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PRÉ-ESFORÇADO
PRESIDENTE:
________________________________________
Prof.
ORIENTADORES:
________________________________________
Engº. Armando António Marques Rito
________________________________________
Prof. Dr. Engº. Resende N´sambu
________________________________________
Engº. Pedro Castro Caldas Cabral
ARGUENTES:
________________________________________
Prof.
________________________________________
Prof.
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DEDICATÓRIA
Há pessoas que passam pelas nossas vidas e que transmitem tal energia e vitalidade que
nos deixam imediatamente marcas duradouras. Pela inteligência, pelo optimismo, pela
força e energia com que defendem os seus ideais, pela serenidade com que reagem quando
os momentos são de facto críticos. E uma delas que eu dedico este trabalho é ao meu
falecido pai Sr. João Fernando pelo imenso contributo que deu para a minha educação
nos meus primeiros passos da vida.
Para a minha mãe Rosa Domingos Manuel João Fernando, dedico pelo imenso esforço e
trabalho que teve ao longo destes anos todos, aos meus irmãos por estarem sempre
presentes nos momentos difíceis, a minha esposa e filha, pela compreensão e incansável
ajuda.
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AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Jeová Deus todo-poderoso, fonte de toda vida. Pela bênção e pela sua presença
constante na minha vida, sem que eu precise pedir, pelo auxílio nas minhas escolhas e me
confortar nas horas difíceis.
Ao Prof. Dr. Engº Resende N´sambu, meu orientador científico, pelos esclarecimentos,
ensinamentos, conselhos e incansável ajuda prestada não só durante as aulas mas como
também durante a elaboração deste trabalho. Estou realmente muito agradecido pelo
apoio e ensinamento a distância, pois deram um grande contributo.
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Ao Eng.º Armando Rito, meu orientador científico, quero mostrar o meu profundo
agradecimento e reconhecimento pela forma como se disponibilizou para me orientar
neste trabalho, pelo seu incentivo e orientação. Agradeço-lhe também pelo apoio
financeiro em forma de bolsa e possibilidade que me deu em poder realizar este trabalho
nas instalações da sua empresa e a disponibilização de estudos por si realizados, que sem
os quais este trabalho não teria a mesma profundidade cientifica.
À Armando Rito Engenharia, SA, agradeço por toda bibliografia posta a minha disposição
e pelo contacto directo em obra
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A minha querida mãe, Rosa Domingos Manuel João Fernando, por todo amor, carinho e
apoio incondicionais.
Aos meus irmãos, Nomeadamente: Sérgio, Josias, Daniel, Esmael, Totocha e Esmeralda,
pela amizade e compreensão, Obrigado por estarem sempre perto de mim.
A minha mulher Karina Penanhafu e a minha filha Rosa Fernando, pelo amor e paciência
nos meus "Maus" momentos. Graça a vocês foi mais fácil transpor os dias de desânimo e
cansaço.
A todos os meus colegas de turma pelo incentivo, alegrias e tristezas nas horas boas e
más.
Aos meus amigos, nomeadamente: André Alexandre, Lukene Nataniel, Patricio, Samy,
Ty Elizeu, Gika, Mack, Mario Kipeia, Romão, Mariano Baptista, Yene Vavene, Faztudo
Jeremias.
Enfim, a todos, que de certa forma, contribuíram para realização deste trabalho.
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RESUMO
Na primeira fase, faz-se uma pequena abordagem sobre a história das pontes, o seu
surgimento até os dias de hoje.
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ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………...1
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………...................................................1
1.2 OBJECTIVOS DO TRABALHO…………………………………………………………..3
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO………………………………………………………4
2 PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PONTES……………………...........................................6
2.1 HISTORIAL DE PONTES…………………………………………………………………6
2.2 CONSTITUIÇÃO DE UMA PONTE……………………………………………………...9
2.3 DEFINIÇÕES DE ALGUMAS OBRAS DE ARTE……………………………………..11
2.4 CLASSIFICAÇÃO POR TIPOLGIA…………………………………………………….12
2.4.1 DESTINO DA OBRA………………………………………………………...12
2.4.2 MATERIAL UTILIZADO……………………………………………………12
2.4.3 SISTEMA ESTRUTURAL…………………………………………………...12
2.4.4 PERIODO DE UTILIZAÇÃO………………………………………………..17
2.5 DESENVOLVIMENTO DAS PONTES………………………………………………….17
3 PROCESSOS CONSTRUTIVOS………………………………………………..23
3.1 BREVE RESUMO…………………………………………………………………………23
3.2 CONSTRUÇÃO TRAMO A TRAMO…………………………………………………...24
3.2.1 CAVALETE APOIADO SOBRE O SOLO………………………………..25
3.2.1.1 ESTRUTURAS TUBULARES……………………………………...26
3.2.1.2 TORRES E ASNAS…………………………………………………29
3.2.2 CONSTRUÇÃO DE PONTES POR ELEMENTOS PRÉ-
FABRICADOS……………………………………………………………….32
3.2.2.1 VANTAGENS E INCOVENIENTES………………………………34
3.2.2.2 DOMINIO DE APLICAÇÃO……………………………………….35
3.2.2.3 SECÇÃO TRANSVERSAL………………………………………...38
3.2.2.4 SECÇÃO LONGITUDINAL………………………………………..45
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4.1.1 MATERIAS…………………………………………………………………….135
4.1.2 TABULEIRO…………………………………………………………………..136
4.1.3 PILARES……………………………………………………………………….137
4.1.4 LIGAÇÃO TABULEIRO-PILARES………………………………………...137
4.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO………………………………..138
4.2.1 ACÇÕES………………………………………………………………………..140
4.2.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………………….140
4.2.1.2 PESO PRÓPRIO…………………………………………………….140
4.2.1.3 CARGAS DEVIDAS AOS CIMBRES……………………………...140
4.2.1.4 PRÉ-ESFORÇO……………………………………………………..142
4.2.1.5 RESTANTES CARGAS PERMANENTES………………………...142
4.2.1.6 FLUÊNCIA, RETRACÇÃO E RELAXAÇÃO……………………..143
4.2.1.7 ACÇÃO DE ACIDENTE……………………………………………144
4.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO
LONGITUDINAL PARA A FASE CONSTRUTIVA………………………………………144
4.3.1 CÁLCULO DO PRÉ-ESFORÇO DISPOSTO NA FACE SUPERIOR DO
TABULEIRO………………………………………………………………………...145
4.3.2 CÁLCULO DAS TENSÕES SUPERIOR E INFERIOR NAS SECÇÕES DAS
ADUELAS BETONADAS…………………………………………………………..148
4.3.3 VERIFICAÇÃO DA TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO E DA TENSÃO
MÁXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO………………………………………157
4.3.3.1 TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO NO BETÃO…………………157
4.3.3.2 TENSÃO MÁXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO……………158
4.4 VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA DOS SISTEMAS DE EQUILÍBRIO DAS
CONSOLAS NA FASE CONSTRUTIVAS………………………………………………….158
4.4.1 CONSIDERACÇÕES GERAIS………………………………………………158
4.4.1.1 ACÇÕES CONSIDERADAS……………………………………….159
4.4.1.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA………………………………..160
4.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO
LONGITUDINAL PARA A FASE DE SERVIÇO………………………………………….165
4.5.1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………..165
4.5.2 ACÇÕES………………………………………………………………………..165
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Figura 3.2 - Construção sobre cavalete tradicional apoiado no solo,Viaduto V1A e V1B na
A14[]…………………………………………………................................................................................28
Figura 3.3- Ponte sobre o rio Kwanza Cabala []…………………………………………………………..29
Figura 3.4- Ponte Arade A2[]……………………………………………………………………………..30
Figura 3.5- Construção sobre asnas apoiadas sobre os maciços de encabeçamento das estacas dos pilares e
encontros, Ramo F de acesso ao viaduto V1B de A14 []…………………………………………………31
Figura 3.6- esquema de um avanço de um cavalete apoiado no solo[]………………………………….32
Figura 3.7- Ponte Macau Taipa []…………………………………………………………………………37
Figura 3.8- Soluções inovadoras para vãos de 60-70 metros com recurso a vigas pré-fabricadas correntes
[]…………………………………………………………………………………………………………...38
Figura 3.9- Secção de tabuleiro de vigas pré-fabricadas em I com pré-laje colaborante (SUT da beira
interior)[]…………………………………………………………………………………………………..39
Figura 3.10- Tabuleiro com vigas pré-fabricadas do tipo “artesa” com pré-laje como cofragem perdida
(SCUT do Algarve) []……………………………………………………………………………………..40
Figura 3.11- Utilização de Pré-lajes em tabuleiros com vigas Pré-fabricadas []………………………….41
Figura 3.12- Tabuleiro pré-fabricado com pré-laje maciça[]……………………………………………...42
Figura 3.13- Exemplo de Pré-laje maciça (Tâmega)[]…………………………………………………….43
Figura 3.14- Sistema de construção de um tabuleiro de vigas Pré-fabricadas com uma única viga “artesã” e
com vão de consola elevada[]…………………………………………………………………………...44
Figura 3.15- Vigas simplesmente apoiada[]………………………………………………………………45
Figura 3.16- Lajeta de continuidade []…………………………………………………………………….47
Figura 3.17- Tabuleiro semi-continuo, com continuidade ao nível da laje superior []……………………48
Figura 3.18- Esforço na estrutura ao nível do apoio []……………………………………………………48
Figura 3.19- Ligação de continuidade usando apenas armadura ordinária []…………………………….49
Figura 3.20- Solução de continuidade utilizando cabos rectos de pré-esforço sobre os apoios[]…………49
Figura 3.21- Outra solução com pré-esforço de continuidade. Os cabos C3 são pré-esforçados depois da
betonagem[]……………………………………………………………………………………………….49
Figura 3.22- Formas dos topos das vigas, das ancoragem e dos acopladores dos cabos []………………50
Figura 3.23- Sistema de montagem provisório. Suportes metálicos [] …………………………………...50
Figura 3.24- Vigas pré-fabricadas ligadas a 1/5 do vão []………………………………………………...52
Figura 3.25- Vigas pré-fabricadas apoiadas nos capitéis dos pilares []…………………………………...52
Figura 3.26- Pormenor de ligação com pré-esforço contínuo []…………………………………………..54
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Figura 3.58- Secção transversal do tabuleiro da ponte, sendo visíveis as ancoragens de pré-esforço e as
armaduras passivas em espera para o troço seguinte []………………………………………………….102
Figura 3.59- Ponte sobre o rio Kwanza construído por avanços sucessivos []…………………………..103
Figura 3.60 - Vão extremo menor do que a relação ideal. []…………………………………………….106
Figura 3.61 - Construção com apoio provisório[]………………………………………………………..107
Figura 3.62 - Sequência de construção por avanços construtivos em consolas []………………………107
Figura 3.63- Interior da viga em caixão da ponte Douro []……………………………………………...110
Figura 3.64- Cimbre móvel colocado para a execução do primeiro par de aduelas. Esquema da aplicação de
cofragem (sistema de suporte com vigas inferior e suspensão da parte inferior do cimbre) e dos dispositivos
de segurança durante a betonagem []……………………………………………………….112
Figura 3.65- Pitzal Valley Bridge – Austria (Tyrol) []…………………………………………………..113
Figura 3.66-Ponte construída por balanço sucessivos []…………………………………………………113
Figura 3.67-Parque de armazenamento de aduela pré-fabricadas[]…………………………………...115
Figura 3.68-Cofragem e processo de betonagem conjugadas. []……………………………………….116
Figura 3.69-Mesa de pré-fabricação contínua []…………………………………………………………117
Figura 3.70-Célula de pré-fabricação []………………………………………………………………….118
Figura 3.71- Colocação de aduelas com estrutura de lançamento []……………………………………120
Figura 3.72- Colocação de aduela com estrutura de lançamento []……………………………………..120
Figura 3.73- Colocação de aduela pré-fabricadas através de estrutura de lançamento. []……………..121
Figura 3.74- Gruas apoiadas em barcaça na água []……………………………………………………..122
Figura 3.75- Esquema de elevação de aduela com guincho[]……………………………………………123
Figura 3.76- Ligação de aduela com pré-esforço exterior provisório []…………………………………124
Figura 3.77- Ponte internacional de Monção. Sistema de equilíbrio longitudinal construído por escoras
[]………………………………………………………………………………………………………….128
Figura 3.78- Macaco hidráulico que permite a transferência das cargas de construção para o pilar []…128
Figura 3.79- Ponte sobre o rio Arade na A2. Sistema de equilíbrio []…………………………………..129
Figura 3.80- Ponte A24 sistema de equilíbrio longitudinal []……………………………………...........130
Figura 3.81- Sistema de fixação da ponte A24 []……………………………………..............................130
Figura 3.82- Sistema de equilíbrio longitudinal interior e sistema de equilíbrio transversal exterior colocado
no lado de extradorso []………………………………………………………………………..131
Figura 3.83 - Sistema de equilíbrio transversal com pré-esforço exterior (a cheio) []…………………..133
Figura 4.1- Mapa de Angola Província do Bengo []……………………………………..........................134
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Tabela 4.1 – Cálculo das tensões superiores e inferiores nas aduelas betonadas []……………………...161
Tabela 4.2 – Cálculo do volume de cada aduela []……………………………………………………....162
Tabela 4.3 – Cálculo dos momentos totais a esquerda e a direita da consola []…………………………161
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NOMENCLATURA
f – resistência do material
fc – tensão de rotura do betão à compressão
fct - tensão de rotura do betão à tracção
Ec – módulo de elasticidade do betão
fy – tensão de cedência do aço
fu – tensão de rotura do aço
Es – módulo de elasticidade do aço
𝑃𝑚á𝑥 - Força máxima aplicar num cabo
𝑃𝑜 - Força de Pré-esforço após perdas imediatas
𝑃∞ - Força de Pré-esforço útil ou a tempo infinito
𝜎𝑝,𝑚á𝑥 - Tensão máxima a aplicar aos cordões
𝐴𝑝 - Área de pré-esforço de um cabo
𝑓𝑝𝑘 =1860 Mpa
cqp – Combinações quase permanentes
𝜎𝑠𝑢𝑝 - Tensões superiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝜎𝑖𝑛𝑓 - Tensões inferiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝑃∞ - Pré-esforço útil ou a tempo infinito
A- Área ou secções transversais
𝑤- Módulo de rigidez
𝑀𝑐 - Momento correspondente as cargas que actuam na fase construtivas
e - excentricidade
PP - Peso próprio
𝑃𝑐𝑖𝑚 - Peso do cimbre
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1 INTRODUÇÃO
O projecto de qualquer estrutura deve ter como objectivo fundamental servir os fins a que
ela se destina com economia, durabilidade, escrupuloso respeito pelo meio ambiente e
boa qualidade estética. A função deve prevalecer na concepção da obra ditando, pois, a
sua forma. O projectista deve ter bem presente que um projecto funcional é sempre
simples e que as concepções simples transportam, em si próprias, beleza.
