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Traduzido do original em Inglês

The Display Of Glorious Grace In The Person And Work Of Jesus Christ,
Or The Covenant Of Peace Opened In Fourteen Sermons
By Benjamin Keach

Este volume é composto do Sermão IV, The Suretiship of Christ Opened Or Christ’s Obligations to
His Father to work all our Works in us as well as for us, da obra supracitada.

Via: ParticularBaptistLibrary.Org

Tradução por Camila Almeida


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Junho de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão


do Ministério Particular Baptist Library (ParticularBaptistLibrary.Org), sob a licença Creative
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Tradução da Página de Título da Publicação Original:

A
Fiança de Cristo Desvelada
Ou
Obrigações de Cristo ao Seu Pai para Efetuar Todas as Nossas
Obras em nós, assim como por nós.

Sermão IV
_______________________________

A Partir De
Uma Demonstração
Da
Gloriosa Graça
Na Pessoa E Obra De
JESUS CRISTO,
Ou
O Pacto De Paz Desvelado
Em Catorze Sermões
Recentemente Pregados,

Por
Benjamin Keach

Salmos 89:34
“Não quebrarei a minha aliança,
não alterarei o que saiu dos meus lábios”.

Impresso por S. Bridge

Londres
1689.

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Cristo, O Nosso Fiador No Pacto Da Graça
Por Benjamin Keach

[Sermão IV • Editado]

“A aliança da minha paz não mudará,


diz o Senhor que se compadece de ti.” (Isaías 54:10)

“De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” (Hebreus 7:22).

Doutrina: Existe um Pacto feito, ou acordado, e mantido firme em nome de todos os eleitos
de Deus.

Introdução: Eu estou, meus irmãos, falando sobre aquelas transações entre Deus Pai e
Deus Filho, antes dos tempos eternos, sobre o operar, e o estabelecimento do Pacto de
nossa paz; em cujas transações eu mostrei-lhes que o Filho de Deus foi escolhido Me-
diador, considerado como Deus-Homem, e quanto a esse ofício dEle, temos falado distin-
tamente; mas, quanto ao fato dEle ser o Mediador, você já ouviu falar que Ele é Fiador do
Pacto de Paz, e assim, mais do que um mero ou simples Mediador.

Desde que no Pacto de Paz muito depende da Fiança de Cristo, aqui eu irei:

I. Mostrar o que a Fiança significa, ou desvelar essa Relação;

II. Mostrar o que Cristo teve que fazer, e nós devemos receber, uma vez que Cristo é o nos-
so Fiador;

III. Mostrar como a Sua Fiança difere da fiança entre os homens;

IV. Aplicação.

I. O que a Fiança Significa.

1) Uma fiança é aquilo que se compromete por outros, naquilo que eles estão em dívida,
realmente, ou em Reputação; em latim, fiança significa aquilo que dá um direito; uma fiança
é aquilo que se engaja para fazer a satisfação por alguém, ou mais, que se paga por outros.
Rubem se tornou fiador para com seu pai Jacó (Gênesis 43:9) para trazer Benjamin de

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volta; e Paulo de Onésimo: “se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à mi-
nha conta; eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que
ainda mesmo a ti próprio a mim te deves” (Filemon 1:18-19). Neste sentido tomamos Cristo
para ser um Fiador (Dr. Owen em Hebreus c. 72; página 221; Metáforas 2º livro, página 91).

(1) Isso significa algo como conceder uma promessa (Isaías 36:8; 2 Reis 18:23; 3).

(2) E também comprometer-se (Provérbios 22:26).

Assim, Cristo é nossa Fiança, ou seja, Ele se comprometeu para com Deus por nós neste
Pacto. Eu digo que fiador é alguém que se compromete por uma ou mais pessoas que
perderam todo o crédito; ou alguém que não deve ser crido, alguém cuja fidelidade ou
capacidade é suspeita.

2) Agora, meus irmãos, quando o homem quebrou a Lei da primeira Aliança, o seu crédito
se foi ou foi perdido para sempre; Deus não entraria mais em Aliança com ele sem uma
fiança, conhecendo a incapacidade e infidelidade do homem em seu estado caído; assim,
Deus agradou-se de graciosamente fornecer para nós, ou em nosso nome, uma Garantia,
ou Fiador; de tanto melhor Aliança Jesus foi feito Fiador (Hebreus 7:22).

Cristo, O Fiador

Assim Cristo comprometeu-Se com Deus por nós, para fazer satisfação por nossos peca-
dos, e para nos levar a um estado de graça e paz com Deus, e preservar-nos nesse estado
até o fim, e para dar segurança ao Pacto de Paz, do qual Ele é o Fiador, Ele é chamado de
Fiador.

Cristo Como O Testador

Como Cristo concede todas as coisas boas, e as bênçãos Divinas para nós, Ele é chamado
de Testador; por Testador está implicado que Alguém morreu, tendo registrado Sua última
vontade e testamento; e concedendo legados aos Seus amigos.

