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CENTRO TECNÓLOGICO
VITÓRIA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
CENTRO TECNÓLOGICO
VITÓRIA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
CENTRO TECNÓLOGICO
Aprovado em _25_/_06_/2018.
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________
____________________________________
Prof. Herbert Barbosa Carneiro
Universidade Federal do Espírito Santo
Examinador interno
____________________________________
Eng. Murilo Carvalho, CEO
Grupo Ensinando
Examinador externo
“What has been will be again, what has been done will
be done again; There is nothing new under the sun.”
— Eclesiastes 1:9
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer em especial ao meu pai e minha mãe por apoiarem todas as
minhas decisões. Eu amo vocês. Aos meus irmãos Alexandre e Aline, por me ajudarem e me
apoiarem. As minhas amigas da faculdade, em especial a Nayana, Carolina, Patricia e
Elimar por terem me aguentado e me escutado por tantas vezes. A Luiza e a Thais, sou
eternamente grata a vocês. Aos meus professores da faculdade, vocês me ajudaram a estar
concluindo o curso hoje. E, por fim, em especial, a minha professora e orientadora Marta
Monteiro da Costa Cruz por ter sido muito compreensiva, ao Professor Herbert Barbosa
Carneiro e ao Murilo Carvalho por examinarem o meu Trabalho de Conclusão de Curso.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVO ................................................................................................................. 15
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 15
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 18
2.1 DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS .................................................................... 18
2.2 PONTOS DE ATENÇÃO NOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS ................ 25
2.3 FRAMEWORK PARA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS ....... 35
3. GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................................................. 38
3.1. MECANISMOS DE DISCIPLINA ................................................................................ 44
4. ESTUDO DE CASO – ENRON ........................................................................................ 48
4.1. BREVE RESUMO .......................................................................................................... 48
4.2. AS TÉCNICAS UTILIZADAS ...................................................................................... 58
4.2.1. MARK-TO-MARKET E MARK-TO-MODEL .............................................................. 58
4.2.1 USO DE ENTIDADES OFF-BALANCE-SHEET ........................................................ 59
4.2.2 TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS .................................................. 60
4.2.3 USO DE AÇÕES COMO GARANTIAS ..................................................................... 60
4.3. CONSEQUÊNCIAS E A RACIONALIZAÇÃO DE PRÁTICAS ILEGAIS E
ANTIÉTICAS ........................................................................................................................ 61
4.4. LINHA DO TEMPO ....................................................................................................... 63
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 68
ANEXO I................................................................................................................................77
1. INTRODUÇÃO
Todas as companhias que possuem capital aberto, conhecidas como S.A. (Sociedade
Anônima), precisam divulgar seus demonstrativos financeiros auditados pelo menos
anualmente e com base em normas de contabilidade internacionais (Lei 6.404, 15 de
dezembro de 1976) e são reguladas pela Lei 6.404, conhecida como “Lei das Sociedades por
Ações”. No Brasil, a norma utilizada é a IFRS – International Financial Reporting
Standards - estabelecida pela IASB – International Accounting Standards Board -
(Instrução CVM 457, 2007) e nos Estados Unidos é a US GAAP – Generally Accepted
Accounting Principles in the United States -, estabelecida pela FASB – Financial
Accounting Standards Board -, apesar de as empresas também poderem reportar usando a
IFRS (Schweser, 2017).
Para que esse objetivo geral seja alcançado, serão utilizados dois objetivos específicos:
Após os dois objetivos específicos serem abordados, será feito um estudo de caso
sobre a Enron, empresa que ficou mundialmente reconhecida após a fraude contábil de 2001.
1.2 JUSTIFICATIVA
O mercado financeiro espera sempre que uma empresa consiga aumentar seu valor
para seus acionistas e, assim, gerar um bom retorno. Em geral, os preços das ações sofrem
grandes declínios quando lucros decepcionantes – que não eram esperados pelo mercado -
são divulgados. Além disso, uma empresa com lucros e margens de lucro estáveis ou em
crescimento possuem preços de suas ações mais estáveis (Schweser, 2017).
