8º PERÍODO - SUCESSÕES PROFª SUSANI

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Origem: tem origem na propriedade privada
Fundamento social > transmissão das obrigações “causa mortis”
Fundamento jurídico > não permitir a “res derelicta” > coisa sem dono
CF/88 > proteção à família (interesse do Estado) art. 226
Histórico
Após o homem deixar de ser nômade e amealhar o patrimônio.
Inicialmente > bens pertenciam à sociedade familiar
 Roma > titular do patrimônio “pater familiae”- Roma é o berço do testamento – pater
passava o bem para outro pater, forte ligação romana com a religião, e a religião devia ser
mantida – testamento surgiu para garantir que se não tivesse alguém para transmitir,
poderia testamentar para quem passar.
Origem do testamento
Interesse religioso – continuidade a religião familiar
Linha masculina > porque a mulher adotava a religião do homem.
Idade Média – direito de primogenitura > º filho homem
Feudalismo > falecimento do servo = bens ao Senhor Feudal > Herdeiro só recebia a com o
pagamento de alto imposto.
Feudalismo > França: “princípio saisne” > transmissão
Brasil
CC/1916 > Família > casamento indissolúvel
Filhos ilegítimos > até CF/88 > art. 227, §6º
Adoção – antes da CF/88 > divisão desigual (recebia metade do que o filho legitimo receberia)
Companheira > direito após a CF/88
Falecido: “de cujus” > de cuja a herança se trata
Conceito de Direito das Sucessões:
 “Conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois da
sua morte ao herdeiro, em virtude de lei ou testamento” (CC, art. 1786) Maria Helen Diniz
*não existe herança de pessoa viva, transfere patrimônio após morte em virtude de lei ou
testamento!
Divisão em 4 partes:
1ª sucessão em geral – arts. 1784 - 1828 – verifica normas sobre a sucessão legítima e
testamentária, relativas à transmissão, administração, renúncia, petição de herança e
excluídos da sucessão.
2ª sucessão legítima – art. 1829 – 1856 – transmissão da herança, em razão da lei, às pessoas
de vocação hereditária.
3ª sucessão testamentária art. 1857 – 1990 – transmissão por ato de última vontade.
4º inventário e partilha – arts. 1991 – 2027
Bibliografia: Maria Helena Diniz; Paulo Lobo;
Testamento e codicilo => podem ser bens de pequeno valor
Situação análoga => ex: seguro de vida (não precisa de inventário nem nada, quem recebe é o
beneficiário)
Dia 03 de agosto de 2017
 Nascituro – art. 2º, CC.
 Fertilização “in vitro”? Quase que uma adoção, renega a questão biológica;
 Nascimento de mais de um filho? Partilha que reservou apenas para um filho? Faz-se a
partilha novamente, visto que os outros herdeiros acabaram herdando mais do que era
cabível à eles, refaz a partilha. O código permite que seja refeita a partilha a partir de dois
anos da sucessão, após os dois anos, não há mais que se falar em refazer a partilha. Artigo
1800, §4º, CC
Comoriência – art. 8º, CC – morte simultânea, quando não há determinação de quem faleceu
primeiro; nenhum herda do outro porque não há como determinar quem faleceu primeiro;
*direito de representação, art. 1851 do Código Civil – representa a pessoa falecida e herdar
como se fosse ela; até 4º grau.
*em testamento só pode dispor de metade da legitima;
Indignidade é diferente de deserção
Art. 1798, CC falamos de herdeiros que respeitam a ordem de vocação hereditária; ex. o filho
da professora já é nascido, e ela dispõe em seu testamento que se houverem netos, deseja que
eles herdem também, mesmo que estes ainda não existam, é uma garantia para um futuro
nascituro; faz reserva para caso na época da partilha o nascituro ainda não tenha nascido, por
exemplo, se nascer em dois anos, irá herdar sua devida parte.