O projecto deve pois, logo no seu início, tomar em consideração as questões chave da
funcionalidade, da estética, da segurança, da durabilidade e do custo. Durante o
desenrolar do projecto, deve haver grande rigor na procura da solução tecnicamente mais
apropriada, na análise do impacto da obra e na pesquisa das medidas completas para
minimizar os seus efeitos negativos e para manter e restaurar, ou até melhorar, o ambiente
por ele modificado.
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A escolha da solução para uma obra de arte é um problema onde intervêm numerosas
variáveis em que se distinguem, pela sua importância, as seguintes:
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esforço útil em cada cabo, os esforços (momentos flectores, esforços transversos, esforços
axiais e tensões) e as deformações (rotações e flechas).
Pretende-se com este trabalho, contribuir para um melhor conhecimento das implicações
das escolhas dos processos construtivos adoptados em pontes e viaduto de betão armado
e pré-esforçado.
Devemos também por em conta a melhor escolha do processo construtivo a aplicar para
que a obra de arte seja económica, durável e tenha um escrupuloso respeito pelo meio
ambiente e boa qualidade estética.
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Pretende-se também, que esta tese sirva como ferramenta de auxílio para dúvidas
relacionadas com processos construtivos e factores a ter em conta para o
dimensionamento e verificação de tabuleiros construídos por avanços sucessivos.
Abordar-se-á, em primeiro lugar, uma síntese da história das pontes, desde que estas
apareceram até aos dias de hoje, apresentando também imagens de diversas obras de
pequena, média e grande envergadura construídas tanto no nosso País como no resto do
mundo.
Por conseguinte, falar-se-á dos processos construtivos de pontes de betão armado pré-
esforçado existente, retratando as suas vantagens e desvantagem, tempo gasto na
realização de cada trabalho e seus rendimentos.
Por último, Far-se-á a análise de cálculo da parte principal da ponte sobre o rio Kwanza,
obra situada junto a localidade de Cabala, construída por avanços sucessivos.
Entretanto, foram utilizados para o efeito as metodologias de análise correntes para este
tipo de projecto. os regulamentos usados foram os seguintes:
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A análise estrutural foi efectuada através de modelos de elementos finitos, utilizando para
o efeito os programas de cálculos automáticos SAP2000v14.2, BS2000Pro e Microsoft
Office Excel 2007.
Ao longo do trabalho serão apresentados os condicionamentos que terão sido críticos para
a escolha da solução estrutural (condicionamentos de ordem geotécnica, hidráulica,
processo construtivo, entre outros), enquanto em anexo serão apresentados os esforços de
dimensionamento e desenhos relativos ao dimensionamento geral, pré-esforço e
pormenorização de armaduras dos elementos estruturais que se consideraram de maior
relevância.
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A mais antiga estrutura chegada aos nossos dias é uma ponte de pedra, em arco, situada
no Rio Meles, na região de Esmirna, na Turquia, e datada do séc. IX a.C.
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A primeira grande ponte em madeira construída foi a ponte sobre o rio Danúbio, na
Roménia, construída no ano de 106 e composta de 21 vãos de aproximadamente 30
metros. As realizações mais espectaculares no domínio das pontes de madeira pertencem
sobretudo aos suíços e aos alemães.
Com a revolução industrial surgiram outros tipos de pontes como as de ferro fundido em
1779, pontes em treliça metálica e as pontes suspensas no século XIX. Ao mesmo tempo
em que a construção de pontes metálicas se desenvolvia, as pontes de betão armado, a
partir de 1900, e as pontes de betão pré-esforçado, a partir de 1938, conheciam os seus
primeiros avanços.
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Figura 2.5– Vista geral da ponte, mostrando os principais elementos constituintes [3]
As cargas dos pilares e encontros são transmitidas ao solo da fundação por intermédio
das fundações as quais podem ser directas (sapatas) ou indirectas (estacas, barretas, entre
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outras). Convém chamar a atenção que o termo infra-estrutura é por vezes subdividido
em meso-estrutura, que integra os pilares e encontros e infra-estrutura, constituída apenas
pelas fundações.
As obras de arte são definidas e classificadas para que uma melhor comunicação ou
entendimento, sabendo que ela pode ser dividida em várias partes. Em geral, elas são
definidas da seguinte forma:
Ponte - Obra de arte destinada a permitir o atravessamento dum vale, dum rio, dum braço
de mar, de outra via, entre outros;
Viaduto - É uma ponte sobre um vale seco, ou uma linha de água de pequena importância,
ou sobre uma via de comunicação;
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Pontes em Pórticos;
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Figura 2.9-Pórtico de pequena altura sobre estrada de quatro faixas (estrutura em pórtico na auto-estrada
de Berlim), vão de 28m [3]
Figura 2.10- Pórtico escorado sobre vale com encostas íngremes [3]
Figura 2.11- No caso dos pilares do pórtico serem rígidos, o momento no vão é pequeno; no caso de
serem mais flexíveis, o momento no vão é grande [3]
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Pontes em Arco;
Figura 2.12- Ponte da D.ª Maria [2] / Figura 2.13 b) Ponte Arrábida [2]
Pontes Suspensas;
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Pontes Atirantadas.
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Inicialmente, o betão surgiu como material ideal para substituir a pedra nas pontes de
alvenaria. A sua melhor trabalhabilidade, conferia-lhe características de material
adequado à construção de pontes. Construíram-se, por isso, pontes de betão simples em
arco tri-articulado, em que o betão surgiu como material substituto da pedra. Foi ainda na
segunda metade do século XIX, mais precisamente em 1875, que Monier construiu a
primeira ponte de betão armado - uma pequena ponte em arco. A “ponte Del
Risorgimento” em Roma , sobre o Tibre, construída em 1904 e constituída por um arco
com vão de 100 metros é geralmente apontada como a percursora das grandes pontes de
betão armado.
A ponte de Sando, na Suécia, construída em 1943 com um vão de 264 metros, constituiu
na altura o recorde mundial dos vãos das pontes de betão armado em arco. A ponte da
Arrábida, no Porto em Portugal, projecto de Edgar Cardoso, constituída por um arco de
betão armado de 270 metros de vão, inaugurada em 1963, surgiu como uma das maiores
a nível internacional, tendo sido durante vários anos, recorde mundial.
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Esta ponte tem um tabuleiro de 26,50 metros de largura total, um comprimento entre
testas de encontros de 493,20 metros e um comprimento total de 614,60 metros. O arco
de betão armado é o elemento resistente principal e possui uma corda de 270 metros, uma
flecha de 52 metros e espessura nas nascenças e no fecho de 4,50 metros e 3,0 metros,
respectivamente. Cada arco é constituído por duas costelas de 8,0 metros de largura,
contraventadas entre si.
Actualmente o recorde das pontes em arco de betão armado é a ponte de I’IIe de Krk, na
Jugoslávia. É constituída por dois arcos, um de 244 metros e outro de 390 metros, é
actualmente o maior do mundo, e possui a particularidade de ter sido construída utilizando
já a técnica da moderna construção por consolas (avanços sucessivos) com cabos
provisórios. Faz-se notar que esta técnica tinha sido aplicada já na construção do cimbre
da ponte da Arrábida.
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A utilização do betão armado para construir pontes viga iniciou-se em 1894. Quanto à
utilização do betão pré-esforçado para vencer grandes vãos, data de 1950, com a ponte
d’Esby sobre o Marne em França, cujo projecto se deve a Freyssinet. O seu vão era de 74
metros. Mas é com a técnica da construção por consolas, já utilizada há muitos anos nas
pontes metálicas, que a construção de pontes de betão armado e pré - esforçado conhece
um grande desenvolvimento.
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Figura 2.20-a) ponte do Kwanza 1972 [2] / b) Figura 2.21-b) Ponte do kwanza 2002 [2]
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3 PROCESSOS CONSTRUTIVOS
Os princípios científicos existentes têm que ser aplicado de forma sistemática para se
obter segurança e durabilidade. Para a economia e segurança não existem evidentemente
regras precisas. Dependem única e praticamente do talento criativo do Projectista visto
que são critérios muito subjectivos. Há no entanto uma certa relação entre o custo,
benefício e o aspecto estético das pontes.
Os processos construtivos podem ser classificados em três categorias distintas que são:
▪ Construção tramo a tramo;
▪ Construção por lançamento incremental (Poussege);
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Para alturas de rasante moderadas (até cerca de 50 m), se outros condicionamentos não
houver a solução mais natural é adoptar-se um tabuleiro construído tramo a tramo quer
betonado “insitu”quer pré-fabricado podendo, também, utilizar-se tabuleiros executados
por lançamento incremental.
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O processo mais expandido em Portugal é o da betonagem “in situ” quer sobre cavalete
apoiado no solo ou sobre asnas e torres metálicas, se a altura for moderada e as condições
geotécnicas ou dos atravessamentos (rios ou vias de comunicação) o permitirem, quer
sobre cimbres móveis. A utilização de cimbres móveis justifica-se quando não é viável
executar cavaletes apoiados no solo, já porque a rasante se desenvolve a grande altura já
porque as condições locais (geotecnia, vias atravessadas, rios, ambiente, etc.) o não
permitem ou aconselham, ou quando, sendo viável, condições de gabarit ou grande
repetição de tramos o impõe ou o tornam economicamente interessante.
O tempo de construção, utilizando cavalete deste tipo e para largura usuais de tabuleiro,
isto é entre os 11 e os 16 metros, é de cerca de duas as três semanas por tramo. Para obras
com as características atrás mencionadas esta é a solução que mais vantagem tem, a nível
económico e de facilidade de execução, e por isso continua a ser largamente utilizada.
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Estes cavaletes são muito simplesmente constituídos por tubos montados verticalmente
sobre apoios no terreno (pranchões de madeira, travessas ou maciços de betão), que têm
como finalidade repartir a pequena carga que cada prumo recolhe e assim evitar possíveis
assentamentos do solo. Normalmente, estes prumos são peças esbeltas, necessitando
assim de ser contraventados por outros tubos montados vertical e diagonalmente, ligados
entre si por encaixes ou braçadeiras metálicas. Inicialmente, para facilitar o nivelamento
da altura a que estava a cofragem era comum introduzirem-se cunhas e palmetas de
madeira rija, quer na secção entre os tubos e os apoios quer na secção superior entre o
tubo e a cofragem. Actualmente, estes sistemas são já dotados tanto de bases ajustáveis
como de esticadores na extremidade superior, o que permite não só nivelar a altura a que
está a cofragem, como também facilita nas operações de descofragem.
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Este sistema é relativamente fácil de montar, apesar de ser um processo moroso com
ciclos de montagem/desmontagem superiores aos da maioria dos restantes processos
construtivos, não requer mão-de-obra especializada e serve perfeitamente para os casos
correntes de obras de pequena dimensão.
O sistema de cavaletes apoiados no solo pode ser total, em obras de pequena extensão,
como por exemplo passagens superiores, ou pode também ser parcial, para obras de
grande extensão, como seguidamente vamos especificar no método “tramo a tramo”, que
tem a vantagem de se poder reutilizar a cofragem e o cimbre, tirando assim maior partido
económico, e quando a ponte tem vários vãos, a sua construção é feita pelo método tramo
a tramo.
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Figura 3.2-Construção sobre cavalete tradicional apoiado no solo-Viadutos V1A e V1B na A14 [2]
Este método consiste em construir apenas um tramo de cada vez, colocando o cimbre e a
respectiva cofragem para a construção de um tramo, compreendido entre duas secções de
tabuleiro situadas a 1/5 do comprimento de vãos sucessivos. Seguidamente à betonagem
do vão, à aplicação do pré-esforço, ao descimbramento e descofragem, passa-se para outra
sequência idêntica no tramo seguinte. Com este processo economiza-se muito cimbre e
cofragem. O custo deste processo é proporcional ao conjunto do volume do cimbre mais
os metros quadrados de cofragem utilizada. A obra faz-se muito sequencialmente e do
ponto de vista resistente introduzem-se poucos esforços na estrutura resistente.
Como qualquer sistema construtivo, o processo de cavalete apoiado no solo também tem
as suas limitações. Se o terreno sobre o qual se vai implantar a obra for muito irregular,
este método para além de se tornar pouco prático, pode até tornar-se perigoso, e por
conseguinte, de difícil aplicação.
