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TRABALHO EM GRUPO – TG

Aluno(s):

Pâmela Jaíne de Souza RA: 1225958


Taís Belarmino da Silva RA: 1231374
Vanieli Aparecida Ferreira dos Santos RA: 1222093
Aline Ribeiro de Almeida RA: 1230276

“A caixa e o brinquedo”: Experiências escolares.

PÓLO
Colégio Objetivo de Atibaia- SP.
2012
EXPERIÊNCIAS ESCOLARES

Através de nossas experiências escolares, antigamente apesar de termos a


“caixa” em nossas mãos, não nos motivava conhecer o “brinquedo”, pois
acreditávamos ter o suficiente para seguir o caminho já que não era nosso desejo
sermos obrigados a decorar a tabuada e nem escrever um ditado de palavras muitas
vezes desconhecidas por nós.
Era uma época tradicional onde os pais precisavam ser rígidos com seus filhos
exigindo todas as responsabilidades propostas por uma sociedade que zelava por
dignidade e honra. Sem perceber definiam desde cedo o papel social do homem e da
mulher, valorizavam uma cultura preconceituosa individualizando papéis
diferenciados para se cumprir nos afazeres políticos, econômicos e culturais.
Não tínhamos conhecimentos suficientes para brincar com um brinquedo que
nos desestimulava e causava medo sempre quando se iniciava o ano letivo. Os
professores eram os únicos que poderiam minimizar esse sentimento, mas
infelizmente sua atenção estava voltada na maior quantidade de conteúdos que
pudesse colocar dentro do quadro negro. Enquanto isso, nós alunos corríamos contra
o tempo, nosso caderno tinha que apresentar todas as matérias com letras legíveis se
quiséssemos passar de ano, assim o brinquedo ia se tornando monótono, incompleto
e por mais que tentássemos as peças não se encaixavam.
No estudo da matemática percebíamos o esforço do professor para torná-la
mais aceita, mas mesmo assim continuava a ser difícil e incompreensível, até mesmo
porque precisávamos resolver inúmeros exercícios para casa, uma forma equivocada
de nos educar já que não respeitava nossa liberdade, imposta por atitudes e valores
arbitrários.
Muitos professores eram autoritários, confundiam educação com doutrina sem
respeitar as diferenças de opiniões, onde buscavam enquadra-las na forma de pensar
e de agir, independente da nossa identidade, procuravam nos ensinar através de uma
única maneira separando a escola da realidade de mundo com a qual vivíamos
passando uma postura pretensiosa e dominadora.
Estudamos maiores parte de nossas vidas em escolas públicas com portas,
janelas e carteiras quebradas. Um descaso com nós e também uma falta de
sensibilidade com o salário dos professores, resultando em um ambiente
desagradável e cansativo ao contrário das escolas particulares que desde nossa época,
possuíam maior recurso financeiro e eram direcionadas as famílias de classe média e
social alta.
Nossos trabalhos eram pesquisados na biblioteca escritos com caneta
esferográfica azul com margem de um centímetro, não podíamos expressar nossas
opiniões apenas copiar imensas páginas do livro referente ao conteúdo proposto sem
esquecer-se de mencionar o autor.
Para conseguir a nota máxima era preciso apresentar seminários, montar maquetes no
qual éramos divididos em grupos com uma quantidade estabelecida, com isso alguns
alunos eram prejudicados socialmente sendo escolhidos apenas os que se destacavam
pelo grau de popularidade ou por sua competência.
Apesar de algumas experiências escolares acontecerem nestas proporções,
diante das dificuldades ainda havia professores que sorriam e realizava a chamada
olhando nos olhos de cada um de nós. Quando faltávamos ficavam preocupados,
pedia nossa justificativa através de atestado médico ou um bilhete escrito por nossos
pais, colados na agenda estudantil.
À hora mais prazerosa que muito nos entusiasmávamos era a aula de
educação física porque sabíamos que teríamos um pequeno tempo para brincar sem
precisar de um “livro didático” para nos ensinar a jogar bola ou correr.
Sentíamos a escola como nossa segunda casa com limites e regras para seguir,
no fundo sabíamos que seu espaço era a nossa rotina onde todos os dias mesmo sem
querer, nós tínhamos que aceitar aquela educação padronizada.
Por outro lado sentíamos vontade de conhecer o mundo que nos envolvia,
uma “caixa” que guardava diversas informações e padrões diferentes da realidade
mostrada pela escola. Concordamos com Rubem Alves quando ele afirma que “havia
tantas coisas para conhecer, tantas coisas para fazer. Explorar o mundo andar por
lugares desconhecidos, ter liberdade para fazer nossos próprios brinquedos”, mas não
podíamos, pois não sabíamos o que era agir com autonomia.
A tecnologia se fez cada vez mais presente no nosso meio, o que muito
influenciou a educação, substituindo a tabuada os cálculos eram resolvidos pela
calculadora e a biblioteca passou a ser visualizada virtualmente com o uso do
computador conectado a internet. Mesmo não demonstrando um interesse,
procurávamos fazer tudo nos mínimos detalhes principalmente para não ficarmos de
castigo e poder assistir aos filmes a noite, além de ser constrangedor repetir de série,
era uma vergonha ser tratados como repetentes fazíamos de tudo para isso não
acontecer e assim escapar do professor de reforço nos finais de semana.
Realmente estas experiências não é o que queremos transmitir aos nossos
