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Resumo.
Introdução/Justificativa/Objetivos
Resultados
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1 FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira de
História, São Paulo, v. 24, n. 47, 2004, p. 02.
2 GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a
trajetória de um conceito. In: FERREIRA, Jorge. (Org.). O populismo e sua história: debate e
crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 32.
3 WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989,
p. 28.
4 Para algumas críticas à noção de “populismo” nas ciências sociais, conferir: FERREIRA, Jorge
(Org.). O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
4
5 REIS FILHO, Daniel Aarão. "O colapso do colapso do populismo ou a propósito de uma herança
maldita". In: FERREIRA, Jorge (Org.). O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 353.
6 FICO, op. cit., p. 02.
7 JANOTTI, M. L. M.. O diálogo convergente: políticos e historiadores nos inícios da República.
In: FREITAS, Marcos Cezar de. (Org.). Historiografia Brasileira em perspectiva. São Paulo:
Contexto, 1998, p. 132.
8 CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982, p.
95.
5
93.
13 DREIFUSS, René. A Conquista do Estado. Ação Politica e Golpe de Classe. Petrópolis:
como relatam amigos próximos14. Mas foi na Grã Bretanha onde desenvolveu o
interesse pelo tema de sua tese e obra mais famosa. Realizou seu mestrado em
Ciência Política, na Universidade de Leeds, em 1974, e o doutorado na
Universidade de Glasgow, em 1980. Sua produção acadêmica é composta por
uma vasta quantidade de artigos e livros sobre assuntos diversos, sobretudo
relacionados às elites e o poder, as ações das forças armadas e as relações
internacionais.
Entre os livros publicados, além do clássico “1964: a conquista do Estado”,
publicado em 1981 pela editora Vozes, constam o livro “A Internacional
Capitalista: estratégias e táticas do empresariado transnacional” (1986), “O Jogo
da Direita na Nova República” (Vozes, 1989), “Política, Poder, Estado e Força -
uma leitura de Weber” (Vozes, 1993); e, por fim, a obra “A Época da
Perplexidade” (Vozes, 1996). Após a conclusão de seus estudos de doutorado,
Dreifuss passou a ter grande atuação acadêmica no Brasil e, em 1980, integrou
o Departamento de Ciência Política da UFMG, onde atuaria por cinco anos.
Também foi professor do programa de pós-graduação da UFF entre 1986 até o
seu falecimento, em 2003, além de ter integrado diversos grupos de pesquisa
relacionados, principalmente, aos estudos políticos e às relações exteriores15.
Em sua principal obra, “1964, A conquista do Estado”, Dreifuss defende a
tese de que a deflagração do golpe e a instauração da ditadura militar foi
resultado de uma ampla articulação política entre setores civis e militares,
marcada por uma dimensão essencialmente classista e empresarial, resultado
da ação coordenada entre o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e o
Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD). O “complexo IPES/IBAD”, nas
palavras de Dreifuss, utilizaram-se do apoio militar das forças armadas e de
setores civis conservadores e tomaram o poder através de um golpe de Estado
que já se ensaiava desde 1961. Assim, para Dreifuss, o golpe consiste na
14 FIGUEIREDO, E. L.. René Dreifuss. Dados (Rio de Janeiro) , v. 46, n.1, 2003. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582003000100006 Acesso
em: 12/06/2016
15 Idem.
8
herança maldita" In: FERREIRA, Jorge (Org.). O populismo e sua história: debate e crítica. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 335.
20 DREIFUSS, op. cit., p. 298.
10
21 FICO, Carlos. O golpe de 1964: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014, p.
74.
22 DREIFUSS, op. cit., 455.
11
23Ibidem, p. 418.
24 MARTINS FILHO, J. R. Forças Armadas e política (1945-1964). In: FERREIRA, Jorge;
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. (org.). O Brasil republicano. O tempo da experiência
democrática: Da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2003, v. 3, p. 102.
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Considerações Finais
Do ponto de vista da memória social, o golpe civil-militar de 1964 e a
ditadura militar ainda são frequentemente lembrados pela sociedade brasileira
enquanto eventos essencialmente militares, desprovidos de uma maior
participação da sociedade em sua construção. Nesse sentido, a obra de Dreifuss
constitui importante contribuição na desmistificação do golpe, ao reconhecer
neste a atuação de uma imensa quantidade de atores civis e políticos.
Contudo, em que pese a grande contribuição e os reconhecíveis méritos
de sua obra, tendo em vista a pesquisa de fôlego realizada pelo autor e as
renovações que representou na produção acadêmica, a concepção de
“participação civil” adotada em sua obra ainda carece de maior problematização,
na medida em que se restringe à análise da articulação entre setores
empresariais e militares, por certo pouco representativos da dimensão civil que
de fato ajudou a construir o golpe e a ditadura militar. Entendemos, portanto, as
relações entre Estado e sociedade como ambivalentes, marcadas não apenas
pela opressão e manipulação do Estado ou da burguesia, mas também pela
colaboração, acomodação e legitimação dos diversos atores que compõem a
sociedade.
25FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira de
História, São Paulo, v. 24, n. 47, 2004.
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Por fim, diante das críticas e dos méritos de Dreifuss em seu livro “1964:
a conquista do Estado”, seguramente os argumentos centrais da obra
permanecem fundamentais para a compreensão crítica da história recente do
Brasil.
Referências