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No que concerne à torres e asnas, são normalmente executadas quando queremos deixar
livre o "gabarit" inferior ou quando altura a se desenvolver é elevada. Elas partem sempre
do mesmo principio das estruturas tubulares pois também transmitem directamente as
cargas recolhidas as fundações. As transmissões dos esforços são efectuadas pelas vigas
a flexão e pelas torres a esforços axiais.
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As vigas são também de alta resistência, formadas por perfis e tubos de aço. Elas podem
ter várias dimensões até um máximo, economicamente viável, de 25 m, sendo as de
maiores vão evidentemente mais pesadas.
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Figura 3.5 - Construção sobre asnas apoiadas sobre os maciços de encabeçamento das estacas dos pilares
e encontros-Ramo F de acesso ao viaduto V1B da A14 [2]
Quando é previsível que estas vigas vão flectir significativamente devido ao peso do betão
fresco introduz-se normalmente uma contra-flecha na cofragem, contrariando assim a
flexão da viga. Podemos também contrariar a flexão da viga através das uniões do cordão
inferior, pois são reguláveis e permitem também introduzir uma contra-flecha no cimbre
contrariando deste modo a possível flexão da viga.
Para as obras com comprimentos iguais ou superiores a 300 metros e com as dimensões
exteriores da secção constantes pode-se utilizar um cavalete móvel com apoio no solo,
desde que a altura não seja excessivamente elevada e com variações excessivas. Devemos
ter um terreno relativamente plano, este sistema móvel, na sua forma mais tradicional,
desloca-se através de carris extensíveis. Para isso é conveniente unir a cofragem
directamente ao cavalete de modo a que se desloquem juntos.
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Na fase de betonagem é necessário elevar o cavalete para que as cargas não actuem ao
nível dos carris. Depois de betonado e pré-esforçado o tramo em causa, apoia-se
novamente o cavalete nos carris libertando-se simultaneamente a cofragem e passa-se
para o tramo seguinte. Para avançar o cavalete para um novo tramo utiliza-se um dos dois
processos seguintes: Ripa-se, para um dos lados, o cavalete e a cofragem em toda a largura
da plataforma, avança-se o conjunto para o novo tramo e volta-se a ripa-lo, para dentro,
a fim de o colocar na posição de betonagem, isto é, no alinhamento do tabuleiro; - O
cavalete e a cofragem são divididos em dois conjuntos paralelos ao longo de uma junta
segundo o eixo da plataforma. As operações descritas anteriormente aplicam-se então a
cada uma das metades do conjunto cavalete-cofragem.
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fazia uma ponte que ultrapassava vãos entre dois suportes. Este tipo de pontes
desenvolveu-se com o passar dos anos até às pontes metálicas.
Com novas tecnologias, a execução de tabuleiro pré-fabricados nos últimos anos teve um
desenvolvimento em duas direcções distintas e ambas proporcionadas pela possibilidade
de utilização de meios de montagem cada vez mais e mais eficazes. Em primeiro lugar,
em relação a secção transversal do tabuleiro, e em segundo lugar em relação a morfologia
longitudinal da ponte.
Cada uma das vigas que constitui o tabuleiro pode ser construída de forma independente
e ser posteriormente montada sobre os pilares. Temos desta forma um peso para manejar
muito menor do que o peso total do tabuleiro. Uma vez colocadas as vigas e sobre estas
as pré-lajes pode proceder-se à construção da laje superior, apoiada sobre as ditas pré-
lajes. Esta laje constitui o tabuleiro da ponte. Desta maneira atingimos duas metas
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Com aplicação deste método pode-se ter uma redução significativa de custos de
construção no que concerne a aplicação de construções rápidas e com a eliminação de
cavaletes e de cimbres. No entanto, a pré-fabricação exige uma execução, inspecção e
transporte particularmente cuidados, feitos por pessoal qualificado, pessoal este que nem
sempre é fácil de encontrar disponível. Por outro lado as superstruturas construídas com
vigas pré-fabricadas são em geral caracterizadas por secções transversais constituídas por
grande número de elementos de secção reduzida, com grandes superfícies expostas e
muitas juntas, incluindo as das betonagem, o que tem trazido, em geral, grandes
problemas de durabilidade e conservação às estruturas deste tipo.
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As vigas podem ser economicamente utilizadas para vãos até 35 m desde que o número
da vigas a utilizar seja, pelo menos, da ordem dos 40. Claro que está regra refere-se a
vigas pré-fabricadas especialmente para uma dada ponte e não à aplicação de vigas
"standard" executadas em fabrica situada a distância e com itinerário de acesso
convenientes.
A pré-fabricação de obras de arte esteve durante muitos anos limitada a vigas de secção
transversal pouco esbeltas, semelhantes às conhecidas séries americanas ASTHO. São
soluções para vãos até aos 15-20 metros e eram realizadas com fios pré-esforçados. Na
época os meios de transporte e de manuseamento eram limitados e era difícil obter betões
com resistências superiores aos 35/40 Mpa.
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continuidade estrutural. Estas soluções que continuam a ser adoptadas nalguns países não
são convenientes para o comportamento às acções verticais e efeitos de deformação
impostas e são certamente desaconselhadas para as acções horizontais, pois a transmissão
das forças sísmicas do tabuleiro aos apoios dos pilares não é eficiente.
A utilização de vigas pré-fabricadas pode ser feita em viadutos quer com alinhamentos
rectos quer alinhamentos curvos. Para o caso de alinhamentos curvos, como as vigas pré-
fabricadas são rectas, surgem agravados os efeitos relacionados com juntas expostas e
problemas de degradação das mesmas.
Hoje em dia a pré-fabricação em pontes e viadutos pode ser usada não só ao nível do
tabuleiro mas também dos pilares, travessas e eventualmente também das fundações.
Posteriormente será necessário, em obra, estabelecer as ligações entre estes elementos.
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A pré-fabricação de pilares pode ser feita por troços com juntas conjugadas e pré-esforço
de ligação entre os troços ou através de elementos completos como são exemplo a ponte
de Macau-Taipa e a Ponte sobre o Rio Huerna, figuras abaixo, respectivamente.
Actualmente, já existem soluções inovadoras que nos permitem vencer vãos da ordem
dos 60 ou 70 metros através de escoras apoiadas nos pilares e de troços constituídos por
vigas pré-fabricadas em U de altura constante e comprimentos da ordem dos 40 metros.
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Figura 3.8 - Soluções inovadoras para vãos de 60-70 metros com recurso a vigas pré-fabricadas correntes.
A evolução no tempo e a potência dos meios de montagem, tiveram uma grande influência
na secção transversal das pontes de vigas pré-fabricadas.
Inicialmente desenvolveu-se um tabuleiro de vigas “I”, com vigas separadas entre si com
comprimentos da ordem de 3 ou 4 metros e vãos que raramente passavam de 40m de
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comprimento. O peso destas vigas pode alcançar as 70 ou 80 toneladas para vigas mais
largas. Esta tipologia constitui uma solução excelente, barata e eficaz, com uma perfeita
adequação da capacidade resistente parcial de cada um dos seus elementos em cada uma
das fases de construção por onde passa e na fase de serviço.
Figura 3.9 - Secção do tabuleiro de vigas pré-fabricadas em I com pré-laje colaborante (SCUT da beira
interior)
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ou 6cm. As pré-lajes devem ser convenientemente armadas para suportar o peso do betão
fresco da laje.
Porém, esta tipologia de secção transversal foi sendo substituída pela utilização de vigas
em “U”, muito mais pesadas e resistentes. Com uma ou duas vigas “U” é possível vencer
larguras transversais entre 12 e 25 metros, respectivamente. A maior vantagem que este
tipo de vigas apresenta é a rigidez à torção que proporciona ao tabuleiro quando sobre
elas se aplica a laje superior.
Figura 3.10 - Tabuleiro com vigas pré-fabricadas do tipo "Artesa" com pré-laje como cofragem perdida
(SCUT do Algarve)
Como nesta tipologia existem casos em que as vigas podem ter, entre si, afastamentos
significativos e grandes consolas laterais, e portanto uma secção transversal com vãos
muito maiores, as pré-lajes não podem ser simplesmente armadas e de pequena espessura.
Para resolver este problema foram, ao longo dos tempos, e como resultado de muitas
experiências, obtidas várias soluções. Seguidamente são apresentadas algumas dessas
soluções.
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Na figura 3.11 são representadas duas tipologias semelhantes que utilizam as pré-lajes
que anteriormente se falaram. A tipologia consiste na utilização de pré-lajes unidas entre
si por vigas treliçadas que permitem que as pré-lajes vençam vãos maiores ou que formem
consolas laterais. Neste caso a pré-laje é colaborante com a laje betonada “in situ”. Esta
colaboração é realizada por meio das atrás mencionadas vigas treliçadas e um adequado
tratamento superficial.
Para que a aderência, entre a pré-laje e o betão que é colocado para betonar a laje superior,
se encontre em perfeitas condições é necessário regar a superfície antes da colocação do
betão fresco, fazendo com que esse mesmo betão penetre e adira melhor à superfície da
pré-laje e evitando também fenómenos indesejáveis de retracção.
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Outra tipologia utilizada consiste em usar as mesmas pré-lajes mas agora unidas entre si
com uma nervura de betão armado. Esta solução é uma alternativa à solução anterior para
vãos transversais maiores e para quando se quer controlar melhor as flechas das pré-lajes.
A nervura de betão contínua permite a colocação destes elementos transversais de uma
só vez.
Finalmente, pode-se utilizar lajes pré-fabricadas maciças (fig 3.13). Estas lajes são
colocadas sobre as vigas pré-fabricadas constituindo assim a forma mais recente para a
pré-fabricação total do tabuleiro. Estas lajes são normalmente fabricadas em faixas de
larguras de dois ou três metros, conforme for a capacidade dos meios de montagem
utilizados. A conexão entre estas pré-lajes maciças e as vigas pré-fabricadas é feita através
de orifícios existentes, para o efeito, nas lajes e onde vai penetrar a armadura passiva das
vigas. Este esquema está exemplificado na figura seguinte.
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Um outro passo na evolução dos tabuleiros de vigas pré-fabricadas foi a utilização de uma
só viga”U” para tabuleiros com larguras de 10 a 12metros. Neste caso, a fim das vigas
não terem um peso muito elevado, devem ser usados betões de grande resistência, que
permitem cargas de pré-esforço muito elevadas, necessário para resistir às solicitações
sobre a viga.
Concluímos assim que a laje superior do tabuleiro pode ser realizada de várias maneiras
distintas. Resumindo, podemos ter lajes superiores pré-fabricadas, nervuradas ou
maciças.
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No caso das lajes superiores serem muito pesadas, para o vão da consola que estão a
vencer, pode ser adoptada outra tipologia para vencer esse vão. Essa tipologia consiste na
utilização de lajes com comprimentos não superiores as 2,5 metros no sentido
longitudinal da ponte. A estabilidade provisória destas lajes é obtida através da colocação
de tirantes provisórios ancorados na viga “U”, a qual também deverá ser travada entre si
para evitar flexões excessivas nas almas e na laje inferior. O procedimento de montagem
deste sistema consiste na colocação de escoras transversais, devidamente apoiadas na
parte inferior da viga longitudinal, onde existem umas reentrâncias para um apoio eficaz
das escoras, e na parte superior estas escoras são “amarradas” por tirantes ao extremo
superior das almas da viga. Seguidamente são apoiadas, sobre a viga e as escoras, as pré-
lajes, que servirão de suporte à laje superior betonada “in situ”. Na figura seguinte
apresenta-se um exemplo da tipologia anteriormente descrita.
Figura 3.14 - Sistema de construção de um tabuleiro de vigas Pré-fabricadas com uma única viga "artesa"
e com vão de consola elevado [7]
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Com esta hipótese temos duas linhas de apoio por cada pilar e juntas entre cada par de
vãos. O pavimento superior necessitará de uma junta de dilatação que permita os
movimentos longitudinais do tabuleiro devido às variações de temperatura, fluência e
retracção. Esta solução para além de provocar um grande desconforto para os condutores,
pois as deformações diferidas no betão vão provocar quebras no perfil longitudinal da
via, obriga a coroamento de pilares de grandes dimensões devido à necessidade de
duplicar o número de aparelhos de apoio, o que em termos estéticos e de durabilidade em
nada favorece a obra.
Esta solução não é perfeita, pecando por uma inevitável fissuração ao nível da laje
superior na zona das juntas entre vigas, tornando-as facilmente sujeitas à corrosão. Existe,
ainda, um outro problema que é o facto de em caso de substituição dos aparelhos de apoio
ser necessário levantar simultaneamente, e sem qualquer desfasamento, os dois tabuleiros
contíguos em cada pilar a fim de não destruir a lajeta de continuidade.
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Esta lajeta de continuidade é separada da viga num determinado comprimento. Para isso
elimina-se a armadura entre a lajeta e a viga e coloca-se um material inerte com alguma
espessura entre a lajeta e a viga para separar os betões da viga e da lajeta. Desta maneira
pode-se dar alguma flexibilidade à união, o que permite absorver alguns esforços, como
por exemplo algumas deformações impostas pela fluência e retracção do betão que
produzem rotações nos apoios em função do tempo. Estas rotações são tanto menores
quanto for o comprimento L da lajeta.
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Figura 3.17- Tabuleiro semi-continuo, com continuidade ao nível da laje superior [8]
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A união entre vigas pré-fabricadas pode ser estabelecida quer com armaduras ordinárias
quer com a ajuda de cabos de pré-esforço.
Figura 3.20 - Solução de continuidade utilizando cabos rectos de pré-esforço sobre os apoios.
Figura 3.21 - Outra solução com pré-esforço de continuidade. Os cabos C3 são pré-esforçados depois da
betonagem.
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Figura 3.22- Forma dos topos das vigas, das ancoragens e dos acopladores dos cabos.
