CURVA CARACTERÍSTICA DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA

Christian Otovicz¹, Gustavo de Sá¹, Welisson Koszeski¹,

Murilo C. Costelli²
1
Alunos do ACEA/UNOCHAPECÓ 2 Professor ACEA /UNOCHAPECÓ
Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Resumo

O presente relatório baseia-se no estudo de bombas centrifugas que em trabalho são máquinas
hidráulicas, tendo elas a função de desenvolver um escoamento do fluido para um determinado
local/tanque, gerando vazão, e consequentemente convertendo a energia mecânica em energia
cinética e potencial. Esse tipo de bomba é empregado em diversas indústrias da atualidade, devido
seu baixo custo para aquisição e manutenção. Na realização do experimento foi utilizada uma bomba
centrífuga, com o diâmetro do rotor próximo a 12 cm. Também foi utilizado um reservatório com
volume de 200 litros, além de tubulações de PVC, válvula de impulso para iniciar a vazão, um
medidor de vazão em l/min, um manômetro de Bourdon, um manômetro do tipo tubo U e conexões
dos tubos. Para a realização das medidas de vazão da tubulação, o experimento foi dividido em duas
etapas. Na primeira etapa, a válvula de saída do reservatório estava totalmente aberta e operando em
seu regime natural. Logo após, na segunda etapa, a válvula de saída do reservatório estava fechada
pela metade, ocasionando o regime de cavitação. Através do levantamento de uma série de dados
sobre a vazão e a variação de altura no manômetro, foram realizados alguns cálculos com o objetivo
de mostrar graficamente o comportamento da curva da bomba nas duas etapas mencionadas
anteriormente.