futuros alunos. Muitas coisas mudaram os pais hoje em dia não são mais severos,
tanto que muitos nem se preocupam mais em participar das reuniões quando
convocados pela escola. Isto prejudica o processo de aprendizagem, com a atenção
voltada para o trabalho deixam toda a responsabilidade somente a cargo da escola
para educá-los. Vendo por este lado, nem sempre há professores entusiasmados e
dispostos a ouvir ou dialogar com os alunos.
São muitos os problemas existentes ao que se refere à educação em nosso
país. Podemos dizer que a caixa ainda está vazia, não há muita diferença nos dias de
hoje, claro que muita coisa melhorou, é com os erros que aprendemos, mas por má
influência da sociedade muitos professores não conseguiam transmitir, além disso, os
alunos não tinham vontade de aprender matérias cansativas mostradas por um
professor autoritário e rotineiro.
O “brinquedo” é um importante presente na vida de todos nós, a escola é a
única capaz de sociabilizar de geração para geração os saberes necessários para
adequarmos em nossas vidas.
Ainda mesmo com o avanço tecnológico, muitos são os profissionais da
educação que se esquecem da importância que a escola tem na sociedade e de como
fica interessante buscar novos métodos de ensino através da internet. A escola de
que precisamos não pode ser tradicional e nem demonstrar medo de posicionar-se
contra a exclusão econômica, política, cultural e pedagógica.
Como futuros pedagogos, através da prática de ensino, nós iremos promover
a formação efetiva dos cidadãos, lutar por uma educação de qualidade com a
participação de todos os que são envolvidos no processo, sem distinção e
descriminação, independente de onde iremos atuar seja em escola particular ou
pública.
Sonhamos em efetivar um novo projeto de mundo, de sociedade, começando
a mudar a “cara” da escola em que iremos atuar para isso o dever nos convida a
adaptar os conteúdos a realidade de nossos alunos diferenciando do modelo de
educação que tivemos em nossa época, voltadas apenas no giz e no quadro negro.
Desde nossa educação infantil, esperávamos por uma escola renovada onde a
liberdade de pensamentos se fazia presentes para que pudéssemos aprender com
nossos próprios erros. Neste sonho podíamos ver que a escola possuía portas,
janelas, banheiros e salas limpas com professores valorizados, dispostos a educar e
não apenas transmitir conteúdos desvinculados de nossa realidade.
Queremos mostrar aos nossos futuros alunos que a caixa está relacionada ao
brinquedo, ou seja, a escola faz parte da realidade de mundo vivida por todos nós,
cabe a cada um de nós respeitarmos as diferenças econômicas e culturais, com o
objetivo de instigar a curiosidade dos discentes e o interesse de aprender os
conteúdos propostos do currículo.
Buscaremos novos métodos de ensino a fim de motivá-los a desenvolver a
capacidade de avaliar o mundo, as pessoas e a si mesmo a partir de seu próprio
entendimento. Durante nosso curso iremos acumular o máximo de conhecimentos,
pois chegamos à conclusão que o profissional da educação é desafiado a todo
instante superar os problemas e para isso necessitamos conhecer a realidade na qual
queremos atuar, buscando uma formação contínua e rica, muito além de livros
didáticos e conteúdos decorados.
Desde sempre, sabemos que a profissão docente está muito desvalorizada,
mas isto não nos justifica atuar com uma prática descomprometida com o
desenvolvimento de nossos alunos, onde ninguém se propõe fazer algo novo e
diferente.
A escola é o meio pelo qual nós educadores temos de atuar com
responsabilidade e amor, para isso não somente o espaço tem de estar completo das
coisas materiais, mas também transmitir sentimentos de afetividade ser exemplo de
que o sonho é possível quando passamos a acreditar que a mudança começa de
dentro de cada um de nós.
Buscamos atuar numa escola melhor, um ambiente mais agradável onde os
alunos respeitem o professor mostrando interesse pelas aulas. Devido às lembranças
de experiências vividas por cada um de nós acadêmicos, este sonho não está tão
longe de ser alcançado, basta presentearmos nossos alunos com a “caixa” mesmo
estando vazia, com certeza iremos nos surpreender com os novos resultados frutos da
capacidade e autonomia que nossos alunos têm dentro de si, revelados num futuro
bem próximo de nós.

Conversando sobre o assunto...

PÂMELA JAINE SOUZA – “Eu gostaria de atuar em uma escola que motivasse mais
os alunos, e estes tivessem mais “sede” do saber sem olhar para o professor com
desprezo”.

TAÍS BELARMINO SILVA – “Espero atuar em uma escola onde eu possa levar meu
conhecimento e ao mesmo tempo aprender com os alunos, e estes demonstrarem
interesse pelas aulas”.

VANIELI AP. FERREIRA SANTOS – “Desejo atuar em uma escola onde não exista
a desigualdade, exclusão social onde a educação seja igualitária para todos com mais
amor e humildade”.

ALINE RIBEIRO ALMEIDA – “Quero atuar em uma escola em que as autoridades


valorizem mais o salário dos professores e o âmbito escolar, onde não existam portas
quebradas ou janelas fechadas que nos impeçam de acreditar na educação em nosso
país”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

in DIMENSTEIN, Gilberto e ALVES, Rubem. Fomos maus alunos. Campinas, SP:


Papirus, 2003.

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