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PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E

PRÉ-ESFORÇADO

Monografia de Licenciatura em Engenharia Civil – Área de Concentração: Estruturas,


submetida ao DEI de Engenharia Civil, na Faculdade de Engenharia da Universidade
Agostinho Neto e aprovada pela seguinte bancada examinadora:

PRESIDENTE:

________________________________________
Prof.

ORIENTADORES:

________________________________________
Engº. Armando António Marques Rito

________________________________________
Prof. Dr. Engº. Resende N´sambu

________________________________________
Engº. Pedro Castro Caldas Cabral

ARGUENTES:

________________________________________
Prof.

________________________________________
Prof.

Luanda, Março de 2011


U. A. N - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO F.E – FACULDADE DE ENGENHARIA

TRABALHO DE FIM DO CURSO

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

E - mail: thomas.rosandra@hotmail.com Nº 80915 – TOMÁS JOÃO FERNANDO

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DEDICATÓRIA

Há pessoas que passam pelas nossas vidas e que transmitem tal energia e vitalidade que
nos deixam imediatamente marcas duradouras. Pela inteligência, pelo optimismo, pela
força e energia com que defendem os seus ideais, pela serenidade com que reagem quando
os momentos são de facto críticos. E uma delas que eu dedico este trabalho é ao meu
falecido pai Sr. João Fernando pelo imenso contributo que deu para a minha educação
nos meus primeiros passos da vida.

Para a minha mãe Rosa Domingos Manuel João Fernando, dedico pelo imenso esforço e
trabalho que teve ao longo destes anos todos, aos meus irmãos por estarem sempre
presentes nos momentos difíceis, a minha esposa e filha, pela compreensão e incansável
ajuda.

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AGRADECIMENTOS

Sob apresentação deste trabalho desenvolvido na área de Estrutura do Departamento de


Engenharia civil da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto sob a
orientação do Eng.º Armando António Marques Rito e Prof. Dr. Eng.º Resende N´sambu,
desejo expressar os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma
contribuíram directa ou indirectamente para que fosse possível a sua realização, e de uma
forma muito especial:

Ao Senhor Jeová Deus todo-poderoso, fonte de toda vida. Pela bênção e pela sua presença
constante na minha vida, sem que eu precise pedir, pelo auxílio nas minhas escolhas e me
confortar nas horas difíceis.

Ao Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade


Agostinho Neto, na pessoa do Prof. Dr. Engº António Carlos Lopes Madaleno e do Prof.
Mestre Phan Van Duck, pelo grande trabalho que tem prestado em prol do Departamento
de Construção Civil, apresento o meu profundo agradecimento, pois sem eles não seria
possível a execução do trabalho em Lisboa - Portugal, mais uma vez obrigado Prof. Dr.
Engº António Carlos Lopes Madaleno pela oportunidade que me foi atribuída, estou
imensamente grato e que tenha muita bênção.

Ao Prof. Dr. Engº Resende N´sambu, meu orientador científico, pelos esclarecimentos,
ensinamentos, conselhos e incansável ajuda prestada não só durante as aulas mas como
também durante a elaboração deste trabalho. Estou realmente muito agradecido pelo
apoio e ensinamento a distância, pois deram um grande contributo.

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Ao Eng.º Armando Rito, meu orientador científico, quero mostrar o meu profundo
agradecimento e reconhecimento pela forma como se disponibilizou para me orientar
neste trabalho, pelo seu incentivo e orientação. Agradeço-lhe também pelo apoio
financeiro em forma de bolsa e possibilidade que me deu em poder realizar este trabalho
nas instalações da sua empresa e a disponibilização de estudos por si realizados, que sem
os quais este trabalho não teria a mesma profundidade cientifica.

Ao Eng.º Pedro Castro Caldas Cabral, agradeço toda a disponibilidade, paciência,


interesse que demonstrou durante a realização deste trabalho e a prontidão com que
sempre me recebeu para resolver qualquer problema, tornando a elaboração da tese um
trabalho estimulante e enriquecedor.

À Armando Rito Engenharia, SA, agradeço por toda bibliografia posta a minha disposição
e pelo contacto directo em obra

Aos professores da faculdade de engenharia que muito contribuíram para o meu


aprendizado.

A Todos os trabalhadores da empresa Armando Rito Engenharia, SA, nomeadamente:


Eng.ª Ana Rito, Eng.ª Cristina Machado, Eng.ª Susana Bispo, Eng.ª Ana Coelho, Eng.ª
Ana Raquel, Eng.ª Joana Rito, Dona Sandra Dionísio, Eng.º João Alves, Eng.º Luís
Xavier, Eng.º Nuno Ramilo, Eng.º Pedro Santos, Eng.º Francisco Lynce, Eng.º João
Rosário, Eng.º Tiago Viera, Carlos Henriques, Américo Henriques, Joaquim Sousa,
Augusto Pombo, Carlos Alves, Augusto Pombo, Miguel Inês e Rui Silva, pelo Auxilio,
carinho, força e ajuda constante nos momentos de maiores dificuldades.

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A minha querida mãe, Rosa Domingos Manuel João Fernando, por todo amor, carinho e
apoio incondicionais.

Aos meus irmãos, Nomeadamente: Sérgio, Josias, Daniel, Esmael, Totocha e Esmeralda,
pela amizade e compreensão, Obrigado por estarem sempre perto de mim.

A minha mulher Karina Penanhafu e a minha filha Rosa Fernando, pelo amor e paciência
nos meus "Maus" momentos. Graça a vocês foi mais fácil transpor os dias de desânimo e
cansaço.

A todos os meus colegas de turma pelo incentivo, alegrias e tristezas nas horas boas e
más.

Aos meus amigos, nomeadamente: André Alexandre, Lukene Nataniel, Patricio, Samy,
Ty Elizeu, Gika, Mack, Mario Kipeia, Romão, Mariano Baptista, Yene Vavene, Faztudo
Jeremias.

Enfim, a todos, que de certa forma, contribuíram para realização deste trabalho.

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RESUMO

Desde a antiguidade encontra-se entre os povos primitivos, pontes de madeira ou de


cordas, na forma de vigas, vigas escoradas e vigas armada simples. Os povos civilizados
desde cedo construíram pontes com arte; assim os chineses venciam vãos de até 18m com
vigas de granito, os carpinteiros alemães e suíços no século XVIII atingiram um elevado
grau de perfeição na construção de pontes de madeira. Foi desde então, que foram
aperfeiçoando e surgindo pontes metálicas e de betão armado e pré-esforçado.

O presente trabalho refere-se a diversos processos construtivos de pontes de betão armado


pré-esforçado existentes, e também, do dimensionamento e verificação da segurança dos
elementos que constituem a ponte principal sobre o rio Kwanza na Cabala em Angola
construída por avanços sucessivos.

A escolha dos processos construtivos é um dos factores preponderantes a ter em conta na


construção de uma ponte. Sabendo que existem vários factores a terem em conta, como
condições geográfica, geológica, geotécnica, questões económicas, politicas e até sociais
para construção das mesmas.

Na primeira fase, faz-se uma pequena abordagem sobre a história das pontes, o seu
surgimento até os dias de hoje.

Na segunda fase apresentam-se os vários processos construtivos existentes, especificando


as suas aplicações, seus procedimentos construtivos, vantagens e desvantagens e
procedimentos a serem tomados para a escolha do melhor processo construtivo.

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Na terceira fase, fazem-se as verificações da segurança e o dimensionamento da ponte


principal sobre o rio Kwanza, obra situada junto à localidade da Cabala, na estrada que
liga Catete a Muxima, Província do Bengo, República de Angola. E as normas aplicadas
foram: O regulamento português R.E.B.A.P. (Regulamento de Estruturas de Betão
Armado e Pré-Esforçado) e os Eurocódigos (que entrarão brevemente em vigor) foram
essenciais para a verificação da segurança e dimensionamento enquanto que o S.A.T.C.C.
(Normas da Comissão da África Austral para Transportes e Comunicação) serviu de base
para a quantificação das acções.

O cálculo estrutural da ponte principal foi efectuado através de modelos de elementos


finitos, utilizando o programa SAP2000v14.2 e com ajuda do Microsoft Office 2007 para
melhor simular o cálculo, enquanto que em anexos serão apresentados os esforços de
dimensionamentos geral e pormenorização das armaduras.

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ABSTRACT

INDICE GERAL PÁGINAS

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………...1
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………...................................................1
1.2 OBJECTIVOS DO TRABALHO…………………………………………………………..3
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO………………………………………………………4
2 PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PONTES……………………...........................................6
2.1 HISTORIAL DE PONTES…………………………………………………………………6
2.2 CONSTITUIÇÃO DE UMA PONTE……………………………………………………...9
2.3 DEFINIÇÕES DE ALGUMAS OBRAS DE ARTE……………………………………..11
2.4 CLASSIFICAÇÃO POR TIPOLGIA…………………………………………………….12
2.4.1 DESTINO DA OBRA………………………………………………………...12
2.4.2 MATERIAL UTILIZADO……………………………………………………12
2.4.3 SISTEMA ESTRUTURAL…………………………………………………...12
2.4.4 PERIODO DE UTILIZAÇÃO………………………………………………..17
2.5 DESENVOLVIMENTO DAS PONTES………………………………………………….17
3 PROCESSOS CONSTRUTIVOS………………………………………………..23
3.1 BREVE RESUMO…………………………………………………………………………23
3.2 CONSTRUÇÃO TRAMO A TRAMO…………………………………………………...24
3.2.1 CAVALETE APOIADO SOBRE O SOLO………………………………..25
3.2.1.1 ESTRUTURAS TUBULARES……………………………………...26
3.2.1.2 TORRES E ASNAS…………………………………………………29
3.2.2 CONSTRUÇÃO DE PONTES POR ELEMENTOS PRÉ-
FABRICADOS……………………………………………………………….32
3.2.2.1 VANTAGENS E INCOVENIENTES………………………………34
3.2.2.2 DOMINIO DE APLICAÇÃO……………………………………….35
3.2.2.3 SECÇÃO TRANSVERSAL………………………………………...38
3.2.2.4 SECÇÃO LONGITUDINAL………………………………………..45

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3.2.3 CIMBRES AUTO-PORTANTES E AUTO-LANÇÁVEIS……………….54


3.2.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS………………………………………54
3.2.3.2 CIMBRE AUTO-LÁNÇAVEL SUPERIOR………………………..59
3.2.3.3 CIMBRE AUTO-LÁNÇAVEL INFERIOR………………………...60
3.3 CONSTRUÇÃO POR LANÇAMENTO INCREMENTAL…………………………….64
3.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS………………………………………………….64
3.3.1.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS………………………………67
3.3.1.2 SECÇÃO TRANSVERSAL………………………………………...69
3.3.1.3 ANALISE LONGITUDINAL……………………………………….73
3.3.1.4 PRÉ-ESFORÇO……………………………………………………..76
3.3.1.5 EQUIPAMENTO DE LANÇAMENTO…………………………….80
3.3.1.6 APARELHO DE APOIO……………………………………………86
3.3.1.7 NARIZ METALICO………………………………………………...90
3.3.1.8 CICLO SEMANAL DE TRABALHO E ESTALEIRO…………….94
3.4 CONSTRUÇÃO POR AVANÇOS SUCESSIVOS……………………………………..102
3.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………………………..102
3.4.2 CONTRUÇÃO COM ADUELAS PRÉ-FABRICADAS………………...113
3.4.2.1 TRANSPORTE DAS ADUELAS…………………………………119
3.4.2.2 MONTAGEM……………………………………………………...119
3.4.2.3 LIGAÇÕS PROVISÓRIAS………………………………………..123
3.4.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA……………………………………...125
3.4.4 SISTEMA DE EQUÍLIBRIO DAS CONSOLAS………………………...126
3.4.4.1 EQUILÍBRIO LONGITUDINAL……………………………….127
3.4.4.2 EQUILÍBRIO TRANSVERSAL………………………………...132
4 CASO DE ESTUDO – A NOVA PONTE SOBRE O RIO KWANZA-
CABALA……………………………………………………………………………..134
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………………………………………134

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4.1.1 MATERIAS…………………………………………………………………….135
4.1.2 TABULEIRO…………………………………………………………………..136
4.1.3 PILARES……………………………………………………………………….137
4.1.4 LIGAÇÃO TABULEIRO-PILARES………………………………………...137
4.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO………………………………..138
4.2.1 ACÇÕES………………………………………………………………………..140
4.2.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………………….140
4.2.1.2 PESO PRÓPRIO…………………………………………………….140
4.2.1.3 CARGAS DEVIDAS AOS CIMBRES……………………………...140
4.2.1.4 PRÉ-ESFORÇO……………………………………………………..142
4.2.1.5 RESTANTES CARGAS PERMANENTES………………………...142
4.2.1.6 FLUÊNCIA, RETRACÇÃO E RELAXAÇÃO……………………..143
4.2.1.7 ACÇÃO DE ACIDENTE……………………………………………144
4.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO
LONGITUDINAL PARA A FASE CONSTRUTIVA………………………………………144
4.3.1 CÁLCULO DO PRÉ-ESFORÇO DISPOSTO NA FACE SUPERIOR DO
TABULEIRO………………………………………………………………………...145
4.3.2 CÁLCULO DAS TENSÕES SUPERIOR E INFERIOR NAS SECÇÕES DAS
ADUELAS BETONADAS…………………………………………………………..148
4.3.3 VERIFICAÇÃO DA TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO E DA TENSÃO
MÁXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO………………………………………157
4.3.3.1 TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO NO BETÃO…………………157
4.3.3.2 TENSÃO MÁXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO……………158
4.4 VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA DOS SISTEMAS DE EQUILÍBRIO DAS
CONSOLAS NA FASE CONSTRUTIVAS………………………………………………….158
4.4.1 CONSIDERACÇÕES GERAIS………………………………………………158
4.4.1.1 ACÇÕES CONSIDERADAS……………………………………….159
4.4.1.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA………………………………..160
4.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO
LONGITUDINAL PARA A FASE DE SERVIÇO………………………………………….165
4.5.1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………..165
4.5.2 ACÇÕES………………………………………………………………………..165

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4.5.2.1 ACÇÕES PERMANENTES………………………………………...165


4.5.2.2 ACÇÕES VARIÁVEIS……………………………………………...166
4.5.2.3 SOBRECARGAS REGULAMENTARES………………………….166
4.5.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS
LIMITES DE UTILIZAÇÃO……………………………………………………….167
4.5.3.1 ESTADO LIMITE DE DESCOMPRESSÃO……………………….167
4.5.3.2 ESTADO LIMITE DE LARGURA DE FENDAS………………….171
4.5.4 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS
LIMITES ÚLTIMOS DE RESISTÊNCIA…………………………………………174
4.5.4.1 MOMENTOS FLECTORES ACTUANTE DE CÁLCULO………..174
4.5.4.2 CÁLCULO DOS MOMENTOS RESISTENTE E DAS ARMADURAS
DE FLEXÃO………………………………………………………………...176
4.5.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AO ESTADO LIMITE
ÚLTIMO DE ESFORÇO TRANSVERSO………………………………………...183
4.5.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS……………………………………….183
4.5.5.2 CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL………………….184
4.6 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO
TRANSVERSAL………………………………………………………………………………185
4.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS………………………………………………...185
4.6.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA NA DIRECÇÃO TRANSVERSAL AO
ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE RESISTÊNCIA………………………………...186
4.6.2.1 SECÇÃO DE ENCASTRAMENTO DA CONSOLA NAS ALMAS-
SECCÃO A………………………………………………………………….187
4.6.2.2 SECÇÃO DE ENCASTRAMENTO DA LAJE NAS ALMAS –
SECÇÃO B…………………………………………………………………..187
4.6.2.3 SECÇÃO DE TRANSIÇÃO DA LAJE ENTRE ALMAS-SECÇÃO
C……………………………………………………………………………..188
4.6.2.4 SECÇÃO DE MEIO VÃO DA LAJE ENTRE ALMAS–SECÇÃO
D……………………………………………………………………………..188
4.7 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PILARES…………………………………..186
4.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS………………………………………………...186
4.7.2 ACÇÕES………………………………………………………………………..190

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4.7.2.1 ACÇÃO DAS CORRENTES CHEIAS……………………………..190


4.7.2.2 ACÇÃO SISMICA…………………………………………………..191
4.7.2.3 ACÇÃO DE EMBATE DE UM BARCO…………………………...191
4.7.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
DE ELEMENTOS…………………………………………………………………...192
5 CONCLUSÕES……………………………………………………………………195
6 RECOMENDAÇÕES……………………………………………………………...196
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA………………………………………………197

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INDÍCE DE FIGURAS PÁGINAS

Figura 2.1-Ponte artificial sobre um lago[1]………..………………………………………………………6


Figura 2.2-Ponte feita de raízes de arvores [1]..…………………………………………………………....7
Figura 2.3-Ponte Chinesa [1]..……………………………………………………………………………...8
Figura 2.4- Pontes de pedra em arco []……………………………………………………………………..9
Figura 2.5- Vista geral da ponte, mostrando os principais elementos constituintes []……………………10
Figura 2.6- Ponte Cantilever []……………………………………………………………………………13
Figura 2.7- Ponte Cantilever (estrutura isostática)………………………………………………………..13
Figura 2.8- vigas Gerber []………………………………………………………………………………...13
Figura 2.9- Pórtico de pequena altura sobre estrada de quatro pista (estrutura em portal na rodovia de
Berlim), vão de 28m[]……………………………………………………………………………………..13
Figura 2.10- Pórtico escorado sobre vale com encostas íngremes []……………………………………...14
Figura 2.11 – No caso dos pilares do pórtico serem rígidos, o momento no vão é pequeno; no caso de serem
mais flexíveis, o momento no vão é grande[]……………………………………………………...14
Figura 2.12- Ponte da Dª Maria[]………………………………………………………………………….15
Figura 2.13- Ponte arrabida[]……………………………………………………………………………...15
Figura 2.14- Ponte Golden gate-S. Francisco []…………………………………………………………..15
Figura 2.15- Ponte Suspensa Japão []……………………………………………………………………..16
Figura 2.16- Ponte do Lorez[]……………………………………………………………………………..16
Figura 2.17- Ponte da Arrábida[]………………………………………………………………………….18
Figura 2.18- Ponte do KRK[7]…………………………………………………………………………….19
Figura 2.19- Ponte atirantada []…………………………………………………………………………...19
Figura 2.20-a) Ponte do Kwanza 1972 []………………………………………………………………….20
Figura 2.21-b) Ponte do Kwanza 2002 []………………………………………………………………….20
Figura 2.22- Ponte sobre o rio Cunene []………………………………………………………………….21
Figura 2.23- Ponte 4 de abril [8]…………………………………………………………………………..21
Figura 2.24- Ponte sobre o rio Kwanza Cabala []…………………………………………………………22
Figura 2.25- Ponte sobre o rio Kwanza Cabala []…………………………………………………………22
Figura 3.1- Ponte sobre o rio Kwanza Cabala []…………………………………………………………..27

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Figura 3.2 - Construção sobre cavalete tradicional apoiado no solo,Viaduto V1A e V1B na
A14[]…………………………………………………................................................................................28
Figura 3.3- Ponte sobre o rio Kwanza Cabala []…………………………………………………………..29
Figura 3.4- Ponte Arade A2[]……………………………………………………………………………..30
Figura 3.5- Construção sobre asnas apoiadas sobre os maciços de encabeçamento das estacas dos pilares e
encontros, Ramo F de acesso ao viaduto V1B de A14 []…………………………………………………31
Figura 3.6- esquema de um avanço de um cavalete apoiado no solo[]………………………………….32
Figura 3.7- Ponte Macau Taipa []…………………………………………………………………………37
Figura 3.8- Soluções inovadoras para vãos de 60-70 metros com recurso a vigas pré-fabricadas correntes
[]…………………………………………………………………………………………………………...38
Figura 3.9- Secção de tabuleiro de vigas pré-fabricadas em I com pré-laje colaborante (SUT da beira
interior)[]…………………………………………………………………………………………………..39
Figura 3.10- Tabuleiro com vigas pré-fabricadas do tipo “artesa” com pré-laje como cofragem perdida
(SCUT do Algarve) []……………………………………………………………………………………..40
Figura 3.11- Utilização de Pré-lajes em tabuleiros com vigas Pré-fabricadas []………………………….41
Figura 3.12- Tabuleiro pré-fabricado com pré-laje maciça[]……………………………………………...42
Figura 3.13- Exemplo de Pré-laje maciça (Tâmega)[]…………………………………………………….43
Figura 3.14- Sistema de construção de um tabuleiro de vigas Pré-fabricadas com uma única viga “artesã” e
com vão de consola elevada[]…………………………………………………………………………...44
Figura 3.15- Vigas simplesmente apoiada[]………………………………………………………………45
Figura 3.16- Lajeta de continuidade []…………………………………………………………………….47
Figura 3.17- Tabuleiro semi-continuo, com continuidade ao nível da laje superior []……………………48
Figura 3.18- Esforço na estrutura ao nível do apoio []……………………………………………………48
Figura 3.19- Ligação de continuidade usando apenas armadura ordinária []…………………………….49
Figura 3.20- Solução de continuidade utilizando cabos rectos de pré-esforço sobre os apoios[]…………49
Figura 3.21- Outra solução com pré-esforço de continuidade. Os cabos C3 são pré-esforçados depois da
betonagem[]……………………………………………………………………………………………….49
Figura 3.22- Formas dos topos das vigas, das ancoragem e dos acopladores dos cabos []………………50
Figura 3.23- Sistema de montagem provisório. Suportes metálicos [] …………………………………...50
Figura 3.24- Vigas pré-fabricadas ligadas a 1/5 do vão []………………………………………………...52
Figura 3.25- Vigas pré-fabricadas apoiadas nos capitéis dos pilares []…………………………………...52
Figura 3.26- Pormenor de ligação com pré-esforço contínuo []…………………………………………..54

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Figura 3.27- Cimbre auto-lançavel superior Viad V2 A7[]……………………………………………….55


Figura 3.28- Cimbre auto-lançavel inferior Viaduto Nespereira V2 A7[]………………………………...55
Figura3.29- Construção com cimbre superior- viaduto de acesso à ponte do sabor no IP4……………..60
Figura 3.30- Construção sobre cimbre inferior, Viaduto de Laceira na A3……………………………….61
Figura 3.31- Viaduto Itztalbrucke, Alemanha, 2007[]…………………………………………………….65
Figura 3.32- Viaduto Schwarzbachtal, Alemanha, 1998[]………………………………………………..67
Figura 3.33- Secção tipo de um tabuleiro executado por lançamento incremental []……………………70
Figura 3.34- Pormenor de ligação da alma com o banzo inferior []………………………………………71
Figura 3.35- Calor de hidratação em dois pontos interior da secção []…………………………………...72
Figura 3.36- Cofragem e escoramento para as duas fases de betonagem[9]……………………………...73
Figura 3.37- Divisão do comprimento de uma ponte em segmentos[]……………………………………74
Figura 3.38- Diagrama de momento no tabuleiro durante o lançamento[]……………………………….75
Figura 3.39- Envolvente do diagrama de momentos durante o lançamentos[]……………………………76
Figura 3.40- Pré-esforço centrado, Representação em corte vertical longitudinal do tabuleiro[]………...77
Figura 3.41- Pré-esforço excêntrico. Corte longitudinal []………………………………………………..78
Figura 3.42- Armaduras ordinárias, secção transversal []………………………………………………...80
Figura 3.43- Barras móveis usadas por aparelhos hidráulicos ancorados no encontro []…………………81
Figura 3.44- Dispositivo de tracção com eixo vertical []………………………………………………….82
Figura 3.45- Sequência da operação de lançamento do equipamento hidráulico []………………………84
Figura 3.46- Lançamento do primeiro segmento []……………………………………………………….85
Figura 3.47- Corte longitudinal de um apoio de lançamento []…………………………………………...87
Figura 3.48- Pormenor da almofada de lançamento []……………………………………………………88
Figura 3.49- Pormenor de uma guia lateral []……………………………………………………………..89
Figura 3.50- Corte transversal de um nariz metálico []…………………………………………………...92
Figura 3.51- Ancoragem de ligação do nariz metálico [11]………………………………………………92
Figura 3.52- Chegada ao pilar [11]………………………………………………………………………..93
Figura 3.53- Planta de estaleiro []…………………………………………………………………………96
Figura 3.54- Posição da área de pré-fabricação e do equipamento de lançamento []……………………97
Figura 3.55 - Área de Pré-fabricação [10]………………………………………………………………...98
Figura 3.56 - Cofragem de fecho do tabuleiro []…………………………………………………….......100
Figura 3.57- Secção transversal do tabuleiro da ponte. Secção de vão, sendo visíveis os alargamentos das
almas junto aos apoios[]………………………………………………………………………………….102

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Figura 3.58- Secção transversal do tabuleiro da ponte, sendo visíveis as ancoragens de pré-esforço e as
armaduras passivas em espera para o troço seguinte []………………………………………………….102
Figura 3.59- Ponte sobre o rio Kwanza construído por avanços sucessivos []…………………………..103
Figura 3.60 - Vão extremo menor do que a relação ideal. []…………………………………………….106
Figura 3.61 - Construção com apoio provisório[]………………………………………………………..107
Figura 3.62 - Sequência de construção por avanços construtivos em consolas []………………………107
Figura 3.63- Interior da viga em caixão da ponte Douro []……………………………………………...110
Figura 3.64- Cimbre móvel colocado para a execução do primeiro par de aduelas. Esquema da aplicação de
cofragem (sistema de suporte com vigas inferior e suspensão da parte inferior do cimbre) e dos dispositivos
de segurança durante a betonagem []……………………………………………………….112
Figura 3.65- Pitzal Valley Bridge – Austria (Tyrol) []…………………………………………………..113
Figura 3.66-Ponte construída por balanço sucessivos []…………………………………………………113
Figura 3.67-Parque de armazenamento de aduela pré-fabricadas[]…………………………………...115
Figura 3.68-Cofragem e processo de betonagem conjugadas. []……………………………………….116
Figura 3.69-Mesa de pré-fabricação contínua []…………………………………………………………117
Figura 3.70-Célula de pré-fabricação []………………………………………………………………….118
Figura 3.71- Colocação de aduelas com estrutura de lançamento []……………………………………120
Figura 3.72- Colocação de aduela com estrutura de lançamento []……………………………………..120
Figura 3.73- Colocação de aduela pré-fabricadas através de estrutura de lançamento. []……………..121
Figura 3.74- Gruas apoiadas em barcaça na água []……………………………………………………..122
Figura 3.75- Esquema de elevação de aduela com guincho[]……………………………………………123
Figura 3.76- Ligação de aduela com pré-esforço exterior provisório []…………………………………124
Figura 3.77- Ponte internacional de Monção. Sistema de equilíbrio longitudinal construído por escoras
[]………………………………………………………………………………………………………….128
Figura 3.78- Macaco hidráulico que permite a transferência das cargas de construção para o pilar []…128
Figura 3.79- Ponte sobre o rio Arade na A2. Sistema de equilíbrio []…………………………………..129
Figura 3.80- Ponte A24 sistema de equilíbrio longitudinal []……………………………………...........130
Figura 3.81- Sistema de fixação da ponte A24 []……………………………………..............................130
Figura 3.82- Sistema de equilíbrio longitudinal interior e sistema de equilíbrio transversal exterior colocado
no lado de extradorso []………………………………………………………………………..131
Figura 3.83 - Sistema de equilíbrio transversal com pré-esforço exterior (a cheio) []…………………..133
Figura 4.1- Mapa de Angola Província do Bengo []……………………………………..........................134

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Figura 4.2- Representação da curva ideal do betão [4]……………………………………......................136


Figura 4.3- Modelação do tabuleiro no programa SAP2000v14.2 []……………………………………136
Figura 4.4- Carro de Avanço CV1-pilar P8 []……………………………………...................................141
Figura 4.5- Carro de Avanço CAV1-pilar P9 []……………………………………................................141
Figura 4.6- Peso de cada aduela dimensionada com uma força que actua no centro de gravidade de cada
aduela []…………………………………….............................................................................................145
Figura 4.7- Aplicação de pré-esforço na fibra superior e inferior nas aduelas []………………………..146
Figura 4.8- número de cabos de pré-esforço aplicado em cada alma da aduela []…………………….147
Figura 4.9- Pré-esforço na zona dos pilares []…………………………………………………………...148
Figura 4.10 – Tensões a ser calculada nas referidas secções após a betonagem da aduela 3[]………..150
Figura 4.11 – demonstração da aduela a serem construída e as suas respectivas secções []…………..151
Figura 4.12- Esquemas com diferentes carregamentos []……………………………………..................160
Figura 4.13- Secções analisadas no tabuleiro em caixão [4]…………………………………….............187

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INDÍCE DE TABELA PÁGINAS

Tabela 4.1 – Cálculo das tensões superiores e inferiores nas aduelas betonadas []……………………...161
Tabela 4.2 – Cálculo do volume de cada aduela []……………………………………………………....162
Tabela 4.3 – Cálculo dos momentos totais a esquerda e a direita da consola []…………………………161

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NOMENCLATURA

f – resistência do material
fc – tensão de rotura do betão à compressão
fct - tensão de rotura do betão à tracção
Ec – módulo de elasticidade do betão
fy – tensão de cedência do aço
fu – tensão de rotura do aço
Es – módulo de elasticidade do aço
𝑃𝑚á𝑥 - Força máxima aplicar num cabo
𝑃𝑜 - Força de Pré-esforço após perdas imediatas
𝑃∞ - Força de Pré-esforço útil ou a tempo infinito
𝜎𝑝,𝑚á𝑥 - Tensão máxima a aplicar aos cordões
𝐴𝑝 - Área de pré-esforço de um cabo
𝑓𝑝𝑘 =1860 Mpa
cqp – Combinações quase permanentes
𝜎𝑠𝑢𝑝 - Tensões superiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝜎𝑖𝑛𝑓 - Tensões inferiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝑃∞ - Pré-esforço útil ou a tempo infinito
A- Área ou secções transversais
𝑤- Módulo de rigidez
𝑀𝑐 - Momento correspondente as cargas que actuam na fase construtivas
e - excentricidade
PP - Peso próprio
𝑃𝑐𝑖𝑚 - Peso do cimbre

G – Valor característico das cargas permanentes;

𝑄1 – Sobrecargas regulamentares (NA ou NB36);

𝑄2𝑢 – Variações de temperatura uniformes

𝑄2𝐷 – Variações de temperatura diferencias

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O projecto de qualquer estrutura deve ter como objectivo fundamental servir os fins a que
ela se destina com economia, durabilidade, escrupuloso respeito pelo meio ambiente e
boa qualidade estética. A função deve prevalecer na concepção da obra ditando, pois, a
sua forma. O projectista deve ter bem presente que um projecto funcional é sempre
simples e que as concepções simples transportam, em si próprias, beleza.

Todas as construções provocam alterações na sua vizinhança. Se a estrutura ficar


aparente, as opções estruturais reflectir-se-ão claramente no aspecto final da construção.
Assim, uma escolha estrutural infeliz pode desfigurar dramaticamente a edificação e todo
o meio que a envolve. No entanto, a escolha do processo construtivo tem um papel
preponderante não só no que concerne à estrutura mas também à economia.

O projecto deve pois, logo no seu início, tomar em consideração as questões chave da
funcionalidade, da estética, da segurança, da durabilidade e do custo. Durante o
desenrolar do projecto, deve haver grande rigor na procura da solução tecnicamente mais
apropriada, na análise do impacto da obra e na pesquisa das medidas completas para
minimizar os seus efeitos negativos e para manter e restaurar, ou até melhorar, o ambiente
por ele modificado.

A simplicidade na concepção leva à simplicidade da forma e da construção e a forma deve


sempre representar claramente a função para a qual a estrutura foi projectada, isto é, a
lógica estrutural da obra deve estar claramente exposta. Se a estrutura final reflectir, com
simplicidade, economia de meios e harmonia os fluxos de forças que ela tem de controlar

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transmitindo um sentido de ordem, proporção e harmonia em concordância com o meio


circundante, a construção tem certamente boa qualidade, tem os valores estético e social
adequados e não necessita de quaisquer embelezamentos adicionais, em geral supérfluos
ou até nocivos.

A escolha da solução para uma obra de arte é um problema onde intervêm numerosas
variáveis em que se distinguem, pela sua importância, as seguintes:

▪ As características quer geométricas quer geológico-geotécnicos do desnível a


vencer;
▪ O traçado e utilização da via onde se vai inserir a obra;
▪ A natureza e custo, dos diferentes matérias.