Neste sistema, para a montagem das vigas é, geralmente, necessário utilizar suportes
provisórios junto aos pilares. Inicialmente as vigas são colocadas sobre esses suportes ou
escoramentos provisórios para posteriormente serem colocados sobre os pilares onde será
feita a betonagem da carlinga.
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Esta é uma solução que traz relativas melhorias em relação às anteriores no que respeita
à durabilidade, aparência e conforto na condução, devido à transformação dos anteriores
vãos individuais numa estrutura de viga contínua, onde o tabuleiro fica apoiado num
número mais pequeno de aparelhos de apoio, eliminando-se uma carlinga por vão. Nesta
tipologia fica apenas uma carlinga por apoio, o que permite a utilização de coroamento
de pilares, ou até mesmo dos próprios pilares, mais esbeltos.
Tal como na execução tramo a tramo, também aqui, as vigas são apoiadas na consola
anterior e no pilar seguinte projectando-se para além dele 1/4 ou 1/5 do seu comprimento.
A ligação entre as vigas é consolidada por meio de uma betonagem “in situ” de um troço
com um comprimento entre 0,5 a 1 metro. Seguidamente, são betonadas as carlingas e a
laje da plataforma tornando-se assim todas estas peças num conjunto monolítico.
Apesar de ter algumas vantagens estruturais, pois tem as juntas nos pontos de inversão
dos momentos e redistribuições de esforços pequenas, visto que o seu diagrama de
momentos é muito próximo ao que seria o diagrama de momentos de um tabuleiro
betonado de uma só vez, esta é uma solução mais morosa e de difícil execução.
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Para as duas primeiras hipóteses e para esta última, as rotações nos topos das vigas quando
estas sofrem deformações devido à fluência sob o efeito das acções permanentes dão
origem a descontinuidades sensíveis nas juntas entre tabuleiros.
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Em todas as soluções atrás referidas é aplicado pré-esforço nas vigas. Contudo o pré-
esforço a aplicar é função do sistema estrutural que foi adoptado para o tabuleiro. Se
optar-mos por uma solução descontínua, o pré-esforço é, geralmente, aplicado na sua
totalidade antes da colocação das vigas no tabuleiro. Este pré-esforço é colocado em duas
fases:
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O valor deste pré-esforço aplicado nesta terceira fase deve permitir às vigas resistiram
aos momentos negativos sobre os apoios. Este pré-esforço é aplicado depois da
betonagem da laje constituinte do tabuleiro.
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A utilização deste tipo de estrutura requer etapas como, por exemplo, o transporte, a
montagem, a manobra em obra, a desmontagem, transporte para o armazém e respectivo
armazenamento, e por conseguinte, se este tipo de equipamento não for reutilizado em
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outras obras ou não for usado em obras de grande vão existe uma enorme dificuldade na
amortização do seu custo de aquisição. O ideal seria amortizar o custo do equipamento
logo na primeira obra em que fosse utilizado pois, em circunstâncias da sua não
reutilização, poderá chegar mesmo a não ser amortizado.
A este tipo de plataformas exige-se que tenham todas as funções, pois o seu espaço livre
é limitado e dado as operações serem todas concentradas nesse restrito espaço interior,
consequentemente, o número de operários irá também ser limitado. Se assim não for o
seu peso poderá aumentar para mais de metade do peso do betão para o tramo a executar,
o que é desaconselhável.
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Existem, porém, cimbres que são bastante espaçosos e onde os operários têm um trabalho
bastante seguro. Alguns deles chegam mesmo a ser cobertos, para que a área de trabalho
fique protegida do sol e da chuva.
Quer o cimbre superior quer o cimbre inferior são condicionados pela forma do tabuleiro
e, também, dos pilares. Isto diz-nos então que o equipamento deve ser estudado em
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conjunto com o tabuleiro e os pilares. Os pilares são envolvidos pelo equipamento, pois
o cimbre e as cofragens têm de se apoiar neles e, ainda, de passar por eles durante o
lançamento para o tramo seguinte. Nesse aspecto o cimbre superior torna-se mais versátil
pois a forma do tabuleiro e dos pilares é mais livre. No entanto, torna-se uma manobra
mais lenta visto que neste caso (cimbre auto-lançável superior) as cofragens têm que estar
totalmente abertas para o cimbre poder passar através dos pilares e depois têm que ser
novamente fechadas, o que demora algum tempo. No caso de serem utilizados cimbres
inferiores não é necessário abrir totalmente as cofragens pois a abertura é limitada
somente aos painéis de fundo das vigas, o que torna o seu movimento mais rápido.
Neste caso especifico as vigas em treliça ou em alma cheia são ligadas entre si, no banzo
superior por múltiplas travessas constituídas por perfis metálicos. No banzo inferior são
ligadas, na fase de lançamento, por dois jogos de tirantes que asseguram o
contraventamento inferior e contribuem para aumentar a estabilidade do conjunto nessa
fase. Suspensa das vigas transversais do cimbre está a cofragem metálica, que molda a
viga a ser construída, carlingas e a laje de plataforma, através de barras ou varões de aço
de pré-esforço. A estrutura atrás descrita constituí o cimbre superior.
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Figura 3.29 - Construção com cimbre superior- Viaduto de acesso à ponte do Sabor no IP4 [2]
Depois do cimbre estar já na nova posição procede-se à operação de fecho das cofragens
e colocação das armaduras do tramo a betonar. Como também já foi mencionado, existem
cimbres com movimentos das cofragens funcionando através de sistemas hidráulicos.
Neste caso, os sistemas cimbre-cofragem são mais rígidos e, portanto, menos
deformáveis.
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Estes cimbres utilizam, à frente, dispositivos que estão ligados aos pilares, para se ligarem
aos mesmos. Atrás, os cimbres ficam suspensos nas consolas do tabuleiro do tramo
betonado anteriormente, enquanto que no cimbre superior a cofragem fica suspensa no
cimbre, aqui a cofragem é apoiada no cimbre.
Tal como no caso do cimbre superior, também este é um processo muito repetitivo,
económico e de grande simplicidade, permitindo a obtenção de elevados rendimentos. No
entanto, Os cimbres inferiores, e como já foi dito, tem vantagens em relação ao cimbre
superior, quer na facilidade de manobra quer no rendimento.
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Este processo construtivo não se destina, unicamente, a obras com betonagem “in situ”.
Como foi referido no capítulo de pontes com vigas pré-fabricadas, também através deste
processo se podem construir pontes com vigas pré-fabricadas ou aduelas pré-fabricadas.
Os troços pré-fabricados são montados sobre ou suspensos numa estrutura metálica e
solidarizados entre si através de pré-esforço, prosseguindo assim a construção “tramo a
tramo”.
Para a utilização deste tipo de processo construtivo normalmente adoptam-se vãos com
as seguintes dimensões: 0,8xL + nxL + 0,8 L.
O cimbre é lançado no primeiro vão do tabuleiro a partir de um dos encontros e irá ficar
apoiado nesse encontro e no primeiro pilar. O cimbre quer seja superior ou inferior, terá
um comprimento suficiente para betonar um troço de tabuleiro com comprimento igual a
um tramo corrente (L) e terá a largura total do tabuleiro. Como o primeiro vão tem cerca
de 0,8L permite que logo na primeira betonagem se betone também L/5 metros do tramo
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seguinte, a seguir ao pilar. Este L/5 metros funciona, como já foi mencionado, como
consola.
Assim que é atingida a presa necessária são tensionados os cabos de pré-esforço a partir
da extremidade da consola.
Enunciemos agora as vantagens deste processo construtivo, tendo algumas delas sido já
mencionadas durante o presente capítulo:
▪ Este tipo de cimbre permite construir os tabuleiros de forma inteiramente livre dos
condicionamentos impostos pela zona de atravessamento;
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O processo foi idealizado e empregado pela primeira vez em betão pré-fabricado em 1962
pelos engenheiros Fritz Leonhardt e Willy Baur na ponte sobre o rio Caroni na Venezuela.
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O troço que está a ser construído, depois é devidamente solidarizado com o anterior
através de pré-esforço, empurrado para a posição final através de um sistema de macacos
que o vão empurrando para, posteriormente, se poder construir um novo troço. Neste
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▪ Uma vez construídos os pilares, a frente de trabalho fica concentrada num único
local, junto ao encontro, onde é executada a pré-fabricação dos segmentos do
tabuleiro. Esta área de trabalho é inserida longe de áreas sensíveis e o acesso aos
pilares é atingido pela parte superior, depois de serem alcançados pelo tabuleiro
que entretanto vai avançando. Assim, todos os acessos às áreas críticas, ao nível
do solo, podem ser fechados. O tabuleiro pode ser construído sobre zonas
urbanizadas, rios, vias de comunicação em funcionamento e outras áreas críticas
sem nenhuma restrição ou perturbação da envolvente;
▪ Garante uma grande segurança dos trabalhadores na obra, pois a frente de trabalho
é uma área fixa e pequena. Os técnicos de segurança verificam facilmente se todas
as condições estão a ser satisfeitas. Adicionalmente, como os trabalhos são
executados ao nível do solo, não existe o risco, normalmente associado a cargas e
plataformas suspensas;
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vão na fase construtiva. Esta é a situação frequente para vãos de cerca de 50m. Para
maiores ou menores valores de vão a relação aumenta ou diminui respectivamente. Pode-
se observar na figura 3.33, a secção usual de um tabuleiro construído por lançamento
incremental.
l
Figura 3.33 - Secção tipo de um tabuleiro executado por lançamento incremental [8]
Adiante descrever-se-á outro tipo de solução com qual se pode atingir vãos da ordem dos
50m, aplicados recentemente em obras em Angola estando uma já construída – ponte
sobre o rio Cubal no Cubal-da-Hanha e outra em construção ponte sobre o Jombo.
As consolas laterais não devem ter uma altura inferior a 0,20m para que possam permitir
a instalação de ancoragens para o pré-esforço transversal, quando este existir. A largura
das almas depende dos momentos flectores, do esforço transverso e do número de cabos
e espessura de bainhas de pré-esforço que as atravessam. A ligação das almas com o
banzo inferior apresenta uma maior espessura, relativamente a outros processos
construtivos alternativos, pois neste caso é exigida uma maior resistência daquela região
para que possa suportar os esforços desenvolvidos durante o lançamento. Em todas as
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Garantir uma distância mínima de 0,10m entre a face exterior do apoio e a superfície
exterior da alma para que toda a acção seja direccionada para aquele.
Apesar de algumas das bainhas serem preenchidas com o pré-esforço definitivo apenas
na fase final, permanecendo ocas durante a fase de lançamento, deve, contudo, ser
cumprido e verificado em obra um recobrimento mínimo de 150mm para essas bainhas.
A betonagem do caixão que constitui o tabuleiro é efectuada em duas etapas, com um
intervalo de 2 a 3 dias. Assim, podem observar-se diferentes locais para a junta de
betonagem entre as duas fases, na ligação do banzo inferior com a alma, a meio da alma,
ou na ligação do banzo superior com a alma. É, contudo, mais comum que os projectistas
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Evita-se uma junta a meio da alma que, por motivos estéticos seria indesejável.
Dado que a maioria dos tabuleiros executados por lançamento incremental, em betão
armado pré-esforçado, apresentam uma secção em caixão, apenas essa tipologia é
abordada neste trabalho.
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construção. A ligação de cada segmento aos restantes não deve coincidir em secções onde
o momento flector é máximo na posição definitiva, ou seja, a meio vão e sobre os pilares.
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Por observação da figura facilmente se constata, que o tramo “a” passou de um estado
inicial solicitado a fortes momentos negativos para um estado onde passam a existir
momentos flectores positivos. O momento negativo que actua no tabuleiro (sobre o pilar
P4) seria ainda superior no caso de se prescindir do nariz metálico situado na parte
dianteira. Este equipamento, sendo constituído por uma estrutura metálica, é mais leve
(por unidade de comprimento) do que o tabuleiro que o antecede.
Desta forma, muito antes do tabuleiro de betão atingir o pilar ou o encontro, perde-se o
efeito de consola devido ao alcance do nariz metálico, baixando o momento negativo
sobre o pilar anterior.
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3.3.1.4 PRÉ-ESFORÇO
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Figura 3.40 – Pré-Esforço centrado. Representação em corte vertical longitudinal do tabuleiro [8]
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Contudo, as fendas que possam aparecer não poderão pôr em causa a geometria do
tabuleiro em virtude da diminuição de rigidez que as mesmas provoquem. Após a
aplicação do pré-esforço final as fendas serão fechadas.
No caso do pré-esforço excêntrico, em contraste com o pré-esforço centrado, a sua
nomenclatura é atribuída ao facto dos cabos serem dimensionados com base na sua
excentricidade. Todos os cabos em conjunto devem suportar as cargas da fase final
(serviço). Estes cabos são colocados no interior das almas, sendo ancorados em zonas de
maior espessura que se encontram, normalmente, no final de cada segmento, a meio da
alma.
As localizações das ancoragens e os traçados dos cabos excêntricos variam de acordo com
o projectista. A Figura 3.41 representa uma dessas possibilidades. Neste exemplo, os
cabos são ancorados de forma alternada, e, para que possam ser evitadas diferenças
elevadas de tensão, primeiro é aplicada apenas 50% da força final, sendo depois aplicada
a força remanescente.
Quando se recorre a uma solução que envolva pilares provisórios intermédios, estes
podem ser retirados quando se aplica o pré-esforço final. Deste modo a carga
anteriormente aplicada nesses elementos temporários é transferida para os pilares
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definitivos. É importante salientar que os aparelhos de apoio finais têm de ser colocados
antes da execução do pré-esforço.
