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Universidade Federal de São Carlos

Departamento de Engenharia Química


109096 - Processos da Indústria Química

AULA 2

PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E
ETANOL
Profa. Dra. Patricia Moreira Lima
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
C ANA-DE-AÇÚCAR

Origem provável a 6
mil anos A.C em
regiões próximas a
Índia.

No século XII chegou


a Europa.

Importantes regiões Em 1493,


produtoras surgiram nos Cristóvão
séculos seguintes, Colombo iniciou
especialmente no Extremo o cultivo da cana-
Oriente. de-açúcar nas
Antilhas.
C ANA-DE-AÇÚCAR

Em 1532 Martin Afonso de


Souza funda o primeiro
engenho de açúcar
brasileiro, em São Vicente,
Litoral de São Paulo –
Início do Ciclo da cana-de-
açúcar no Brasil.

Em 1535 Jerônimo de
Albuquerque funda o
primeiro engenho de açúcar
no Nordeste, em
Pernambuco, chamado de
engenho da Nossa Senhora
da Ajuda, nas proximidades
de Olinda.

A principal força de trabalho empregada foi a da mão-de-obra escravizada, primeiramente indígena e


em seguida majoritariamente de origem africana.
C ANA-DE-AÇÚCAR
OUTRAS MATÉRIAS-PRIMAS

Sorgo

Cevada Trigo

Aveia

Milho
OUTRAS MATÉRIAS-PRIMAS

Beterraba
açucareira
Sorgo
sacarino
F L U X O G R A M A D E P RO D U Ç Ã O D E E TA N O L , A Ç Ú C A R E E N E R G I A
https://www.youtube.com/watch?v=M0v72GqKYwo&list=PL0WGmHaMFwEjwGajerh8qZiH8q23b7tZx

Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
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Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
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Fonte: BNDES e CGEE (2008)


PLANTIO, COLHEITA E TRANSPORTE
1) Plantio da cana
• Região Centro-Sul:
• setembro – outubro
• janeiro – março
• Região Nordeste:
• agosto – fevereiro
PLANTIO, COLHEITA E TRANSPORTE
1) Plantio da cana
• Variedades de cana-de-açúcar:
• Planalsucar – Ridesa (RB) • Exigência dos solos
• Copersucar (SP) – CTC (CTC)
• IAC (IAC) • Maturação
• Rendimento de
Transporte
• Colheita mecânica
• Brotação
• Sensibilidade a herbicidas
• Tolerância a seca
• Exigência de água
PLANTIO, COLHEITA E TRANSPORTE

2) Colheita da cana
• Manual – queimada (Encerrada em 2017)
• Mecanizada
• Região Centro-Sul: abril – novembro
• Região Nordeste: novembro – abril
PLANTIO, COLHEITA E TRANSPORTE

3) Transporte da cana, pesagem e descarregamento

• Predominantemente rodoviário
• Colheita mecanizada: cana picada
• Pesagem:
• Antes e após o descarregamento
• Controle da moagem
• Cálculo do rendimento industrial
e do teor de sacarose da cana.
• Descarregamento:
• Diretamente nas esteiras
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
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Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
DESCRIÇÃO DO PROCESSO

• Variáveis importantes – acompanhamento, gestão, operação do processo produtivo:

• O caldo é uma solução aquosa de açúcares e impurezas. A indústria açucareira utiliza para o
acompanhamento do processo algumas unidades de medidas específicas:

• POL é a porcentagem em massa de sacarose aparente contida em uma solução açucarada


de peso normal determinada pelo desvio provocado pela solução no plano de vibração da luz
polarizada.

• Brix é a portacentagem em massa de sólidos solúveis contidos em uma solução de sacarose


quimicamente pura.

• Pureza sacarimétrica (POL/Brix) é a porcentagem de sacarose nos sólidos solúveis

• Impureza mineral solúvel

• AR são açúcares redutores (glicose, frutose)

• O termo açúcares redutores totais (ART) consiste na soma de todos os açúcares contidos
numa solução açucarada.
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

1) Processo de Preparo

Nivelador Picador Desfibrador

Fonte: http://mundodacana.blogspot.com/2009/01/processo-de-limpeza-e-preparo-da-cana.html
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

1) Processo de Preparo

Nivelador Picador Desfibrador

Nivelador
Prepara a cana a ser enviada ao desfibrador
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