Alguns Negam Esta Verdade, Mas É Tudo De Cristo

Alguns, eu sei, não gostariam que Cristo fosse um Fiador desse Pacto que foi feito entre
Deus Pai e Ele mesmo (o que eles chamam de o Pacto da Redenção), senão do Pacto da
Graça feito conosco. Eu desconheço que exista fundamento para tal distinção (como pro-
varei a seguir). Meus irmãos, é evidente, que se nosso Mediador não tivesse se envolvido

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nesta Aliança de Paz e de Redenção por nós, não haveria absolutamente nenhum Pacto e
nem Paz para nós. Porque tudo depende de Cristo e de Sua fiança, ou da obrigação de
Cristo para com o Pai por nós. Nem Deus alguma vez manifestou mais rica graça por nós,
do que Ele fez ao oferecer tal Fiador para o homem.

Cristo É O Testador Confiável

Deus disse (falando sobre o Pacto da Graça): “A minha benignidade lhe conservarei eu
para sempre, e a minha aliança lhe será firme; pus o socorro sobre um que é poderoso;
exaltei a um eleito do povo” (Salmos 89:28; 89:19). Cristo é aquele que é capaz de executar
e cumprir toda a Sua vontade, Alguém em Quem Ele pode confiar, que não carece de
capacidade nem de fidelidade.

3) Um Fiador normalmente compromete-se por uma das partes, até mesmo por aquele,
cujo crédito é suspeito ou que sendo pobre, o credor não pode e nem irá confiar nele. O
Senhor Jesus é único Fiador por nós junto a Deus, não de Deus para nós, pois Deus não
tem necessidade de que alguém se comprometa, ou seja um Fiador para Ele. Ele nunca
precisa de nenhuma das Suas criaturas. Ele não quebrou a Sua aliança com o homem, mas
o homem com Ele; pois eles não permaneceram na Minha aliança, eu não lhes considero,
diz o Senhor (Veja Dr. Owen em Hebreus 7:22, página 225). Portanto, Deus não lidará nem
andará mais com qualquer um sem um tal Mediador e Fiador, como Cristo é. Portanto, eu
não sou da opinião de quem diz: “Que a Fiança de Cristo foi para que os pecadores pudes-
sem ser induzidos a darem crédito a Deus, e para que Ele tivesse um responsável para
lidar com eles”. Pois isso é lançar desprezo sobre o santo e fiel Deus, como se Ele não
fosse confiável, como se Ele não houvesse nos dado uma boa segurança, de modo que
Ele não nos deixará nem nos enganará.

Estabelecer E Conceder Estabilidade E Segurança

4) A finalidade da fiança entre os homens é dar estabilidade e segurança em caso de vín-


culos ou pactos. Isso acontece de tal forma que obrigações e alianças podem ser firmes e
seguras. Para esse fim Cristo foi feito Fiador dessa Aliança de Paz, Graça e Redenção. Me-
us irmãos, este Pacto está fundamentado sobre a Fiança de Jesus Cristo, sobre cujos
empreendimentos e segurança Deus prometeu e fez pacto com Ele, para ser o nosso Deus
novamente, e para nos dar todo aquele bem que estava em Seu coração conceder aos
Seus eleitos desde a eternidade.

Estas Coisas Deveriam Ser Feitas

Havendo essas coisas necessárias para serem feitas com este propósito, as quais Deus

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bem sabia que não éramos capazes de realizar, a saber, a satisfação de Sua justiça, ou o
pagamento de todas as nossas dívidas, e vitória sobre todos os nossos inimigos, e que este
Pacto não poderia ser quebrado, como o primeiro foi: Meu Pacto deve permanecer firme
nEle (Salmos 89:28).

Livre E Voluntária Obrigação

5) A Fiança significa que a obrigação é livre e voluntária, pois a Lei não obriga ninguém a
ser um fiador, ou a se comprometer por outros. Meus irmãos, embora o próprio Deus haja
escolhido Jesus Cristo para ser o Fiador deste Pacto por nós, ainda assim Cristo como por
um ato mui livre e voluntário de Sua parte, assumiu esse ofício. Pois, aquela Lei que havia-
mos quebrado, não colocava nenhuma obrigação sobre Ele, nem Ele estava sob qualquer
necessidade da natureza para fazer isto, porque Ele era o Filho de Deus, mas esta escolha
é atribuída inteiramente ao Seu infinito amor e bondade. É um ato soberano de Sua própria
livre graça comprometer-se pelo homem, e não pelos anjos, e também somente por alguns
dos filhos perdidos de Adão, e não por todos. “Ninguém ma tira [a vida] de mim, mas eu de
mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (João 10:18).
“...Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua
vontade” (Hebreus 10:5, 7).