No Anexo I, são apresentados alguns itens que são reportados nos itens a, b, e c,
apresentados acima.
De acordo com as normas da IFRS, os itens do fluxo de caixa são classificados
conforme as tabelas 1, 2 e 3, abaixo:
Entradas Saídas
Impostos Pagos
Juros Pagos
Entradas Saídas
Entradas Saídas
Caixa recebido pela emissão de ações Saída de caixa para readquirir ações
Juros Pagos
Como é possível visualizar nas tabelas 1, 2 e 3 acima, a IFRS tem flexibilidade com
relação à classificação dos fluxos de caixa, o que também permite uma maior manipulação
dos resultados reportados. Por exemplo, juros e dividendos recebidos, apresentados nas
Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não
encontrada., podem ser classificados como fluxo de caixa operacional ou de investimentos,
dividendos pagos (Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de
referência não encontrada.) e juros pagos (Erro! Fonte de referência não encontrada. e
Erro! Fonte de referência não encontrada.) podem ser classificados como fluxo de caixa
operacional ou financeiro. Essa liberdade maior de classificação já não é permitida pela US
GAAP. Nas normas dos Estados Unidos, os Juros e Dividendos recebidos e Juros Pagos só
podem ser reportados no Fluxo de Caixa Operacional e Dividendos pagos aos acionistas só
podem ser reportados no Fluxo de Caixa Financeiro. Outra diferença é que na US GAAP, os
impostos pagos são reportados como fluxo de caixa operacional independente se foram
relacionados a transações de investimento ou financiamento. Já na IFRS os impostos pagos
são reportados de acordo com o tipo de transação (Schweser, 2017).
Uma pesquisa da Ernst & Young de 2016 com 2.825 executivos identificou que um
número significativo está disposto a justificar um comportamento antiético quando está sob
pressão financeira. Quase metade de todos os entrevistados justificaria um comportamento
antiético para atingir as metas financeiras, uma proporção maior do que os 36% que
poderiam justificar tal comportamento para ajudar uma empresa a sobreviver em uma
recessão econômica. 7% dos CFOs contabilizariam a receita antes do tempo permitido e
18% dos CFOs mudariam as premissas de valuation e reservas (Ernst & Young, 2016).
Para se efetuar a análise dos números de uma empresa, é muito importante que seus
demonstrativos financeiros sejam de qualidade. O primeiro critério para julgar a qualidade
dos demonstrativos é a aderência aos princípios gerais de contabilidade na jurisdição em que
a firma opera. Mesmo com a aderência, os princípios possuem métodos e possibilidades de
interpretações diferentes e, estar de acordo com as normas não necessariamente resulta em
demonstrativos financeiros de alta qualidade (Schweser, 2017).
É possível que uma companhia possua uma alta qualidade dos demonstrativos
financeiros mas baixa qualidade dos ganhos reportados. Os ganhos reportados podem estar
de acordo com os padrões de contabilidade e relevantes, representar as atividades
econômicas da companhia de forma justa e ser útil na tomada de decisões mas ter baixa
sustentabilidade ou ser suficientemente baixo para não ser adequado como retorno para os
investidores ou para a sustentabilidade da companhia ser questionável (Schweser, 2017).
Apesar do viés conservativo não ser ideal para os usuários dos demonstrativos
financeiros, pode ser beneficial em reduzir a probabilidade de litígios no futuro de
investidores alegando que foram enganados e protegendo os interesses daqueles que
possuem menos informações do que a administração da companhia.
FOB – Ponto de Envio: O comprador é o responsável pelos bens que são danificados ou
destruídos a partir do momento que os bens saem da companhia, conforme a Figura 2,
abaixo.
Transferência da
propriedade
FOB - Destino: O vendedor retém o risco de perda até os bens serem entregues para o
comprador, conforme a Figura 3, abaixo.
