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A doença é dividida em período pré patológico (antes do início

biológico) e em período patológico (depois do início biológico).

: ESTUDO DOS
PADRÕES DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS NAS
POPULAÇÕES E DOS FATORES QUE INFLUENCIAM
ESTES PADRÕES.

➢ Compreender a história natural das doenças


➢ Conhecer as doenças que acometem a população
➢ Identificar fatores que determinam esse quadro Fase de suscetibilidade - período que antecede às manifestações
➢ Propor medidas de prevenção potencialmente efetivas clínicas da doença, somente conhecido por fatores de risco →
➢ Avaliar as medidas de prevenção e controle prevenção primária: promoção da saúde como medidas de ordem
➢ Medir a carga da doença na população geral e proteção específicas (ex: vacinação, higiene pessoal,
➢ Avaliar o risco individual para a doença equipamentos de proteção

Fase pré-clínica – doença não apresenta sintomatologia, mas o


organismo já apresenta alterações patológicas → prevenção
➢ Verificar a extensão do agravo na comunidade, podendo secundária: medidas de diagnostico (ex: exames periódicos,
auxiliar no planejamento de serviços e ações de saúde. inquérito para descoberta de casos na comunidade)
➢ Identificar a etiologia ou a causa de um agravo e seus
Fase clínica – expressão patognomômica em diferentes estágios
fatores de risco, auxiliando no desenvolvimento de
programas de prevenção. de danos → prevenção secundária: medidas para evitar a
➢ Estudar a história natural e prognosticar a doença, progressão e propagação da doença (ex: isolamento para evitar
podendo ajudar na prevenção ou tratamento propagação, tratamento para evitar progressão).

Fase residual – adaptação ao meio ambiente com as sequelas


produzidas pela doença e/ou controle das manifestações clínicas
o John Graunt – observou a regularidade dos eventos das doenças crônicas. → prevenção terciária: reeducação e
vitais na população, como o excesso de nascimentos do treinamento para possibilitar a utilização máxima das capacidades
sexo masculino e também o excesso de mortalidade do restantes (ex: fisioterapia, reabilitação, terapia ocupacional)
mesmo sexo.
o James Lind – conduziu o primeiro ensaio clínico da
história. Dividiu doze marinheiros com escorbuto em A teoria da transição demográfica tem como objetivo explicar a
diferentes grupos com diferentes tratamentos, o grupo evolução da população desde níveis altos de mortalidade e
com acesso a laranjas e limões se recuperou. fecundidade até outros cada vez mais baixos para estabelecer um
o John Snow - Demonstrou que o cólera era causado pelo parâmetro causal entre a população e o desenvolvimento
consumo de águas contaminadas com matérias fecais, ao socioeconômico ao longo dos últimos cem anos, assumindo as
comprovar que os casos dessa doença se agrupavam transformações econômicas e sociais do crescimento econômico
nas zonas onde a água consumida estava contaminada capitalista baixo e a influência da modernização industrial.
com fezes, na cidade de Londres no ano de 1854. É
considerado o pai da epidemiologia ↪1 Regime demográfico primitivo ou pré-industrial:
caracteriza-se por registrar elevadas taxas de
natalidade e de mortalidade
↪ 2 Primeira Transição: produz-se uma diminuição da educação, aumento na distribuição da renda nacional,
mortalidade, como conseqüência das melhorias dentre outros.
alimentares e de assistência medica e sanitária, mas
↪ Estágio 1: Fome e pestilências - duração até o fim da idade
mantém-se uma elevada natalidade o que provoca um
acentuado crescimento da população. média; alta natalidade; alta mortalidade – doenças infecciosas;
Endemias, epidemias, pandemias; Expectativa de vida de 20 a 40
↪ 3 Segunda Transição: a natalidade começa a diminuir anos; Crescimento demográfico lento.
e a mortalidade continua a descer embora mais
↪ Estágio 2: Declínio das pandemias - Da Renascença até a
lentamente.
Revolução Industrial; Progressiva diminuição das pandemias;
↪ 4 Regime democrático moderno: as taxas de Doenças infecciosas como principal causa de morte; Expectativa
mortalidade atingem os mínimos biológicos e as de de vida de 40 anos; Queda da mortalidade e natalidade alta aumento
natalidade são muito baixas. O crescimento é fraco, da população.
podendo mesmo haver um decréscimo populacional.
↪ Estágio 3: Doenças degenerativas e provocadas pelo homem-
Da Revolução Industrial até meados do século XX; Maior
disponibilidade de alimentos; Melhores condições de moradia;
Saneamento básico; Declínio das doenças infecciosas; Doenças
cardiocirculatórias e neoplasias; Expectativa de vida acima de 70
anos; Desaceleração do crescimento populacional.