União Das Partes Ou Apropriações Da Condição De Devedor

6) Tornar-se Fiador significa não apenas uma obrigação voluntária por outros, ou por outro;
mas também a união das partes, ou apropriar-se da condição daquela pessoa ou devedor.
Em um sentido legal isso denota uma União Federal ou Legal, o Fiador e o devedor tornam-
se apenas uma parte; e ainda que sejam uma só parte eles são distintos, de modo que é o
fiador quem paga, é o seu dinheiro, e não o do devedor. Meus irmãos, Cristo, em virtude
de Sua fiança, não apenas leva nossos pecados sobre Ele, mas também assume a nossa
natureza, e colocou-Se em nosso lugar de forma legal. Ele assumiu a nossa condição; Ele
foi nascido de mulher, nascido sob a lei para nos redimir (Gálatas 4:4).

Objeção: Eu sei que é objetado, que se Cristo e os eleitos são apenas uma das partes, e
que a Sua justiça seja a nossa, ou seja, é imputada a nós, ou que se Ele fez e sofreu tudo
em nosso lugar, então somos nossos próprios salvadores; somos mediadores, visto que
temos a justiça de um Mediador (Clarkson, página 248).

Resposta: Isso (como alguém bem observa) não procede; pois eles também podem
argumentar que o devedor é a fiança, porque o pagamento de Seu Fiador é aceito por Ele.

Objeção: Novamente, eles objetam, se Cristo nosso Fiador e nós somos um, e se a Sua
justiça é nossa, então somos tão justos como Cristo é.

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Resposta: Eles podem também afirmar que o falido é tão rico quanto o seu Fiador, porque
o seu Fiador paga as suas dívidas.

A Fiador Se Compromete Por Criminosos

7) Um fiador não apenas se compromete pelos devedores, mas também, por vezes, pelos
criminosos. Aqueles pelos quais Cristo se entregou como Fiador no Pacto da Paz, para
reconciliar a Deus, e para resgatar alguns do pecado e do inferno, eram criminosos, e não
apenas devedores; todos nós merecíamos a morte, e estávamos sob a sentença dela.

O evangelista considera as palavras, pecados e dívidas ímpias como coisas semelhantes


(Veja Lucas 11:4 e compare com Mateus 6:12). As leis de alguns países admitem um fiador
para um criminoso, ou seja, que um homem seja morto pelo outro. Assim Cristo obedeceu
a Lei por nós, e morreu por nós; Ele foi feito maldição por nós; deu a Si mesmo por nós;
Sua vida em nosso resgate; O justo pelos injustos; Ele foi feito pecado por nós. Isso tudo
prova que Ele era um Fiador para criminosos condenados, e assim morreu em nosso lugar,
para satisfazer o direito e a justiça de Deus. O que a Lei não podia fazer, Deus enviou o
Seu próprio Filho para executar em nosso lugar, pois, nós não podíamos obedecer à Lei
perfeitamente, nem fazer alguma satisfação pela nossa própria desobediência, portanto,
Cristo morreu não somente para nostro bono, para nosso bem e lucro, como os Socinianos
e nossos Pregadores-de-Obras dizem, mas nostra vice, em nosso lugar. Cristo morreu por
Sua Igreja, por seus eleitos, como Ele não morreu pelos santos Anjos, ainda assim, Ele
morreu para o seu bem, e de toda a criação, em algum sentido. Ele é o Cabeça e
confirmador dos anjos; embora os sofrimentos dos santos sejam para o bem da igreja,
contudo estes não são aceitos como substitutos, para obedecerem e morrerem no lugar
dos outros. Um Fiador para obedecer e morrer por outros, como se tem abundantemente
comprovado, deve obedecer e morrer em sua posição ou lugar. (Veja Grotius de factiss act;
Roth. Treas. Sobre os Pactos, parte 2, capítulo 2. Veja também Justificação, apenas sobre
a Satisfação, nas páginas 124-146).

8) Um fiador tendo pago tudo, e totalmente feito satisfação pelos devedores; segue-se que
nem o credor, nem a Lei podem exigir satisfação dos devedores, e também os devedores
por quem a satisfação é feita devem ser libertados da prisão, e, na verdade, ser libertos e
absolvidos de acordo com o tempo e condições acordadas entre o credor e o Fiador.

Deus não vai, e nem pode, por uma questão de justiça e retidão exigir satisfação de quais-
quer pecadores por quem Cristo se tornou um Fiador, e salvou. Eles não podem sofrer no
inferno, antes todos aqueles em seu devido tempo, na verdade, devem ser libertos e absol-
vidos, e a sentença condenatória da Lei retirada de sobre eles. Tão logo os seus olhos são

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abertos, ou eles são iluminados pelo Espírito, eles apenas pleiteiam que o seu Fiador pagou
tudo por eles. Ele pagou a sua dívida em perfeita obediência e também nasceu para pagar
por tudo o que a ira e a vingança Divinas exigiam daqueles pecadores pelos quais Cristo
morreu. Cristo foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou para nossa
justificação; o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos (1 Pedro 2:24; Isaías
53:6-8).

