano de aprender aca pacidade do individuo restuturar-se mentaments proc fan unre equi, cabendo so ensino ava eee ‘aismo, "Seo antblenle pobre em situagbesdesequlbra- 86 horas, abe ap educdr produc is atifiaimente” (i, 137) dese forma, 0 professor deve ser tioative quanto ano De acordo com alguns ponsadores que questionainere- Ace sobre a eaponsabilade qe tenes cm cuca tose urn femagto de pesonseapates de pense {other e decir pors mesmas, [eres moto tempo en ar cag ee ee atric tener walsmns sucnee rence Banas es wa lcs sr eabantenpsemees ees a equ amentgmnecooregue tise Tfonee eines nor erccion St npr ‘shar ba no tenon 9 copscieade de Sora Sr rn es ts Soe Decent sane gto ‘Shcatde tm ened Io ipmane a, 094 po3) Poressa zo, delendemos aimportnca do estado da Iigca durante td a escolarzagio do ser urna Nos tenon nos eferno so uo excusvo dale formal as topencargoverado por reas que pode ter exempt ted ple evenvelvanent da oie onnal) fzend mn quer alunos fquem dente dos dierent moos de pen Sento ts cute raginrsonhar ou fngit sea Cama. fete como alegea deveria ser nord desenvlv {ano ensiny“unencomo tum aida conunto de formulas, tras sem conterts de pensamentos esos especial frente rade hjui esorto por pensar ais carci 30 reo propo penn” (td, p. 200) Mas final ag gis Er ina ern gras, pode ros dace que oe tas feramenta que ns pose In iferench ovacoctig cometo do ncoretoyroto sine Inenal rads pelo omen na tentative de bem condi 0 fecamerto, istorcamentes oie fol criagn pte fen Frege Artes Bt saz a) sku Na ver Be Eisnts antonoresa le como Socrates (70399 2C )e Pit (27318 ow 347 a jt haviam se precupa eon Erne eas pa bem conduc opencamnent Mawes er faments 58 at apareer como fate de uma ifiex0 ste 87 _nitica sobre a questionna obra intitulada Organom, de auto- ra de Aristoteles. ‘Omomento vivido por Aristteles ainda é um perfodo fem que a arte de convencer podia determinar o futuro pol tico de um homem. Aquele que melhor colocasse seus argu- ‘mentos podia conquistar para si algumas glorias. Mas essa ret6rica politica ndo tinha compromisso com a verdade. 0 importante era convencer os membros de uma assembléia da veracidade de sua fala, mesmo que seu contetido fosse falso. Assim, por causa desse descompromisso coma verda- de, demonstrado pelos politicos, & que Aristételes preocu- pou-seemestabelecer uma forma de identificar os discursos enganadores. Nasce a légica, mas ainda no com esse nome: apalavra ldgica surge mais tarde,na Idade Média, mas suas bases estavam no Organon de Aristteles Masse 4 sabemos que aligica preocupa-se com o racio- Cinio, falta defini que vem a Ser um raciocinio.Inicialmen- te podemos dizer que o raciocinio é um género especial de pensamento no qual se realizam relagées de consequéncia entre proposigiesUima proposigio é uma expressao verbal suscetivel de ser dita verdadeira ou falsa. Ou seja, 6a ex- pressio de um pensamento por palavras escritas ou fala- ‘as, que pode ser classifiada como fala ou verdadeira, Se alguém afirma:”- Hoje odia ests nublado”,trata-se de uma proposigio, pois essa expressio verbal pode ser verdadeira Seodia realmente estiver nublado, as caso contrario, pode ser classificada como falsa se o dia estiver ensolarado, Em se tratando de linguagem filos6fica, damos um rome e=pecial & proposigie quando ela ocorre como pres- suposigo num raciocinio: ela passa a se chamar premissa, ‘Assim, a premissa é cada tuma das proposigbes que servern debase & conch do raciocinio, ou argumento. Mas, nor- 2.Nesse pont nos rlerimos 20 silo de Pericles, sadist ego gue ination a que conecemnoa como emeericia grege Nese lode Pesce (ae) sari convener ea essence debates po Ios Arsttlesndo vive esse perodo, as com oda crtezs ainda so fre forte inflata dese Heal greg, ry malmente,em Iga profere-se utilizar palavra argumen {0 nolugar de racocinie. "Voltando ao ponto onde afirmévames que oracocniog um genero especial ce pensamento, nfo podemos confun- Ui ate com nucle [Na linguager ctidiana, malta pee saeSuttizanese das dus palavras como se fosser sindni- ina Nonfnt-o persone Egunguepacesoatil vacco produ aque das pessons qbalque processo que ia parte do conjunto de fendmenos da vida mental AS- ‘ns Fem todo pensamento consi bjeto de estudo paras Topica Em outs plaven,podemos afirmar que todas Cai pensanento fps éum enero da vide mess) Show nef todo percamento & am racicinio (Se os pens thontoyesiverer “solos” sem qualquer relagso entre ees, Sem chegae a lguima concluso, sto apenas pensaunen- tow "Que aula cata”; "Estou morrendo de sede" "Vou ) dormir. Entdo vjamos.O que chamamos de argumento (oi ra- ciociig)¢ um grupo de proposiaes onde uma dela un hclusto, dena logicaente das otras proposes cht tras premisss, Esquematicament, teramos: Raciocinio = Argumento Exerpl | Propengfo t= 1s Premiass [Todo homed moral [Propenigso 222" Fremien [Socrates homer, [Prvposgio 3= Conelusto Logo, Serle é moral Percebam que a proposiio "Loge, Sdcratesé moral” & uma xp cee deer a vera e parece ss eFchai lige dsproposies anteriores, qe av (ar sSTacetve