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O envelhecimento e a doença não podem ser tratados como fatores intimamente dependentes ou
interligados, porém existe maior vulnerabilidade a adoecer, ou seja, uma predisposição à doença
Senescência: são as alterações pelas quais o corpo passa e que são decorrentes de processos
fisiológicos, que não caracterizam doenças e são comuns a todos os elementos da mesma espécie, com
variações biológicas. Exemplo: a queda ou o embranquecimento dos cabelos, a perda de flexibilidade da
pele e o aparecimento de rugas.
Teorias do envelhecimento
Várias teorias tentam explicar o processo do envelhecimento, essas foram separadas em dois
grandes grupos: a teoria determinista e a teoria estocástica. A teoria determinista defende que o
envelhecimento é desencadeado por uma programação puramente genética e inclui teorias como a teoria
somática, a genética, a imunológica e a das telomerases. A teoria estocástica, por sua vez, defende que o
envelhecimento é conseqüência de sucessivas lesões do ácido desoxirribonucléico (ADN), inibindo o
funcionamento celular e a expressão apropriada dos genes. Essa inclui teorias como a da lesão/reparação
do ADN, da oxidação dos radicais livres, do ADN mitocondrial e das radiações.
Radicais livres são átomos ou grupo de átomos com elétrons não pareados na última camada eletrônica
que apresentam grande instabilidade e, por isso, são altamente reativos. O oxigênio por suas
peculiaridades forma os radicais livres mais importantes.
O acúmulo de radicais livres foi referido anteriormente como uma característica das células que
entram em senescência. O estresse oxidativo é um fator limitante para a célula, o excesso de radicais livres
pode comprometer o funcionamento celular e/ou induzir a formação das células tumorais. A teoria da
lesão/regeneração do ADN defende que o material nuclear sofre constantes lesões, quase sempre
provenientes do estresse oxidativo. Essas lesões são continuamente reparadas pelas polimerases. No
entanto, quando o organismo não consegue mais repará-las na mesma velocidade com a qual são
produzidas, inicia-se o seu acúmulo. Os casos de lesões oxidativas do ADN parecem ser mais decisivos
para a longevidade celular do que o comprimento dos telômeros.
As mitocôndrias podem ser consideradas como os centros geradores de energia das células que
realizam metabolismo aeróbio. Se a atividade mitocondrial for alterada ou comprometida, as funções
celulares também serão, conduzindo células e tecidos à morte. Investigações científicas demonstram que o
decréscimo da produção de energia na mitocôndria provoca o aparecimento de doenças características
em idade mais avançada. Nesse caso, o tecido mais rapidamente atingido é o tecido nervoso, no sistema
nervoso central, seguido dos músculos, inclusive o miocárdio, rins e tecidos produtores de hormônios. A
perda progressiva da capacidade de gerar energia está relacionada com a ação de radicais livres,
provocada pelo estresse oxidativo, que interfere no conjunto de reações químicas que ocorrem no interior
da mitocôndria.
Fisiopatologia DPOC
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é o termo para uma condição que é caracterizada pela
progressiva obstrução ao fluxo de ar, em grande parte irreversível, normalmente com aparecimento clínico
em pessoas de meia-idade ou idosos com um histórico de consumo de cigarros, e que não pode ser
atribuída a outra doença específica, tal como bronquiectasia ou asma. Comumente os termos usados para
esta condição no passado incluíam bronquite crônica e enfisema. Essa terminologia está ultrapassada,
porque quase todos os pacientes com diagnóstico clínico de DPOC têm a destruição do espaço aéreo (ou
seja, enfisema) e alterações patológicas da vias aéreas de condução consistentes com bronquite crônica.
Enfisema
O enfisema é caracterizado por aumento anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais,
com destruição das paredes alveolares, mas sem fibrose evidente. Bronquíolos terminais, que são as vias
aéreas não alveoladas mais distais dentro da árvore brônquica, fornecem ventilação para uma unidade de
pulmão que é denominada ácino. Distais aos bronquíolos terminais há duas ou três gerações de
bronquíolos respiratórios parcialmente alveolados e, então, a zona alveolar, onde a maioria das trocas
gasosas ocorre. Espaços aéreos podem crescer por toda a zona alveolada devido à destruição ou rearranjo
de suas paredes.