II. Por Que Cristo Tornou-Se Nosso Fiador.

1) Porque o Seu amor e piedade eram tais pelos eleitos de Deus, Seu amor nos constrange.
2) Porque Ele prontamente cumpre a vontade, decreto e propósito de Seu Pai, que era
exaltar a Sua infinita graça e bondade Divina para com a humanidade.

3) Isso foi para exaltar a honra, ou fazer com que todos os atributos Divinos brilhassem em
sua glória igualmente, e reunirem-se em Sua obra e empreendimentos como Mediador e
Fiador, em doce harmonia.

4) Porque Ele quis magnificar a Lei de Deus, e fazê-la gloriosa, porém mais sobre isso,
posteriormente.

5) Porque Ele sabia que de outro modo Deus não entraria em um Pacto de Paz, para salvar
os pecadores perdidos. Sendo o homem fraco e incapaz de responder tanto ao que a Lei e
Justiça requerem, para a nossa paz e reconciliação com Deus. Tudo o que a Lei exigiu de
nós, Ele se comprometeu e condescendeu em cumprir como nosso Fiador; Ele prometeu e
engajou-se para satisfazer seja o que for que a Lei, eu digo, poderia exigir dos eleitos de
Deus. Veja Hebreus 9:15; Romanos 3:25; Hebreus 10:5,7; Romanos 8:3; Hebreus 10:3-7.

III. O Que Cristo Deveria Fazer, E Aquilo Que Nós Recebemos Por Sua Mediação E
Fiança.

O que Cristo, como nosso Fiador, comprometeu-Se a Deus para fazer por nós?

Em primeiro lugar, tudo o que Cristo como Mediador pactuou com o Pai para fazer, que Ele
é considerado como o Fiador do referido Pacto e comprometeu-Se a executar.

1) Vindicar a honra de Deus em todas as perfeições de Sua natureza, especialmente


preservar a justiça e veracidade de Deus, e a sanção de Sua santa lei.

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2) Ele Se comprometeu como o Fiador da Aliança para restaurar ao homem, ou por todos
os eleitos de Deus, aquela justiça que o homem perdeu, à medida que nos tornamos
pecadores pela desobediência de Adão, assim também pela obediência de Cristo devemos
todos nós sermos feitos justos; de modo que como o pecado do primeiro Adão foi imputado
para nossa condenação, assim, a justiça de Cristo, como nosso Cabeça do Pacto, deve ser
imputada a toda a Sua descendência, e tudo isso de acordo com o desígnio da sabedoria
infinita de Deus, e para atender ao desígnio, propósito e plano de Deus, o Pai, no Conselho
de Paz.

3) Vendo que o homem era como um rebelde armado contra Deus, e cheio de ódio e
loucura, e tendo inimizade em sua mente contra Deus, separados da vida de Deus
(Romanos 8:7); Jesus Cristo, como nosso Fiador, engajou-se em mudar os corações de
todos pelos quais Ele se comprometeu, e leva-los a aceitar os termos de paz com Deus
através do sangue da Sua cruz, eu digo, Ele se comprometeu com Deus a levar para casa
todos aqueles a quem o Pai deu a Ele. Por isso, Ele diz: “...também me convém agregar
estas, e elas ouvirão a minha voz” (João 10:16). Ele deve trazê-los por causa do Pacto que
fez com Deus, o Pai, e sobre a consideração deste comprometimento, Ele condescendeu
em tornar-Se o fiador deles. Ele deve circuncidar os nossos corações para que amemos o
Senhor, nosso Deus, pois, também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos
injustos, para conduzir-nos a Deus (1 Pedro 3:18).

A partir disso é mostrado que Cristo, em virtude destes artigos de Paz, como nosso Fiador,
comprometeu-Se a abrir os olhos dos cegos, e libertar os presos da prisão, e pôr em liber-
dade os que estavam cativos; ou pôr em liberdade os que estavam presos, ou pelo sangue
de Seu Pacto, retirar os prisioneiros da cova onde não havia água; pois isso que foi acor-
dado, deverá ser os efeitos de Seus empreendimentos: “O Espírito do Senhor é sobre mim,
Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liber-
dade os oprimidos” (Lucas 4:18-19; veja Zacarias 9:11). Ele comprometeu-Se a tirar nosso
coração de pedra e a dar-nos um coração de carne, a conceder-nos um novo coração, pois
isso o Pai prometeu na Aliança, e o que Ele prometeu, Cristo comprometeu-Se a fazer por
nós. Sem todo o poder isso não poderia ser feito. Ele opera todas as nossas obras em nós
e por nós [Cf. Isaías 26:12; Oséias 14:8]. Ele se comprometeu a subjugar Satanás, e
despojá-lo, aquele forte Homem valente armado de todo o Seu poder.

