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Alteração do contrato de trabalho (468 CLT):

Para alteração no contrato de trabalho, alguns requisitos (obrigatoriamente) precisam estar


presentes, são eles:

Regra:

• Não trazer prejuízos ao empregado. (9º e 444 CLT);


• Mútuo consentimento das partes: anuência do empregado. A regra é a alteração bilateral.

Exceção:

Trata-se de hipótese de alteração unilateral lícita.

Jus variandi: direito que o empregador possui de alterar o contrato de trabalho unilateralmente,
mesmo que cause prejuízo ao empregado, desde que seja respeitado os ditames legais.

Classificação do jus variandi:

• Ordinário: pequenas alterações contratuais, como alteração do uniforme utilizado na


empresa.

• Extraordinário: alterações substanciais do contrato, como transferência de turno do


empregado, do noturno para o diurno, com supressão do adicional (Súmula 265 TST).

Importante: o parágrafo único do art. 444 da CLT objetiva autorizar que as partes, em contrato
individual, possam realizar a mesma negociação estabelecida entre sindicatos e empregadores.

(Reforma trabalhista – Lei 13.467/2017)

Transferência:

A transferência do empregado para outro local pode ser efetuada (469 CLT):

 se houver mútuo consentimento;


 não sendo considerada transferência que acarrete alteração do domicílio do
empregado;
 necessidade dos serviços (especialidade).

Não há transferência sem mudança de domicílio – outro município que não pertença à mesma
região metropolitana.

Exceções:

 Empregados que exerçam cargo de confiança ou cujos contratos prevejam a


transferência (explícita – contrato – ou implícita – exemplo das 2 fábricas químicas e
apenas 1 engenheiro químico);
 Extinção do estabelecimento em que o empregado trabalha;
 Transferência provisória, de acordo com necessidade do trabalho.
Adicional de Transferência (469, §3º, CLT): no mínimo 25% a mais do salário do empregado,
devido apenas para as transferências provisórias; definitiva não faz jus ao adicional.

Despesas decorrentes da Transferência (470 CLT): não importa se é provisória ou definitiva, o


empregador arcará com as despesas decorrentes da transferência.

Cargo de confiança: Se for provisória, independentemente do cargo que exerce, adquire o


direito do adicional de transferência.

Observação: a única hipótese em que o empregado poderá ser transferido sem que haja a
necessidade dos serviços será quando a empresa fechar as portas na localidade, em razão do
princípio da continuidade.

Dica: Contrato de trabalho pode ser alterado por mútuo consentimento e sem prejuízo ao
empregado. Reversão: em função de confiança, o empregado retorna ao cargo anterior –
sempre será possível, não há exceção, e não há mais a incorporação de gratificação.

Obs.: segundo o artigo 468, §2º, CLT, não importa quanto tempo o empregado receba
gratificação de função, pois se ele for revertido não haverá a incorporação da gratificação. Sendo
assim, prejudicada a Súmula 372, item 1, do TST.

Suspensão do Contrato e Interrupção do Contrato (arts. 471 ao 476-A, CLT)

Suspensão do Contrato de Trabalho:

“---“
Na suspensão o empregado não trabalha para o empregador (-), não recebe o salário (-) e o
tempo de serviço não será computado (-).

Exemplo: greve, auxílio doença, faltas injustificadas, aposentadoria por invalidez, múnus público
(cargo eletivo), Lay off (art. 476-A, CLT – o trabalho pode ser suspenso por um período de 2 a 5
meses para participação do empregado em curso ou em programa de qualificação profissional
oferecido pelo empregador). Neste caso o empregador pode até fornecer uma ajuda pecuniária,
mas essa ajuda pecuniária fornecida não tem natureza salarial.

Suspensão penalidade o empregador somente não poderá suspender o empregado por mais de
30 dias porque senão dá ensejo a rescisão indireta do contrato de trabalho.

Observação:

1) Serviço Militar obrigatório; e


2) Empregado que sofre acidente de trabalho e recebe auxílio doença acidentário após o 15º
dia.

Essas hipóteses são causas de suspensão do contrato, mas o tempo de serviço será
computado, o que significa dizer que o FGTS deverá ser recolhido.

Nessas duas situações art. 4º, parágrafo 1º da CLT.


