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MANGUEZAL

Vegetação com influência flúvio-marinha, típica de


solos limosos de regiões estaurinas e dispersão
descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados
do Amapá e Santa Catarina. Neste ambiente halófito,
desenvolve-se uma flora especializada, ora dominada por
gramíneas (Spartina spp.) e amarilidáceas (Crinum spp.),
que lhe confere uma fisionomia herbácea, ora dominada por
espécies arbóreas dos gêneros Rhizophora, Laguncularia e
Avicennia.
De acordo com a dominância de cada gênero, o
manguezal pode ser classificado em: vermelho (Rhizophora
spp.), branco (Laguncularia spp.) e siriúba (Avicennia spp.),
os dois primeiros colonizando os locais mais baixos e o
terceiro as áreas mais altas e afastadas das influências das
marés. Quando o mangue penetra em locais arenosos,
denomina-se mangue seco.
MANGUEZAL
• O manguezal é um ecossistema costeiro inserido na faixa
continental de influência dos oceanos, onde interagem: fatores
múltiplos de energia de origem marinha; fluvial; ciclo
biogeoquímicos; produtividade e cadeias alimentares, plantas e
animais de diferentes nichos e habitats.

• Os manguezais são ecossistemas distribuídos na faixa mais quente


do globo. Embora encontrados em quase todos os continentes, são
principalmente circunscritos à região intertropical.

• Chapman (1976) e Lamberti (1969) conceituaram Manguezal como


formação vegetal ecologicamente adaptada a uma vida num
substrato salino e lodoso, freqüentemente sujeita à ação de mistura
do rio e do mar. Entretanto, o termo manguezal não se refere
exclusivamente à formação vegetal, mas a um conjunto maior
representado pela interdependência indissolúvel entre a comunidade
biótica e o meio físico.
MANGUEZAL
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS MANGUEZAIS
a) Diversidade e abundância - Embora tenham uma
diversidade pequena de plantas, os mangues apresentam
uma diversidade de espécies animais muito alta.
Praticamente todas as grandes categorias de
classificação do reino animal estão presentes direta ou
indiretamente, habitando a formação vegetal, o estuário
e os brejos adjacentes. Como os mangues compreendem
estes três ambientes, a vida animal é muito rica e
diversificada, com muitas espécies, principalmente de
invertebrados, peixes, aves belíssimas como garças, e
até mamíferos, haja vista que o tigre de bengala também
se esconde nos manguezais da África (Marius, 1985).
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• b) Habitats múltiplos - Animais e plantas do


mangue habitam espaços variados graças à
subdivisão do meio ambiente em vários
compartimentos. Listamos aqui os principais
habitats:
• Habitat incrustante - espécies animais e vegetais
que se encontram vivendo presas ao tronco, ramo
e raízes das árvores e arbustos do mangue. Ostras
e cracas são exemplos de formas de vida
incrustante, bem como algumas plantas inferiores
como algas e líquens.
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• Habitat intersticial - espécies animais vivem nos
interstícios ou espaços dentro do lodo ou areia
do substrato. O mangue é riquíssimo em
espécies intersticiais, principalmente moluscos,
vermes e crustáceos. Formas de pequeno
tamanho como vermes, microcrustáceos, algas
de tamanho reduzido e bactérias, são bem
numerosas e importantes nas cadeias
alimentares. Muitos animais usados na
alimentação do homem como lambreta,
papafumo e caranguejo são espécies de hábitat
intersticial.
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• Habitat arborícola - espécies animais vivem


sobre as árvores e arbustos do mangue. Espécies
de arutus, como o arutu-vermelho comestível,
têm essa forma de vida.
• Ainda podemos enumerar as formas de vida
denominadas bentos, plâncton e nécton próprias
do estuário adjacente, que tomam um papel
ecológico no conjunto do ecossistema do
mangue.
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• c) Dinâmica Trófica do Manguezal - Este