O Comprometimento De Cristo Pelos Eleitos

Em uma palavra, Cristo, como o Fiador deste Pacto comprometeu-Se em renovar os nossos
corações, regenerar as nossas almas, ou criar a imagem de Deus em nós novamente. E a

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partir de Sua plenitude, todos nós devemos receber graça por graça, visto que nEle habita
toda a plenitude (João 1:16; Colossense 1:19).

Preservar-Nos No Estado De Graça

4) Jesus Cristo como nosso Fiador engajou-Se a cumprir outro artigo desta Aliança, que foi
o de preservar todo o Seu povo em um estado de graça. Ele se comprometeu não somente
a levar-nos a um estado de graça, mas também a preservar-nos neste estado, ou preservar
a graça como um princípio vital em nossas almas. Esta, como todas as promessas de Deus,
são feitas para nós em Cristo, assim também Cristo comprometeu-Se a nos preservar em
graça e santidade, e que jamais, finalmente, nos afastaremos de Deus; “Tendo por certo
isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus
Cristo” (Filipenses 1:6). Não é dito, Ele findará, mas Ele aperfeiçoará, o que denota Seu
Pacto, como quando um Homem fiel comprometeu-Se a fazer um trabalho, nós dizemos,
Ele o realizará, Ele será bem-sucedido.

O Desempenho De Cristo Em Nós E Por Nós

1. De acordo com Suas promessas e Aliança, Cristo fortalecerá a nossa fé, e a aumentará.

2. Ele sujeitará as nossas iniquidades, “Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas


iniquidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar. Darás a Jacó a
fidelidade” [Miquéias 7:19-20].

3. Ele nos apoiará e nos socorrerá em todas as tentações, assim Ele prometeu e Ele é fiel,
portanto, Ele o fará: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que
não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape,
para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13).

4. Nos confortará em todas as nossas tristezas, “Eu não vos deixarei órfãos, etc...”.

5. Nos ajudará em todas as nossas aflições, injúrias, perdas e perseguições, todos estes
são bênçãos pactuais, e, portanto, prometidas a nós.
6. Nos capacitará a realizar aceitavelmente todos os santos deveres, pois sem Ele nada
podemos fazer.

7. Nos fará frutíferos, e assim nos preservará até o fim. “Não me escolhestes vós a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto per-
maneça. O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que es-
tão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus” (João 15:16;
Salmos 92:12-13).

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Tudo isso Deus prometeu a nós em virtude do compromisso de Cristo por nós como nosso
Fiador.

Graça Primeiramente Prometida A Cristo Jesus

Pois, a graça pela qual tudo isso é feito, foi prometida primeiramente a Cristo. Ele é pleno
de graça, como o nosso Cabeça. Ele comprometeu-Se a Deus por nós para agir e nos
influenciar com aquela graça que Ele assim recebeu. Ele realiza em nós na medida e forma
que Lhe agrada, através ou pela virtude daquela união que temos com Ele, e pela
comunicação constante de novos suprimentos de graça a partir de Si mesmo. Por isso, é
adicionado, para anunciar que o Senhor é reto... e nele não há injustiça (v. 15).

Tudo Foi Prometido Por Deus O Pai E Tornado Bom


Para Nós Por Meio De Cristo Como Nosso Fiador

Irmãos, vos peço que considerem este bem, que toda a graça e bênçãos espirituais que
nós recebemos, são todas prometidas a nós por Deus, o Pai, e tornadas boas para nós
através da mediação de Cristo, e das Suas realizações de como nosso Fiador: “Porque to-
das quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus
por nós” (2 Coríntios 1:20).

Tudo Provem Do Pai, Por Meio De Cristo Pelo Espírito Santo

Eu declaro que essa Aliança mútua entre Deus, o Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, faz de
todas as bênçãos e promessas da Aliança seguras para nós. Todas as promessas são do
Pai, por meio de Cristo, pelo Espírito Santo.

Cristo recebeu o Espírito sem medida em Seu Pacto com o Pai, e Ele se comprometeu em
enviar o Espírito para ser o Agente Todo-Poderoso para fazer tudo por nós. Pois, como Ele
comprou o Espírito para nós, por isso Ele O pediu do Pai, e ainda (como nosso Fiador e
Advogado) Ele intercede junto ao Pai por nós, para que possamos receber uma medida
graciosa do mesmo: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador” (1 João 14:16).

O Pai Prometeu A Cristo O Espírito Santo E Uma Eterna E Permanente Descendência

O Pai, mediante a Fiança de Cristo, prometeu-Lhe que Seu Espírito jamais se apartará
dEle, nem a Sua descendência: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o
Senhor: o meu espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não
se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência
da tua descendência, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre” (Isaías 59:21).