Art. 1799, CC
Autor da herança é = o de cujus (pessoa que faleceu)!
Os herdeiros da herança da pessoa considerada indigna podem vir a herdar pelo direito de
representação
Aula do dia 09/08
INDIGNIDADE
Pessoa tentou matar autor da herança, ou efetivamente matou, ou caluniou, injuriou, etc..
Tem que ter ação para declarar a indignidade da pessoa receber herança.
Pode estar relacionada a causas anteriores ou posteriores a morte.
- art. 1814, cc – causas de indignidade (susani hich…)
O prazo é de 4 anos p/ ajuizar a ação se não convalesce!
Diferença de indignidade e deserdação é que na primeira, o interessado ajuíza ação para
comprovar a ocorrência de uma ou mais causas de indignidade. (o filho pode herdar por direito
de representação os bens da pessoa declarada indigna, porém se ele for menor, não pode o
indigno administrar os bens do filho, devendo ser nomeado alguém pra ficar com os bens)
Indignos são: Herdeiros necessários (linha sucessória) e legatários (por testamento)
- art. 1818 => possibilidade de perdão – na indignidade cabe o perdão (ex: tentativa de
homicídio, tem que ter testamento ou ato público alegando o perdão).
Após a partilha onde o herdeiro recebeu a herança não é mais herança e sim quota parte,
deverá ocorrer doação (doar a quota parte para a irmã que matou os pais, não cabendo mais
revogar a indignidade).
DESERDAÇÃO
É uma declaração com iniciativa dos pais, que tenha validade jurídica o testamento
São causas que ocorrem apenas antes da morte (o dono dos bens está vivo e por isso faz o
testamento deserdando a pessoa).
Aqui é diferente de indignidade pq aqui precisa de TESTAMENTO (só deserda com testamento)
e quem o faz é o dono dos bens (ex: não quero q vc receba meus bens por determinado motivo).
O pai deserda quem for herdeiro necessário (aqui o pai não fala que vai deserdar o primo, pq
ele já não tem direito de herança) não precisa excluir do testamento quem já não tinha direito
mesmo. (diferenças da indignidade).
O 1814 pode ser usado para hipóteses de deserdação ou hipóteses do 1962.
O abandono do 1962 tem que ser justificado (abandono afetivo material, ex: não prestou
nenhuma assistência, deixou os pais doentes, etc.)
- Art. 1961 e ss
- Aqui também precisa de ação para comprovar a justa causa

ACEITAÇÃO DA HERANÇA
Herança é dto. personalíssimo (ato unilateral que apenas eu que vou tratar sobre, inclusive
em caso de renúncia)
Precisa aceitar herança, não existe não aceitar, não precisa ser efetivamente aceitação
expressa, havendo 3 formas.
Conceito: ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro manifesta sua vontade
Espécies: expressa, art1805, 1ª parte (aquela em que manifesto a vontade)
Tácita, art. 1805, 2ª parte (aquela que começo a praticar atos como herdeiro, mas não
venho falar que aceito ex: constituo advogado, pratico atos como herdeiro, mas não falei
que aceito a minha quota parte).
Presumida – art. 1807 (quando a pessoa não se manifestou no processo, não fez aceitação
tácita nem expressa, aqui quem cala conscente).
 Arts. 1812 e 1813

RENÚNCIA
Enquanto a aceitação pode se dar de 3 formas, a renúncia se dá apenas de forma expressa.
Ela é irrevogável, irretratável. Não pode ser feita após a aceitação.
Ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro declara expressamente que não aceita a
herança.
Requisitos:
 capacidade (Houve modificação do cc no art. 3º e 4º (diz que todos são capazes)
 Forma prescrita em lei art. 1806, cc (por instrumento público ou por ato judicial, não
posso fazer renuncia por ato particular).