Uma das principais condicionantes na concepção de pontes e de estruturas especiais são


os processos construtivos. A escolha do processo construtivo a adoptar deve ser muito
bem ponderada, pois cada vez mais o progresso tecnológico leva a que estejam
disponíveis no mercado da construção de pontes e viadutos uma grande variabilidade de
equipamentos, cada vez mais complexos. Esta variabilidade leva também a que haja uma
grande diversidade económica em redor dos processos construtivos.

Também para o cálculo existem no mercado numerosos programas. Um dos programas


actualmente muito usado (em especial na ARSA) é o programa de cálculo automático
RM2006 que foi especialmente desenvolvido para a análise dos processos construtivos
de pontes, considerando as suas várias fases e o comportamento reológico dos materiais.
O programa permite conhecer, para cada fase do processo de execução, bem como para
qualquer outro momento da vida da obra, e em cada uma das secções dos elementos
estruturais que compõem o modelo de cálculo, as perdas instantâneas e diferidas, o pré-

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esforço útil em cada cabo, os esforços (momentos flectores, esforços transversos, esforços
axiais e tensões) e as deformações (rotações e flechas).

Dada a sua complexidade e o tempo disponível para a realização do estágio, no nosso


caso Far-se-á a verificação, analise e dimensionamento da parte pratica deste trabalho
com ajuda do programa SAP2000v14.2 e do auxilio Microsoft Office Excel 2007 para
fazer a verificação das diferentes fases construtivas. Note-se que o programa SAP2000
apresenta algumas limitações no que concerne na simulação integral de todo o processo
construtivo e a integração no cálculo dos efeitos diferidos (por fluência, por retracção e
por relaxação), as perdas diferidas conjugadas e as alterações no estado de tensão das
secções provocadas pelas modificações dos diagramas de momentos durante a
construção. No entanto, é um programa universalmente utilizado no cálculo de estruturas
e considerado como um dos melhores e mais viáveis que actualmente existem.

1.2 OBJECTIVOS DO TRABALHO

Pretende-se com este trabalho, contribuir para um melhor conhecimento das implicações
das escolhas dos processos construtivos adoptados em pontes e viaduto de betão armado
e pré-esforçado.

Devemos também por em conta a melhor escolha do processo construtivo a aplicar para
que a obra de arte seja económica, durável e tenha um escrupuloso respeito pelo meio
ambiente e boa qualidade estética.

Um dos grandes objectivos é nos enriquecer com o conhecimento de vários processos


construtivos, abordando as suas vantagens e desvantagens, para que num futuro a escolha
do processo construtivo não passa a ser um mero acaso.

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Um dos objectivos também, é a analise, verificação e dimensionamento da ponte principal


sobre o rio Kwanza (construída por avanços sucessivos), obra situada junto a localidade
da Cabala, na estrada que liga Catete a Muxima, província do Bengo, republica de Angola

Pretende-se também, que esta tese sirva como ferramenta de auxílio para dúvidas
relacionadas com processos construtivos e factores a ter em conta para o
dimensionamento e verificação de tabuleiros construídos por avanços sucessivos.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Abordar-se-á, em primeiro lugar, uma síntese da história das pontes, desde que estas
apareceram até aos dias de hoje, apresentando também imagens de diversas obras de
pequena, média e grande envergadura construídas tanto no nosso País como no resto do
mundo.

Por conseguinte, falar-se-á dos processos construtivos de pontes de betão armado pré-
esforçado existente, retratando as suas vantagens e desvantagem, tempo gasto na
realização de cada trabalho e seus rendimentos.

Por último, Far-se-á a análise de cálculo da parte principal da ponte sobre o rio Kwanza,
obra situada junto a localidade de Cabala, construída por avanços sucessivos.

Entretanto, foram utilizados para o efeito as metodologias de análise correntes para este
tipo de projecto. os regulamentos usados foram os seguintes:

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▪ O regulamento português R.E.B.A.P. (Regulamento de Estruturas de Betão


Armado e Pré-Esforçado).
▪ Eurocódigos (que entrarão brevemente em vigor) foram essenciais para o
dimensionamento.
▪ S.A.T.C.C. (Normas da Comissão da África Austral para Transportes e
Comunicação) serviu de base para a quantificação das acções.

A análise estrutural foi efectuada através de modelos de elementos finitos, utilizando para
o efeito os programas de cálculos automáticos SAP2000v14.2, BS2000Pro e Microsoft
Office Excel 2007.

Ao longo do trabalho serão apresentados os condicionamentos que terão sido críticos para
a escolha da solução estrutural (condicionamentos de ordem geotécnica, hidráulica,
processo construtivo, entre outros), enquanto em anexo serão apresentados os esforços de
dimensionamento e desenhos relativos ao dimensionamento geral, pré-esforço e
pormenorização de armaduras dos elementos estruturais que se consideraram de maior
relevância.

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2 PRINCIPIOS GERAIS DE PONTES

2.1 HISTORIAL DE PONTES

Sem dúvida que em muitos aspectos a história da construção de pontes é a história da


civilização. Através dela podemos medir uma parte importante do progresso de um povo.
Nomeadamente, ponte é uma construção que permite interligar ao mesmo nível pontos
não acessíveis separados por rios, vales, ou outros obstáculos naturais ou artificiais. Elas
são construídas para permitir a passagem sobre obstáculos a transpor, de pessoas,
automóveis, comboios, canalizações ou condutas de água (aquedutos).

Figura 2.1-Ponte artificial sobre um lago[1]

Quando é construída sobre um curso de água, o seu tabuleiro é frequentemente situado a


altura calculada de forma a possibilitar a passagem de embarcações com segurança sob a
sua estrutura. Quando é construída sobre um meio seco costuma-se apelidar de viaduto.

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Desde tempos remotos que o Homem necessita de ultrapassar obstáculos em busca de


alimento ou abrigo. As primeiras pontes terão surgido de forma natural pela queda de
troncos sobre os rios, processo prontamente imitado pelo Homem, surgindo então pontes
feitas de troncos de árvores ou pranchas e eventualmente de pedras, usando suportes
muito simples e traves mestras.

Figura 2.2- Ponte feita de raízes de árvores [1]

Com o surgimento da idade do bronze e a predominância da vida sedentária, tornou-se


mais importante a construção de estruturas duradouras, nomeadamente, pontes de lajes
de pedra. Das pontes em arco há vestígios desde cerca de 4000 a.C. na Mesopotâmia e no
Egipto, e, mais tarde, na Pérsia e na Grécia (cerca de 500 a.C.).

A mais antiga estrutura chegada aos nossos dias é uma ponte de pedra, em arco, situada
no Rio Meles, na região de Esmirna, na Turquia, e datada do séc. IX a.C.

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Desde a antiguidade que a madeira constituiu um dos materiais preferenciais para a


construção de pontes, devido às suas características: baixo peso específico, boa
resistência e facilidade de ser trabalhada. A utilização de troncos de árvores para construir
vigas em passadiços remonta aos tempos pré-históricos. Na maioria das pontes primitivas
suspensas os seus cabos eram fabricados através de lianas, trepadeiras, couro, bambu,
vime e materiais similares enquanto que as cordas eram agrupadas e torcidas em espiral
para formar uma unidade resistente.

Figura 2.3 – Ponte chinesa [1]

Até ao final do século XVIII as pontes foram construídas em alvenarias de pedra ou


madeira. Pertencem aos romanos os méritos da aplicação da técnica de construção de
pontes em alvenaria de pedra, verdadeiras obras de arte que atingiram vãos da ordem dos
40 metros. As pontes romanas em arco, semi-arco com vãos até 30 metros marcaram,
efectivamente, uma época na engenharia de pontes.

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Figura 2.4- Pontes de Pedra em Arco [2]

A primeira grande ponte em madeira construída foi a ponte sobre o rio Danúbio, na
Roménia, construída no ano de 106 e composta de 21 vãos de aproximadamente 30
metros. As realizações mais espectaculares no domínio das pontes de madeira pertencem
sobretudo aos suíços e aos alemães.

Com a revolução industrial surgiram outros tipos de pontes como as de ferro fundido em
1779, pontes em treliça metálica e as pontes suspensas no século XIX. Ao mesmo tempo
em que a construção de pontes metálicas se desenvolvia, as pontes de betão armado, a
partir de 1900, e as pontes de betão pré-esforçado, a partir de 1938, conheciam os seus
primeiros avanços.

2.2 CONSTITUIÇÃO DE UMA PONTE

Uma ponte é normalmente constituída por:

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Figura 2.5– Vista geral da ponte, mostrando os principais elementos constituintes [3]

Superstrutura: A parte da ponte que vence o vão e que inclui o tabuleiro;


Infra-estrutura: O conjunto de pilares, encontros, apoios e fundações.
A superstrutura integra o tabuleiro, o qual consiste na parte que suporta o pavimento da
via de comunicação. Actualmente, é corrente a designação de tabuleiro para a própria
superstrutura e não apenas para a laje de tabuleiro propriamente dita.

A infra-estrutura integra os pilares, os encontros, os quais fazem a transição entre o


tabuleiro e o terrapleno e sustêm as terras dos aterros de acesso e as cargas transmitidas
pelos tramos extremos da superstrutura.

O tabuleiro (superstrutura) transmite as suas cargas aos pilares e encontros que


directamente quer por intermédio de aparelhos de apoio.

As cargas dos pilares e encontros são transmitidas ao solo da fundação por intermédio
das fundações as quais podem ser directas (sapatas) ou indirectas (estacas, barretas, entre

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outras). Convém chamar a atenção que o termo infra-estrutura é por vezes subdividido
em meso-estrutura, que integra os pilares e encontros e infra-estrutura, constituída apenas
pelas fundações.

Contudo manter-se-á nos capítulos seguintes a divisão inicialmente referida –


Superstrutura e infra-estrutura.

2.3 DEFINIÇÕES DE ALGUMAS OBRAS DE ARTE

As obras de arte são definidas e classificadas para que uma melhor comunicação ou
entendimento, sabendo que ela pode ser dividida em várias partes. Em geral, elas são
definidas da seguinte forma:

Ponte - Obra de arte destinada a permitir o atravessamento dum vale, dum rio, dum braço
de mar, de outra via, entre outros;

Viaduto - É uma ponte sobre um vale seco, ou uma linha de água de pequena importância,
ou sobre uma via de comunicação;

Pontão - É uma ponte de pequeno vão (no máximo de 10 metros);

Obras de passagens - São aquelas que se destinam ao cruzamento de duas vias de


comunicação em níveis diferentes, designam-se respectivamente por passagens
superiores ou passagens inferiores consoante a via mais importante seja respectivamente
a via inferior ou a via superior.

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2.4 CLASSIFICAÇÃO POR TIPOLOGIA

2.4.1 TIPO DE UTILIZAÇÃO DA OBRA

▪ Ponte Rodoviária – Ponte destinada ao tráfego rodoviário;

▪ Ponte Ferroviária – Ponte destinada a tráfego ferroviário;

▪ Ponte Rodo ferroviária – Ponte destinada ao tráfego misto rodoviário e


ferroviário;

▪ Ponte Aeroviária – Ponte destinada ao tráfego aeronaves em pistas de


aeroportos;

▪ Pontes Canal – Ponte destinada à transposição de um obstáculo por um canal;

▪ Passadiços ou passagem de peões – Ponte destinada ao tráfego de peões;

2.4.2 MATERIAL UTILIZADO

▪ Pontes em pedra natural ou em alvenaria;


▪ Pontes em madeira (em geral, entre nós, só em pontes provisórias);
▪ Pontes em betão simples (raro), betão armado ou betão armado pré-esforçado
(as mais utilizadas actualmente);
▪ Pontes metálicas em ferro (a maior parte das pontes antigas); em aço (a maioria
das actuais) ou em alumínio;
▪ Pontes mistas aço-betão (em geral hoje em dia mais competitivas do que as
metálicas);

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2.4.3 SISTEMA ESTRUTURAL

Pontes em vigas (simplesmente apoiado, viga Gerber, ou viga continua);

Figura 2.6 a) Ponte Cantilever / Figura 2.7- b) Ponte Cantilever(estrutura isostática) [2 ]

Figura 2.8– Vigas Gerber [2]

Pontes em Pórticos;

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Figura 2.9-Pórtico de pequena altura sobre estrada de quatro faixas (estrutura em pórtico na auto-estrada
de Berlim), vão de 28m [3]

Figura 2.10- Pórtico escorado sobre vale com encostas íngremes [3]

Figura 2.11- No caso dos pilares do pórtico serem rígidos, o momento no vão é pequeno; no caso de
serem mais flexíveis, o momento no vão é grande [3]

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Pontes em Arco;

Figura 2.12- Ponte da D.ª Maria [2] / Figura 2.13 b) Ponte Arrábida [2]

Pontes Suspensas;

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Figura 2.14- Ponte de Golden Gate-S. Francisco [2]

Figura 2.15- Ponte suspensa Japão[2]

Pontes Atirantadas.

Figura 2.16- Ponte do Lorez [2]

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2.4.4 PERIODO DE UTILIZAÇÃO


Pontes definitivas;
Pontes provisórias.

2.5 DESENVOLVIMENTO DAS PONTES DE BETÃO ARMADO

Inicialmente, o betão surgiu como material ideal para substituir a pedra nas pontes de
alvenaria. A sua melhor trabalhabilidade, conferia-lhe características de material
adequado à construção de pontes. Construíram-se, por isso, pontes de betão simples em
arco tri-articulado, em que o betão surgiu como material substituto da pedra. Foi ainda na
segunda metade do século XIX, mais precisamente em 1875, que Monier construiu a
primeira ponte de betão armado - uma pequena ponte em arco. A “ponte Del
Risorgimento” em Roma , sobre o Tibre, construída em 1904 e constituída por um arco
com vão de 100 metros é geralmente apontada como a percursora das grandes pontes de
betão armado.

Deve-se a Freyssinet, Hennebique e Maillart, a grande contribuição para o


desenvolvimento das pontes de betão armado. O grande engenheiro suíço Robert Maillart,
constrói entre 1920 e 1930 uma série de pontes que permanecem hoje como verdadeiras
obras de arte, modelos de simplicidade e elegância, dos quais a ponte Salgina Tobel(1930)
constitui um dos melhores exemplares da sua colecção.

A ponte de Sando, na Suécia, construída em 1943 com um vão de 264 metros, constituiu
na altura o recorde mundial dos vãos das pontes de betão armado em arco. A ponte da
Arrábida, no Porto em Portugal, projecto de Edgar Cardoso, constituída por um arco de
betão armado de 270 metros de vão, inaugurada em 1963, surgiu como uma das maiores
a nível internacional, tendo sido durante vários anos, recorde mundial.

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Esta ponte tem um tabuleiro de 26,50 metros de largura total, um comprimento entre
testas de encontros de 493,20 metros e um comprimento total de 614,60 metros. O arco
de betão armado é o elemento resistente principal e possui uma corda de 270 metros, uma
flecha de 52 metros e espessura nas nascenças e no fecho de 4,50 metros e 3,0 metros,
respectivamente. Cada arco é constituído por duas costelas de 8,0 metros de largura,
contraventadas entre si.

Figura 2.17- Ponte da Arrábida [2]

Actualmente o recorde das pontes em arco de betão armado é a ponte de I’IIe de Krk, na
Jugoslávia. É constituída por dois arcos, um de 244 metros e outro de 390 metros, é
actualmente o maior do mundo, e possui a particularidade de ter sido construída utilizando
já a técnica da moderna construção por consolas (avanços sucessivos) com cabos
provisórios. Faz-se notar que esta técnica tinha sido aplicada já na construção do cimbre
da ponte da Arrábida.

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Figura 2.18– Ponte do KRK [2]

A utilização do betão armado para construir pontes viga iniciou-se em 1894. Quanto à
utilização do betão pré-esforçado para vencer grandes vãos, data de 1950, com a ponte
d’Esby sobre o Marne em França, cujo projecto se deve a Freyssinet. O seu vão era de 74
metros. Mas é com a técnica da construção por consolas, já utilizada há muitos anos nas
pontes metálicas, que a construção de pontes de betão armado e pré - esforçado conhece
um grande desenvolvimento.

As pontes atirantadas existem já algum tempo, e é bastante empregue em muitos países.

Figura 2.19- Ponte Vasco da gama em Lisboa [2]

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Em Angola a construção de pontes e viadutos de betão armado e aplicação de pré-esforço


começou a ganhar espaço após a independência e a sua grande aplicabilidade após o calar
das armas e os acordos de paz em fevereiro de 2002. Temos exemplos de algumas das
pontes construídas e outras reabilitadas neste período após os acordos de paz.

Reabilitação da ponte da Barra do Kuanza;

Figura 2.20-a) ponte do Kwanza 1972 [2] / b) Figura 2.21-b) Ponte do kwanza 2002 [2]

Reconstrução da ponte da Barra do Dande;

▪ Reconstrução da ponte sobre o rio Caninda, na província do Kuanza Sul, estrada


Waco Kungo / Alto Hama (Out.2006 / Maio2007);

▪ Reabilitação da ponte sobre o rio Kwanza na Cangandala província de Malange,


estrada Malange / Mussende (Jun.2008 / Dez. 2009) – Previsão;

▪ Construção da ponte mista no país, na Província do Cunene, sobre o rio Cunene,


na localidade de Xangongo, no município de Ombadja, (Mai. 2007 / Jun.2009);

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Figura 2.22- Ponte sobre o rio Cunene .

▪ Construção da maior ponte atirantada em betão em Angola, sobre o rio Catumbela


na província de Benguela, via rápida Benguela / Lubito. (Jul.2007 / Jul. 2009);

Figura 2.23– Ponte 4 de Abril [4]

▪ Construção da maior ponte construída por avanços sucessivos e cimbre ao solo


sobre o rio Kuanza no troço Cabala Muxima na Província do Bengo (Out.2008 /
Out.2010) Angola.

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Figura 2.24- Ponte sobre o rio Kwanza na Cabala [5]

Figura 2.25-Ponte sobre o rio Kwanza naCabala [5]

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3 PROCESSOS CONSTRUTIVOS

3.1 BREVE RESUMO

As principais empresas construtoras a nível mundial utilizam na execução de obras de


arte, diversos métodos na construção da superstrutura. Cabe a cada empresa, ao inovar a
sua própria tecnologia, apresentar propostas concorrenciais aos desafios a que se
submetem. Tal facto, a par do inegável aumento do conhecimento dos diversos materiais
de construção, contribui para um crescimento de novas técnicas disponíveis no mercado
da construção.

O processo construtivo, tanto da infra-estrutura como da superstrutura de uma ponte tem


de ser tomado em consideração desde as primeiras fases do projecto. Ou seja, sendo algo
tão condicionante, e por isso envolvendo diversas equipas técnicas que dele dependem, o
seu conhecimento ao pormenor é bastante importante. Os objectivos a terem em conta no
projecto de uma obra de arte ou como de qualquer outra obra são: segurança, durabilidade,
economia e segurança.

Os princípios científicos existentes têm que ser aplicado de forma sistemática para se
obter segurança e durabilidade. Para a economia e segurança não existem evidentemente
regras precisas. Dependem única e praticamente do talento criativo do Projectista visto
que são critérios muito subjectivos. Há no entanto uma certa relação entre o custo,
benefício e o aspecto estético das pontes.

Os processos construtivos podem ser classificados em três categorias distintas que são:
▪ Construção tramo a tramo;
▪ Construção por lançamento incremental (Poussege);

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▪ Construção por avanços sucessivos.

No processo tramo a tramo utilizam-se varias tecnologias:

▪ Cavalete apoiado sobre o solo (estruturas tubulares; torres e asnas);


▪ Com a utilização de vigas e lajes totalmente pré-fabricadas;
▪ Com a utilização de tramos integralmente pré-fabricados;
▪ Com a utilização de vigas pré-fabricadas, e betonagem da laje da plataforma ``in
situ``;
▪ Com a utilização de aduelas pré-fabricadas colocadas sobre estruturas metálicas
autoportantes ou recorrendo ao seu atirantamento provisório (colocado
progressivamente);
▪ Com a utilização de aduelas betonadas ``in situ`` e recorrendo ao seu atirantamento
provisório para construir um tramo ou um ramo (betonagem progressiva);
▪ Com a utilização de cimbres auto-portantes e auto-lançáveis.

Evidentemente que muitas obras são construídas recorrendo a utilização simultânea de


dois ou mais destes processos, em função de condicionamentos locais ou de
disponibilidade de meios, pelo que o processo construtivo duma mesma obra de arte é
muitas vezes misto.

3.2 CONSTRUÇÃO TRAMO A TRAMO

Para alturas de rasante moderadas (até cerca de 50 m), se outros condicionamentos não
houver a solução mais natural é adoptar-se um tabuleiro construído tramo a tramo quer
betonado “insitu”quer pré-fabricado podendo, também, utilizar-se tabuleiros executados
por lançamento incremental.

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O processo mais expandido em Portugal é o da betonagem “in situ” quer sobre cavalete
apoiado no solo ou sobre asnas e torres metálicas, se a altura for moderada e as condições
geotécnicas ou dos atravessamentos (rios ou vias de comunicação) o permitirem, quer
sobre cimbres móveis. A utilização de cimbres móveis justifica-se quando não é viável
executar cavaletes apoiados no solo, já porque a rasante se desenvolve a grande altura já
porque as condições locais (geotecnia, vias atravessadas, rios, ambiente, etc.) o não
permitem ou aconselham, ou quando, sendo viável, condições de gabarit ou grande
repetição de tramos o impõe ou o tornam economicamente interessante.

3.2.1 CAVALETE APOIADO SOBRE O SOLO

Este processo construtivo é, economicamente, aconselhável para obras de arte de pequena


extensão, com vãos moderados (até cerca de 40.0 a 50.0m), com uma rasante ao solo não
muito elevada (em geral, não superior a 20.0m), sobre um terreno estável e regular, e onde
não seja de interesse relevante manter “gabarits” inferiores livres. Para obras de maior
extensão a sua utilização torna-se viável, face a outros processos, nos casos em que o seu
custo seja amortizável através da sua reutilização ou, por outro lado, se as características
geométricas do tabuleiro não permitirem a reutilização da cofragem de forma repetida.
Neste processo não é necessário que todos os vãos sejam iguais nem que a secção
transversal do tabuleiro se mantenha constante ao longo de todo o tabuleiro.

O tempo de construção, utilizando cavalete deste tipo e para largura usuais de tabuleiro,
isto é entre os 11 e os 16 metros, é de cerca de duas as três semanas por tramo. Para obras
com as características atrás mencionadas esta é a solução que mais vantagem tem, a nível
económico e de facilidade de execução, e por isso continua a ser largamente utilizada.

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Existem essencialmente dois tipos de cavaletes com apoio ao solo:


▪ Estruturas tubulares, formando um apoio "continuo" por intermédio de um
sistema de prumos em que os esforços principais são axiais;
▪ Com torres e asnas, permitindo vãos livres e em que os esforços principais são
axiais (nas torres) e de flexão (nas asnas).

3.2.1.1 ESTRUTURA TUBULAR (CIMBRE AO SOLO CONTÍNUO)

A princípio, este tipo de estrutura de suporte era, tradicionalmente, constituído por


prumos de madeira mas hoje em dia utilizam-se prumos metálicos. Actualmente existem
diversas estruturas tubulares tais como: escoramento com tubo Kwik, escoramento com
tubos tipo PAL e etc.

Estes cavaletes são muito simplesmente constituídos por tubos montados verticalmente
sobre apoios no terreno (pranchões de madeira, travessas ou maciços de betão), que têm
como finalidade repartir a pequena carga que cada prumo recolhe e assim evitar possíveis
assentamentos do solo. Normalmente, estes prumos são peças esbeltas, necessitando
assim de ser contraventados por outros tubos montados vertical e diagonalmente, ligados
entre si por encaixes ou braçadeiras metálicas. Inicialmente, para facilitar o nivelamento
da altura a que estava a cofragem era comum introduzirem-se cunhas e palmetas de
madeira rija, quer na secção entre os tubos e os apoios quer na secção superior entre o
tubo e a cofragem. Actualmente, estes sistemas são já dotados tanto de bases ajustáveis
como de esticadores na extremidade superior, o que permite não só nivelar a altura a que
está a cofragem, como também facilita nas operações de descofragem.

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Figura 3.1- Ponte sobre o rio kwanza na cabala [5]

Este sistema é relativamente fácil de montar, apesar de ser um processo moroso com
ciclos de montagem/desmontagem superiores aos da maioria dos restantes processos
construtivos, não requer mão-de-obra especializada e serve perfeitamente para os casos
correntes de obras de pequena dimensão.

O sistema de cavaletes apoiados no solo pode ser total, em obras de pequena extensão,
como por exemplo passagens superiores, ou pode também ser parcial, para obras de
grande extensão, como seguidamente vamos especificar no método “tramo a tramo”, que
tem a vantagem de se poder reutilizar a cofragem e o cimbre, tirando assim maior partido
económico, e quando a ponte tem vários vãos, a sua construção é feita pelo método tramo
a tramo.

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Figura 3.2-Construção sobre cavalete tradicional apoiado no solo-Viadutos V1A e V1B na A14 [2]

Este método consiste em construir apenas um tramo de cada vez, colocando o cimbre e a
respectiva cofragem para a construção de um tramo, compreendido entre duas secções de
tabuleiro situadas a 1/5 do comprimento de vãos sucessivos. Seguidamente à betonagem
do vão, à aplicação do pré-esforço, ao descimbramento e descofragem, passa-se para outra
sequência idêntica no tramo seguinte. Com este processo economiza-se muito cimbre e
cofragem. O custo deste processo é proporcional ao conjunto do volume do cimbre mais
os metros quadrados de cofragem utilizada. A obra faz-se muito sequencialmente e do
ponto de vista resistente introduzem-se poucos esforços na estrutura resistente.

Como qualquer sistema construtivo, o processo de cavalete apoiado no solo também tem
as suas limitações. Se o terreno sobre o qual se vai implantar a obra for muito irregular,
este método para além de se tornar pouco prático, pode até tornar-se perigoso, e por
conseguinte, de difícil aplicação.

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3.2.1.2 TORRES E ASNAS (CIMBRE AO SOLO DESCONTÍNUO)

No que concerne à torres e asnas, são normalmente executadas quando queremos deixar
livre o "gabarit" inferior ou quando altura a se desenvolver é elevada. Elas partem sempre
do mesmo principio das estruturas tubulares pois também transmitem directamente as
cargas recolhidas as fundações. As transmissões dos esforços são efectuadas pelas vigas
a flexão e pelas torres a esforços axiais.

É um sistema constituído por elementos-vigas e por elementos-torres podendo-se utilizar


os elementos-vigas tanto em vãos intermédios como em vão extremos. Geralmente as
torres são constituídas por 4 tubos verticais de aços de alta resistência ligados entre si
com espaçamento da ordem dos 50 cm. Estes pilares têm varias dimensões até aos 3 m
de altura, para poderem realizar torres com as alturas necessárias.

Figura 3.3- Ponte sobre o rio kwanza na cabala [5]

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Figura 3.4- Ponte sobre o arade na A2 [2]

Estas torres têm em ambas extremidades dispositivos de regulação e de desmontagem. O


rendimento da montagem de um cavalete deste tipo depende essencialmente do sistema
de elevações existentes no estaleiro.

As vigas são também de alta resistência, formadas por perfis e tubos de aço. Elas podem
ter várias dimensões até um máximo, economicamente viável, de 25 m, sendo as de
maiores vão evidentemente mais pesadas.

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Figura 3.5 - Construção sobre asnas apoiadas sobre os maciços de encabeçamento das estacas dos pilares
e encontros-Ramo F de acesso ao viaduto V1B da A14 [2]

Quando é previsível que estas vigas vão flectir significativamente devido ao peso do betão
fresco introduz-se normalmente uma contra-flecha na cofragem, contrariando assim a
flexão da viga. Podemos também contrariar a flexão da viga através das uniões do cordão
inferior, pois são reguláveis e permitem também introduzir uma contra-flecha no cimbre
contrariando deste modo a possível flexão da viga.

Para as obras com comprimentos iguais ou superiores a 300 metros e com as dimensões
exteriores da secção constantes pode-se utilizar um cavalete móvel com apoio no solo,
desde que a altura não seja excessivamente elevada e com variações excessivas. Devemos
ter um terreno relativamente plano, este sistema móvel, na sua forma mais tradicional,
desloca-se através de carris extensíveis. Para isso é conveniente unir a cofragem
directamente ao cavalete de modo a que se desloquem juntos.

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Figura 3.6 - Esquema de um avanço de um cavalete apoiado no solo [2]

Na fase de betonagem é necessário elevar o cavalete para que as cargas não actuem ao
nível dos carris. Depois de betonado e pré-esforçado o tramo em causa, apoia-se
novamente o cavalete nos carris libertando-se simultaneamente a cofragem e passa-se
para o tramo seguinte. Para avançar o cavalete para um novo tramo utiliza-se um dos dois
processos seguintes: Ripa-se, para um dos lados, o cavalete e a cofragem em toda a largura
da plataforma, avança-se o conjunto para o novo tramo e volta-se a ripa-lo, para dentro,
a fim de o colocar na posição de betonagem, isto é, no alinhamento do tabuleiro; - O
cavalete e a cofragem são divididos em dois conjuntos paralelos ao longo de uma junta
segundo o eixo da plataforma. As operações descritas anteriormente aplicam-se então a
cada uma das metades do conjunto cavalete-cofragem.

3.2.2 CONSTRUÇÃO DE PONTES COM ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS

A utilização de elementos lineares pré-fabricados para a construção de pontes é um dos


métodos já com largos anos de utilização, onde com dois ou três troncos de madeira se

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fazia uma ponte que ultrapassava vãos entre dois suportes. Este tipo de pontes
desenvolveu-se com o passar dos anos até às pontes metálicas.

As vigas de betão pré-esforçado incorporaram-se mais tarde nesta família através do


desenvolvimento de procedimentos de montagem cada vez mais eficazes, tais como,
gruas mais potentes, vigas de lançamento mais modernas e, por outro lado com o
ajustamento da distribuição do material para obter o máximo rendimento resistente com
o mínimo de peso, contribuindo assim para a constituição de uma das maneiras mais
universais de construir pontes de vãos moderados.

Os elevados custos de estaleiros de pré-fabricação e dos equipamentos para transportes e


colocação das peças pré-fabricadas, a grande incerteza quanto a eventual reaplicação e
posterior contributo para amortização desses equipamentos, o maior consumo de matérias
e o baixo custo de mão-de-obra, são umas das causas que tem, por sistema, tornando o
processo pouco ou nada competitivo.

Com novas tecnologias, a execução de tabuleiro pré-fabricados nos últimos anos teve um
desenvolvimento em duas direcções distintas e ambas proporcionadas pela possibilidade
de utilização de meios de montagem cada vez mais e mais eficazes. Em primeiro lugar,
em relação a secção transversal do tabuleiro, e em segundo lugar em relação a morfologia
longitudinal da ponte.

Cada uma das vigas que constitui o tabuleiro pode ser construída de forma independente
e ser posteriormente montada sobre os pilares. Temos desta forma um peso para manejar
muito menor do que o peso total do tabuleiro. Uma vez colocadas as vigas e sobre estas
as pré-lajes pode proceder-se à construção da laje superior, apoiada sobre as ditas pré-
lajes. Esta laje constitui o tabuleiro da ponte. Desta maneira atingimos duas metas

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importantes na construção de pontes: a optimização dos meios e dimensões dos elementos


pré-fabricados, e a minimização da ocupação do terreno durante a construção.

Apesar de todos os pontos negativos, dadas as imposições governamentais para os prazos


de conclusão de algumas infra-estruturas viárias, este processo tem vindo a ser aplicados
em muitos países, em viadutos com elevada extensão associado à repetitividade de vãos,
em situações urbanas tirando partido das vantagens inerentes à diminuição de meios de
escoramento utilizados durante a sua construção e, ainda, em projectos de grande
envergadura tirando partido das garantias de qualidade e dos já falados prazos de
conclusão.

3.2.2.1 VANTAGEM E INCONVENIENTES

A vantagem que rege neste processo é em relação a facilidade de execução e o maior


controlo de qualidade. Os tempos de construção podem ser reduzidos substancialmente
chegando a taxas de execução de superstruturas superiores a 3000 m² por mês.

Com aplicação deste método pode-se ter uma redução significativa de custos de
construção no que concerne a aplicação de construções rápidas e com a eliminação de
cavaletes e de cimbres. No entanto, a pré-fabricação exige uma execução, inspecção e
transporte particularmente cuidados, feitos por pessoal qualificado, pessoal este que nem
sempre é fácil de encontrar disponível. Por outro lado as superstruturas construídas com
vigas pré-fabricadas são em geral caracterizadas por secções transversais constituídas por
grande número de elementos de secção reduzida, com grandes superfícies expostas e
muitas juntas, incluindo as das betonagem, o que tem trazido, em geral, grandes
problemas de durabilidade e conservação às estruturas deste tipo.

