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A abordagem pela tensão foi a primeira a surgir, sendo aplicável principalmente quando

grandes períodos de vida à fadiga são esperados, e é válida enquanto as tensões e as


deformações envolvidas permanecerem no regime elástico. ESTIMAÇÃO DA VIDA DE
FADIGA DE TUBULAÇÕES DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO SUJEITAS A
CARREGAMENTOS ESTOCÁSTICOS. Esse método já foi um dos mais empregados.
Porém acabou perdendo muito espaço para abordagens mais modernas, como a da
deformação. Esta sofreu considerável impulso, pois o método é relativamente preciso em
situações onde uma parcela considerável de deformação plástica e períodos curtos de vida à
fadiga estão envolvidos. Isso vai ao encontro da tendência atual, onde se procura cada vez
mais trabalhar em regiões próximas aos limites de aplicabilidade, sendo que em muitos casos,
o ponto de serviço é posterior ao limite de escoamento. INFLUÊNCIA DOS CRITÉRIOS DE
TENSÃO MÉDIA E DA CURVA S-N NA ESTIMATIVA DE VIDA EM ANÁLISE DE
FADIGA
No final do século XIX, alguns acidentes despertaram a atenção de pesquisadores da
época, uma vez que as causas não eram bem entendidas. As falhas catastróficas ocorreram em
situações normais de aplicação, sem implicações de ordem maior. August Wöhler, um
engenheiro alemão, foi uma dessas personalidades. Na realidade, acabou ganhando destaque
devido a importância e resultados de seus estudos. Durante um período de 12 anos efetuou a
primeira investigação científica sobre a falha por fadiga, testando eixos em laboratório até a
falha sob carregamento alternado. Suas descobertas foram publicadas em 1870 e identificaram
o número de ciclos de tensão variante no tempo como os causadores do colapso, mesmo
abaixo da tensão admissível. (ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O GRÁFICO DE
WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE CONTATO DE
ENGRENAGENS. Outra constatação que o profissional ainda obteve de seu estudo, é que
existe uma tensão limite de resistência à fadiga para aços, ou seja, um estado mínimo de
tensões admissível, abaixo do qual o material não irá falhar pelo fenômeno, podendo ser
projetado, então, para uma vida infinita. REF
A partir das conclusões divulgadas por Wöhler foi possível o desenvolvimento de
uma ferramenta de projeto, imprescindível para a elaboração de qualquer componente
mecânico que possua componentes submetidos a regimes cíclicos de tensão: curva S-N ou
curva de Wöhler. Esta curva tornou-se a forma padrão para caracterizar o comportamento dos
materiais submetidos a tal tipo de carregamento e já foi amplamente utilizada. De uma forma
sucinta, graficamente, a tensão variante de carregamento é relacionada com o número de
ciclos que o material poderá suportar até a ocorrência da falha por fadiga. ESTIMAÇÃO DA
VIDA DE FADIGA DE TUBULAÇÕES DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO SUJEITAS A
CARREGAMENTOS ESTOCÁSTICOS.
Experimentalmente, pode-se agir de inúmeras formas para traçar as curvas S-N. Um
dos principais procedimentos consiste em acelerar a ocorrência da fratura no primeiro corpo
de prova, numa situação em que o número de ciclos até a fratura seja bastante pequeno, como
por exemplo, cerca de dois terços do limite de resistência estática do material. Posteriormente,
a tensão do ensaio é diminuída gradativamente para cada corpo de prova até que uma ou duas
amostras não apresentem fratura, independente da ciclagem. Assim, encontra-se o limite de
fadiga. CURVAS S-N DA CAMADA DE INCONEL 625 DEPOSITADA POR
SOLDAGEM EM TUBOS CLADEADOS. A partir dos resultados é ajustada uma curva
representada pela equação de Wöhler:

Como há pequena variação do número de ciclos quando o corpo de prova é submetido a


altas amplitudes de tensões, utiliza-se a escala logarítmica nos dois eixos, de modo e
explicitar melhor os resultados