 Inadmissibilidade de condição ou termo, art. 1808 (não pode por condição ou termo
para renúncia)
 Ausência de ato de aceitação (se houver aceitação é uma doação)
 Abertura da sucessão
 Art. 1813
Efeitos:
 art. 1804 (meu descendente não herda por representação aqui pq eu renunciei, por
isso aqui não há representação, pois em caso de renúncia não há mais transmissão do
bem, na indignidade sim)
 Art. 1810
 Descendente não herda por apresentação – art. 1811
 Art. 1947 – caducidade se não houver substituto no testamento.
 Art. 1943 – ou se não houve a determinação do direito de acrescer
 Art. 1808, §1° => quem renuncia pode aceitar o legado
 Não perde o direito à administração ou usufruto
 Irrevogável, art. 1812, cc.
Direito de acrescer
Houve acidente de transito com ônibus, faleceu pai de família, a família (mãe e filhos) ajuíza
ação contra empresa de ônibus indenizatória e entre outras coisas pede pensão alimentícia
de um salário mínimo que é dividido entre a mãe e os filhos ex: 3,33% p/ cada (e é deferido,
com salário mínimo mensal para os três), após a data x (maioridade das crianças), será
acrescido o direito da mãe à integralidade do salário mínimo.
- cessão onerosa cabe o direito de acrescer na outra pessoa herdeira, ficando ela com
minha parte.
Aula do dia 10/08
CESSÃO DE DIREITOS
A cessão da herança, gratuita ou onerosa, consiste na transferência do quinhão hereditário
do herdeiro para outra pessoa. Aqui já houve a morte de alguém (sucessão)
O tcmd incide apenas em renúncia e em cessão de direitos não cabe o pagamento desse
imposto, porem as varas vem o cobrando de forma errônea devido a nomenclatura trocada!
- art.1793 => só vale após a abertura da sucessão (só pode ser feito depois da morte de
alguém)
– arts. 1794/1795
- não pode ter vicio jurídico – art. 138 e ss do cc.
- anuência de credores (se não quem está recebendo terá que responder perante os credores
aquele valor que recebeu); credores podem fazer habilitação de credito no inventario (pq
precisam receber);
Ação revocatória: dizer que é o 3º prejudicado
Cedente e cessionário
Obs: Espólio não tem personalidade jurídica, não está no rol do são pessoa jurídica
de dto privado. Porém o espólio tem direito de parte, podendo ser representado pelo
inventariante ou representante dos bens, tanto ativa quanto passivamente (inclusive
na usucapião, o espólio pode ter a posse do bem).
HERANÇA JACENTE
Jacente é quando está lá o patrimônio quando não há herdeiro (nem necessário nem
testamentário)
- ente despersonalizado, sujeito a guarda de um curador nomeado
- art. 1819, cc
- habilitação do herdeiro, art. 1055, 1062 e 1153, cc.
- declaração da vacância (que já torna herança vacante):
a) repudiada pelos sucessíveis – art. 1823
b) após as diligencias – sem herdeiro – art.1820 e 1822
- efeitos da vacância:
 Art. 1143 – cessação dos deveres do curador
 Herança ao poder público – anos após a abertura da sucessão sem herdeiro – art. 1822
Herança vacante é aquela em que se constata que não ter herdeiro nenhum e vai para o
poder público. Jacente e vacante são diferentes (lembrar).
Fim da parte geral.
Herdeiro aparente: aquele que aos olhos de todos é uma pessoa considerada herdeira, mas
quando verificado a fundo não era, ou era indigno, ou não estava no registro, ou achou que
era contemplado por ter testamento mas depois foi considerado nulo..
Aula do dia 23/08:
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Deferida por lei, ocorre se o ‘’de cujus’’ faleceu sem testamento, se o testamento e nulo, ou
que respeita a legitima.
Sucessão dos ascendentes: art. 1836, § 1 e 2°, 1837 e 1790, III.
 Arts. 227, § 6º, CF
 Arts. 1829, I, cc
 Arts. 1833 a 1835, cc
 Arts. 1626, 1830, 1832 e 1790, II e III, cc.
