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COMPLEMENTO
TÉCNICO DO
BANCO CENTRAL

RIO DE JANEIRO
ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480
CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257
CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015
COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142
DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523
MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887
MÉIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857
NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234
TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611
SÃO PAULO
SÃO PAULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800
SANTO ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4437-8800
SANTO AMARO: Av. Santo Amaro, 5860 * (11) 5189-8800
ALPHAVILLE: Calçada das Rosas, 74 * (11) 4197-5000
GUARULHOS: Av. Dr. Timóteo Penteado, 714 - Vila Progresso - SP * (11) 2447-8800

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Sumário
• RACIOCÍNIO LÓGICO
03 Raciocínio Lógico
• NOÇÕES DE DIREITO
03 Lei nº 8.112, de 11 de Dezembro de 1990.
• ATUALIDADES
24 População
27 Atualidades
• TEORIAS E NORMAS DE SEGURANÇA
33 Análise e Gerenciamento de Riscos
34 Continuidade de Negócios e Planos de Contingência
38 Gerenciamento de Crises
39 Inteligência Competitiva
43 Prevenção de fraudes e Delitos Internos
49 Segurança do Conhecimento
50 Segurança de Pessoas
54 Segurança de sistemas de TI
58 Segurança do Trabalho e do Meio Ambiente
59 Segurança Eletrônica
60 Segurança Privada
63 Segurança Pública
67 Terceirização

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ERRATA E COMPLEMENTO
Técnico do Bacen 7ª Edição (Código 0553)
ERRATA - RACIOCÍNIO LÓGICO LEI 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
(Atualizada pelas Medidas Provisórias)
Página 261. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos
TABELA CORRETA civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-


gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título I
Capítulo Único
Das Disposições Preliminares
Art. 1o. Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
Página 281. Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em
Gabaritos corretos regime especial, e das fundações públicas federais.
Art. 2o. Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
Onde se Lê: Leia-se: legalmente investida em cargo público.
GABARITO GABARITO Art. 3o. Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
17. E 17. B ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que
22. A 22. C devem ser cometidas a um servidor.
40. C 40. B Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a to-
63. C 63. B dos os brasileiros, são criados por lei, com denomina-
79. C 79. A ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Página 285. Art. 4o. É proibida a prestação de serviços gratuitos, sal-
O Gabarito referente ER04 04 da página 284. vo os casos previstos em lei.

Onde se Lê: Leia-se: Título II


GABARITO GABARITO Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e
ER04. A ER04. A Substituição
Capítulo I
Página 297. Do Provimento
O Gabarito referente ao Exercício 01 da página 295. Seção I
Disposições Gerais
Onde se Lê: Leia-se: Art. 5o. São requisitos básicos para investidura em cargo
GABARITO GABARITO público:
01. C 01. A I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
Página 308. III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
O Gabarito referente ao Exercício 27 da Página 305. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
cargo;
Onde se Lê: Leia-se: V - a idade mínima de dezoito anos;
GABARITO GABARITO VI - aptidão física e mental.
27. E 27. B § 1ºAs atribuições do cargo podem justificar a exigência
de outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado
ATUALIZAÇÃO - NOÇÕES DE DIREITO o direito de se inscrever em concurso público para provi-
Página 156 - Art. 103.B - Alterado pela EC. 61, de 2009) mento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com
a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas
de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, oferecidas no concurso.
admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada § 3º As universidades e instituições de pesquisa científi-
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) ca e tecnológica federais poderão prover seus cargos
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de
dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
XIII - dois cidadões, de notável sabe ............. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.515, de 20.11.97)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Art. 6o. O provimento dos cargos públicos far-se-á medi-
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e ante ato da autoridade competente de cada Poder.
Art. 7o. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Art. 8o. São formas de provimento de cargo público:
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda I - nomeação;
Constitucional nº 61, de 2009) II - promoção;
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados III - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
pelo Presidente da República, depois de aprovada a IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. V - readaptação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) VI - reversão;
VII - aproveitamento;

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VIII - reintegração; § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração


IX - recondução. de bens e valores que constituem seu patrimônio e de-
claração quanto ao exercício ou não de outro cargo, em-
Seção II prego ou função pública.
Da Nomeação § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
Art. 9o. A nomeação far-se-á: posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
de provimento efetivo ou de carreira; inspeção médica oficial.
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que
cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei n. for julgado apto física e mentalmente para o exercício do
9.527, de 10.12.97) cargo.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co- Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
missão ou de natureza especial poderá ser nomeado do cargo público ou da função de confiança. (Redação
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confi- dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
ança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração em cargo público entrar em exercício, contados da data
de um deles durante o período da interinidade. (Redação da posse. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isola- sem efeito o ato de sua designação para função de con-
do de provimento efetivo depende de prévia habilitação em fiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
concurso público de provas ou de provas e títulos, obede- neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação
cidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para
e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as dire- lhe exercício. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
trizes do sistema de carreira na Administração Pública § 4o O início do exercício de função de confiança coincidi-
Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei n. rá com a data de publicação do ato de designação, salvo
9.527, de 10.12.97) quando o servidor estiver em licença ou afastado por qual-
quer outro motivo legal, hipótese em que recairá no pri-
Seção III meiro dia útil após o término do impedimento, que não
Do Concurso Público poderá exceder a trinta dias da publicação. (Parágrafo
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispu- Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício
serem a lei e o regulamento do respectivo plano de car- do exercício serão registrados no assentamento indivi-
reira, condicionada a inscrição do candidato ao paga- dual do servidor.
mento do valor fixado no edital, quando indispensável ao Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-
seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele sentará ao órgão competente os elementos necessários
expressamente previstas.(Redação dada pela Lei n. ao seu assentamento individual.
9.527, de 10.12.97) Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício,
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) que é contado no novo posicionamento na carreira a par-
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual tir da data de publicação do ato que promover o servidor.
período. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro municí-
sua realização serão fixados em edital, que será publica- pio em razão de ter sido removido, redistribuído, requisi-
do no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande tado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mí-
circulação. nimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candi- publicação do ato, para a retomada do efetivo desempe-
dato aprovado em concurso anterior com prazo de valida- nho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tem-
de não expirado. po necessário para o deslocamento para a nova sede.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção IV § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
Da Posse e do Exercício ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este arti-
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo go será contado a partir do término do impedimento. (Pa-
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deve- rágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de
res, as responsabilidades e os direitos inerentes ao car- 10.12.97)
go ocupado, que não poderão ser alterados unilateral- § 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabele-
mente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de cidos no caput. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de
ofício previstos em lei. 10.12.97)
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixa-
publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei da em razão das atribuições pertinentes aos respectivos
n. 9.527, de 10.12.97) cargos, respeitada a duração máxima do trabalho sema-
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de nal de quarenta horas e observados os limites mínimo e
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos máximo de seis horas e oito horas diárias, respectiva-
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos mente. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de con-
102, o prazo será contado do término do impedimento. fiança submete-se a regime de integral dedicação ao
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. convocado sempre que houver interesse da Administra-
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo ção. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
por nomeação. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
10.12.97) trabalho estabelecida em leis especiais. (Parágrafo in-
cluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
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Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de es-
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio proba- colaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese
tório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avalia- atribuições como excedente, até a ocorrência de
ção para o desempenho do cargo, observados os se- vaga.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
guinte fatores: (vide EMC nº 19)
I - assiduidade; Seção VIII
II - disciplina; Da Reversão
III - capacidade de iniciativa; Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor apo-
IV - produtividade; sentado: (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-
V- responsabilidade. 45, de 4.9.2001)
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar in-
probatório, será submetida à homologação da autorida- subsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Inciso in-
de competente a avaliação do desempenho do servidor, cluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
realizada por comissão constituída para essa finalidade, II - no interesse da administração, desde que: (Inciso in-
de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da cluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuida- a) tenha solicitado a reversão; (Alínea incluída pela Medi-
de de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V da Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Alínea incluída
de 2008) pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será c) estável quando na atividade; (Alínea incluída pela Me-
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior- dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
mente ocupado, observado o disposto no parágrafo único d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteri-
do art. 29. ores à solicitação; (Alínea incluída pela Medida Provisória
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer n. 2.225-45, de 4.9.2001)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun- e) haja cargo vago. (Alínea incluída pela Medida Provisó-
ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou ria n. 2.225-45, de 4.9.2001)
entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Espe- resultante de sua transformação. (Parágrafo incluído pela
cial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Dire- Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
ção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será
4, ou equivalentes. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, considerado para concessão da aposentadoria. (Pará-
de 10.12.97) grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão 4.9.2001)
ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo,
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta- o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até
mento para participar de curso de formação decorrente a ocorrência de vaga. (Parágrafo incluído pela Medida
de aprovação em concurso para outro cargo na Adminis- Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
tração Pública Federal. (Parágrafo incluído pela Lei n. § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da
9.527, de 10.12.97) administração perceberá, em substituição aos proventos
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as li- da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a
cenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso que percebia anteriormente à aposentadoria. (Parágrafo
de formação, e será retomado a partir do término do impe- incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
dimento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os
proventos calculados com base nas regras atuais se
Seção V permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Parágrafo
Da Estabilidade incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e em- § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
possado em cargo de provimento efetivo adquirirá esta- artigo. (Parágrafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-
bilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de 45, de 4.9.2001)
efetivo exercício. (Prazo: 3 anos - vide EMC n. 19) Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude 4.9.2001)
de sentença judicial transitada em julgado ou de proces- Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
so administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada completado 70 (setenta) anos de idade.
ampla defesa.
Seção IX
Seção VI Da Reintegração
Da Transferência Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor está-
Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) vel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resul-
tante de sua transformação, quando invalidada a sua
demissão por decisão administrativa ou judicial, com res-
Seção VII sarcimento de todas as vantagens.
Da Readaptação § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em car- ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts.
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com 30 e 31.
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
ou mental verificada em inspeção médica. pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readap- indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
tando será aposentado. posto em disponibilidade.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-

