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CUCURBITÁCEAS
Diversas outras espécies pertencentes a, pelo menos, 8 géneros da família Cucurbitaceae, são
cultivadas como hortícolas menores em diversas regiões do Mundo.
Os géneros Cucúrbita, Sechium e Cyclanthera são originários do continente Americano. Os outros
géneros são originários de África e da Ásia tropical.
Valor nutritivo
Valor alimentar por 100 g parte comestível
Hidratos de
Produto Água Energia Proteina Gordura carbono Fibra
% kcal g g g g
Pepino 96 13 0.5 0.1 2.9 0.6
Melões 90-92 26-35 0.5-0.9 0.1-0.3 6.2-9.2 0.4-0.6
Aboborinhas
(squash) 86-96 14-45 1.2-2.0 0.1-0.5 2.9-11.7 0.5-1.4
Melancia 93 26 0.5 0.2 6.4
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Origem e domesticação
Os melões são originários de África, com centros de diversidade secundários na Índia, Irão, sul da
Rússia e China. O melão era cultivado no Egipto 2400 AC. Não se conhecem espécies silvestres de
melão.
Morfologia
Sistema radicular: aprumado; a maioria das raízes localizam-se nos 30-40 cm superficiais do solo.
Parte aérea: plantas algo polimórficas, com diversidade morfológica.
Folhas: inteiras, pubescentes.
Flores: geralmente andromonóicas (flores masculinas e hermafroditas na mesma planta), ou monóicas
(flores masculinas e femininas na mesma planta)
Polinização: auto e alogâmica; entomófila. A proporção de polinização alogâmica é muito variável (5-
75%).
Fruto: pepónio de forma esférica a ovóide ou alongada e coloração variável.
Solos e substratos
Prefere solos arenosos, profundos, com boa drenagem e arejamento. A vantagem dos solos arenosos é
aquecerem mais rapidamente do que solos de outra texturas, favorecendo a instalação da cultura. A boa
drenagem destes solos reduz incidência de podridões nos frutos. Resistente à seca
Especial atenção deve ser dada ao estado sanitário do solo e à ausência de resíduos de herbicidas.
Salinidade: sensibilidade moderada. Nível máximo sem perda de produção da ordem de 2,5 dS/m.
Salinidade excessiva reduz o tamanho dos frutos.
pH: 6 - 7,5. Sensível a solos ácidos, tolera solos ligeiramente calcáreos.
Humidade relativa
Elevada humidade atmosférica desfavorável
HR óptima no crescimento vegetativo: 65 - 75%
HR óptima durante a floração: 60 - 70%
HR óptima durante a frutificação: 55-65%
Luminosidade: muito exigente. Baixa luminosidade durante o vingamento e crescimento dos frutos reduz
o número e a taxa de crescimento dos frutos. Baixa luminosidade durante o amadurecimento provoca
vitrescência da polpa.
Sementes e germinação
Número de sementes por grama: 25-50
Duração da faculdade germinativa: 5-6 anos
Germinação epígea
Embora as sementes germinem lentamente a temperatura inferior, 15.5 ºC é considerada a temperatura
mínima do solo para uma boa germinação e estabelecimento da cultura.
Fertilização do solo
A cultura do melão é particularmente exigente em potássio e em cálcio, sendo as necessidades de
fósforo relativamente modestas. As exportações de planta (caules + folhas + frutos), em kg de nutriente
por tonelada de produção de frutos constam na seguinte tabela:
As fertilizações devem ser calculadas, para situação cultural, em função das exportações e dos dados na
análise de terra, pelo que os valores da tabela seguinte são apresentados a título meramente indicativo.
Assume-se uma produção de 20 t/ha em sequeiro e de 47 t/ha em regadio ao ar livre. Os valores estão em
kg de nutriente por hectare.
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Tipos de poda
A poda tem como principal objectivo aumentar a precocidade e garantir o calibre e qualidade da
produção. O tipo de poda depende das características de frutificação, da cv, do vigor das plantas (que é
influenciado pela cv, rega e fertilizações) e do sistema cultural.