Enfisema humano consiste em dois subgrupos principais. Enfisema centroacinar se localiza nos
bronquíolos respiratórios logo distais aos bronquíolos terminais, enquanto o restante do ácino é em grande
parte preservado. As lesões individuais, que podem ter até 10 mm de diâmetro, tendem a ser mais
proeminentes no lobo superior. Enfisema centriacinar grave é quase sempre relacionado ao tabagismo,
mas há enfisema centriacinar leve que pode ocorrer a partir de outras exposições ambientais. Áreas focais
de inflamação, fibrose e pigmento carbonáceo estão comumente presentes nas paredes alveolares e
bronquiolares adjacentes.
No enfisema panacinar, ductos alveolares são difusamente aumentados; os alvéolos adjacentes podem ser
destruídos a tal ponto que unidades individuais não podem mais ser identificadas. Com a progressão da
doença, as lesões individuais podem coalescer para formar bolhas grandes. Enfisema panacinar, que é
típico da grave deficiência de α1-antitripsina, também ocorre comumente em pacientes nos quais o
principal fator de risco para a DPOC é o tabagismo. A maioria dos pacientes com DPOC grave parece ter
elementos mistos de centroacinar e enfisema panacinar, e subtipos individuais não podem ser
confiavelmente distinguidos na doença avançada.
A imunossenescência afeta diferentes tipos celulares na medula óssea, o timo, os linfócitos maduros
presentes no sangue periférico e nos órgãos linfoides secundários, além dos elementos do sistema
imunológico inato. Este consiste principalmente de monócitos, células natural killer (NK), e células
dendríticas (DCs), enquanto o adaptativo é representado por linfócitos B e T. Geralmente, o processo de
envelhecimento afeta ambos os ramos do sistema imunológico. No entanto, a imunidade inata parece estar
mais bem preservada, enquanto as alterações na imunidade adaptativa são mais graves.
- Declínio na ativação e proliferação das células T, pela diminuição da expressão de CD28 (mas não de
TCR).
- A produção das citocinas pró-inflamatórias IL-1, IL-6 e TNF-α está aumentada nos idosos, refletindo
uma alteração no padrão de regulação destas citocinas, que podem estar associadas com os
mecanismos desencadeadores de muitas das doenças típicas da idade como a aterosclerose, a
demência e doenças auto-imunes. Uma perda do equilíbrio entre as citocinas do padrão Th1 e Th2
também foi descrita e essa perda pode ser responsável, pelo menos em parte, pelo aumento da
suscetibilidade desses indivíduos a infecções causados por vírus e por bactérias extracelulares. Esses
defeitos na regulação da resposta imune também podem levar a um aumento das doenças auto-imunes.
- Diminuição de número e de atividade citotóxica de células NK. Somando-se a isso, sabe-se que a
atividade NK está correlacionada com níveis séricos de vitamina D, portanto, a qualidade da nutrição é
fator importante nos idosos, assim como as atividades físicas e o controle hormonal
- Definimos como autotolerância a capacidade que o sistema imune tem de distinguir entre antígenos
estranhos ao sistema e auto-antígenos; respondendo somente aos primeiros. A autotolerância é mantida
preservando-se a maturação e a ativação de clones de linfócitos auto-reativos. Por meio de mecanismos
principais, é feito o controle das possíveis respostas auto-imunes pelo sistema imunológico, no idoso há
diminuição desse controle.
- Imunoglobulinas IgG e IgA estão normalmente aumentadas enquanto IgM permanece inalterada. IgG1,
IgG2 e IgG3 estão signifi cativamente aumentadas enquanto IgG4 não. É interessante notar que IgG1 e
IgG3 estão relacionadas com resposta humoral a vírus e bactérias; IgG2 e IgM a respostas a
polissacarídeo (cápsula e/ou parede bacteriana); IgG4 e IgE resposta a parasitas.
Anemia em idosos
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia é definida como a diminuição da concentração
de hemoglobina circulante no sangue, sendo desencadeada por mecanismos fisiopatológicos diversos. A
redução da concentração de hemoglobina é considerada patológica quando apresenta valores abaixo de
12,0 g/dL para mulheres e de 13,0 g/dL para homens.
A anemia no idoso é descrita como consequência de três grandes diferentes grupos de causalidade. A
anemia causada por deficiências nutricionais, corresponde a um terço de todas elas, sendo anemia
ferropriva a principal. Anemias das doenças crônicas (anemia da inflamação crônica e/ou anemia da
doença renal crônica) e anemias inexplicadas (caracterizada predominantemente pela síndrome
mielodisplásica) são outras causas descritas.