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Cristo Nos Confirma Até O Fim

8. Cristo comprometeu-Se em nos confirmar até o fim. Isso Ele assumiu como nosso Fiador,
esta foi a promessa de Deus para Ele, a saber, que Ele verá a Sua posteridade. Isso foi
prometido a Ele sobre o que Ele estava para fazer, e sofrer. Cristo, eu digo, comprometeu-
Se como nosso Fiador para nos confirmar, o Qual nos confirmará até o fim. “Fiel é Deus,
pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1
Coríntios 1:9). Jesus Cristo, em virtude deste Pacto, deve ter muitos companheiros ou coer-
deiros de glória, quando Deus nos chama esta é a primeira garantia de Sua parte, da reali-
zação desta Aliança com Cristo, e para conosco nEle. O Pai está tão vinculado e compro-
metido a preservar-nos, quanto Cristo. Ora, por causa daquele preço que Ele recebeu de
Cristo em nosso favor, o qual Ele aceitou neste Pacto de Paz.

9. Cristo esteve obrigado como nosso Fiador, a não perder nenhum daqueles a quem o Pai
deu a Ele: “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que
me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (João 6:39). Isto é como se nosso
Senhor tivesse dito: a vontade do Pai e a Aliança feita coMigo é que eu não perca nenhum
dos Seus eleitos.

As Promessas Do Pai Para O Seu Filho

O Pai (como Charneck observa) prometeu três coisas ao Filho neste Pacto, no que Ele
deveria cumprir e sofrer:

1. Sua Assistência;

2. Que Ele deve ter uma descendência que Ele veria; (e uma Esposa)

3. Ele prometeu glória Eterna para Ele e para todos aqueles nEle.

Sua Assistência

I. Sua assistência: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e


de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de
temor do Senhor” (Isaías 11:2). “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em
quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele” (Isaías 42:1). Bem, e o que
Cristo havia Se comprometido a fazer? “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio
que fumega; com verdade trará justiça” (v. 3). “Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te
tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios”.
Este é o Fiador da Minha Aliança, “para abrir os olhos dos cegos, etc...”. “E ele perma-

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necerá, e apascentará ao povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu
Deus” (Miquéias 5:4). “Ele me chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da
minha salvação” [Salmos 89:26].

Uma Descendência

II. Deus prometeu-Lhe uma Descendência.

1) Uma descendência numerosa; Como o orvalho da manhã que cai em abundância sobre
flores e ervas, “Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua descendência desde o
oriente, e te ajuntarei desde o ocidente” (Salmos 110:3; Isaías 43:5). “Direi ao norte: Dá; e
ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra”
(Isaías 43:5-6).

2) Uma descendência perpétua, ou uma semente que durará para sempre; “A tua benig-
nidade será edificada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo:
Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente
estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração” (Salmos 89:2-
4).

Grande Glória E Um Reino Eterno

III. O Pai prometeu-Lhe grande glória, e um reino eterno. “Pede-me, e eu te darei os gentios
por herança, e os fins da terra por tua possessão. Eis que o meu servo procederá com
prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime” (Salmos 2:8; Isaías 52:13). “Por isso
lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derra-
mou a sua alma na morte” (Isaías 53:12). “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-
me dado todo o poder no céu e na terra” (Mateus 28:18). “O Senhor, à tua direita, ferirá os
reis no dia da sua ira” (Salmos 110:5). “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele
Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para
que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos...” (Hebreus 2:9-10). E Ele trará todos
os Seus para a glória também, porque convinha que Aquele, para quem são todas as
coisas, e mediante Quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas
aflições o príncipe da salvação deles. Assim como o Pai prometeu isso para Ele, e para
nós, assim Ele, como nosso Fiador, comprometeu-Se em cumpri-lo, ou bem fazê-lo para
nós.

Objeção: Se Jesus Cristo obrigou-se por nós, e em virtude da sanção da Lei das Obras,
comprometeu-Se a ser nosso Fiador, a sofrer por nossos pecados, não se segue que Ele

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foi Fiador de Pacto de Obras? E como, em seguida, diz-se, que Ele era Fiador de um melhor
Pacto?

Resposta: 1) Ainda que Cristo tenha Se comprometido a ser nosso Fiador, e a cumprir o
Pacto de Obras, ou executar uma obediência perfeita; ainda assim, Ele não era Fiador do
Pacto de Obras, porque Ele não Se comprometeu de modo que devêssemos cumprir
perfeitamente a Lei em nossas próprias pessoas, o que Ele já fez, para que Ele fosse Fiador
da Lei de Obras, mas que Ele obedeceria essa Lei por nós; e este, portanto, era outro e
melhor Pacto.

