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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS


CAMPUS XIX - CAMAÇARI

EMILE LEAL PEREIRA DA SILVA


FERNANDA EVANGELISTA DE MENEZES
LAYZE MORAES LOPES
LUCAS DE JESUS BARBOSA
LOURENÇO

POLÍTICAS PÚBLICAS DO BEM ESTAR DA PESSOA HUMANA


PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

Camaçari - Bahia
2018
EMILE LEAL PEREIRA DA SILVA
FERNANDA EVANGELISTA DE MENEZES
LAYZE MORAES LOPES
LUCAS DE JESUS BARBOSA
LOURENÇO

POLÍTICAS PÚBLICAS DO BEM ESTAR DA PESSOA HUMANA


PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR – PNAE

Trabalho solicitado pela docente Ana Lívia aos alunos do


7º Semestre do Curso de Direito da Universidade do
Estado da Bahia – Campus XIX, como atividade avaliativa
da disciplina de Políticas Públicas.

Camaçari - Bahia
2018
1. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO PNAE

A alimentação escolar, definida por lei1 como “todo alimento oferecido no


ambiente escolar, independentemente de sua origem, durante o período letivo”,
constitui um elemento fundamental no desenvolvimento, aprendizagem e
rendimento acadêmico dos estudantes. Em segundo plano, ainda representa
uma forma de aquisição de hábitos alimentares saudáveis.
Tendo em vista a importância da alimentação escolar, é que o governo
desenvolve ações voltadas à esta área, sendo uma dessas ações o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). De acordo com as informações
obtidas através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) 2,
este programa consiste numa política pública através da qual é disponibilizada a
“alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes
de todas as etapas da educação básica pública”.
Nesse sentido, são beneficiados por este projeto todos os alunos da
educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e
adultos (EJA), que estejam devidamente matriculados na rede pública de
educação. Além disso, também estão inclusos no âmbito dos beneficiados os
estudantes de entidades filantrópicas.
A execução do PNAE tem início através do repasse, pelo governo federal,
de valores financeiros de natureza suplementar aos demais entes de federação
(estados e municípios) para financiar a compra de alimentos que serão
destinados às escolas. O repasse é realizado em 10 parcelas mensais,
compreendidas entre os meses de fevereiro a novembro, a fim de cobrir 200 dias
letivos.

1 BRASIL. Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação


escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera as Leis
nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.507, de 20 de julho de
2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei
no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências. Brasília, 16 jun. 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11947.htm>. Acesso em: 26 set.
2009.
2
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ministério da Educação. Sobre o
Pnae. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/programas-suplementares/pnae-
sobre-o-programa/pnae-sobre-o-pnae>. Acesso em: 26 set. 2018
Ademais, o repasse se dá proporcionalmente ao número de estudantes
matriculados em cada rede de ensino, tendo como base o Censo Escolar
realizado no ano que antecede a distribuição das verbas.
Ainda segundo dados apresentados pelo FNDE3:

Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por


dia letivo para cada aluno é definido de acordo com a etapa e
modalidade de ensino: Creches: R$ 1,07; Pré-escola: R$ 0,53; Escolas
indígenas e quilombolas: R$ 0,64; Ensino fundamental e médio: R$
0,36; Educação de jovens e adultos: R$ 0,32; Ensino integral: R$ 1,07;
Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral:
R$ 2,00; Alunos que frequentam o Atendimento Educacional
Especializado no contraturno: R$ 0,53.

Nesse diapasão, é importante observar que o PNAE visa garantir aos


estudantes da rede pública o direito a uma alimentação saudável e equilibrada,
garantindo as necessidades nutricionais dos alcançados e, consequentemente,
concretizando o direito humano e universal à alimentação.
Segundo consta na Resolução nº 32 do Conselho Deliberativo do FNDE,
o PNAE é um programa que tem como princípios balizadores o da universalidade
de atendimento, respeito aos hábitos alimentares, a equidade, a
descentralização das ações e a participação social.
Além de princípios, a Resolução acima citada traz as diretrizes do
programa, quais sejam: o emprego de uma alimentação saudável, aplicação da
educação alimentar e nutricional no processo de ensino-aprendizagem, a
promoção de ações educativa e o apoio ao desenvolvimento sustentável.
Pelo tudo o quanto exposto, fica evidente que o PNAE é considerado
como uma oportunidade não só de oferecer alimentos que contemplem as
necessidades nutricionais dos educandos, na ocasião em que estão na
instituição de ensino, mas também de colaborar para o progresso do processo
de ensino e de aprendizagem e o desenvolvimento de hábitos alimentares
saudáveis na comunidade local e escolar. Notoriamente, a educação e
alimentação escolar dialogam entre si e, juntas possibilitam um ensino de
qualidade.

3BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ministério da Educação. Sobre o


Pnae. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/programas-suplementares/pnae-
sobre-o-programa/pnae-sobre-o-pnae>. Acesso em: 26 set. 2018
1.1 Qualidade da merenda escolar

A qualidade da merenda escolar está inteiramente relacionada ao


desenvolvimento do aluno, já que hábitos alimentares saudáveis melhoram a
aprendizagem, fazendo com haja maior absorção de conhecimento. Assim, é a
alimentação um fator determinante para facilitação da educação e para
permanência na escola, a depender das condições de vida a que o aluno esteja
exposto.
É necessário entender que a promoção da alimentação saudável está
diretamente ligada ao espaço escolar, sendo assim de suma importância fazer
com que os alunos criem hábitos alimentares adequados, pois uma alimentação
não saudável pode ocasionar consequências no desenvolvimento físico, mental
e possíveis limitações na aprendizagem. Nesse sentindo, as escolas devem
oferecer cardápios variados e com uma merenda preparada de forma
diferenciada, fazendo com que a aceitabilidade seja maior e a presença dos
alunos mais constante, assim como desempenho destes nas disciplinas.
De acordo com Bezerra (2009)4, quando há disponibilidade de merenda
escolar os alunos se apresentam mais alegres, não faltam às aulas e tem
rendimento satisfatório quanto à aprendizagem e que, na falta da merenda
escolar o rendimento escolar e a concentração dos alunos diminuem, além de
ficarem mais tristes, irritados e difíceis de controlar. É sabido que a merenda
escolar atua diretamente no desenvolvimento do aprendizado da criança em
fases iniciais de formação, o que depende também das condições de vida da
criança (Neto, Bezerra, Santos, 2012).
Os cardápios planejados devem ser adequados e eficientes, voltados para
realidade do aluno, a fim de que exista um nível alto de contemplação e o
estudante volte de forma espontânea e fique realizado por utilizar da merenda
oferecida pela Instituição pública. A possível aceitação por parte dos acadêmicos
irá depender da qualidade do lanche ofertado. Caso seja preparado
adequadamente, saboroso, variado, balanceado, visualmente atrativo, existe
uma maior possibilidade aprovação pelos menos, além disso, evita o desperdício
de alimentos e do dinheiro gasto na compra de gêneros alimentícios rejeitados.

4
BEZERRA, J. A. B. Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da merenda escolar.
Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14 n. 40, p. 103-115, 2009.
A qualidade de refeições é cobrada nos diferentes espaços de
alimentação, independentemente de ser uma instituição pública ou privada e,
esse fato é devido à maior importância dada para a saúde por parte das pessoas
e da mesma forma, dos programas de alimentação escolar (Neto, Bezerra,
Santos, 2012).5
O serviço de alimentação escolar envolve a expectativa do aluno para o
alimento oferecido em relação à qualidade, sendo essa relação fundamental
para o bom funcionamento dos programas de alimentação escolar e ainda
garantirá que o aluno tenha vontade de continuar se servindo do alimento
distribuído (Neto, Bezerra, Santos, 2012)6.

1.2 Aspectos nutricionais dos alimentos oferecidos a merenda escolar

O PNAE – programa do governo brasileiro na área de alimentação escolar


– elaborou um manual de apoio para as atividades técnicas do nutricionista, que
manifesta um conjunto de informações e recomendações no que concerne às
responsabilidades desses profissionais que atuam na alimentação escolar.
Esse manual orienta a elaboração dos cardápios da alimentação escolar
evidenciando que a escolha deles deve extrapolar a definição do que os alunos
irão comer. O planejamento é ponto chave na hora de montar o cardápio, devem
ser observadas as particularidades no que tange aos hábitos e restrições
alimentares dos alunos, a adequação às faixas etárias e aos perfis
epidemiológicos das populações atendidas para delinear a quantidade e a
qualidade dos alimentos, o respeito aos hábitos alimentares, e à cultura alimentar
de cada localidade prezando pela alimentação saudável e adequada.
A importância em oferecer um cardápio nutritivo, variado e saboroso
concentra-se no fato de que as experiências alimentares assimiladas na fase da
infância são decisivas na formação dos padrões alimentares adotados pelos
indivíduos, tendo em vista que o espaço escolar é um importante local onde
propicia o contato e a criação de hábitos alimentares saudáveis. Outrossim,

5
op.cit

6
op.cit
também é dever da escola disseminar condutas adequadas que assegurem o
controle de deficiências nutricionais e a diminuição da desnutrição infantil e das
doenças não transmissíveis.
Ao planejar e elaborar os cardápios é imprescindível considerar fatores
como: a alimentação escolar diversificada, de boa qualidade nutricional e
higiênico-sanitária, saborosa, consoante aos hábitos culturais locais e com ótima
aparência, já que não adianta apenas determinar o que o alunado irá comer na
alimentação escolar de cada dia da semana/mês sem desconsiderar os critérios
sobre o assunto.