Síndromes consumptivas
São um conjunto de síndromes que causam a perda invuluntária de peso basal >10% entre 6 e 12 meses
com atrofia muscular e depleção de reservas proteicas e adiposas. Divide-se a base fisiopatológica da
perda de peso em três categorias: diminuição da ingestão de alimentos, metabolismo acelerado ou
aumento da perda de energia.
Esta condição está associada com aumento do gasto energético ou perda de calorias pelas fezes ou urina.
Neste caso, a quantidade de calorias ingeridas é insuficiente para suprir o déficit energético. São causas
deste tipo de condição: hipertireoidismo, diabetes mellitus (DM) descompensado, síndrome de má
absorção, feocromocitoma, aumento importante de atividade física
- Ocorre espessamento da túnica média dos vasos o que aumenta a rigidez da parede do vaso,
produzindo aumento da resistência do trato de saída. Ocorre ainda aumento da Pressão Arterial
Sistêmica e Hipertrofia compensatória. A complacência ventricular fica diminuída.
- No miocárdio, nota-se o acúmulo de gordura nos átrios e no septo interventricular, além de degeneração
muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso, aumento do colágeno, hipertrofia
do ventrículo esquerdo, depósitos intracelulares de lipofuscina (pigmento resultante da digestão
incompleta dos restos celulares) e de substâncias amiloide (amiloidose senil)
- O tecido valvar é composto, preponderantemente, por colágeno, e por isso, está sujeito a grandes
pressões. Com o envelhecimento há a degeneração, espessamente e calcificação dessas estruturas,
mais frequentes na aorta e na mitral
- A função cardíaca no idoso sadio em repouso, em especial a função sistólica, não apresenta queda de
frequência cardíaca, volume cardíaco, débito cardíaco, a fração de ejeção é similar a dos jovens, porém
a reserva cardíaca diminui o que resulta em dois processos ligados ao envelhecimento, elevação
progressiva da pós-carga ou impedância à ejeção ventricular e a redução da resposta cardiovascular à
estimulação beta-adrenérgica que se manifesta através da resposta cronotrópica, inotrópica e
vasodilatadora
- Acredita-se que a diferença na frequência cardíaca esteja relacionada com uma diminuição na resposta
simpática em pessoas com a idade avançada
- Dentre os determinantes da qualidade de vida do idoso está o fator atividade física, a prática de
atividade moderada e regular contribui para preservar as estruturas orgânicas e bem-estar físico e
mental, além de impedir que as alterações decorrentes da idade se acentuem uma vez que através do
exercício acontece uma maior exigência do sistema cardíaco, fundamental para a terceira idade.
Exercitar-se é importante pois controla o peso e a gordura corporal, podendo dessa maneira contribuir
na prevenção e controle de algumas condições clínicas como doenças cardiovasculares
- Para evitar problemas a saúde devido a uma vida sedentária alguns profissionais aconselham que todo
idoso realize 30 minutos de atividade física moderada quase todos os dias da semana. Enquanto
exercícios aeróbicos são mais benéficos a saúde, a manutenção do tônus, a funcionalidade dos
sistemas cardíaco e respiratório, a capacidade de realizar as tarefas rotineiras na velhice
Arteriosclerose
Arteriosclerose é um termo genérico para o espessamento e perda da elasticidade das paredes arteriais.
São reconhecidos três padrões de arteriosclerose; estes padrões variam em sua fisiopatologia e
conseqüências clínicas e patológicas.
• A aterosclerose;
• A esclerose medial calcificada de Mönckeberg é caracterizada por depósitos calcificados nas artérias
musculares, e ocorre em indivíduos com idade superior a 50 anos. As calcificações visíveis, comumente
palpáveis, não alcançam o lúmem dos vasos;
Aterosclerose
Aterosclerose é caracterizada por lesões nos ateromas ou placas ateromatosas ou fibrogorduras, que
invadem e obstruem o lúmem vascular e enfraquecem a média subjacente. Estas placas podem provocar
sérias complicações.