↪ Estágio 4: Declínio da mortalidade por doenças


cardiovasculares- Envelhecimento populacional; Modificação de
Estilo de Vida; Doenças Emergentes; Ressurgimento de Doenças.

A transição epidemiológica refere-se às modificações, em longo


prazo, dos padrões de morbidade, invalidez e morte que
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem
em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e
econômicas.

O processo engloba três mudanças básicas: substituição das


doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas
externas; deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos
mais jovens aos grupos mais idosos; e transformação de uma
situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a
morbidade é dominante. esse processo está, em geral, condicionado
por dois fatores:

↪ mudanças associadas à estrutura etária da população,


ocorridas ao longo do processo de transição demográfica → Prevalência: A prevalência refere-se ao número de casos de
e propiciadas pela rápida queda da fecundidade em um uma doença em uma população, durante um período específico de
contexto mais suave de declínio da mortalidade; tempo. Deste modo, ela determina o número total de casos de uma
↪ mudanças no grau e no estilo de desenvolvimento, doença em uma dada população e o impacto que isso tem na
caracterizando a passagem de sociedades rurais para sociedade, levando em consideração casos antigos e novos. O
urbanas, bem como na elevação dos níveis de cálculo da prevalência pode ser feito de dois modos. A prevalência
assalariamento e monetarização da sociedade, aumento de período é aquela calculada com base em um período de tempo,
na cobertura dos serviços sociais básicos de saúde,
já a prevalência pontual é calculada em cima de um ponto
específico no tempo.
→ Endemia: Refere-se a presença constante na população de
→ Incidência: É o número de novos casos de doença na população uma condição como uma doença infecciosa. É o número elevado de
que ocorrem em determinado período, dividido pelo número de casos de uma doença, mas dentro do esperado para aquele local.
habitantes no meio do período. Ele fornece informações sobre o
risco das pessoas serem acometidas pela doença e é muito → Epidemia: É o aumento brusco e temporário do número de
importante no estudo de suas causas. casos de uma doença, além daquele esperado para o local.

→ Morbidade: taxa de portadores de determinada doença em → Proporção: uma razão em que o numerador e denominador
relação à população estudada, em determinado local e em têm a mesma natureza e o numerador está contido no
determinado momento. denominador.

↪ Ex: nº eventos de saúde/população

→ Taxa ou Densidade: numerador é o nº eventos de saúde e o


➢ FATORES RELACIONADOS ÀS PESSOAS
denominador é a população no meio do período ou pessoas-tempo.

o Características demográficas: idade e sexo → Coorte: Grupo de indivíduos que possuem uma experiência ou
o Característica étnicas: raça, cultura, religião, lugar de um atributo em comum acompanhadas ao longo do tempo.
nascimento e grupo étnico.
→ Coorte fechada: o mesmo grupo é acompanhado do inicio ao
o Nível socioeconômico: ocupação, renda pessoal e familiar,
fim do estudo, nenhum membro é incorporado. Durante o
nível de instrução, tipo e zona de residência.
seguimento os membros da coorte podem ser perdidos
o Características e familiares: estado conjugal, idades dos
pais, dimensão da família e morbidade familiar. → Coorte aberta: a composição da coorte é dinâmica (novos
o Características endógenas: constituição física, nutrição, membros podem entrar e sair). Usa-se dado pessoa-tempo
personalidade e estado fisiológico.
o Ocorrências acidentais: ocorrências estressantes,
doenças e acidentes sofridos, medicamentos consumidos.
o Hábitos e atividades: ocupação, medicamentos habituais, O risco relativo é o risco de um grupo em relação ao outro
uso/abuso de inseticidas, uso de drogas, atividade físicas. ↪ Risco relativo: incidência em expostos / incidência em não
➢ FATORES RELACIONADOS AO LOCAL exposto

o Risco relativo > 1 → expostos > não expostos →


o Clima exposição é fator de risco
o Vegetação o Risco relativo = 1 → não há associação
o Relevo o Risco relativo < 1 → expostos < não expostos →
o Hidrografia exposição é protetora
o Urbanização
Desenvolver desfecho
o Poluição
Sim Não
o Economia
Exposição Sim A B
o Tipo de habitação Não C D
o Emissão de poluentes
Risco Relativo = (A/A+B) / (C/C+D)
➢ FATORES RELACIONADOS ÀS PESSOAS
Intervalo de confiança: é o intervalo que inclui a medida pontual (x)
e sua margem de erro (x ± e). Se o intervalo de confiança inclui o
o Tendência das doenças 1,0, não há associação.
o Variações cíclicas
o Variações sazonais
o Epidemia e endemia
Por exemplo:

1) O risco relativo é 1,2 e o intervalo de confiança é 0,8 - 1,6. Não


há associação entre a exposição e o desfecho.