Para o melão em estufa adoptam-se dois tipos de formas de condução: em altura e sobre o solo. Na
condução em altura, a forma mais vulgarizada é a condução em dois braços. Esta forma consegue-se
decapitando a planta, ainda no viveiro, acima da 3ª ou 4ª folha. Após a plantação seleccionam-se os
dois melhores lançamentos secundários que são tuturados Os ramos frutíferos terciários são cortados 2
folhas após o fruto. Podas 2-0-0, 2-6-0 ou 2-8-0 são podem ser adaptadas quando a cultura é conduzida
sobre o solo.
Técnicas especiais
A cultura responde à fertilização carbónica (até 1000-1500 ppm), com estímulo na floração e melhor
vingamento (maior número de frutos). O efeito do enriquecimento em CO2 no rendimento ocorre
predominantemente durante a fase do vingamento e crescimento do fruto.
Enxertia. Na cultura em estufa, para combater fusariose e verticiliose. Efectuada nos viveiros que
produzem os transplantes. As casa de sementes produzem cvs de porta-enxertos para melão,
normalmente híbridos de Cucurbita moscata x maxima.
Colheita
Colheita manual. Os frutos devem ser colhidos maduros pois são a formação dos aromas e a acumulação
dos açucares que valorizam o fruto. Mais de metade dos açucares acumulam-se no fruto durante as 2
últimas semanas do amadurecimento. A inexistência de amido no fruto impede que os açucares
continuem a aumentar no fruto após a colheita. Existem vários indicadores da maturação comercial, que
diferem com a cv, entre os quais se destaca a alteração da coloração, o aroma, o aparecimento de uma
ferida na região peduncular, o aumento da elasticidade dos tecidos da zona pistilar e, em certas cvs, a
secagem da folha próxima do fruto. Melões do grupo reticulatus desenvolvem uma camada de abscisão
no pedicelo durante o amadurecimento. A determinação da data de colheita em melões do grupo
inodorus é mais complicada. Para estas cvs. confia-se normalmente na textura da zona pistilar e na
mudança de cor.
Pós-colheita
Pré-arrefecimento na câmara, por ar forçado ou por água (hydrocooling)
Temperatura do armazenamento: 4-10 ºC, dependendo das cvs. 4-6 para meloas, 10 para cvs mais
sensíveis a danos causados pelo frio.
Humidade relativa: 90-95%
Duração aproximada do armazenamento: 2-3 semanas (3-5 dias para meloas do tipo Charentais)
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Bibliografia
Cermeño, Z. S. (s.d.). Cultivo de plantas hortícolas em estufa. Editora Litexa, Lisboa.
Cermeño, Z. S. 1988. Prontuário do horticultor. Litexa editora, Lisboa.
CTIFL 1991. Le melon. Paris.
CTIFL, 1989. Mémento fertilization des cultures légumières. CTIFL, Paris.
GPPAA. 2000. Anuário hortofrutícola. Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar, MADRP,
Lisboa.
Maroto, J. V. 1989.Horticultura herbacea especial. Ediciones Mundi-Prensa, Madrid.
Shoemaker, W. H. 1992. Melons – muskmelons, watermelons, and honeydews. In Swiader, J. M., Ware,
G. W. and J. P. McCollum. Producing vegetable crops. Fourth edition. Interstate Publishers,
Danville. pp. 361-380.
Zapata, M., P. Cabrera, S. Baron, P. Roth. 1989. El melon Ediciones Mundi-Prensa. Madrid.
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Origem e domesticação
Considera-se que tiveram origem na Índia, onde são cultivados há milhares de anos. O pepino era
também cultivado pelos Egípcios e Gregos da antiguidade.
Morfologia
Sistema radicular: aprumado.
Folhas: inteiras, lobadas.
Flores: híbridos actualmente cultivados em estufa (e.g. Jazzer) são ginóicos, pepino de ar livre e cvs
antigas eram monóicas.
Polinização: desnecessária nas cvs ginóicas.