FOB – No Destino
Transferência da
propriedade
c) Transações do tipo bill and hold: Em uma transação do tipo bill and hold,
cuja tradução em português seria venda faturada e não entregue (CVM, 2013), o consumidor
compra os bens e recebe um invoice (para pagamento) mas requere que a firma guarde os
bens por um período de tempo. O uso de transações bill and hold fictícias podem crescer os
ganhos no período atual reconhecendo receitas para bens que ainda estão no estoque. A
receita para futuros períodos vai decrescer quando transações bill-and-hold reais são
realizadas mas não reconhecidos como receita (Schweser, 2017).
e) Reservas para despesas com seguro: Outras reservas registradas por uma
companhia que podem ser manipuladas é a reserva para despesas com seguro. Um
decrescimento nas despesas estimada para os seguros como uma porcentagem de vendas
crescerá os ganhos enquanto um crescimento na reserva vai decrescer os ganhos (Schweser,
2017).
2
𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑡á𝑏𝑖𝑙 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑦
(3)
Provisão de imposto
Impostos diferidos
Deduções fiscais (Tax shield)
𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍 𝑰𝒏𝒗𝒆𝒔𝒕𝒊𝒅𝒐
= 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 𝑪𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 – 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝑪𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆
− 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒂𝒏𝒉𝒊𝒂 𝒑𝒂𝒈𝒂 𝒋𝒖𝒓𝒐𝒔
+ 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 𝑻𝒂𝒏𝒈í𝒗𝒆𝒍 + 𝑮𝒐𝒐𝒅𝒘𝒊𝒍𝒍
+ 𝑶𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐𝒔 𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒊𝒔 (𝟔)
2.3 FRAMEWORK PARA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
Reconhecimento de Receita
1. Mudanças nos métodos de reconhecimento de receita.
2. Reconhecer receita anteriormente ou posteriormente.
3. Uso de transações do tipo bill-and-hold.
4. Uso de programas de desconto que exigem estimativa do impacto dos descontos
sobre a receita líquida.
5. Falta de transparência em relação a como os vários componentes de uma ordem
de um consumidor são reconhecidos como receita.
6. Crescimento da receita diferente comparado com companhias similares.
7. Aumento significativo em contas a receber.
8. Aumento de receita usando atividades únicas ou extraordinárias.
9. Rotação de Recebíveis1 está decrescendo ao longo de vários períodos.
10. Decrescimento na rotação de ativos², especialmente quando uma companhia está
1 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 2 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠
Rotação de Recebíveis = Rotação de Ativos =
𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏í𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
crescendo por meio de aquisições de outras companhias.
11. Inclusão de itens não operacionais ou vendas únicas em tamanho significante nas
receitas.
Tabela 6 - Pontos de atenção no reconhecimento de Receitas
Estoques
Políticas de Capitalização
1. A firma capitaliza custos que não são capitalizadas por firmas na sua indústria.
Tabela 8 - Pontos de atenção em Políticas de Capitalização de Despesas
Fluxo de Caixa
1. A taxa do fluxo de caixa operacional sobre o lucro é persistentemente menor que um
ou está decrescendo ao longo do tempo.
2. Aumento do fluxo de caixa operacional usando aquisições ou alienações.
3. Aumento do fluxo de caixa operacional usando atividades insustentáveis.
4. Transferência de entradas de caixa financeiro para o caixa operacional.
Por fim, na tabela 10, abaixo, tem-se outros pontos de atenção que devem ser
verificados ao analisar os demonstrativos financeiros.
As empresas listadas em bolsa e aquelas com capital aberto (mesmo se não listadas)
devem ter um conselho de administração. Nos outros casos, o conselho de administração é
opcional e só é em geral adotado quando existem mais de um grupo de acionistas (por
exemplo, joint ventures e corporações que recebem investimentos de fundos de private
equity). Todas as empresas, entretanto, devem ter uma diretoria executiva. Se a empresa
possui uma estrutura de conselho de nível único (apenas os diretores executivos), seus
membros serão escolhidos e demitidos pelos acionistas. Se a organização possuir uma
estrutura de conselho com dois níveis, o conselho de administração será eleito e demitido
pelos acionistas e a diretoria será eleita e removida pelo conselho de administração
(Hypolito Passaro & Liau, 2017).