Herdeiro aparente: ‘’aquele que, como tal, surgisse aos olhos de todos, em face de
determinadas circunstancias, como um verdadeiro e legítimo herdeiro, sem sê-lo realmente.
É aquele que, não sendo titular dos direitos sucessórios, é tudo, entretanto, como legitimo
proprietário da herança, em consequência de erro invencível e comum’’. (Giselda Maria
Fernandes Novais).
Ex: nulidade de testamento, indignidade, reconhecimento de único herdeiro ‘’post mortem’’.
Aula do dia 24/08:
Sucessão legítima
Herdeiros legítimos =>necessários1829(descendentes, ascendentes, cônjuge/companheiro)
↓
Facultativos (colateral até o 4º grau)
Afinidade: sogro, sogra
Petição de herança (requisitar os bens por meio de peticao de herança para garantir que ai
ficar com os bens): possibilidade em juízo do herdeiro requisitar o acervo hereditário daquele
que o possui, sendo ou não herdeiro – 1824.
- herdeiro aparente não tem que restituir pagamento de legado – 1828.
Ex: Tem o testamento e foi deixado um carro pro fabricio, e eu como herdeira aparente
entreguei/ paguei (no sentido de entregar) o carro pro fabrício como pagamento do legado
que o foi deixado (sendo o carro o legado, coisa certa e determinada). Pois o testamento é o
ato de última vontade da pessoa.. eu não vou ter que responder, mas o Fabrício quem sabe
terá que responder para a joana (herdeira legitima). O herdeiro legitimo poderá fazer ação
contra Fabrício para ser restituído.
Abriu a sucessão quem vao ser os herdeiros necessários? Os descendentes e o cônjuge
como concorrente. 1829 cc (está falando que o cônjuge pode ser considerado herdeiro,
exceto em alguns casos, como quando casar em comunhão universal – vai ser separado
meio a meio, vou ter comunhão total dos bens, quer dizer que o cônjuge não é herdeiro se ele
for casado no regime de comunhão universal de bens, mas ele tem a quota parte de 50% dos
bens e por isso não herda, visto que já tem bens!,
Regime de comunhão Ex: meu avô de cujos casado com a vó, dessa união veio filho A e b,
patrimônio de 100 mil reais. Vai ser 50% para viúva meeira, e 50% a ser divido entre A e B
(e eles são herdeiros, mas ela não é herdeira, ela é viúva meeira!).
Pagamento de imposto causa mortis ITCMD (imposto de transmissão causa mortis ou
doação) hoje no paraná é de 4% sobre o valor dos bens (vou pagar 4% sobre os 50 mil de A
e B, e não dos 50% da minha vó, pq é como se a quota parte dela nunca fosse dele).
Para ter incidência de um imposto precisa de um fato gerador no direito tributário (fato que
gere um imposto): aqui no caso é a transmissão por uma morte ou uma doação em vida..
no caso ali os 50% não foi transmitido para a véia, só para os herdeiros, visto que ela não
é herdeira, é meeira!
E se herdeiro B tiver morrido e tiver um filho? Aí o filho dele (neto) herda por estirpe
(herança por estirpe) a parte que caberia a B, de 25%
Herança por estirpe (é herança por representação): descendentes na linha reta
E se o herdeiro B tiver dois filhos? Ai vao herdar metade dos 25%.. 12 mil para cada um.
E se os herdeiros A e B tiverem morrido e A deixou um filho, e B deixou 2? Aqui sai da linha
de estirpe ( por representação) pq morreram A e B, e acaba a classe de representação, e
eles dividem os bens de A e B em 50% (e não vai 25% pro filho de A, e não vai ser dividido
25% entre os filhos de B.. só ocorre isso qnd um deles morre – A ou B).
Herdeiro são as pessoas que vão receber, o cônjuge é meeiro (50 por cento do patrimônio
Descendente é sempre em linha reta!