Fatores de risco:
• Hipertensão arterial;
• Tabagismo;
• Idade;
• Hipercolesterolemia
As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) transitam da corrente
sanguínea para a íntima arterial e acumulam-se sob a camada de
células endoteliais. As partículas de LDL sofrem modificação
oxidativa na íntima (indicada por picos nas partículas de LDL)
conduzindo, assim, a sua ligação ao receptor varredor e entrada
nos macrófagos, que acumulam colesterol e se desenvolvem em
células espumosas. O efluxo de colesterol para lipoproteína de
alta densidade (HDL) neutraliza a tendência para a formação de
células espumosas. As moléculas liberadas do LDL oxidado
ativam as células endoteliais para expressar as moléculas de
adesão de leucócitos, que promovem a ligação de monócitos e
células T na superfície da artéria. As quimiocinas estimulam
monócitos e células T para migrar para a íntima, onde os
monócitos diferenciam-se em macrófagos. Embora muitos
macrófagos desenvolvam-se em células espumosas, alguns são
ativados, levando à liberação de citocinas pró-inflamatórias,
eicosanoides, radicais e proteases. As células T, que entram
através de mecanismos similares aos monócitos, podem
reconhecer os antígenos locais, como os componentes de LDL,
que são apresentados a elas por células apresentadoras de
antígeno (células dendríticas e macrófagos) que expressam as
moléculas HLA. As células T cujos receptores podem reconhecer
os antígenos locais são ativadas, levando à liberação de uma
série de citocinas que podem ativar os macrófagos e aumentar a
inflamação vascular.
Não são inteiramente compreendidos as vias e os fatores específicos que contribuem para a disfunção de
células endoteliais no início da aterosclerose: os principais envolvidos são as toxinas do cigarro,
homocisteína e até agentes infecciosos de acordo com alguns (culpa dos bichos!). As citocinas
inflamatórias (p. ex., fator de necrose tumoral [TNF]) também podem estimular a expressão de genes
endoteliais pró-aterogênicos. No entanto, as duas causas mais importantes de disfunção endotelial são os
desequilíbrios hemodinâmicos e a hipercolesterolemia.
Medicamentos
Maleato de enalapril- tratamento de todos os graus de hipertensão essencial, hipertensão renovascular e
todos os graus de insuficiência cardíaca. É um inibidor da enzima ECA, impedindo assim a conversão da
angiotensina I para angiotensina II (vasoconstritor).
Atorvastatina- prevenção e controle de aterosclerose, reduz o colesterol LDL plasmático, colesterol total,
apolipoproteína e triglicérides. É um inibidor seletivo e competitivo da HMG-CoA redutase, enzima que
catalisa a conversão de HMG-CoA em mevalonato, etapa inicial da síntese de colesterol.
Cloridrato de metformina- tratamento de diabetes tipo 2 em adultos não dependentes de insulina e para
diabetes tipo 1 insulinodependentes. Reduz a glicose no plasma pós-prandial e basal. Diminui a produção
de glicose hepática inibindo a glicogenese e a glicogenólise, aumenta a sensibilidade da insulina no
músculo, melhorando a captação e utilização de glicose.
Ácido acetilsalicílico (AAS)- antiinflamatório não esteroidal, com propriedade analgésica, antipirética e
anti-inflamatória. Inibe a agregação plaquetária, bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas,
por isso é usado em doenças vasculares.
Osteoartrite
Osteoartrite é o mesmo que osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa. A osteoartrite
(artrose) é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas,
entre elas os osteófitos, conhecidos, vulgarmente, como “bicos de papagaio”.
A pode ser dividida em sem causa conhecida (dita primária) ou com causa conhecida (dita secundária). As
causas desta última forma são inúmeras, desde defeitos das articulações, como os joelhos com desvios de
direção (valgo ou varo), até alterações do metabolismo. A participação da hereditariedade é importante,
principalmente em certas apresentações clínicas, como os nódulos dos dedos das mãos, chamados de
nódulos de Heberden (na junta da ponta dos dedos) ou Bouchard (na junta do meio dos dedos).
Artrite reumatóide
A Artrite Reumatoide é uma doença crônica, inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das
articulações (juntas), embora outros órgãos também possam estar comprometidos. A AR é uma doença
autoimune. A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à
destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da
vida diária. A Artrite Reumatoide (AR) pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas,
quentes e dolorosas (artrite ou sinovite), geralmente acompanhada de rigidez para movimentá-las
principalmente pela manhã e que pode durar horas até melhorar. Artrite corresponde à inflamação de
algum dos componentes da estrutura articular (cartilagem articular, osso subcondral ou membrana
sinovial).
Osteoporose
A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva caracterizada por diminuição da massa óssea e
deterioração da microarquitetura, levando a fragilidade do osso e aumentando o risco de fraturas. O
diagnóstico é feito pela densidade mineral óssea (DMO) <2,5.
Osteoporose pós-menopausa: atinge mulheres após a menopausa. Fratura de coluna pode ocorrer.
Osteoporose senil: atinge pessoas com mais de 70 anos. Tanto a fratura de coluna quanto a de quadril
podem ocorrer.
