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O TRIUNFO DE CRISTO
2 Coríntios 2.14-17

Na religiosidade popular brasileira é muito comum a imagem do Cristo agonizante,


sofredor e derrotado, que é apresentado como modelo para que os que padecem
possam enfrentar as lutas da vida, mais conformados e resignados.

Esta ideia popular do Cristo permanentemente sofredor e angustiado, é contrastada


com o ensino bíblico, pois a Palavra de Deus diz que Cristo sofreu e morreu, mas
ressuscitou e foi exaltado (Fp 2.5-11).

Sendo assim, o Cristo vivo da revelação bíblica não é o Cristo apresentado


popularmente, ainda preso à cruz. Pelo contrário, é o Cristo vencedor e triunfante.
Este é o assunto a ser considerado no presente estudo.

Análise do texto
Nos tempos do Império Romano, era comum um general do exército conquistar e
anexar territórios aos domínios do imperador. Quando isto acontecia, o Senado
promovia uma grande festa em homenagem ao general vitorioso. Esta homenagem
era chamada de "triunfo". Em um triunfo, o general vitorioso era saudado e aclamado
como um herói.

Queimava-se incenso para homenageá-lo, e seus soldados marchavam alegres com


sua vitória. Mas os soldados derrotados marchavam cabisbaixos, caminhando
envergonhados para a escravidão ou a morte. O mesmo incenso que era símbolo de
vitória e alegria para uns, era símbolo de derrota e tristeza para outros.

Esta prática serviu como base e inspiração para o apóstolo Paulo escrever II Co 2.14-
17, o texto que este estudo pretende analisar. Esta passagem apresenta Cristo como
um general vitorioso, que através de sua morte e ressurreição, derrotou o diabo e
todos os demônios.

Para se entender II Co 2.14-17, é preciso, primeiramente, entender o contexto onde


esta passagem aparece. Sendo assim, os versículos 12 e 13 são importantes pra
ajudar a compreender toda a passagem: aí somos informados que o apóstolo estava
ansioso por ter viajado a Trôade e não ter encontrado seu amigo Tito.

Há uma brusca mudança no assunto, quando o apóstolo passa a louvar a Deus pela
vitória de Cristo.

Mais tarde, em 7.6,7, Paulo, mais uma vez, fala sobre seu reencontro com Tito.
Naquele momento de angústia, ele foi fortalecido pela lembrança do triunfo de Cristo.
Este belo texto nos sugere algumas ideias, a saber:

1 - O ALCANCE DO TRIUNFO DE CRISTO.


"Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e, por meio de
nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento", diz o v. 14. Este
versículo fala que a vitória obtida por Cristo Jesus na cruz tem grande amplitude, isto
é, um alcance tremendo. Pode-se afirmar que vitória de Cristo tem:

1.1. Alcance Cósmico - Quando Paulo diz "em todo lugar", está afirmando que a
vitória de Jesus na cruz tem efeitos que são conhecidos até no mundo espiritual.

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Ultimamente, a Igreja evangélica brasileira tem visto pessoas com uma preocupação
muito grande em batalha espiritual, que dão muita ênfase aos demônios e suas obras.
É preciso lembrar que todos os demônios foram derrotados por Cristo Jesus em seu
triunfo maravilhoso.

Em Cl 2.15,0 apóstolo fala sobre este mesmo assunto e diz que Cristo, na cruz, expôs
ao desprezo as forças espirituais da maldade. Certamente isto aconteceu no mundo
espiritual.

1.2. Alcance Mundial - A vitória de Cristo tem, naturalmente, um alcance mundial, que
é manifesto por Ele mesmo em toda parte. O conhecimento de salvação em Cristo
deve se espalhar para todas as partes do mundo que Deus amou e ao qual enviou
Seu Filho para salvar (Jo 3.16).

A crença nesta verdade deve levar os crentes a um compromisso renovado com a


evangelização mundial, pois é preciso que as pessoas de "todas as nações, tribos,
povos e línguas" (Ap 7.9) glorifiquem o Cristo vencedor. E isto só acontecerá através
do esforço missionário.

1.3. Alcance Histórico - "Deus nos conduz em triunfo sempre", diz Paulo. A palavra
"sempre" indica que a vitória de Cristo deve ser comunicada em todo tempo. E um
anúncio de valor permanente, que atravessa os séculos com o mesmo poder de salvar
os que creem (Mc 16.16).

Muitas mensagens e filosofias têm surgido e desaparecido no decorrer da história da


humanidade. Doutrinas que no passado tinham muitos seguidores, hoje são
conhecidas apenas de uns poucos estudiosos. A mensagem salvadora de Cristo, no
entanto, tem valor permanente: nunca perde seu poder; nunca envelhece. Louvado
seja o Senhor por isso!

2 - O RESULTADO DO TRIUNFO DE CRISTO.


Os versículos 15 e 16 falam sobre o resultado, isto é, a consequência do triunfo
cósmico, mundial e histórico que glorifica a Cristo. Na verdade, pode-se dizer que este
resultado é duplo, pois os versículos falam sobre duas classes de pessoas: os que são
salvos e os que se perdem.

Para os que se rendem a Cristo e entregam suas vidas a Ele, o triunfo produz o doce e
agradável "aroma de vida para a vida ".

No entanto, para os que rejeitam o Evangelho de Cristo e o Cristo do Evangelho, o


mesmo cheiro é "cheiro de morte para a morte".

O que Paulo está ensinando, é que a mensagem do Evangelho que representa


salvação para uns, representa perdição para outros. Os antigos sábios judeus diziam
que "assim como a abelha reserva o mel para seu proprietário e o ferrão para os
outros, a lei de Deus é fonte de vida para uns (os que creem) e veneno mortal para
outros (os que não creem)".

Por ser a pregação do Evangelho tão poderosa em seus efeitos, o apóstolo pergunta:
"Quem, porém, é suficiente para estas cousas?"(16b).

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3 - O DESAFIO DO TRIUNFO DE CRISTO.


Finalmente, o maravilhoso triunfo de Cristo apresenta um poderoso desafio aos
cristãos fiéis. O versículo 17 fala sobre aqueles que estão "mercadejando a palavra de
Deus".

A Bíblia de Jerusalém traduz esta passagem por "falsificar" a Palavra de Deus. Por
detrás desta expressão, está a ideia do comerciante desonesto que, para se
enriquecer rapidamente, acrescenta água ao vinho (ou leite) que vende.

Paulo, aqui, está se defendendo daqueles que duvidavam de sua autoridade


apostólica, dizendo que não estava buscando lucro pessoal com o anúncio do
Evangelho de salvação pela fé em Cristo.

Assim, esta passagem apresenta um desafio aos cristãos no sentido de apresentarem


o Evangelho de maneira honesta, com integridade pessoal, sem acrescentar ou tirar,
seja lá o que for de sua mensagem, e também sem buscar apenas seu
enriquecimento.

Hoje em dia, vê-se que há muitos que querem fazer da pregação do Evangelho uma
maneira de "subir na vida", adquirindo riquezas e prosperidade financeira.

Este não é e nem pode ser o objetivo da pregação do Evangelho. Antes, o anúncio do
triunfo de Cristo deve ser feito com temor e tremor, "na presença de Deus, com
sinceridade e da parte do próprio Deus".

AUTOR: REV. CARLOS RIBEIRO CALDAS FILHO

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