No Brasil, os seguintes itens devem ser decididos pelos acionistas:
a. alteração do estatuto;
b. eleição e remoção de conselheiros ou diretores;
c. aprovação anual das contas e demonstrações financeiras da empresa;
d. emissão de debêntures;
e. suspensão dos direitos dos acionistas;
f. avaliação de ativos dos acionistas para fins de integralização de capital social;
g. emissão de ações fundadoras ou certificados de participação;
h. fusão, cisão, dissolução ou liquidação, e nomeação do liquidante, bem como
aprovação das contas do liquidatário; e
i. falência ou reorganização financeira.
Além disso, como regra geral, cada ação ordinária tem direito a um voto. As ações
preferenciais geralmente não têm direito a voto, mas recebem certas preferências com
relação a dividendos e liquidação. O estatuto pode limitar o número de votos a que um
acionista tem direito e não é permitido voto plural, independentemente do tipo de ação.
Além disso, o estatuto pode conceder aos detentores de ações preferenciais o direito de votar
em vários tópicos, como avaliação de empresas, fusão ou cisão, entre outros. Alguma forma
de votação desproporcional ou limitada pode ocorrer sob algumas circunstâncias. Por
exemplo, elegendo membros do conselho, os detentores de ações ordinárias que possuem
pelo menos 10% do capital acionário podem votar em múltiplos votos proporcionalmente ao
número de membros do conselho a serem eleitos. Além disso, os acionistas de empresas
listadas detentores de 15% das ações com direito a voto ou 10% das ações sem direito a voto
têm direito de eleger um membro do conselho e seu substituto em uma eleição separada em
uma assembleia geral (Hypolito Passaro & Liau, 2017).
O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto;
No caso de alienação do controle, todos os acionistas têm direito a vender suas ações
pelo mesmo preço (tag along de 100%) atribuído às ações detidas pelo controlador;
Instalação de área de Auditoria Interna, função de Compliance e Comitê de Auditoria
(estatutário ou não estatutário);
O conselho de administração deve contemplar, no mínimo, 2 ou 20% de conselheiros
independentes, o que for maior, com mandato unificado de, no máximo, dois anos;
A empresa se compromete a manter, no mínimo, 25% das ações em circulação (free
float), ou 15%, em caso de ADTV (average daily trading volume) superior a R$ 25
milhões;
Elaboração e divulgação de políticas de (i) remuneração; (ii) indicação de membros do
conselho de administração, seus comitês de assessoramento e diretoria estatutária; (iii)
gerenciamento de riscos; (iv) transação com partes relacionadas; e (v) negociação de
valores mobiliários, com conteúdo mínimo (exceto para a política de remuneração);
Divulgação simultânea, em inglês e português, de fatos relevantes, informações sobre
proventos e press releases de resultados;
Divulgação mensal das negociações com valores mobiliários de emissão da empresa
pelos e acionistas controladores.
Além dos pontos acima, existem alguns possíveis alertas que indicam que uma
empresa possui uma governança corporativa inadequada.
Cada país tem seus corpos regulatórios responsáveis pelos valores mobiliários e
mercados em que eles negociam. No Brasil o órgão responsável é a CVM – Comissão de
Valores Mobiliários e nos Estados Unidos, o corpo regulatório é a SEC – Securities and
Exchange Comission e no Reino Unido é a Financial Conduct Authority (FCA). A
International Organization of Securities Comissions (IOSCO) coordena a regulação dos
títulos em uma base internacional com mais de 200 membros, que incluem os reguladores
nacionais dos títulos (a CVM faz parte da organização), bolsas de valores e autoridades
regionais. Uma autoridade regional é a European Securities and Markets Authority (ESMA),
que coordena a política dos reguladores de títulos dos países na União Européia. Os
reguladores, em geral, requerem:
i. clean opinion (ou também conhecida como unqualified opinion) e indica que
o auditor acredita que os demonstrativos estão livres de erros materiais e
omissões
ii. qualified opinion, quando os demonstrativos não seguem todas as normas de
contabilidade
iii. adverse opinion quando os demonstrativos não estão apresentados de forma
justa ou estão fora dos padrões de contabilidade
iv. disclaimer of opinion quando o auditor não pode expressar uma opinião
devido a limitações de escopo.