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O fabrico de vigas em comprimentos iguais cria vantagem económica com relação à


produção, a não ser que necessite um grande número de vigas a fabricar que compense o
acréscimo de custo do fabrico de vigas com comprimentos diferentes, correspondentes
aos desenvolvimentos de cada um dos alinhamentos. No que diz respeito a razões de
estéticas, as vigas pré-fabricadas são em geral de altura razoável, seja por razões ligadas
aos processos construtivos seja porque se destinam a tabuleiros descontínuos, conduzindo
a obras pouco esbeltas. Têm ainda, normalmente, as consolas laterais bastantes curtas,
conduzindo também para uma acentuada falta de esbeltez.

3.2.2.2 DOMÍNIO DE APLICAÇÃO

As vigas podem ser economicamente utilizadas para vãos até 35 m desde que o número
da vigas a utilizar seja, pelo menos, da ordem dos 40. Claro que está regra refere-se a
vigas pré-fabricadas especialmente para uma dada ponte e não à aplicação de vigas
"standard" executadas em fabrica situada a distância e com itinerário de acesso
convenientes.

A pré-fabricação de obras de arte esteve durante muitos anos limitada a vigas de secção
transversal pouco esbeltas, semelhantes às conhecidas séries americanas ASTHO. São
soluções para vãos até aos 15-20 metros e eram realizadas com fios pré-esforçados. Na
época os meios de transporte e de manuseamento eram limitados e era difícil obter betões
com resistências superiores aos 35/40 Mpa.

Em Portugal as soluções com vigas pré-fabricadas foram sendo concebidas,


preferencialmente, com uma parcela de pré-esforço de continuidade. Em Espanha, por
outro lado, construíram-se pontes de vigas simplesmente apoiadas mas com continuidade
ao nível da laje. Desta última forma evita-se a junta na via mas não se assegura a

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continuidade estrutural. Estas soluções que continuam a ser adoptadas nalguns países não
são convenientes para o comportamento às acções verticais e efeitos de deformação
impostas e são certamente desaconselhadas para as acções horizontais, pois a transmissão
das forças sísmicas do tabuleiro aos apoios dos pilares não é eficiente.

A colocação de vigas para vãos da ordem dos 30m ou superiores necessita de


equipamentos de betonagem, transporte e colocação mais sofisticados e potentes, que por
conseguinte também são mais caros. Daí a utilização deste tipo de vigas em viadutos
longos, que compense assim a utilização deste material.

A utilização de vigas pré-fabricadas pode ser feita em viadutos quer com alinhamentos
rectos quer alinhamentos curvos. Para o caso de alinhamentos curvos, como as vigas pré-
fabricadas são rectas, surgem agravados os efeitos relacionados com juntas expostas e
problemas de degradação das mesmas.

Com o desenvolvimento das vigas pré-fabricadas em caixão houve um grande impulso


na pré-fabricação de pontes e consequente aumento tanto na qualidade das ligações entre
elementos como na flexibilidade na concepção destas obras.

Refira-se que o desenvolvimento técnico da compreensão dos fenómenos reológicos do


betão, em particular a sua influência no comportamento estrutural, e das potencialidades
de cálculo ao nosso dispor veio tornar mais fiável o projecto de construções contínuas
deste tipo.

Hoje em dia a pré-fabricação em pontes e viadutos pode ser usada não só ao nível do
tabuleiro mas também dos pilares, travessas e eventualmente também das fundações.
Posteriormente será necessário, em obra, estabelecer as ligações entre estes elementos.

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A pré-fabricação de pilares pode ser feita por troços com juntas conjugadas e pré-esforço
de ligação entre os troços ou através de elementos completos como são exemplo a ponte
de Macau-Taipa e a Ponte sobre o Rio Huerna, figuras abaixo, respectivamente.

Figura 3.7 - ponte Macau-Taipa [6]

Actualmente, já existem soluções inovadoras que nos permitem vencer vãos da ordem
dos 60 ou 70 metros através de escoras apoiadas nos pilares e de troços constituídos por
vigas pré-fabricadas em U de altura constante e comprimentos da ordem dos 40 metros.

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Figura 3.8 - Soluções inovadoras para vãos de 60-70 metros com recurso a vigas pré-fabricadas correntes.

3.2.2.3 SECÇÃO TRANSVERSAL

A evolução no tempo e a potência dos meios de montagem, tiveram uma grande influência
na secção transversal das pontes de vigas pré-fabricadas.

Normalmente, a secção transversal das vigas pré-fabricadas é determinada pelos


processos de fabrico, elevação e colocação das vigas, sistema de pré-esforço e,
finalmente, pelo sistema de construção da laje do tabuleiro.

Através de vigas pré-fabricadas solidarizadas transversalmente por cabos instalados na


laje e nas carlingas é possível construir todo um tabuleiro. Este processo pode ser
adoptado para tabuleiros de vãos moderados.

Inicialmente desenvolveu-se um tabuleiro de vigas “I”, com vigas separadas entre si com
comprimentos da ordem de 3 ou 4 metros e vãos que raramente passavam de 40m de

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comprimento. O peso destas vigas pode alcançar as 70 ou 80 toneladas para vigas mais
largas. Esta tipologia constitui uma solução excelente, barata e eficaz, com uma perfeita
adequação da capacidade resistente parcial de cada um dos seus elementos em cada uma
das fases de construção por onde passa e na fase de serviço.

Na figura seguinte está exemplificada a maneira mais usual da fabricação de um tabuleiro


usando vigas “I”. O mais fácil será dispor as vigas desde o bordo, descartando assim a
consola lateral da laje superior. Entre as vigas é colocada cofragem ou mais usualmente
são colocadas pré-lajes. Estas pré-lajes podem também ter carácter resistente, de maneira
a que façam parte da constituição da laje e resistam às tracções na parte inferior da laje
juntamente com o betão colocado “in situ”. Para esta solução há que ter em especial
atenção à retracção e à aderência do betão betonado “in situ”.

Figura 3.9 - Secção do tabuleiro de vigas pré-fabricadas em I com pré-laje colaborante (SCUT da beira
interior)

A separação entre vigas, de 3 a 4 metros, constitui um vão considerável para as pré-lajes.


Por esta razão os banzos superiores das vigas são mais largos para reduzir o vão que estas
pré-lajes têm que vencer e permitir que a sua espessura não tenha que ser maior do que 5

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ou 6cm. As pré-lajes devem ser convenientemente armadas para suportar o peso do betão
fresco da laje.
Porém, esta tipologia de secção transversal foi sendo substituída pela utilização de vigas
em “U”, muito mais pesadas e resistentes. Com uma ou duas vigas “U” é possível vencer
larguras transversais entre 12 e 25 metros, respectivamente. A maior vantagem que este
tipo de vigas apresenta é a rigidez à torção que proporciona ao tabuleiro quando sobre
elas se aplica a laje superior.

Figura 3.10 - Tabuleiro com vigas pré-fabricadas do tipo "Artesa" com pré-laje como cofragem perdida
(SCUT do Algarve)

Como nesta tipologia existem casos em que as vigas podem ter, entre si, afastamentos
significativos e grandes consolas laterais, e portanto uma secção transversal com vãos
muito maiores, as pré-lajes não podem ser simplesmente armadas e de pequena espessura.
Para resolver este problema foram, ao longo dos tempos, e como resultado de muitas
experiências, obtidas várias soluções. Seguidamente são apresentadas algumas dessas
soluções.

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Figura 3.11 - Utilização de pré-lajes em tabuleiros com vigas pré-fabricadas [8]

Na figura 3.11 são representadas duas tipologias semelhantes que utilizam as pré-lajes
que anteriormente se falaram. A tipologia consiste na utilização de pré-lajes unidas entre
si por vigas treliçadas que permitem que as pré-lajes vençam vãos maiores ou que formem
consolas laterais. Neste caso a pré-laje é colaborante com a laje betonada “in situ”. Esta
colaboração é realizada por meio das atrás mencionadas vigas treliçadas e um adequado
tratamento superficial.

Para que a aderência, entre a pré-laje e o betão que é colocado para betonar a laje superior,
se encontre em perfeitas condições é necessário regar a superfície antes da colocação do
betão fresco, fazendo com que esse mesmo betão penetre e adira melhor à superfície da
pré-laje e evitando também fenómenos indesejáveis de retracção.

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Outra tipologia utilizada consiste em usar as mesmas pré-lajes mas agora unidas entre si
com uma nervura de betão armado. Esta solução é uma alternativa à solução anterior para
vãos transversais maiores e para quando se quer controlar melhor as flechas das pré-lajes.
A nervura de betão contínua permite a colocação destes elementos transversais de uma
só vez.

Finalmente, pode-se utilizar lajes pré-fabricadas maciças (fig 3.13). Estas lajes são
colocadas sobre as vigas pré-fabricadas constituindo assim a forma mais recente para a
pré-fabricação total do tabuleiro. Estas lajes são normalmente fabricadas em faixas de
larguras de dois ou três metros, conforme for a capacidade dos meios de montagem
utilizados. A conexão entre estas pré-lajes maciças e as vigas pré-fabricadas é feita através
de orifícios existentes, para o efeito, nas lajes e onde vai penetrar a armadura passiva das
vigas. Este esquema está exemplificado na figura seguinte.

Figura 3.12 - Tabuleiro pré-fabricado com pré-lajes maciças [8]

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Figura 3.13 - Exemplo de laje pré-fabricada maciça (Tâmega) [8]

Um outro passo na evolução dos tabuleiros de vigas pré-fabricadas foi a utilização de uma
só viga”U” para tabuleiros com larguras de 10 a 12metros. Neste caso, a fim das vigas
não terem um peso muito elevado, devem ser usados betões de grande resistência, que
permitem cargas de pré-esforço muito elevadas, necessário para resistir às solicitações
sobre a viga.

Concluímos assim que a laje superior do tabuleiro pode ser realizada de várias maneiras
distintas. Resumindo, podemos ter lajes superiores pré-fabricadas, nervuradas ou
maciças.

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No caso das lajes superiores serem muito pesadas, para o vão da consola que estão a
vencer, pode ser adoptada outra tipologia para vencer esse vão. Essa tipologia consiste na
utilização de lajes com comprimentos não superiores as 2,5 metros no sentido
longitudinal da ponte. A estabilidade provisória destas lajes é obtida através da colocação
de tirantes provisórios ancorados na viga “U”, a qual também deverá ser travada entre si
para evitar flexões excessivas nas almas e na laje inferior. O procedimento de montagem
deste sistema consiste na colocação de escoras transversais, devidamente apoiadas na
parte inferior da viga longitudinal, onde existem umas reentrâncias para um apoio eficaz
das escoras, e na parte superior estas escoras são “amarradas” por tirantes ao extremo
superior das almas da viga. Seguidamente são apoiadas, sobre a viga e as escoras, as pré-
lajes, que servirão de suporte à laje superior betonada “in situ”. Na figura seguinte
apresenta-se um exemplo da tipologia anteriormente descrita.

Figura 3.14 - Sistema de construção de um tabuleiro de vigas Pré-fabricadas com uma única viga "artesa"
e com vão de consola elevado [7]

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Por fim, existe ainda a possibilidade da construção de um tabuleiro através de aduelas


pré-fabricadas em estaleiro e aplicadas posteriormente em obra. Em geral, estas aduelas
são fabricadas com juntas conjugadas, ou seja, são fabricadas em estaleiro, encostadas
umas às outras, com a mesma ordem que vão ser colocadas na obra, evitando-se assim
grandes diferenças entre as faces das aduelas e problemas ao nível das juntas entre elas.
Usualmente, o seu processo de montagem é feito através do processo de avanços
sucessivos em consola e pela viga auto-lançável, que descreveremos em capítulos
posteriores com mais pormenor.

3.2.2.4 SECÇÃO LONGITUDINAL

Depois de montadas as vigas e executadas as lajes há a necessidade de assegurar a


continuidade da plataforma de rolamento. Esta continuidade pode ser estabelecida de
várias formas:

A primeira hipótese será de deixar as vigas bi-apoiadas sobre as travessas de coroamento


dos pilares ficando aí simplesmente apoiadas e sem continuidade estrutural entre os vãos.

Figura 3.15 - Vigas simplesmente apoiadas [7]

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Com esta hipótese temos duas linhas de apoio por cada pilar e juntas entre cada par de
vãos. O pavimento superior necessitará de uma junta de dilatação que permita os
movimentos longitudinais do tabuleiro devido às variações de temperatura, fluência e
retracção. Esta solução para além de provocar um grande desconforto para os condutores,
pois as deformações diferidas no betão vão provocar quebras no perfil longitudinal da
via, obriga a coroamento de pilares de grandes dimensões devido à necessidade de
duplicar o número de aparelhos de apoio, o que em termos estéticos e de durabilidade em
nada favorece a obra.

Sendo as juntas de dilatação pontos frágeis e de difícil e cara manutenção, é de evitar


aumentar o seu número para além do estritamente necessário. Quanto mais juntas
existirem maior será probabilidade de existirem juntas arruinadas, que necessitam de ser
substituídas, infiltrações de água que deterioram os topos das vigas, os aparelhos de apoio
e o coroamento dos pilares. A existência de juntas significa também um acréscimo de
custos devido ao facto de ser necessário deixar-se dispositivos para inspecção, limpeza,
manutenção e substituição destas mesmas juntas.

A segunda hipótese será a de se estabelecer a continuidade exclusivamente ao nível da


laje superior, eliminando-se assim algumas juntas e proporcionando também um melhor
conforto à condução.

Esta solução não é perfeita, pecando por uma inevitável fissuração ao nível da laje
superior na zona das juntas entre vigas, tornando-as facilmente sujeitas à corrosão. Existe,
ainda, um outro problema que é o facto de em caso de substituição dos aparelhos de apoio
ser necessário levantar simultaneamente, e sem qualquer desfasamento, os dois tabuleiros
contíguos em cada pilar a fim de não destruir a lajeta de continuidade.

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Figura 3.16 - Lajeta de continuidade [8]

Esta lajeta de continuidade é separada da viga num determinado comprimento. Para isso
elimina-se a armadura entre a lajeta e a viga e coloca-se um material inerte com alguma
espessura entre a lajeta e a viga para separar os betões da viga e da lajeta. Desta maneira
pode-se dar alguma flexibilidade à união, o que permite absorver alguns esforços, como
por exemplo algumas deformações impostas pela fluência e retracção do betão que
produzem rotações nos apoios em função do tempo. Estas rotações são tanto menores
quanto for o comprimento L da lajeta.

Esta lajeta tem, normalmente, comprimentos de 1 a 2 metros para vãos pequenos da


ordem dos 15 a 20 metros e para vãos da ordem dos 30 a 40 metros comprimentos de 2 a
4 metros. Os momentos flectores que se produzem na laje superior, normalmente, são
resistidos por armadura passiva.

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Figura 3.17- Tabuleiro semi-continuo, com continuidade ao nível da laje superior [8]

Na Terceira hipótese entramos nas soluções de tabuleiros contínuos. Nesta hipótese a


continuidade será estabelecida em cima dos pilares, tanto ao nível da viga como da laje
superior, ligando as vigas e as lajes através da execução de uma carlinga nos apoios,
betonada “in situ”.

No apoio aparecerão esforços, M(t), correspondentes às deformações de fluência e


retracção do betão. O seu sinal poderá ser negativo ou positivo segundo seja o estado de
tensão que exista nas vigas para a hipótese de carga permanente. Se a ponte é muito
esbelta e o estado de tensões no banzo inferior é superior ao do banzo superior as vigas
tenderão a levantar-se no centro e aparecerão momentos positivos na união. No caso
contrário aparecerão negativos.

Figura 3.18 - Esforços na estrutura ao nível do apoio [8]

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A união entre vigas pré-fabricadas pode ser estabelecida quer com armaduras ordinárias
quer com a ajuda de cabos de pré-esforço.

Figura 3.19 - ligação de continuidade usando apenas armadura ordinária.

Figura 3.20 - Solução de continuidade utilizando cabos rectos de pré-esforço sobre os apoios.

Figura 3.21 - Outra solução com pré-esforço de continuidade. Os cabos C3 são pré-esforçados depois da
betonagem.

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Figura 3.22- Forma dos topos das vigas, das ancoragens e dos acopladores dos cabos.

Neste sistema, para a montagem das vigas é, geralmente, necessário utilizar suportes
provisórios junto aos pilares. Inicialmente as vigas são colocadas sobre esses suportes ou
escoramentos provisórios para posteriormente serem colocados sobre os pilares onde será
feita a betonagem da carlinga.

Figura 3.23 - Sistema de montagem provisório. Suportes metálicos.

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Esta é uma solução que traz relativas melhorias em relação às anteriores no que respeita
à durabilidade, aparência e conforto na condução, devido à transformação dos anteriores
vãos individuais numa estrutura de viga contínua, onde o tabuleiro fica apoiado num
número mais pequeno de aparelhos de apoio, eliminando-se uma carlinga por vão. Nesta
tipologia fica apenas uma carlinga por apoio, o que permite a utilização de coroamento
de pilares, ou até mesmo dos próprios pilares, mais esbeltos.

A Quarta hipótese é uma solução consiste em pré-fabricar vigas com comprimentos de


um vão intermédio mas de modo a que as juntas entre vigas se situem, sensivelmente, no
primeiro quarto ou quinto de vão de cada vão intermédio. Esta solução equivale a adoptar
um sistema construtivo idêntico aos sistemas construtivos utilizados na execução de
tramo a tramo betonados “in situ”.

Tal como na execução tramo a tramo, também aqui, as vigas são apoiadas na consola
anterior e no pilar seguinte projectando-se para além dele 1/4 ou 1/5 do seu comprimento.
A ligação entre as vigas é consolidada por meio de uma betonagem “in situ” de um troço
com um comprimento entre 0,5 a 1 metro. Seguidamente, são betonadas as carlingas e a
laje da plataforma tornando-se assim todas estas peças num conjunto monolítico.

Apesar de ter algumas vantagens estruturais, pois tem as juntas nos pontos de inversão
dos momentos e redistribuições de esforços pequenas, visto que o seu diagrama de
momentos é muito próximo ao que seria o diagrama de momentos de um tabuleiro
betonado de uma só vez, esta é uma solução mais morosa e de difícil execução.

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Figura 3.24 - Vigas pré-fabricadas ligadas a 1/5 do vão

Finalmente, a Quinta hipótese, apresenta um outro sistema que, combinando os dois


primeiros, permite minorar as deficiências sem, no entanto, exigir a continuidade
estrutural. Este sistema consiste em utilizar vigas apoiadas nas consolas constituídas pelos
capitéis dos pilares.

Para as duas primeiras hipóteses e para esta última, as rotações nos topos das vigas quando
estas sofrem deformações devido à fluência sob o efeito das acções permanentes dão
origem a descontinuidades sensíveis nas juntas entre tabuleiros.

Figura 3.25 - vigas pré-fabricadas apoiadas nos capitéis dos pilares

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Em todas as soluções atrás referidas é aplicado pré-esforço nas vigas. Contudo o pré-
esforço a aplicar é função do sistema estrutural que foi adoptado para o tabuleiro. Se
optar-mos por uma solução descontínua, o pré-esforço é, geralmente, aplicado na sua
totalidade antes da colocação das vigas no tabuleiro. Este pré-esforço é colocado em duas
fases:

▪ Primeiro utilizando um pré-esforço que nos permita descofrar e transportar a viga


para outro local a fim de desimpedir a mesa de fabrico o mais rapidamente
possível. Nesta altura tão precoce da vida da viga, o seu betão não tem ainda
capacidade resistente suficiente para acomodar a totalidade do pré-esforço;

▪ A segunda fase será a aplicação da totalidade do pré-esforço. Esta fase é


cronologicamente anterior à colocação da viga no tabuleiro.

Quando os valores de pré-esforço a aplicar são elevados e para não aumentar


desnecessariamente as dimensões do talão inferior, aumentando também assim o peso da
viga, recorre-se a uma terceira fase de aplicação de pré-esforço. Esta terceira fase é
executada após a execução da laje e carlingas do tabuleiro. Para a ancoragem destes
últimos cabos são deixadas caixas na face superior do tabuleiro que, após a aplicação do
pré-esforço, serão devidamente seladas.

Se adoptar-mos um esquema estrutural contínuo as sequências de aplicação do pré-


esforço são idênticas às anteriores mas sempre com a inclusão da terceira fase
anteriormente descrita para sistemas descontínuo. Porém, aqui os cabos são cabos
“chapéu” ou são cabos contínuos.

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O valor deste pré-esforço aplicado nesta terceira fase deve permitir às vigas resistiram
aos momentos negativos sobre os apoios. Este pré-esforço é aplicado depois da
betonagem da laje constituinte do tabuleiro.

Figura 3.26 - Pormenor de ligação com pré-esforço contínuo

3.2.3 CIMBRES AUTO-PORTANTES E AUTO-LANÇAVEIS

3.2.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A origem do cimbre auto-lançável deve-se à necessidade da construção de viadutos


extensos que pudessem ser executados livremente sem qualquer imposição no que
respeita ao tipo de terreno ou à altura do tabuleiro. A utilização de cimbres auto-lançáveis
e auto-portantes é justificável pelo facto de se eliminar assim a influência do solo na
construção.

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Figura 3.27 - Cimbre auto-lançável superior viad V2 A7 [2]

Figura 3.28 - Cimbre auto-lançável inferior Viaduto Nespereira [2]

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Neste processo construtivo o cimbre transporta-se a si mesmo e à cofragem, em alguns


casos parecem mesmo verdadeiros estaleiros móveis de fabricação de tabuleiros,
deixando para trás um tramo completamente pronto para a passagem de todos os
equipamentos e matérias necessários a construção a cada um dos tramos seguintes,
localizando-se as juntas de betonagem, entre tramos, a quintos de vão, que são pontos de
momentos aproximadamente nulos.

Para a construção de pontes com cimbres móveis auto-lançáveis existem essencialmente


dois tipos de cimbres. Um dos tipos trabalha por cima do tabuleiro e o outro por baixo,
sendo designados como cimbre superior auto-lançável e cimbre inferior auto-lançável,
respectivamente. Estes cimbres têm concepção estrutural idêntica, sendo cada cimbre
constituído por uma, duas ou quatro vigas quer trianguladas quer de alma cheia
longitudinais dependendo da carga que têm que suportar e do vão a vencer, com troço
central reforçado e dois extremos aligeirados. Mais adiante iremos apresentar cada um
deste cimbres com mais pormenor.

A construção “tramo a tramo” com a utilização de cimbres auto-lançáveis e auto-portantes


está economicamente vocacionada para tramos com comprimentos extensos, da ordem
dos 30 aos 60 metros, e comprimentos totais da ordem dos 500 metros ou mais, pois dado
o elevado custo destes equipamentos só com vãos razoáveis ou com uma grande
repetitividade se consegue uma amortização do seu custo de aquisição. No entanto, em
casos especiais podemos ir até mais do que 60 metros (70 ou 75), dependendo
evidentemente do peso de cada tramo.

A utilização deste tipo de estrutura requer etapas como, por exemplo, o transporte, a
montagem, a manobra em obra, a desmontagem, transporte para o armazém e respectivo
armazenamento, e por conseguinte, se este tipo de equipamento não for reutilizado em

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outras obras ou não for usado em obras de grande vão existe uma enorme dificuldade na
amortização do seu custo de aquisição. O ideal seria amortizar o custo do equipamento
logo na primeira obra em que fosse utilizado pois, em circunstâncias da sua não
reutilização, poderá chegar mesmo a não ser amortizado.

Em relação ao domínio de aplicação, a relativa simplicidade das operações construtivas


deste processo, a possibilidade de realizar tabuleiros de geometria simples e fácil
execução, e os altos rendimentos obtidos por empresas com boa organização e equipas
bem treinadas, podem levar a que este processo seja quase imbatível para altura de pilares
entre 20 e os 50 metros e, em certas condições, mesmo mais.

Tem-se assistido à construção de inúmeras de obras de arte utilizando este processo, o


que atesta a sua versatilidade. Evidentemente, este equipamento pode também ser
utilizado em obras mais pequenas, onde as condições adversas tornem outras soluções
construtivas mais caras.

Um tramo com comprimentos entre os 30 e 50 metros demora, com cimbres altamente


mecanizados, cerca de 8 dias a construir dependendo da complexidade do tabuleiro. Com
pré-fabricação das armaduras conseguem-se ainda maiores rendimentos chegando-se a
ciclos de 5 dias por tramo.

A este tipo de plataformas exige-se que tenham todas as funções, pois o seu espaço livre
é limitado e dado as operações serem todas concentradas nesse restrito espaço interior,
consequentemente, o número de operários irá também ser limitado. Se assim não for o
seu peso poderá aumentar para mais de metade do peso do betão para o tramo a executar,
o que é desaconselhável.

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Existem, porém, cimbres que são bastante espaçosos e onde os operários têm um trabalho
bastante seguro. Alguns deles chegam mesmo a ser cobertos, para que a área de trabalho
fique protegida do sol e da chuva.

Actualmente, estes cimbres possuem modernos sistemas de basculamento à base de


sistemas hidráulicos, obtendo-se assim maiores rendimentos com menos mão-de-obra.

Contudo, o maior ou menor grau de automatização destes equipamentos é muitas vezes


escolhido em função do grau de desenvolvimento dos países onde vai ser implementada
a obra. Em países desenvolvidos a mão-de-obra é mais cara e escassa, portanto, o grau de
automatização do sistema deverá ser máximo para diminuir essa mão-de-obra, enquanto
que em países em vias de desenvolvimento interessa economizar nos materiais e nos
investimentos em equipamentos pois a mão-de-obra existe em maior quantidade e a
preços bastante mais baixos.

Apresenta-se seguidamente uma breve descrição deste tipo de equipamento. O cimbre é


apoiado à frente e atrás. O apoio dianteiro é feito no coroamento dos pilares através de
um pórtico metálico que atravessa a plataforma do tabuleiro (caso das vigas auto-
lançáveis superiores) ou em consolas metálicas ligadas aos pilares (caso das vigas auto-
lançáveis inferiores). O apoio traseiro é feito directamente sobre tabuleiro ou, mais
raramente, no pilar anterior. Em qualquer dos casos entre o cimbre e os seus apoios estão
colocados os “bogies” e restantes dispositivos que permitem toda a sua manobra,
incluindo os macacos hidráulicos que levantam e baixam o cimbre nas posições de
betonagem e desmoldagem.

Quer o cimbre superior quer o cimbre inferior são condicionados pela forma do tabuleiro
e, também, dos pilares. Isto diz-nos então que o equipamento deve ser estudado em

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conjunto com o tabuleiro e os pilares. Os pilares são envolvidos pelo equipamento, pois
o cimbre e as cofragens têm de se apoiar neles e, ainda, de passar por eles durante o
lançamento para o tramo seguinte. Nesse aspecto o cimbre superior torna-se mais versátil
pois a forma do tabuleiro e dos pilares é mais livre. No entanto, torna-se uma manobra
mais lenta visto que neste caso (cimbre auto-lançável superior) as cofragens têm que estar
totalmente abertas para o cimbre poder passar através dos pilares e depois têm que ser
novamente fechadas, o que demora algum tempo. No caso de serem utilizados cimbres
inferiores não é necessário abrir totalmente as cofragens pois a abertura é limitada
somente aos painéis de fundo das vigas, o que torna o seu movimento mais rápido.

Os cimbres auto-portantes e auto-lançável são como atrás foi mencionado,


essencialmente de dois tipos:
▪ Cimbre auto-lançável superior;
▪ Cimbre auto-lançável inferior.

3.2.3.2 CIMBRE AUTO-LÁNÇAVEL SUPERIOR

Neste caso especifico as vigas em treliça ou em alma cheia são ligadas entre si, no banzo
superior por múltiplas travessas constituídas por perfis metálicos. No banzo inferior são
ligadas, na fase de lançamento, por dois jogos de tirantes que asseguram o
contraventamento inferior e contribuem para aumentar a estabilidade do conjunto nessa
fase. Suspensa das vigas transversais do cimbre está a cofragem metálica, que molda a
viga a ser construída, carlingas e a laje de plataforma, através de barras ou varões de aço
de pré-esforço. A estrutura atrás descrita constituí o cimbre superior.

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Figura 3.29 - Construção com cimbre superior- Viaduto de acesso à ponte do Sabor no IP4 [2]

Neste cimbre após a desmoldagem as cofragens são basculadas lateralmente e o cimbre


é deslocado para o novo tramo a ser betonado.

Depois do cimbre estar já na nova posição procede-se à operação de fecho das cofragens
e colocação das armaduras do tramo a betonar. Como também já foi mencionado, existem
cimbres com movimentos das cofragens funcionando através de sistemas hidráulicos.
Neste caso, os sistemas cimbre-cofragem são mais rígidos e, portanto, menos
deformáveis.

3.2.3.3 CIMBRE AUTO-LANÇÁVEL INFERIOR

Estes cimbres funcionam utilizando os mesmos princípios dos já referidos cimbres


superiores auto-lançáveis.

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Estes cimbres utilizam, à frente, dispositivos que estão ligados aos pilares, para se ligarem
aos mesmos. Atrás, os cimbres ficam suspensos nas consolas do tabuleiro do tramo
betonado anteriormente, enquanto que no cimbre superior a cofragem fica suspensa no
cimbre, aqui a cofragem é apoiada no cimbre.

Figura 3.30 - Construção sobre cimbre inferior, Viaduto de Laceiras na A3 [2]

Tal como no caso do cimbre superior, também este é um processo muito repetitivo,
económico e de grande simplicidade, permitindo a obtenção de elevados rendimentos. No
entanto, Os cimbres inferiores, e como já foi dito, tem vantagens em relação ao cimbre
superior, quer na facilidade de manobra quer no rendimento.

Uma vez treinadas as equipas de construção e afinados os equipamentos, avança-se a um


ritmo de um tramo por semana ou, se necessário, ainda menos (um tramo de 5 em 5 dias).

Qualquer um destes cimbres móveis é constituído, basicamente, por uma estrutura de


suporte, elementos de apoio próprios para a fase de betonagem e/ou de avanço,

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dispositivos para movimentar o cimbre e cofragens com aparelhos para regularização e


descofragem.

Tanto o cimbre superior como o inferior permitem a construção de um tramo de uma só


vez, após o qual o cimbre é deslocado para um novo tramo a ser construído. Deste modo,
os cimbres auto-lançáveis permitem a execução da estrutura da obra de arte de uma forma
eficiente e rápida, pois são etapas com trabalho repetitivo, o que permite aumentar o
rendimento das equipas de trabalho. Para facilitar esta repetição de trabalhos a obra deve
ser extensa, com perfil constante e de vãos moderados e simples. Em relação à secção
transversal do tabuleiro, esta deve ser constante ou com pequenas variações.

Faz-se finalmente uma breve abordagem do processo construtivo propriamente dito.

Este processo construtivo não se destina, unicamente, a obras com betonagem “in situ”.
Como foi referido no capítulo de pontes com vigas pré-fabricadas, também através deste
processo se podem construir pontes com vigas pré-fabricadas ou aduelas pré-fabricadas.
Os troços pré-fabricados são montados sobre ou suspensos numa estrutura metálica e
solidarizados entre si através de pré-esforço, prosseguindo assim a construção “tramo a
tramo”.

Para a utilização deste tipo de processo construtivo normalmente adoptam-se vãos com
as seguintes dimensões: 0,8xL + nxL + 0,8 L.
O cimbre é lançado no primeiro vão do tabuleiro a partir de um dos encontros e irá ficar
apoiado nesse encontro e no primeiro pilar. O cimbre quer seja superior ou inferior, terá
um comprimento suficiente para betonar um troço de tabuleiro com comprimento igual a
um tramo corrente (L) e terá a largura total do tabuleiro. Como o primeiro vão tem cerca
de 0,8L permite que logo na primeira betonagem se betone também L/5 metros do tramo

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seguinte, a seguir ao pilar. Este L/5 metros funciona, como já foi mencionado, como
consola.

A betonagem de cada tramo é feita de forma contínua, a toda a largura do tabuleiro e,


normalmente, por bombagem do betão. A betonagem do primeiro tramo é iniciada no
pilar e feita equilibradamente para ambos os lados até se atingirem L/5 metros. Atingidos
os L/5 metros a betonagem prossegue em direcção ao encontro.

Assim que é atingida a presa necessária são tensionados os cabos de pré-esforço a partir
da extremidade da consola.

Seguidamente procede-se à descofragem e desloca-se o cimbre para a nova posição, no


tramo seguinte, onde fica apoiado no segundo pilar e atrás apoiado na consola que se
acabou de executar.

