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1.

OBJETIVOS

Determinar a velocidade de propagação de um pulso longitudinal em barras de metal.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O consenso geral pressupõe que a velocidade do som é instantânea, pois no dia a dia é
o que se pode perceber. Porem, com observações um pouco mais detalhadas pode se notar que
a velocidade do som é menor que a velocidade da luz. Um exemplo clássico acontece quando
um trovão ocorre a uma distância considerável, assim, se pode ver primeiro a luz e algum tempo
depois o barulho. Portanto, a fim de explicar esses fenômenos a física avançou em seus estudos,
um deles é o estudo da onda.
Onda é uma sequência de pulsos periódicos que se propaga num meio (sólido, liquido
ou gasoso). As ondas se dividem em três tipos ondas mecânicas, eletromagnéticas e de matéria.
Neste experimento vamos abordar somente ondas mecânicas, que subdivide em ondas
transversais onde as oscilações são perpendiculares à propagação da onda, as longitudinais que
as partículas oscilam na direção de propagação das ondas e torção que são perturbações
mecânicas em um sólido.

Figura 1 - Onda transversal.

Figura 2 - Onda longitudinal.


As propriedades do meio que determinam a velocidade de propagação de uma onda
mecânica são a inércia e a elasticidade. A elasticidade do meio dá origem a forças restauradoras
e a inércia determina como o meio responde a tais forças. Em um sólido, a velocidade 𝑣 de
propagação de pulsos longitudinais é dada pela equação (1):

𝑌
𝑣 = √𝜌 Equação (1)

Em que Y é o módulo de Young, que caracteriza a elasticidade, e 𝜌 é a densidade, que


caracteriza ainércia do meio. A Tab. 1 mostra valores de Y, 𝜌 e 𝑣 para alguns metais.

Tabela 1.

Neste experimento observa-se que quando a barra se choca contra o piso ela retorna com
um pequeno “salto”. Este fato ocorre devido a contração do material que gera um pulso de
compreensão na parte inferior e se propaga até sua extremidade superior, logo após este pulso
retorna a base inferior, o que faz a barra voltar a sua forma original e assim ela uma força para
baixo sobre o piso, resultando assim no “salto”. Este pulso pode ser equacionado da seguinte
forma:

2𝑙
𝑣= Equação (2)
𝑡𝑐

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS
MATERIAIS
• Fonte de tensão contínua 1,5 v;
• Capacitor eletrolítico de 100µF;
• Resistor de 56 Ω;
• Multímetro digital;
• Barra metálica de 1 metro de comprimento;
• Trena.

PROCEDIMENTOS

Primeiramente com o circuito montado como na figura 3, acionamos a chave e o


capacitor foi carregado até obtermos uma tensão Vo e em seguida deixamos a barra de alumínio
colidir com a base, fechando o circuito e permitindo o capacitor descarregar. Sendo assim a
cada colisão, a barra fica em contato por um determinado tempo, assim, depois de 𝑛 colisões, a
barra terá ficado em contato com o material por um tempo 𝑛 ∆t = nt c . Portanto, tem-se assim
a tensão elétrica entre as placas do capacitor pode ser escrita da seguinte forma:

𝑉𝑛 = 𝑉0 ℮−(𝑛𝑡𝑐 ⁄𝑅𝐶) Equação (3)

Figura 3 - Circuito RC

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após n colisões, o capacitor descarregou completamente e os dados obtidos foram dispostos na
tabela.

Colisões (n) Tensão (Vn) Colisões (n) Tensão (Vn)


1 1,548 26 0,114
2 1,295 27 0,098
3 1,097 28 0,091
4 1,013 29 0,085
5 0,785 30 0,079
6 0,73 31 0,063
7 0,676 32 0,058
8 0,583 33 0,051
9 0,541 34 0,041
10 0,503 35 0,036
11 0,465 36 0,031
12 0,433 37 0,027
13 0,375 38 0,023
14 0,349 39 0,019
15 0,298 40 0,015
16 0,257 41 0,013
17 0,239 42 0,01
18 0,222 43 0,008
19 0,206 44 0,007
20 0,19 45 0,0065
21 0,177 46 0,0062
22 0,165 47 0,0058
23 0,153 48 0,0054
24 0,131 49 0,0051
25 0,122 50 0,0031
Tabela 2
Fonte: Autores

1,8
1,6
1,4
1,2
TENSÃO

1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 10 20 30 40 50 60
COLISÕES y = 1,8505e-0,118x
R² = 0,9844
Gráfico 1: Tensão X Colisão
Fonte: Autores.

Utilizando-se da equação dada pelo gráfico pode-se chegar ao tempo de contato 𝑡𝑐 :


𝑡𝑐
= 0,11
𝑅C
𝑡𝑐 = 6,16𝑥10−4 𝑠

Assim, pode-se chegar à velocidade do som no alumínio utilizando-se da equação (2)


que determina a velocidade do pulso, se tem:

2(1𝑥10−3 )
𝑣=
6,16𝑥10−4

𝑣 = 3,246 𝐾𝑚⁄𝑠

Portanto, a velocidade do som no alumínio encontrada experimentalmente é de 3,246


km/s.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio do experimento, e de suas análises, pode-se concluir que o som teve o
comportamento esperado conforme as equações teóricas que o descrevem.
A velocidade do som no alumínio, obtida experimentalmente, alcançou um valor com
um erro considerável de 36,47% com relação ao proposto na tabela 1, a diferença entre os
valores pode ser explicada devido aos erros operacionais no experimento, como o de força
exercida erroneamente ao soltar a barra e a erros de leitura no multímetro.
Portanto, conclui-se que o objetivo almejado deste experimento foi alcançado.

6. REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David et. al. Fisica 2 - Gravitação, ondas e Termodinamica. 7ª ed. LTC

YOUNG, H.D. et. al., Física I: Mecânica. 12º Ed, São Paulo, 2009.

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