1. Introdução bomba tem grande emprego nas indústrias,

Tendo em vista que o conhecimento
necessário para o presente experimento é
embasado em máquinas de fluxo, será aqui
explanado para o devido entendimento e
compreensão do relatório.
As máquinas de fluxo podem ser
devidamente classificadas de dois tipos,
máquinas de deslocamento positivo e
máquinas dinâmicas. Podem, também, ser
consideradas como um dispositivo que realiza
trabalho sobre um fluido ou absorve trabalho
de um fluido (FOX; PRITCHARD;
MCDONALD, 2011).
As máquinas de deslocamento positivo
tendem a transferir a energia por meio da
variação de volume que ocorre, devido ao
movimento da fronteira onde o fluido
encontra-se confinado. Entretanto, as
máquinas dinâmicas tendem a direcionar o
fluido com lâminas ou pás fixadas em um
elemento rotativo, considerando-se uma
turbomáquina (MUNSON, 2004).
Dentro dessas turbomáquinas, está
presente ás bombas centrífugas. Esse tipo de
pelo fato de ter um custo baixo de aquisição,
na manutenção, e na flexibilidade de
instalação. As bombas centrífugas encontram-
se de forma menor, quando se têm uma vazão
baixa e com a operação em uma pressão de
descarga baixa até aquelas de dimensões
maiores que trabalham com grandes vazões,
operando em altas pressões (MUNSON,
2004).
Normalmente, a bomba centrífuga é
constituída por um rotor que gira no interior de
uma carcaça. O fluido tende a entrar na bomba,
através do eixo rotor propulsor e,
consequentemente, é lançado para o circuito da
ação centrífuga.
Os rotores que compõe uma bomba
centrífuga podem ser classificados em duas
categorias, sendo elas simples e dupla sucção.
Basicamente, para rotores de simples sucção, o
fluido tende a entrar no rotor através de um dos
lados da bomba, já nos rotores de dupla sucção,
o rotor é alimentado através dos dois lados da
bomba (FOUST, 1982).
A carcaça que compõe as bombas
centrífugas tem sua geometria de construção
de diversas formas, podendo elas ser
produzidas de acordo com a condição da obra,
porém todas tem o objetivo de converter a
energia cinética produzida pelo fluido, para um
alto valor de pressão na seção de descarga da
bomba.
Ainda que haja variados tipos de
bombas centrifugas disponíveis no mercado, o
método de funcionamento é o mesmo para
todas elas. Todas tendem a converter a energia
cinética ocasionada pelo fluido, em um
elevado gradiente de pressão.
A curva característica de uma bomba é
a expressão cartesiana de suas características
de funcionamento, expressas por vazão,
rendimento, perdas internas e potência
absorvida, permitindo assim, relacionar sua
pressão de descarga, eficiência e potência
(FOUST, 1982).
A Figura 1 ilustra o comportamento de
curvas características de grande parte das
bombas centrífugas existentes, para alguns
valores de rotação. A empresa responsável
pela fabricação da bomba tem o dever de
fornecer para o cliente o manual de instruções,
onde, normalmente, vem acompanhado os
gráficos de curvas características da mesma.
Figura 1 - Curva característica de bombas
1.1. Comportamento de curvas
características de uma bomba
O comportamento das curvas
característica de uma bomba centrífuga pode
ser calculado através da equação da energia,
como mostra a Equação 1:
𝑷𝟐 −𝑷𝟏 𝑽𝟐𝟐 −𝑽𝟐𝟏
𝒉𝒓 = + 𝒁𝟐 − 𝒁𝟏 +
𝜸 𝟐𝒈
Onde:
𝑷𝟐 − 𝑷𝟏 = variação de pressão;
𝜸 = peso específico do fluido;
𝒁𝟐 − 𝒁𝟏 = variação de altura;
𝑽𝟐 − 𝑽𝟏 = variação de velocidade;
g = aceleração gravitacional
𝒉𝒓 = aumento de carga real no sistema.
Porém, quando o sistema envolve
valores insignificativos de velocidade e altura,
a equação da energia pode ser simplificada,
como mostra a Equação 2:
𝑷𝟐 −𝑷𝟏
𝒉𝒓 ≅ (2)
𝜸
Com a coleta dos dados de variação de
altura do mercúrio, é possível obter o valor da
pressão de entrada (𝑷𝟏 ) com auxílio da
Equação 3:
𝑷𝟏 = (𝝆𝑯𝒈 − 𝝆Á𝒈𝒖𝒂 ). 𝒈. (𝒁𝟐 − 𝒁𝟏 ) (3)
Onde:
𝝆𝑯𝒈 = densidade do mercúrio;
𝝆Á𝒈𝒖𝒂 = densidade da água.
Calculando o valor da pressão 𝑷𝟏 e
com os valores da coleta de pressão no
manômetro de Bourdon, o cálculo para
encontrar a variação de pressão resume-se na
Equação 4:
∆𝑷 = (𝑷𝟐 − (−𝑷𝟏 )) (4)
Levando em consideração que a
pressão de entrada leva o sinal de negativo,
pois a pressão na sucção da bomba sempre é
negativa.
A potência transferida da bomba para o
fluido pode ser obtida com a devida utilização
da Equação 5:
𝑷𝒐𝒕𝒇 = 𝜸. 𝑸. 𝒉𝒓 (5)
Onde:
𝑸 = vazão volumétrica de água na descarga da
(1)
bomba.
2
 𝒇 = viscosidade;
Por fim, a eficiência da bomba é N = velocidade de rotação da bomba;
calculada através da Equação 6, sendo D = diâmetro do rotor;
calculado um parâmetro adimensional 𝜼, que 𝑯𝑩 = carga manométrica;
indica o valor de eficiência da bomba. g = aceleração gravitacional.

𝑷𝒐𝒕𝒇
𝜼= (6)
𝒘̇𝒆𝒊𝒙𝒐 1.3. Cavitação

Onde: Por fim, tem-se a simulação do

𝑷𝒐𝒕𝒇 = potência da bomba entregue ao fluido;
𝒘̇𝒆𝒊𝒙𝒐 = potência do eixo fornecida para a
bomba.
Alguns parâmetros podem ter
influencias significativas na eficiência da
bomba, assim como a perda hidráulica na
própria bomba, a perda mecânica, a qual pode
ser ocasionada pelos mancais e vedações, a
perda volumétrica, e entre outros fatores.
1.2. Análise de parâmetros adimensionais
A análise dos parâmetros
adimensionais é fundamental no andamento do
experimento, devido as curvas características
de uma bomba normalmente serem definidas
através de experimentos.
Com isso, a determinação dos
parâmetros adimensionais pode ser calculada
através do Teorema de Buckingham, que para
valores de Reynolds em escoamento
turbulento, os valores entre os adimensionais
de carga e vazão são obtidos através da
Equação 7:
𝑯𝑩 .𝒈 𝑸 que trabalha com fluido. Quando a pressão
= 𝒇. ( ) (7)
𝑵².𝑫² 𝑵.𝑫𝟑
Posteriormente, realiza-se o cálculo da
vazão adimensional e então, a pressão
adimensional é definida a partir da Equação 8:
fenômeno da cavitação como parte do
experimento.
A cavitação em bombas centrífugas é a
formação de bolhas de vapor e posterior
implosão das mesmas nas pás do impulsor da
bomba. Este fenômeno ocorre quando a
pressão estática do fluido bombeado, a uma
determinada temperatura, desce até à pressão
de vaporização e posteriormente sofre uma
súbita subida de pressão (MACINTYRE,
1980).
De acordo com MOORE & MÁRIO
(2008) a formação e colapso destas bolhas têm
os seguintes efeitos sobre o desempenho da
bomba:
a) queda na altura e eficiência;
b) ruídos e vibração resultando frequentemente
em falhas dos rolamentos e eixo;
c) erosão excessiva do rotor;
d) ataque químico;
e) diminuição da vazão, podendo chegar a
zero.
A cavitação é um processo que está
presente em tubulações industriais, e que deve
ser minimizado o máximo possível, com o
intuito de evitar a danificação da tubulação. A
cavitação ocorre com qualquer equipamento
estática do fluido possuir um valor menor que
a pressão de vapor do próprio fluido irá ocorrer
a cavitação, como mostrado na Figura 2.