Fruto: pepónio.
Solos e substratos
Adaptado a diversos tipos de solo, desde que bem drenados. Solos francos são preferíveis a solos
arenosos ou argilosos.
Salinidade do substrato: valor 2.5 dS/m indicado nalguma bibliografia, mas mais sensível à salinidade do
que o melão.
Decréscimo na produtividade por cada dS/m acima do nível crítico: 13%
pH: 5.5-7.5
Humidade relativa
50-80%. A planta beneficia de humidade relativa mais elevada quanto mais elevada for a temperatura.
Requer mais humidade relativa do ar do que o melão.
Sementes e germinação
Número de sementes por grama: 35
Duração da faculdade germinativa: 5-6 anos
Germinação epígea
Imbibição da semente em água durante 12-14 h antes da sementeira facilita a germinação.
Densidades e compassos
Na cultura ao ar livre para pickles com colheita única usar 15 plantas/m2.
Em cultura vertical na estufa usar 1,2 a 4 plantas/m2, dependendo da luminosidade disponível. Com cvs
ginóicas, no nosso clima, adoptar 2,5 a 4 plantas/m2. As entrelinhas podem ter 80-100 cm e 30-40 cm
entre plantas na linha. Em cultura horizontal usar 1-1,5 plantas/m2 com 150 cm na entrelinha e 40-50 cm
entre plantas na linha. Pode optar-se por plantar 3 plantas/covacho, ficando os covachos espaçados de
120 cm na linha.
Tutoragem pode ser efectuada com fios ou com rede de tuturagem de malha larga (quadrados de 10-12
cm de lado).
Os tipos de poda das cucurbitáceas têm evoluído significativamente tios últimos anos como resultado
da escassez e onerosidade da mão-de-obra e do aparecimento de cultivares com características de
crescimento e frutificação que permitem eliminar ou minimizar esta operação, e.g. cvs de pepino híbridas,
ginóicas, com reduzida ramificação. As cvs. híbridas dispensam qualquer tipo de poda devendo
adoptar-se distâncias na linha relativamente estreitas para evitar o desenvolvimento dos ramos laterais.
As cvs ginóicas podem, sob condições de baixa temperatura e baixa luminosidade, produzir algumas
flores masculinas. Nestes casos, a polinização origina frutos disformes, pelo que é importante manter
abelhas fora da estufa.
Fertilização
Aplicar 60-80 kg/ha N e 75-100 kg/ha K2O em cobertura, cada 15 dias, entre o início do vingamento e
cerca de 1 mês antes do final da cultura.
Para combater o amarelecimento dos frutos aplicar sulfato de magnésio em cobertura (100 kg/ha) ou em
aplicações foliares (2%).
Para a cultura de cornichon as exportações são similares, mas é necessário ter em conta que as
produtividades são da ordem das 20-30 t/ha.
Inimigos da cultura
A cultura é frequentemente afectada pelo damping off (Pythium, Rhizoctonia), oidio, mildio
(Pseudoperonospora cubensis), antracnose (Colletotrichum lagenarium), clodosporiose
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Colheita
No caso do pepino como se trata de um fruto que não é doce e é apreciado pela sua frescura pode ser
colhido mal se atinja o tamanho desejado. O crescimento dos frutos é rápido, pelo que, em estufa, a
colheita deve ser efectuada de 2 em 2 dias, durante a fase de produção. Exigente em mão de obra.
Pós-colheita
Pré-arrefecimento na câmara ou por ar forçado
Temperatura do armazenamento: 8-13 ºC
Susceptível a danos causados pelo frio. Temperatura mínima de segurança: 7 ºC. Sintomas dos danos:
pitting, manchas de aspecto aguado, podridão
Humidade relativa: 80-95%
Duração aproximada do armazenamento: 2 semanas.
Bibliografia
Cermeño, Z. S. 1988. Prontuário do horticultor. Litexa editora, Lisboa.
CTIFL, 1989. Mémento fertilization des cultures légumières. CTIFL, Paris.