Osteoporose secundária: atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou que
usam alguns medicamentos, por exemplo, corticóides. Os corticóides inibem a absorção intestinal do
cálcio e aumentam sua eliminação urinária, diminuem a formação osteoblástica e aumentam a reabsorção
osteoclástica.
Fatores de risco:
1. Menopausa: com a interrupção da menstruação, ocorre diminuição dos níveis de estrógeno 7
(hormônio feminino), que é fundamental para manter a massa óssea.
4. Dieta pobre em cálcio: o cálcio é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da
alimentação é imprescindível para prevenir a Osteoporose.
5. Excesso de fumo e álcool: tem-se observado maior incidência de Osteoporose entre as pessoas que
consomem álcool e fumo em excesso.
Osteopenia A osteopenia é, portanto a diminuição de massa óssea, causada pela perda de cálcio,
podendo ter, como conseqüência, a osteoporose. DMO entre -1 e 1,5.
- Aos 35 anos: é o chamado pico de massa óssea. A partir daí, praticamente estabiliza-se a taxa de
formação enquanto a de reabsorção aumenta. Por conseguinte, passa a ocorrer perda progressiva e
absoluta da massa óssea até então presente: é a osteopenia fisiológica
- Antes dos 50 anos, perde-se, sobretudo, osso trabecular (principalmente trabéculas de menor
importância estrutural) e, após essa idade, principalmente, o osso cortical (também aqui lamelas de
menor importância estrutural, localizadas na superfície endosteal).
- A perda de massa óssea por involução ocorre, principalmente, na mulher pós-menopausada (quando a
falta do freio estrogênico libera a voracidade dos osteoclastos) e no idoso.
- Indivíduos com 70 anos ou mais produzem apenas 25 a 30% de vitamina D3 da quantidade produzida
pela pele jovem. Ainda se sabe que o envelhecimento traz consigo menor produção da 1-α-hidroxilase
renal, enzima responsável pela introdu- ção da segunda hidroxila na 25 (0H)D, formando o calcitriol, sua
forma mais ativa (1,25 (OH)2 D). Dessa forma os idosos, tendo uma reduzida produção endógena do
calcitriol, passam a depender mais das fontes alimentares.
Como já dito, o tecido ósseo saudável está em constante modelação, ou seja, está em equilíbrio entre as
ações dos osteoblástos (produzem matriz óssea, secretando colágeno e susbtância fundamental, também
participa da calcificação da matriz) e dos osteoclastos (responsáveis pela reabsorção óssea). O Ca é
absorvido no intestino, e sua concentração plasmática depende da ação de vitamina D3 (1,25-
diidroxicolecalciferol), calcitonina e hormônio paratireoíde (PTH), que irão atuar controlando a absorção,
expressão e o metabolismo ósseo.
Vitamina D3- está relacionada com a absorção de Ca e P na luz intestinal, promovendo a síntese de uma
proteína carreadora de Ca. Atua sobre a paratireóide, estimulando a liberação do PTH. Já os rins estimulam
a reabsorção de Ca e de P. As baixas concentrações de Ca estimulam a síntese de vitamina D através da
ativação da enzima 1-α-hidrolase presente nos rins. Dessa forma, eleva-se a síntese de vitamina D ativa e
aumenta a absorção de Ca no lúmen intestinal. A ação sobre os ossos promove a mobilização de Ca e P,
pela ativação dos osteoclastos.
PTH- É um hormônio secretado pela glândula paratireóide. Atua no aumento da calcemia, sendo que a
secreção do PTH promove a desmineralização óssea, aumentando os níveis de Ca no sangue. Atua sobre
os rins diminuindo a excreção de Ca e estimula a síntese de vitamina D ativa.
Calcitonina- trata-se de um hormônio sintetizado nas células parafoliculares ou células C da tireóide. Seu
principal efeito biológico é o de reduzir os níveis plasmáticos de Ca. A calcitonina atua nos osteoclastos,
diminuindo sua atividade e consequentemente, a reabsorção óssea. Acredita-se também que esse
hormônio inibe a atividade dos osteócitos e estimula os osteoblastos.
A CA tem uma capacidade reparadora limitada, que mais ainda se estreita com o envelhecimento e/ou
quando da eclosão de condições degenerativas.