∆𝑷
𝑷𝒂𝒅 = (8)
𝝆.𝑵².𝑫²

Onde:
𝑸 = vazão volumétrica;
𝝆 = massa específica;
3

Figura 2 - Cavitação em hélice de bomba
Com a ocorrência da cavitação, a
eficiência das bombas tende a diminuir
rapidamente, por isso deve ser mantido um
padrão de vazão estável para que a bomba
possa operar de forma eficiente. Além de que
pressões superficiais podem ter valores altos
em um determinado local, quando a bolha de
vapor implode, acarretando em danos na
superfície da tubulação (MACINTYRE,
1980).
Na Figura 3 pode-se ver a evolução da
pressão do fluido bombeado ao longo de um
canal do impulsor, limitado pelo lado de
aspiração (SS) e pelo lado de compressão (DS)
das pás do impulsor, numa bomba a funcionar
na zona de caudal óptimo da sua curva.
Figura 3 - Evolução da pressão no impulsor, na
aspiração (SS) e na compressão (DS)
A queda pontual da pressão estática
deve-se ao aumento repentino da velocidade
absoluta do fluido à entrada do impulsor. Após
esta queda de pressão à entrada do impulsor, a
pressão estática volta a subir acima da pressão
de vaporização do fluido e as bolhas de vapor
condensam bruscamente.
Algumas precauções podem ser
tomadas, visando evitar o fenômeno da
cavitação, assim como:
- Reduzir a altura de sucção e o
comprimento desta tubulação, aproximando-se
ao máximo a bomba da captação;
- Reduzir as perdas de carga na sucção,
com o aumento do diâmetro dos tubos e
conexões.
Portanto, a cavitação é um fenômeno
que pode ser evitado, tornando a pressão
estática do fluido em todos os pontos do
equipamento, mantida acima dos valores da
pressão de vapor. A velocidade do escoamento
deve ser mantida constante no processo e
limitar a queda de pressão na tubulação de
sucção da bomba.
2. Metodologia
O experimento de curva característica
de uma bomba centrifuga, consiste em uma
bomba centrifuga ligada a um reservatório de
água, com capacidade de 200 litros. A bomba
impulsiona a água através dos tubos de PVC
até o tanque. A sucção e a descarga da bomba
são ligadas ao tanque de tal maneira que o
liquido circule pela bomba e volte ao mesmo
tanque.
Os materiais utilizados no estudo da
bomba foram:
• Bomba centrifuga;
• Tubulação em PVC;
• Rotâmetro medidor de vazão
em L/min;
• Válvula controladora de vazão;
• Manômetro de mercúrio
liquido.
Vê-se na Figura 4 e Figura 5 os
equipamentos usados nos procedimentos do
experimento, onde:
1: Reservatório de água;
2: Rotâmetro;
3: Manômetro de Bourdon;
4: Manômetro de tubo U;
5: Bomba centrífuga.
4
 repetindo o mesmo método da primeira parte,
anotando cada pressão do sistema com a
bomba centrifuga, variando de 5 em 5 L/min.