De seguida é betonado o novo tramo também começando no eixo do pilar e betonando


para cada lado desse mesmo pilar até se atingir L/5 metros. Depois betona-se a restante
parte do tramo até ao seu fecho junto à consola anterior. Adoptando este procedimento
constrói-se todo o tabuleiro até se chegar ao encontro oposto.

Enunciemos agora as vantagens deste processo construtivo, tendo algumas delas sido já
mencionadas durante o presente capítulo:

▪ Este tipo de cimbre permite construir os tabuleiros de forma inteiramente livre dos
condicionamentos impostos pela zona de atravessamento;

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▪ Com os pilares já construídos, o acesso dos materiais, equipamentos e pessoal à


frente de obra faz-se sobre o tabuleiro já construído, independentemente das
restrições impostas pela envolvente à obra;

▪ Dada a sua grande versatilidade, permite ajustamentos e adaptações à medida que


se progride na construção;

▪ Como todo o equipamento é independente do solo, o tempo de construção e o seu


custo não são influenciados pela altura da obra.

3.3 CONSTRUÇÃO POR LANÇAMENTO INCREMENTAL (POUSSAGE)

3.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nos 30 anos que seguiram a Segunda Grande Guerra, houve um desenvolvimento


extraordinário na construção de pontes em betão pré-esforçado, atingindo-se em poucos
anos um ponto alto nas técnicas tanto de projecto como de execução. A partir daí, a fim
de melhorarem sua competitividade, as firmas passaram a pesquisar soluções que
reduzissem o custo principalmente de mão-de-obra. Uma destas soluções foi por
lançamento incremental.

O processo foi idealizado e empregado pela primeira vez em betão pré-fabricado em 1962
pelos engenheiros Fritz Leonhardt e Willy Baur na ponte sobre o rio Caroni na Venezuela.

O método construtivo de tabuleiros de betão armado pré-esforçado executados por


lançamento incremental consiste na execução de troços sucessivos do tabuleiro numa área
de pré-fabricação situada numa das extremidades da obra a realizar. Após o betão ter
ganho presa e o pré-esforço ter sido aplicado, o tabuleiro avança para a sua posição final,

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como se representa na Figura 3.31, através de deslocamentos longitudinais, com o auxílio


de dispositivos hidráulicos. Após a conclusão do processo de movimentação do tabuleiro,
é retirado parte do pré-esforço da fase construtiva e é aplicado definitivamente, e colocado
sob tensão, o pré-esforço de continuidade. Este método é designado por incremental
launching em inglês, por poussage em francês e taktschiebeverfahren em alemão.

Figura 3.31 – Viaduto Itztalbrücke, Alemanha, 2007 [8].

O troço que está a ser construído, depois é devidamente solidarizado com o anterior
através de pré-esforço, empurrado para a posição final através de um sistema de macacos
que o vão empurrando para, posteriormente, se poder construir um novo troço. Neste

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processo, e também ao contrário do que se passa nos cimbres auto-lançáveis, o tabuleiro


é, como já foi dito, móvel e vai avançando em consola à medida que vai sendo “puxado”
ou “empurrado”.

O lançamento incremental tem um campo de aplicação vasto, englobando todas as obras


onde a geometria do traçado e o perfil longitudinal são rectilíneos ou curvos com
curvatura constante. Neste tipo de processo construtivo as operações são escalonadas para
que o betão atinja resistência suficiente durante o fim-de-semana, permitindo assim o seu
lançamento no início da semana seguinte, não sendo assim necessário parar as obras para
que o betão ganhe a resistência pretendida.

Com a concentração das instalações e as pequenas distâncias de transporte, o investimento


necessário para este equipamento é pequeno e como tal é relativamente económico e
rentável para pontes de pequeno a médio vão, com difíceis condições climáticas (baixas
temperaturas) e em países em que a mão-de-obra tem custos elevados. Podemos ainda
reduzir a duração da construção se utilizarmos dois equipamentos idênticos, um de cada
lado. Como se trata de um processo muito repetitivo, consegue-se ter boa qualidade de
execução mesmo com mão-de-obra pouco qualificada. Com cerca de 15 homens
consegue-se um bom ritmo construtivo, podendo construir-se um troço por semana.

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Figura 3.32 – Viaduto Schwarzbachtal, Alemanha, 1998 [8]

3.3.1.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS

As grandes vantagens inerentes à aplicação do método conduziu, como seria de prever,


a uma forte aceitação do processo pelos mais diversos projectistas e empreiteiros. A
seguinte lista pretende enumerar algumas dessas mais-valias:

▪ A relação entre o custo da mão-de-obra e a quantidade de materiais é menor do


que a necessária para outros processos construtivos alternativos, visto que o ciclo
semanal de construção permite um uso mínimo de mão-de-obra que pode ser
rapidamente treinado em ciclos diários de actividade optimizada;

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▪ A construção é efectuada de um modo rápido pois existe a possibilidade de se ir


construindo o tabuleiro e os pilares ao mesmo tempo;

▪ Uma vez construídos os pilares, a frente de trabalho fica concentrada num único
local, junto ao encontro, onde é executada a pré-fabricação dos segmentos do
tabuleiro. Esta área de trabalho é inserida longe de áreas sensíveis e o acesso aos
pilares é atingido pela parte superior, depois de serem alcançados pelo tabuleiro
que entretanto vai avançando. Assim, todos os acessos às áreas críticas, ao nível
do solo, podem ser fechados. O tabuleiro pode ser construído sobre zonas
urbanizadas, rios, vias de comunicação em funcionamento e outras áreas críticas
sem nenhuma restrição ou perturbação da envolvente;

▪ O investimento do equipamento pode considerar-se relativamente baixo uma vez


que as possibilidades de adaptação para futuras utilizações são várias pois a
cofragem e o escoramento não se danificam, como habitualmente acontece
durante os sucessivos ciclos de “desmontar”, “montar” e “mover” necessários
noutros processos alternativos. Assim, no final de uma construção o equipamento
pode ser desmontado e montado numa outra obra, mesmo apresentando diferenças
na geometria de secção transversal;

▪ Garante uma grande segurança dos trabalhadores na obra, pois a frente de trabalho
é uma área fixa e pequena. Os técnicos de segurança verificam facilmente se todas
as condições estão a ser satisfeitas. Adicionalmente, como os trabalhos são
executados ao nível do solo, não existe o risco, normalmente associado a cargas e
plataformas suspensas;

▪ Fácil controlo da geometria e eliminação de juntas (secas ou reginosa).

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O método apresenta contudo algumas desvantagens que limitam a sua utilização:

▪ O uso de uma quantidade significativa de pré-esforço para a fase de lançamento;

▪ A secção constante torna inviável a possibilidade de se considerarem


comprimentos de vão superiores a 60m;

▪ O facto de a secção ser alta e constante ao longo de todo o comprimento, pode


resultar numa obra esteticamente mais pesada sem a possibilidade de redução da
altura da alma a meio vão que a tornaria mais esbelta e visivelmente mais discreta,
como se pretende ilustrar na Figura 3.33;

▪ A necessidade de se garantir um espaço disponível para a instalação da área de


estaleiro para a pré-fabricação, atrás de um dos encontros. Na eventualidade da
impossibilidade da existência do espaço necessário, a aplicação deste método fica
seriamente comprometida;

▪ Imperatividade de um rigoroso controlo de geometria durante as betonagens pois


um erro a este nível traria bastantes prejuízos devido à necessária correcção da
geometria, especialmente se esse erro fosse descoberto depois de se ter efectuado
o lançamento.

3.3.1.2 SECÇÃO TRANSVERSAL

A secção tradicional de uma ponte em betão armado pré-esforçado construída através


deste método é em caixão unicelular com uma altura máxima de 1/15 do comprimento do

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vão na fase construtiva. Esta é a situação frequente para vãos de cerca de 50m. Para
maiores ou menores valores de vão a relação aumenta ou diminui respectivamente. Pode-
se observar na figura 3.33, a secção usual de um tabuleiro construído por lançamento
incremental.
l

Figura 3.33 - Secção tipo de um tabuleiro executado por lançamento incremental [8]

Adiante descrever-se-á outro tipo de solução com qual se pode atingir vãos da ordem dos
50m, aplicados recentemente em obras em Angola estando uma já construída – ponte
sobre o rio Cubal no Cubal-da-Hanha e outra em construção ponte sobre o Jombo.

As consolas laterais não devem ter uma altura inferior a 0,20m para que possam permitir
a instalação de ancoragens para o pré-esforço transversal, quando este existir. A largura
das almas depende dos momentos flectores, do esforço transverso e do número de cabos
e espessura de bainhas de pré-esforço que as atravessam. A ligação das almas com o
banzo inferior apresenta uma maior espessura, relativamente a outros processos
construtivos alternativos, pois neste caso é exigida uma maior resistência daquela região
para que possa suportar os esforços desenvolvidos durante o lançamento. Em todas as

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secções do tabuleiro o equipamento de lançamento eleva a superstrutura a partir da base


das duas almas. Além de ser exigido um reforço adicional através de armaduras
ordinárias, o projectista deve ainda considerar os seguintes aspectos, ilustrados na abaixo.

Figura 3.34 - Pormenor de ligação da alma com o banzo inferior [8]

Garantir uma distância mínima de 0,10m entre a face exterior do apoio e a superfície
exterior da alma para que toda a acção seja direccionada para aquele.

Apesar de algumas das bainhas serem preenchidas com o pré-esforço definitivo apenas
na fase final, permanecendo ocas durante a fase de lançamento, deve, contudo, ser
cumprido e verificado em obra um recobrimento mínimo de 150mm para essas bainhas.
A betonagem do caixão que constitui o tabuleiro é efectuada em duas etapas, com um
intervalo de 2 a 3 dias. Assim, podem observar-se diferentes locais para a junta de
betonagem entre as duas fases, na ligação do banzo inferior com a alma, a meio da alma,
ou na ligação do banzo superior com a alma. É, contudo, mais comum que os projectistas

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e os empreiteiros optem pela colocação da junta de betonagem na ligação do banzo


superior com a alma. A razão desta opção deve-se:

▪ A separação entre a betonagem do banzo inferior em conjunto com as almas na 1ª


parte da semana, e do banzo superior, na 2ª parte, garante o cumprimento do ciclo
semanal de construção;
▪ A independência da cofragem para as almas e para o banzo superior proporciona
uma melhor adaptabilidade da cofragem das almas para as zonas de sobre-largura
destinadas às ancoragens;
▪ A alma, sendo mais espessa, tem um arrefecimento mais lento, e, ao fim de 70
horas ainda apresenta um calor de hidratação elevado, bastante próximo do calor
de hidratação verificado no interior do banzo superior, ao fim de 20 horas deste
ter sido betonado (Figura 3.35). Deste modo, não são esperadas diferenças muito
acentuadas de temperatura que possam originar fendas resultantes da união destes
dois elementos, desde que se cumpram os procedimentos gerais para a cura do
betão.

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Figura 3.35 - Calor de hidratação em dois pontos interiores da secção [8]

Evita-se uma junta a meio da alma que, por motivos estéticos seria indesejável.

Figura 3.36 – Cofragem e escoramento para as duas fases de betonagem [8].

3.3.1.3 ANÁLISE LONGITUDINAL

Dado que a maioria dos tabuleiros executados por lançamento incremental, em betão
armado pré-esforçado, apresentam uma secção em caixão, apenas essa tipologia é
abordada neste trabalho.

A escolha do comprimento dos segmentos que constituem a ponte é, provavelmente, o


factor mais determinante para a optimização da obra que se pretende executar. Estes
devem ter a maior extensão possível desde que proporcionem ciclos semanais de

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construção. A ligação de cada segmento aos restantes não deve coincidir em secções onde
o momento flector é máximo na posição definitiva, ou seja, a meio vão e sobre os pilares.

Verifica-se que as pontes executadas segundo este método, apresentam segmentos


construtivos com comprimento igual a metade do vão da fase definitiva. A sua localização
é tal que o centro de cada segmento se situa na zona dos apoios (pilares), como se
esquematiza na Figura 3.37. Estas grandezas dependem contudo do comprimento do vão.

Figura 3.37 - Divisão do comprimento de uma ponte em segmentos [8]

Os esforços gerados na fase construtiva não são fáceis de calcular. Resultam da


combinação de todas as posições que os segmentos ocupam até chegarem à sua posição
definitiva. O diagrama de momentos flectores, incluído na Figura 3.38, identifica as duas
posições cruciais durante o lançamento: o instante anterior e posterior à chegada do
tabuleiro a um dos pilares.

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Figura 3.38 - Diagrama de momentos no tabuleiro durante o lançamento [8]

Por observação da figura facilmente se constata, que o tramo “a” passou de um estado
inicial solicitado a fortes momentos negativos para um estado onde passam a existir
momentos flectores positivos. O momento negativo que actua no tabuleiro (sobre o pilar
P4) seria ainda superior no caso de se prescindir do nariz metálico situado na parte
dianteira. Este equipamento, sendo constituído por uma estrutura metálica, é mais leve
(por unidade de comprimento) do que o tabuleiro que o antecede.

Desta forma, muito antes do tabuleiro de betão atingir o pilar ou o encontro, perde-se o
efeito de consola devido ao alcance do nariz metálico, baixando o momento negativo
sobre o pilar anterior.

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O diagrama da Figura 3.39 representa a envolvente de momentos flectores que ocorrem


durante todas as fases de construção e é calculado com base no peso próprio e na
sobrecarga da fase construtiva.

De seguida é descrita a disposição construtiva do pré-esforço para o controlo das


deformações e da fendilhação. Fenómenos estes, susceptíveis de ocorrer dado o grau de
simetria do diagrama da Figura 3.39.

Figura 3.39 - Envolvente do diagrama de momentos durante o lançamento [8]

3.3.1.4 PRÉ-ESFORÇO

O pré-esforço longitudinal do tabuleiro divide-se em 2 grupos: o pré-esforço da fase


construtiva, instalado e colocado sob tensão ao mesmo tempo que o tabuleiro avança, e o
pré-esforço suplementar, colocado sob tensão depois de o tabuleiro alcançar a sua posição
definitiva. Dada a alternância dos momentos flectores actuantes em cada secção, o pré-
esforço da fase construtiva é aplicado em cabos rectos – pré-esforço centrado. A
designação “centrado” refere-se ao facto de se produzir no betão uma tensão de

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compressão uniforme. Os cabos são rectos e colocados no banzo superior e inferior da


secção, ao longo do tabuleiro. Uma parte destes cabos exerce um efeito desfavorável na
fase definitiva da estrutura em serviço (Figura 3.40) e são retirados na fase final. O pré-
esforço favorável na fase de serviço, situado nas áreas onde o betão está à tracção (banzo
superior sobre os apoios e banzo inferior a meio vão) é mantido e será posteriormente
complementado com o pré-esforço suplementar.

Figura 3.40 – Pré-Esforço centrado. Representação em corte vertical longitudinal do tabuleiro [8]

O dimensionamento do número de cabos e da força de puxe do pré-esforço é feito com


base na envolvente do diagrama de momentos durante a fase construtiva (Figura 3.40),
contabilizando-se também o efeito das armaduras ordinárias.

De acordo com a relação entre os momentos positivo/negativo do diagrama e a relação


entre o módulo de flexão positivo/negativo, a força de pré-esforço a aplicar no banzo
superior é aproximadamente o dobro da necessária para o banzo inferior. É frequente
admitirem-se tensões de tracção no betão, aumentando a rentabilidade do processo
construtivo sem afectar a segurança da obra.

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Contudo, as fendas que possam aparecer não poderão pôr em causa a geometria do
tabuleiro em virtude da diminuição de rigidez que as mesmas provoquem. Após a
aplicação do pré-esforço final as fendas serão fechadas.
No caso do pré-esforço excêntrico, em contraste com o pré-esforço centrado, a sua
nomenclatura é atribuída ao facto dos cabos serem dimensionados com base na sua
excentricidade. Todos os cabos em conjunto devem suportar as cargas da fase final
(serviço). Estes cabos são colocados no interior das almas, sendo ancorados em zonas de
maior espessura que se encontram, normalmente, no final de cada segmento, a meio da
alma.

As localizações das ancoragens e os traçados dos cabos excêntricos variam de acordo com
o projectista. A Figura 3.41 representa uma dessas possibilidades. Neste exemplo, os
cabos são ancorados de forma alternada, e, para que possam ser evitadas diferenças
elevadas de tensão, primeiro é aplicada apenas 50% da força final, sendo depois aplicada
a força remanescente.

Figura 3.41 – Pré-esforço excêntrico. Corte longitudinal [8]

Quando se recorre a uma solução que envolva pilares provisórios intermédios, estes
podem ser retirados quando se aplica o pré-esforço final. Deste modo a carga
anteriormente aplicada nesses elementos temporários é transferida para os pilares

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definitivos. É importante salientar que os aparelhos de apoio finais têm de ser colocados
antes da execução do pré-esforço.

Num tabuleiro com secção em caixão, de uma ponte construída por lançamento
incremental, as armaduras ordinárias são normalmente distribuídas da seguinte forma:
▪ Duas malhas ortogonais localizadas na face superior e inferior do banzo superior
para resistirem longitudinal e transversalmente às cargas permanentes e às
sobrecargas nas diversas combinações preconizadas pelo regulamento aplicável;

▪ Duas malhas semelhantes no banzo inferior para resistirem, aos esforços referidos
no item anterior e à reacção vertical aplicada pelo equipamento de lançamento;

▪ Duas malhas ortogonais colocadas junto a cada face da alma, para resistirem à
força de corte gerada pelo equipamento de lançamento, ao esforço transverso, à
tensão devida à flexão transversal do tabuleiro, aos efeitos de temperatura e à
retracção;

▪ Armadura de reforço, localizada na base da alma, dependente do equipamento de


lançamento utilizado.

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Figura 3.42 – Armaduras ordinárias, secção transversal [8]

3.3.1.5 EQUIPAMENTOS DE LANÇAMENTOS

Neste item descreve-se o tipo de equipamento frequentemente utilizado na execução de


uma ponte construída por lançamento incremental: O equipamento de lançamento,
responsável pelo avanço do tabuleiro; os aparelhos de apoio, que facilitam o deslizamento
do tabuleiro sobre os pilares; o nariz metálico, situado na frente do tabuleiro.

A força necessária para a execução do lançamento é linearmente proporcional ao peso do


tabuleiro. No caso de pontes longas e em especial para vias ferroviárias, o seu valor pode
exceder os 10MN, embora na maioria dos casos seja muito inferior.

Os equipamentos usados correntemente apresentam características mecânicas,


rendimento, potência e custo tão variáveis como a definição do campo de aplicação de
cada um deles. O mais económico é o lançamento por cabos e aplica-se a pontes pequenas.
Os mais dispendiosos na transferência da força horizontal por atrito e são reservados,
geralmente, para a movimentação de grandes massas em curto espaço de tempo. Nos
parágrafos seguintes são referidos alguns aspectos relativos a cada um destes sistemas.

As pontes pequenas, além de envolverem carregamentos menores, estão normalmente


associadas à fraca capacidade de amortização de grandes investimentos e à necessidade
de montar e desmontar o estaleiro no mais curto espaço de tempo. O sistema de
lançamento por cabos, usa frequentemente forças de puxe da ordem os 0,8 a 1MN. Esta
força é aplicada a um par de barras de pré-esforço, através de macacos hidráulicos
ancorados no encontro, como se ilustra na Figura 3.43.

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Figura 3.43– Barras móveis puxadas por aparelhos hidráulicos ancorados no encontro [8]

É prática corrente que em cada extremidade do banzo inferior da secção, sejam usados
dois macacos hidráulicos, dispostos em série, para a realização do “puxe” de uma forma
contínua. Enquanto o primeiro puxa o cabo, o segundo recupera para que possa executar
o “puxe” quando o primeiro terminar. Desta forma, evita-se o relaxamento das barras e
garante-se alguma rapidez adicional ao processo.

Nos tabuleiros horizontais, pode ser utilizado um único macaco, desde que o cabo seja
aliviado após cada puxe. Existem equipamentos hidráulicos que se utilizam apenas para

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esta finalidade. Estes, têm um comprimento de cerca de 1m de modo a permitir a


optimização do comprimento de cada “puxe”, visto que cada vez que se um ciclo é
repetido, é necessário retomar a tensão no cabo a partir do repouso. Para a aplicação de
maiores forças de lançamento, exigidas, por exemplo, em tabuleiros inclinados, as barras
são substituídas por cabos de pré-esforço. Neste caso, a força de “puxe” é apenas limitada
pela capacidade do equipamento hidráulico. Contudo, é conveniente não exceder uma
força de 2,5 MN por cordão de modo a que se possa utilizar macacos de pré-esforço de
19 cordões de 0,6’’ por motivos de segurança. Se necessário é aumentado o número de
cordões.

Existem várias formas de aplicar a força de tracção ao pré-esforço de modo a permitir o


lançamento do tabuleiro. Por exemplo, a solução ilustrada na Figura 3.44 recorre ao uso
de ancoragens mecânicas sob a base do tabuleiro e um eixo metálico vertical, podendo
este ser horizontal em alguns casos.

Figura 3.44 - Dispositivo de tracção com eixo vertical [8]

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Finalmente, é conveniente salientar que os sistemas de “puxe” representam a solução mais


económica e eficiente para o lançamento de pontes, pois requerem um equipamento
simples, bastante fácil de montar e de transportar de uma margem para a outra.

Para pontes extensas, a força, necessária para o avanço, é transferida por atrito usando
um ou mais pares de “lançadores” localizados sob as almas da secção. Na versão mais
simples, o lançador é composto por um macaco hidráulico vertical empurrado sobre uma
superfície lubrificada através de um pistão, actuando sobre um bloco de fundações. Numa
versão mais elaborada, o lançador é constituído por um único equipamento que incorpora
o macaco hidráulico vertical, acoplado de um ou dois macacos hidráulicos horizontais
que por sua vez estão fixos ao encontro. Em ambas as versões o lançamento desenvolve-
se como ilustra a Figura 3.45.

Figura 3.45 - Sequência da operação de lançamento do equipamento hidráulico [8]

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No entanto, o lançamento do tabuleiro é constituído por um ciclo de 4 movimentos que


são:

▪ O macaco hidráulico vertical levanta o tabuleiro e separa-o do apoio temporário


(alguns milímetros). A reacção vertical é assim transferida desse apoio para o
equipamento de lançamento;

▪ Os macacos hidráulicos horizontais expandem e empurram os verticais, fazendo-


os deslizar sobre uma superfície de atrito mínima. A transferência desta 36 força
é garantida assim através do atrito, proporcional a todo o peso do tabuleiro naquele
apoio;

▪ Quando o pistão hidráulico horizontal atinge o seu limite de expansão, que pode
variar entre 0.25 e 1.00m, o pistão vertical retrai e o tabuleiro é assente novamente
pelo apoio temporário;

▪ Já descarregado, o equipamento recolhe, voltando à posição inicial, repetindo-se


assim o ciclo descrito.

O uso destes dispositivos por atrito envolve problemas específicos nas fases iniciais e
final do processo. No início, o nariz metálico é colocado na frente da área de cofragem
de modo a ser devidamente acoplado ao 1º segmento. Essa área de cofragem do tabuleiro
é separada da área onde se encontra o equipamento de lançamento pela área de cura do
betão. A dificuldade surge quando o equipamento tem de lançar a estrutura através do
atrito sobre o nariz metálico. Por ser uma estrutura leve, o seu peso não é suficiente de
modo a causar a reacção necessária para fazer deslocar o 1º segmento do tabuleiro. Este
problema é habitualmente resolvido com o uso de cabos de pré-esforço que empurram o

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nariz contra os macacos hidráulicos aumentando assim o atrito e possibilitando o


lançamento. Após a passagem do último terço do nariz metálico sobre o tabuleiro perde-
se a necessidade do uso de forças exteriores para ser gerado o atrito. Esse instante, que
coincide normalmente com o início da pré-fabricação do 2º segmento, é ilustrado na
Figura 3.46.

Figura 3.46 – Lançamento do primeiro segmento [8]

Na fase final da construção, a reacção vertical sobre o encontro (e por sua vez sobre o
equipamento de lançamento) vai diminuindo até ser alcançada a reacção vertical final,
sobre o último apoio (encontro). Quando o valor dessa reacção é insuficiente para que se
verifique o atrito no aparelho de apoio, pode ser adoptado uma das seguintes soluções:

▪ É colocado um segundo par de macacos hidráulicos no topo de um dos pilares. A


reacção de apoio nesse pilar é forçosamente maior do que a reacção vertical sobre
o encontro, sendo assim possível lançar a fase final do tabuleiro. Neste caso, o
pilar fica sujeito a uma força horizontal elevada, especialmente por se tratar da
última fase do lançamento, devendo ser verificada a segurança;

▪ É colocado um segundo par de macacos hidráulicos no topo de um dos pilares. A


reacção de apoio nesse pilar é forçosamente maior do que a reacção vertical sobre
o encontro, sendo assim possível lançar a fase final do tabuleiro. Neste caso, o

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pilar fica sujeito a uma força horizontal elevada, especialmente por se tratar da
última fase do lançamento, devendo ser verificada a segurança.

Todos os movimentos do equipamento e por sua vez do tabuleiro são comandados por
uma torre de controlo, a qual regista, em cada instante, o valor da reacção vertical na
posição onde se encontra o sistema hidráulico [10]. Através dessa monitorização é
possível antecipar a maior ou a menor capacidade de gerar atrito entre as duas peças.
Contudo, este registo deverá ser efectuado apenas como despiste, pois no início da obra
todos os procedimentos devem estar calendarizados.

3.3.1.6 APARELHO DE APOIO

Nas primeiras pontes construídas por este método, o aparelho de apoio colocado entre os
pilares e o tabuleiro resumia-se a uma placa metálica ligada a um bloco maciço de betão.
Era uma solução económica, mas de pequena durabilidade e que exigia sucessivas
substituições durante o lançamento. Os equipamentos actuais, responsáveis por causar o
menor atrito entre o tabuleiro e o pilar, são apoios compostos. A face exterior consiste
numa caixa de aço, soldada, e posteriormente preenchida com betão, como a que se
representa na Figura 3.47. Apesar da pequena dimensão que apresenta (0.20 a 0.40m),
este tipo de apoio é bastante resistente e pode ser utilizado várias vezes . Sobre o maciço
de betão é colocada uma lâmina de elastómero com 20 a 50mm de espessura, para
acomodar os esforços locais gerados pelo tabuleiro. Posteriormente, é colocado um
“prato” de suporte, que é plano no sentido transversal do tabuleiro e com arestas boleadas
no sentido longitudinal. Este prato pode ser de betão ou aço, mas o seu revestimento
superior é sempre metálico com um coeficiente de rugosidade máximo de 1μxm. A
espessura varia entre 25 a 40mm e apresenta uma resistência à cedência de 40MPa. São
evitadas as deformações plásticas.

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Figura 3.47 – Corte longitudinal de um apoio de lançamento [8]

Entre este equipamento e o tabuleiro são colocadas as “almofadas” de lançamento, que


se encontram pormenorizadas na Figura 3.48. São compostas por placas de elastómeros
(neoprene) alternadas com placas metálicas e tapadas com um prato de Teflon. O
elastómero reforçado tem a função de uniformizar a pressão de contacto e absorver as
rotações do tabuleiro e irregularidades superficiais, enquanto que o Teflon é responsável
por reduzir o atrito entre o tabuleiro e o aparelho de suporte. O coeficiente de atrito
conseguido devido a este material é da ordem dos 5%.

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Figura 3.48 - Pormenor da almofada de lançamento [8]

Dada a possibilidade de desvio transversal durante o lançamento, torna-se necessário


assegurar que o tabuleiro esteja permanentemente alinhado ao longo do traçado. Como
sistema de segurança ou de prevenção, inserem-se, assim, guias laterais na frente da área
de pré-fabricação e, em alguns pilares, se a extensão da ponte o justificar. A Figura 3.49
apresenta o sistema de fixação deste equipamento.

Figura 3.49 - Pormenor de uma guia lateral [8]

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A parte superior da guia tem a mesma inclinação das almas e é ajustável através de um
equipamento hidráulico. A tensão teórica na superfície de contacto deve ser inferior a
7MPa. A guia é composta por uma placa de elastómero com 20mm de espessura, seguida
por uma placa metálica de 6mm. Por fim, entre o tabuleiro e a placa metálica está
localizada a placa de Teflon, com mais de 100mm de comprimento. Teoricamente, é
aconselhado o uso deste equipamento nos seguintes locais:

▪ Próximo da parte final da zona de cofragem para a correcção do posicionamento


da junta construtiva entre os segmentos a unir;

▪ No encontro, principalmente quando se recorrer ao sistema de lançamento por


cabos;

▪ No último pilar alcançado pelo tabuleiro para se poder corrigir a posição do nariz
metálico e a sua posição quando se der o contacto com o pilar seguinte.

As operações de lançamento são bastante delicadas, devendo ser projectadas com o rigor
adequado e a sua ordem de execução deve ser rigidamente cumprida. É, assim, necessário
recorrer a várias estações de trabalho distantes entre si, comunicadas através de rádio ou
linhas telefónicas. No caso de alguma emergência todas as equipas serão avisadas por
circuitos eléctricos de alarme que travam automaticamente os equipamentos de
lançamento.

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3.3.1.7 NARIZ METÁLICO

A objectividade deste equipamento, como já foi referido, é de reduzir os momentos


negativos do efeito de consola durante o lançamento. Entretanto, o comportamento
elástico deste equipamento pode ser qualificado por três parâmetros a dimensionais:

▪ Relação entre o comprimento do equipamento e o vão a vencer, ln/l;

▪ Relação entre o peso específico do equipamento e do tabuleiro, qn/q;

▪ Relação entre a rigidez de flexão do equipamento e da parte frontal do tabuleiro.

O valor ln/l óptimo corresponde a 60%. Para comprimentos menores, o momento


negativo de consola aumenta bastante e, por sua vez, o pré-esforço centrado também. Para
comprimentos maiores, o momento de consola diminui mas a área de pré-esforço não se
altera significativamente. Relativamente à geometria do equipamento, nos cerca de 30
anos de vida deste processo construtivo, já se usaram muitos tipos de estruturas metálicas:
Mais ou menos rígidos, treliçados ou com viga de alma cheia, metálicos ou em betão pré-
esforçado, com perfis metálicos de realinhamento ou com sistemas hidráulicos para
recuperar a deformação elástica durante a fase em consola. Actualmente evita-se que este
equipamento seja em treliça pois a reacção, R, na base pode aumentar significativamente,
e será cerca de:

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Esta reacção actua ao longo da base da treliça exigindo sempre maiores largura e
espessura. Além disso, não podem ser evitados os momentos secundários entre os
membros da treliça. A solução mais frequente para o nariz metálico consiste em serem
utilizadas duas vigas gémeas de alma cheia constituídas por vários elementos. Todas as
peças têm dimensões adequadas de modo a facilitar o seu transporte e são conectadas em
obra através de juntas aparafusadas. A partir do momento em que a envolvente de esforços
no equipamento está quantificada, o cálculo do momento de inércia é imediato e por sua
vez é determinada a área necessária para os dois banzos horizontais. De forma a serem
evitados problemas de instabilidade, devido à compressão, o dimensionamento do
equipamento deverá verificar a regulamentação em vigor do local de construção.

As duas vigas são ligadas entre si através de diafragmas transversais e escoras colocadas
de forma horizontal e oblíqua (como se ilustra no corte transversal da Figura 3.50. A
função destes diafragmas é evitar a instabilidade nos banzos das vigas e uni-las,
conferindo-lhes uma maior resistência para a absorção das cargas assimétricas.

Figura 3.50 - Corte transversal de um nariz metálico [8].

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As barras diagonais previnem a instabilidade provocada pela compressão no banzo


superior de cada viga.

No que respeita a ligação ao tabuleiro, esta deverá garantir a transferência do momento


flector e do esforço transverso por meio de uma eficaz continuidade estrutural. Qualquer
articulação que possa ocorrer compromete o comportamento elástico tabuleiro-nariz. Por
outro lado, no final do lançamento o equipamento deve ser de fácil desmontagem.

Figura 3.51 - Ancoragem de ligação do nariz metálico [8].

A solução normalmente adoptada para transferir o momento flector entre as duas peças
consiste na instalação de uma junta de barras pré-esforçadas. Para a transferência das
forças de corte, usam-se blocos de aço. Normalmente estes blocos são boleados na fase
oposta à soldadura de modo a serem libertadas facilmente do betão quando se proceder à
desmontagem do equipamento.

No momento da aproximação ao pilar, o sistema apresenta uma deformação distante da


deformação teórica que se obtém do cálculo elástico, que vai aumentando com o número
de pilares alcançados. Em pontes metálicas e mistas esta deformação é muito maior. O
realinhamento é então efectuado através de dispositivos hidráulicos localizados na frente

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do nariz. A Figura 35 representa o momento de chegada ao pilar, no viaduto de Bergeres,


A89, França.