Músculo esquelético
O músculo esquelético é a maior massa tecidual do corpo humano. Com o envelhecimento, há uma
diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre, paulatinamente, substituído por
colágeno e gordura. Tal perda tem sido demonstrada: primeiro, pela excreção da creatinina urinária, que
reflete o conteúdo de creatina nos músculos e a massa muscular total; segundo, pela tomografia
computadorizada, em que se observa que, após os 30 anos de idade diminui a secção transversal dos
músculos, há menor densidade muscular e maior conteúdo gorduroso intramuscular (alterações que são
mais pronunciadas na mulher do que no homem); e terceiro, histologicamente, detecta-se uma atrofia
muscular as custas de uma perda gradativa e seletiva das fibras esqueléticas (declínio mais acentuado em
fibras musculares do tipo II – anaeróbicas, de contração rápida). Tal declínio está diretamente relacionado
com a diminuição da força muscular idade-relacionada.
É a esse declínio muscular idade-relacionada que designamos por sarcopenia, termo que denota o
complexo processo do envelhecimento muscular associado a diminuições da massa, da força e da
velocidade de contração muscular. A etiologia da sarcopenia é multifatorial, envolvendo alterações no
metabolismo do músculo, alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos, influindo
também em condições ambientais e problemas comportamentais (como uma reduzida atividade física ou
uma monotonia alimentar que acaba por conduzir a situações de má-nutrição por deficiências específicas).
O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos e varia amplamente entre os indivíduos. De
significativo, dada sua importância para o equilíbrio, a ortostase e a marcha dos idosos são os
conhecimentos de serem maiores o declínio muscular idade-relacionada nos membros inferiores do que
nos superiores.
Assim, exercícios mantidos ao longo dos anos podem prevenir as defi ciências musculares idade-
relacionadas. Exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e reduzem o risco de desenvolver o
diabetes tipo 2 na velhice, e exercícios de resistência aumentam a massa muscular no idoso de ambos os
sexos, minimizando, e mesmo revertendo, a síndrome de fragilidade física presente nos mais longevos.
Fechando o ciclo saúde-nutrição-atividade física, resta dizer que uma ingestão protéica diária inadequada
resulta em maiores perdas de massas óssea e muscular.
AINES- efeitos
AINES Seu mecanismo de ação consiste em inibir a enzima COX-1 e COX-2 de ácidos graxos, inibindo
desse modo a produção de prostaglandinas e tromboxanos. A COX-1 é uma enzima expressa na maioria
dos tecidos, inclusive nas plaquetas do sangue. Ela desempenha funções de “manutenção” no organismo,
estando envolvida em especial na homeostase dos tecidos, e é responsável, por exemplo, pela produção
de prostaglandinas com funções em citoproteção gástrica, agregação plaquetária, autorregulação do fluxo
sanguíneo renal e no início do parto. Já a COX-2 é induzida principalmente nas células inflamatórias
quando ativadas, por exemplo, pelas citocinas inflamatórias (IL)-1 e (TNF)-α. O consumo crônico de AINEs
pode causar nefropatia analgésica, caracterizada por nefrite crônica e necrose papilar renal. Sob a ação
dos AINEs também ocorre diminuição da proteção estomacal, o fluxo sanguíneo renal e dificultado, pois
ocorre vasoconstrição.
• Impedem o efeito vasodilatador das prostaglandinas, causando vasoconstricção renal e redução na taxa
de filtração glomerular, podendo evoluir para necrose tubular aguda.
• Impedem o efeito inibitório das prostaglandinas sobre os linfócitos T, permitindo a ativação dessas
células, com consequente liberação de citocinas pró- inflamatórias;
• Deslocam o ácido araquidônico para a via das lipoxigenases, aumentando a síntese de leucotrienos pró-
inflamatórios;
• A lipoxigenase induz um aumento da permeabilidade capilar, podendo contribuir para a proteinúria, por
alterar a barreira de filtração glomerular.
AIE-Corticóides- efeitos
• Metabolismo dos Carboidratos: Os corticosteróides produzem uma tendência à hiperglicemia
principalmente devido ao aumento da gliconeogênese hepática e antagonismo periférico à ação da
insulina resultando em diminuição da captação de glicose no músculo e tecido gorduroso.
• Metabolismo Protéico: O corticóide produz redução da massa muscular por inibição da síntese protéica e
aumento do catabolismo protéico com balanço nitrogenado negativo.
• Metabolismo Lipidico: Terapêutica com altas doses de corticóide podem provocar aumento do VLDL e
LDL.
