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CURITIBA
2011
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CURITIBA
2011
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COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________
Professor 1: Prof. Dr. Filinto Jorge Eisenbach Neto
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
_____________________________________
Professor 2: Prof. Dr. Pedro Steiner
Universidade Federal do Paraná
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Professor 3: Prof. Dr. Eduardo Vaz
Universidade Federal do Paraná
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ........................................................................................... 4
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................... 6
1.3 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DE PESQUISA ............................................................... 6
1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 6
1.3.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 6
1.4 JUSTIFICATIVA TEÓRICA E PRÁTICA ......................................................................... 8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 8
2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA .......................................................... 8
2.1.1 Fundamentos da RSC ........................................................................................................ 8
2.1.2 Argumentos contrários à RSC ........................................................................................... 9
2.1.3 Responsabilidade social corporativa e estratégia ............................................................ 10
3. METODOLOGIA................................................................................................................. 11
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 11
3.1.1 Perguntas de pesquisa ...................................................................................................... 11
3.1.2 Definição constitutiva e operacional das variáveise das categorias analíticas ................ 11
3.2 DELIMITAÇÃO E DESIGN DA PESQUISA ................................................................... 13
3.3 DADOS: FONTE, COLETA E TRATAMENTO .............................................................. 14
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................................. 11
4.1 A PORMADE ..................................................................................................................... 11
4.2. PROGRAMAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ADOTADOS ............................. 15
4.3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ALCANÇADOS PELA EMPRESA ............. 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 17
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 19
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1 INTRODUÇÃO
Nas duas centúrias que se seguiram à publicação da obra A Riqueza das Nações,
percebe-se que a história das primeiras fases da revolução industrial confunde-se, em boa
medida, com a eficiência alcançada com a combinação dos três fatores clássicos de produção
e geração de riqueza propostos por Adam Smith em 1776: terra, trabalho e capital.
Dentro dessa perspectiva capitalista economicista o principal objetivo corporativo é
assegurar níveis ótimos de eficiência produtiva. Nas teorias organizacionais clássicas, cuja
problemática principal residia no conceito de ordem, com base no pressuposto de que o
homem é um ser essencialmente racional, a tarefa da gestão consistia essencialmente em
planear, organizar, decidir e controlar a atividade da organização de acordo com métodos
quase-científicos (TAYLOR, FAYOL, SIMON).
No decurso das últimas décadas do século XX, o grande salto das economias
capitalistas industriais deu-se graças à conquista sucessiva de patamares superiores de
eficiência. Esse aumento significativo dos índices de produtividade operou-se na base do
extraordinário desenvolvimento tecnológico registrado no período, aliado a um avanço, sem
precedentes em qualquer outra época, das aquisições no plano da educação e formação.
A Era Pós-Capitalista do início do século XXI é marcada pelo avanço da liberalização
do comércio, da nova economia dos mercados financeiros profundamente interdependentes,
da desregulamentação financeira, da reformulação do papel do Estado, da revolução
tecnológica (especialmente a partir da telemática), e das novas formas de organização da
produção propiciadas pelas grandes corporações transnacionais. Tendo-se em pauta todos
esses fatores, um dos questionamentos mais presente diz respeito ao que se esperar para o
trabalho no limiar do terceiro milênio.
Efetivamente, o estudo sistemático dos comportamentos econômicos nesta transição
de século vem atribuindo a um novo fator – o conhecimento – a dimensão crítica de
sustentação de vantagens competitivas. As capacidades de inovação, de diferenciação, de
criação de valor acrescentado, de adaptação à mudança, são determinadas pela forma como o
velho e novo conhecimento integram as cadeias de valor, como processos e produtos recorrem
a conhecimento útil e crítico, bem como pela aptidão demonstrada pelas organizações e
instituições para aprender em permanência.
