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LEME
2017
ISABELA CAROLINA DA SILVA
LEME
2017
ISABELA CAROLINA DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
Agradeço aos meus amigos e colegas de curso que juntos pudemos nos
apoiar e nos ajudar frente a elaboração de nossos Trabalhos de conclusão de curso,
e em especial ao meu professor Vinícius Furlan que esclareceu de forma clara e
objetiva todas as minhas dúvidas em relação ao tema e ao trabalho em si tendo
esses grande relevância no andamento e conclusão deste trabalho.
SILVA, Isabela Carolina. Saúde emocional da Mulher: O cuidado emocional a
mulheres em situação de vulnerabilidade social. 2017. 30 p. Trabalho de Conclusão
de Curso Psicologia – Centro Universitário Anhanguera Leme, 2017.
RESUMO
ABSTRACT
Violence against women is a current social phenomenon, and this problem can not
be reduced only to the individual or private field, charging the professional
performance of the psychologist who attends to these situations, a good theoretical
basis in both social and clinical psychology. A woman who experiences situations of
violence is often perceived as a despicable being by her partner, and in the face of
her fragility, ends up accepting and absorbing passively all that is said about her by
man; however, women in situations of vulnerability due to domestic violence, or
others, generally have a low self-esteem and low self-confidence, since in some way
they have spent some or a long time being submissive and without autonomy in front
of their choices and decisions. Thus, it is up to the psychologist during the
accompaniment to these women the role of helping them in the transformation of
their self-image and redemption of their self-esteem that in a violent relationship ends
up generating negative feelings toward themselves, as for example, impotence,
incapacity, guilt and insecurity. With the increase in the index of violence against
women in Brazil, which significantly affects their health, mainly emotional, this work
shows from a bibliographical review, a brief history on health in Brazil and the
situation of Women's Health currently, in front of the Health Psychology, a little about
the role of the psychologist in this area and the importance in supporting and guiding
women in situation of social vulnerability and the promotion of their emotional care.
The psychologist's entrance into the public health service occurred in the late
seventies, so the psychology professional when entering the social field can open a
range of new opportunities for his work.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1- A SAÚDE NO BRASIL, OS DIREITOS E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. ....... 5
1.1 A SAÚDE DA MULHER NO BRASIL ............................................................... 6
2- SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA MULHER, DIREITOS E NECESSIDADES......11
2.1 MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA E O CUIDADO EMOCIONAL. ............... 14
3. A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE EMOCIONAL DA MULHER, E O IMPACTO QUE
O ADOECIMENTO PODE CAUSAR NAS FAMÍLIAS. ............................................. 17
3.1 A PSICOLOGIA DA SAÚDE E O PAPEL DO PSICÓLOGO NO CUIDAR DA
SAÚDE. ..................................................................................................................... 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 28
3
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como tema, a saúde da mulher no Brasil, com foco na
importância do cuidado emocional a mulheres em situação de vulnerabilidade social
e o impacto causado a elas e consequentemente em seus familiares frente a tais
situações como violência física, psicológica, abandono e preconceito; e seus direitos
em relação à saúde, principalmente pública, vinculada ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
A maioria da população brasileira é composta por mulheres, e são elas os
principais alvos quando o assunto é violência, a maior parte das mulheres que vivem
hoje em situação de risco passa ou passou por algum tipo de violência em algum
momento da sua vida, dado fato de que violência, não necessariamente se trata de
violência física, a mulher pode passar por inúmeras situações de violência durante
sua vida, podendo ser essas de origem sexual, verbal ou psicológica o que acaba
gerando nelas o medo e o adoecimento emocional.
A violência contra as mulheres pode acontecer por diversos fatores como
desigualdade de gênero, preconceito e possessão, por exemplo, e vir de diversas
pessoas e não necessariamente só de seus parceiros ou ex-parceiros, as violências
e abusos contra as mulheres podem ocorrer também por familiares ou pessoas
próximas, amigos, conhecidos, estranhos e até mesmo por algumas instituições
públicas ou pelo Estado quando se trata de seus Direitos como mulher e cidadã; e é
dentro dessa temática, que o trabalho procurou analisar a importância da Psicologia
e o papel do Psicólogo frente aos cuidados emocionais a mulheres em situação de
vulnerabilidade e no que isso pode (auxiliar e talvez até mesmo modificar na vida
delas e no seu convívio familiar e social).
Diante de tais apontamentos, cabe-se pensar em quais os fatores
relacionados à vulnerabilidade social tem produzido sofrimento psíquico as mulheres
e os cuidados a elas oferecidos dentro do sistema público de saúde e pela
psicologia? Identificando assim, as necessidades relacionadas à saúde física e
mental da mulher e o cuidado emocional a mulheres em situação de vulnerabilidade
social; para isto foi necessário descrever sobre a Saúde no Brasil, os Direitos e o
Sistema Único de Saúde analisar, a Saúde Física e mental da Mulher, seus Direitos
4
“1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas
de saúde”.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para o seu
problema.