A IUE é o tipo mais comum de perda involuntária de urina na mulher, podendo ocorrer por hipermobilidade
da uretra ou por deficiência esfincteriana, sendo a hipermobilidade a causa mais frequente, podendo
ocorrer em decorrência da fraqueza do assoalho pélvico ou por consequência de procedimentos
cirúrgicos, já a deficiência esfincteriana intrínseca é causada pela incapacidade do esfíncter uretral em
manter a coaptação da mucosa, tanto no repouso quanto no exercício
Várias disfunções se relacionam também às alterações do assoalho pélvico. Sendo formado de músculos e
ligamentos, eles se mantêm saudáveis por meio de um equilíbrio de forças e tônus. Não bastando ter só
força muscular, mas função muscular adequada.
A hiperfunção ou hipertonia do assoalho pélvico pode, sabidamente, levar à disfunção sexual e síndromes
dolorosas e infecciosas. Entre elas, podemos citar a dor durante a relação sexual, a dores pélvica, vulvar,
perineal, a incontinência por urgência miccional, a infecção urinária de repetição, a constipação intestinal
ou dificuldade evacuatória.
Quando os músculos estão tensos, impedem a função adequada dos órgãos, como esvaziar bem a bexiga,
evacuar sem esforço importante, reter adequadamente a urina, e ter uma relação sexual sem dor e
prazeirosa. Levam também a outros sintomas dolorosos por comprimir estruturas importantes e dificultar a
irrigação e oxigenação local.
Hoje sabemos que as causas das disfunções do assoalho pélvico são inúmeras e se acumulam ao longo
da vida da mulher. Desde uma tendência genética de um colágeno menos resistente, passando pelos
esforços repetidos ao longo da vida - como forçar a evacuação, exercícios de impacto, tosse crônica,
obesidade, as gestações e os partos, menopausa e senilidade que fragilizam o colágeno pélvico feminino.
Próstata
O aumento da idade e a presença dos testículos representam as determinantes mais importantes para o
desenvolvimento da Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB). Por outro lado, o papel da hereditariedade
parece ser real e filhos de indivíduos com hiperplasia da próstata têm de três a quatro vezes mais chance
de serem submetidos à cirurgia prostática por crescimento benigno local.
O processo de HBP instala-se na chamada zona transicional da próstata, situada em torno da uretra. O
fenômeno de crescimento local condiciona o aparecimento de sintomas miccionais que, na verdade,
resultam de três mecanismos fi siopatológicos distintos: 1) obstrução uretral propriamente dita, que produz
sintomas obstrutivos; 2) reação do detrusor à obstrução, que leva ao aparecimento de sintomas irritativos;
3) estímulos neuronais anormais gerados pela próstata, que também causam sintomas obstrutivos
Manifestações clínicas: esforço miccional, hesitância, jato fraco e interrompido, esvaziamento incompleto
da bexiga, urgência, polaciúria, nictúria, capacidade vesical reduzida, incontinência de urgência. Podem
evoluir com complicações como retenção urinária, litíase vesical, infecção urinária, insufi ciência renal e
hematúria.
• GH- diminuição da concentração e secreção no sangue, diminuição da massa magra, de massa óssea e
aumento de gordura
Demência
A demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção cerebral, de natureza crônica e
progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções cognitivas, incluindo memória, atenção e
aprendizado, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, linguagem e julgamento. O
comprometimento das funções cognitivas é comumente acompanhado, e ocasionalmente precedido, por
deterioração do controle emocional, comportamento social ou motivação. A demência produz um declínio
apreciável no funcionamento intelectual que interfere com as atividades diárias, como higiene pessoal,
vestimenta, alimentação, atividades fisiológicas e de toalete.
• Fase inicial: é caracterizada por sintomas vagos e difusos, que se desenvolvem insidiosamente sendo o
comprometimento da memória o sintoma mais proeminente e precoce, em especial a memória recente.
Há desorientação progressiva em relação ao tempo e ao espaço. Em alguns casos podem apresentar
perda de concentração, desatenção, perda de iniciativa, retraimento social, abandono dos passatempos,
mudanças de humor (depressão) alterações de comportamento (explosões de raiva, ansiedade,
irritabilidade e hiperatividade) e mais raramente idéias delirantes.