Num tabuleiro com secção em caixão, de uma ponte construída por lançamento
incremental, as armaduras ordinárias são normalmente distribuídas da seguinte forma:
▪ Duas malhas ortogonais localizadas na face superior e inferior do banzo superior
para resistirem longitudinal e transversalmente às cargas permanentes e às
sobrecargas nas diversas combinações preconizadas pelo regulamento aplicável;
▪ Duas malhas semelhantes no banzo inferior para resistirem, aos esforços referidos
no item anterior e à reacção vertical aplicada pelo equipamento de lançamento;
▪ Duas malhas ortogonais colocadas junto a cada face da alma, para resistirem à
força de corte gerada pelo equipamento de lançamento, ao esforço transverso, à
tensão devida à flexão transversal do tabuleiro, aos efeitos de temperatura e à
retracção;
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Figura 3.43– Barras móveis puxadas por aparelhos hidráulicos ancorados no encontro [8]
É prática corrente que em cada extremidade do banzo inferior da secção, sejam usados
dois macacos hidráulicos, dispostos em série, para a realização do “puxe” de uma forma
contínua. Enquanto o primeiro puxa o cabo, o segundo recupera para que possa executar
o “puxe” quando o primeiro terminar. Desta forma, evita-se o relaxamento das barras e
garante-se alguma rapidez adicional ao processo.
Nos tabuleiros horizontais, pode ser utilizado um único macaco, desde que o cabo seja
aliviado após cada puxe. Existem equipamentos hidráulicos que se utilizam apenas para
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Para pontes extensas, a força, necessária para o avanço, é transferida por atrito usando
um ou mais pares de “lançadores” localizados sob as almas da secção. Na versão mais
simples, o lançador é composto por um macaco hidráulico vertical empurrado sobre uma
superfície lubrificada através de um pistão, actuando sobre um bloco de fundações. Numa
versão mais elaborada, o lançador é constituído por um único equipamento que incorpora
o macaco hidráulico vertical, acoplado de um ou dois macacos hidráulicos horizontais
que por sua vez estão fixos ao encontro. Em ambas as versões o lançamento desenvolve-
se como ilustra a Figura 3.45.
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▪ Quando o pistão hidráulico horizontal atinge o seu limite de expansão, que pode
variar entre 0.25 e 1.00m, o pistão vertical retrai e o tabuleiro é assente novamente
pelo apoio temporário;
O uso destes dispositivos por atrito envolve problemas específicos nas fases iniciais e
final do processo. No início, o nariz metálico é colocado na frente da área de cofragem
de modo a ser devidamente acoplado ao 1º segmento. Essa área de cofragem do tabuleiro
é separada da área onde se encontra o equipamento de lançamento pela área de cura do
betão. A dificuldade surge quando o equipamento tem de lançar a estrutura através do
atrito sobre o nariz metálico. Por ser uma estrutura leve, o seu peso não é suficiente de
modo a causar a reacção necessária para fazer deslocar o 1º segmento do tabuleiro. Este
problema é habitualmente resolvido com o uso de cabos de pré-esforço que empurram o
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Na fase final da construção, a reacção vertical sobre o encontro (e por sua vez sobre o
equipamento de lançamento) vai diminuindo até ser alcançada a reacção vertical final,
sobre o último apoio (encontro). Quando o valor dessa reacção é insuficiente para que se
verifique o atrito no aparelho de apoio, pode ser adoptado uma das seguintes soluções:
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pilar fica sujeito a uma força horizontal elevada, especialmente por se tratar da
última fase do lançamento, devendo ser verificada a segurança.
Todos os movimentos do equipamento e por sua vez do tabuleiro são comandados por
uma torre de controlo, a qual regista, em cada instante, o valor da reacção vertical na
posição onde se encontra o sistema hidráulico [10]. Através dessa monitorização é
possível antecipar a maior ou a menor capacidade de gerar atrito entre as duas peças.
Contudo, este registo deverá ser efectuado apenas como despiste, pois no início da obra
todos os procedimentos devem estar calendarizados.
Nas primeiras pontes construídas por este método, o aparelho de apoio colocado entre os
pilares e o tabuleiro resumia-se a uma placa metálica ligada a um bloco maciço de betão.
Era uma solução económica, mas de pequena durabilidade e que exigia sucessivas
substituições durante o lançamento. Os equipamentos actuais, responsáveis por causar o
menor atrito entre o tabuleiro e o pilar, são apoios compostos. A face exterior consiste
numa caixa de aço, soldada, e posteriormente preenchida com betão, como a que se
representa na Figura 3.47. Apesar da pequena dimensão que apresenta (0.20 a 0.40m),
este tipo de apoio é bastante resistente e pode ser utilizado várias vezes . Sobre o maciço
de betão é colocada uma lâmina de elastómero com 20 a 50mm de espessura, para
acomodar os esforços locais gerados pelo tabuleiro. Posteriormente, é colocado um
“prato” de suporte, que é plano no sentido transversal do tabuleiro e com arestas boleadas
no sentido longitudinal. Este prato pode ser de betão ou aço, mas o seu revestimento
superior é sempre metálico com um coeficiente de rugosidade máximo de 1μxm. A
espessura varia entre 25 a 40mm e apresenta uma resistência à cedência de 40MPa. São
evitadas as deformações plásticas.
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A parte superior da guia tem a mesma inclinação das almas e é ajustável através de um
equipamento hidráulico. A tensão teórica na superfície de contacto deve ser inferior a
7MPa. A guia é composta por uma placa de elastómero com 20mm de espessura, seguida
por uma placa metálica de 6mm. Por fim, entre o tabuleiro e a placa metálica está
localizada a placa de Teflon, com mais de 100mm de comprimento. Teoricamente, é
aconselhado o uso deste equipamento nos seguintes locais:
▪ No último pilar alcançado pelo tabuleiro para se poder corrigir a posição do nariz
metálico e a sua posição quando se der o contacto com o pilar seguinte.
As operações de lançamento são bastante delicadas, devendo ser projectadas com o rigor
adequado e a sua ordem de execução deve ser rigidamente cumprida. É, assim, necessário
recorrer a várias estações de trabalho distantes entre si, comunicadas através de rádio ou
linhas telefónicas. No caso de alguma emergência todas as equipas serão avisadas por
circuitos eléctricos de alarme que travam automaticamente os equipamentos de
lançamento.
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Esta reacção actua ao longo da base da treliça exigindo sempre maiores largura e
espessura. Além disso, não podem ser evitados os momentos secundários entre os
membros da treliça. A solução mais frequente para o nariz metálico consiste em serem
utilizadas duas vigas gémeas de alma cheia constituídas por vários elementos. Todas as
peças têm dimensões adequadas de modo a facilitar o seu transporte e são conectadas em
obra através de juntas aparafusadas. A partir do momento em que a envolvente de esforços
no equipamento está quantificada, o cálculo do momento de inércia é imediato e por sua
vez é determinada a área necessária para os dois banzos horizontais. De forma a serem
evitados problemas de instabilidade, devido à compressão, o dimensionamento do
equipamento deverá verificar a regulamentação em vigor do local de construção.
As duas vigas são ligadas entre si através de diafragmas transversais e escoras colocadas
de forma horizontal e oblíqua (como se ilustra no corte transversal da Figura 3.50. A
função destes diafragmas é evitar a instabilidade nos banzos das vigas e uni-las,
conferindo-lhes uma maior resistência para a absorção das cargas assimétricas.
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A solução normalmente adoptada para transferir o momento flector entre as duas peças
consiste na instalação de uma junta de barras pré-esforçadas. Para a transferência das
forças de corte, usam-se blocos de aço. Normalmente estes blocos são boleados na fase
oposta à soldadura de modo a serem libertadas facilmente do betão quando se proceder à
desmontagem do equipamento.
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2ª-FEIRA
▪ Se foi considerado pré-esforço transversal, este também deve ser aplicado neste
período de tempo;
▪ Por volta das 8h00 lançar o segmento. Às 12h00 esta operação deverá estar
concluída;
3ª-FEIRA
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4ª-Feira
5ª-Feira
▪ Retirar a cofragem interior das almas;
6ª-Feira
Sábado e Domingo
▪ Cura do betão.
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trabalho que não serão incluídos nos ciclos posteriores, tais como, montagem do nariz
metálico, criação de um pilar temporário para o lançamento que só será utilizado no
primeiro segmento, adaptação da equipa ao esquema de trabalho, etc.
O estaleiro deve ser projectado de modo a que se possa atingir o ciclo de repetição de
trabalhos para optimizar a construção. O esquema do estaleiro, apresentado na Figura 36,
inclui toda a área de pré-fabricação do tabuleiro, depósito de armaduras, central de betão,
grua, escritórios e outros equipamentos necessários à correcta execução da obra.
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espessura do prato metálico para que o tabuleiro não ressalte. Após o lançamento, o prato
metálico volta a ser colocado na sua posição inicial.
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O modelo de simulação virtual que se desenvolveu irá reflectir, com o maior rigor
possível, um caso de aplicação do método construtivo por lançamento incremental, tendo
como base a descrição efectuada.
Como dito anteriormente o método foi já adoptado em Angola numa obra já concluída e
está a ser utilizado noutra em construção.
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O tabuleiro é constituído por duas vigas longitudinais com uma altura constante e igual a
2,40 metros, em betão armado e pré-esforçado, ligadas por uma laje de espessura variável,
em betão armado, que se prolonga exteriormente em consolas, também de espessura
variável. As almas das vigas têm uma largura de 0,50 metros nos vãos, variando
linearmente até atingirem 0,80 metros sobre os pilares e encontros, sendo esta variação
feita em 6,0 metros para cada lado do eixo dos pilares. Nos encontros, esta variação
realiza-se nos últimos 2,0 metros até ao eixo de apoio. Na parte inferior das vigas existem
talões com largura constante e igual a 1,10 m. Estes possuem dimensões adequadas para
acomodar os aparelhos de apoio do tipo “pot-bearing”, que asseguram a transmissão das
cargas provenientes do tabuleiro aos encontros e pilares.
Figura 3.57 – Secção transversal do tabuleiro da ponte. Secção de vãos, sendo visíveis os alargamentos
das almas junto aos apoios [10]
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Figura 3.58 - Secção transversal do tabuleiro da ponte, sendo visíveis as ancoragens de pré-esforço e
armaduras passivas em espera para o troço seguinte (Abril de 2009) [10]
O primeiro registo conhecido de uma obra em que este método tenha sido aplicado, data
do Século IV, em Shogun, no Japão. Só em 1930, com a construção da Ponte de Herval
sobre o Rio Peixe, Brasil, as estruturas de madeira e metálicas dariam lugar a estruturas
de betão armado. No entanto, os elevados momentos flectores negativos que se geram no
tabuleiro sobre a zona dos apoios, obrigava a soluções fortemente armadas que, mesmo
assim, não conseguiam evitar a fissuração. Em 1945, Freyssinet utilizou, nalgumas
situações, a técnica dos avanços em pontes de betão pré-esforçado, mas foi em 1950 que
Finsterwalder, com a construção da ponte de Balduin na Alemanha, fez com que este
método começasse a ser verdadeiramente implementado. Tal notoriedade só foi possível
devido à aplicação de pré-esforço, não só por evitar a fissuração, mas também porque
melhorava o comportamento estrutural.
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Figura 3.59 - Ponte sobre o rio kwanza construído por avanços sucessivos [5]
Os tabuleiros são construídos a partir das aduelas de encabeçamento sobre os pilares por
avanços sucessivos em consola. Para alturas de rasante acima dos 50 m, em vales
particularmente encaixados, em encostas ou outras situações onde haja grande dificuldade
em executar fundações ou onde haja condicionamentos especiais nas zona atravessadas
(rios, vias de comunicação ou outros locais onde não seja possível colocar pilares), a
solução mais natural é adoptar-se um tabuleiro construído por avanços sucessivos em
consolas simétricas (ou quase) a partir dos pilares quer betonado “in situ” quer pré-
fabricado.
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Em geral, procura-se que os vãos correntes (L) sejam iguais entre si e os extremos (L1)
que tenham valores da ordem dos 0,8 dos vãos correntes.
O comprimento final dos vãos extremos é fixado por considerações que se prendem com
a distribuição de momentos devidos á carga permanente, o modo de acção do peso próprio
durante a construção, o traçado a dar aos cabos de pré-esforço, o processo construtivo
adoptado para os troços de ligação aos encontros, as vantagens em limitar as dimensões
destes e a conveniência de, em todas as circunstâncias, ter reacções positivas nos apoios
extremos. Também outras condições tais como a pendente das encostas, os locais possível
para a colocação dos encontros, etc. Influenciam na escolha do valor final do
comprimento dos vão extremos. Certo é que se procura sempre estar o mais próximo
possível dos 0,65L.
Atendendo ao vão do tramo corrente destas obras, quase sempre superior a ~60 m, e,
portanto, em geral mais elevado do que os das obras construídas tramo a tramo, o peso
próprio do tabuleiro representa uma parcela muito importante da carga total que a obra
terá que suportar em serviço e, aquele, será tanto maior quanto maior for o vão adoptado.
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por razões estéticas, de gabarit e até construtivas, um tabuleiro com secção de altura
constante. A relação h/L considerada como óptimo económico é da ordem de 1/17.
Quanto à secção do meio vão razões construtivas e razões ligadas aos esforços que
aparecem posteriormente devido aos fenómenos de fluência e ainda aos devidos aos
gradientes térmicos, aconselham a que se utilizem alturas não inferiores a 2,40 ~2,60 m.
Os tabuleiros de altura variável apresentam ainda como vantagens uma maior economia
de materiais, a redução apreciável do valor do esforço transverso pelo efeito inerente à
inclinação do banzo inferior e um melhor aspecto arquitectónico.