Figura 3.52 - Chegada ao pilar [8]

3.3.1.8 CICLO SEMANAL DE TRABALHO E ESTALEIRO

Desde o início da implementação deste método construtivo que se procurou uma


optimização do ciclo de trabalhos de modo a corresponder a uma semana. De forma a ser
utilizado o fim-de-semana para a cura do betão, um dos planos de actividades utilizados
por Gohler [10] e posteriormente adoptado pelos seus seguidores pode resumir-se do
seguinte modo:

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2ª-FEIRA

▪ A semana é iniciada, bastante cedo, com um teste de resistência ao betão; - Aplicar


o pré-esforço de lançamento (cabos centrados);

▪ Esta tarefa não deverá demorar mais de 2 horas a ser executada;

▪ Se foi considerado pré-esforço transversal, este também deve ser aplicado neste
período de tempo;

▪ Retirar o escoramento e a cofragem do banzo superior e da parte exterior das


almas;

▪ Por volta das 8h00 lançar o segmento. Às 12h00 esta operação deverá estar
concluída;

▪ À tarde realizar, simultaneamente, operações de limpeza da cofragem e erguer


novamente o escoramento exterior das almas;

▪ Colocar as armaduras do banzo inferior e das almas.

3ª-FEIRA

▪ Finalizar a colocação das armaduras do banzo inferior e almas;

▪ Instalar as bainhas de pré-esforço;

▪ Posicionar a cofragem e o escoramento inferior das almas;

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▪ Colocar o fecho do segmento.

4ª-Feira

▪ Finalizar o posicionamento das cofragens;

▪ Executar a betonagem do banzo inferior e das almas.

5ª-Feira
▪ Retirar a cofragem interior das almas;

▪ Colocar o escoramento exterior do banzo inferior na sua posição de trabalho;

▪ Posicionar a malha inferior do banzo superior;

▪ Instalar as bainhas e os cabos de pré-esforço no banzo superior.

6ª-Feira

▪ Colocar a malha superior do banzo superior;

▪ Executar a betonagem do banzo superior;

Sábado e Domingo

▪ Cura do betão.

Este plano de execução não é rígido e depende do comprimento do segmento, da


experiência da equipa e das condições atmosféricas. Para o primeiro e segundo segmento,
não é considerado este ciclo pois o tempo de execução poderá ser de várias semanas. Esse
tempo adicional deve-se ao facto dos primeiros segmentos exigirem um maior volume

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trabalho que não serão incluídos nos ciclos posteriores, tais como, montagem do nariz
metálico, criação de um pilar temporário para o lançamento que só será utilizado no
primeiro segmento, adaptação da equipa ao esquema de trabalho, etc.

O estaleiro deve ser projectado de modo a que se possa atingir o ciclo de repetição de
trabalhos para optimizar a construção. O esquema do estaleiro, apresentado na Figura 36,
inclui toda a área de pré-fabricação do tabuleiro, depósito de armaduras, central de betão,
grua, escritórios e outros equipamentos necessários à correcta execução da obra.

Figura 3.53 - Planta de estaleiro [8].

O estaleiro situa-se, geralmente, atrás de um dos encontros, podendo excepcionalmente


estar entre duas secções lançadas em direcções opostas. A área de pré-fabricação do
tabuleiro localiza-se no prolongamento geométrico do eixo longitudinal do tabuleiro. O
seu posicionamento clássico está ilustrado no perfil incluído na Figura 3.54.

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Figura 3.54 - Posição da área de pré-fabricação e do equipamento de lançamento [8]

O equipamento de lançamento está ancorado no encontro, e a distância até à área de pré-


fabricação deve ser 1,2 vezes o comprimento do segmento. A principal razão desta
distância deve-se ao facto de a secção crítica do novo segmento se situar à saída da área
de pré-fabricação. O novo elemento terá apenas 50% do pré-esforço aplicado. A
localização da área de pré-fabricação também é influenciada pelo custo de escavação e
aterro. É necessário que exista uma altura mínima de 1.50 m abaixo do tabuleiro para que
se possam efectuar todas as operações de execução.

O modo de funcionamento do escoramento e a cofragem sofreu igualmente alguma


evolução desde a primeira ponte lançada incrementalmente. A eficiência deste
equipamento reside na obtenção do menor atrito entre a cofragem e o tabuleiro durante o
lançamento e na rapidez dos movimentos de baixar e de elevar o escoramento antes e
após o lançamento. Um dos sistemas usados actualmente, consiste em apoiar toda a área
de pré-fabricação sobre 2 vigas longitudinais e sobre um apoio de lançamento situado no
meio do segmento (Figura 3.55).

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Figura 3.55 - Área de pré-fabricação [8].

Quando se pretende iniciar o lançamento, os macacos hidráulicos que suportam as vigas


longitudinais retraem-se, fazendo com que o segmento fique unicamente suportado pelos
2 apoios temporários centrais. Desta forma, a área de atrito reduz-se bastante. Após o
lançamento, as vigas longitudinais sobem até ao nível do apoio central e inicia-se a
construção de um novo segmento. As vigas transversais são normalmente vigas em “I”
com alma de 400 a 600 mm de altura. Já as duas vigas longitudinais são, na maioria dos
casos, em betão armado e eventualmente pré-esforçadas de modo a garantir a menor
deformação possível.

O prato metálico, representado no pormenor da Figura 3.55, é apoiado no escoramento


através de perfis metálicos e deve ser complanar com a superfície de cofragem. Depois
de baixar o escoramento até cerca de 1 metro e iniciar o lançamento, introduzem-se
manualmente as almofadas de lançamento e o prato metálico cairá sobre o escoramento
rebaixado. A partir desse momento, as almofadas que são introduzidas no apoio têm a

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espessura do prato metálico para que o tabuleiro não ressalte. Após o lançamento, o prato
metálico volta a ser colocado na sua posição inicial.

No final de cada segmento, as armaduras ordinárias progridem 1 ou 2 metros para fora da


área de betonagem. Metade do pré-esforço centrado é ancorado e a outra metade avança
ao longo da área de pré-fabricação para ser colocada no segmento seguinte. A cofragem
de fecho de cada segmento é por isso única, e deve ser manufacturada para cada fecho. A
junta deve ser bastante rugosa para facilitar a aderência com o segmento seguinte. Esta
rugosidade pode ser obtida através de:

▪ Adição de areia que posteriormente se soltará.

▪ Jactos de água com alta pressão aplicados imediatamente após a descofragem.

▪ Superfícies com relevo localizadas na própria cofragem de fecho.

A Figura 3.56, que representa um momento da construção do tabuleiro da ponte de


Cronay em França, mostra o aspecto do fecho de um segmento no início do lançamento.

Figura 3.56 – Cofragem de fecho do tabuleiro [8]

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Como exposto, o detalhe e a complexidade inerente ao processo são elevados. Neste


capítulo pretendeu-se descrever com pormenor todos os elementos empregues no
processo construtivo e as diversas etapas da sua implementação.

O modelo de simulação virtual que se desenvolveu irá reflectir, com o maior rigor
possível, um caso de aplicação do método construtivo por lançamento incremental, tendo
como base a descrição efectuada.

Como dito anteriormente o método foi já adoptado em Angola numa obra já concluída e
está a ser utilizado noutra em construção.

A metodologia e os equipamentos são idênticos aos já descritos e não vamos, portanto,


voltar a descreve-los. Apenas a secção transversal e a sua execução difere das tradicionais
que atrás se descrevem. Por isso, apresentam-se a seguir a ponte do Cubal-da-Hanha sobre
o rio Cubal. Como já foi dito, este tipo de secção é adequado para vãos que podem atingir
os 50m.
A definição da solução estrutural para a Ponte sobre o rio Cubal da Hanha resultou da
conjugação de diversos factores que influenciaram não só a geometria do tabuleiros e
pilares, mas também o processo construtivo adoptado para a realização da obra. Entre
outros, atribui-se principal destaque à natureza hidrológica do rio, o que levou à
necessidade de minimizar os trabalhos no seu leito. Tal facto, associado à dificuldade em
mobilizar equipamentos para o local e à dificuldade em prever exactamente o plano de
trabalhos para a sua execução, conduziram a uma solução com tabuleiro em laje vigada,
destinado a ser construído com recurso ao método de lançamento incremental
(“Poussage”).

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Assim, a superstrutura da ponte é composta por um tabuleiro único, tendo na directriz um


comprimento total entre as juntas de dilatação dos encontros de 130,0 metros, dividido
em dois vãos extremos de 20,0 metros e três vãos centrais de 30,0 metros. A sua rasante
desenvolve-se a uma altura máxima de cerca de 10,0 metros.

O tabuleiro é constituído por duas vigas longitudinais com uma altura constante e igual a
2,40 metros, em betão armado e pré-esforçado, ligadas por uma laje de espessura variável,
em betão armado, que se prolonga exteriormente em consolas, também de espessura
variável. As almas das vigas têm uma largura de 0,50 metros nos vãos, variando
linearmente até atingirem 0,80 metros sobre os pilares e encontros, sendo esta variação
feita em 6,0 metros para cada lado do eixo dos pilares. Nos encontros, esta variação
realiza-se nos últimos 2,0 metros até ao eixo de apoio. Na parte inferior das vigas existem
talões com largura constante e igual a 1,10 m. Estes possuem dimensões adequadas para
acomodar os aparelhos de apoio do tipo “pot-bearing”, que asseguram a transmissão das
cargas provenientes do tabuleiro aos encontros e pilares.

Figura 3.57 – Secção transversal do tabuleiro da ponte. Secção de vãos, sendo visíveis os alargamentos
das almas junto aos apoios [10]

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Figura 3.58 - Secção transversal do tabuleiro da ponte, sendo visíveis as ancoragens de pré-esforço e
armaduras passivas em espera para o troço seguinte (Abril de 2009) [10]

3.4 CONSTRUÇÃO POR AVANÇOS SUCESSIVOS

3.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O primeiro registo conhecido de uma obra em que este método tenha sido aplicado, data
do Século IV, em Shogun, no Japão. Só em 1930, com a construção da Ponte de Herval
sobre o Rio Peixe, Brasil, as estruturas de madeira e metálicas dariam lugar a estruturas
de betão armado. No entanto, os elevados momentos flectores negativos que se geram no
tabuleiro sobre a zona dos apoios, obrigava a soluções fortemente armadas que, mesmo
assim, não conseguiam evitar a fissuração. Em 1945, Freyssinet utilizou, nalgumas
situações, a técnica dos avanços em pontes de betão pré-esforçado, mas foi em 1950 que
Finsterwalder, com a construção da ponte de Balduin na Alemanha, fez com que este
método começasse a ser verdadeiramente implementado. Tal notoriedade só foi possível
devido à aplicação de pré-esforço, não só por evitar a fissuração, mas também porque
melhorava o comportamento estrutural.

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Figura 3.59 - Ponte sobre o rio kwanza construído por avanços sucessivos [5]

Os tabuleiros são construídos a partir das aduelas de encabeçamento sobre os pilares por
avanços sucessivos em consola. Para alturas de rasante acima dos 50 m, em vales
particularmente encaixados, em encostas ou outras situações onde haja grande dificuldade
em executar fundações ou onde haja condicionamentos especiais nas zona atravessadas
(rios, vias de comunicação ou outros locais onde não seja possível colocar pilares), a
solução mais natural é adoptar-se um tabuleiro construído por avanços sucessivos em
consolas simétricas (ou quase) a partir dos pilares quer betonado “in situ” quer pré-
fabricado.

O comprimento desses segmentos é limitado pelo tipo de cimbre utilizado. Um dos


processos mais expandido é da betonagem “in situ” com cimbre superior e aduelas da
ordem dos 5 metros. Porem, pode-se no entanto, usar cimbres inferiores em que as
aduelas são, devidas a condicionamentos impostos pelos próprios equipamentos
utilizados neste sistema, em geral de menor comprimento (inferiores a 4 m).

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Em geral, procura-se que os vãos correntes (L) sejam iguais entre si e os extremos (L1)
que tenham valores da ordem dos 0,8 dos vãos correntes.

Nas obras de avanços o processo construtivo conduziria a que os tramos extremos


tivessem 0,5xL. Ora isto levaria a que houvesse reacções negativas nos apoios. Isso leva
a que os tramos extremos fiquem com vãos entre 0,65 e 0,70 de L.

O comprimento final dos vãos extremos é fixado por considerações que se prendem com
a distribuição de momentos devidos á carga permanente, o modo de acção do peso próprio
durante a construção, o traçado a dar aos cabos de pré-esforço, o processo construtivo
adoptado para os troços de ligação aos encontros, as vantagens em limitar as dimensões
destes e a conveniência de, em todas as circunstâncias, ter reacções positivas nos apoios
extremos. Também outras condições tais como a pendente das encostas, os locais possível
para a colocação dos encontros, etc. Influenciam na escolha do valor final do
comprimento dos vão extremos. Certo é que se procura sempre estar o mais próximo
possível dos 0,65L.

Atendendo ao vão do tramo corrente destas obras, quase sempre superior a ~60 m, e,
portanto, em geral mais elevado do que os das obras construídas tramo a tramo, o peso
próprio do tabuleiro representa uma parcela muito importante da carga total que a obra
terá que suportar em serviço e, aquele, será tanto maior quanto maior for o vão adoptado.

Atendendo, ainda, ao processo construtivo (construção em consola) é manifesto que as


secções junto dos pilares serão muito mais severamente esforçadas do que as dos vãos, o
que conduz, em geral e a menos que a obra tenha tramos de vão moderados (inferior a
60~70 m), a um tabuleiro de secção variável com altura decrescente dos pilares para os
vãos. Se o vão for moderado e especialmente se a obra é urbana adopta-se, por vezes e

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por razões estéticas, de gabarit e até construtivas, um tabuleiro com secção de altura
constante. A relação h/L considerada como óptimo económico é da ordem de 1/17.

Quanto à secção do meio vão razões construtivas e razões ligadas aos esforços que
aparecem posteriormente devido aos fenómenos de fluência e ainda aos devidos aos
gradientes térmicos, aconselham a que se utilizem alturas não inferiores a 2,40 ~2,60 m.

Os tabuleiros de altura variável apresentam ainda como vantagens uma maior economia
de materiais, a redução apreciável do valor do esforço transverso pelo efeito inerente à
inclinação do banzo inferior e um melhor aspecto arquitectónico.

No começo da utilização da construção por avanços sucessivos a construção era feita


progredindo a superstrutura por consolas simétricas a partir dos pilares, por incrementos
sucessivos até completar cada tramo e, portanto, a obra. Posteriormente, conjugando com
o conceito de construção segmentada (por aduelas) passaram a utilizar-se também outras
técnicas construtivas.

A relação vão extremo/vão corrente em obras construídas por avanços em consolas


simétricas que é da ordem dos 65%. Deve-se, também, a que há toda a conveniência em
reduzir ao mínimo o comprimento da parte de tabuleiro junto ao encontro a qual, por não
ser facilmente construída em consolas equilibradas tem de ser, geralmente, construída por
cavalete apoiado no solo.

Casos há em que não é possível utilizar o valor ideal, podendo este ser menor ou maior
que esse valor. Se é menor, a construção começa no primeiro pilar simultaneamente em
direcção ao vão e ao encontro. Quando este atingir a estrutura fica aí amarrada através de

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dispositivos que lhe dão, em todas as circunstâncias, uma reacção positiva impedindo-a
de levantar. A construção prossegue em direcção ao vão.

Figura 3.60 - Vão extremo menor do que a relação ideal. [2]

Se é maior e a betonagem é realizada “in situ”, então esse troço de ligação é realizado
sobre cavalete tradicional. Se a construção é por aduelas pré-fabricadas recorre-se a
sistemas de apoios provisórios.

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Figura 3. 61 - Construção com apoios provisórios. [2]

Por vezes interessa que a construção não seja simétrica em relação aos pilares. É o caso,
por exemplo, de uma ponte situada sobre um rio profundo num vale apertado, que obrigue
a vãos extremos curtos.

Figura 3.62 - Sequência de construção por avanços construtivos em consola [2]

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A secção transversal é geralmente um caixão unicelular de almas verticais ou inclinadas.

As razões que levam á escolha do caixão unicelular são evidentes e derivam quer dos
esforços devidos ao processo construtivo quer da sua resistência á torção, quer do seu
melhor comportamento á rotura, estabilidade global e rendimento mecânico, quando
comparadas com tabuleiros de secções abertas.
A secção em caixão é pois a indicada porque:

▪ Durante a construção os momentos flectores são negativos na quase totalidade da


extensão dos tramos e muito elevados junto aos apoios nos pilares. Os banzos
inferiores têm pois que ter elevada resistência à compressão. Ora construindo uma
lâmina de compressão inferior ligando as duas almas além de satisfazer aquela
exigência beneficia-se ainda de uma elevada resistência à torção (que, sendo útil
na fase construtiva de obras curvas em planta ainda o é mais na fase de serviço,
em especial com grandes larguras de plataforma);

▪ A estrutura do caixão tem um bom rendimento mecânico e uma maior capacidade


de resistência à rotura dependendo menos da qualidade dos betões do que nos
tabuleiros abertos inferiormente;

▪ A sua estabilidade elástica e dinâmica durante a construção é também maior dada


a sua grande rigidez de torção, e em serviço esta rigidez reduz consideravelmente
as rotações transversais sob cargas excêntricas melhorando a sua repartição pelas
almas Isto permite dispensar a utilização de septos, utilizando a resistência à
torção do caixão, em vez da resistência à flexão das almas.

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A secção unicelular é também mais económica e fácil de construir do que as secções


multicelulares, (que actualmente são raramente usadas) e resolve, com lajes superiores
particularmente esbeltas e dotadas apenas de armaduras passivas de médio diâmetro e,
ainda, com almas de pequena espessura, plataformas até cerca de 20,00 m de largura. Para
larguras superiores (até ~30 m) podem continuar a usar-se caixões unicelulares mas a
plataforma superior tem que ser dotada de vigas transversais para manter a sua espessura,
e consequentemente o seu peso, dentro de limites razoáveis.

Escolhem-se quase sempre almas inclinadas, embora as verticais tragam maior facilidade
à construção, porque além de um melhor aspecto estético em relação às verticais têm
ainda a importante vantagem de permitir consideráveis economias na largura das infra-
estruturas e até na própria superstrutura, já que reduzem a largura das zonas de apoio e
diminuem o peso da laje inferior.

O tabuleiro é pré-esforçado longitudinalmente com duas famílias de cabos:

▪ Os cabos das consolas dispostos na face superior do tabuleiro, e colocados à


medida que vão sendo executadas as sucessivas aduelas;

▪ Os cabos de solidarização nas zonas centrais dos vãos para estabelecer a


continuidade do tabuleiro.

Os tabuleiros devem dispor sempre de dispositivos incorporados que permitam a sua


inspecção interior, manutenção e eventual reparação. Prevendo a eventualidade de, no
futuro, poder ser necessário reforçar o tabuleiro por aumento das sobrecargas de
exploração, deve ser desde logo prevista a colocação dos dispositivos necessários para a

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realização desse reforço através da utilização de pré-esforço interior (pré-esforço


aderente) e, também exterior (não aderente).

Figura 3.63 – interior da viga em caixão da ponte Douro [2]

A secção é, em geral, armada transversalmente apenas com armaduras passivas pois o


pré-esforço transversal é fortemente penalizado pelo grande número de ancoragens
relativamente ao pequeno comprimento dos cabos, pelas sucessivas operações de pré-
esforço e pelas acentuadas perdas por reentrada dos fixadores e ainda porque o traçado
dos cabos não permite aproveitar capazmente a sua contribuição para a resistência da laje
à rotura, o que obriga sempre á utilização de consideráveis quantidades de armaduras
passivas como complemento do pré-esforço.

Neste processo construtivo os pilares devem assegurar, sempre que possível sem
necessidade de dispositivos exteriores, a estabilidade das consolas durante a sua
construção para as solicitações de derrubamento, o que leva, quando as características da
obra o permitem, a encastrar com carácter permanente o tabuleiro nos pilares. Ora
atendendo à necessidade de se garantir a sua estabilidade sob aquelas solicitações de

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elevado valor, é aconselhável que eles sejam de secção transversal considerável o que
leva a que, em geral, sejam de secção tubular.

Porém, se esta secção é benéfica na fase de construção torna-se inconveniente na fase de


serviço a menos que se desista do monolitismo tabuleiro-pilares e se usem dois tipos de
dispositivos de apoio diferentes - um para a construção e outro para a fase de serviço da
obra.

Quando as condições o permitem, podem utilizar-se pilares tubulares na parte inferior e


reduzidos a duas lâminas esbeltas na parte superior, permitindo assim um encastramento
eficaz do tabuleiro durante a sua construção e uma grande flexibilidade longitudinal para
a fase de serviço. Estas duas lâminas devem ser contraventadas provisoriamente durante
a construção do tabuleiro garantindo a sua estabilidade à flexão e à torção.

Caso contrário, utilizam-se pilares tubulares, monolíticos com o tabuleiro na maior


extensão possível deste e dotados de aparelhos de apoio na restante, e que podem, se
necessário, ter secção variável diminuindo em secção da base para o coroamento para
uma distribuição de matéria mais eficaz e consonante com as necessidades de resistência
quer às acções durante a construção quer durante o serviço.

A construção das consolas é executada de forma simétrica, com uma frequência semanal
de 5-7 dias por par de aduelas conforme a sua dimensão. As armaduras podem ser pré-
fabricadas no solo e içadas e colocadas na cofragem ou ser directamente montadas no
interior dessa mesma cofragem. A betonagem é normalmente realizada por bombagem
do betão a partir de camiões betoneira.

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A frequência de execução das aduelas aumenta com a continuidade da construção das


consolas, que se vão tornando cada vez mais esbeltas. Essa diminuição de altura das
aduelas, e consequentemente do volume de betão e da quantidade de armaduras aplicadas
aumenta o ritmo construtivo.
O cimbre móvel ilustrado na Fig. abaixo foi utilizado para construir a ponte do Corgo,
com vãos de 145 m, é do tipo inferior e é constituído por duas partes:
▪ Sistema de suporte (≈35 ton);
▪ Parte inferior suspensa à viga de suporte (≈30 ton).

Figura 3.64 – Cimbre móvel colocado para execução do primeiro par de aduelas. Esquema de aplicação
da cofragem (sistema de suporte com viga inferior e suspensão da parte inferior do cimbre) e dos
dispositivos de segurança durante a betonagem [2]

A continuidade das consolas é estabelecida sucessivamente após a betonagem de cada


aduela de fecho, cujo comprimento é, em geral, inferior ao das restantes aduelas, e dos
troços junto aos encontros, usando-se neste último caso para os executar, dada a
proximidade do terreno natural, um sistema de cavalete apoiado no solo e devidamente
fundado.

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O sistema de avanços sucessivos pode também ser utilizado na construção de pontes em


arco com tabuleiro superior, partes de tirantes e partes em viga contínua. Que também são
conhecidas por balanços sucessivos.

Figura 3.65 - Pitzal Valley Bridge - Austria (Tyrol ). [2]

Figura 3.66 – Ponte construída por avanços sucessivos [2]

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3.4.2 CONSTRUÇÃO COM ADUELAS PRÉ-FABRICADAS

A construção com aduelas pré-fabricadas teve a sua origem em França em 1952 sobre o
rio Sena, em Choisy-le-Roy, e surgiu como alternativa à construção com aduelas
betonadas “in situ”. Actualmente, esta vertente está a ser mais utilizada devido às
melhorias introduzidas nos processos de pré-fabricação e transporte e também a uma
redução de custos associados à mão-de-obra.

A utilização de aduelas pré-fabricadas para a construção de tabuleiros de pontes torna-se


mais económica do que a construção com aduelas construídas “in situ” unicamente para
pontes extensas, com grande repetitividade de elementos pré-fabricados. Em geral, a
utilização de aduelas pré-fabricadas torna-se mais económica quando o número de
unidades pré-fabricadas ultrapassa as 350 a 400 unidades. As aduelas pré-fabricadas
devem ter secções similares às betonadas “in situ”. Algumas das características positivas
da construção de aduelas pré-fabricadas são:

▪ Fabricação das aduelas pode ser feita enquanto se constroem as infra-estruturas,


aumentando assim a velocidade de execução da obra;
▪ Como as aduelas são pré-fabricadas, e portanto, têm já algum endurecimento
quando são colocadas, o tempo necessário para o endurecimento é retirado do
caminho crítico de execução da obra. Embora, com as actuais metodologias de
controle da resistências do betão através da maturometria, tal já não se verifica,
visto que, o pré-esforço pode ser dado entre as 12 às 14 h após o fim da betonagem;
▪ Os resultados da fluência e retracção são ligeiramente menores pois o betão na
altura da colocação em obra tem já alguma maturidade;
▪ Maior controlo da qualidade do que o obtido na construção “in situ”;
▪ Diminuição da mão-de-obra;

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▪ Maior rapidez em relação à betonagem “in situ”.

Do ponto de vista negativo temos o facto do controlo de geometria ser mais fácil de
controlar na betonagem “in situ” do que com aduelas pré-fabricadas e a dificuldade de
colocação das aduelas pré-fabricadas em obra.

Figura 3.67 - Parque de armazenamento de aduelas pré-fabricadas [2]

Como já foi referido, estas aduelas quando são colocadas em obra têm já alguma
maturidade. Para que se obtenha esta maturidade as aduelas são construídas com um
período antecipado de aproximadamente três meses e seguidamente armazenadas. O
efeito de fluência não se dá enquanto a aduela não é pré-esforçada. O que acontece é que
o efeito é menor porque quando é aplicado o pré-esforço o betão da aduela já é mais velho.
Assim, quando vão para obra não só têm os seus efeitos de retracção minimizados, como
têm também reduzidas deformações durante a montagem. Para que não haja problemas
de maior na montagem das aduelas no seu lugar definitivo deve ser feito um rigoroso
controlo das juntas entre aduelas e das próprias aduelas.

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Na construção das aduelas é usado um processo de betonagem conjugada (“match


casting”), que consiste em betonar as aduelas, em estaleiro, umas contra as outras pela
sequência que serão colocadas em obra. A face anterior de uma aduela serve de cofragem
da face posterior da aduela que se lhe segue. Ora isto leva a leva a que cada vez menos
haja diferenças significativas entre as faces de aduelas “vizinhas” e que haja um encaixe
quase perfeito entre aduelas. Para evitar que ocorra colagem de uma aduela à que lhe
serve de molde são usadas umas finas películas plásticas entre as duas faces. Esta película
é arrancada na altura da sua separação.

Figura 3.68 - Cofragem e processo de betonagem conjugada [2]

Para o fabrico das aduelas em fábrica existem dois métodos:

O primeiro método consiste na betonagem das aduelas numa longa mesa de pré-
fabricação contínua (long line). Esta mesa tenta reproduzir a superfície inferior do

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tabuleiro a construir corrigida com as contra-flechas necessárias para garantir que a


geometria final do tabuleiro corresponde à do projecto. Tal como já foi mencionado, neste
método as aduelas são betonadas umas contra as outras pela ordem da colocação em obra.
Conforme se vai betonando, assim as cofragens se vão deslocando ao longo da mesa. Se
a mesa tiver o comprimento de um tramo, a aduela que em obra ficará sobre o pilar ocupa
aqui a posição central da mesa, iniciando-se nesta a pré-fabricação e progredindo de igual
modo para ambos os lados. Se a mesa apenas tiver o comprimento de meio tramo, então,
a aduela que ficará em obra sobre o pilar situa-se aqui num dos extremos da mesa e a
betonagem parte desta para o outro extremo da mesa.

Figura 3.69 - Mesa de pré-fabricação contínua. [2]

O segundo método consiste na pré-fabricação em células de pré-fabricação (short line).


Uma célula de pré-fabricação é um “ateliê” de trabalho do comprimento de duas a três
aduelas correntes, sobre o qual são efectuadas as operações de cofragem e betonagem de
uma aduela. Lateralmente, a cofragem é assegurada por duas chapas metálicas.
Longitudinalmente, a tarefa da cofragem é assegurada por uma chapa metálica num dos
extremos e pela aduela anterior no outro extremo, que assegura também uma perfeita
conjugação entre as diferentes aduelas.

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Figura 3.70 - Célula de pré-fabricação [2]

Estas células podem ser classificadas em três grupos: células horizontais, células verticais
e células de ligação. O primeiro caso, é mais usado, consiste na fabricação das aduelas
umas ao lado das outras. No caso das aduelas verticais, as aduelas são betonadas
verticalmente umas sobre as outras e não lado a lado como no primeiro caso. Este tipo de
células tem algumas vantagens sobre as outras, tais como: uma betonagem facilitada, a
localização e o recobrimento das bainhas de pré-esforço não sofre qualquer alteração pela
descida do betão e as juntas de betonagem são forçosamente perpendiculares ao eixo
longitudinal do tabuleiro. Por fim, aparecem as aduelas de ligação que consiste na
montagem das almas e dos banzos pré-fabricados dentro das células, onde posteriormente
se procede à da betonagem das juntas.

Quando uma aduela, construída pelo primeiro caso, está pronta sofre uma translação para
que na mesma cofragem e no mesmo local se proceda à betonagem da aduela seguinte.
Uma célula pode produzir uma aduela corrente num dia ou uma aduela sobre pilar em
dois dias. Para aumentar a cadência, as células podem ser munidas de dois tubos que são
os responsáveis pela betonagem das aduelas. Estes tubos são alimentados de betão por

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uma central de betão localizada na fábrica e as armaduras podem ser pré-fabricadas noutra
zona da fábrica e colocadas, sobre a célula, já prontas.

Conforme o número de aduelas a executar, o número de células pode também variar de


uma até várias dezenas. Uma parte das células é dedicada ao fabrico de aduelas para
colocar sobre pilares e o resto é dedicado ao fabrico de aduelas correntes.

3.4.2.1 TRANSPORTE DAS ADUELAS

O transporte das aduelas pré-fabricadas pode ser efectuado através de meios terrestres
preparados para altas cargas ou através de barcaças. Quando o transporte é feito por meios
terrestres as aduelas são colocadas em cima dum reboque através de pórticos de
manutenção situados na zona de pré-fabricação.

Depois o reboque é puxado até à frente de obra quer por cima da parte do tabuleiro já
executada quer por estradas provisórias situadas ao lado da obra. Já na obra a sua descarga
está a cargo dos sistemas de montagem. No caso da ponte em causa atravessar um rio
navegável ou haver uma zona navegável feita por dragagem o transporte pode ser feito
através de barcaças.
3.4.2.2 MONTAGEM

a) Montagem através de viga de lançamento

O método mais corrente de montagem das aduelas na sua posição definitiva é através de
uma viga de lançamento. Existem essencialmente dois tipos de estruturas de lançamento:

Um, com comprimento ligeiramente superior ao do vão corrente, que apoia nos pilares;

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Figura 3.71 - Colocação de aduelas com estrutura de lançamento [2]

Outro, com comprimento ligeiramente superior ao de um vão corrente da ponte, apoia no


pilar de onde parte a construção das consolas e na consola do tramo anterior;

Figura 3.72 - Colocação de aduelas com estrutura de lançamento. [4]

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Em geral, estas estruturas são constituídas por duas vigas longitudinais em treliça, por
dois apoios principais, que podem ser móveis ou não, e por dois apoios extremos
secundários. O uso destas estruturas de lançamento para a montagem das aduelas traz
inúmeras vantagens, dentro das quais a possibilidade de se poder trabalhar por cima do
tabuleiro libertando assim os acessos por baixo da obra quer se esteja sobre terra ou sobre
água.

Figura 3.73 - Colocação de aduelas pré-fabricadas através de estrutura de lançamento. [2]

b) Montagem através de grua

Quando a altura dos pilares não é demasiadamente elevada pode-se transportar as aduelas
até perto do tabuleiro e elevá-las com a ajuda de gruas. Estas gruas podem ser estar
montadas de várias maneiras.

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Caso a ponte esteja situada sobre um rio a grua pode ser montada numa embarcação, em
plataformas flutuantes de 200 a 500 t de capacidade ou até na própria superstrutura. Se a
ponte estiver sobre terra as gruas podem ser montadas em camiões ou auto-propulsadas.