• Fase intermediária: caracteriza-se por deterioração mais acentuada dos déficits de memória e pelo
acometimento de outros domínios da cognição, como afasia , agnosia , alterações visuoespaciais e
visuoconstrutivas e apraxia. Os distúrbios de linguagem inicialmente caracterizados pela dificuldade de
nomeação, progridem, com dificuldade na escrita, empobrecimento de vocabulário, parafasias
semânticas e fonêmicas, perseverações, perda de conteúdo e dificuldade de compreensão. A
capacidade de aprendizado, a memória remota, a capacidade em fazer cálculos, abstrações, resolver
problemas, organizar, planejar e realizar tarefas em etapas são seriamente comprometidas. O julgamento
é alterado, perdendo a noção de riscos.
• Fase avançada ou estágio terminal: todas as funções cognitivas estão gravemente comprometidas com
dificuldade para reconhecer pessoas e espaços familiares. Tornam-se totalmente dependentes para as
AVD.
Demência Vascular
Início abrupto, geralmente, após um episódio vascular, com deterioração em degraus (alguma recuperação
depois da piora) e flutuação do déficit cognitivo (dias de melhor e pior performance). Apresenta sinais
focais, de acordo com a região cerebral acometida. A demência vascular não é uma doença, mas sim, um
grupo heterogêneo de síndromes com vários mecanismos vasculares e mudanças cerebrais relacionados a
diferentes causas e manifestações clínicas. É o segundo tipo mais prevalente de demência. O termo
demência vascular tem conotações amplas, referindo-se a qualquer demência causada por doença
cerebrovascular. É comumente utilizado para descrever os efeitos de grandes lesões tromboembólicas,
Diagnóstico Clínico
O idoso com um possível transtorno da memória deve ser submetido a uma investigação clínica e
cognitiva. Essa última pode consistir no Mini Exame do Estado Mental (MEEM), que pode ser realizado por
profissionais de saúde treinados.
Diagnósticos diferenciais importantes numa pessoa com suspeita de demência – queixa de memória, perda
funcional e alterações comportamentais, são: depressão, transtorno psicótico de início tardio e delirium. A
depressão pode estar presente em até metade dos quadros iniciais de demência, principalmente DA. A
ocorrência do delirium, confusão mental aguda, geralmente, por causa orgânica ou medicamentosa,
denota uma fragilidade cerebral e, muitas vezes, é a manifestação inicial de um quadro de demência,
principalmente DA.
Na demência vascular, o diagnóstico é feito com base no quadro clínico e em exames complementares de
neuroimagem, com auxílio de escalas específicas. A ocorrência de sinais e/ou sintomas neurológicos
focais, contribuem de maneira importante para o diagnóstico de demência vascular
Deve-se atentar para o delirium (definido como uma síndrome cerebral orgânica sem etiologia específica
caracterizada pela presença simultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção, do
pensamento, da memória, do comportamento psicomotor, das emoções e do ritmo sono-vigília. A duração
é variável e a gravidade varia de formas leves a formas muito graves). São causas reversíveis de demência:
>>Estudos neuropatológicos tem verificado que alterações patológicas encontradas na DA podem estar
presentes em indivíduos assintomáticos e o emprego de biomarcadores realizados nos últimos anos
evidenciaram que o processo fisiopatológico da DA pode ser identificado em indivíduos assintomáticos e
em pacientes com demência instalada. Os biomarcadores para a DA atualmente disponíveis possibilitam a
detecção do peptídeo β-amiloide (βA-42) e da proteína tau, que apresentam correlação com a patologia da
mesma.
Depressão
Fatores de Risco- isolamento, dificuldades nas relações pessoais, problemas de comunicação e conflitos
com a família ou com outras pessoas podem contribuir ou desencadear a depressão. As dificuldades
econômicas e outros fatores de estresse da vida diária têm igualmente um efeito importante. A depressão
não é provocada por um só fator. Há um entrecruzamento de vários fatores: psicológicos, biológicos,
sociais, culturais, econômicos, familiares, entre outros que fazem com que a depressão se manifeste em
determinado sujeito.
Institucionalização e estatuto do idoso- O implemento das políticas públicas e a efetiva garantia dos
direitos sociais da pessoa idosa, certamente assegurará um envelhecimento saudável e com dignidade. A
Política Nacional do Idoso (Lei 8842/1994) tem como objetivo assegurar a pessoa idosa seus direitos
sociais, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
O Estatuto abrange os direitos fundamentais das pessoas idosas, sendo: saúde física e mental, social e
moral, com liberdade e dignidade. Nenhum idoso será objeto de negligencia discriminação, crueldade,
violência ou opressão. Pelo envelhecimento ser um direito, sua proteção é um direito social. É obrigação do
estado e da sociedade assegurar liberdade, respeito á dignidade e os direito civis (como o de ir e vir por
exemplo).