Enza Zaden. 1993. Elementos sobre a cultura do pepino híbrido “Jazzer”. Enza Zaden, Enkuizen,
Holanda. Folheto traduzido por F. Cruz e distribuido por JAD sementes.
Hochmuth, G. J. 1995. Cucumber production guide for Florida. Cooperative Extension Service, University
of Florida
Johnson, H. & G. W. Hickman. s/d. Greenhouse cucumber production. Cooperative Extension,
University of California, Leaflet 2775.
Maynard, D. N. and G. J. Hochmuth. 1997. Knott’s handbook for vegetable growers. Fourth edition.
John Wiley & Sons, New York.
Portree, J. 1996. Greenhouse vegetable production guide for commercial growers. Ministery of
Agriculture, Fisheries and Food, Province of British Columbia.
Wien, H. C. 1997. The cucurbits: cucumber, melon, squash and pumpkin. In: Wien, H. C. (editor). The
physiology of vegetable crops. CAB International, Oxon. pp207-258.
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Origem e domesticação
Originária da África tropical.
Morfologia
Como para as outras Cucurbitáceas
Floração: monóica.
Solos e substratos
Prefere solos ricos em matéria orgânica
pH: 5.5-7.5. Tolera acidez melhor do que os melões.
Exigências ambientais
Temperatura
Cultura megatérmica. Exigências climáticas semelhantes às do melão, mas mais exigente em temperatura
do que melões var. reticulatus. As cultivares triplóides (sem sementes) são mais exigentes em
temperatura do que as cvs diplóides.
Sementes e germinação
Número de sementes por grama: 10.
Duração da faculdade germinativa: 5 anos
Germinação epígea
Operações culturais
As exigências em fertilizantes são semelhantes às do melão, mas a cultura é geralmente menos fertilizada.
Sementeira em covachos ou transplantação. Densidade de 3500-5000 plantas/ha. Compasso de 2-3 m x
1,5 m.
Cultivares sem semente (triplóides) resultam do cruzamento de um progenitor feminino 4N com um
masculino 2N. A semente é cara pois as linhas 4N produzem apenas 5-10% da quantidade de semente
das linhas 2N.
As exigências das cvs 4N são mais estritas do que das cvs 2N. Exigem cerca de 27 ºC para uma boa
germinação. A germinação e crescimento da plântula é mais lento do nas cvs diplóides. A densidade
deve ser inferior à das cvs 2N (por exemplo 3 x 1,5 m). Como as plantas não produzem pólen viável as cvs
4N têm de ser plantadas com uma cv 2N polinizadora com datas de floração coincidentes. Colocar 1-2
colmeia/ha para auxiliar na polinização.
Colheita
Colheita manual inicia-se 75 a 110 dias após a sementeira. Produtividades de 1-3 t/ha em sequeiro, 3-4
t/ha em regadio. Na cultura de cvs triplódes é importante não misturar os frutos da cultivar polinizadora
com os frutos sem semente. Estes distinguem-se pelo facto dos frutos triplóides não terem manchas
claras na casca.
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Pós-colheita
Pré-arrefecimento por ar forçado ou por água
Temperatura do armazenamento: 10-15 ºC Maroto (1989) refere armazenamento a 2-4 ºC.
Susceptível a danos causados pelo frio. Temperatura mínima de segurança: 4,5 ºC. Sintomas dos danos:
pitting, odor desagradável
Humidade relativa: 90%
Duração aproximada do armazenamento: 2-3 semanas.
Bibliografia
Cermeño, Z. S. 1988. Prontuário do horticultor. Litexa editora, Lisboa.
Maroto, J. V. 1989.Horticultura herbacea especial. Ediciones Mundi-Prensa, Madrid.
Maynard, D. N. and G. J. Hochmuth. 1997. Knott’s handbook for vegetable growers. Fourth edition.
John Wiley & Sons, New York.
Elmstrom, G. W. & D. N. Maynard. 1995. Growing seedless watermelons. Cooperative Extension Service,
University of Florida.