Casos há em que não é possível utilizar o valor ideal, podendo este ser menor ou maior
que esse valor. Se é menor, a construção começa no primeiro pilar simultaneamente em
direcção ao vão e ao encontro. Quando este atingir a estrutura fica aí amarrada através de
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dispositivos que lhe dão, em todas as circunstâncias, uma reacção positiva impedindo-a
de levantar. A construção prossegue em direcção ao vão.
Se é maior e a betonagem é realizada “in situ”, então esse troço de ligação é realizado
sobre cavalete tradicional. Se a construção é por aduelas pré-fabricadas recorre-se a
sistemas de apoios provisórios.
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Por vezes interessa que a construção não seja simétrica em relação aos pilares. É o caso,
por exemplo, de uma ponte situada sobre um rio profundo num vale apertado, que obrigue
a vãos extremos curtos.
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As razões que levam á escolha do caixão unicelular são evidentes e derivam quer dos
esforços devidos ao processo construtivo quer da sua resistência á torção, quer do seu
melhor comportamento á rotura, estabilidade global e rendimento mecânico, quando
comparadas com tabuleiros de secções abertas.
A secção em caixão é pois a indicada porque:
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Escolhem-se quase sempre almas inclinadas, embora as verticais tragam maior facilidade
à construção, porque além de um melhor aspecto estético em relação às verticais têm
ainda a importante vantagem de permitir consideráveis economias na largura das infra-
estruturas e até na própria superstrutura, já que reduzem a largura das zonas de apoio e
diminuem o peso da laje inferior.
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Neste processo construtivo os pilares devem assegurar, sempre que possível sem
necessidade de dispositivos exteriores, a estabilidade das consolas durante a sua
construção para as solicitações de derrubamento, o que leva, quando as características da
obra o permitem, a encastrar com carácter permanente o tabuleiro nos pilares. Ora
atendendo à necessidade de se garantir a sua estabilidade sob aquelas solicitações de
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elevado valor, é aconselhável que eles sejam de secção transversal considerável o que
leva a que, em geral, sejam de secção tubular.
A construção das consolas é executada de forma simétrica, com uma frequência semanal
de 5-7 dias por par de aduelas conforme a sua dimensão. As armaduras podem ser pré-
fabricadas no solo e içadas e colocadas na cofragem ou ser directamente montadas no
interior dessa mesma cofragem. A betonagem é normalmente realizada por bombagem
do betão a partir de camiões betoneira.
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Figura 3.64 – Cimbre móvel colocado para execução do primeiro par de aduelas. Esquema de aplicação
da cofragem (sistema de suporte com viga inferior e suspensão da parte inferior do cimbre) e dos
dispositivos de segurança durante a betonagem [2]
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A construção com aduelas pré-fabricadas teve a sua origem em França em 1952 sobre o
rio Sena, em Choisy-le-Roy, e surgiu como alternativa à construção com aduelas
betonadas “in situ”. Actualmente, esta vertente está a ser mais utilizada devido às
melhorias introduzidas nos processos de pré-fabricação e transporte e também a uma
redução de custos associados à mão-de-obra.
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Do ponto de vista negativo temos o facto do controlo de geometria ser mais fácil de
controlar na betonagem “in situ” do que com aduelas pré-fabricadas e a dificuldade de
colocação das aduelas pré-fabricadas em obra.
Como já foi referido, estas aduelas quando são colocadas em obra têm já alguma
maturidade. Para que se obtenha esta maturidade as aduelas são construídas com um
período antecipado de aproximadamente três meses e seguidamente armazenadas. O
efeito de fluência não se dá enquanto a aduela não é pré-esforçada. O que acontece é que
o efeito é menor porque quando é aplicado o pré-esforço o betão da aduela já é mais velho.
Assim, quando vão para obra não só têm os seus efeitos de retracção minimizados, como
têm também reduzidas deformações durante a montagem. Para que não haja problemas
de maior na montagem das aduelas no seu lugar definitivo deve ser feito um rigoroso
controlo das juntas entre aduelas e das próprias aduelas.
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O primeiro método consiste na betonagem das aduelas numa longa mesa de pré-
fabricação contínua (long line). Esta mesa tenta reproduzir a superfície inferior do
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Estas células podem ser classificadas em três grupos: células horizontais, células verticais
e células de ligação. O primeiro caso, é mais usado, consiste na fabricação das aduelas
umas ao lado das outras. No caso das aduelas verticais, as aduelas são betonadas
verticalmente umas sobre as outras e não lado a lado como no primeiro caso. Este tipo de
células tem algumas vantagens sobre as outras, tais como: uma betonagem facilitada, a
localização e o recobrimento das bainhas de pré-esforço não sofre qualquer alteração pela
descida do betão e as juntas de betonagem são forçosamente perpendiculares ao eixo
longitudinal do tabuleiro. Por fim, aparecem as aduelas de ligação que consiste na
montagem das almas e dos banzos pré-fabricados dentro das células, onde posteriormente
se procede à da betonagem das juntas.
Quando uma aduela, construída pelo primeiro caso, está pronta sofre uma translação para
que na mesma cofragem e no mesmo local se proceda à betonagem da aduela seguinte.
Uma célula pode produzir uma aduela corrente num dia ou uma aduela sobre pilar em
dois dias. Para aumentar a cadência, as células podem ser munidas de dois tubos que são
os responsáveis pela betonagem das aduelas. Estes tubos são alimentados de betão por
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uma central de betão localizada na fábrica e as armaduras podem ser pré-fabricadas noutra
zona da fábrica e colocadas, sobre a célula, já prontas.
O transporte das aduelas pré-fabricadas pode ser efectuado através de meios terrestres
preparados para altas cargas ou através de barcaças. Quando o transporte é feito por meios
terrestres as aduelas são colocadas em cima dum reboque através de pórticos de
manutenção situados na zona de pré-fabricação.
Depois o reboque é puxado até à frente de obra quer por cima da parte do tabuleiro já
executada quer por estradas provisórias situadas ao lado da obra. Já na obra a sua descarga
está a cargo dos sistemas de montagem. No caso da ponte em causa atravessar um rio
navegável ou haver uma zona navegável feita por dragagem o transporte pode ser feito
através de barcaças.
3.4.2.2 MONTAGEM
O método mais corrente de montagem das aduelas na sua posição definitiva é através de
uma viga de lançamento. Existem essencialmente dois tipos de estruturas de lançamento:
Um, com comprimento ligeiramente superior ao do vão corrente, que apoia nos pilares;
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Em geral, estas estruturas são constituídas por duas vigas longitudinais em treliça, por
dois apoios principais, que podem ser móveis ou não, e por dois apoios extremos
secundários. O uso destas estruturas de lançamento para a montagem das aduelas traz
inúmeras vantagens, dentro das quais a possibilidade de se poder trabalhar por cima do
tabuleiro libertando assim os acessos por baixo da obra quer se esteja sobre terra ou sobre
água.
Quando a altura dos pilares não é demasiadamente elevada pode-se transportar as aduelas
até perto do tabuleiro e elevá-las com a ajuda de gruas. Estas gruas podem ser estar
montadas de várias maneiras.
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Caso a ponte esteja situada sobre um rio a grua pode ser montada numa embarcação, em
plataformas flutuantes de 200 a 500 t de capacidade ou até na própria superstrutura. Se a
ponte estiver sobre terra as gruas podem ser montadas em camiões ou auto-propulsadas.
Tanto no caso da grua como nos outros casos as aduelas devem ser elevadas numa posição
que seja aproximada à sua posição final.
Este sistema de montagem consiste numa estrutura metálica que é montada em consola
na parte já construída do tabuleiro. Nesta estrutura metálica estão montados uns guinchos
eléctricos que elevam as aduelas para a sua posição de montagem. Quando estamos na
presença de pontes sobre rios com correntes fortes podem ser montados ainda carris sobre
todo o tabuleiro já construído. Assim as embarcações são amarradas aos pilares e os
guinchos movem-se através dos carris da extremidade da consola até á zona do pilar e
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voltam de novo para a extremidade da consola, fazendo deste modo o transporte das
aduelas desde a zona do pilar até à zona de elevação para posterior montagem.
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Outra ligação pode ser através de barras, em geral de ø36 mm ancoradas nas extremidades
das aduelas. Esta solução é mais utilizada quando se querem colocar duas aduelas de uma
só vez. São colocadas duas ou mais barras ao nível do banzo superior e outras tantas
barras ao nível do banzo inferior.
Para garantir que as juntas das aduelas não abrem, estas devem estar sujeitas a uma força
de compressão mínima de 0,2 MPa. Quando estamos na presença de viadutos extensos
existe a necessidade de haver juntas de dilatação. Estas juntas de dilatação devem ser
colocadas junto das secções de momentos flectores nulos (1/4 vão) o que complica a
construção. Uma aduela com junta de dilatação consiste na junção de duas meias aduelas
com uma junta no meio. Contudo, esta junta só começa a funcionar como junta de
dilatação depois de ser estabelecida a continuidade com os vãos adjacentes, sendo nessa
altura libertada do seu travamento provisório.
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Devem ser tomadas em conta, além das acções do peso próprio e do pré-esforço,
as acções inerentes aos cimbres e moldes, sua manobra, acções de acidente, etc.
Verificando-se a segurança da estrutura para as várias combinações compatíveis
dessas acções.
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126
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Em geral, o equilíbrio longitudinal das consolas, enquanto sistema isostático, pode ser
garantido por três sistemas distintos:
127
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Figura 3.77 – Ponte Internacional de Monção. Sistema de equilíbrio longitudinal constituído por escoras
[2]
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Quando as aduelas entram em carga, i. é., quando são pré-esforçadas, a pressão das
consolas sobre os macacos é aliviada permitindo o encaminhamento do seu peso para o
pilar. De seguida estes apoios provisórios são descarregados, suportando a seguir e
temporariamente a execução das novas aduelas e o eventual desequilíbrio de cargas que
possa surgir até que se conclua outro ciclo construtivo.
Figura 3.79 – Ponte sobre o rio Arade na A2. Sistema de equilíbrio [2]
129
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Figura 3.80- Ponte da Régua na A24 sistemas de equilíbrio longitudinal e transversal [2]
Figura 3.81- Pormenor da fixação do sistema de equilíbrio da ponte da Régua na A24 [2]
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Figura 3.82 – Sistema de equilíbrio longitudinal interior e sistema de equilíbrio transversal exterior
colocado no lado de extradorso (pormenor de ligação) [2]
Quadro I - Comparação entre os dois sistemas de equilíbrio com recurso a cabos de pré-esforço
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− Maior controlo das deformações com pequenos − Perdas de tensão não ajustáveis no caso de cabos
reajustes na tensão dos cabos; aderentes;
− Risco de rotura grave com efeito de chicote − Maior segurança contra o rompimento de cabos
obrigando a maiores coeficientes de segurança não existindo risco de chicote para o exterior;
(puxe dos cabos até 50% da sua tensão máxima);
− Bom aumento da capacidade resistente do pilar
− Limita o derrubamento no sentido dos cabos; mas não limita o derrubamento;
− Equilíbrio passivo até à aplicação dos cabos, em − Quando injectados, permitem a rentabilização do
geral, a partir da 3ª aduela, obrigando a outras aço de pré-esforço utilizado aumentando a
metodologias deequilíbrio provisório (barras de pré- resistência do pilar à flexão durante a fase de
esforço,...). exploração.
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Em pilares curtos este sistema pode ser injustificado, mesmo no caso de directrizes com
raio elevado, visto que são elementos de pequena altura e portanto mais rígidos e menos
deformáveis. Nestes casos, as correcções dos pequenos desvios que se verificam na ponta
das consolas após a construção de cada aduela é efectuada através de ajustes no
posicionamento do cimbre para a betonagem seguinte.
Figura 3.83 – Sistema de equilíbrio transversal com pré-esforço exterior (a cheio) [2]
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A ponte situa-se junto à localidade de Cabala, na estrada que liga Catete a Muxima,
Província do Bengo, República de Angola. Esta ponte tem como principal objectivo o
atravessamento do leito principal do rio, bem como de toda a extensão do leito de cheias
na margem esquerda do rio.
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com 20 tramos no módulo norte e com 26 tramos no módulo sul. A modelação de vãos
do módulo norte é de 24,0+6x30,0+68,0+120,0+68,0+10x30,0m, perfazendo um
comprimento total de 760,00 metros entre eixos de apoio no encontro norte e no pilar de
junta. A modelação de vãos do módulo sul é de 25x30,0+24,0m, perfazendo um
comprimento total de 774,00 metros entre eixos de apoio no pilar d e junta e no encontro
sul. O comprimento total da ponte, portanto, de 1534,00 metros.
Foi utilizada uma solução composta por dois tipos distintos de estrutura. Assim os três
tramos centrais, com a distribuição de vãos 68,0+120,0+68,0, correspondem a uma
estrutura do tipo viga-caixão, de altura variável, nos restantes vãos a estrutura é
constituída por duas vigas longitudinais, de altura constante, mais cuja largura aumenta
sobre os apoios.
A parte que vamos tratar de dimensionar e verificar a segurança, é a parte central da ponte,
sobre o leito, construída por avanços sucessivos.
4.1.1 MATERIAS
Betões:
Classes de Resistência:
Tabuleiros -----------------------------------------------------------C35/40
Elevação dos pilares------------------------------------------------C30/37
Encontros ------------------------------------------------------------C25/30
Fundações -----------------------------------------------------------C25/30
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Aços:
Armaduras passivas------------------------------------------------- A 500 NR
Armaduras activas---------------Aço de pré - esforço da classe Y1860S7
Betão
4.1.2 TABULEIRO
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A secção transversal do caixão é composta por uma laje superior com 0,30m de espessura
e duas almas com 0,50m. A laje inferior é de espessura variável, com 1,00m nas aduelas
de encabeçamentos dos pilares centrais e 0,25m nas secções de meio vão. Nas aduelas de
encabeçamento existem 2 septos, com uma espessura de 0,80m, sendo os principais
responsáveis pela transferência de esforços tabuleiro-pilares.
