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6.

1 Condição inicial:
Pode ser expressa em termos de concentração
Condição inicial e condições de mássica ou molar:
contorno Aula # 5 • Para t = 0 • CA = CA0 (molar)
• ρA = ρA0 (mássico)
02394 - Fenômenos de Transporte III

6.2 Condições de Contorno

1 2

A) Concentração ou fração (mássica ou molar) do FASE GASOSA: Lei de Dalton


soluto especificada numa determinada fase
pi RT p i 𝑝 𝑦 , 𝑃
yi   ,
Fluxo de massa Fluxo de massa
P RT P
n

y P   pi
i 1

x FASE LÍQUIDA: Lei de Raoult

a) Concentração mássica ρA = ρA,s


b) Concentração molar CA = CA,s 𝑝 , 𝑥 , 𝑃
c) Fração mássica wA = wA,s
d) Fração molar xA = xAs (líquidos ou sólidos) ou Equação de Antoine: 𝐹
yA = yAs (gases) 𝑙𝑜𝑔𝑃 𝐸
𝑇 𝐺
Condições de primeira espécie ou de Dirichlet 3
T em K, pressão em mmHg.
4

Pressão de vapor: Para o equilíbrio, na superfície entre as fases:

Lei de Raoult = Lei de Dalton


A pressão de vapor de uma substância depende somente
da temperatura e não do volume; isto é, um recipiente que
contém líquido e vapor em equilíbrio a uma temperatura 𝑥 , 𝑃 𝑦 , 𝑃
fixa, a pressão é independente das quantidades relativas de
líquido e de vapor presentes
Supondo a fase líquida constituída somente da espécie
química A ( xA,S = 1 ), a equação anterior é escrita como:
Espécies E F G

Água 18,3036 3816,44 - 46,13 PAvap


y A, s 
Benzeno 15,9008 2788,51 - 64,38 P
Tolueno 16,0137 3096,52 - 53,67 No caso de solução diluída ( xA,S  0 ), a lei de Raoult é
retomada na forma da lei de Henry de acordo com::
Metanol 18,5875 3626,55 - 34,29

Etanol 19,9119 3803,98 - 41,68 𝑝 , 𝑥 , 𝐻


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1
Lei de Henry: A solubilidade de um gás dissolvido em um Na condição de equilíbrio termodinâmico líquido-vapor na
líquido é proporcional à pressão parcial do gás acima do fronteira ou interface “s” e admitindo fases ideais, igualam-
líquido. se correspondentes lei de Dalton com a lei de Henry,
A lei de Henry aplica-se somente quando a concentração resultando:
do soluto e a sua pressão parcial são baixas, isto é,
quando o gás e sua solução são essencialmente ideais, e 𝑦 , 𝑚𝑥 , ou 𝑃 , 𝑚𝐶 ,
quando o soluto não interage fortemente de nenhuma 𝐻
𝐻
maneira com o solvente. onde: 𝑚 e 𝑚
𝑃 𝐶
Valores da constante H para gases em água (Hx10-4),
(pressão em atm)
T (ºC) H2 N2 O2 CO CO2 Superfície, s
0 5,79 5,29 2,55 3,52 0,0728
𝑦 , Fluxo fase líquida
10 6,36 6,68 3,27 4,42 0,104 𝑥 ,
20 6,83 8,04 4,01 5,36 0,142
Fluxo fase vapor
30 7,29 9,24 4,75 6,20 0,186 𝑥
7 8

As relações de equilíbrio líquido-vapor são utilizadas, por A relação é útil nas operações que envolvem as fases
exemplo, nos fenômenos de absorção e dessorção. sólido/fluído quando se deseja especificar uma relação de
Nesses fenômenos o soluto A está contido nas fases equilíbrio entre a concentração do soluto presente no
gasosas e líquida. Na ventura de ele estar distribuído e interior do sólido e aquela no seio da fase fluida ou seja:
diluído nas fases sólido-fluido, a relação de equilíbrio é
escrita analogamente à lei de Henry segundo: 𝐶 ∗, 𝐾 𝐶 ,
𝐶 , 𝐾 𝐶 ,
𝐶 ,
Sendo Kp o coeficiente de distribuição ou de partição.
𝐾
Superfície, s 𝐶 ∗,
𝐶 ,
Fase Fase Fase Fase
sólida 𝐶 fluida sólida fluida
, 𝐶 ,