2) O Pacto de Obras foi feito entre Deus e o homem, e não havia nenhum Fiador; o Pacto
da Graça é feito entre Deus, o Pai, e Jesus Cristo como Fiador em nosso favor; portanto,
um outro e melhor Pacto.

Nunca Houve Nenhum Pacto Da Graça Entre Deus E O Homem

Estes homens pleiteiam por um Pacto da Graça feito entre Deus e nós, distinto do Pacto da
Redenção, em que Cristo, como nosso Fiador, garantiu que vamos guardar a Nova Lei da
Fé, e prestar uma obediência sincera. Cristo aboliu a Lei da Obediência perfeita e valoriza
essa lei branda, e etc.

Resposta

1) Embora a Lei como um Pacto de Obras, “faça isso e viva”, tenha sido removida; contudo
como uma Lei ou regra de obediência perfeita, permanece para sempre, como o Rev. Sr.
Cross totalmente comprovou.

2) Quanto à Nova Lei, como eles chamam, ela culmina em justificação pelas obras; e tais
obras também são realizadas com pecado ou imperfeições, e, portanto, a doutrina deles
deve ser abominada. Veja o novo livro de Sr. Clark (Scripture Justification - Justificação
Escriturística); falarei mais sobre isso depois.

IV. Como Essa Fiança De Cristo Difere Muito Da Fiança Entre Os Homens.

1. Entre nós um fiador deve ser conseguido pelo devedor e não pelo credor. Mas, o Fiador
do Pacto de Paz foi provido por Deus, que é o Credor do homem, ou o Criador que havia
sido ofendido. Deus como um ato de infinita sabedoria, amor e misericórdia, O encontrou
[a Cristo], já achei resgate [Jó 33:24]. Além disso, o Pai O elegeu, O chamou, e O ungiu
para ser o Mediador e Fiador deste Pacto, como tem sido plenamente provado. Ainda as-

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sim, não se segue que, tão logo nosso Fiador se comprometeu ou logo que Ele pagou o
preço, todos os eleitos de Deus devem efetivamente ser absolvidos. Pois, deveria um Cre-
dor encontrar um Fiador para o devedor, todos devem confessar que está em Sua escolha
como e quando o devedor deve ser realmente absolvido. Além disso, é evidente que não
tínhamos existência real quando Cristo comprometeu-Se por nós; além disso, foi por aque-
les que Ele previu que cairiam sob o pecado, a ira e a condenação, e Cristo não se tornou
um fiador para guardar os eleitos de caírem sob a ira e a sentença de morte, mas para
recuperá-los desse estado. A justificação pressupõe que já foram uma vez acusados e
condenados.

2. Entre os homens o fiador e o devedor ambos entram no mesmo acordo, e o fiador é visto
como o principal devedor.

Mas o simples vínculo de Cristo, neste Pacto, é aceito como ambos. Aqui há uma mudança
de pessoas, Deus remove os nossos nomes, e coloca em nome de Cristo, para que a dívida,
satisfação e maldição possa cair sobre Ele juntamente. Veja Dr. Goodwin, em um livro
intitulado, Christ Set Forth [Cristo Apresentado, baseado em Romanos 8:34 • As Obras de
Thomas Goodwin, Volume 4]. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição
por nós; ele foi ferido por causa das nossas transgressões (Gálatas 3:13, Isaías 53:5).

E agora Jesus Cristo aqui, ao vincular o Seu nome neste acordo, tornou-se o principal
devedor e é totalmente comprometido a pagar e satisfazer por todos os pecados dos eleitos
de Deus. Sua fiança tragou as obrigações do devedor para satisfazer a Lei e a Justiça.

Objeção: Será que não se segue que precisamos estar preocupados em manter ou cumprir
a Lei?

Resposta: Não devemos ter uma preocupação por manter a Lei, pois para esse fim Cristo
a observou, ou seja, não somos justificados por ela, pois deste modo ela está removida;
mas a Lei Moral, como uma regra perfeita de justiça, obriga-nos à obediência perpétua,
sendo assim uma Lei imutável.

3. Entre os homens, quando o fiador faz uma plena satisfação pelos devedores, os referidos
devedores não podem ser ditos receber a sua libertação ou absolvição, como um ato de
graça e favor, mas como um ato de justiça somente. Mas Jesus Cristo, no Pacto da Paz,
faz plena satisfação por nós, e ainda assim recebemos a nossa libertação e absolvição
como um ato de graça e favor somente.

1) Nesta Deus, e não nós, encontrou o Fiador, o que foi um ato de Sua própria graça sobe-

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rana, estando Ele totalmente desobrigado quanto a se salvaria o homem ou não. Assim que
a nossa absolvição por intermédio da satisfação de Cristo, necessita sobretudo e original-
mente fluir da pura graça, amor, favor e compaixão de Deus por nós.