1) Processo de Preparo

Nivelador Picador Desfibrador

Picador
Equipamento rotativo de facas fixas, que opera a uma velocidade
periférica de 60m/s, e tem por finalidade aumentar a densidade da cana,
cortando-a em pedaços menores, preparando-a para o trabalho do
desfibrador.
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

1) Processo de Preparo

Nivelador Picador Desfibrador

Desfibrador
O desfibrador contém um conjunto de martelos oscilantes que gira em
sentido contrário à esteira, forçando a passagem da cana por uma
pequena abertura ao longo da placa desfibradora.
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO
2) Processo de extração

CANA PICADA
E DESFIBRADA EXTRAÇÃO CALDO

~9% Brix - Destilaria


~15% POL BAGAÇO ~17% Brix - Fábrica
~19% Brix
~13% Fibra

~50% umidade
~1,5% POL
~46% Fibra
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO
2) Processo de extração DIFUSORES
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO
2) Processo de extração
MOENDAS
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO
2) Processo de extração
ATRIBUTO DIFUSOR MOENDA
Por osmose; Capacidade de extração de
Por pressão; Extração em torno de
97,5% a 98,5% de caldo; POL% variando
EXTRAÇÃO 96,5% a 97,5%;Variação da POL%
entre 0,7% a 1%, não excedendo este
girando em torno de 1,6% a 2,3%.
limite.
Não há dificuldades de extração
QUALIDADE DA Extração deficiente quando a matéria-
relacionados à qualidade da matéria-
MATÉRIA-PRIMA prima possui baixo teor de fibra.
prima.

ÍNDICE DE Este índice não precisa ser alto podendo


Para eficiência satisfatória é obrigatório
PREPARO DA variar entre 80% e 92% para o mesmo
um índice de preparo de 90% a 92%.
MATÉRIA-PRIMA grau de eficiência.

O caldo obtido é mais limpo e Há bagacilho contido no caldo. Porém


CALDO parcialmente clarificado, devido às após peneiramento este caldo pode
impurezas retidas pelo bagaço. seguir para o setor de fabricação.

O bagaço é ruim para queima, pois Bagaço excelente para queima (pouca
BAGAÇO
contém muitas impurezas e alta umidade. umidade).
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

2) Processo de extração
ATRIBUTO DIFUSOR MOENDA
Para o mesmo nível de extração, o grau de embebição é o mesmo para
EMBEBIÇÃO
ambos.
BALANÇO Geração de 60MW e consumo de Geração de 40MW e consumo
ENERGÉTICO 12MW. Saldo = 48MW. de 40MW. Saldo = 0MW.
Há a possibilidade de expansão
CUSTO INICIAL Possui custo inicial maior. dos ternos conforme a
necessidade/desejo.
Manutenção difícil e de alto
MANUTENÇÃO Manutenção fácil e de baixo custo.
custo.

Dependente da aceleração gravitacional,


obrigando uma velocidade fixa de operação; Não apresenta problemas com
FLEXIBILIDADE
OPERACIONAL
Processo contínuo e automático, onde interrupções; Exige funcionários
interrupções frequentes não são interessantes; especializados em tal processo.
Não necessita de funcionários especializados.

Exige maior espaço horizontal, podendo ser


ESPAÇO FÍSICO Exige estrutura predial.
instalado ao ar livre.
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
PENEIRAMENTO AREIA
DECANTADOR ARGILA
CALDO HIDROCICLONES BAGACILHO
~9% Brix - Destilaria
~17% Brix - Fábrica CALDO

SULFITAÇÃO CALAGEM

FILTRAÇÃO DECANTADOR AQUECIMENTO

TORTA
~2,5 % Brix ~9% Brix - Destilaria
~6,0% Fibra ~17% Brix - Fábrica
CALDO FILTRADO CALDO CLARIFICADO
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
- Sulfitação
Consiste na absorção de SO2 pelo caldo baixando o pH a 3,8 - 4,0.
• Inibe reações que causam
formação de cor;
• Coagulação de colóides
• Formação do precipitado CaSO3;
• Diminuir a viscosidade do caldo;

Coluna de
absorção
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
- Calagem
Adição de leite de cal para ajuste de pH final.
• pH = 7,2 ~ 7,4
• Decantação de matérias orgânicas e inorgânicas
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
- Aquecimento
O caldo é enviado para um conjunto de aquecedores (trocadores de
calor), e aquecido a 105°C – 110°C.
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
- Decantação
• O caldo aquecido é enviado aos clarificadores ou decantadores,
onde permanece por 2 a 3 horas em baixa velocidade (descanso),
onde neste processo, ele decanta as impurezas (lodo).
• O caldo sai limpo e claro, com tonalidade levemente amarelada e
totalmente transparente a luz (sem turbidez).
PREPARO, EXTRAÇÃO E TRATAMENTO