Para a contabilidade da empresa, Skilling só tinha uma exigência: deveria ser usada
a contabilidade conhecida como “reajuste a preço de mercado”. Arthur Andersen,
companhia de auditoria que fazia parte do grupo chamado “Big Five” e a SEC aprovaram o
método utilizado. Esse tipo de contabilidade permitia que a Enron registrasse os lucros no
mesmo dia em que um acordo era fechado. Não importava realmente quanto dinheiro
entrava, permitindo muita manipulação e, para o mundo exterior, a Enron tinha os lucros que
afirmava ter. A empresa dizia que iria vender energia de uma plataforma elétrica em dez
anos por X dólares por quilowatts e não tinha como comprovar que não poderiam vender.
(Enron, 2005).
A empresa tinha vastas operações de gás natural pelo mundo inteiro. Tinham
pagado bilhões para construí-las e a maioria estava indo muito mal na época. Apesar disso, a
empresa pagava cifras multimilionárias em bônus aos executivos baseados nos lucros
imaginários que nunca aconteceram. Em 1997, a empresa anunciou a compra da Portland
General, uma distribuidora de energia, colocando-a no negócio da eletricidade e a posição da
PG na costa oeste deu à Enron acesso ao novo mercado da desregulamentação da Califórnia.
A fusão das duas empresas se tornou na maior companhia compradora e provedora de gás
natural e eletricidade a nível nacional nos EUA (Enron, 2005).
“At a minimum, we see our market opportunities company-wide tripling over the next five
years.” (Jeff Skilling, 2000)
A maioria dos analistas que cobriam a Enron a classificavam como compra. O único
analista que não acreditava na empresa, John Olso, foi demitido depois que Andy Fastow,
CFO da empresa, ameaçou o banco Merryl Lynch de não fazer mais negócios com eles.
Após a demissão, o banco recebeu US$ 50 milhões de dólares em serviços de banco de
investimentos (Enron, 2005).
Andy Fastow era o CFO e foi o grande responsável pelo preço crescente das ações da
Enron. A Enron tinha uma dívida de 30 bilhões. Fastow criou centenas de companhias para
fazer com que a divida desaparecesse, ocultando dinheiro nas companhias de Fastow onde
os investidores não tinham acesso, enterrando dívidas e processos judiciais. Muitas das
companhias tinham nomes exóticos, como JedI, Chwco, Raptors (Enron, 2005).
A companhia pagava US$ 1 milhão por semana para a Arthur Andersen, empresa de
auditoria que auditava a empresa na época. O seu escritório de advocacia, Vinson & Elkins
também recebia valores muito altos. Além disso, o banco Merryl Lynch fingiu comprar
ativos da Enron (lanchas da Nigéria), sendo que na realidade, se tratava de um empréstimo
para ajudar a companhia (Enron, 2005).
O preço das ações da Enron estavam cada vez maiores. A Enron só começou a
levantar suspeitas de fraude contábil quando uma repórter da revista Fortune, Bethany
McLean, ao analisar atentamente os demonstrativos financeiros, perceber que algo não se
encaixava e questionar como a Enron fazia dinheiro. Ela escreveu um artigo chamado “Is
Enron Overpriced?”, na qual destacava a impenetrabilidade e baixa abertura dos
demonstrativos financeiros.
Com relação aos sinais de atenção que deveriam ter sido notados pelos investidores,
a Enron estava em número sete na lista da revista Fortune das 500 maiores empresas em
2000 (classificado pela receita total), superando gigantes como a AT&T e a IBM. Em
apenas cinco anos, a receita da Enron aumentou por um fator de 10 (que passou de US$ 9,2
bilhões em 1995 para US$ 100,8 bilhões em 2000), conforme Tabelas 12 e 13, abaixo. Na
época, nunca uma empresa conseguiu multiplicar por dez sua receita em cinco anos e a
empresa conseguiu esse crescimento sem grandes aquisições ao longo do caminho. Para
aumentar a receita de tal forma, em geral, leva-se décadas (Schilit, 2010).