aspecto se refere aos processos de passagem de
energia e circulação de substâncias nutritivas e
alimento no ambiente. Partes das plantas do
mangue, como suas folhas caídas, servem
diretamente como alimento para a espécie animal
Ucides cordatus (caranguejo-verdadeiro).
Também a decomposição das folhas do mangue
dá início ao ciclo biogeoquímico de produção
orgânica.
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• d) Bioacumulação - plantas e animais do mangue, ao se
alimentarem e ao se nutrirem, incorporam também
substâncias tóxicas, naturalmente presentes no ambiente
ou introduzidas pela ação poluidora do homem.
• Um exemplo a ser citado foi a bioacumulação em
mariscos da enseada de Tainheiros, na Baía de Todos os
Santos, em área antes ocupada por mangues. Espécies
de plantas ribeirinhas têm a capacidade de retirar
substâncias tóxicas naturais do mangue. Clarke (1977) e
Guimarães (1982) estudaram a bioacumulação por
metais pesados em Avicennia shaueriana (mangue-
siriúba) do Rio de Janeiro. Ainda podemos citar a planta
macrófita Eichornia crassipes (baronesa ou aguapé),
encontrada em brejos adjacentes, com grande
capacidade de assimilação de substâncias tóxicas.
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• e) Estabilidade/Complexidade - Os mangues, estuários e
brejos adjacentes, ao serem considerados como um todo,
apresentam-se num grau de ação de macrofatores como
temperatura, clima, regime hidrológico tendendo à
estabilidade. Isso se deve ao fato de estarem distribuídos
na zona tropical do globo, onde esses fatores não sofrem
grandes mudanças entre as estações do ano, ao contrário
do que ocorre nas zonas temperadas da terra.
f) Fragilidade - O fato dos mangues se constituírem num
sistema complexo gera o problema de serem ambientes
ecologicamente frágeis. Como todo o sistema resulta da
ação combinada de vários fatores, a supressão de um
deles poderá quebrar o equilíbrio do conjunto, sendo o
homem o maior responsável nesta quebra.
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• g) Berçário de espécies - O mangue e estuário


adjacente funcionam como um grande viveiro para as
espécies que passam aí todas as fases da sua vida, bem
como para aquelas temporárias ou facultativas. Alguns
animais, cujos adultos habitam o ambiente costeiro,
passam algumas fases da sua vida no estuário.
• Com relação à importância econômica dos manguezais,
são tradicionalmente celeiros de pescados em todas as
regiões do mundo onde ocorrem. Seus principais
aspectos de importância socioeconômica são o
extrativismo (colheita de madeira e pescados), habitação
e manejo (aqüicultura artesanal, industrial e agricultura
principalmente em áreas aterradas).
MANGUEZAL

Quadro das Principais Espécies


FAMÍLIA N. C. N.V. Freq.
AVICENNIACEAE Avicennia germinans mangue-língua-de- regular
vaca
Avicennia schaueriana siriba regular

COMBRETACEAE Conocarpus erectus regular


mangue de botão
Laguncularia racemosa mangue branco ótima

PROTEACEAE Roupala brasiliensis soberum baixa

PTERIDACEAE Acrosticum aureum samambaia regular

RHIZOPHORACEAE Rhizophora mangle mangue ótima


verdadeiro
M. Penalva
FLORESTA ESTACIONAL
Formação vegetal onde a decidualidade faz-se
presente em pelo menos uma estação climática, apresentando
adaptações dos seus indivíduos a deficiência hídrica,
geralmente com a ocorrência de lianas, epífitas e cipós. Sua
fisionomia é diversificada e seu aspecto geral é de uma mata
com árvores de 25 a 30 m.
ÁREAS ÚMIDAS
São áreas permanentemente ou temporariamente
alagadas, solo hidromórfico, ocorrendo em zonas de
espraiamento de cursos de água. Podem formar grandes
áreas com formações graminóides ou mesmo florestas
paludosas.
DUNAS
Àreas com presença de sedimentos, de origem
marítima ou fluvial, sendo classificadas como: móveis, semi-
móveis ou fixas.
CAMPOS RUPESTRES
Vegetação típica de ambientes montanos e
altomontanos, em altitudes superiores a 900 m, os campos
rupestres possuem estrutura arbustiva e, ou, herbácea,
geralmente nos cumes litólicos das serras (ex.: Pico das
Almas, Serra das Éguas, Morro do Chapéu, Serra de
Jacobina e Chapada Diamantina).
Caracterizam-se por uma ruptura na seqüência
natural das espécies circunvizinhas, sendo comum a
presença de plantas esquarosas, além de árvores e
arbustos tortuosos.
OUTROS

• Mussununga
• Campos Litorâneos

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