de serem dias verdadevoso ass 3 Ans maa de gn fe a nes enc « a ‘enone cent seas operato fea pel expo oargumento ‘Sau cupresato verbal do raion. Para proposito trode do onto prefrimos sar aus palavrascome mesmo sentido, endo ims qu nso amber € corel 2 Tipos de argumentos ((_Na tentativa de classificar 0s argumentos, 05 filésofos perceberam que basicamente existem duas formas de con- ‘duzirmos nosso raciocinio, ou ainda, existem dois tipos de argumentos: a) Raciocinio indutivo (ou indigo); b) Racio- cinio dedutivo (ou deducio). ‘Temos também um caso especifico de indugo, que cha ‘mamos analogia (ou raciocinio por semelhanga), ni0 sen- do assim considerada um terceito tipo de argumento, mas apenas uma forma de indugio, uma variante do raciocinio indativo, a) Indugao Se um cientistaverifica que um objeto feito de ferro con- dduz eletricidade, verifica que um pedaco de prata também condueletricdade, que um pedaco de obre conduz eletri= cidade, que um pedaco de zinco conduz cletricidade... Ao consultar uma tabela periddica, percebe que todos esses ele- ‘mentos fazem parte do grupo dos metais. Com isso, o cien- tista pode coneluir que todo metal conduz eletricidade. Na verdade o que esse cientista fez? Eotabeleceu proposi- «es de cada caso particular (0 ferro, a prata,o cobre..)e che goa uma conclasio geral quesserve para todos as elementos cdo grupo dos metas. A isso se chama raciocinio indutivo (ou indugdo). Assim, raiocinioindutivo ¢ aquele que parte de casos particulars para chegar a wns verdad geal, ou univers ‘Como tum psicdlogo que escreve um livzo sobre 0 com- portamento dos adoleseentes, por exemplo, saberia como um Adolescente reagiria a uma delerminada situaga0? Ora, cer tamente, a0 pretender fazer um estudo com esse objetivo, © psicélogo define num determinado grupo social (adoles- centes do campo, das favelas, ou dos grandes centros urba- ‘nos etc) a faixa etiria desejada, e af observa varios adoles- ‘centes estas reagdes em situagoes que interessam 20 eu s- tudo. Apds observar cem, ditzentos, tezentos adolescen- tes, ouseja, varios casos partculares, esse psicdlogo chega a ‘uma conclusdo que serve para todos os jovens daquele gru- 90 er cee soeraann al a a ea escent ea alee pera ote enna ma im es lens ea ace heen eee ierisasesna Seemann oouseoraad creators aera aes selec epgrperins oudartures agama teas om prob des: abe ss cas at a a crc an ng un psi, A a hea saree gratg seapaetoda a onc At Pe ed erriione oes fay ns cre) serpent oo ud oe om i gun cna om so es trams ey ee paren neti Ang emer i de dopant macnn Peres der oes en Ree ee ees Sie cota th Va fe eee cr een ia ned sone um ep mati avo pei do eee aes as areas eeseeeuen ne gu seeuenea sepbopreamde gn al mae ” No entanto,ocaso mais comum é0 da indugioincompleta (ouindugto por enumeragao}. Uma prévia eleitoral ou uma pesquisa de opinito publica sobre determinado produto Bio exemplos deste tipo de indugto. Vocé nio trabalha com a tolalidade da populagao, mas com amostrassignificativas dos diversos segmentos sociais. Esse tipo de inducio é a ‘mais comum. E esse raciocinio que propiciou grande pat- te do avango das ciéncias experimentais e da natureza, Se ‘num manual de treinamento desportivo o autor afirma que “o percentual de gordura e o peso total sto reduzidos por programas de exercicios aerSbicos acompanhados de con- {role alimentar” (Dantas, 1986, p. 115), certamente esta con- clusio 6 pode ter sido fruto de tum raciocinio indutiv. Co- mo isso se da? De um modo geral, em algum momento um Cientista submeteu varios voluntitios (em niimero signif cativo) a um mesmo programa de exercicios aerdbicos econ- {role alimentar. Observou que o voluntéro 1 submeteuse 30 programa e reduziu seu percentual de gordiura e peso total, ‘© voluntario 2 também se submeteu ao programa e teve re- dugio no percentual de gordurae peso total, assim por dian- te até obter os resultados de todos os voluntirios. Assim, pds a observacio de vérios casos particulares(indugso = par te de casos particulares..), 0 ientista em questio teve condi oes de enunciar a propasigao acima, ou Seja,chegou a uma ‘verdade geral que pode servir de referencial para teinado- res e profescores de educagio fisca Ea analogia? Sendo uma indugio parcial ou imperf ta, essa forma de raciocinio parte de um ou de alguns casos particulares nio.a uma verdade geral, mas a uma outra pro- posicio também particular, por conta de comparacio entre que apresentam pelo menos um panto de semelhan ipesar de uma grande parcela de nossas conclasbes co- danas basearem-sena analogia, esse tipo de raciocinio por 4] semelhanga no fomece certeza, mas apenas uma pequena probabilidade de acerto, Vejamos um exemplo: “Meu primo graduow-se em educagio fisica na Faculda- dde Xe nao gosta de ler livros. Portanto, Henrique, que cursa educagio fisica na mesma faculdade, também nao tera go5- to pela leitura ao se formar”. Na verdade,o fato de ambos 9 cstudarem educacio fisica na mesma faculdade (ponto de

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