Receitas
(USD 2000 1999 1998 1997 1996 1995
milhões)
Exxon
Mobil US$210.392 US$163.881 US$100.697 US$122.379 US$119.434 US$110.009
Wal-Mart US$193.295 US$166.809 US$139.208 US$119.299 US$106.147 US$93.627
General
Motors US$184.632 US$189.058 US$161.315 US$178.174 US$168.369 US$168.829
Ford US$180.598 US$162.558 US$144.416 US$153.627 US$146.991 US$137.137
General
Eletric US$129.853 US$111.630 US$100.469 US$90.840 US$79.179 US$70.028
Citigroup US$111.826 US$82.005 US$76.431
- - -
Enron US$100.789 US$40.112 US$31.260 US$20.273 US$13.289 US$9.189
Tabela 12 - 7 maiores companhias dos EUA de acordo com a receita de vendas
(Schilit, 2010)
(USD milhões) 2000 1999 % Crescimento
Exxon Mobil US$210.392 US$163.881 28%
Wal-Mart US$193.295 US$166.809 16%
General Motors US$184.632 US$189.058 (2%)
Ford US$180.598 US$162.558 11%
General Eletric US$129.853 US$111.630 16%
Citigroup US$111.826 US$82.005 36%
Enron US$100.789 US$40.112 151%
Tabela 13 – Crescimento das vendas entre as maiores companhias dos EUA
(Schilit, 2010)
Para se atingir uma multiplicação de receita por um fator de dez assim como a
Enron, como mostra a Tabela 16, leva-se décadas. A ExxonMobil atingiu US$ 10 bilhões
em 1963 e em 1980 atingiu US$ 100 bilhões de receita. A General Motors alcançou US$ 10
bilhões em 1955, mas levou mais de 31 anos para chegar aos US$ 100 bilhões. No entanto, a
Enron, que atingiu US$ 10 bilhões em 1996 alcançou em apenas 4 anos e uma subida tão
rápida nunca tinha acontecido. O recorde anterior foi do Wal-Mart, que conseguiu em 10
anos (Schilit, 2010).
A Enron alcançava seus números no final de cada trimestre também por meio da
Califórnia. A Califórnia foi o primeiro lugar escolhido pela Enron para testar a
desregulamentação do setor de energia. A companhia exportava eletricidade para fora do
estado para gerar escassez de energia. Quando os preços disparavam, traziam de volta para
vender mais caro. Fechavam também centrais elétricas e apostavam na alta da eletricidade
na bolsa (Enron, 2005).
A Enron utilizou de quatro artifícios principais para manipular seus ganhos (Rimkus,
2016):
1 – A Enron manipulou o propósito das SPEs (“Special Purpose Entities”), usando elas
como veículos para esconder dívida e manipular as receitas e ganhos da empresa-mãe (a
própria Enron).
3 – Executivos da Enron, como o CFO Andy Fastow, eram diretores em muitas das SPEs,
apresentando conflito relevante de interesse e os enriquecendo no processo.
4 – A Enron usou suas ações como garantia em empréstimos, fazendo toda a estrutura
financeira vulnerável a declínios relevantes no preço de suas ações.
2 – O “General Partner¹”3da SPE deve ter o controle da SPE de tal maneira que não atue em
nome do patrocinador (ex. Enron).
¹
A tradução de General Partner seria como “Sócio Geral”. Junto com “Limited Parner”, os termos são oriundos
do direito anglo-americano e designam os sócios de uma limited partnership, muito usado por fundos de
Private Equity (Freire, 2008). Um GP também é geralmente o gestor ativo nas operações diárias do negócio.
3 – A SPE deve possuir a maior parte dos riscos e recompensas de propriedade.