𝑥 𝐶 𝐶 ,
9 𝐶 , , 10

Exercício Exercício
O termo xileno refere-se ao conjunto de compostos
dimetil benzeno, onde a diferença é a posição relativa
dos grupos metilas. Esse conjunto de compostos também é
conhecido como xilol. Os compostos são o orto-
xileno, meta-xileno e para-xileno.
o-xileno m-xileno p-xileno
Possuem ponto de ebulição, densidade e ponto de fusão
ligeiramente diferentes (respectivamente orto, meta e para:
144 °C, 139 °C e 138 °C ; 0,88 g/cm3 - 0,86 g/cm3 - 0,86
A tabela 1 mostra os dados das pressões de vapor, em
g/cm3 ; -25 °C, -48 °C e 13 °C)
atm, do o-xileno e do m-xileno. Calcular os dados de
equilíbrio sob a forma y versus x para o sistema para uma
São usados como solventes e precursores de outros
pressão total de 0,4 atm. (Espécie A, m-xileno)
produtos químicos, sendo encontrados no alcatrão e
no petróleo
11 12

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Lei de Raoult = Lei de Dalton
Tabela 1 – dados de equilíbrio 𝑥 , 𝑝 𝑦 , 𝑃
Temperatura 𝑷𝑽𝑨 𝑷𝑽𝑩
(ºC) m-xileno (A), atm o-xileno (B), atm
m-xileno: 𝑥 𝑝 𝑦 𝑃
111,6 0,460 0,400
110,9 0,445 0,390
o-xileno: 𝑥 𝑝 𝑦 𝑃 1 𝑥 𝑝 1 𝑦 𝑃
110,1 0,430 0,383
109,4 0,420 0,375
108,7 0,415 0,365 𝑃 𝑥 𝑝 1 𝑥 𝑝
107,9 0,400 0,360
𝑃 𝑥 𝑝 𝑝 𝑥 𝑝
Para os isômeros, considerando soluções líquidas ideais –
Lei de Raoult 𝑃 𝑝 𝑥 𝑝 𝑝
Para a pressão de 0,4 atm vapores ideais – Lei de Dalton
𝑃 𝑝
Lei de Raoult = Lei de Dalton 𝑥
13 𝑝 𝑝 14

𝑥 𝑝
E: 𝑦
𝑃
Temperatura 𝒙𝑨 𝒚𝑨 𝒙𝑩 𝟏 𝒙𝑨 𝒚𝑩 𝟏 𝒚𝑨
Para T = 111,6 ºC: (ºC)
111,6 0 0 1 1
110,9 0,182 0,202 0,818 0,798
𝑃 𝑝 0,4 0,4
𝑥 0 ; 𝑦 0 110,1 0,362 0,389 0,638 0,611
𝑝 𝑝 0,46 0,4 109,4 0,556 0,583 0,444 0,417
108,7 0,700 0,726 0,300 0,274
107,9 1,000 1,000 0 0

Para T = 110,9 ºC:

0,4 0,390 0,445 As informações apresentadas até aqui referem-se


𝑥 0,182 ; 𝑦 0,182 0,202 às composições do soluto “A” especificadas na
0,445 0,390 0,4
fronteira de uma fase ou na interface entre duas
fases.
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B) Condições de fluxo
Condições em que o soluto flui de uma fase para outra, A fase 2, suposta fluida, está contida numa região
pressupondo que a interface não ofereça resistência ao compreendida entre a fronteira s, que a separa da fase 1,
transporte do soluto. (condição de continuidade de fluxo na até certa distância δ.
fronteira s, condição de Neumann).
Considerando o contato entre duas fases, em que a fase 1
é suposta como líquido estagnado ou sólido poroso, o fluxo 𝐶
do soluto na fronteira s será devido à contribuição difusiva. z=δ
Fase 2, fluida
𝑑𝐶
𝑁 , 𝐷 z=s
𝑑𝑧 s
Fase 1, líquida
ou 𝜀
𝐷 𝐷 𝐶 𝐶 ,
𝑑𝜌 𝜏 ,
𝑛 , 𝐷 𝜀
𝑑𝑧 𝐷 𝐷
17 𝜏 18

3
Para o equilíbrio, na superfície entre as fases (admitindo Para o equilíbrio, na superfície entre as fases:
diluição do soluto):
𝑑𝑤
𝑑𝑥 𝑛 , 𝜌𝐷 𝑤 𝑛 , 𝑛 ,
𝑁 , 𝐶𝐷 𝑥 𝑁 , 𝑁 , 𝑑𝑧
𝑑𝑧
≈0
≈0
𝑑𝑥 𝑑𝐶 𝑑𝑤 𝑑𝜌
𝑁 , 𝐶𝐷 𝐷 𝑛 , 𝜌𝐷 𝐷
𝑑𝑧 𝑑𝑧 𝑑𝑧 𝑑𝑧

𝑑𝐶 𝑑𝜌
𝑁 𝐷 𝑛 , 𝐷
,
𝑑𝑧 𝑑𝑧

19 20

Na fase 2 existe o transporte do soluto até a interface, e o Admitindo-se que a interface não ofereça resistência à
seu fluxo pode ser descrito por convecção mássica na mobilidade do soluto, tem-se a continuidade do fluxo de
forma: matéria na fronteira considerada, de modo que em z = s
tem-se a igualdade dos fluxos. Em termos molares:
𝑁 , 𝑘 𝐶 𝐶
ou
𝑛 , 𝑘 𝜌 𝜌 𝐷𝑒𝑓 𝑘 𝐶 𝐶 (1)
coeficiente convectivo de transferência de massa da
𝑘 = fase 2 (comprimento/tempo) Nesta expressão o soluto está distribuído nas fases 1 e 2.