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Seção X § 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou


Da Recondução entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; gens de caráter permanente, é irredutível.
II - reintegração do anterior ocupante. § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para car-
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori- gos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
gem, o servidor será aproveitado em outro, observado o Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalva-
disposto no art. 30. das as vantagens de caráter individual e as relativas à
natureza ou ao local de trabalho.
Seção XI § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
Da Disponibilidade e do Aproveitamento salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008).
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili- Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente,
dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em a título de remuneração, importância superior à soma dos
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o valores percebidos como remuneração, em espécie, a
anteriormente ocupado. qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil de- Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacio-
terminará o imediato aproveitamento de servidor em dis- nal e Ministros do Supremo Tribunal Federal.
ponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
entidades da Administração Pública Federal. vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (*) Nota:
o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido O menor e o maior valor da remuneração do servidor
sob responsabilidade do órgão central do Sistema de está, agora, estabelecido no art. 18 da Lei n. 9.624, de
Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o 02.04.98: o fator é de 25,641 , o menor é R$ 312,00 e o
seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entida- maior é de R$ 8.000,00.
de. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Art. 44. O servidor perderá:
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas- I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem mo-
sada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer- tivo justificado; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atra-
médica oficial. sos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões
de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na
Capítulo II hipótese de compensação de horário, até o mês subse-
Da Vacância qüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: imediata. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I - exoneração; Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
II - demissão; caso fortuito ou de força maior poderão ser compensa-
III - promoção; das a critério da chefia imediata, sendo assim considera-
IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) das como efetivo exercício. (Parágrafo incluído pela Lei n.
V - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
VI - readaptação; Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
VII - aposentadoria; nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou pro-
VIII - posse em outro cargo inacumulável; vento. (Regulamento)
IX - falecimento. Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, po-
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido derá haver consignação em folha de pagamento a favor
do servidor, ou de ofício. de terceiros, a critério da administração e com reposição
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: de custos, na forma definida em regulamento.
I - quando não satisfeitas as condições do estágio pro- Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualiza-
batório; das até 30 de junho de 1994, serão previamente comuni-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar cadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista,
em exercício no prazo estabelecido. para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, poden-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispen- do ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação
sa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
I - a juízo da autoridade competente; correspondente a dez por cento da remuneração, proven-
II - a pedido do próprio servidor.
to ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória n.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de
10.12.97) 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição
Título III será feita imediatamente, em uma única parcela. (Reda-
Dos Direitos e Vantagens ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Capítulo I § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
Do Vencimento e da Remuneração cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer- sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
cício de cargo público, com valor fixado em lei. eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008). pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demiti-
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes es- do, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponi-
tabelecidas em lei. bilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou car- quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n.
go em comissão será paga na forma prevista no art. 62. 2.225-45, de 4.9.2001)

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Complemento

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre- Subseção II


visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação Das Diárias
dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não caráter eventual ou transitório para outro ponto do territó-
serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto rio nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e
nos casos de prestação de alimentos resultante de deci- diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas
são judicial. extraordinária com pousada, alimentação e locomoção
Capítulo II urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação
Das Vantagens dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servi- § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sen-
dor as seguintes vantagens: do devida pela metade quando o deslocamento não exi-
I - indenizações;
gir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por
II - gratificações;
meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por
III - adicionais.
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento diárias.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
ou provento para qualquer efeito. § 2o Nos casos em que o deslocamento da sede consti-
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao tuir exigência permanente do cargo, o servidor não fará
vencimento ou provento, nos casos e condições indica- jus a diárias.
dos em lei. § 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa- deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglo-
das, nem acumuladas, para efeito de concessão de quais- meração urbana ou microrregião, constituídas por muni-
quer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o cípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas
de controle integrado mantidas com países limítrofes,
mesmo título ou idêntico fundamento.
cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se
Seção I
houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diári-
Das Indenizações as pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: dentro do território nacional. (Parágrafo incluído dada pela
I - ajuda de custo; Lei n. 9.527, de 10.12.97)
II - diárias; Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar
III - transporte. da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sede em prazo menor do que o previsto para o seu afas-
sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. tamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no
(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006) prazo previsto no caput.