As condições físicas de cada corpo de prova são determinantes para a precisão dos
resultados. Geralmente se observa uma grande dispersão de valores. Mesmo assim é possível
obter um traçado suave abrangendo as tendências de disposição dos pontos obtidos. A fim de
melhorar a precisão do ensaio, recomenda-se o teste em grupos de amostras em várias
tensões. O ensaio nas mesmas tensões pode originar uma dispersão de até uma ordem de
grandeza. Com esse tipo de abrangência é possível melhorar a confiabilidade do teste.
CURVAS S-N DA CAMADA DE INCONEL 625 DEPOSITADA POR SOLDAGEM EM
TUBOS CLADEADOS

A partir da plotagem das respectivas curvas, um importante comportamento pode ser


observado. O número de ciclos de tensão que um metal pode suportar antes de fraturar
aumenta com o decréscimo da tensão. Em alguns materiais específicos, a dependência entre
tensão cíclica e número de ciclos aplicados é deixa de existir. Depois de certo número de
ciclos, a curva se torna horizontal abaixo de uma determinada tensão. Ou seja, o material
poderia suportar um número infinito de ciclos sem que haja fratura. Por ser um marco
demasiadamente importante, essa tensão característica recebe uma denominação específica,
sendo chamada de limite de resistência à fadiga ou simplesmente limite de fadiga CURVAS
S-N DA CAMADA DE INCONEL 625 DEPOSITADA POR SOLDAGEM EM TUBOS
CLADEADOS. Ou seja, mesmo que o componente for submetido a infinitos ciclos, ele não
falhará desde que se respeite o limite de tensão de fadiga. Para muitos aços a faixa do limite
de resistência a fadiga está entre 35% e 60% do limite de resistência à tração (CALLISTER,
2007). Outro parâmetro que caracteriza o comportamento à fadiga de um material é a vida de
fadiga. Esta é o número de ciclos qu e causará a falha para um determinado nível de tensão
(CALLISTER, 2007).

Vários aços-liga e de baixo carbono, alguns aços inoxidáveis, ferros fundidos, ligas de
molibdênio, ligas de titânio e alguns polímeros apresentam um limite de resistência à fadiga
estrutural. Contudo, nem todos os materiais apresentam esse comportamento. Outros materiais
não ferrosos, tais como: alumínio, magnésio, cobre, ligas de níquel, não apresentam tal
característica. Nesses casos, a curva S-N decresce continuamente com o aumento do número
de ciclo. ESTIMAÇÃO DA VIDA DE FADIGA DE TUBULAÇÕES DE TRANSPORTE
DE PETRÓLEO SUJEITAS A CARREGAMENTOS ESTOCÁSTICOS. Portanto, a fadiga
irá ocorrer independente da magnitude da tensão. Neste caso, na ausência de um limite, as
propriedades de fadiga são determinadas para um valor arbitrário de ciclos. ESTUDO SOBRE
A CURVA S-N E O GRÁFICO DE WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À
FADIGA DE CONTATO DE ENGRENAGENS

.
Figura 14 – Curva S-N de materiais apresentando diferentes limite de
resistência a fadiga [11]. A (metal puro), B(efeito de elementos
formadores de solução sólida em A), C (limite de fadiga devido ao
envelhecimento por deformação) e D (limite de fadiga aumentado
devido ao aumento de envelhecimento por deformação).

DIETER, George E. Mechanical metallurgy. London: McGraw-Hill Book Company,


1988. 751 p.

A forma mais correta e confiável de obtenção de curvas S-N reais é a aplicação de