3. Resultados e Discussões

Após a realização do procedimento

experimental iniciou-se a compilação dos
dados e cálculo dos parâmetros para obter a
curva característica que melhor representa a
bomba.
Plotou-se o gráfico de vazão por pressão
manométrica, como pode-se ver na Figura 4 e
5, para melhor observação de como a vazão
influencia diretamente na pressão
Figura 4 – Esquema do equipamento.
3

Pressão Manométrica (kgf/cm²)

O experimento tem início com a 2,5
regulagem da válvula que interliga a bomba ao 2
reservatório, sendo totalmente aberta e antes
1,5
da ativação da bomba. A válvula esfera que
interliga a bomba ao rotâmetro foi fechada. 1
A vazão da bomba é controlada pela 0,5
válvula que interliga a mesma ao reservatório. 0
A variação é feita de 5 em 5 L/min, indo de 0 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
L/min até 50 L/min. As respectivas pressões de
descarga e de sucção foram devidamente
Vazão (m³/s)
anotadas para a confecção da curva
característica da bomba em regime normal Regime Normal Regime Cavitação
com a válvula totalmente aberta. manométrica.

Figura 4: Gráfico de vazão por pressão manométrica

para a válvula totalmente aberta.

3
Pressão Manométrica (kgf/cm²)

2,5
2
1,5
1
0,5
0
Figura 5 – Bomba centrífuga. 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008

Vazão (m³/s)
Após a primeira parte do experimento
ser concluída, a válvula de sucção é fechada Regime Normal
pela metade para que possa ser simulado o Figura 5: Gráfico de vazão por pressão manométrica
regime de cavitação na bomba, assim para a válvula parcialmente aberta.
5
 Com essa mesma pressão encontrada em
kgf/cm², foi necessária a conversão de
unidades para Pascal (Pa). Tendo então a sua
pressão de saída, representado por (𝑃𝑠).
Com os valores de pressão de entrada e
saída, (𝑃𝑒) e (𝑃𝑠), foi possível o cálculo da
altura manométrica (𝐻𝑚).
Assim, plotou-se o gráfico de vazão por
altura manométrica para quando a válvula
estivesse totalmente aberta e meio aberta.
Assim podemos analisar os gráficos plotados,
Figura 6 e Figura 7.
Nota-se que o sistema segue o mesmo
comportamento, ou seja, enquanto a vazão
aumenta, a pressão manométrica diminui o
mesmo fazendo que a altura manométrica
diminuísse.
Em sequência, calculamos a potência útil
do motor para cada vazão especifica, e para
cada situação da válvula, aberta e meia aberta.
Com isso, plotou-se um gráfico para a
cada vazão e sua potência útil, o que nos
mostra a curva da bomba, mostrados na Figura
8 e 9.

30 0,16
0,14
25
0,12

Potência Útil (HP)

20 0,1
Hm (m)

15 0,08
0,06
10
0,04
5 0,02
0
0
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008

Vazão (m³/s) Vazão (m³/s)

Regime Normal Regime Cavitação
Regime Normal Regime Cavitação

Figura 6: Gráfico de vazão por altura manométrica para Figura 8: Gráfico de vazão por potência útil para a
a válvula totalmente aberta. válvula totalmente aberta.

30 0,14
25 0,12
Potência Útil (HP)

0,1
20
0,08
Hm (m)

15
0,06
10 0,04
0,02
5
0
0 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 Vazão (m³/s)

Vazão (m³/s) Regime Normal

Regime Normal
Figura 9: Gráfico de vazão por potência útil para a
Figura 7: Gráfico de vazão por altura manométrica para válvula parcialmente aberta.
a válvula parcialmente aberta.

6
 Ao analisarmos as figuras 8 e 9, 40,00%
podemos perceber que as bombas seguem uma 35,00%
curva, onde o ponto máximo de potência 30,00%

Rendimento (%)
obtido é aproximadamente, 0,0006 m³/s para a 25,00%
bomba com a válvula totalmente aberta, e 20,00%
aproximadamente 0,0005 m³/s para a bomba
15,00%
com a válvula meia aberta. O que pode ser
10,00%
chamado de ponto ótimo de trabalho, onde a
5,00%
vazão é a mais alta possível para a maior
0,00%
potência utilizada da bomba.
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Quando a bomba está trabalhando com a
sua válvula totalmente aberta, a mesma Vazão (m³/s)
consegue fazer com que o ponto ótimo trabalhe Regime Normal
com uma maior vazão do que quando a válvula
está parcialmente fechada, pois a cavitação Figura 11: Gráfico de vazão por rendimento para a
interfere diretamente nessa curva. válvula parcialmente aberta.
Também podemos analisar a figura
(cavitação), que com a válvula parcialmente
fechada, ocorre a cavitação na bomba, Analisando a figura 10 o seu maior
relativamente próximo ao ponto ótimo de rendimento de trabalho foi de
trabalho. aproximadamente 45% para vazão de 0,0006
Com os dados de potência útil para cada m³/s, após este ponto o rendimento cai
amostra, foram calculados os valores do conforme sua vazão aumenta.
rendimento da bomba, onde plotou-se um Já na figura 11, o seu maior rendimento
gráfico de vazão por rendimento, de acordo é de 40% para sua vazão de 0,0005 m³/s. Já
com a Figura 10 e 11. quando houve cavitação na bomba, o maior
rendimento foi de 30% para uma vazão de
50,00% 0,0007 m³/s.
Posteriormente calculou-se o coeficiente
40,00% de vazão ou vazão e pressão adimensional para
Rendimento (%)

