Você está na página 1de 3

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de Física
Disciplina: Português Instrumental I
Docente: Manuella Carnaval
Aluno: Paulo Thomaz Pereira Junior
DRE:118056016

Resenha do artigo “Reflexões sobre o ensino de física para alunos com deficiências
visuais”, de Marcos Bagno.

SOUZA, V. F. M.; TEIXEIRA, R. R. P. Reflexões sobre o ensino de física para alunos com
deficiências visuais. Revista Educação Especial, n. 32, p. 247-256, 2008.

O conteúdo do artigo “Reflexões sobre o ensino de física para alunos com deficiências
visuais” mostra-se pertinente e relevante às emergentes discussões sobre a inclusão da pessoa
com deficiência no Sistema Educacional Brasileiro, bem como sobre a desmistificação da
incapacidade de aprendizagem por estes. As questões que envolvem a pessoa com deficiência
visual em um processo de ensino-aprendizagem da física são dinamicamente apresentadas,
discutidas e contextualizadas. Seu caráter educacional e social permite que sua leitura seja
realizada por todos os profissionais que se encontrem em situações pedagógicas direcionadas
a alunos com deficiência visual, servindo como um referencial de trabalho.
O artigo está estruturado em cinco seções. Sendo assim, na seção 2.1, tem-se a
deficiência visual definida organicamente e, apresentada como um fenômeno social; a relação
entre o conhecer e o ver, a partir da cultura dos videntes e, seus efeitos no cotidiano das
pessoas com deficiência; aborda a diferenciação entre os educandos que possuem a cegueira
adquirida dos que possuem a congênita e suas respectivas dificuldades de aprendizagem.
Na seção 2.2, é abordado a cerca das diferenças de tratamentos e aprendizagem entre
os alunos que possuem deficiência visual e os que não possuem. Enfatiza o equilíbrio entre as
práticas em sala de aula que visem uma maior integração, tanto do aluno cego, quanto do não
cego. Buscando um diálogo saudável entre práticas específicas que possibilitem o
aprendizado geral.
A seção 2.3 contempla a comunicabilidade da pessoa com deficiência tanto nos
aspectos teóricos bem como em sua efetivação; é realizada uma análise da forma de
comunicação dos alunos com deficiência visual e propõe algumas medidas para que o canal
de comunicação seja o mais eficiente para os educandos.
É na seção 2.4 que são apresentados os resultados das análises do modelo curricular.
Apresentam-se as dificuldades, alternativas, metodologias de ensino e recursos identificados
por futuros professores de Física, caracterizando a busca de soluções para se ter aulas de
Física adequadas. Ainda cita alternativa perante ao modelo atual de estrutura curricular para
uma melhor adaptação as aulas.
Por fim, a seção 2.5 aborda sobre a importância dos critérios de avaliações adotados
pelo professor perante ao aluno com deficiência visual. Elenca algumas sugestões a cerca dos
critérios de avaliações visando um maior equilíbrio entre os cegos e não cegos.
Na seção 2.1, Marco Bagno foi preciso ao separar os educandos em diversos níveis de
aprendizagem e percepção do mundo. Além de ter sido muito feliz ao citar o exemplo físico
da cor para ratificar seu ponto de vista a cerca das diferença entre os alunos.
Já na seção 2.2, Bagno novamente acerta na proposta da criação de um equilíbrio entre
os alunos com condições visuais dos que são desprovidos dela. Uma excelente colocação
também do autor foi a busca do diálogo saudável entre práticas específicas visando um
aprendizado não só dos não cegos, mas também dos cegos.
A seção 2.3 ao qual é a seção mais importante, na minha opinião, aborda o quesito:
comunicação. Em um texto muito bem estruturado, Marcos consegue demostrar que o
professor deve estar sempre atento a forma como se comunicar com os deficientes visuais
para que possa conseguir extrair ao máximo seu potencial.
Na seção 2.4, apresenta um ponto de vista muito elogiável, pois, eleva a questão das
dificuldades dos portadores de deficiência visual ao parâmetro curricular. E ao final, o autor
propõe um exímio exemplo de como reestruturar o currículo do ensino de física para ser mais
facilmente aprendido por todos os alunos.
Em suma, na seção 2.5, o autor, ao abordar sobre os critérios de avaliação, possui um
ótimo argumento ao citar o princípio da igualdade, além sugerir uma excelente ideia : o
trabalho em grupo. Pois, a troca de conhecimentos tanto dos cegos, quanto dos não cegos é
imensa e muito importante para o aumento geral da aprendizagem.
Em síntese, o livro reuniu subsídios que orientam um trabalho pedagógico voltado ao
ensino na e para a diversidade. Caracteriza-se, desta forma, como um convite à reflexão sobre
a educação para todos os alunos, com um olhar voltado às potencialidades individuais que
constroem as características grupais.
O artigo “Reflexões sobre o ensino de física para alunos com deficiências
visuais” tem como público-alvo os docentes e discentes das áreas de Licenciatura em Física e
Pedagogia, mas pode facilmente ser instrumento de leitura para a população em geral, porque
trata de questões relacionadas à linguagem a partir da sociedade.

Você também pode gostar