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre
de qualquer discriminação.
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus
valores e deus direitos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento
aconteça de forma adequada.
6. “Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde
para que os princípios anteriores sejam cumpridos”. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
dos direitos humanos de toda mulher; seus objetivos gerais, contudo, se constituem
em:
...O que toma por referência a definição de saúde pela Organização Mundial
da saúde (OMS), onde são acrescentadas as dimensões de sexualidade e
reprodução humana frente a uma perspectiva de direitos assim dizendo. Saúde e
doença, segundo Laurrel; 1982 citado na Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher (2004) p. 11-12 estão ligadas visceralmente, formando assim um
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saúde dados sobre cor, etnia, e ocupação incluindo-se nesta lista também aqueles
relativos a fatores que colocam em risco a saúde do indivíduo.
Por fim, mesmo com todas as lutas e os avanços tidos frente à saúde da
mulher, ainda estão presentes nesse âmbito as noções que as colocam ao redor de
esferas reprodutivas e privadas, enquanto os homens às esferas públicas e
produtivas gerando então à necessidade de superar esses limites tomando como
justificativa o caráter estratégico pertencente às informações recorrentes dos
processos decisivos em relação às prioridades em políticas públicas de saúde; cabe-
se levar em conta também, o fato de que o monitoramento da situação da saúde da
mulher requisita estudos alternativos a fim de suplementar espaço associados a
temas como, saúde mental, violência doméstica, estresse ocupacional, e os efeitos
do trabalho sobre a saúde das mulheres, além de ações e programas voltados a
saúde com destaque às tecnologias reprodutivas e as questões de gênero na busca
de ampliar o campo de visão e reflexão diante dos determinantes desse processo de
saúde-doença o que será de grande valia para a formulação de novas propostas na
luta para o alcance da equidade em saúde. (LEÃO; MARINHO; 2002 p. 34-35).
11
que são enfrentados pelas mulheres, como por exemplo, o câncer cervical, o câncer
de mama e doenças sexualmente transmissíveis além da violência doméstica e
demais tipos de violências preexistentes.
Toda mulher segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) tem 12
Direitos a lhe serem assegurados, sendo eles o Direito à vida, o Direito à liberdade e
à segurança pessoal, Direito à igualdade e ser livre de todo tipo de discriminação;
Direito à liberdade de pensamento, à informação e educação, à privacidade, o
Direito à saúde e a proteção desta, o Direito a construir relacionamento conjugal e a
planejar sua família, a decidir entre ter ou não ter filhos, o Direito aos benefícios dos
processos científicos, à liberdade de reunião e participação política, e por fim, o
Direito a não ser submetida a torturas e maltrato, sejam eles psicológicos, sociais ou
quaisquer formas de humilhação frente a amigos, filhos ou parentes. (NAÇÃO
JURIDICA, 2013).
As mulheres são atualmente a maioria da população brasileira, como visto no
capítulo anterior, 50,77% segundo dados do SUS, e são elas os principais alvos de
abusos e agressões nos dias de hoje, nomeia-se essas ocorrências como violência e
entende-se como comportamentos que desconhecem ou negligenciam os Direitos
de todo indivíduo, como principalmente o Direito ao respeito e a dignidade que cada
um deve ter, seja homem ou mulher, já que tratar o outro e ser tratado pelo outro
com respeito e dignidade são os pilares da ética e do chamado bom comportamento,
além de responsáveis por constituir Direitos e deveres das relações interpessoais
reconhecidos por lei. (SCHRAIBER; D’OLIVEIRA; FALCÃO; FIGUEIREDO, 2005).
As violências ocorrem principalmente entre mulheres com idade entre 15 e 49
anos dando origem a um conjunto próprio de situações, já que essas mulheres não
passam por apenas um tipo de violência, geralmente são vários, divididos entre
agressões ou abusos de ordem verbal, física, psicológica e sexual podendo elas
partir não somente de seus parceiros ou ex-parceiros, mas também por pessoas
distintas como familiares, amigos, conhecidos, estranhos, e até mesmo por
instituições públicas ou pelo Estado em se tratando de seus Direitos como mulher e
cidadã usuárias dos sistemas de saúde.
Em relação a isso, de acordo com o Ministério da Saúde (2004):
13
casos quase 80% dos filhos dessas vítimas presenciado e até mesmo sofrido
violência por parte dos agressores.