3) Tratamento
- Filtração
• O lodo da decantação é filtrado e obtem-se a torta de filtro e o caldo
filtrado.
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
F L U X O G R A M A D E P RO D U Ç Ã O D E E TA N O L , A Ç Ú C A R E E N E R G I A

Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
PRODUÇÃO DE ETANOL

PREPARO DO
MOSTO FÁBRICA DE
CALDO LEVEDURA
MÉIS LEVEDURA
~15-19% Brix

PREPARO DO FERMENTAÇÃO CENTRIFUGAÇÃO


FERMENTO
Caldo
EtOH
CO2
Levedura VINHO
Subprodutos
~ 7 – 12% EtOH

VINHAÇA
DESIDRATAÇÃO DESTILAÇÃO FLEGMA
FLEGMAÇA
ÓLEO FÚSEL

ETANOL ANIDRO ETANOL HIDRATADO


~99,8% EtOH ~95,6% EtOH
PRODUÇÃO DE ETANOL

1) Fermentação

C12H22O11 CH3CH2OH
Sacarose Etanol

C12H22O11 + H2O  C6H12O6 + C6H12O6


C6H12O6  2 CH3CH2OH + 2 CO2

• Processo bioquímico exotérmico (necessita resfriamento)


• Levedura Saccharomyces cerevisiae
• Temperatura de processo: 32 – 35°C
• Produtos da fermentação:
• Etanol, CO2, Glicerol, Ácido Succínico, Ácido acético, Óleo fúsel, Butilenoglicol, Biomassa
PRODUÇÃO DE ETANOL

1) Fermentação
• Processo contínuo • Facilidade e baixo custo
de automação
• Custo baixo de
instalação
• Difícil controle
microbiológico
• Dificuldade de limpeza
das dornas (reatores)

~ 7 – 12% EtOH
PRODUÇÃO DE ETANOL

1) Fermentação • Alto custo de automação


• Processo batelada e manutenção
• Alto baixo de instalação
• Fácil controle
microbiológico
• Facilidade de limpeza das
dornas (reatores)

~ 7 – 12% EtOH
PRODUÇÃO DE ETANOL

2) Destilação • Processo para concentrar o etanol nas concentrações


demandadas pelo mercado (anidro ou hidratado)
• Ocorre em colunas de destilação
• A destilação fundamenta-se no processo físico de equilíbrio
líquido/vapor que permite separar dois ou mais
componentes de uma mistura. O princípio base é a diferença
de volatilidades dos componentes.
PRODUÇÃO DE ETANOL
PRODUÇÃO DE ETANOL

3) Desidratação
Não é possível obter por destilação etanol em concentração superior a 95,6% (em massa),
pois nessa concentração a mistura de etanol e água é azeotrópica.

• Desidratação com uso de uma terceira substância volátil (benzol, ciclohexano)


• Desidratação com uso de um absorvente regenerável (glicóis)
• Desidrataçãõ com uso de peneiras moleculares
PRODUÇÃO DE ETANOL
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
F L U X O G R A M A D E P RO D U Ç Ã O D E E TA N O L , A Ç Ú C A R E E N E R G I A

Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
PRODUÇÃO DE AÇÚC AR

EVAPORAÇÃO VAPOR VEGETAL


CALDO
~17-23% Brix XAROPE
~65% Brix

COZIMENTO CRISTALIZAÇÃO
MASSA COZIDA
~95% Brix

AÇÚCAR SECAGEM CENTRIFUGAÇÃO

MEL ou MELAÇO
(para destilaria)
PRODUÇÃO DE AÇÚC AR

1) Evaporação
• Concentração do caldo para a etapa de cristalização
• Emprego de evaporadores de múltiplos efeitos

CALDO XAROPE
~17-23% Brix ~65% Brix
PRODUÇÃO DE AÇÚC AR

2) Cozimento, Cristalização e Centrifugação


• Formação dos cristais de açúcar

AÇÚCAR ÚMIDO
~95% Brix
PRODUÇÃO DE AÇÚC AR

3) Secagem e Ensaque
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
F L U X O G R A M A D E P RO D U Ç Ã O D E E TA N O L , A Ç Ú C A R E E N E R G I A