Figura 3.74 – Gruas apoiadas em barcaça na água. [2]

Tanto no caso da grua como nos outros casos as aduelas devem ser elevadas numa posição
que seja aproximada à sua posição final.

c) Montagem através de “viga e guincho”

Este sistema de montagem consiste numa estrutura metálica que é montada em consola
na parte já construída do tabuleiro. Nesta estrutura metálica estão montados uns guinchos
eléctricos que elevam as aduelas para a sua posição de montagem. Quando estamos na
presença de pontes sobre rios com correntes fortes podem ser montados ainda carris sobre
todo o tabuleiro já construído. Assim as embarcações são amarradas aos pilares e os
guinchos movem-se através dos carris da extremidade da consola até á zona do pilar e

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voltam de novo para a extremidade da consola, fazendo deste modo o transporte das
aduelas desde a zona do pilar até à zona de elevação para posterior montagem.

Figura 3.75 - Esquema de elevação de aduelas com guincho. [2]

3.4.2.3 LIGAÇÕES PROVISÓRIAS

Antes da aplicação do pré-esforço de continuidade há que garantir a união das aduelas na


sua posição correcta. Para isso são usadas ligações provisórias com colas à base de resinas
epoxy ou com barras.

A colagem consiste na aplicação de uma cola de endurecimento rápido e pouco sensível


às condições termohigrométricas na junta entre aduelas. Esta cola garante a união das
aduelas e a sua utilização traz algumas vantagens tais como:

▪ Antes do endurecimento lubrificam as superfícies de contacto e compensam as


imperfeições;

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▪ Depois do endurecimento garantem a estanqueidade das juntas e participam na


resistência da estrutura transmitindo os esforços de compensação e transversos.

Outra ligação pode ser através de barras, em geral de ø36 mm ancoradas nas extremidades
das aduelas. Esta solução é mais utilizada quando se querem colocar duas aduelas de uma
só vez. São colocadas duas ou mais barras ao nível do banzo superior e outras tantas
barras ao nível do banzo inferior.

Figura 3.76 - Ligação de aduelas com pré-esforço exterior provisório [2]

Para garantir que as juntas das aduelas não abrem, estas devem estar sujeitas a uma força
de compressão mínima de 0,2 MPa. Quando estamos na presença de viadutos extensos
existe a necessidade de haver juntas de dilatação. Estas juntas de dilatação devem ser
colocadas junto das secções de momentos flectores nulos (1/4 vão) o que complica a
construção. Uma aduela com junta de dilatação consiste na junção de duas meias aduelas
com uma junta no meio. Contudo, esta junta só começa a funcionar como junta de
dilatação depois de ser estabelecida a continuidade com os vãos adjacentes, sendo nessa
altura libertada do seu travamento provisório.

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3.4.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

A verificação da segurança (na direcção longitudinal) divide-se fundamentalmente em


duas partes:
▪ Uma, correspondente à construção do tabuleiro, em que é verificada a sua
estabilidade bem como a dos pilares e das suas fundações, em todas as fases
construtivas ao longo da execução das aduelas (estabilidade global e local) e ainda
do estabelecimento da continuidade estrutural.

As fases construtivas devem ser integralmente simuladas, incluindo-se nessa


simulação todos os efeitos reológicos, a fim de se obterem esforços, tensões e
deslocamentos fase por fase.

Devem ser tomadas em conta, além das acções do peso próprio e do pré-esforço,
as acções inerentes aos cimbres e moldes, sua manobra, acções de acidente, etc.
Verificando-se a segurança da estrutura para as várias combinações compatíveis
dessas acções.

▪ Outra correspondente á fase de serviço, quer no início da entrada em


funcionamento da obra quer após processadas as perdas de pré-esforço e a
redistribuição de esforços.

Em todos os casos, o processo construtivo obriga a muito delicadas e rigorosas


operações de controlo, quer da geometria quer da segurança da obra. Se há
acentuada curvatura da obra em planta os cuidados com esse controle necessitam,
ainda, de maior rigor

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Nestas obras o controle de geometria é particularmente crítico para que se garanta


a rasante final com o mínimo de correcções possível as quais implicam além de
enchimentos, por vezes a imposição de deslocamentos nas estruturas com
consequências estruturais pela modificação dos esforços previstos se esses
enchimentos e deslocamentos tiverem valor

Significativo, além de atrasos e sobrecustos na obra. É pois um trabalho em que,


aliado a um cálculo preciso, se exige um perfeito conhecimento do funcionamento
da estrutura durante a sua construção, um “sentir” a forma como ela se vai
comportar e um muito bom senso na introdução das inevitáveis correcções do
nivelamento das aduelas que as medições, ensaios e ocorrências fortuitas vão
impondo em cada fase construtiva.

A segurança global do conjunto consolas-pilares durante a sua construção deve


ser verificada para as acções previsíveis em relação aos estados limites últimos de
resistência e de equilíbrio considerando-se nas combinações de acções os
eventuais desequilíbrios de peso das consolas devidos a erros construtivos, a acção
do vento, as cargas de estaleiro, os pesos dos cimbres, a situação eventual de
acidente correspondente à queda de um dos cimbres e, ainda, os efeitos de 2ª
ordem.

Se há curvatura em planta note-se que, durante a construção em consola, o


tabuleiro tende a deslocar os pilares para o interior da curva à medida que a
construção progride. Se os vãos são diferentes nalgumas zonas da obra (como às
vezes é necessário) a construção progride, a partir de certa altura, de forma
assimétrica e, portanto, em desequilíbrio.

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Se os vãos são de razoável valor (acima de 90~100 m) e/ou se as acções


previsíveis também, na construção do tabuleiro são utilizados sistemas especiais
de equilíbrio, por forma a garantir a segurança das consolas e dos pilares durante
a sua construção, em relação às acções de derrubamento nas duas direcções.

Esses sistemas auxiliares são dimensionados para conferir estabilidade às


consolas para cargas excêntricas e acidentais (desequilíbrios na betonagem das
aduelas, maior peso numa das consolas, queda acidental de um cimbre,
excentricidade devida à curvatura do tabuleiro, desequilíbrio devido á diferença
de vãos, etc.).

São, em geral, formados por cabos pré-esforçados no interior dos pilares ou no


seu exterior (atirantamento) ou, ainda, por escoramento através de torres
colocadas sob as consolas a uma certa distância dos pilares para formarem um
binário estabilizante.

3.4.4 SISTEMAS DE EQUILÍBRIO DAS CONSOLAS

3.4.4.1 EQUILÍBRIO LONGITUDINAL

No decurso dos trabalhos corre-se o risco de perda de estabilidade do conjunto


consolas/pilares, seja em consequência da eventual queda de parte ou da totalidade do
cimbre ou seja por desequilíbrio acidental de uma betonagem desfasada das aduelas.

Em geral, o equilíbrio longitudinal das consolas, enquanto sistema isostático, pode ser
garantido por três sistemas distintos:

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▪ Escoramento das consolas directamente ao solo, sendo este sistema de equilíbrio


usado em obras de pequena altura.

Este sistema é executado por intermédio de torres dotadas de macacos


hidráulicos e dispostas as primeiras aduelas das consolas.

Figura 3.77 – Ponte Internacional de Monção. Sistema de equilíbrio longitudinal constituído por escoras
[2]

Figura 3.78 – Macacos hidráulicos que permitem a transferência das


cargas de construção para o pilar [2]

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Quando as aduelas entram em carga, i. é., quando são pré-esforçadas, a pressão das
consolas sobre os macacos é aliviada permitindo o encaminhamento do seu peso para o
pilar. De seguida estes apoios provisórios são descarregados, suportando a seguir e
temporariamente a execução das novas aduelas e o eventual desequilíbrio de cargas que
possa surgir até que se conclua outro ciclo construtivo.

▪ Equilíbrio através de cabos de pré-esforço exteriores, sistema de equilíbrio este


utilizado em obras de altura e vão significativos.

Figura 3.79 – Ponte sobre o rio Arade na A2. Sistema de equilíbrio [2]

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Figura 3.80- Ponte da Régua na A24 sistemas de equilíbrio longitudinal e transversal [2]

Maciço de fixação dos cabos no tabuleiro

Figura 3.81- Pormenor da fixação do sistema de equilíbrio da ponte da Régua na A24 [2]

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Equilíbrio através de cabos de pré-esforço interior ao pilar que aumentam a capacidade


resistente deste à flexão, sendo igualmente utilizado em obras de altura significativa.

Figura 3.82 – Sistema de equilíbrio longitudinal interior e sistema de equilíbrio transversal exterior
colocado no lado de extradorso (pormenor de ligação) [2]

Quadro I - Comparação entre os dois sistemas de equilíbrio com recurso a cabos de pré-esforço

Sistema de cabos exteriores Sistema de cabos interiores

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− Maior controlo das deformações com pequenos − Perdas de tensão não ajustáveis no caso de cabos
reajustes na tensão dos cabos; aderentes;

− Eventual necessidade de execução de fundações − Maior número de cordões necessários dada a


próprias no firme, em casos especiais, com aumento reduzida dimensão do braço para vencer o momento
dos custos da obra; derrubante;

− Risco de rotura grave com efeito de chicote − Maior segurança contra o rompimento de cabos
obrigando a maiores coeficientes de segurança não existindo risco de chicote para o exterior;
(puxe dos cabos até 50% da sua tensão máxima);
− Bom aumento da capacidade resistente do pilar
− Limita o derrubamento no sentido dos cabos; mas não limita o derrubamento;

− Equilíbrio passivo até à aplicação dos cabos, em − Quando injectados, permitem a rentabilização do
geral, a partir da 3ª aduela, obrigando a outras aço de pré-esforço utilizado aumentando a
metodologias deequilíbrio provisório (barras de pré- resistência do pilar à flexão durante a fase de
esforço,...). exploração.

Em ambos os casos referidos no Quadro I o aço de pré-esforço utilizado para o suporte


da estrutura é inutilizado quando, e se, é retirado. Isto acontece sempre quando se usam
sistemas exteriores.

3.4.4.2 EQUILÍBRIO TRANVERSAL

Em tabuleiros com directriz curva o peso próprio do tabuleiro actua excentricamente


sobre os pilares, dada a curvatura em planta. Esta situação, que é agravada pela actuação
do vento sobre o sistema pilar/consolas, impele a estrutura no sentido do intradorso. É,
portanto, necessário recorrer a um sistema que impeça essa deformação e,
consequentemente, garanta a verticalidade dos pilares durante a fase construtiva. Assim,
nos pilares onde tal é necessário, o sistema de equilíbrio transversal é composto
por cabos de pré-esforço exterior, colocados no extradorso e ancorados às sapatas,
permitindo a correcção das deformações transversais dos pilares devidas às cargas
permanentes. Esses cabos são puxados a 60% da sua capacidade por razões de segurança
e reserva em face de eventuais acréscimos de excentricidades transversais.

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Em pilares curtos este sistema pode ser injustificado, mesmo no caso de directrizes com
raio elevado, visto que são elementos de pequena altura e portanto mais rígidos e menos
deformáveis. Nestes casos, as correcções dos pequenos desvios que se verificam na ponta
das consolas após a construção de cada aduela é efectuada através de ajustes no
posicionamento do cimbre para a betonagem seguinte.

Figura 3.83 – Sistema de equilíbrio transversal com pré-esforço exterior (a cheio) [2]

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4 CASO DE ESTUDO – A NOVA PONTE SOBRE O RIO KWANZA NA


CABALA

4.1 CONSEDERAÇÕES GERAIS

A ponte situa-se junto à localidade de Cabala, na estrada que liga Catete a Muxima,
Província do Bengo, República de Angola. Esta ponte tem como principal objectivo o
atravessamento do leito principal do rio, bem como de toda a extensão do leito de cheias
na margem esquerda do rio.

Figura 4.1 – mapa de Angola (Província do Bengo) [11]

A ponte e seus viadutos de acesso estão divididas em duas estruturas independentes.


Ambas são constituídas por um tabuleiro, formando uma estrutura do tipo viga contínua

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com 20 tramos no módulo norte e com 26 tramos no módulo sul. A modelação de vãos
do módulo norte é de 24,0+6x30,0+68,0+120,0+68,0+10x30,0m, perfazendo um
comprimento total de 760,00 metros entre eixos de apoio no encontro norte e no pilar de
junta. A modelação de vãos do módulo sul é de 25x30,0+24,0m, perfazendo um
comprimento total de 774,00 metros entre eixos de apoio no pilar d e junta e no encontro
sul. O comprimento total da ponte, portanto, de 1534,00 metros.

Foi utilizada uma solução composta por dois tipos distintos de estrutura. Assim os três
tramos centrais, com a distribuição de vãos 68,0+120,0+68,0, correspondem a uma
estrutura do tipo viga-caixão, de altura variável, nos restantes vãos a estrutura é
constituída por duas vigas longitudinais, de altura constante, mais cuja largura aumenta
sobre os apoios.

A parte que vamos tratar de dimensionar e verificar a segurança, é a parte central da ponte,
sobre o leito, construída por avanços sucessivos.

4.1.1 MATERIAS

Os principais materiais a utilizar na construção das várias partes constituintes da obra


serão das seguintes qualidades:

Betões:
Classes de Resistência:
Tabuleiros -----------------------------------------------------------C35/40
Elevação dos pilares------------------------------------------------C30/37
Encontros ------------------------------------------------------------C25/30
Fundações -----------------------------------------------------------C25/30

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Vigas de bordadura e perfis “New Jersey”---------------------- C30/37 e C16/20

Aços:
Armaduras passivas------------------------------------------------- A 500 NR
Armaduras activas---------------Aço de pré - esforço da classe Y1860S7

Betão

Apresento um modelo idealizado para o cálculo do betão:

Figura 4.2- Representação da curva ideal do betão [12]

4.1.2 TABULEIRO

Figura 4.3- Modelação do tabuleiro no Programa SAP2000v14.2 [13]

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O tabuleiro é em betão armado e pré-esforçado longitudinalmente, constituido por uma


plataforma com 14,60 metros de larguara e a parte principal construída por avanços
sucessivos sendo a secção transversal do tipo caixão, variando de altura de acordo com
uma função parabólica. A altura do caixão sobre os pilares centrais é de 7,00 metros,
variando a sua altura ao longo de 58,00 metros até atingir uma altura de 3,00 metros.

A secção transversal do caixão é composta por uma laje superior com 0,30m de espessura
e duas almas com 0,50m. A laje inferior é de espessura variável, com 1,00m nas aduelas
de encabeçamentos dos pilares centrais e 0,25m nas secções de meio vão. Nas aduelas de
encabeçamento existem 2 septos, com uma espessura de 0,80m, sendo os principais
responsáveis pela transferência de esforços tabuleiro-pilares.

4.1.3 PILARES

Os pilares centrais, P08 e P09, um por eixo de apoio do tabuleiro, são em betão armado e
de secção transversal constante ao longo do fuste, estes pilares têm uma forma elíptica e
assentam sobre maciços de encabeçamento de estacas.

A fundação é feita por intermédio de nove estacas ligadas por um maciço de


encabeçamento.

4.1.4 LIGAÇÃO TABULEIRO-PILARES

A ligação tabuleiro-pilar é feita através de aparelhos de apoio do tipo “pot-bearing”, no


pilar P08, os aparelhos permitem deslocamentos na direcção longitudinal para acções
lentas mas são fixos para acções rápidas. No pilar P09, os aparelhos de apoio são fixos.

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4.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO

No que concerne a verificação da segurança do tabuleiro será dividida em três partes,


duas correspondentes à verificação da segurança na direcção longitudinal e a ultima
relacionada a verificação da segurança na direcção transversal. As verificações na
direcção longitudinal correspondem à fase de construção e à fase de serviço. No entanto,
a verificação da segurança do tabuleiro será dividido em:

Direcção longitudinal: Verificação da Segurança do Tabuleiro para a Fase de


Construção
Direcção Longitudinal: Verificação da Segurança do Tabuleiro para a Fase de Serviço

Direcção Transversal: Verificação da Segurança do Tabuleiro para a Fase de Serviço

Na Verificação da Segurança do Tabuleiro na Direcção Longitudinal para a Fase


Construtiva, é verificada a sua estabilidade bem como a dos pilares e das suas fundações,
em todas as fases construtivas ao longo da execução das aduelas (estabilidade global e
local) e ainda do estabelecimento da continuidade estrutural.

As fases construtivas devem ser integralmente simuladas, incluindo-se nessa simulação


todos os efeitos reológicos, a fim de se obterem esforços, tensões e deslocamentos fase
por fase. Devem ser tomadas em conta, além das acções do peso próprio e do pré-esforço,
as acções inerentes aos cimbres e moldes, sua manobra, acções de acidente, etc.
Verificando-se a segurança da estrutura para as várias combinações compatíveis dessas
acções.

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A Verificação da Segurança do Tabuleiro na direcção Longitudinal para a Fase de


Serviço, é feita quer no início da entrada em funcionamento da obra quer após processadas
as perdas de pré-esforço e a redistribuição de esforços.

Os esforços, neste trabalho, foram calculados analiticamente e manualmente. Por via


analítica, recorreu-se ao programa de cálculo SAP2000v14.2 e o Microsoft Office Excel
com o intuito de melhor simularem os esforços. Nota-se que o programa SAP2000
apresenta algumas limitações no que concerne à simulação integral de todo o processo
construtivo e à integração no cálculo dos efeitos diferidos (por fluência, por retracção e
por relaxação), as perdas diferidas conjugadas e as alterações no estado de tensão das
secções provocadas pelas modificações dos diagramas de momentos durante a
construção.

Assim sendo, e porque o objectivo do presente trabalho é sobre processos construtivos de


pontes de betão armado e pré-esforçado com especial incidência sobre a construção por
avanços sucessivos, no exemplo estudado os efeitos diferidos não foram tomados em
considerações. Cabe aqui dizer que os efeitos diferidos verificados durante a construção
em consola no caso aqui apresentado têm reduzida importância no comportamento da
obra.

A quantificação das acções, sua combinação e demais critérios para o dimensionamento


e verificação da segurança dos elementos que constituem esta obra respeitam os dispostos
nos seguintes regulamentos.

▪ Southern African Transport and Communication commission (SATCC);


▪ Regulamento de Estrutura de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP);
▪ Eurocódigos (EC2 e EC7).

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4.2.1 ACÇÕES
4.2.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Como já foi referido anteriormente, foi usado o SAP2000v14.2.1 e o Microsoft Office


Excel 2007 para poder simular tanto as várias fases construtivas, assim como também a
fase de serviço. Por conseguinte, foram consideradas as acções que deram origem ao
carregamento.
4.2.1.2 PESO PRÓPRIO

Com o conhecimento do comprimento de cada troço, e ainda, do peso específico do betão,


foram criados automaticamente os carregamentos para todas as fases, correspondentes às
betonagens e às entradas em carga dos pilares e tabuleiros.

4.2.1.3 CARGAS DEVIDAS AOS CIMBRES

Nas zonas construídas por avanços sucessivos, considerou-se que o peso do cimbre é de
700KN e que as suas reacções na posição de betonagem estão distanciada de 0,40 metros
da extremidade da última aduela executada. Estes pesos foram introduzidos no cálculo
para que possamos ter as envolventes de esforços durante as fases construtivas.

O peso de cada um dos cimbres a utilizar na construção do tabuleiro foi simulado através
de duas cargas concentradas, posicionadas de acordo com os pontos de apoio dos
diferentes cimbres.

De acordo com os elementos recebidos do Empreiteiro, o peso total de cada um dos


cimbres móveis a utilizar em obra, incluindo cofragens, é de cerca de 740 KN no caso do

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cimbre móvel 1, utilizado na execução das aduelas do pilar P8, e é de cerca de 780 KN
no caso do cimbre móvel 2, utilizado na execução das aduelas do pilar P9.

O posicionamento e o valor das reacções frontal e traseira dos equipamentos considerados


são os que se ilustram nas figuras seguintes.

Figura 4.4 - carro de avanço CAV1- pilar P8 [5]

Figura 4.5 - Carro de avanço CAV2-pilar P9 [5]

Nota: Para a verificação da segurança do tabuleiro na direcção longitudinal para a fase


construtiva usou-se o peso do cimbre incluíndo cofragem mais desfavorável, isto é a mais
pesada que é de 780 KN.

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4.2.1.4 PRÉ-ESFORÇO

O pré-esforço foi definido em função do tipo de estrutura, acções, faseamento construtivo,


e de modo a tirar o melhor partido possível dos cabos que são correntes no mercado. Para
este processo construtivo, existem as seguintes famílias de cabos:

▪ Cabos superiores – São os cabos dispostos na face superior do tabuleiro, e


colocado à medida que vão sendo executadas a sucessivas aduelas;

▪ Cabos de solidarização – Sãos os cabos de solidarização cuja função é a de


estabelecer a continuidade do tabuleiro e resistir, no vão, aos esforços
introduzidos pelas acções variáveis, restante cargas permanentes e fenómeno
deferido dos materiais.

Os traçados dos cabos de pré-esforço definidos para o cálculo, foram feitos de acordo
com as peças desenhadas, tendo-se em seguida determinado automaticamente as forças
no mesmo, com base nestes elementos foram efectuados os carregamentos para o
programa de cálculo das fases construtivas.

4.2.1.5 RESTANTES CARGAS PERMANENTES

- Viga de bordadura: 2x0,1095x25…………………………………………5,50 KN/m


- Passeios: 2x0,2085x25…………………………………………………….10,50 KN/m
- Lancis: 2x0,0862x25……………………………………………………….4,30 KN/m
- Guarda-corpos: 2x1,00……………………………………………………..2,00 KN/m
- Perfis metálicos de segurança: 2x0,5……………………………………….1,00 KN/m
- Tapete betuminoso: 0,08x11x25…………………………………………...22,00 KN/m

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- Enchimento nas zonas rectas: 0,9409x25…………………………………..23,50 KN/m


Total≅70,00KN/m

4.2.1.6 FLUÊNCIA, RETRACÇÃO E RELAXAÇÃO

No caso de se utilizar um programa que calculasse os efeitos diferidos, os dados a fornecer


seriam os seguintes:

- Humidade relativa: 70%;


- Módulo de elasticidade para o aço passivo: 200 GPa;
- Betão C35/45 no tabuleiro da ponte;
- Betão C30/37 no tabuleiro dos viadutos;
- Betão C30/37 nos pilares;
- Datas de entrada em carga: Pilares: ……………………………………..28 dias;
- Datas de entrada em carga; Tabuleiro: …………………………………..3 dias;
Os restantes elementos necessários para calcular os fenómenos diferidos do betão e
relaxação dos aços de pré-esforço constam, naturalmente, da definição da estrutura, das
secções e do pré-esforço.

As funções usadas para definir as curvas da fluência e retracção, seriam as propostas no


R.E.B.A.P ou no regulamento que estivesse a aplicar.

Nota: Neste trabalho, os efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração.
Porque os seus esforços não são tão significativos para vão menores. Mas, para vãos
muito grande (200 m) os seus efeitos já são mais elevados, entretanto, a uma forma fácil
de avaliar estes efeitos e que serão demonstrados mais adiante.

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4.2.1.7 ACÇÃO DE ACIDENTE

Está a acção traduz uma situação de acidente que pode ser consequência de uma manobra
em falso, aquando do avanço do cimbre, originando a sua queda. O peso do cimbre será
considerado com um coeficiente dinâmico igual a dois, que será simulado através de uma
carga de 2x700 KN na extremidade oposta aquela onde se verificou o acidente.

4.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO


LONGITUDINAL PARA A FASE CONSTRUTIVA

O tabuleiro principal foi executado por avanços sucessivos e na determinação dos


esforços foram tomadas em consideração todas as fases previstas para a execução do
tabuleiro e serão calculados através do programa SAP2000v14.2 e com a ajuda do
Microsoft Office Excel, com o objectivo de poder simular melhor a verificação da fase
construtiva.

A verificação da segurança foi feita comparando as envolventes de tensões obtidas com


as tensões admissíveis no betão, já que se pretende não ter tracções que o fissurem nem
compressões que excedam os valores máximos permitidos no REBAP. E também
devemos notar que a segurança aos esforços transversos e momentos flectores apenas será
feita para as condições de serviço do tabuleiro, já que na fase de construção eles não são
determinantes, conforme posteriormente se verá.

4.3.1 CÁLCULO DO PRÉ-ESFORÇO DISPOSTOS NA FACE SUPERIOR DO


TABULEIRO

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Os cabos de pré-esforço aplicados para a fase construtiva, são os cabos dispostos na face
superior do tabuleiro, e colocados à medida que vão sendo executadas as sucessivas
aduelas.

Como podemos ver na figura 4.9, o pré-esforço foi definido em função do tipo de
estrutura, acções, faseamento construtivo, e de modo a tirar o melhor proveito dos cabos
que são correntes no mercado.

Figura 4.6 - Peso de cada aduela dimensionada como uma força que actua no centro de gravidade da
aduela

Como se vê na figura 4.7 para a fase construtiva teremos a fibra inferior comprimida e a
fibra superior traccionada, por isso, temos que aplicar durante a construção em consola

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pré-esforço na parte superior para podermos anular os esforços de tracção ou os


momentos negativos visto que o betão resiste pouco a tracção.

Figura 4.7 - aplicação do pré-esforço na fibra superior e inferior nas aduelas [5]

Como é observado acima, o pré-esforço é aplicado na parte superior a medida que é


betonada cada aduela.
Temos:
𝑃𝑚á𝑥 - Força máxima aplicar num cabo
𝑃𝑜 - Força de Pré-esforço após perdas imediatas
𝑃∞ - Força de Pré-esforço útil ou a tempo infinito
𝜎𝑝,𝑚á𝑥 - Tensão máxima a aplicar aos cordões
𝐴𝑝 - Área de pré-esforço de um cabo
𝑓𝑝𝑘 =1860Mpa
𝑃`𝑜 (𝑃𝑚á𝑥 ) → (8%-15%) 𝑃𝑜 → (12%-15%)𝑃∞
𝑃𝑚á𝑥 = 𝐴𝑝 *𝜎𝑝,𝑚á𝑥
𝜎𝑝,𝑚á𝑥 = min(0,8𝑓𝑝𝑘 ;0,9𝑓𝑝𝑜,1𝑘 )
𝜎𝑝,𝑚á𝑥 = min(0,8𝑓𝑝𝑘 ;0,9𝑓𝑝𝑜,1𝑘 ) = 0,8𝑓𝑝𝑘 = 0,8*1860 = 1488Mpa → 𝜎𝑝,𝑚á𝑥 = 1488Mpa
𝐴𝑝 = 28,5𝑐𝑚2
𝑃𝑚á𝑥 = 𝐴𝑝 *𝜎𝑝,𝑚á𝑥 = 28,5*10−4* 1488*10³ = 4240,8KN → 𝑃𝑚á𝑥 =4240,8KN

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𝑃𝑜 =o,9*𝑃`𝑜 (𝑃𝑚á𝑥 ) = 0,9*4240,8 → 𝑃𝑜 = 3816,72KN


𝑃∞ =0,86*3816,72KN → 𝑃∞ =3282KN

Figura 4.8 – número de cabos de pré-esforço aplicado em cada alma da aduela

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Figura 4.9 – pré-esforço na zona dos pilares [5]

4.3.2 CÁLCULO DAS TENSÕES SUPERIORES E INFERIORES NAS


SECÇÕES DAS ADUELAS BETONADAS

A verificação neste trabalho foi feita antes da aplicação do pré-esforço na última aduela
betonada com vista a ter um melhor controlo, e neste mesmo caso, foram verificadas as
tensões em todas as secções correspondentes a aduela betonada.

Dados:
𝜎𝑠𝑢𝑝 - Tensões superiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝜎𝑖𝑛𝑓 - Tensões inferiores nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço
𝑃∞ - Pré-esforço útil ou a tempo infinito
A- Área ou secções transversais
𝑤- Módulo de rigidez

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𝑀𝑐 - Momento correspondente as cargas que actuam na fase construtivas


e - excentricidade
PP - Peso próprio
𝑃𝑐𝑖𝑚 - Peso do cimbre

Calculou-se os momentos correspondentes as secções das aduelas a serem betonadas e a


combinação usada é a seguinte:

P= 1xPP+1x𝑃𝑐𝑖𝑚
Diagramas de tensões nas secções devidas à cqp e ao pré-esforço

𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - +
𝐴 𝑤𝑤𝑠𝑢𝑝 𝑤𝑤𝑠𝑢𝑝

𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + -
𝐴 𝑤𝑖𝑛𝑓 𝑤𝑖𝑛𝑓

Cálculo das tensões (superior e inferior) da aduela 3 após ser betonada sem
aplicação do pré-esforço:
𝐴0 = 20,1765m²
𝐴1 = 19,2919m²
𝐴2 = 18,2575m²

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𝑤𝑠𝑢𝑝0 = 42,339m³
𝑤𝑠𝑢𝑝1 = 39,024m³
𝑤𝑠𝑢𝑝2 = 35,269m³
𝑤𝑖𝑛𝑓0= 46,234m³
𝑤𝑖𝑛𝑓1= 41,185m³
𝑤𝑖𝑛𝑓2= 35,618m³
𝑒0 =3,339m
𝑒1 =3,072m
𝑒2 =3,765m
𝑃∞−0= 26256KN.m
𝑃∞−1= 26256KN.m
𝑃∞−2= 26256KN.m
𝑀0 =56442,99KN.m
𝑀1 =36377,09KN.m
𝑀2 =17045,58KN.m

Figura 4.10 – Tensões a ser calculada nas referidas secções após a betonagem da aduela 3.

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Seccão - 0
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 56442,99
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 20,1765 - + = -2038,77KPa
𝐴 𝑤 𝑤 42,339 42,339
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 56442,99
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 20,1765 - + = -328,57KPa
𝐴 𝑤 𝑤 46,234 42,339

Secção – 1
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 36377,09
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 19,2919 - + = -2495,89KPa
𝐴 𝑤 𝑤 39,024 39,024
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗3,339 36377,09
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 19,2919 - + = -285,61KPa
𝐴 𝑤 𝑤 41,185 41,185

Secção – 2
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 13128 26256∗3,339 17045,583
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 18,2575 - + = -1264,84KPa
𝐴 𝑤 𝑤 35,269 35,269
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 13128 26256∗3,339 17045,583
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - + - = - 18,2575 - + = -178,61KPa
𝐴 𝑤 𝑤 35,618 35,618

No cálculo acima foi simplesmente apresentado o cálculo das tensões (superior e inferior)
nas secções após betonada a aduela 3. No entanto, Nas tabelas abaixo encontra-se os
resultados de todas as tensões tanto superior como inferiores das aduelas construída em
cada fase.

Figura 4.11 – demonstração das aduelas a serem construídas e as suas respectivas secções.