métodos experimentais. Porém, também é possível traçar curvas aproximadas referentes a
fadiga estrutural, estimando os principais pontos que constituem o gráfico. Outra direção é a
determinação do comportamento da fadiga em termos de probabilidades. Técnicas vêm sendo
desenvolvidas baseando-se na natureza probabilística da fadiga. Um bom exemplo é a
representação das curvas S-N de um dado material por meio de várias curvas, sendo que cada
uma representa uma probabilidade de falha. ESTIMAÇÃO DA VIDA DE FADIGA DE
TUBULAÇÕES DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO SUJEITAS A CARREGAMENTOS
ESTOCÁSTICOS
Diversos autores sugerem métodos comparativos para obtenção dos principais
valores. Um deles relaciona que o limite de resistência a fadiga de aços está relação a
resistência máxima à tração do material. Essa abordagem foi realizada utilizando-se como
base diversos dados reais de experimentos, onde se constatou que existe uma correlação.
Porém, nota-se que essas relações estão estritamente ligadas ao tipo de carregamento de
fadiga empregado (fadiga por flexão rotativa, tensão normal, flexão pura ou torção, por
exemplo) e também de acordo com o tipo de material. ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O
GRÁFICO DE WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE
CONTATO DE ENGRENAGENS. Contudo, outras literaturas relatam que essas associações
devem sofrer correções por fatores específicos, pois as diferenças físicas entre os corpos de
prova e a peça real devem ser consideradas. Estes fatores de redução da resistência levam em
conta os efeitos do tipo de solicitação aplicado sobre o componente (flexão ou força normal,
por exemplo); da diferença de tamanho entre a peça e o corpo de prova; do acabamento
superficial (retificado, usinado ou forjado, por exemplo); da temperatura na qual foram
realizados os ensaios e na qual a peça irá trabalhar. ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O
GRÁFICO DE WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE
CONTATO DE ENGRENAGENS
Como foi relatado acima, existe uma variedade de fatores que podem influenciar
significativamente os resultados. Desta forma é imprescindível o conhecimento dos
procedimentos para o dimensionamento correto da magnitude dos valores de correção. Existe
literatura acerca desse assunto, mostrando diversas fórmulas, tabelas e considerações para se
obter de forma segura os valores, de acordo com as diferenças entre os dados obtidos de
ensaios de fadiga e a peça real a ser projetada. ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O
GRÁFICO DE WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE
CONTATO DE ENGRENAGENS. Ressalta-se também que fatores ambientais tem
importante influência nos procedimentos experimentais. O limite de resistência à fadiga, por
exemplo, existe somente na ausência de corrosão ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O
GRÁFICO DE WEIBULL PARA ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE
CONTATO DE ENGRENAGENS.
Ainda tomando como base o estudo da fadiga estrutural, a curva S-N pode fornecer
mais um parâmetro indispensável. É o ponto que divide o regime em fadiga de baixo ciclo e
fadiga de alto ciclo, de acordo com o número de ciclos de tensão ao qual se espera que a peça
seja submetida durante a sua vida em operação. Não existe um consenso entre os autores
sobre um valor único que seja o ponto limítrofe entre os dois regimes. Contudo, existe uma
forte concordância em torno do ponto N = 103 ciclos. Essa é uma aproximação razoável para
dividi-los. ESTUDO SOBRE A CURVA S-N E O GRÁFICO DE WEIBULL PARA
ANÁLISE DE RESISTÊNCIA À FADIGA DE CONTATO DE ENGRENAGENS
Como qualquer outro método, o uso de curvas S-N também apresentam pontos
negativos. Um deles é a impossibilidade de uso em aplicações que envolvam a aplicação de
cargas cíclicas com amplitude variável. Isso é um grande problema, uma vez que a grande
maioria dos componentes acaba por ser submetido na prática a um regime de amplitudes
variáveis. Assim, a utilização destas curvas torna-se impossível nestas condições. Uma
solução para mitigar esse problema, foi a criação do conceito de dano cumulativo. Esse
princípio considera que o dano de fadiga aumenta com a aplicação de cargas cíclicas
(histórias de carga), o que leva a fratura. Teoricamente, encontram-se vários modelos de
estimação de vida sob fadiga baseados na curva S-N, como a regra de dano acumulativo, tal
como o conceito de Palmgren-Miner.ESTIMAÇÃO DA VIDA DE FADIGA DE
TUBULAÇÕES DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO SUJEITAS A CARREGAMENTOS
ESTOCÁSTICOS. Outro limitador é que o método não consegue distinguir a quantidade de
ciclos necessária à nucleação e à propagação da trinca. Somente é possível obter a vida total
do material em regime de fadiga. CURVAS S-N DA CAMADA DE INCONEL 625
DEPOSITADA POR SOLDAGEM EM TUBOS CLADEADOS

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