Preparo I
Colheita

Preparo II Bagaço

Destilação Transporte
Tratamento
Fermentação

Evaporação

Cristalização
Secagem

http://www.cocal.com.br/conteudo/21/3/fluxograma-de-fabricacao.html
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

ÁGUA

BAGAÇO
~50% umidade
~1,5% POL CALDEIRAS GASES DE COMBUSTÃO
~46% Fibra

VAPOR

TURBINAS
GERADOR

ENERGIA ELÉTRICA
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

ÁGUA

BAGAÇO
~50% umidade
~1,5% POL CALDEIRAS GASES DE COMBUSTÃO
~46% Fibra

VAPOR

TURBINAS CONDENSADO
GERADOR

ENERGIA ELÉTRICA
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

Fonte: Ramos et al. (2003)


PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

1) Caldeiras

• Podem ser de :
• baixa (~22 bar/300ºC)
• média (~42 bar/ 400°C)
• alta pressão (~65 bar/480°C)
• Possuem um ciclo de água separado do restante da usina
• Produz vapor de baixa,média ou alta pressão
• O vapor pode ser utilizado diretamente em outros
equipamentos da usina ou enviados para o sistema turbina-
gerador Fonte: Ramos et al. (2003)
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

1) Caldeiras
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

2) Turbinas e geradores

• O vapor gerado nas


caldeiras alimenta uma
série de turbinas-
geradores
• O vapor é rebaixado e
condensado e retorna ao
processo na alimentação
das caldeiras
Fonte: Ramos et al. (2003)
PRODUÇÃO DE BIOELETRICIDADE

2) Turbinas e geradores
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas para o
setor
HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO ETANOL NO
BRASIL

1931 – EtOH como


aditivo (5%)

1975 – Programa 1973 – Crise do Petróleo


Nacional do
Álcool 1979 – Motores para
1984 – Carros à álcool funcionar com álcool
94,4% da produção de
veículos 2001 – Frota
dos carros à
álcool 1,2%

2003 – Lanaçamento do
carro-flex
A UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar – é a entidade
representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol
(álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil,
principalmente do Estado de São Paulo.
DISTRIBUIÇÃO DAS USINAS NO BRASIL

Fonte: UDOP (2019)


PRODUÇÃO GLOBAL DE ETANOL

Brasil e EUA produzem 85% do etanol mundial.

Fonte: https://afdc.energy.gov/data/10331
PRODUÇÃO GLOBAL DE AÇÚC AR

Fonte: USDA (https://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/sugar.pdf)


IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES - ETANOL

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/agroenergia/etanol-comercio-exterior-brasileiro
IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES - AÇÚC AR

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/agroenergia/acucar-comercio-exterior-brasileiro
DADOS DE PRODUÇÃO - BRASIL: C ANA -DE-AÇÚC AR

Produção da cana-de-açúcar
Unidade: Mil toneladas

Safra 2013/2014 2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019


Região
Centro- 597.061 573.145 617.709 607.137 596.260 573.125
Sul
Região
Norte-
Nordest 54.233 60.782 49.115 44.704 44.806 47.707
e
Brasil 651.294 633.927 666.824 651.841 641.066 620.832

Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA
DADOS DE PRODUÇÃO - BRASIL: AÇÚCAR

Produção de açúcar

Unidade: Mil toneladas


Safra 2013/2014 2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019
Região
Centro- 34.295 32.011 31.221 35.628 36.048 26.510
Sul
Região
Norte-
Nordest 3.299 3.560 2.616 3.107 2.548 2.530
e
Brasil 37.594 35.571 33.837 38.734 38.596 29.040

Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA
DADOS DE PRODUÇÃO - BRASIL: ETANOL

Produção de etanol

Unidade: Mil m³
Safra 2013/2014 2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019
Região
Centro- 25.575 26.232 28.225 25.651 26.088 30.953
Sul
Região
Norte-
Nordest 1.901 2.249 2.008 1.603 1.771 2.150
e
Brasil 27.476 28.480 30.232 27.254 27.859 33.103

Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA
MIX PRODUTIVO

Fonte: Conab
SUMÁRIO

1. Cana-de-açúcar
2. Descrição do Processo
i. Plantio, Colheita e Transporte
ii. Preparo: Extração e Tratamento
iii. Produção de Etanol
iv. Produção de Açúcar
v. Produção de Bioeletricidade
3. Situação no Brasil da Indústria de Cana-de-açúcar
4. Considerações gerais, Novas Tecnologias e Perspectivas
para o setor
CONSIDERAÇÕES GERAIS

• Considerando-se:
• MIX ~ 61%
• Moagem ~ 12200 TCD com ART ~16% e 13% de fibra
• 0,8 m³/TC de água captada
• Gera-se:
• 21800 sc/dia de açúcar (~1 ton/dia)
• 450 m³/dia de etanol anidro
• 29 MW de energia com exportação de 20 MV
• 350 ton/dia de CO2
• 5190 m³/dia de vinhaça (10 – 13 L vinhaça/L etanol)
QUESTÕES AMBIENTAIS

• O etanol produzido a partir da cana-de-


açúcar é realmente mais sustentável?
 Demanda de terras para etanol e açúcar
 Uso da água
 Emissões de gases de efeito estufa
 Preservação dos soloso
QUESTÕES AMBIENTAIS
QUESTÕES AMBIENTAIS

Balanço das emissões de CO2 eq.(kg CO2eq./m3 de etanol)


Fonte: https://www.novacana.com/sustentabilidade/impactos-reducao-emissoes-gases-efeito-estufa
PERSPECTIVAS

• Fornecer uma importante contribuição para o cumprimento dos Compromissos Nacionalmente


Determinados pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris;
• Promover a adequada expansão dos biocombustíveis na matriz energética, com ênfase na regularidade
do abastecimento de combustíveis; e
• Assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis, induzindo ganhos de eficiência energética e
de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de
biocombustíveis.

http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/petroleo-gas-natural-e-combustiveis-renovaveis/programas/renovabio/principal
PERSPECTIVAS
1. Estabelecimento de metas nacionais de redução de emissões para a matriz de
combustíveis, definidas para um período de 10 anos. As metas nacionais serão desdobradas em metas
individuais, anualmente, para os distribuidores de combustíveis, conforme sua participação no mercado
de combustíveis fósseis;

2. Certificação da produção de biocombustíveis, atribuindo-se notas diferentes para cada


produtor, em valor inversamente proporcional à intensidade de carbono do biocombustível produzido.
A nota refletirá exatamente a contribuição individual de cada agente produtor para a mitigação de uma
quantidade específica de gases de efeito estufa em relação ao seu substituto fóssil (em termos de
toneladas de CO2e).

• A ligação desses dois instrumentos se


dará com a criação do CBIO
(Crédito de Descarbonização por
Biocombustíveis).
• Será um ativo financeiro, negociado
em bolsa, emitido pelo produtor de
biocombustível, a partir da
comercialização (nota fiscal). Os
distribuidores de combustíveis
cumprirão a meta ao demonstrar a
propriedade dos CBIOs em sua
carteira.
NOVAS TECNOLOGIAS

• Etanol de segunda geração

• Produção de metanol, hidrogênio e diesel via gaseificação da biomassa


PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
DISCUSSÃO DO ESTUDO

https://www.novacana.com/n/combate/carro-eletrico/erros-dados-tendenciosos-
centro-pesquisa-etanol-atacando-carro-eletrico-190219
REFERÊNCIAS

• Lima, U. A.; Aquarone, E.; Borzani, W.; Schmidell, W. Biotecnologia Industrial,Volume 3:


Processos Fermentativos e Enzimáticos. Capítulo 1: Produção de Etanol. Ed. Edgard Blücher
Ltda, 2001.
• CGEE. Química Verde no Brasil 2010- 2030. 2010. Disponível em:
https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/Livro_Quimica_Verde_9560.pdf/f6fa46
8d-8725-46d6-bc90-6c185835e4bf?version=1.3
• BNDES e CGEE. Bioetanol de Cana-de-Açúcar: Energia para o desenvolvimento
Sustentável. 2008. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/2002/2/Bioetanol%20da%20cana-de-
acucar_P.pdf
• UNICA – União da Indústria de Cana-de-açúcar: https://www.unica.com.br/
• CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento: https://www.conab.gov.br/
• NovaCana - https://www.novacana.com/
• UDOP – União Nacional da Bioenergia: https://www.udop.com.br/index.php
• MME – Ministério de Minas e Energia (Renovabio):
http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/petroleo-gas-natural-e-combustiveis-
renovaveis/programas/renovabio/principal

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