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O trabalho a ser realizado pode ser delineado no seguinte problema de pesquisa: Quais
as vantagens que a empresa pode obter ao patrocinar programas educacionais aos seus
empregados como estratégia de responsabilidade social corporativa?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A precisão conceitual do termo Responsabilidade Social pode ser tão remota quanto a
origem das organizações e está muito longe de ser uma unanimidade entre os estudiosos
economistas e estrategistas organizacionais. Não há, portanto, um conceito universalmente aceito
sobre responsabilidade social corporativa. Mas, pode-se afirmar que o ponto convergente nas
definições encontradas sobre o assunto é que a responsabilidade social corporativa relaciona-se ao
fazer negócios com sustentabilidade.
TENÓRIO (2003) observa que o conceito de responsabilidade social passou por várias
transformações, desde que surgiu no início do século XX; evoluiu com o filantropismo,
passou pelo voluntariado, pela cidadania corporativa, responsabilidade social corporativa e,
por último, desenvolvimento sustentável, na contemporaneidade. Segundo DAVIS e
BLOMSTROM (1975), o fundamento da responsabilidade social teve origem na preocupação
com as consequências dos atos das pessoas, que podem afetar interesses de terceiros. Tal ideia
persiste na maioria das religiões e filosofias do mundo, mas, normalmente, limita-se esta
aplicação aos contatos pessoais.
O Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
entende a RSC como sendo “o comprometimento permanente dos empresários em adotar um
comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico”, melhorando,
simultaneamente, “a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade
local e da sociedade como um todo” (ALMEIDA, 2002, p. 135).
Melo Neto e Froes (1999, p. 81-82) alegam que a responsabilidade social da empresa
está diretamente relacionada ao que a mesma utiliza ao que chamam de “patrimônio da
humanidade”. A empresa usa recursos naturais que não pertencem a ela, mas sim à sociedade,
contraindo assim dívidas para com a mesma. Os autores entendem que deve haver uma
reparação da usurpação empresarial, fonte geradora de lucro da empresa, devendo esta, em
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O economista Milton Friedman (1970, p. 46) entende que em uma sociedade livre “há
uma e somente uma responsabilidade social das empresas - utilizar seus recursos para se
envolver em atividades específicas, no intuito de aumentar seus lucros.”
Friedman (1970) posiciona-se defendendo que a empresa ao se envolver em atividades
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de responsabilidade social estaria sendo penalizada, sendo que o gestor geraria custos,
gastando o dinheiro dos acionistas para alcançar o interesse social. Assim, estaria diminuindo
o lucro dos acionistas, o salário de seu empregado e o preço aos consumidores seria mais alto,
o que refletiria negativamente no desempenho da empresa.
Segundo Stoner e Freeman (1999, p. 73), Friedmann afirma que “os dirigentes das
empresas não estão em posição de determinar a urgência relativa dos problemas sociais nem a
quantidade de recursos organizacionais que devem ser destinados a um determinado
problema.” Na verdade, na opinião dos autores, para Friedman, os problemas sociais devem
ser deixados para os indivíduos e órgãos governamentais competentes para tanto.
Friedman e seus seguidores acreditam que a organização ao maximizar seus lucros já
presta ajuda à sociedade, ao passo que acaba criando novos empregos, com pagamento de
salários justos, melhorando a vida e as condições de trabalho de seus funcionários, devendo
ainda ser lembrado o pagamento de tributos, que seria uma contribuição para o bem-estar
social. Com o mesmo entendimento encontra-se Jensen (2001), quando entende que o bem
social passa a ser alcançado à medida que ocorre a maximização de lucro.
3. METODOLOGIA
Segundo GIL (1999), existem duas definições de variáveis, as quais devem ser
operacionalizadas e traduzidas em um conceito mensurável a fim de transformá-las de
teóricas em práticas: a constitutiva e a operacional. A partir dessa definição, a presente
pesquisa possui as seguintes variáveis:
4.1 A PORMADE
A Pormade, empresa que fabrica portas de madeira em União da Vitória, PR, eleita a
sétima melhor companhia para se trabalhar no Brasil em 2009, de acordo com o instituto
Great Place to Work, optou, no final da década de 1980, em investir em educação e
treinamento. Em meados de 1994, época em que a empresa recebeu o maquinário, montou
uma escola em seu refeitório e, por meio de uma parceria com a Secretaria de Educação do
Governo do Paraná, contratou professores.