então plotar os resultados, Figura 12 e 13.

30,00%
6
20,00%
5
Pressão Adimensional

10,00%
4
0,00%
3
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
2
Vazão (m³/s)
Regime Normal Regime Cavitação 1

Figura 10: Gráfico de vazão por rendimento para a 0

válvula totalmente aberta. 0 0,002 0,004 0,006 0,008

Vazão Adimensional
Regime Normal Regime Cavitação

Figura 12: Gráfico de vazão adimensional por pressão

adimensional para a válvula totalmente aberta.

7
 6 energia e até mesmo evitar o fenômeno da
cavitação.
Pressão Adimensional

5
4 5. Referências
3
FILHO, D. O.; RIBEIRO, M. C.;
2 MANTOVANI, E. C.; SOARES, A. A.;
1
FERNANDES, H. C. (2010)
Dimensionamento de motores para o
0 bombeamento de água. Eng. Agríc. vol.30
0 0,002 0,004 0,006 0,008 no.6 Jaboticabal Dec.
Vazão Adimensional
G. R. MOORE., MÁRIO B. F. Bombas
Regime Normal
Centrífugas de Polpa. Brasil- WEIR
Figura 13: Gráfico de vazão adimensional por pressão
MINERALS, 2008.
adimensional para a válvula parcialmente aberta.
FOUST, A. S. et al. Princípios das Operações
Analisando as figuras 12 e 13, pode-se Unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
dizer que para estas vazões e pressões
adimensionais, o comportamento da bomba MACINTYRE, A.J. Bombas e Instalações de
pode ser analisado para qualquer fluido. Bombeamento. Rio de Janeiro, Editora
Observou-se o mesmo comportamento que Guanabara Dois S.A, 1980.
anteriormente nas figuras (pressão por
manométrica), ou seja, a pressão diminui MUNSON, BRUCE R.; YOUNG, DONALD
conforme a vazão aumenta. F.; OKIISHI, THEODORE H., Fundamentos
da mecânica dos fluidos. 4ª edição. São
4. Conclusão Paulo: Editora Edgard Blucher, 2004.

Por fim, notou-se no decorrer da análise FOX, Robert W.; PRITHCARD, Philip J.;
do experimento, que as curvas características MCDONALD, Alan T. Introdução a
seguiram conforme a literatura indica, em que Mecânica dos Fluidos. 7ª Edição. Rio de
a potência aumenta junto com o aumento da Janeiro: LTC, 2011.
vazão até um ponto máximo e, a partir deste
ponto ela decresce.
Foi possível notar a diminuição da altura
manométrica durante o aumento da vazão
pelas perdas (atrito e turbulência) no regime
normal e também no regime de cavitação,
porém, no regime de cavitação a queda foi
mais brusca a partir de um ponto em que
começou a ocorrer cavitação na máquina.
Os resultados para o ponto de melhor
eficiência da bomba foram: de 0,148 Hp de
potência e vazão de 35 l/min, A eficiência foi
de 44,48%.
Nota-se o quão importante é um prévio
estudo das bombas antes de serem
devidamente usadas na indústria, para serem
operadas em suas melhores eficiências e
vazões adequadas, para reduzir perdas de
8
 ANEXOS

Simbologia:

Pad Potência adimensional (*) Pútil Pressão utilizada na bomba (Pa)

Δh Diferença de altura (m) Patm Potência da bomba (Pa)

Q Vazão volumétrica (m³/s) Hg Densidade do mercúrio (kg/m3)

Vazão mássica
g Aceleração da gravidade (m/s2) Qad *
adimensional
 Eficiência da bomba (%) agua Densidade da água (kg/m3)
N Rotação da bomba (1/s1) P Potência da bomba (HP)