2. LEGISLAÇÃO DA MERENDA ESCOLAR

Geral
 Constituição Federal/1988, arts. 205 e 208
 Lei nº 4.320, de 17.3.1964 - Institui normas gerais de Direito Financeiro
para elaboração e controle dos Orçamentos e Balanços da União,
Estados, Municípios e Distrito Federal
 Lei nº 8.666, de 21.6.1993 - Normas sobre licitações e contratos
 Lei Complementar nº 101, de 4.5.2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
 Lei nº 10.172, de 09 de junho de 2001 - Plano Nacional de Educação
 Outras informações - ver o Site http://www.fnde.gov.br/

Específica

 Resolução nº 33, de 24/08/2006 - Altera o disposto no art. 9º da Resolução


CD/FNDE nº 032, de 10 de agosto de 2006.
 Resolução nº 32, de 10/8/2006 - Estabelece as normas para a execução
do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
 Resolução CFN nº 358/2005, do Conselho Federal de Nutrição - Dispõe
sobre as atribuições do Nutricionista no âmbito do Programa de
Alimentação Escolar (PAE) e dá outras providências
3. PARCEIROS DO PROGRAMA E SUAS COMPETÊNCIAS

Abaixo estão relacionados os parceiros do Programa de Alimentação


Escolar (PNAE) e suas competências:
 FNDE - É responsável pela assistência financeira em caráter
complementar, normatização, coordenação, acompanhamento,
monitoramento e fiscalização da execução do programa, além da
avaliação da sua efetividade e eficácia.
 Entidades executoras (EE) - Secretarias de Educação dos estados e
do Distrito Federal, prefeituras municipais e escolas federais, que são
responsáveis pelo recebimento e pela execução dos recursos
financeiros transferidos pelo FNDE.
 Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal - Atendem
as escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
 Prefeituras municipais - Atendem as escolas públicas municipais, as
mantidas por entidades filantrópicas e as da rede estadual, quando
expressamente delegadas pelas secretarias estaduais de Educação.
 Escolas federais - Quando optam por receber diretamente os
recursos, que podem ser incluídos no repasse destinado às prefeituras
das respectivas cidades.
 Conselho de Alimentação Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e
autônomo composto por representantes do Executivo, do Legislativo
e da sociedade, professores e pais de alunos, com mandato de dois
anos. O principal objetivo do CAE é fiscalizar a aplicação dos recursos
transferidos e zelar pela qualidade dos produtos, desde a compra até
a distribuição nas escolas, prestando sempre atenção às boas práticas
sanitárias e de higiene.
 Tribunal de Contas da União e Secretaria Federal de Controle Interno
- São órgãos fiscalizadores.
 Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios ou órgãos similares - Responsáveis pela inspeção sanitária
dos alimentos.
 Ministério Público da União - Responsável pela apuração de
denúncias, em parceria com o FNDE.
4. ÓRGÃOS GESTORES / ÁREAS GESTORAS
Do ponto de vista operacional, participam do PNAE:
Governo Federal, por meio do FNDE – Responsável pela definição das
regras do programa. É aqui que se inicia o processo de financiamento e
execução da alimentação escolar.
Entidades Executoras (EEx) – Secretarias de Educação dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios e as escolas federais, que se
responsabilizam pelo desenvolvimento de todas as condições para que o PNAE
seja executado de acordo com o que a legislação determina.
Unidade Executora (UEx) – Sociedade civil com personalidade jurídica
de direito privado, vinculada à escola, sem fins lucrativos, que pode ser instituída
por iniciativa da escola, da comunidade ou de ambas. As Unidades Executoras
podem ser chamadas de “Caixa Escolar”, “Associação de Pais e Mestres”,
‘Círculo de Pais e Mestres” ou “Unidade Executora”. Representam a comunidade
educativa.
Conselho de Alimentação Escolar – Responsável pelo controle social
do PNAE, isto é, por acompanhar a aquisição dos produtos, a qualidade da
alimentação ofertada aos alunos, as condições higiênico-sanitárias em que os
alimentos são armazenados, preparados e servidos, a distribuição e o consumo,
a execução financeira e a tarefa de avaliação da prestação de contas das EEx e
emissão do Parecer Conclusivo.
Ademais, existem outras instituições que apoiam o PNAE:
Tribunal de Contas da União e Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria-Geral da União – Órgãos de fiscalização do
governo federal.
Ministério Público Federal – Em parceria com o FNDE, recebe e
investiga as denúncias de má gestão do programa.
Secretarias de Saúde e de Agricultura dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios –
Responsáveis pela inspeção sanitária, por atestar a qualidade dos produtos
utilizados na alimentação ofertada e por articular a produção da agricultura
familiar com o PNAE.
Conselho Federal e Conselhos Regionais de Nutricionistas – Fiscalizam
a atuação desses profissionais.

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