2) O risco relativo é 2,6 e o intervalo de confiança é 2,3 - 2,9. Há


associação e a exposição é um fator de risco.

3) O risco relativo é 0,4 e o intervalo de confiança é 0,2 - 0,6. Há


associação e a exposição é um "fator de proteção".

Razão de prevalência: Prevalência em expostos / prevalência em


não expostos
→ Estudo observacional: observa sobre o processo saúde-doença,
É a mesma interpretação de risco relativo mas não se fala em com o mínimo de interferência.
risco, fala prevalência.
→ Estudo experimental: pesquisador interfere no processo
o Razão de prevalência > 1 → prevalência em expostos > saúde-doença
não expostos
→ Estudo ecológico: As unidades de análise são grupos de pessoas,
o Razão de prevalência = 1 → não há associação
não indivíduos. Procuram avaliar como os contextos social e
o Razão de prevalência < 1 → prevalência em expostos <
ambiental podem afetar a saúde de grupos populacionais
não expostos

Como é um estudo pontual, não se pode falar que a exposição


causa o desfecho. Não se fala em risco nem em prevenção.

→ Faz-se uma medida pontual: Tem o desfecho agora? Tem a


Odds é a P (ter desfecho) / P (não ter desfecho). exposição agora?

Odds ratio (OR): odds dos expostos / odds dos não expostos → Seleção das pessoas pelo total e não há temporalidade, ou
seja, não dá para concluir se o fator exposição veio antes que o
Ter/desenvolver desfecho desfecho.
Sim Não
Ter exposição Sim A B → Utiliza a razão de prevalência (RP)
antes do Não C D
desfecho → Vantagens: mais barato, rápido e simples; úteis para sugerir a
Odds exposto = (A/A+B)/(B/A+B) = A/B presença de associação e gerar hipóteses; primeira medida para
o estabelecimento de outros estudos (coorte).
Odds não exposto = (C/C+D)/(D/C+D) = C/D
→ Desvantagem: Não estabelece causalidade
Odds ratio = (A/B)/(C/D) = AD/BC
→ Ex: quem tem câncer agora e o que comem agora.
A e D são os concordantes (Ex: tabaco e câncer)

B e C são os discordantes (Ex: frutas e câncer)

o OR > 1 → A e D são maiores → exposição aumenta a


chance/odds do desfecho
o OR < 1 → B e C são maiores → exposição diminui a
chance/odds do desfecho
Os indivíduos selecionados são aleatoriamente alocados
para os grupos intervenção e controle, e os resultados são
avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos.

Objetivo: estudar os efeitos de uma intervenção em


particular
→ Investigador seleciona um grupo de indivíduos expostos e um
→ Vantagens: permite a coleta de informações detalhadas; doses
grupo de indivíduos não expostos e acompanha os dois grupos para
podem ser pré-determinadas pelo investigador; cegamento dos
comparar a incidência de uma doença nos dois grupos.
participantes pode reduzir distorção na aferição de resultados.
→ Seleção pela exposição. Tem temporalidade e é um estudo
→ Desvantagem: custo elevado; demorado; amostras grandes;
prospectivo (E→D)
capacidade de generalização externa reduzida devido aos critérios
→ Medida de associação em estudos de coorte: risco relativo de exclusão
(RR)

→ Vantagens: Relação temporal entre exposição e desfecho;


permitem mensurar o surgimento de vários desfechos a partir de
uma única exposição; permite medidas diretas na incidência da
doença nos expostos e nos não expostos.

→ Desvantagem: São muito caros; não é eficiente nos estudos de


doenças raras; a validade pode ser comprometida pelas perdas
durante o período de surgimento

→ Ex: o que comem agora e se tiveram câncer depois.

→ Os sujeitos do estudo são escolhidos a partir de casos de uma


doença e os controles são escolhidos a partir de determinados
critérios. Os grupos são comparados quanto a frequência da
exposição entre os casos (doentes) e controles (não doentes)

→ Seleção pelo desfecho. Tem um pouco de temporalidade e é


um estudo retrospectivo (D → E)

→ Utiliza a odds ratio (OR) é definida como a razão entre a chance


de um evento ocorrer em um grupo e a chance de ocorrer em
outro grupo.

→ Vantagens: relativamente mais rápido; mais barato; eficiente


para estudos de desfechos raros; usualmente requer amostras
menores.

→ Desvantagem: Não se pode analisar incidência ou prevalência;


sujeito a viés de memória; a seleção de controles pode ser
complicada e difícil

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