Em 1994, a Pormade estruturou um programa com foco preciso na educação, o qual
foi batizado de “Educação para empregabilidade”. Sua estrutura possui quatro principais
pilares de sustentação, todos eles formalizados no Planejamento Estratégico do programa,
quais sejam: (I) ensino regular, que compreende as aulas de educação para adultos; (II)
inclusão digital, que oferece aulas para 240 pessoas; (III) aprender a fazer; e (IV) aprender a
empreender.
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uma cor: (I) amarelo significa que o colaborador está em treinamento; (II) verde indica que o
colaborador já aprendeu e foi avaliado; (III) azul identifica que o colaborar j foi treinado e
está apto a multiplicar o que sabe para outros profissionais; e, por fim, (IV) vermelho, que
significa que o colaborador não está em treinamento, mas precisa aprender.
O mapa das competências permite que, ao surgir uma nova vaga, tanto o RH quanto o
coordenador tenham total conhecimento das aptidões de cada funcionário, o que facilita a
seleção e promoção interna. Se não tivesse o mapa, talvez o RH fosse procurar um
profissional no mercado, e não dentro da própria empresa.
quando comparadas com as demais empresas do mesmo setor, as resistências vão, pouco a
pouco, diminuindo.
No caso da Pormade, as dificuldades identificadas em razão da falta de educação dos
empregados foi interpretada como uma oportunidade e desafio de crescimento. Encarada
como uma vantagem competitiva no longo prazo, a educação foi definida como um objetivo
estratégico claro e aprovou-se um programa estimulante para criar infraestruturas de
conhecimento e para fomentar a inovação.
A Pormade atribuiu-se como objetivo estratégico de longo prazo tornar-se, dentro de
um espaço econômico mais dinâmico e competitivo do mundo baseado no conhecimento, uma
empresa capaz de garantir um crescimento econômico sustentável, com mais e melhores
empregos, e com maior coesão social.
Nessa linha de pensamento, os gestores da Pormade assinalaram um salto de qualidade
na visão estratégica para a empresa formulando um novo sonho que reconhecia que a empresa
estava confrontada com uma enorme mutação resultante da globalização e dos desafios de
uma nova economia baseada no conhecimento. Essa estas mudanças, que estão a afetar todos
os aspectos da vida das pessoas, requeriam uma transformação radical. A partir disso, a
Pormade se propôs a moldá-las de uma forma consentânea com os seus valores e modelo de
sociedade.
Assim, diante o exposto, pode-se afirmar que o investimento nas pessoas foi, no
contexto atual, uma aposta decisiva para fazer da Pormade uma empresa vencedora na
competição mercadológica que determina o destino e a hierarquia das organizações.
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REFERÊNCIAS
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Journal of Business Strategic, v. 4, n. 3, p. 48-57, 1984.
FREDERICK, W.C.; DAVIS, K. and POST, J. Corporate strategy, public policy, ethics:
business and society. Sixth Edition. New York: McGraw-Hill, 1988.
FREEMAN. C. The East Asian crisis, technical change and the world economy. Review of
International Political Economy, v. 5, n. 3, p. 393-409, Autumn, 1998.
FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its profits. The New
York Times Magazine, September 13, 1970, p. 46.
GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
TENÓRIO, Fernando Guilherme (coord). Gestão social: metodologia e casos. 4ª ed. rev. E
atual. Rio de janeiro, FGV, 2003.
YIN, Robert K. Estudo de caso. Planejamento e Métodos. Trad. Daniel Grassi. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
WADDOCK, S. Doing well by doing good. Sloan Management Review, v. 41, p. 75-83,
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YOUNG, R. Dilemmas and advances in corporate social responsibility in Brazil: the work
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