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Secções Peso espe comp Areas (m²) Vsup Vinf


(γ) Aduela

0 25 3,000 20,1765 3,6539 3,3461


1 25 3,700 19,2919 3,3873 3,2096
2 25 3,700 18,2575 3,0797 3,0495
3 25 4,200 17,2873 2,7957 2,8985
4 25 4,200 16,2658 2,5017 2,738
5 25 4,200 15,3315 2,2378 2,5893
6 25 5,000 14,4864 2,0039 2,4527
7 25 5,000 13,5992 1,7638 2,3064
8 25 5,000 12,8438 1,5643 2,1789
9 25 5,000 12,2226 1,4042 2,0714
10 25 5,000 11,7375 1,282 1,9855
11 25 5,000 11,3899 1,1961 1,9228
12 25 5,000 11,1809 1,1452 1,8845
13 0,000 11,1112 1,1283 1,8717

Secções excentrecidade I Wsup Winf Mcqp P


0 3,339 154,704 42,339 46,234 2198,157 0,000
1 3,072 132,187 39,024 41,185 12688,600 13128,000
2 2,765 108,617 35,269 35,618 31489,030 26256,000
3 2,481 89,069 31,859 30,729 56442,990 39384,000
4 2,187 71,015 28,387 25,937 59618,990 52512,000
5 1,923 56,640 25,311 21,875 123224,000 65640,000
6 1,689 45,299 22,605 18,469 171195,300 78768,000
7 1,449 34,995 19,841 15,173 225444,700 91896,000
8 1,249 27,447 17,546 12,597 285030,000 105024,000
9 1,089 22,040 15,695 10,640 349384,000 118152,000
10 0,967 18,296 14,271 9,215 419064,000 131280,000
11 0,881 15,863 13,262 8,250 494186,000 137844,000
12 0,830 14,497 12,659 7,693 575406,000 144408,000
13 0,813 14,058 12,459 7,511

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Secções TensS-0-sup TensS-0-inf TensS-1-sup TensS-1-inf TensS-2-sup TensS-2-inf


0 51,918 -47,544 299,688 -274,443 -942,209 -383,66862
1 -1300,505698 -93,005831
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13

Secções TensS-3-sup TensS-3-inf TensS-4-sup TensS-4-inf TensS-5-sup TensS-5-inf


0 -2038,770 -328,579 -2996,514 -995,433 -3833,369 -1475,581
1 -2495,899 -285,610 -3544,936 -616,892 -4459,837 -1075,274
2 -1264,841 -178,605 -2432,017 -453,916 -3628,592 -700,118
3 -1200,418 -302,172 -2349,770 -657,287
4 -1194,165 -383,458
5
6
7
8
9
10
11
12
13

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Secções TensS-6-sup TensS-6-inf TensS-7-sup TensS-7-inf TensS-8-sup TensS-8-inf


0 -4386,289 -2215,740 -4790,928 -3091,702 -5069,540 -4083,067
1 -5077,674 -1815,135 -5528,613 -2713,139 -5905,460 -3681,348
2 -4179,682 -1585,474 -4703,617 -2497,720 -5056,446 -3579,392
3 -3198,652 -1323,921 -3816,977 -2229,590 -4243,418 -3334,198
4 -2208,737 -963,473 -2966,049 -1825,047 -3495,277 -2936,250
5 -1086,981 -589,337 -2006,067 -1372,941 -2673,835 -2447,338
6 -910,962 -900,440 -1754,337 -1883,606
7 -856,449 -1107,757
8
9
10
11
12
13

TensS-9- TensS-9- TensS-10- TensS-10- TensS-11- TensS-11- TensS-12- TensS-12-


sup inf sup inf sup inf sup inf

-5235,522 -5177,576 -5275,710 -6387,281 -5187,365 -7714,691 -4112,023 -9322,702


-6005,162 -4912,162 -6055,893 -6189,378 -5953,361 -7611,818 -4836,222 -9332,994
-5188,923 -4879,257 -5314,654 -6185,802 -5201,058 -7729,326 -4910,982 -9447,599
-4476,606 -4639,165 -4556,583 -6102,978 -4440,749 -7769,801 -4127,828 -9640,959
-3797,381 -4296,030 -3919,829 -5852,434 -3817,332 -7655,032 -3490,958 -9702,653
-3075,329 -3829,833 -3266,733 -5455,420 -3193,875 -7386,775 -2879,637 -9597,427
-2311,268 -3217,368 -2588,306 -4893,708 -2587,457 -6910,173 -2298,911 -9278,768
-1634,386 -2318,179 -2088,283 -3952,325 -2216,811 -6011,935 -2013,413 -8505,580
-790,438 -1344,841 -1487,848 -2819,259 -1816,427 -4807,418 -1764,705 -7325,297
-715,728 -1602,686 -1319,910 -3369,918 -1503,453 -5757,653
-637,865 -1862,800 -1141,591 -3933,348
-565,115 -2097,014

Tabela 4.1 – cálculo das tensões superiores e inferiores nas aduelas betonadas

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Como já foi dito, os mecanismos de redistribuições de esforços em estruturas de betão


armado pré-esforçado, resultantes da reologia dos seus matérias – fluência e retracção do
betão e relaxação das armaduras de pré-esforços. Podem ser analisada de forma simples.

Estado I – Quando as redistribuições os de esforços são processadas com toda estrutura


sem que se formem fissuras nas suas secções.
Estado II – Quando as redistribuições, ou a sobreposição dos seus efeitos com os de outras
acções variáveis, sejam responsáveis pela fendilhação significativa de parte da estrutura.

Curiosamente, a partir do momento em que uma estrutura esteja fendilhada em algumas


das suas secções determinantes, os efeitos da reologia dos seus materiais nas
redistribuições posteriores de esforços é bastante menos acentuado. Em resumo, é no
estado I que se torna mais relevante a consideração da reologia do betão e armaduras de
pré-esforços na estimativa das redistribuições de esforços, sendo apenas neste âmbito que
se situa o presente trabalho.

Pode ser analisada a partir das seguintes expressões:

𝑀𝑓 = 0,84x(𝑀𝐼 -𝑀𝐼𝐼 )
Ou:
𝜑𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞ ,𝑡0 )
𝑆𝑡 = 𝑆0 + (𝑆𝑖 -𝑆0 )x 𝜑
𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞ ,0)

𝑆𝑡 - esforço na mesma secção a tempo infinito, para a mesma combinação de acções;


𝑆0 - esforço numa dada secção após o fim da construção, resultante da combinação de
todas as acções permanentes;

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𝑆𝑖 - esforço na mesma secção, calculado como se toda a estrutura entrasse em


funcionamento no mesmo instante, para essa combinação de acções;
𝜑𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞,𝑡0 ) - média dos coeficientes de fluência desde o fim da construção até a tempo
infinito, calculados nas secções determinantes da estrutura;
𝜑𝑐,𝑚𝑒𝑑(𝑡∞,0) - média dos coeficientes de fluência desde a primeira aplicação de esforços
até tempo infinito calculados na mesma secções.

Esta é uma das formas fácil de analisar as redistribuições de esforços em estrutura de


betão armado pré-esforçado, por efeito de reologia dos seus materiais.

GRAFICO DAS TENSÕES SUPERIORES NAS SECÇÕES DAS ADUELAS


BETONADAS (KPA)

1000,000
0,000
-60 -40 -20 -1000,000 0 20 40 60
-2000,000
-3000,000
-4000,000
-5000,000
-6000,000
-7000,000

TensS-0-sup TensS-1-sup TensS-2-sup TensS-3-sup


TensS-4-sup TensS-5-sup TensS-6-sup TensS-7-sup
TensS-8-sup TensS-9-sup TensS-10-sup TensS-11-sup

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GRAFICO DAS TENSÕES INFERIORES NAS SECÇÕES DAS ADUELAS


BETONADAS (KPA)

0,000
-60 -40 -20 -2000,000 0 20 40 60
-4000,000
-6000,000
-8000,000
-10000,000
-12000,000
TensS-0-inf TensS-1-inf TensS-2-inf TensS-3-inf TensS-4-inf
TensS-5-inf TensS-6-inf TensS-7-inf TensS-8-inf TensS-9-inf
TensS-10-inf TensS-11-inf TensS-12-inf

4.3.3 VERIFICAÇÃO DA TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO E DA TENSÃO


MAXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO

A verificação da segurança durante a fase construtiva foi feita por análise dos níveis de
tensões máximas e mínimas que ocorrem durante a execução do tabuleiro, verificando se
estão dentro dos limites impostos no R.E.B.A.P.

4.3.3.1 TENSÃO MÁXIMA DE TRACÇÃO NO BETÃO

Conforme se pode observar nos cálculos efectuados e no gráfico acima onde se representa
o diagrama de tensões de todas as fases construtivas para os tabuleiros. Todas as secções

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nas fibras onde passam cabos de pré-esforço se encontram comprimidas, donde se conclui
que se encontra verificada a segurança.

4.3.3.2 TENSÃO MÁXIMA DE COMPRESSÃO NO BETÃO

De acordo com o artigo 71.º do REBAP os valores máximos das tensões de compressão
permitidas são iguais a 1,0𝑓𝑐𝑘,𝑗 /𝛄𝑐 , onde 𝑓𝑐𝑘,𝑗 é o valor característico da tensão de rotura
do betão a compressão, referido a provetes cilíndricos, determinado para idade j em
consideração e 𝛄𝑐 é o coeficiente de segurança e igual a 1,5. Sendo assim temos, para um
betão C35/45 aos cinco dias de idade.

1,0𝑋𝑓𝑐𝑘,5𝑑𝑖𝑎𝑠 35𝑋0,53
𝜎𝑐 = = =12,4MPa
1,5 1,5

Para um betão C30/37 aos cinco dias de idade temos:

1,0𝑋𝑓𝑐𝑘,5𝑑𝑖𝑎𝑠 30𝑋0,53
𝜎𝑐 = = =10,6MPa
1,5 1,5

Como se pode constatar nos cálculos efectuados e nos desenhos a tensão máxima de
tracção nunca é ultrapassada, pelo que se considera verificada a segurança.

4.4 VERIFICAÇÃO DA DEGURANÇA DOS SISTEMAS DE EQUILÍBRIO DAS


CONSOLAS NA FASE CONSTRUTIVA

4.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

No decurso dos trabalhos corre-se o risco de perda de estabilidade do conjunto


consolas/pilares. Ou seja, durante a construção das aduelas dos tabuleiros em consola

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procura-se que haja sempre simetria de acções em relação ao eixo dos pilares. Todavia,
diferença da espessura das paredes de betão ou desequilíbrio acidental de uma betonagem
desfasada das aduelas.

Durante a construção dos tabuleiros está prevista a utilização, em cada pilar central, de
um sistema de equilíbrio das consolas de forma a garantir a segurança das mesmas. Este
sistema é composto por cabos de pré-esforço que ligam os pilares aos tabuleiros, e por
torres provisórias apoiadas sobre os maciços de encabeçamento, garantindo assim que ñ
haverá rotações do tabuleiro na secção sobre o pilar. Foram construídos quatro pilares
provisórios (torres), onde nelas assentam os macacos hidráulicos que permitem a
transferência das cargas de construção para os pilares.

O pré-esforço provisório é constituído, em cada pilar, por um conjunto de 4 cabos de 12


cordões de 15mm, tencionados aproximadamente a 50% da tensão de rotura, que se
desenvolvem desde o maciço de encabeçamento até a face superior do tabuleiro,
atravessando a aduela de encabeçamento. A força total instalada em cada pilar é dada por:

𝐅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4x12x1860x10³x0,50x150x10−6≈ 6720 KN

4.4.1.1 ACÇÕES CONSIDERADAS

A acção de acidente pode ser consequência de uma manobra em falso quando é efectuado
o avanço do cimbre, originando a sua queda. No modelo utilizado no cálculo considerou-
se a situação mais desfavorável que corresponde à execução das últimas aduelas em
consola e em que o cimbre cai durante a sua desmontagem e movimentação. A queda será
simulada por uma carga aplicada na extremidade oposta onde se verificou o acidente.

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As acções consideradas foram as seguintes:

▪ Peso desequilibrado do tabuleiro considerando que uma das consolas tem mais
3% de peso e a outra tem menos de 3%.

▪ Carga correspondente ao cimbre na ultima aduela da consola mais pesada, onde o


valor da carga vertical é majorada pelo coeficiente dinâmico de 2.

Na figura abaixo, apresenta-se um esquema com os diferentes carregamentos


Considerados.

4.4.1.2 VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA

A verificação é feita, calculando a excentricidade limite desejada.

Figura 4.12 – esquema com diferentes carregamentos.

O grande objectivo é fazer com que a excentricidade limite desejada ou resultante das
forças verticas (peso total+pré-esforço), esteja entre o pilar e uma torre. Por conseguinte,
haverá equilíbrio na fase construtiva.

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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑒lim𝑑𝑒𝑠 = 𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

1º passo – cálculo do volume de cada aduela;


𝐴1 +𝐴2 20,1765+19,2919
𝑉0= ∗ 𝑙0 → 𝑉0= ∗ 3,0 → 𝑉0= 59,20m³
2 2
𝐴2 +𝐴3 19,2919+18,2575
𝑉1= ∗ 𝑙1 → 𝑉1= ∗ 3,7 → 𝑉1= 69,47m³
2 2
𝐴3 +𝐴4 18,2575+17,2873
𝑉2= ∗ 𝑙2 → 𝑉2= ∗ 3,7 → 𝑉2= 65,76m³
2 2
𝐴4 +𝐴5 17,2873+16,2658
𝑉3= ∗ 𝑙3 → 𝑉3= ∗ 4,2 → 𝑉3= 70,46m³
2 2
𝐴5 +𝐴6 16,2658+15,3315
𝑉4= ∗ 𝑙4 → 𝑉4= ∗ 4,2 → 𝑉4= 66,35m³
2 2
𝐴6 +𝐴7 15,3315+14,4864
𝑉5= ∗ 𝑙5 → 𝑉5= ∗ 4,2 → 𝑉5= 62,62m³
2 2
𝐴7 +𝐴8 14,4864+13,5992
𝑉6= ∗ 𝑙6 → 𝑉6= ∗ 5,0 → 𝑉6= 70,21m³
2 2
𝐴8 +𝐴9 13,5992+12,8438
𝑉7= ∗ 𝑙7 → 𝑉7= ∗ 5,0 → 𝑉7= 66,11m³
2 2
𝐴9 +𝐴10 12,8438+12,2226
𝑉8= ∗ 𝑙8 → 𝑉8= ∗ 5,0 → 𝑉8= 62,67m³
2 2
𝐴10 +𝐴11 12,2226+11,7375
𝑉9= ∗ 𝑙9 → 𝑉9= ∗ 5,0 → 𝑉9= 59,90m³
2 2
𝐴11 +𝐴12 11,7375+11,3899
𝑉10= ∗ 𝑙10 → 𝑉10= ∗ 5,0 → 𝑉10= 57,82m³
2 2
𝐴12 +𝐴13 11,3899+11,1809
𝑉11= ∗ 𝑙11 → 𝑉11= ∗ 5,0 → 𝑉11= 56,43m³
2 2
𝐴12 +𝐴13 11,1809+11,1112
𝑉12= ∗ 𝑙12 → 𝑉13= ∗ 5,0 → 𝑉12= 55,73m³
2 2

2º passo – é calculado o peso de cada aduela:


P= γ𝑐 (KN/m³)*V(m³); γ𝑐 =25KN/m³

𝑃0 = γ𝑐 *𝑉0 → 𝑃0 =25*59,20 → 𝑃0 = 1480,06KN


𝑃1 = γ𝑐 *𝑉1 → 𝑃1 = 25*69,47 → 𝑃1 = 1736,66KN

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𝑃2 = γ𝑐 *𝑉2 → 𝑃2 = 25*65,76 → 𝑃2 = 1643,95KN


𝑃3 = γ𝑐 *𝑉3 → 𝑃3 = 25*70,46 → 𝑃3 = 1761,53KN
𝑃4 = γ𝑐 *𝑉4 → 𝑃4 = 25*66,35 → 𝑃4 = 1658,85KN
𝑃5 = γ𝑐 *𝑉5 → 𝑃5 = 25*62,62 → 𝑃5 = 1565,44KN
𝑃6 = γ𝑐 *𝑉6 → 𝑃6 = 25*70,21 → 𝑃6 = 1735,35KN
𝑃7 = γ𝑐 *𝑉7 → 𝑃7 = 25*66,11 → 𝑃7 = 1652,69KN
𝑃8 = γ𝑐 *𝑉8 → 𝑃8 = 25*62,67 → 𝑃8 = 1566,65KN
𝑃9 = γ𝑐 *𝑉9 → 𝑃9 = 25*59,90 → 𝑃9 = 1497,51KN
𝑃10 = γ𝑐 *𝑉10 → 𝑃10 = 25*57,82 → 𝑃10 = 1445,46KN
𝑃11 = γ𝑐 *𝑉11 → 𝑃11 = 25*56,43 → 𝑃11 = 1410,68KN
𝑃12 = γ𝑐 *𝑉12 → 𝑃12 = 25*56,43 → 𝑃12 = 1410,68KN
Na tabela abaixo consta o cálculo dos momentos das aduelas a esquerda e a direita, isto é
com o aumento de mais 3% de peso à direita e -3% a esquerda.

Aduelas Peso espe (γ) Comp Áreas-A Altura da Dist CG da Volume-V


(KN/m³) Aduela-l (m²) Secção-Hsec Aduela-D (m³)
(m) (m) (m)
0-0` 25 3,000 20,1765 7 1,485176768 59,2025
1-1` 25 3,700 19,2919 6,5969 1,827336733 69,4664
2-2` 25 3,700 18,2575 6,1292 1,827306533 65,7578
3-3` 25 4,200 17,2873 5,6941 2,070908559 70,4614
4-4` 25 4,200 16,2658 5,2397 2,07131689 66,3543
5-5` 25 4,200 15,3315 4,8272 2,071899847 62,6175
6-6` 25 5,000 14,4864 4,4546 2,462423361 70,2139
7-7` 25 5,000 13,5992 4,0702 2,465124018 66,1075
8-8` 25 5,000 12,8438 3,7432 2,469108439 62,6661
9-9` 25 5,000 12,2226 3,4756 2,474282353 59,9003
10-10` 25 5,000 11,7375 3,2675 2,480609838 57,8185
11-11` 25 5,000 11,3899 3,1189 2,487910527 56,4271
12-12` 25 5,000 11,1809 3,0297 2,495895318 55,7304
0,000 11,1112 3 0 0

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Tabela 4.2 – cálculo do volume de cada aduela

Dist CG ao Peso/Força-R Momento-M +3%-1,03*M 3%-0,97*M esp laje-e


Eixo do (KN) (KN.m) (KN.m) (KN.m) (m)
Pilar-d
(m)
1,485176768 1480,064 2198,156 2264,101 2132,211 1
4,827 1736,660 8383,444 8634,947 8131,941 0,9244
8,527 1643,946 14018,427 14438,980 13597,875 0,8367
12,471 1761,536 21967,951 22626,989 21308,912 0,7551
16,671 1658,857 27655,329 28484,989 26825,669 0,6699
20,872 1565,437 32673,641 33653,850 31693,432 0,5926
25,462 1755,347 44695,390 46036,251 43354,528 0,5231
30,465 1652,688 50349,350 51859,831 48838,870 0,4507
35,469 1566,653 55567,799 57234,833 53900,765 0,3893
40,474 1497,508 60610,546 62428,862 58792,229 0,3392
45,481 1445,463 65740,530 67712,746 63768,314 0,3002
50,488 1410,678 71222,183 73358,848 69085,517 0,2723
55,496 1393,259 77320,158 79639,763 75000,553 0,2556
0 0 0 0 0 0,25
Tabela 4.3 – cálculo dos momentos totais a esquerda e a direita da consola

O Momento Desequilibrante será a diferença do momento total à +3% de peso das


aduelas a direita em relação ao Momento total à -3% das aduelas a esquerda.

𝑀𝑑𝑒𝑠−𝐷 =-(∑12
0 1,03 ∗ 𝑀)= 2264,101+8634,947+14438,980+22626,989+

+28484,989+33653,850+46036,251+51859,831+57234,833+62428,862+
+67712,746+73358,848+79639,763= -548374,991KN.m

𝑀𝑑𝑒𝑠−𝐷 = -548374,991KN.m

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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑒 =-(∑12
0 0,97 ∗ 𝑀)=2132,211+8131,941+13597,875+21308,912+

+26825,669+31693,432+43354,528+48838,870+53900,765+58792,229+
+63768,314+69085,517+75000,553= -516430,817KN.m

𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑒 = -516430,817KN.m

𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑎𝑑 = 𝑀𝑑𝑒𝑠−𝐷 − 𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑒 = 548374,991-516430,817


𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑎𝑑 = -31944,174KN.m

Este momento desequilibrante provocado pelo o peso das aduelas é somado pelo
momento provocado pela carga correspondente ao cimbre na última aduela da consola
mais pesada, onde o valor da carga vertical é majorada pelo coeficiente dinâmico de 2.

O peso do cimbre é 700 KN multiplicado pelo coeficiente dinâmico 2.


𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑐𝑖𝑚𝑏𝑟𝑒 = 1400*55,6= -79100KN.m

𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑎𝑑 +𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑐𝑖𝑚𝑏𝑟𝑒 =-31944,174+(-77840)= -109784,174


𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = -109784,174KN.m

O esforço cortante total foi obtido através do Programa SAP200v14.2

𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑒 +𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑑 +𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑟é = 19951,05+22585,14+6720= 49256,19KN


𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 49256,19 KN

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𝑀𝑑𝑒𝑠−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 109784,174 KN∗m


𝑒lim𝑑𝑒𝑠 = = = 2,23m
𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 49256,19 KN

𝑒lim𝑑𝑒𝑠 = 2,23m

Na tabela acima apresenta-se os cálculos efectuado para o sistema de equilíbrio. Como se


pode observar, na situação correspondente ao desequilíbrio, a resultante das forças
verticais (peso-total+pré-esforço) está posicionada entre o eixo do pilar e uma das torres,
pelo que o tabuleiro não tem tendência a levantar sobre o aparelho de apoio do pilar.
Assim, considera-se garantida a segurança das consolas durante a fase construtiva.

4.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO


LONGITUDINAL PARA A FASE DE SERVIÇO

4.5.1 INTRODUÇÃO

Far-se-á nesta parte a verificação da segurança do tabuleiro para as combinações de


acções das duas situações limites de funcionamento da obra:

▪ No inicio da entrada em serviço da obra;

▪ A tempo infinito

A verificação será feita para os estados limites de utilização e últimos de rotura


4.5.2 ACÇÕES

Na fase de serviço, além das acções consideradas anteriormente, têm-se ainda as


seguintes:
4.5.2.1 ACÇÕES PERMANENTES

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As acções do peso próprio, restante carga permanente, pré-esforço e os efeitos devido a


fluência e retracção, já foram referidas anteriormente, no capítulo da verificação da
segurança do tabuleiro na fase construtiva.
4.5.2.2 ACÇÕES VARIÁVEIS
-Variações uniformes de temperatura:
Considerou-se para o tabuleiro e pilares duas variações uniformes de temperatura nas
secções de +20ºC e -20ºC.
-Variações diferenciais de temperatura:
Admitiram-se no cálculo dois gradientes térmicos nos tabuleiros:

▪ Um, correspondente a um diferencial de +10ºC entre as fibras extremas dos


tabuleiros;

▪ Outro, correspondente a um diferencial de -5ºC entre as fibras extremas dos


tabuleiros.
4.5.2.3 SOBRECARGAS REGULAMENTARES

A quantificação das sobrecargas regulamentares foi efectuada de acordo com o disposto


no regulamento (SATCC). Este prevê a consideração de três tipos de sobrecargas
rodoviárias, a actuar separadamente:

▪ Sobrecarga designada por NA, que inclui duas sub-componentes, 𝑁𝐴1 e 𝑁𝐴2 cujo
cômput se faz da seguinte forma:

▪ Sobrecarga distribuída de valor variável, consoante a importância da linha de


carga para o efeito que se pretende calcular.

4.5.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AO ESTADO LIMETE


DE UTILIZAÇÃO

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4.5.3.1 ESTADO LIMETE DE DESCOMPRESSÃO


O estado limite de descompressão será verificado para a seguinte combinação de acções:

G+0,5𝑄1

G – Valor característico das cargas permanentes;

𝑄1 – Sobrecargas regulamentares (NA ou NB36);

Os esforços foram obtidos a partir do programa SAP2000v14.2 e foram verificadas para


a situação mais gravosa. Ou seja, onde provoca o máximo momento, e as secções
analisada foram:

▪ Secção de Meio vão do tramo central;

▪ Secção de apoio;

▪ Secções de meio vão do tramo lateral.

A) SECÇÃO DE MEIO VÃO CENTRAL

Conforme já foi dito, o valor dos esforços foram obtidos a partir do programa
SAP2000v14.2 para as situações mais gravosas.

G+0,5𝑄1

G – Valor característico das cargas permanentes;

𝑄1 – Sobrecargas regulamentares (NA ou NB36);

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𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤
𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) → Momento relativo as cargas permanentes: pré-esforço (PE), peso
próprio das aduelas de fechos (PPadf) e restantes cargas permanentes (RCP)
𝑀(𝑆𝐶) → Momento mais gravoso (máximo) a meio vão, causado pela sobrecarga.
𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) → Momento flector actuante de cálculo

𝑃∞ = 85332KN
𝐴=11,1112𝑚2
𝑊𝑖𝑛𝑓 = 7,511𝑚3
e= 1,7217m

O valor do momento relativo a cargas permanentes é:

G=𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =-855,88KN.m

𝑄1 = 𝑀(𝑆𝐶) = 35655,27KN.m

𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) =G+0,5𝑄1=𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑓+𝑅𝐶𝑃) +0,5𝑀(𝑆𝐶) =-855,88+0,5*35655,27=16971,755


KN.m
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 85332 85332∗1,7217 16971,755
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - + = - 11,1112 – + = -2497,07KPa
𝐴 𝑤 𝑤 7,511 7,511

B) SECÇÃO DE APOIO

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São 44 cabos a actuarem na secção de apoio, isto é, 22 em cada alma.

𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤

𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑+𝑅𝐶𝑃) → Momento relativo as cargas permanentes: pré-esforço (PE), peso


próprio das aduelas em consolas (PPadc) e restantes cargas permanentes (RCP).
𝑀(𝑆𝐶) → Momento mais gravoso (máximo) na secção de apoio, causado pela sobrecarga.

𝑃∞ = 44*3282= 144408KN
𝐴=20,1765𝑚2
𝑊𝑠𝑢𝑝 = 42,339𝑚3

𝑉𝑠𝑢𝑝 = 3,6539m

rec= 0,315m
e= 𝑉𝑠𝑢𝑝 - rec = 3,6539-0,315= 3,3389m

𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =-169734,35KN.m

𝑀(𝑆𝐶) = 94330,24KN.m

𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) =Q+0,5𝑄1=𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑐+𝑅𝐶𝑃) +0,5𝑀(𝑆𝐶) =-169734,35+0,5*94330,24= -


216899,47KN.m → 𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) = -216899,47KN.m

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𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 144408 144408∗3,3389 216899,47


𝜎𝑠𝑢𝑝 = - - + = - 20,1765 – + = -13422,49 KPa
𝐴 𝑤 𝑤 42,339 42,339

C) SECÇÃO DE MEIO VÃO TRAMO LATERAL

𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - +
𝐴 𝑤 𝑤

𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑+𝑅𝐶𝑃) → Momento relativo as cargas permanentes: pré-esforço (PE), peso


próprio das aduelas em consolas (PPadc) e restantes cargas permanentes (RCP).
𝑀(𝑆𝐶) → Momento mais gravoso (máximo) na secção de meio vão lateral, causado pela
sobrecarga.

𝑃∞ = 8*3282= 26256KN
𝐴=12,8438𝑚2
𝑊𝑖𝑛𝑓 = 12,597𝑚3

𝑉𝑖𝑛𝑓 = 2,1789m

rec= 0,15m
e= 𝑉𝑠𝑢𝑝 - rec = 2,1789-0,15= 2,0289m

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𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑢+𝑅𝐶𝑃) =29613,41KN.m

𝑀(𝑆𝐶) = 39404,16KN.m

𝑀(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) =Q+0,5𝑄1=𝑀(𝑃𝐸+𝑃𝑃𝑎𝑑𝑐+𝑅𝐶𝑃) +0,5𝑀(𝑆𝐶) =29613,41+0,5*39404,16=49315,49


KN.m
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗2,0289 49315,49
𝜎𝑖𝑛𝑓 = - - + =- – + = -2358,24KPa
𝐴 𝑤 𝑤 12,8438 12,597 12,597

Considera-se satisfeita o estado limite de descompressão se não existirem, nas secções de


elemento, tracções ao nível da fibra extrema por onde passam os cabos de pré-esforço.
Como se pode verificar pelos resultados apresentados, todas as secções por onde passam
cabos de pré-esforço estão comprimidas pelo que se consideram verificada a segurança.

4.5.3.2 ESTADO LIMITE DE LARGURA DE FENDAS

Para o estado limite de largura de fendas calcularam-se previamente as tensões, de modo


idêntico ao utilizado na verificação da descompressão, para a combinação de acções que
se traduz na seguinte expressão.

G+𝑄1+0,7*(𝑄2𝑢 + 𝑄2𝐷 )

G – Valor característico das cargas permanentes;

𝑄1 – Sobrecargas regulamentares (NA ou NB36);

𝑄2𝑢 – Variações de temperatura uniformes

𝑄2𝐷 – Variações de temperatura diferencias

A) SECÇÃO DE MEIO VÃO CENTRAL

𝑀𝐺 = -855,88KN.m

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𝑀𝑄1 = 35655,27KN.m

𝑀𝑄2𝐷(−5) = -14658,95KN.m

𝑀𝑄2𝐷(+10) = 40470,42KN.m

𝑀𝑄2𝑢(20) = 0

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑀𝐺 +𝑀𝑄1 +0,7*(𝑀𝑄2𝑢 + 𝑀𝑄2𝐷 )

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(−5) = -855,88+35655,27+0,7*(0-14658,95)= 24538,13KN.m

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(+10) = -855,88+35655,27+0,7*(0+40470,42)= 63128,68KN.m

Calculou-se a tensão para um diferencial de temperatura de -5ºC e +10ºC


𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 85332 85332∗1,7217 24538,13
𝜎inf(−5) = - - + = - 11,1112 – + = -23972,99KPa
𝐴 𝑤 𝑤 7,511 7,511
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 85332 85332∗1,7217 63128,68
𝜎inf(+10) = - - + = - 11,1112 – + = -18835,11KPa
𝐴 𝑤 𝑤 7,511 7,511

B) SECÇÃO DE APOIO

𝑀𝐺 = -169734,35KN.m

𝑀𝑄1 = 94330,24KN.m

𝑀𝑄2𝐷(−5) = -14660,07KN.m

𝑀𝑄2𝐷(+10) = 40474.92KNm

𝑀𝑄2𝑢 = 0

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑀𝐺 +𝑀𝑄1 +0,7*(𝑀𝑄2𝑢 + 𝑀𝑄2𝐷 )

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(−5) = -169734,37-94330,24+0,7*(0-14660,07)= -274326,66KN.m

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(+10) = -169734,35-94330,24+0,7*(0+40474,92)= -235732,17KN.m

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Calculou-se a tensão para a situação mais gravosa. Isto é, usando o máximo momento entre
o diferencial de temperatura.
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 −144408 144408∗3,3389 274326,66
𝜎inf(−5) = - - + =- – + = -12066,12KPa →
𝐴 𝑤 𝑤 20,1765 42,339 42,339

𝜎inf(−5) = -12066,12KPa
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 −144408 144408∗3,3389 235732,17
𝜎inf(+10) = - - + =- – + = -12977,68KPa →
𝐴 𝑤 𝑤 20,1765 42,339 42,339

𝜎inf(+10) = -12977,68KPa

C) SECÇÃO DE MEIO VÃO TRAMO LATERAL

𝑀𝐺 = 29613,41KN.m

𝑀𝑄1 = 39404,16KN.m

𝑀𝑄2𝐷(−5) = -5388,91KN.m

𝑀𝑄2𝐷(+10) = 14877,17KN.m

𝑀𝑄2𝑢 = 0

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑀𝐺 +𝑀𝑄1 +0,7*(𝑀𝑄2𝑢 + 𝑀𝑄2𝐷 )

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(−5) = 29613,41+39404,16+0,7*(0-5388,91)= 65245,33KN.m

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(+10) = 29613,41+39404,16+0,7*(0+22320,73)= 84642,08KN.m

Calculou-se a tensão para a situação mais gravosa. Isto é, usando o máximo momento entre
o diferencial de temperatura.
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 29613,41 26256∗2,0289 77747,56
𝜎inf(−5) = - - + =- – + = -1355,07Kpa
𝐴 𝑤 𝑤 12,8438 12,597 12,597
𝑃∞ 𝑃∞ ∗𝑒 𝑀𝑐 26256 26256∗2,0289 84642,08
𝜎inf(+10) = - - + = - 12,8438 – + = 446,12Kpa
𝐴 𝑤 𝑤 12,597 12,597

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Conforme se pode verificar nos resultados das tensões acima das secções analisadas as
tensões de tracção máxima obtidas apresenta um valor inferior a fctm (tensão média de
betão a tracção) do betão C35/45 de 3,2Mpa, pelo que se considera garantida a segurança.

4.5.4 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS


LIMITES ÚLTIMOS DE RESISTÊNCIA

4.5.4.1 MOMENTOS FLECTORES ACTUANTES DE CÁLCULO

Os momentos flectores actuantes de cálculo foram obtidos a partir dos momentos


flectores característicos anteriormente determinados multiplicando-os pelos coeficientes
de segurança regulamentares.

Neste trabalho, foram verificadas os estados limites últimos de resistência na fase de


entrada em serviço da obra, não foram verificada aos 8000 dias (tempo infinito). Devido
a debilidade que o programa SAP2000v14.2 tem em calcular os efeitos diferidos do betão
e as perdas de pré-esforço aos 8000 dias.