4.1.3 PILARES
Os pilares centrais, P08 e P09, um por eixo de apoio do tabuleiro, são em betão armado e
de secção transversal constante ao longo do fuste, estes pilares têm uma forma elíptica e
assentam sobre maciços de encabeçamento de estacas.
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4.2.1 ACÇÕES
4.2.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Nas zonas construídas por avanços sucessivos, considerou-se que o peso do cimbre é de
700KN e que as suas reacções na posição de betonagem estão distanciada de 0,40 metros
da extremidade da última aduela executada. Estes pesos foram introduzidos no cálculo
para que possamos ter as envolventes de esforços durante as fases construtivas.
O peso de cada um dos cimbres a utilizar na construção do tabuleiro foi simulado através
de duas cargas concentradas, posicionadas de acordo com os pontos de apoio dos
diferentes cimbres.
140
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cimbre móvel 1, utilizado na execução das aduelas do pilar P8, e é de cerca de 780 KN
no caso do cimbre móvel 2, utilizado na execução das aduelas do pilar P9.
141
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4.2.1.4 PRÉ-ESFORÇO
Os traçados dos cabos de pré-esforço definidos para o cálculo, foram feitos de acordo
com as peças desenhadas, tendo-se em seguida determinado automaticamente as forças
no mesmo, com base nestes elementos foram efectuados os carregamentos para o
programa de cálculo das fases construtivas.
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Nota: Neste trabalho, os efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração.
Porque os seus esforços não são tão significativos para vão menores. Mas, para vãos
muito grande (200 m) os seus efeitos já são mais elevados, entretanto, a uma forma fácil
de avaliar estes efeitos e que serão demonstrados mais adiante.
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Está a acção traduz uma situação de acidente que pode ser consequência de uma manobra
em falso, aquando do avanço do cimbre, originando a sua queda. O peso do cimbre será
considerado com um coeficiente dinâmico igual a dois, que será simulado através de uma
carga de 2x700 KN na extremidade oposta aquela onde se verificou o acidente.
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Os cabos de pré-esforço aplicados para a fase construtiva, são os cabos dispostos na face
superior do tabuleiro, e colocados à medida que vão sendo executadas as sucessivas
aduelas.
Como podemos ver na figura 4.9, o pré-esforço foi definido em função do tipo de
estrutura, acções, faseamento construtivo, e de modo a tirar o melhor proveito dos cabos
que são correntes no mercado.
Figura 4.6 - Peso de cada aduela dimensionada como uma força que actua no centro de gravidade da
aduela
Como se vê na figura 4.7 para a fase construtiva teremos a fibra inferior comprimida e a
fibra superior traccionada, por isso, temos que aplicar durante a construção em consola
145
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Figura 4.7 - aplicação do pré-esforço na fibra superior e inferior nas aduelas [5]
146
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147
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A verificação neste trabalho foi feita antes da aplicação do pré-esforço na última aduela
betonada com vista a ter um melhor controlo, e neste mesmo caso, foram verificadas as
tensões em todas as secções correspondentes a aduela betonada.
Dados:
𝜎𝑠𝑢𝑝 - Tensões superiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝜎𝑖𝑛𝑓 - Tensões inferiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝑃∞ - Pré-esforço útil ou a tempo infinito
A- Área ou secções transversais
𝑤- Módulo de rigidez
148
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P= 1xPP+1x𝑃𝑐𝑖𝑚
Diagramas de tensões nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - +
𝐴 𝑤𝑤𝑠𝑢𝑝 𝑤𝑤𝑠𝑢𝑝
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + -
𝐴 𝑤𝑖𝑛𝑓 𝑤𝑖𝑛𝑓
Cálculo das tensões (superior e inferior) da aduela 3 após ser betonada sem
aplicação do pré-esforço:
𝐴0 = 20,1765m²
𝐴1 = 19,2919m²
𝐴2 = 18,2575m²
149
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𝑤𝑠𝑢𝑝0 = 42,339m³
𝑤𝑠𝑢𝑝1 = 39,024m³
𝑤𝑠𝑢𝑝2 = 35,269m³
𝑤𝑖𝑛𝑓0= 46,234m³
𝑤𝑖𝑛𝑓1= 41,185m³
𝑤𝑖𝑛𝑓2= 35,618m³
𝑒0 =3,339m
𝑒1 =3,072m
𝑒2 =3,765m
𝑃∞−0= 26256KN.m
𝑃∞−1= 26256KN.m
𝑃∞−2= 26256KN.m
𝑀0 =56442,99KN.m
𝑀1 =36377,09KN.m
𝑀2 =17045,58KN.m
Figura 4.10 – Tensões a ser calculada nas referidas secções após a betonagem da aduela 3.
150
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Seccão - 0
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 56442,99
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 20,1765 - + = -2038,77KPa
𝐴 𝑤 𝑤 42,339 42,339
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 56442,99
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 20,1765 - + = -328,57KPa
𝐴 𝑤 𝑤 46,234 42,339
Secção – 1
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 36377,09
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 19,2919 - + = -2495,89KPa
𝐴 𝑤 𝑤 39,024 39,024
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 36377,09
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 19,2919 - + = -285,61KPa
𝐴 𝑤 𝑤 41,185 41,185
Secção – 2
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 13128 26256∗3,339 17045,583
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 18,2575 - + = -1264,84KPa
𝐴 𝑤 𝑤 35,269 35,269
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 13128 26256∗3,339 17045,583
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 18,2575 - + = -178,61KPa
𝐴 𝑤 𝑤 35,618 35,618
No cálculo acima foi simplesmente apresentado o cálculo das tensões (superior e inferior)
nas secções após betonada a aduela 3. No entanto, Nas tabelas abaixo encontra-se os
resultados de todas as tensões tanto superior como inferiores das aduelas construída em
cada fase.
Figura 4.11 – demonstração das aduelas a serem construídas e as suas respectivas secções.
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Tabela 4.1 – cálculo das tensões superiores e inferiores nas aduelas betonadas
154
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𝑀𝑓 = 0,84x(𝑀𝐼 -𝑀𝐼𝐼 )
Ou:
𝜑𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞ ,𝑡0 )
𝑆𝑡 = 𝑆0 + (𝑆𝑖 -𝑆0 )x 𝜑
𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞ ,0)
155
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1000,000
0,000
-60 -40 -20 -1000,000 0 20 40 60
-2000,000
-3000,000
-4000,000
-5000,000
-6000,000
-7000,000
156
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0,000
-60 -40 -20 -2000,000 0 20 40 60
-4000,000
-6000,000
-8000,000
-10000,000
-12000,000
TensS-0-inf TensS-1-inf TensS-2-inf TensS-3-inf TensS-4-inf
TensS-5-inf TensS-6-inf TensS-7-inf TensS-8-inf TensS-9-inf
TensS-10-inf TensS-11-inf TensS-12-inf
A verificação da segurança durante a fase construtiva foi feita por análise dos níveis de
tensões máximas e mínimas que ocorrem durante a execução do tabuleiro, verificando se
estão dentro dos limites impostos no R.E.B.A.P.
Conforme se pode observar nos cálculos efectuados e no gráfico acima onde se representa
o diagrama de tensões de todas as fases construtivas para os tabuleiros. Todas as secções
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nas fibras onde passam cabos de pré-esforço se encontram comprimidas, donde se conclui
que se encontra verificada a segurança.
De acordo com o artigo 71.º do REBAP os valores máximos das tensões de compressão
permitidas são iguais a 1,0𝑓𝑐𝑘,𝑗 /𝛄𝑐 , onde 𝑓𝑐𝑘,𝑗 é o valor característico da tensão de rotura
do betão a compressão, referido a provetes cilíndricos, determinado para idade j em
consideração e 𝛄𝑐 é o coeficiente de segurança e igual a 1,5. Sendo assim temos, para um
betão C35/45 aos cinco dias de idade.
1,0𝑋𝑓𝑐𝑘,5𝑑𝑖𝑎𝑠 35𝑋0,53
𝜎𝑐 = = =12,4MPa
1,5 1,5
1,0𝑋𝑓𝑐𝑘,5𝑑𝑖𝑎𝑠 30𝑋0,53
𝜎𝑐 = = =10,6MPa
1,5 1,5
Como se pode constatar nos cálculos efectuados e nos desenhos a tensão máxima de
tracção nunca é ultrapassada, pelo que se considera verificada a segurança.
158
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procura-se que haja sempre simetria de acções em relação ao eixo dos pilares. Todavia,
diferença da espessura das paredes de betão ou desequilíbrio acidental de uma betonagem
desfasada das aduelas.
Durante a construção dos tabuleiros está prevista a utilização, em cada pilar central, de
um sistema de equilíbrio das consolas de forma a garantir a segurança das mesmas. Este
sistema é composto por cabos de pré-esforço que ligam os pilares aos tabuleiros, e por
torres provisórias apoiadas sobre os maciços de encabeçamento, garantindo assim que ñ
haverá rotações do tabuleiro na secção sobre o pilar. Foram construídos quatro pilares
provisórios (torres), onde nelas assentam os macacos hidráulicos que permitem a
transferência das cargas de construção para os pilares.
A acção de acidente pode ser consequência de uma manobra em falso quando é efectuado
o avanço do cimbre, originando a sua queda. No modelo utilizado no cálculo considerou-
se a situação mais desfavorável que corresponde à execução das últimas aduelas em
consola e em que o cimbre cai durante a sua desmontagem e movimentação. A queda será
simulada por uma carga aplicada na extremidade oposta onde se verificou o acidente.
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▪ Peso desequilibrado do tabuleiro considerando que uma das consolas tem mais
3% de peso e a outra tem menos de 3%.
O grande objectivo é fazer com que a excentricidade limite desejada ou resultante das
forças verticas (peso total+pré-esforço), esteja entre o pilar e uma torre. Por conseguinte,
haverá equilíbrio na fase construtiva.
160
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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑒lim𝑑𝑒𝑠 = 𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
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162
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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝐷 =-(∑12
0 1,03 ∗ 𝑀)= 2264,101+8634,947+14438,980+22626,989+
+28484,989+33653,850+46036,251+51859,831+57234,833+62428,862+
+67712,746+73358,848+79639,763= -548374,991KN.m
𝑀𝑑𝑒𝑠−𝐷 = -548374,991KN.m
163
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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑒 =-(∑12
0 0,97 ∗ 𝑀)=2132,211+8131,941+13597,875+21308,912+
+26825,669+31693,432+43354,528+48838,870+53900,765+58792,229+
+63768,314+69085,517+75000,553= -516430,817KN.m
𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑒 = -516430,817KN.m
Este momento desequilibrante provocado pelo o peso das aduelas é somado pelo
momento provocado pela carga correspondente ao cimbre na última aduela da consola
mais pesada, onde o valor da carga vertical é majorada pelo coeficiente dinâmico de 2.
164
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𝑒lim𝑑𝑒𝑠 = 2,23m
4.5.1 INTRODUÇÃO
▪ A tempo infinito
165
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▪ Sobrecarga designada por NA, que inclui duas sub-componentes, 𝑁𝐴1 e 𝑁𝐴2 cujo
cômput se faz da seguinte forma:
166
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G+0,5𝑄1
▪ Secção de apoio;
Conforme já foi dito, o valor dos esforços foram obtidos a partir do programa
SAP2000v14.2 para as situações mais gravosas.
G+0,5𝑄1
167
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𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤
𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) → Momento relativo as cargas permanentes: pré-esforço (PE), peso
próprio das aduelas de fechos (PPadf) e restantes cargas permanentes (RCP)
𝑀(𝑆𝐶) → Momento mais gravoso (máximo) a meio vão, causado pela sobrecarga.
𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) → Momento flector actuante de cálculo
𝑃∞ = 85332KN
𝐴=11,1112𝑚2
𝑊𝑖𝑛𝑓 = 7,511𝑚3
e= 1,7217m
G=𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =-855,88KN.m
𝑄1 = 𝑀(𝑆𝐶) = 35655,27KN.m
B) SECÇÃO DE APOIO
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𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤
𝑃∞ = 44*3282= 144408KN
𝐴=20,1765𝑚2
𝑊𝑠𝑢𝑝 = 42,339𝑚3
𝑉𝑠𝑢𝑝 = 3,6539m
rec= 0,315m
e= 𝑉𝑠𝑢𝑝 - rec = 3,6539-0,315= 3,3389m
𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =-169734,35KN.m
𝑀(𝑆𝐶) = 94330,24KN.m
169
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𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤
𝑃∞ = 8*3282= 26256KN
𝐴=12,8438𝑚2
𝑊𝑖𝑛𝑓 = 12,597𝑚3
𝑉𝑖𝑛𝑓 = 2,1789m
rec= 0,15m
e= 𝑉𝑠𝑢𝑝 - rec = 2,1789-0,15= 2,0289m
170
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𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =29613,41KN.m
𝑀(𝑆𝐶) = 39404,16KN.m
G+𝑄1+0,7*(𝑄2𝑢 + 𝑄2𝐷 )
𝑀𝐺 = -855,88KN.m
171
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𝑀𝑄1 = 35655,27KN.m
𝑀𝑄2𝐷(−5) = -14658,95KN.m
𝑀𝑄2𝐷(+10) = 40470,42KN.m
𝑀𝑄2𝑢(20) = 0
B) SECÇÃO DE APOIO
𝑀𝐺 = -169734,35KN.m
𝑀𝑄1 = 94330,24KN.m
𝑀𝑄2𝐷(−5) = -14660,07KN.m
𝑀𝑄2𝐷(+10) = 40474.92KNm
𝑀𝑄2𝑢 = 0
172
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Calculou-se a tensão para a situação mais gravosa. Isto é, usando o máximo momento entre
o diferencial de temperatura.