Enquanto esses critérios fossem atendidos, a Enron não precisava consolidar as SPEs
em suas demonstrações financeiras e simplesmente adicionava a participação proporcional
da Enron nos ganhos de cada SPE em um único item de linha em sua demonstração de
resultados sem divulgar o balanço patrimonial, fluxo de caixa e outras considerações
correspondentes. Muitas das SPEs da Enron falharam em todos os três critérios.
Enron financiou agressivamente suas SPEs utilizando largas quantidades das ações
da Enron como garantia, o que não era revelado ao mercado. Se as ações da Enron caíssem
significativamente, toda a estrutura financeira da firma seria destruída (Rimkus, 2016).
Como qualquer GP pode agir em nome de toda a empresa sem o conhecimento ou a permissão dos outros
parceiros e ser um GP oferece pouca proteção de ativos (Investopedia, 2018).
4.3. CONSEQUÊNCIAS E A RACIONALIZAÇÃO DE PRÁTICAS ILEGAIS E
ANTIÉTICAS
A seção 302 da SOX exige que a administração corporativa certifique que eles
revisaram as demonstrações financeiras e que são precisas e verdadeiras. A Seção 401 exige
que as informações financeiras incluam divulgações sobre quaisquer obrigações relevantes
fora do balanço patrimonial que possam existir. Já a seção 404 exige que a gestão declare se
os procedimentos de controle internos da empresa são adequados e eficazes. A seção 409
exige que a administração atualize o público sobre questões financeiras significativas
quando elas ocorrem, em vez de esperar até o relatório trimestral ou anual. E, por fim a
seção 802 impõe penalidades por violações das regras da SOX, que podem incluir multas ou
até mesmo prisão (Investopedia, 2018).
Segundo Suraj Srinivasan, professor de Harvard, com a SOX "Os mercados puderam
usar as informações para avaliar as empresas com mais eficiência, os gestores melhoraram
os processos internos e os testes de controles internos dos processos de contabilidade se
tornaram mais econômicos ao longo do tempo". Uma preocupação levantada era que o ato
iria encolher o número de IPOs, o que também não foi confirmada; na verdade, o preço dos
IPOs pós-SOX tornou-se menos incerto. O custo de ser uma empresa de capital aberto fez
com que algumas empresas se tornassem privadas, mas pesquisas mostram que essas eram
principalmente organizações menores, menos líquidas e mais propensas a fraudes (Hanna,
2014).
Por fim, Andrew Fastow (Figura 11) foi solto após seis anos de prisão.
Recentemente, ele deu algumas palestras a executivos dizendo que as práticas da Enron são
utilizadas por companhias atualmente, inclusive a Apple, conforme notícia abaixo (La
Roche, 2016).
Figura 11 – Ex-CFO da Enron em reportagem alertando que companhias atuais utilizam das
mesmas práticas utilizadas pela Enron
(La Roche, 2016)
Na palestra, Fastow disse que muitos executivos racionalizam suas atitudes, como ele
fez, para justificar suas atitudes erradas. As justificativas citadas para racionalização por ele
são ajudar a companhia e acionistas (mesmo que, no fim, suas atitudes tiveram o efeito
completamente oposto), ganho de reconhecimento e recompensa, que as atitudes tomadas
não eram ilegais e eram aprovadas (mesmo que antiéticas) e que o sistema o fazia tomar
essas atitudes (La Roche, 2016).
Diversos estudos sugerem que as pessoas tendem a superestimar sua ética e que
nossos julgamentos de justiça são egocêntricos - influenciados por nossa perspectiva única -
e, portanto, egoístas. Os indivíduos superestimam o quanto eles se comportarão moralmente
no futuro. Bazerman, Tenbrunsel e Wade-Benzoni atribuem esses erros de previsão à tensão
entre o lado de nós que deseja gratificação imediata e o lado que quer tomar decisões
responsáveis e éticas. Antes de tomar uma decisão, as pessoas predizem que se comportarão
de acordo com o seu lado ético e escolherão aquilo que apoie sua visão moral de si. No
entanto, quando é hora de tomar uma decisão, o lado da gratificação imediata torna-se
dominante. Através da "limpeza psicológica", um processo de desengajamento moral, os
indivíduos podem ativar ou desativar seus valores éticos. Por exemplo, Shu, Gino e
Bazerman descobriram que quando é dado a indivíduos uma oportunidade para trapacear e,
em seguida, eles trapaceiam, os indivíduos veem o comportamento de trapaça como mais
aceitável. Da mesma forma, os indivíduos se envolvem em "esquecimento motivado" de
regras morais depois de se envolver em irregularidades (Sezer et al, 2015).
