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E tenho, como resultado da minha prática em sala de aula, refletido e de uma certa
forma me preocupado, com a ação da Escola como Instituição educadora e espaço de
transformação.
Para darmos uma resposta plausível à questão acima que motivo este artigo, e
entender melhor esse momento em que estamos vivendo, faz-se necessário analisar todo um
processo histórico anterior a este momento que estamos vivendo. É verdade afirmar que a
história é cíclica, e que a esta trajetória cíclica podemos chamar de períodos históricos, e que
no final de cada período, vamos encontrar momentos que podemos chamar de desconstrução,
como resultado de CRISES naturalmente geradas no final do ciclo. Estamos vivendo um final de
ciclo, no qual percebemos um caos instituído nas diversas áreas que compõem o nosso
contexto social econômico, político e, mais preocupante, familiar.
A partir do século XV, a história toma um novo rumo. Mudanças significativas geraram
um novo sistema sócio, político e econômico. O nascimento do sistema econômico Capitalista,
a instituição de uma sociedade baseada no desenvolvimento de pequenas indústrias
manufatureiras, a classe intelectual mais livre para pensar e, como consequência, o
desenvolvimento das Ciências como construção do saber humano, e aqui encontramos uma
característica que foi própria da época, um homem individualista baseado na ideia do EU
posso, no entanto, saber é PODER. E para acompanhar melhor esta linha de evolução da
história, faz-se necessário referenciar alguns acontecimentos importantes dentro deste ciclo,
tais como, a Primeira e Segunda Revolução Industrial, Primeira e Segunda Guerra Mundial,
Guerra Fria, Globalização Econômica, tudo isso como resultado da capacidade do homem de
pensar e transformar o mundo através da tecnologia, e para fechar, como resultado de tudo
isso, não podemos esquecer a instituição de novos Valores, uma necessidade inerente à
própria evolução, ou seja, novas relações entre o homem e suas crias tecnológicas, novas
relações do homem consigo mesmo e com o outro.
Creio que agora podemos falar da Escola como um espaço onde se aprende e onde se
transforma. Essa seria a Escola ideal. Afirmo seria, já que a resposta é fácil de ser dada: o
Sistema Educacional não acompanhou toda esta evolução antes elencada. Não conseguiu, em
momento algum da história, ser um espaço atrativo onde o aluno pudesse sentir prazer em
estar lá. Historicamente, a Escola foi usada como instrumento para formar alunos em vista de
interesses alheios, ou seja, exteriores e distantes dos seus projetos pessoais. Aqui está parte do
fracasso da escola. Uma Escola que não transforma e que não está preocupada com a
interioridade humana, mas uma Escola que privilegia os interesses exteriores ao próprio
homem. Uma Escola que não cria possibilidades, mas que possibilita a própria alienação dos
seus educandos, gerando limitações e falta de atitudes naqueles que a frequenta.
Na verdade, a Escola está sobrecarregada. Como as famílias estão fragilizadas nas suas
relações estruturais, a Escola está tendo que assumir papéis que não fazem parte daquilo que
ela se propôs a fazer como instituição geradora de aprendizagem. O mundo continua num
processo constante de transformações e parece que a Escola não consegue acompanhar e, por
isso, não consegue atender às demandas da sociedade contemporânea gerando, assim, um
certo desencontro entre aquela que simplesmente repete as suas práticas internas e
estagnadas no tempo e uma sociedade dinâmica que se renova a todo instante.
É necessário, portanto, que a Escola repense a sua prática e sua dimensão social,
assumindo o seu papel de agente de transformação, de inclusão e não de exclusão. Para que
isso se torne uma realidade as mudanças devem começar pela construção de um novo
paradigma que vise uma formação mais integral e integrante dos seus educandos, capacitando-
os para enfrentar os reais desafios e exigências da sociedade contemporânea, entendendo que
a Nova Escola Contemporânea deve resgatar a imagem e valor dos seus formadores,
colocando-os não como meros transmissores de conhecimento, mas como um instrumento
necessário e imprescindível na construção de mentes pensantes e, assim, ajudar e incentivar os
seus educandos na busca e na valorização de um conhecimento que primeiro ajude-os a
transformar-se interiormente e, como consequência, provocar uma transformação exterior na
construção de uma sociedade mais humana e mais humanizante, em que a tecnologia seja um
instrumento de aproximação e não de isolamento entre as pessoas, uma Educação que não
retire da pessoas o direito de usufruir o direito maior de todos os direitos humanos, o de
PENSAR.