As combinações foram feitas de acordo com as seguintes expressões:

Combinação 1

(1.20 ou 1.00)*𝐺1 +1.00*𝐺2 +1.00*𝐺3 +γ*𝑄1

𝐺1 - Cargas permanentes (peso próprio + restantes carga permanente);

𝐺2 - Esforços hiperstáticos devidos ao pré-esforço;

𝐺3 - Esforços devido aos efeitos de fluência e retracção;

𝑄1 - sobrecargas rodoviárias (NA, NB36 ou NC);

γ – 1.5 no caso de NA, 1.2 nos restantes casos;

Combinação 2

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(1.05 ou 1.00)*𝐺1 +1.00*𝐺2 +1.00*𝐺3 +γ*𝑄1+1.00*(𝑄2𝑈 +𝑄2𝐷 )

𝐺1 - Cargas permanentes (peso próprio + restantes carga permanente);

𝐺2 - Esforços hiperstáticos devidos ao pré-esforço;

𝐺3 - Esforços devido aos efeitos de fluência e retracção;

𝑄1 - Sobrecargas rodoviárias (NA, NB36 ou NC);

γ – 1.3 no caso de NA, 1.1 nos restantes casos;

𝑄2𝑈 - Variações de temperatura uniformes;

𝑄2𝐷 - Variações de temperatura diferencias;

𝑀𝑝𝑒 – Momento flector devido à acção de pré-esforço

𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 – Momento isostático

𝑀ℎ𝑖𝑝 - Momento hiperstáticos

𝑀𝑠𝑑 - Momento actuante

μ – Momento flector reduzido

ω – Percentagem mecânica de armadura

𝑀𝑅𝑑 - Momento Resistente

𝐹𝑝 - Força armaduras de pré-esforço

𝐹𝑠 - Força da armadura passiva

𝐹𝑐 – Força do Betão armado

P – Pré-esforço útil

e – excentricidade

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4.5.4.2 CÁLCULO DOS MOMENTOS RESISTENTES E DA ARMADURAS DE


FLEXÃO

A) SECÇÃO DE MEIO VÃO TRAMO CENTRAL

Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração,
pelo facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.

𝑀𝑝𝑒 = -42328,11KN.m

P = 85332KN

e = 1,7217m

𝐺1 =𝑀𝐺1 =41530,04KN.m

𝐺2 =𝑀𝐺2 =𝑀ℎ𝑖𝑝 = 88676,80KN.m

𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0

𝑄1=𝑀𝑄1 =35655,27KN.m

γ – 1.3 no caso de NA, 1.1 nos restantes casos;

𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 = 0

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷−5 = -14658,95KN.m

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷10 = 40470,42KN.m

𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 =P*e = 85332*1,7217 = 146916,10KN.m

𝑀𝑝𝑒 = 𝑀ℎ𝑖𝑝 +𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 → 𝑀ℎ𝑖𝑝 = 𝑀𝑝𝑒 -𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 = -58239,30-(-146916,10) = 88676,80KN.m

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𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * = 741* = 107606,09KN
1,15 1,15

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x

Combinação 1

𝑀𝑠𝑑 =1,2𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 → 𝑀𝑠𝑑 =1,2*41530,04+1,00*88676,80+


+1,5*35655,27 = 191995,80KN.m → 𝑀𝑠𝑑 = 191995,80KN.m

Combinação 2

𝑀𝑠𝑑 =1,05𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 +1,00(𝑀𝑄2𝑈 +𝑀𝑄2𝐷 )→ 𝑀𝑠𝑑 =1,05*41530,04+1,


00*88676,80+1,3*35655,27+1,00*(0+40470,42) = 219105,61KN.m → 𝑀𝑠𝑑 =
219105,61KN.m
Para o cálculo do momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ), a Força do aço passivo é desprezível. Por
conseguinte:
∑𝐹 = 0
𝐹𝑝 - 𝐹𝑐 = 0 → 𝐹𝑝 = 𝐹𝑐 → 107606,09 = 231322,40x → x= 0,465m
0,8𝑥 0,8∗0,465
Z= h-𝑑𝑝 - = 3-0,25- = 2,56m → Z= 2,56m
2 2

𝑀𝑅𝑑 = 𝐹𝑝 *Z = 107606,09*2,56 = 275471,60KN.m


𝑀𝑅𝑑 > 𝑀𝑠𝑑 → 275471,60KN.m>219105,61KN.m

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Como se pode observar, o momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ) é maior que os momentos actuantes
(𝑀𝑠𝑑 ) de ambas combinações. Logo, considera-se verificada a segurança em relação ao
estado limite último de resistência da secção de meio vão do tramo central.

cálculo da armadura de flexão pelo método do diagrama rectangular:


𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * = 741* = 107606,09KN
1,15 1,15

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 231322,4x*(2,95-0,4*x)-107606,09*0,20 = 219105,61
x= 0,37m
𝐹𝑐 = 231322,4*0,37 = 85589,29KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 85589,29-107606,09-𝐴𝑠 *435*10³=0
Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.

B) SECÇÃO DE APOIO

Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tidos em consideração,
pelo facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.

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𝑀𝑝𝑒 = 480271,18KN.m

P = 144408KN

e = 3,389m

𝐺1 =𝑀𝐺1 = -650005,53KN.m

𝐺2 =𝑀𝐺2 =𝑀ℎ𝑖𝑝 =-9127,53KN.m

𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0

𝑄1=𝑀𝑄1 = -94330,24KN.m

γ – 1.3 no caso de NA, 1.1 nos restantes casos;

𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 = 0

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷−5 = -14660,07KN.m

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷10 = 40474,92KN.m

𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 =P*e = 144408*3,389 = 146916,10KN.m

𝑀𝑝𝑒 = 𝑀ℎ𝑖𝑝 +𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 → 𝑀ℎ𝑖𝑝 = 𝑀𝑝𝑒 -𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 = 480271,18-489398,71 = -9127,53KN.m


𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * 1,15
= 1254* 1,15 = 182102,61KN

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*7,8295*10³ = 124050,60x

Combinação 1

𝑀𝑠𝑑 =1,2𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 → 𝑀𝑠𝑑 =1,2*(-650005,53)+1,00*(-


9127,53)+1,5*(-94330,24) = -930630KN.m → 𝑀𝑠𝑑 = -930630KN.m

Combinação 2

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TRABALHO DE FIM DO CURSO

𝑀𝑠𝑑 =1,05𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 +1,00(𝑀𝑄2𝑈 +𝑀𝑄2𝐷 )→ 𝑀𝑠𝑑 =1,05*(-


650005,53)+1,00*(-9127,53)+1,3*(-94330,24)+1,00*(0-14660,07) = -828922,72KN.m
→ 𝑀𝑠𝑑 = -828922,72KN.m
Para o cálculo do momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ), a Força do aço passivo é desprezível. Por
conseguinte:
∑𝐹 = 0
𝐹𝑝 - 𝐹𝑐 = 0 → 𝐹𝑝 = 𝐹𝑐 → 182102,61= 124050,60x → x= 1,47m
0,8𝑥 0,8∗1,47
Z= h-𝑑𝑝 - = 7-0,315- = 6,097m → Z= 6,097m
2 2

𝑀𝑅𝑑 = 𝐹𝑝 *Z = 182102,61*6,097 = -1110280KN.m


𝑀𝑅𝑑 > 𝑀𝑠𝑑 → -1110280KN.m>-828922,72KN.m
Como se pode observar, o momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ) é maior que os momentos actuantes
(𝑀𝑠𝑑 ) de ambas combinações. Logo, considera-se verificada a segurança em relação ao
estado limite último de resistência da secção de meio vão do tramo central.

cálculo da armadura de flexão pelo método do diagrama rectangular:


𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * 1,15
= 1254* 1,15 = 182102,61KN

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*7,8295*10³ = 124050,60x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 124050,60x*(6,95-0,4*x)-182102,61*0,265 = 828922,72
x= 1,08m
𝐹𝑐 = 124050,60*1,08 = 133974,65KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 133974,65-182102,61-𝐴𝑠 *435*10³=0

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Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.

C) SECÇÃO DE MEIO VÃO TRAMO LATERAL

Os esforços devido aos efeitos de fluência e retracção não foram tido em consideração,
pelo o facto do programa SAP2000v14.2 ter a debilidade de considerar os efeitos de
fluência e retracção.

𝑀𝑝𝑒 = -50402,13KN.m

P = 39384KN

e = 1,7345m

𝐺1 =𝑀𝐺1 = 33408,08KN.m

𝐺2 =𝑀𝐺2 =𝑀ℎ𝑖𝑝 =17909,42KN.m

𝐺3 =𝑀𝐺3 = 0

𝑄1=𝑀𝑄1 = 39404,16KN.m

γ – 1.3 no caso de NA, 1.1 nos restantes casos;

𝑄2𝑈 =𝑀𝑄2𝑈 =0

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷−5 = -5388,91KN.m

𝑄2𝐷 =𝑀𝑄2𝐷10 = 14877,17KN.m

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𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 =P*e = 39384*1,7345 = 146916,10KN.m

𝑀𝑝𝑒 = 𝑀ℎ𝑖𝑝 +𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 → 𝑀ℎ𝑖𝑝 = 𝑀𝑝𝑒 -𝑀𝑖𝑠𝑜𝑠𝑡 = -50402,13-68311,55 = 17909,42KN.m


𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * 1,15
= 342* 1,15 = 49664,35KN

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x

Combinação 1

𝑀𝑠𝑑 =1,2𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 → 𝑀𝑠𝑑 =1,2*33408,08+1,00*17909,42+


+1,5*39404,16 = 117105,35KN.m → 𝑀𝑠𝑑 = 117105,35KN.m

Combinação 2

𝑀𝑠𝑑 =1,05𝑀𝐺1 +1,00𝑀𝐺2 +1,00𝑀𝐺3 +γ𝑀𝑄1 +1,00(𝑀𝑄2𝑈 +𝑀𝑄2𝐷 )→ 𝑀𝑠𝑑 =1,05*33408,08+1,


00*17909,42+1,3*39404,16+1,00*(0+14877,17) = 119090,48KN.m → 𝑀𝑠𝑑 =
119090,48KN.m
Para o cálculo do momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ), a Força do aço passivo é desprezível. Por
conseguinte:
∑𝐹 = 0
𝐹𝑝 - 𝐹𝑐 = 0 → 𝐹𝑝 = 𝐹𝑐 → 49664,35 = 231322,40x → x= 0,215m
0,8𝑥 0,8∗0,215
Z= h-𝑑𝑝 - = 3,2675-0,25- = 2,932m → Z= 2,932m
2 2

𝑀𝑅𝑑 = 𝐹𝑝 *Z = 49664,35*2,932 = 145615,87KN.m


𝑀𝑅𝑑 > 𝑀𝑠𝑑 → 145615,87KN.m>119090,48KN.m
Como se pode observar, o momento resistente (𝑀𝑅𝑑 ) é maior que os momentos actuantes
(𝑀𝑠𝑑 ) de ambas combinações. Logo, considera-se verificada a segurança em relação ao
estado limite último de resistência da secção de meio vão do tramo central.

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cálculo da armadura de flexão pelo método do diagrama rectangular:


𝑓𝑝𝑜,1𝑘 1670
𝐹𝑝 =𝐴𝑝 * 1,15
= 342* 1,15 = 49664,35KN

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 *𝑓𝑦𝑑 = 𝐴𝑠 *435*10³
𝐹𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 0,8x*b = 0,85*23,3*0,8x*14,6*10³ = 231322,4x
Equilíbrio de momentos
∑ 𝑀𝐴 = 𝑀𝑅𝑑
𝐹𝑐 (d-0,4x)- 𝐹𝑝 .d = 𝑀𝑠𝑑 → 231322,4x*(2,8797-0,4*x)-49664,35*0,10 = 119090,48
x= 0,19m
𝐹𝑐 = 231322,4*0,19 = 43951,26KN
Equilíbrio das Forças
𝐹𝑐 -𝐹𝑝 -𝐹𝑠 = 0 → 43951,26-49664,35-𝐴𝑠 *435*10³=0

Como se pode observar acima, a força da armadura de pré-esforço é superior que a força
do betão, logo não é calculável a armadura passiva. No entanto, a armadura passiva é
sempre obrigatório por motivos construtivos, é uma óptima forma de acertar a quantidade
de força de tracção necessária na secção, sendo por outro lado, um modo indirecto de
controlo de fissuração.

4.5.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AO ESTADO LIMITE


ÚLTIMO DE ESFORÇO TRANSVERSO

4.5.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os coeficientes de combinação utilizados são os mesmos que foram adoptados para a


determinação dos momentos flectores actuantes de cálculo. A verificação da segurança é
efectuada de acordo com as disposições regulamentares.

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Para a verificação do esforço transverso utiliza-se DEV𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (diagrama de esforço


transverso total).

Entretanto, verificou-se a secção junto apoio, porque é dela que se obtêm os esforços
cortantes máximos.

𝑃𝑠𝑑 =1,5*(36595,59+70)+1,5*69= 758,25KN/m

Ѳ=25o , ZCotgѲ=0,9dCotgѲ=0,9*6,95*Cotg25o → ZCotgѲ=13,41m

𝑉𝑠𝑑 =16595,59-758,25*13,41-348 → 𝑉𝑠𝑑 =6078,87KN


𝑉𝑠𝑑 𝑓
𝑐𝑘
𝜎𝑐 = 𝑍𝑏 ≤ 0,6*[1-250 ]* 𝑓𝑐𝑑
𝑤 𝑆𝑒𝑛ѲCosѲ

6078,87 35
𝜎𝑐 = ≤ 0,6*[1- ]* 23,3 ∗ 10³
0,9∗6,95∗7,79∗𝑆𝑒𝑛25𝐶𝑜𝑠25 250

325,71KN/m² ≤ 12022,8 KN/m²


Conforme se pode observar no cálculo acima, está verificada a segurança ao estado limite
último de esforço transverso

4.5.5.2 CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL

Ѳ=25o , ZCotgѲ=0,9dCotgѲ=0,9*6,95*Cotg25o → ZCotgѲ=13,41m

𝑉𝑠𝑑 =16595,59-758,25*13,41-348 → 𝑉𝑠𝑑 =6078,87KN


𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑑 −𝑃𝑠𝑒𝑛𝛼 6078,87 𝐴𝑠𝑤
=𝑍𝐶𝑜𝑡𝑔Ѳ∗f = 13,41∗435*10= 10,42cm²/m → = 10,42cm²/m
𝑠 yd 𝑠

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4.6 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO


TRANVERSAL

4.6.1 CONSIDERAÇÕS GERAIS

O tabuleiro da ponte principal é constituído por uma plataforma única com 14,60m de
largura, do tipo caixão, cuja secção é de altura variável.

A verificação da segurança transversal dos tabuleiros foi efectuada com base nas tabelas
de homberg-ropers.
A) ACÇÕES PERMANENTES

Peso próprio

Restante carga permanente

- Viga de bordadura: 0,1095*25……………………………………………….2,75KN/m

- Passeio: 0,2085*25…………………………………………………………...5,25KN/m

- Lancis: 0,0862*25……………………………………………………………2,15KN/m

- Guarda-corpos: 1,00………………………………………………………….1,00KN/m

- Perfis metálicos de segurança: 0,5…………………………………………...0,50KN/m

- Tapete betuminoso: 0,08*25…………………………………………………2,00KN/m


A distribuição espacial das acções destes elementos foi feita de acordo com a verdadeira
disposição destes, na laje do tabuleiro, indicada nos desenhos de construção.

B) ACÇÕES VARIAVEIS
Constatou-se que os esforços mais gravosos no que diz respeito à analise transversal do
tabuleiro, são os produzidos pelo veículo NB36, cuja disposição e valores das cargas já
foi explicada anteriormente.

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C) SECÇÕES ANALISADAS

Figura 4.13 – secções analisadas no tabuleiro em caixão

A) Secção de encastramento da consola nas almas;

B) Secção de encastramento da laje nas almas;

C) Secção de transição da laje entre almas;

D) Secção de meio vão da laje entre almas;

4.6.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AO ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE


RESISTÊNCIA

Utilizou-se a combinação 1 preconizada no SATCC, por ser aquela que é mais gravosa
para a análise transversal.

(1.20 ou 1.00)x𝐺1 +1.00x𝑄1

𝐺1 - Cargas permanentes (peso próprio + restante carga permanente);

𝑄1- Sobrecargas rodoviárias NB36

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4.6.2.1 SECÇÃO DE ENCASTRAMENTO DA CONSOLA NAS ALMAS-


SECÇÃO A

Momentos flectores na direcção transversal

Momento flector devido ao peso próprio:


0,25∗3
𝑀𝑝𝑝 = -[(0,2 ∗ 3 ∗ 25) ∗ 1,5 + ( *25)*1,0] = -32KN.m/m
2

Momento flector devido as restantes cargas permanentes:

𝑀𝑟𝑐𝑝 = -(2,75*2,84+5,25*2,20+2,15*1,50+1,0*2,84+0,5*1,5+2,5*0,65)= -28KN.m/m

Momento flector devido ao veículo NB36:

𝑀𝑁𝐵36 = -(0,35+0,45+0,55+0,025+0,15+0,28)*90= -163KN.m/m

Momento flector actuante de cálculo:

𝑀𝑠𝑑 = 1,2*(-32-28)+1,2*(-163)= -268KN.m/m


A armadura adoptada é de Ø16//0,10m, o que corresponde a um momento flector
resistente de 315KN.m/m, superior ao momento flector actuante de cálculo.

4.6.2.2 SECÇÃO DE ENCASTRAMENTO DA LAJE NAS ALMAS - SECÇÃO B

Momento flector na direcção transversal

Momento flector devido ao peso próprio:

0,75∗25∗7,15²
𝑀𝑝𝑝 = - = -75KN.m/m
12

Momento flector devido à restante carga permanente:

0,08∗25∗7,15²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -9KN.m/m
12

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Momento flector devido ao veículo NB36:

𝑀𝑁𝐵36 = -(0,33+0,38+0,35+0,25+0,01+0,1+0,15+0,15)*90= -155KN.m/m

Momento flector actuante de cálculo:

𝑀𝑠𝑑 = 1,2*(-75-9)+1,2*(-155)= -287KN.m/m


A armadura adoptada é de Ø16//0,10m, o que corresponde a um momento flector
resistente de 315KN.m/m, superior ao momento flector actuante de cálculo.

4.6.2.3 SECÇÃO DE TRANSIÇÃO DA LAJE ENTRE ALMAS-SECÇÃO C

Momentos flectores na direcção transversal

Momento flector devido ao peso próprio:

0,45∗25∗3²
𝑀𝑝𝑝 = - = -9KN.m/m
12

Momento flector devido à restante carga permanente:

0,08∗25∗3²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -1,5KN.m/m
12

Momento flector devido ao veículo NB36:

𝑀𝑁𝐵36 = -(0,30+0,18+0,04+0,005+0,02+0,005)*90= -50KN.m/m

Momento flector actuante de cálculo:

𝑀𝑠𝑑 = 1,2*(-9-1,5)+1,2*(-50)= -73KN.m/m


A armadura adoptada é de Ø16//0,20m, o que corresponde a um momento flector
resistente de 98KN.m/m, superior ao momento flector actuante de cálculo.

4.6.2.4 SECÇÃO DE MEIO VÃO DA LAJE ENTRE ALMAS – SECÇÃO D

Momentos flectores na direcção transversal:

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Momento flector devido ao peso próprio:

0,45∗25∗7,15²
𝑀𝑝𝑝 = = 24KN.m/m
24

Momento flector devido à restante carga permanente:

0,08∗25∗7,15²
𝑀𝑟𝑐𝑝 = - = -1,5KN.m/m
24

Momento flector devido ao veículo NB36:

𝑀𝑁𝐵36 = (0,008+0,035+0,20+0,035+0,01+0,03+0,05+0,03)*90= 36KN.m/m

Momento flector actuante de cálculo:

𝑀𝑠𝑑 = 1,2*(24+5)+1,2*36= 78KN.m/m


A armadura adoptada é de Ø12//0,10m, o que corresponde a um momento flector
resistente de 110KN.m/m, superior ao momento flector actuante de cálculo.

Como se pode observar, os momentos resistentes são sempre superiores aos momentos
actuantes de cálculo, pelo que se considera garantida a segurança do tabuleiro em caixão
na direcção transversal.

4.7 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PILARES

4.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os pilares centrais, P08 e P09, um por eixos de apoio do tabuleiro, são em betão armado
e de secção transversal constante ao longo do fuste. Estes pilares têm uma forma elíptica
e assentam sobre maciços de encabeçamento de estacas. Cada um dos pilares centrais está
fundado em nove estacas com 1,50 metros de diâmetro.

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A ligação tabuleiro-pilar é feita através de aparelhos de apoio do tipo “Pot-bearing”. No


pilar P08, os aparelhos permitem deslocamentos na direcção longitudinal para acções
lentas mas são fixos para acções rápidas. Para o pilar P09 os aparelhos de apoio são fixos,
todos os aparelhos de apoio permitem rotações em ambas as direcções e são fixos na
direcção transversal.
A análise e dimensionamento destes dois pilares centrais, recorreu-se ao programa de
cálculo SAP2000v14.2 e ao programa de cálculo BS2000Pro-SECÇÕES.

4.7.2 ACÇÕES

Consideraram-se, para além das acções das cargas permanentes, variações de temperatura
e sobrecargas rodoviárias, as forças horizontais correspondentes a um sismo, à acção de
cheia e, no caso dos pilares centrais, ao embate de um barco.

4.7.2.1 ACÇÃO DAS CORRENTES DE CHEIA

Considerou-se a acção das correntes do rio, que actuam na direcção transversal da obra.
Esta corresponde à aplicação de uma carga uniformemente distribuída no fuste do pilar a
montante, simulada a acção da corrente das águas em situação de cheias, em simultâneo
com uma força concentrada aplicada ao nível do topo do pilar que, por sua vez, um
possível embate de destroços que venha flutuar no rio.
As acções da corrente foram quantificadas como a seguir se descreve.
A carga distribuída ao longo do fuste do pilar, é dada por:

𝑓𝑎1 = kBV² (KN/m)


O efeito do embate dos destroços no pilar é simulado como uma força concentrada no
topo do pilar dada por:

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𝐹𝑎 = 180KN
Onde:
k- coeficiente de forma dos pilares (0.7-quadrados; 0.35-circulares)
B- largura da área projectada do pilar (m)
V-velocidade da corrente (m/s). considerou-se um valor de 4.0 m/s
Assim, a carga distribuída tem os seguintes valores:
Para os pilares estacas-estaca e para as estacas dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*1.50*4.0² ≈ 8.4KN/m
Para os fustes dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*4.80*4.0² ≈ 27KN/m
Para os maciços de encabeçamento dos pilares centrais:
𝑓𝑎1 = 0.35*8.70*4.0² ≈ 49KN/m

4.7.2.2 ACÇÃO SISMICA

Foi considerada uma acção sísmica equivalente a 5% do peso da estrutura. Assim, os


esforços devidos ao sismo foram obtidos aplicando esforços horizontais estáticos
equivalentes calculados com uma aceleração de 0,05g (aceleração da gravidade).

4.7.2.3 ACÇÃO DE EMBATE DE UM BARCO

Consideraram-se os pilares centrais (P08 e P09) susceptíveis de serem alvo de choque de


um barco de cerca de 50 toneladas. Tendo em conta a velocidade estimada no momento
do choque, os valores considerados para as forças a aplicar ao nível dos maciços de
encabeçamento dos pilares centrais foram os seguintes:
- Choque frontal: 3000KN;

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- Choque lateral: 600KN;


4.7.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AO ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
DE ELEMENTOS

Neste trabalho foi feita a verificação de segurança do pilar P08, por ser o pilar mais
condicionante, também porque no pilar P08 os aparelhos de apoio permitem
deslocamentos na direcção longitudinal.

Combinação 1:
Nsd = (1.20 ou 1.00)* NG1 +1.00*NG2 +γ2 *NQ1 + γ3 *NF +1.30*(NQ2u +NQ2D )

Nsd = 1.20*(-52047,32)+1,00*(-3872,36)+1,30*(-215,61)+1,25*(-111,05)

1.Cálculo da esbelteza
𝐿𝑂
λ= 𝑖

𝐼 40,9113
i =√𝐴 =√19,0433 = 1,4657 → i = 1,4657

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𝐿𝑂 7,2539
λ= 𝑖
=1,4657 =4,9491 → λ = 4,9491

2.Cálculo da excentricidade devido as imperfeições geométricas


Ѳ𝑖 𝑙 0
𝑒𝑖 = 2

Ѳ𝑖 = Ѳ0 𝛼ℎ 𝛼𝑚 →
1
Ѳ0 = 200
2 2
𝛼ℎ = 𝐿
= = 0,7426 → 𝛼ℎ = 0,7426
√ √7,2539
m=1
1 1
𝛼𝑚 =√0,5 ∗ (1 + )= √0,5 ∗ (1 + )= 1 → 𝛼𝑚 = 1
𝑚 1
1
Ѳ𝑖 = Ѳ0 𝛼ℎ 𝛼𝑚 = *0,7426*1= 0,003713
200
Ѳ𝑖 𝑙 0 0,003713∗7,2539
𝑒𝑖 = 2
= 2
=0,01347

3.Determinação dos esforços de dimensionamento

Nsd = (1.20 ou 1.00)* NG1 +1.00*NG2 +γ2 *NQ1 + γ3 *NF +1.30*(NQ2u +NQ2D )

Nsd = 1.20*(-52047,32)+1,00*(-3872,36)+1,30*(-215,61)+1,25*(-111,05)

Nsd = -66748,20KN
Fa =Nsd *0,05 = 66748,2*0,05 = 3337,41KN
𝑀𝑜𝑠𝑑 = Fa *h+Nsd *𝑒𝑖 = 3337,41*7,2539+66748,20*0,01347 = 25108,34KN.m

𝑀𝑜𝑠𝑑 = 25108,34KN.m

4.verificação da necessidade de consideração dos efeitos de 2ª ordem

Para dispensar a verificação da segurança à encurvadura, é necessário verificar a condição


seguinte:

20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ ≤ λ 𝑙𝑖𝑚 =
√𝑛

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20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ 𝑙𝑖𝑚 =
√𝑛
Nsd 66609,40
n=𝐴 = 19,0433∗20∗10³ = 0,1749 → n = 0,1749
𝑐 ∗𝑓𝑐𝑑

A = 0,7; B = 1,1
20∗𝐴∗𝐵∗𝐶 20∗0,7∗1,1∗1,7
λ 𝑙𝑖𝑚 = = = 15,20
√𝑛 √0,1749
20∗𝐴∗𝐵∗𝐶
λ ≤ λ 𝑙𝑖𝑚 = → 1,4493 ≤ 15,20
√𝑛

o momento resistente (𝑀𝑟𝑑 ) foi calculado pelo programa BS2000Pro, que é um programa
especifico para o cálculo de 𝑀𝑟𝑑 de secção não linear.

𝑀𝑟𝑑 = 67973,6KN.m
𝑀𝑜𝑠𝑑 = 25108,34KN.m
𝑀𝑟𝑑 ≥ 𝑀𝑜𝑠𝑑 → 67973,6KN.m ≥ 25108,34KN.m

Conforme se pode analisar no exercício acima o momento resistente é maior que o


momento actuante logo se encontra verificada a segurança.

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5 CONCLUSÕES

Conforme podemos notar, a concepção das pontes, é um processo iterativo que obriga a
um estudo e a uma análise comparativa de soluções que satisfaçam o conjunto dos
condicionamentos topográficos, geométricos, geotécnicos, hidráulicos, ambientais ou
outros. As suas soluções devem ser comparados a nível de estudo prévio, tendo em conta
os aspectos técnicos e económicos, no entanto, este trabalho tem como objectivo de
mostrar a aplicabilidade de cada um dos processos construtivos.

Devemos escolher um processo construtivo que mais se adequa com as condicionantes


que nos é apresentado, e também averiguar as suas vantagens e desvantagens. Muitas das
vezes não é necessário construir uma Mega ponte sem que se ponham em conta o aspecto
arquitectónico da região e o custo exorbitante destas Mega construções.

A parte prática em que é dimensionada e verificada a segurança dos elementos da ponte


sobre o rio Kwanza-Cabala, isto é a parte principal que foi construída por avanços
sucessivos com aduelas betonadas “in situ” tem com objectivo nos aclarear dos
procedimentos que foram tomados para o dimensionamento da ponte.

Embora sendo um trabalho meramente académico e com um tema nunca defendido na


Faculdade de Engenharia, este trabalho tem como objectivo, dar o seu melhor contributo
para a investigação de outros projectos, os resultados obtidos nos cálculo da parte pratica
nos dá uma verdadeira noção do comportamento real de uma estrutura.

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6 RECOMENDAÇÕES

Como se demonstrou neste trabalho que cada processo construtivo apresenta as suas
vantagens e desvantagens, no entanto, temos que ter muita atenção na escolha do processo
construtivo a ser a adoptado para a construção de uma determinada ponte.

Outro factor importante a destacar nos processos construtivos é com relação a


sustentabilidade. Qualquer material numa obra de ponte, gera algum impacto ao meio
ambiente, no entanto, as construções de obras de arte devem ser melhor planejadas de
forma a não prejudicar o meio ambiente e nem criar gastos exorbitantes.

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

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[1] www.google.com.pt;

[2] Universidade Católica de Lisboa – UCLA, pontes e estruturas especiais curso de


mestrado segundo ciclo;

[3] Princípios básicos de construção de pontes de betão armado e pré-esforçado – F.


Leonhardt;

[4] Armando Rito, Engenharia S.A – Ponte 4 de Abril sobre o rio Catumbela (Descrição
da ponte existente), Fotos e Memória descritiva e justificativa de algumas obras
projectadas pelo gabinete de projectos;

[5] Armando Rito, Engenharia S.A – Ponte sobre o rio Kwanza na Cabala(Descrição da
ponte existente), Fotos;
[6] Sousa, Carlos Filipe Ferreira de. Continuidade Estrutural em Tabuleiros de Pontes
Construídos com Vigas Pré-fabricadas. Soluções com ligação em betão armado. DEC,
FEUP. 2004;

[7] Sousa, Carlos Filipe Ferreira de. Continuidade Estrutural em Tabuleiros de Pontes
Construídos com Vigas Pré-fabricadas. Soluções com ligação em betão armado. DEC,
FEUP. 2004;

[8] Octávio Manuel Leite Peres Martins, Dissertação Para a Obtenção do grau de
Mestre – Modelo virtual de simulação visual da construção de pontes executadas por
lançamento incremental, Abril de 2009;

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[9] Cristina Ferreira Xavier de Brito Machado, Dissertação para o Grau de Mestre –
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[10] Betão Estrutural 2010;

[11] Mapa de Angola;

[12] Folhas da disciplina de Betão Armado III – Pré-Esforço, do Ano de 2005/2006 –


Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), Departamento de Engenharia Civil;

[13] Javier Manterola e Paulo J. S. Cruz – Pontes: História e Princípios Gerais;

[14] Miguel Ângelo Ferraz, (Junho 2001), Tese de Mestrado, Um modelo de análise para
o estudo de Pontes como estruturas evolutivas, Universidade do Porto;

[15] D.L. Araújo – Projecto de Ponte em concreto Armado com duas longarinas-Goiânia
Março de 1999;

[16] Manual de Projecto de Obras - de - Artes Especiais – DNER 1996;

[17] Silvério Coelho -Tecnologia de Fundações; Edições E.P.G.E;

[18] Fundações (Formulário) – Disciplina de Mecânica dos solos e Fundações II, do DEC
e Arquitectura do Instituto Superior Técnico (IST);

[19] Homberg Ropers - Superficies de Influência;

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TRABALHO DE FIM DO CURSO

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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199
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TRABALHO DE FIM DO CURSO

4.10 ANEXOS

DIAGRAMA DE MOMENTO DO PESO PRÓPRIO

DIAGRAMA DE MOMENTO DAS RESTANTES CARGAS PERMANENTES

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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i
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TRABALHO DE FIM DO CURSO

DIAGRAMA DE MOMENTO MÁXIMO PROVOCADO PELA SOBRECARGA


QUE ACTUA NA SECÇÃO DE MEIO VÃO

DIAGRAMA DE MOMENTO MÁXIMO PROVOCADO PELA SOBRECARGA


QUE ACTUA NA SECÇÃO DE APOIO

DIAGRAMA DE MOMENTO MÁXIMO PROVOCADO PELA SOBRECARGA


QUE ACTUA NA SECÇÃO DE MEIO VÃO LATERAL

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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TRABALHO DE FIM DO CURSO

DIAGRAMA DE MOMENTO DO PRÉ-ESFORÇO INFERIOR

DIAGRMA DE MOMENTO DO PRÉ-ESFORÇO SUPERIOR NA FASE


CONSTRUTIVAS

DIAGRAMA DE MOMENTO DO PESO PRÓPRIO

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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TRABALHO DE FIM DO CURSO

DIAGRAMA DE MOMENTO DE PRÉ-ESFORÇO

DIAGRAMA DE MOMENTO DA VARIAÇÃO DIFERENCIAL DE


TEMPERATURA +10ºC

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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iv
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TRABALHO DE FIM DO CURSO

DIAGRAMA DE MOMENTO DA VARIAÇÃO DIFERENCIAL DE


TEMPERATURA -5ºC

DIAGRAMA DE MOMENTO DA VARIAÇÃO UNIFORME DE


TEMPERATURA +20ºC

APARELHO DE APOIO TIPO POT-BEARING

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v
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TRABALHO DE FIM DO CURSO

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE UMA PONTE DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO

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vi
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TRABALHO DE FIM DO CURSO

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vii

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