Essa suspenção é sui generis porque temos a questão do cômputo do serviço, significa que
recolhimento de FGTS.
Art. 472, parágrafo 2º da CLT – nos contratos com prazo determinado o tempo de afastamento
se assim acordarem as partes não será computado na contagem do prazo para terminação.
Dica: Se o afastamento do empregado for por auxílio doença acidentário ou por aposentaria
por invalidez, apesar da suspensão, em regra, é obrigatório manter o plano de saúde, sob as
mesmas condições que havia sido mantido.

Interrupção do Contrato de Trabalho:

“- + +”

Na interrupção o empregado não trabalha para o empregador (-), recebe o salário do


empregador (+) e computa o tempo de serviço (+).

Exemplo: férias, faltas justificadas até o 15º dia, todas as causas do Art. 473, CLT são causas de
interrupção do contrato de trabalho, licença paternidade (5 dias).

Art. 320, parágrafo 3º da CLT – não serão descontados o período de nove dias as faltas em
virtude de casamento, falecimento do cônjuge, pai, mãe e filho.

Duração do trabalho:

COMPENSAÇÃO, PRORROGAÇÃO, INTERVALOS

1) Prorrogação de Jornada (art. 59, CLT)


Na prorrogação de jornada será permitido que tenhamos até 2 horas suplementares,
especificamente por Acordo Individual ou Norma Coletiva. A Constituição Federal fala que o
limite de horas de por dia de trabalho é de 8 horas e 44 horas por semana e admite-se uma
compensação por meio de uma Negociação Coletiva, mas a CLT admite e uma prorrogação de
jornada, ou seja, admite-se que o empregado tenho pactuado com o empregador uma
prorrogação de 2 horas suplementares, ou seja, não precisa compensar depois, mas
simplesmente prorrogar, isso pode ser por um acordo escrito ou por uma Norma Coletiva.

2) Compensação mensal (art. 59, § 6º da CLT)


Na compensação trabalha-se um pouco a mais dentro de um determinado dia, mas no caso não
iremos receber, mas sim folgar. A compensação poderá ser feita por acordo individual, tácito ou
escrito.

3) Banco de Horas (art. 59, § 2º ao § 5º da CLT)


É uma possibilidade admissível de compensação de horas, ou seja, trata-se da possibilidade de
acréscimo na jornada de trabalho em um dia em troca do decréscimo em outro sem que haja
necessidade de pagamento de horas extras.

Requisitos:
a) Norma Coletiva;
b) 10 horas dia;
c) Compensação em 1 ano.

Cuidado!
Com a reforma trabalhista, também pode por Acordo Individual escrito, a compensação será em
6 meses.

4) Jornada 12X36 (art. 59-A da CLT)


O empregado trabalha por 12 horas e folga por 36 horas, desde que estabelecida em norma
coletiva ou por acordo individual escrito. Entende-se que ela é mais benéfica ao empregado,
pois permite que ele trabalhe menos tempo ao logo do mês (em média, 191 horas). Nesta caso
também temos o intervalo para a refeição e descanso, caso não tenha terá que ser remunerado
pelo empregador.

5) Intervalo para refeição e descanso (art. 71 da CLT)


a) O intervalo intrajornada objetiva que o empregado faça as suas refeições e tenha um período
de descanso. Não é computado na jornada de trabalho e será fixado nos seguintes limites:
- Jornada de até 4 horas de trabalho: não há intervalo;
- Jornada de 4 a 6 horas: 15 minutos de intervalo (Art. 71, § 1º da CLT);
- Jornada de mais de 6 horas: de 1 a 2 horas de intervalo (art. 71, caput da CLT);

Cuidado!
O limite de 1 hora pode ser reduzido por Norma Coletiva (art. 611-A, III da CLT), ou mediante
autorização do Ministério do Trabalho.

- O limite de 2 horas pode ser aumentado por acordo escrito ou norma coletiva. Exemplo:
garçom

c) A não concessão do intervalo irá gerar a indenização do tempo que faltou + 50%. (art. 71, §
4º da CLT).

Cuidado!
Mudança com a Reforma Trabalhista:
1) A empresa pagará somente o tempo que faltou.
2) A lei não tem mais isso como uma remuneração, não tem natureza salarial, isso tem natureza
indenizatória, não gera reflexos.

6) Horas In Itinere
Como regra, o período de deslocamento da casa para o trabalho não computa na jornada (art.
58, § 2º da CLT).
Art. 4º, § 2º da CLT – Traz um rol de situações em que diz expressamente enquanto o empregado
estiver fazendo isso ele não tem tempo computado de jornada, então, por exemplo, pratica
religiosas, descanso, lazer, estudo, alimentação, higiene pessoal, relacionamento social, troca
de uniforme.

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