Em uma pesquisa feita com 197 executivos que participaram de um curso do
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC para conselheiros de administração,
97% diz estar satisfeito com o próprio comportamento ético e todos responderam acreditar
serem mais éticos comparados a população brasileira, evidenciando o quanto somos cegos
com relação a nosso próprio comportamento (Silveira, 2018).
Os principais fatos que ocorreram até a falência da empresa são (Rimkus, 2016):
1985: A Houston Natural Gas se funde com a InterNorth (empresa de gasodutos de gás
natural).
Janeiro de 1987: A Enron reporta lucro de US$ 556 milhões em 1986. Entretanto, a receita
operacional antes de impostos possuem perdas de US$ 191 milhões. A Moody’s rebaixa o
rating de longo prazo da Enron para o status de “junk”.
Janeiro de 1987: Os gestores da Enron descobrem que dois traders da sua unidade de
trading de petróleo tiveram perdas de US$ 1 bilhão ameaçando a solvência da Enron. Um
executivo da Enron usando artifícios contábeis reduz a perda de US$ 1 bilhão para US$ 140
milhões, salvando a companhia.
1990: Lay contrata Skilling para liderar as operações de trading da companhia. Skilling
contrata Andrew Fastow (que mais tarde se torna CFO).
1991: Enron solicita a SEC para aprovar a contabilidade mark-to-market, que a SEC aprova.
1999: No que ficou conhecido como “Silver Peak Incident”, a Enron exagera as estimativas
de fornecimento e demanda em uma tentativa de influenciar preços de energia e de trading
na Califórnia.
2000: A ação da Enron atinge US$ 90. A FERC (Federal Energy Regulatory Comission)
começa uma investigação nas estratégias da Enron para elevar os preços da eletricidade na
Califórnia.
2000: Skilling sucede Lay como CEO, que permanece como Presidente do Conselho da
Administração.
2001: A área de trading da Califórnia possui seu mês mais lucrativo de todos (US$ 254
milhões em lucro bruto), enquanto a Califórnia continua tendo blackouts frequentes.
Junho de 2001: A FERC passa a impor tetos de preço ao longo dos estados do oeste
terminando a crise energética da Califórnia.
14 de Agosto de 2001: Skilling renuncia apenas oito meses depois de ter se tornado CEO e
vende US$ 15,5 milhões de ações da Enron. A quantidade total de ações alcançou mais que
US$ 70 milhões. O investidor Jim Chanos nota que a saída de Skilling coincide com a
divulgação dos resultados do 2º Trimestre. O fluxo de caixa da Enron foi negativo em US$
1,3 bilhões para os seis meses.
16 de Outubro de 2001: A Enron reporta US$ 638 milhões em perdas para o terceiro
trimestre e declara US$ 1 bilhão de mudanças no patrimônio.
21 de Agosto de 2002: Miachel Kopper (um dos executivos da Enron) se declara culpado.
31 de Agosto de 2002: A Arhur Andersen perde sua licença parra a prática de contabilidade
nos Estados Unidos. 85.000 pessoas perderam seus empregos.
1 de Maio de 2003: A Enron organiza um plano para sua falência que diz que a maioria dos
credores vai receber cerca de um quinto do valor de US$ 66,4 bilhões.
25 de Maio de 2006: Lay é declarado culpado assim como Skilling e Kevin Howard.
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SEZER, O. et al. Ethical blind spots: explaining unintentional unethical behavior. Current
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SILVEIRA, Alexandre Di Miceli Da. Ética empresarial na prática: soluções para gestão e
governança no século xxi: subtítulo do livro. 1 ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. 320 p.
ANEXO I