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 −144408 144408∗3,3389 274326,66
𝜎inf(−5) = - - + =- – + = -12066,12KPa →
𝐴 𝑤 𝑤 20,1765 42,339 42,339
𝜎inf(−5) = -12066,12KPa
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 −144408 144408∗3,3389 235732,17
𝜎inf(+10) = - - + =- – + = -12977,68KPa →
𝐴 𝑤 𝑤 20,1765 42,339 42,339
𝜎inf(+10) = -12977,68KPa
𝑀𝐺 = 29613,41KN.m
𝑀𝑄1 = 39404,16KN.m
𝑀𝑄2𝐷(−5) = -5388,91KN.m
𝑀𝑄2𝐷(+10) = 14877,17KN.m
𝑀𝑄2𝑢 = 0
Calculou-se a tensão para a situação mais gravosa. Isto é, usando o máximo momento entre
o diferencial de temperatura.
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 29613,41 26256∗2,0289 77747,56
𝜎inf(−5) = - - + =- – + = -1355,07Kpa
𝐴 𝑤 𝑤 12,8438 12,597 12,597
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗2,0289 84642,08
𝜎inf(+10) = - - + = - 12,8438 – + = 446,12Kpa
𝐴 𝑤 𝑤 12,597 12,597
173
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Conforme se pode verificar nos resultados das tensões acima das secções analisadas as
tensões de tracção máxima obtidas apresenta um valor inferior a fctm (tensão média de
betão a tracção) do betão C35/45 de 3,2Mpa, pelo que se considera garantida a segurança.
Combinação 1
Combinação 2
174
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P – Pré-esforço útil
e – excentricidade
175
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Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração,
pelo facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.
𝑀𝑝𝑒 = -42328,11KN.m
P = 85332KN
e = 1,7217m
𝐺1 =𝑀𝐺1 =41530,04KN.m
𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0
𝑄1=𝑀𝑄1 =35655,27KN.m
𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 = 0
176
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𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * = 741* = 107606,09KN
1,15 1,15
𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Combinação 1
Combinação 2
177
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Como se pode observar, o momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ) é maior que os momentos actuantes
(𝑀𝑠𝑑 ) de ambas combinações. Logo, considera-se verificada a segurança em relação ao
estado limite último de resistência da secção de meio vão do tramo central.
𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 231322,4x*(2,95-0,4*x)-107606,09*0,20 = 219105,61
x= 0,37m
𝐹𝑐 = 231322,4*0,37 = 85589,29KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 85589,29-107606,09-𝐴𝑠 *435*10³=0
Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.
B) SECÇÃO DE APOIO
Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração,
pelo facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.
178
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𝑀𝑝𝑒 = 480271,18KN.m
P = 144408KN
e = 3,389m
𝐺1 =𝑀𝐺1 = -650005,53KN.m
𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0
𝑄1=𝑀𝑄1 = -94330,24KN.m
𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 = 0
𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*7,8295*10³ = 124050,60x
Combinação 1
Combinação 2
179
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𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*7,8295*10³ = 124050,60x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 124050,60x*(6,95-0,4*x)-182102,61*0,265 = 828922,72
x= 1,08m
𝐹𝑐 = 124050,60*1,08 = 133974,65KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 133974,65-182102,61-𝐴𝑠 *435*10³=0
180
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Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.
Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tido em consideração,
pelo o facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.
𝑀𝑝𝑒 = -50402,13KN.m
P = 39384KN
e = 1,7345m
𝐺1 =𝑀𝐺1 = 33408,08KN.m
𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0
𝑄1=𝑀𝑄1 = 39404,16KN.m
𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 =0
181
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𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Combinação 1
Combinação 2
182
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𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 231322,4x*(2,8797-0,4*x)-49664,35*0,10 = 119090,48
x= 0,19m
𝐹𝑐 = 231322,4*0,19 = 43951,26KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 43951,26-49664,35-𝐴𝑠 *435*10³=0
Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.
183
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Entretanto, verificou-se a secção junto apoio, porque é dela que se obtêm os esforços
cortantes máximos.
6078,87 35
𝜎𝑐 = ≤ 0,6*[1- ]* 23,3 ∗ 10³
0,9∗6,95∗7,79∗𝑆𝑒𝑛25𝐶𝑜𝑠25 250
184
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O tabuleiro da ponte principal é constituído por uma plataforma única com 14,60m de
largura, do tipo caixão, cuja secção é de altura variável.
A verificação da segurança transversal dos tabuleiros foi efectuada com base nas tabelas
de homberg-ropers.
A) ACÇÕES PERMANENTES
Peso próprio
- Passeio: 0,2085*25…………………………………………………………...5,25KN/m
- Lancis: 0,0862*25……………………………………………………………2,15KN/m
- Guarda-corpos: 1,00………………………………………………………….1,00KN/m
B) ACÇÕES VARIAVEIS
Constatou-se que os esforços mais gravosos no que diz respeito à analise transversal do
tabuleiro, são os produzidos pelo veículo NB36, cuja disposição e valores das cargas já
foi explicada anteriormente.
185
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C) SECÇÕES ANALISADAS
Utilizou-se a combinação 1 preconizada no SATCC, por ser aquela que é mais gravosa
para a análise transversal.
186
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0,75∗25∗7,15²
𝑀𝑝𝑝 = - = -75KN.m/m
12
0,08∗25∗7,15²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -9KN.m/m
12
187
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0,45∗25∗3²
𝑀𝑝𝑝 = - = -9KN.m/m
12
0,08∗25∗3²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -1,5KN.m/m
12
188
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0,45∗25∗7,15²
𝑀𝑝𝑝 = = 24KN.m/m
24
0,08∗25∗7,15²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -1,5KN.m/m
24
Como se pode observar, os momentos resistentes são sempre superiores aos momentos
actuantes de cálculo, pelo que se considera garantida a segurança do tabuleiro em caixão
na direcção transversal.
Os pilares centrais, P08 e P09, um por eixos de apoio do tabuleiro, são em betão armado
e de secção transversal constante ao longo do fuste. Estes pilares têm uma forma elíptica
e assentam sobre maciços de encabeçamento de estacas. Cada um dos pilares centrais está
fundado em nove estacas com 1,50 metros de diâmetro.
189
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4.7.2 ACÇÕES
Consideraram-se, para além das acções das cargas permanentes, variações de temperatura
e sobrecargas rodoviárias, as forças horizontais correspondentes a um sismo, à acção de
cheia e, no caso dos pilares centrais, ao embate de um barco.
Considerou-se a acção das correntes do rio, que actuam na direcção transversal da obra.
Esta corresponde à aplicação de uma carga uniformemente distribuída no fuste do pilar a
montante, simulada a acção da corrente das águas em situação de cheias, em simultâneo
com uma força concentrada aplicada ao nível do topo do pilar que, por sua vez, um
possível embate de destroços que venha flutuar no rio.
As acções da corrente foram quantificadas como a seguir se descreve.
A carga distribuída ao longo do fuste do pilar, é dada por:
190
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𝐹𝑎 = 180KN
Onde:
k- coeficiente de forma dos pilares (0.7-quadrados; 0.35-circulares)
B- largura da área projectada do pilar (m)
V-velocidade da corrente (m/s). considerou-se um valor de 4.0 m/s
Assim, a carga distribuída tem os seguintes valores:
Para os pilares estacas-estaca e para as estacas dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*1.50*4.0² ≈ 8.4KN/m
Para os fustes dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*4.80*4.0² ≈ 27KN/m
Para os maciços de encabeçamento dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*8.70*4.0² ≈ 49KN/m
191
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Neste trabalho foi feita a verificação de segurança do pilar P08, por ser o pilar mais
condicionante, também porque no pilar P08 os aparelhos de apoio permitem
deslocamentos na direcção longitudinal.
Combinação 1:
Nsd = (1.20 ou 1.00)* NG1 +1.00*NG2 +γ2 *NQ1 + γ3 *NF +1.30*(NQ2u +NQ2D )
Nsd = 1.20*(-52047,32)+1,00*(-3872,36)+1,30*(-215,61)+1,25*(-111,05)
1.Cálculo da esbelteza
𝐿𝑂
λ= 𝑖
𝐼 40,9113
i =√𝐴 =√19,0433 = 1,4657 → i = 1,4657
192
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𝐿𝑂 7,2539
λ= 𝑖
=1,4657 =4,9491 → λ = 4,9491
Ѳ𝑖 = Ѳ0 𝛼ℎ 𝛼𝑚 →
1
Ѳ0 = 200
2 2
𝛼ℎ = 𝐿
= = 0,7426 → 𝛼ℎ = 0,7426
√ √7,2539
m=1
1 1
𝛼𝑚 =√0,5 ∗ (1 + )= √0,5 ∗ (1 + )= 1 → 𝛼𝑚 = 1
𝑚 1
1
Ѳ𝑖 = Ѳ0 𝛼ℎ 𝛼𝑚 = *0,7426*1= 0,003713
200
Ѳ𝑖 𝑙 0 0,003713∗7,2539
𝑒𝑖 = 2
= 2
=0,01347
Nsd = (1.20 ou 1.00)* NG1 +1.00*NG2 +γ2 *NQ1 + γ3 *NF +1.30*(NQ2u +NQ2D )
Nsd = 1.20*(-52047,32)+1,00*(-3872,36)+1,30*(-215,61)+1,25*(-111,05)
Nsd = -66748,20KN
Fa =Nsd *0,05 = 66748,2*0,05 = 3337,41KN
𝑀𝑜𝑠𝑑 = Fa *h+Nsd *𝑒𝑖 = 3337,41*7,2539+66748,20*0,01347 = 25108,34KN.m
𝑀𝑜𝑠𝑑 = 25108,34KN.m
20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ ≤ λ 𝑙𝑖𝑚 =
√𝑛
193
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20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ 𝑙𝑖𝑚 =
√𝑛
Nsd 66609,40
n=𝐴 = 19,0433∗20∗10³ = 0,1749 → n = 0,1749
𝑐 ∗𝑓𝑐𝑑
A = 0,7; B = 1,1
20∗𝐴∗𝐵∗𝐶 20∗0,7∗1,1∗1,7
λ 𝑙𝑖𝑚 = = = 15,20
√𝑛 √0,1749
20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ ≤ λ 𝑙𝑖𝑚 = → 1,4493 ≤ 15,20
√𝑛
o momento resistente (𝑀𝑟𝑑 ) foi calculado pelo programa BS2000Pro, que é um programa
especifico para o cálculo de 𝑀𝑟𝑑 de secção não linear.
𝑀𝑟𝑑 = 67973,6KN.m
𝑀𝑜𝑠𝑑 = 25108,34KN.m
𝑀𝑟𝑑 ≥ 𝑀𝑜𝑠𝑑 → 67973,6KN.m ≥ 25108,34KN.m
194
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5 CONCLUSÕES
Conforme podemos notar, a concepção das pontes, é um processo iterativo que obriga a
um estudo e a uma análise comparativa de soluções que satisfaçam o conjunto dos
condicionamentos topográficos, geométricos, geotécnicos, hidráulicos, ambientais ou
outros. As suas soluções devem ser comparados a nível de estudo prévio, tendo em conta
os aspectos técnicos e económicos, no entanto, este trabalho tem como objectivo de
mostrar a aplicabilidade de cada um dos processos construtivos.
195
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6 RECOMENDAÇÕES
Como se demonstrou neste trabalho que cada processo construtivo apresenta as suas
vantagens e desvantagens, no entanto, temos que ter muita atenção na escolha do processo
construtivo a ser a adoptado para a construção de uma determinada ponte.
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
196
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
[1] www.google.com.pt;
[4] Armando Rito, Engenharia S.A – Ponte 4 de Abril sobre o rio Catumbela (Descrição
da ponte existente), Fotos e Memória descritiva e justificativa de algumas obras
projectadas pelo gabinete de projectos;
[5] Armando Rito, Engenharia S.A – Ponte sobre o rio Kwanza na Cabala(Descrição da
ponte existente), Fotos;
[6] Sousa, Carlos Filipe Ferreira de. Continuidade Estrutural em Tabuleiros de Pontes
Construídos com Vigas Pré-fabricadas. Soluções com ligação em betão armado. DEC,
FEUP. 2004;
[7] Sousa, Carlos Filipe Ferreira de. Continuidade Estrutural em Tabuleiros de Pontes
Construídos com Vigas Pré-fabricadas. Soluções com ligação em betão armado. DEC,
FEUP. 2004;
[8] Octávio Manuel Leite Peres Martins, Dissertação Para a Obtenção do grau de
Mestre – Modelo virtual de simulação visual da construção de pontes executadas por
lançamento incremental, Abril de 2009;
197
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
[9] Cristina Ferreira Xavier de Brito Machado, Dissertação para o Grau de Mestre –
Processos construtivos de pontes de betão de médio vão, Fevereiro de 1993;
[14] Miguel Ângelo Ferraz, (Junho 2001), Tese de Mestrado, Um modelo de análise para
o estudo de Pontes como estruturas evolutivas, Universidade do Porto;
[15] D.L. Araújo – Projecto de Ponte em concreto Armado com duas longarinas-Goiânia
Março de 1999;
[18] Fundações (Formulário) – Disciplina de Mecânica dos solos e Fundações II, do DEC
e Arquitectura do Instituto Superior Técnico (IST);
198
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
199
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
4.10 ANEXOS
i
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ii
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
iii
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
iv
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v
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
vi
U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA
vii