2) Porque o Fiador, é o Filho Unigênito de Deus, isso faz com que haja uma demonstração
maior do infinito amor e favor para conosco. O fato de Deus tê-lo feito nosso substituto, e
nos haver dispensado da ação rigorosa da satisfação, e exigindo-a de nosso Fiador e
colocando-O em nosso lugar legal, mostra esse amor mais plenamente.

3) Porque Deus, para que Ele possa operar a nossa absolvição em uma forma de graça e
misericórdia, para a honra de Sua justiça, fez de Seu próprio Filho um sacrifício pelos nos-
sos pecados.

4) Porque esta participação que temos nesta redenção, perdão, paz e reconciliação por
parte dos empreendimentos de Cristo, é dada gratuitamente para nós, como um ato de
graça e bondade soberana de Deus. Porque, assim como Cristo adquiriu toda a graça para
nós, assim como um ato de favor de Deus, e de compra e méritos de Cristo, Ele nos dá o
Espírito e a fé, com o propósito de que sejamos verdadeiramente participantes em todas
as bênçãos da Aliança. Assim tudo isso é obtido por meio da justiça em relação a Cristo,
mas em relação a nós tudo isso é obtido segundo a misericórdia e a livre graça.

5) Em Deus ter aceitado Cristo como um Fiador para nós, que não merecíamos piedade,
havendo nós deliberadamente perdido nossa herança, e nos tornamos Seus vis inimigos,
e rebeldes contra Ele.

6) Porque Cristo se tornou nosso Fiador, de quem Ele não poderia esperar nenhuma recom-
pensa ou satisfação posterior a esse grande resgate que Ele proveu para nós, Ele nunca
esperou qualquer recompensa nossa pela dívida que Ele pagou em nosso lugar.

7) Porque não somos apenas perdoados e temos paz, mas também pelo compromisso de
Cristo, somos elevados à grande honra. Oh, que graça, amor e bondade de Deus há aqui!

APLICAÇÕES

I. Admiração.

O que Deus fez? O que Cristo fez por nós? Que amor é esse?

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1) Cristo sabia antes que se Ele Se tornasse o nosso Fiador toda a dívida seria cobrada
dEle, entretanto, Ele ainda comprometeu-Se.

2) Oh, que isenção e absolvição nós temos da lei e da justiça de Deus!? A Lei, como nosso
Marido, está morta, e nós estamos mortos para ela. Aquele marido cruel não tem mais
poder sobre nós, embora como uma lei ou regra de justiça, ele ainda nos ordena, contudo,
ele não pode nos matar, nos amaldiçoar, nem nos condenar ao fogo eterno.

3) Bendiga a Deus por Jesus Cristo como nosso Fiador. Oh, que doce Pacto é este a que
somos conduzidos. Quão seguras são todas as misericórdias pactuais? Que riqueza, glória
e poder estão em Cristo, o Mediador? “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, pa-
ra que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” (João 17:2).

4) Para sempre permaneceremos nesta Aliança. Nosso Fiador comprometeu-Se em nos


preservar, de forma que nunca mais quebraremos a Aliança com Deus, de modo a perder
a nossa herança.

5) Quão ternamente Deus fez termos de paz para conosco, uma vez que Cristo compro-
meteu-Se a operar todas as nossas obras em nós, assim como para nós?

II. Boas Novas Para Miseráveis Pecadores.

Que boa nova há aqui para os pecadores quebrantados, os que jazem condenados pelo
Pacto de Obras? Oh, busquem o seu perdão por apegarem-se a Cristo.

III. Repreensão.

Como isso novamente tende a reprovar aqueles que transformam o Evangelho-Pactual, ou


o Pacto da Paz, em uma lei, com a sanção de recompensas pela obediência e ameaças
pela desobediência; negando que Cristo esteve em nosso lugar legal, para cumprir e sofrer
por nós, ou para manter a lei da justiça perfeita no que diz respeito à justificação, e para
morrer em nosso lugar?

Por que os homens ficam de pé sobre suas próprias pernas? Homens orgulhosos viveriam
vãmente para si mesmos, ou têm do que se gloriar, mas não diante de Deus, ou em Cristo
Jesus. Eles deveriam ter tomado a Deus como seu restaurador, e recusado o deu próprio
ouro mais puro.

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Por que eles buscarão alívio a partir de outros meios, além do Fiador e Mediador do Pacto?
Pode nossa justiça imperfeita ou deveres pecaminosos justificar-nos perante o tribunal de
Deus? Será que eles se atreveriam a alegar isso na hora da morte?

IV. Julgamento.

A graça é dada a você? Você tem união com Cristo? Você tem um novo coração? Você
real e salvificamente conhece o Senhor? Então, você é um participante do Pacto da Paz.

V. Consolação.

Se você alguma vez esteve no Pacto, você está no Pacto para sempre, e todas as bênçãos
do Pacto, bem como todas as coisas que nele estão prometidas a Cristo, como o seu Fiador,
serão dadas a você.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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