Para Fonseca, Ribeiro, e Leal (2012), a Violência Doméstica contra a Mulher
acarreta diversas consequências nos aspectos de vida da vítima, como no trabalho,
nas relações sociais e na saúde tanto física quanto a psicológica que é a principal, e
discorrem que, em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o
“Relatório Mundial sobre Violência e Saúde” o qual define a violência segundo Zuma
(2005) citado por Fonseca, Ribeiro e Leal (2012) p. 307 como:
Souza (2007) citado por Fonseca, Ribeiro e Leal (2012) a estrutura traz a
prevalência da violência psicológica ou emocional sobre os outros tipos de violência,
pois, o sofrimento psíquico e seu efeito comutativo tornam-se os responsáveis por
desenvolver uma série de doenças psicossomáticas, como por exemplo, a
depressão que por sua vez é a mais comum nesses casos.
Fonseca, Ribeiro e Leal (2012) citam ainda que dentre as principais causas
de violência contra as mulheres estão o ciúme, o poder como exposto acima, e o
histórico familiar de ambas as partes.
O conceito de bem estar esta ligado a várias dimensões, bem como física,
emocional, profissional e sociofamiliar, além da também inclusão da
responsabilidade do individuo com sua própria saúde, cabendo a ele a busca por um
estilo de vida que lhe traga equilíbrio; a saúde emocional origina uma constante
verificação nas inúmeras dimensões do viver, sendo essa busca por tomar
consciência o ponto chave para o alcance e construção de uma vida saudável.
(CARTILHA DE SAÚDE EMOCIONAL – CEMIG)
Não existe diretamente um sintoma que caracterize o desequilíbrio emocional,
porém isso não significa que tudo o que está se passando, esteja sendo o suficiente
para o mantimento de uma saúde plena emocionalmente; não são apenas fatores
físicos que influenciam na capacidade do indivíduo em se manter saudável, mas
também e significativamente a falta de objetivos concretos, uma vida afetiva isolada,
medos e ansiedades fora do controle, o que podem ser pontos determinantes para o
início do estado de desequilíbrio emocional. (CARTILHA DE SAÚDE EMOCIONAL
CEMIG).
Em se tratando da saúde emocional da mulher em geral, a Eletrobrás (2009)
na Cartilha Saúde Emocional da Mulher salienta que inúmeros órgãos de saúde no
mundo, tem nos últimos anos voltado a atenção para as diferenças entre homens e
mulheres, principalmente diferenças biológicas, sociais e emocionais dado fato de
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que a curto modo passou anos sendo submissa, e sem autonomia frente suas
escolhas e decisões; salientando com Hirigoyen (2006) que diz que mulheres que
sofreram violências, na maioria dos casos são tidas como seres desprezíveis para
seus parceiros e em seguida por elas mesmas que aceitam e absorvem de forma
passível tudo o que o homem diz a seu respeito.
Sendo assim, Hirigoyen (2006) citado por Monteiro (2012) discorre então, que
o papel do psicólogo nesses casos, é o de dar auxilio a mulher fazendo-a perceber a
situação de violência praticada por seu companheiro ou ex companheiro e
experenciada por ela e sua ausência de culpa nessa situação, já que na maioria das
vezes, as mulheres acabam justificando o ato praticado pelo homem culpando-se ou
atribuindo a causa da violência a fatores externos a ele, o que um dos maiores
objetivos dos homens agressivos, negar o ato de violência e fazer de todas as
formas com que a mulher se sinta culpada por isso.
Hirigoyen (2006) p. 24 citado por Monteiro (2012) discorre que:
Por fim, Monteiro (2012) citando Tenório (2012) salienta que o psicólogo
quando em acompanhamento a mulheres vítimas de violência, tem por papel auxiliá-
las na transformação de sua auto-imagem e no resgate de sua auto-estima, que
dentro de uma relação violenta lhe gerou sentimentos negativos em relação a si
mesma como impotência, incapacidade, culpa e insegurança. Cabe ao psicólogo
também, trabalhar com a ampliação da consciência, fazendo-a notar quais os
motivos que a mantém dentro de uma relação abusiva e os porquês.
Monteiro (2012) p. 26 ainda citando Tenório (2012) finaliza dizendo que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONSECA, Denire Holanda da; RIBEIRO, Cristiane Galvão and LEAL, Noêmia
Soares Barbosa.Violência doméstica contra a mulher: realidades e
representações sociais.Psicol. Soc. [online]. 2012, vol.24, n.2, pp. 307-314. ISSN
0102-7182. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822012000200008>.
Acesso em: 12 out 2017.
LEÃO, Estela Maria, MARINHO, Lilian Fatima Barbosa. Saúde das mulheres no
Brasil: subsídios para as políticas públicas de saúde. Revista Promoção da Saúde
2002; 6:31-6. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0303/pdfs/IS23(3)079.pdf> . Acesso em
11 set 2017.
NAÇÃO JURÍDICA
http://www.nacaojuridica.com.br/2013/07/os-12-direitos-das-mulheres.html Acesso
em: 11 out 2017.
SCHRAIBER, Lilia Blima. D’OLIVEIRA, Ana Flavia Pires. FALCÂO, Marcia Thereza
Couto. FIGUEIREDO, Wagner dos Santos. Violência Dói e não é Direito. São
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