“2S” indica concentração de A na fase 2 e contida na Como a equação da continuidade de A é desenvolvida para
interface s. Esta concentração está em equilíbrio uma única região de transferência de massa, as condições
termodinâmico com a concentração de A na fase 1 e de contorno devem delimitar esta região. Assim sendo,
contida na interface s ou “1S” por meio da relação: escreve-se a igualdade (1) para uma única fase, por
exemplo para a fase 1.
𝐶 , 𝐾 𝐶 ,
21 22

Identificando que: 𝐶 ∗, 𝐾 𝐶
Substituindo CA,2S por: 𝐶 , 𝐾 𝐶 ,

Obtém-se: 𝑑𝐶 𝑘
𝑑𝐶 𝐶 𝐶 ∗, 𝐶
𝐷𝑒𝑓 𝑘 𝐶 𝑑𝑧 𝐷 𝐾
𝑑𝑧 𝐾
Multiplicando pela semi-espessura da matriz “s”:

𝑑𝐶 𝑘 𝑠𝑑𝐶 𝑠𝑘
𝐷 𝐶 𝐾 𝐶 𝐶 ∗, 𝐶
𝑑𝑧 𝐾 𝑑𝑧 𝐷 𝐾

23 24

4
Número de Biot mássico.
𝑑𝐶 𝑠𝑘
𝐶 ∗, 𝐶 𝑠𝑘
𝑑𝑧 𝐷 𝐾 𝐵𝑖
𝑠 𝐷 𝐾

Representa a relação entre a resistência interna à difusão de


𝑑𝑧 𝑑𝑧⁄𝑠 𝑧 𝑧 ⁄𝑠 um determinado soluto no meio em que se pretende estudar o
fenômeno de transferência de massa e a resistência à
Para z=s 𝑧 1
convecção mássica associada ao meio externo que envolve o
primeiro.

𝑑𝐶
𝐵𝑖 𝐶 ∗, 𝐶 O número de Biot mássico é válido na situação em que o
𝑑𝑧 soluto se encontra diluído no meio externo; no caso de ele
estar concentrado, a relação de equilíbrio é considerada em
separado.
25 26

C) Reação Química
Considerando a equação:
i) Reação química homogênea
𝑑𝐶 𝑘 ocorre em toda a solução,
𝐶 ∗, 𝐶
𝑑𝑧 𝐷 𝐾 ou seja, em todos os
pontos do elemento de
Percebe-se que ela admite o fluxo do soluto de uma fase volume e, por extensão,
para outra. em todo o meio onde
ocorre o transporte de A.
Nesse caso, a descrição
Porém, para situações de fronteira impermeável: da reação química aparece
diretamente como termo 𝜕𝜌
da equação da 𝛻. 𝑛 𝑟
𝑁 , 𝑛 , 0 𝜕𝑡
continuidade molar ou
mássica de A por 𝜕𝐶
𝛻. 𝑁 𝑅
intermédio de RA ou rA 𝜕𝑡
27 respectivamente. 28

C) Reação Química
ii) Reação química heterogênea
z z=0 𝑦 𝑦
a reação química ocorre na superfície de uma partícula, a qual 𝑁 𝑜𝑢 𝑛
, ,
é considerada como uma fronteira à região onde há o
transporte do soluto.
z=s
Nesse caso, o termo reacional R”A ou r”A aparecerá como
Líquido ou sólido
condição de contorno e não na equação diferencial que rege o
processo de transferência de massa. 𝑅" 𝑁 𝑘 𝐶 𝑘 𝑦 𝐶
,
"
𝑅 𝑁 , 𝑘 𝐶
Para z=s 𝑁 ,
O sobrescrito (“) indica que a reação ocorre na superfície “s” 𝑦
𝑘 𝐶
em z =δ.
Base molar, reação de 1ª ordem
29 30

5
Reação química com difusão intramolecular
Reagente Produto A B
Por outro lado, na situação em que houver difusão
intraparticular (difusão de uma espécie química dentro dos z
C(z)

poros) acompanhada de reação química nos sítios ativos de


z z+Δz
um dado catalisador, o termo reacional aparecerá na equação
da continuidade de “A” tal qual como nas reações homogêneas Poro do catalisador
e o sistema será dito pseudo-homogêneo.
Reação de 1ª ordem:

A B
Reagente Produto A B
𝑅 𝑘 𝑎𝐶
C(z)
z a = área da superfície catalítica por unidade de volume do
z+Δz
catalisador ( cm2/cm3 )
z
kS = constante de velocidade ( cm/s )
31 CA = concentração do reagente ( mol/cm3 ) 32

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