* Parâmetros adimensionais

7. Dados coletados
Válvula totalmente aberta: Válvula parcialmente aberta:
Pressão no Pressão no
Vazão ΔH (m) manômetro Vazão (l/min) ΔH (m) manômetro
(kgf/cm²) (kgf/cm²)
0 0,018 2,4 0 0,019 2,4
5 0,02 2,3 5 0,026 2,3
10 0,048 2,1
10 0,024 2,2
15 0,088 2
15 0,028 2,1 20 0,126 1,9
20 0,036 2 25 0,194 1,7
25 0,044 1,9 30 0,264 1,3
30 0,054 1,85 35 0,342 0,75
35 0,066 1,7 40 0,41 0,4

40 0,078 1,35
45 0,09 1,1
50 0,106 0,85

9
 8. Memorial de cálculo
Os cálculos dos parâmetros apresentados no artigo são apresentados a seguir utilizando o
quinto ponto coletado para a válvula totalmente aberta. Os demais pontos seguem a mesma sequência
de operações matemáticas.
Primeiramente converteu-se a vazão (Q) e pressão de saída (Ps) para o SI (Sistema
Internacional) para ter-se estes dados em metros cúbicos por segundo e Pascal, respectivamente:
Vazão:
𝑚3
𝐿 −5 𝑠 −4
𝑚3
𝑄 = 20 × 1,67 × 10 = 3,34 × 10
𝑚𝑖𝑛 𝐿 𝑠
𝑚𝑖𝑛
Pressão de saída:
𝐾𝑔𝑓 𝑃𝑎
𝑃𝑠 = 2,0 × 98066,5 = 196133 𝑃𝑎
𝑐𝑚 2 𝐾𝑔𝑓
𝑐𝑚2
8.1 Pressão de entrada

Para determinar a pressão de entrada (Pe) temos a seguinte equação:

𝑃𝑒 = (𝜌𝐻𝑔 − 𝜌𝐻20 ) × 𝑔 × 𝛥ℎ
Onde:
𝜌𝐻𝑔 = 13579𝑘𝑔/𝑚3
𝐾𝑔
𝜌𝐻20 = 997,07 3
𝑚
𝑚
𝑔 = 9,81 2
𝑠
𝛥ℎ = 0,036𝑚
Logo:
𝐾𝑔 𝐾𝑔 𝑚
𝑃𝑒 = (13579 3
− 997,07 3 ) × 9,81 2 × 0,036𝑚 = 4443,43 𝑃𝑎
𝑚 𝑚 𝑠

Em seguida determinou-se a altura manométrica a partir da equação 2:

𝑃𝑠 − 𝑃𝑒 196133 − 4443,43
𝐻𝑚 = + 𝛥𝑧 = + 1,5 = 22,006 𝑚
𝜌𝐻2𝑂 × 𝑔 997,07 × 9,81

8.2 Cálculo da Potência útil (𝑃ú𝑡𝑖𝑙 ):

𝑃ú𝑡𝑖𝑙 = 𝐻𝑚 × 𝑔 × 𝜌𝐻2𝑂 × 𝑄 = 22,006 × 9,81 × 997,07 × 3,34 × 10−4 = 71,749 𝑊

Para utilizar a potência útil foi necessária a conversão para hp (horse power):

ℎ𝑝
𝑃ú𝑡𝑖𝑙 = 71,749 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 × 0,001341 = 0,096 ℎ𝑝
𝑊

8.3 Cálculo da Eficiência da Bomba (η)

𝑃ú𝑡𝑖𝑙
𝜂=
𝑃𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎

0,096 ℎ𝑝
𝜂= × 100 = 28,8%
0,333 ℎ𝑝

10
8.4 Cálculo da Vazão Adimensional ou Coeficiente de Vazão (Qad )

𝑄 3,34 × 10−4
𝑄𝑎𝑑 = = = 3,42 × 10−3 𝑚3 /𝑠
𝑁 × 𝐷𝑟3 56,333 × 0,123

8.5 Cálculo da Pressão Adimensional ou Coeficiente de Pressão (Pad )

Como 𝛥𝑃 = 𝑃𝑠 − 𝑃𝑒, logo a Pe é a pressão na sucção, 𝑃𝑒 = −𝑃𝑒, então:

𝑃𝑠 + 𝑃𝑒 196133 + 4443,43
𝑃𝑎𝑑 = 2 = = 4,402
𝜌 × 𝑁 × 𝐷𝑟 997,07 × 56,3332 × 0,122
2

11