Subseção I Subseção III


Da Ajuda de Custo Da Indenização de Transporte
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as des- Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao ser-
pesas de instalação do servidor que, no interesse do vidor que realizar despesas com a utilização de meio pró-
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mu- prio de locomoção para a execução de serviços externos,
dança de domicílio em caráter permanente, vedado o por força das atribuições próprias do cargo, conforme se
duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no dispuser em regulamento.
caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também
a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. Subseção IV
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Do Auxílio-Moradia
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
transporte do servidor e de sua família, compreendendo Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento
passagem, bagagem e bens pessoais. das despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são as- dor com aluguel de moradia ou com meio de hospeda-
segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de gem administrado por empresa hoteleira, no prazo de
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera- (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento, Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
não podendo exceder a importância correspondente a 3 atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006)
(três) meses.
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe
mandato eletivo. imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em tenha sido proprietário, promitente comprador, cessioná-
comissão, com mudança de domicílio. rio ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem
art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessioná- averbação de construção, nos doze meses que antecederem
rio, quando cabível. a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
custo quando, injustificadamente, não se apresentar na receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355,
nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. de 2006)

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Complemento

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Re-
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Gru- dação dada pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006)
po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equi- Subseção I
valentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou Chefia e Assessoramento
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido
do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residi- de provimento em comissão ou de Natureza Especial é
do no Município, nos últimos doze meses, aonde for exer- devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela
cer o cargo em comissão ou função de confiança, descon- Lei n. 9.527, de 10.12.97)
siderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune-
período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de altera- art. 9o.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
ção de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluí- Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No-
do pela Lei nº 11.355, de 2006) minalmente Identificada - VPNI a incorporação da retri-
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de buição pelo exercício de função de direção, chefia ou as-
2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) sessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será consi- Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 da Lei
derado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624,
cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela de 2 de abril de 1998. (Artigo incluído pela Medida Provi-
Lei nº 11.355, de 2006) sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por pra- Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo
zo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 somente estará sujeita às revisões gerais de remunera-
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) ção dos servidores públicos federais. (Parágrafo único
Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
dentro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamento
somente será retomado se observados, além do dispos- Seção II
to no caput deste artigo, os requisitos do caput do art. 60- Da Gratificação Natalina
B desta Lei, não se aplicando, no caso, o parágrafo único Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
do citado art. 60-B. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comis- Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
são, função comissionada ou cargo de Ministro de Esta- (quinze) dias será considerada como mês integral.
do ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% mês de dezembro de cada ano.
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Parágrafo único. (VETADO).
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, cal-
ou função comissionada, fica garantido a todos os que culada sobre a remuneração do mês da exoneração.
preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para
de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
nº 11.784, de 2008)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, coloca- Subseção III
ção de imóvel funcional à disposição do servidor ou aqui- Do Adicional por Tempo de Serviço
sição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) 4.9.2001)
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n.
Seção II 2.225-45, de 4.9.2001)
Das Gratificações e Adicionais
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas Subseção IV
nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada Atividades Penosas
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e em locais insalubres ou em contato permanente com
assessoramento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida,
10.12.97) fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo
II - gratificação natalina; efetivo.
III - (Inciso Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, § 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-
de 4.9.2001) dade e de periculosidade deverá optar por um deles.
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, pe- § 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosi-
rigosas ou penosas; dade cessa com a eliminação das condições ou dos ris-
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; cos que deram causa a sua concessão.
VI - adicional noturno; Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de ser-
VII - adicional de férias; vidores em operações ou locais considerados penosos,
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. insalubres ou perigosos.

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Complemento

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será III - participar da logística de preparação e de realização
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das de concurso público envolvendo atividades de planeja-
operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas mento, coordenação, supervisão, execução e avaliação
atividades em local salubre e em serviço não penoso e de resultado, quando tais atividades não estiverem inclu-
não perigoso. ídas entre as suas atribuições permanentes;
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades pe- IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
nosas, de insalubridade e de periculosidade, serão ob- exame vestibular ou de concurso público ou supervisio-
servadas as situações estabelecidas em legislação nar essas atividades.
específica. § 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica-
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos ção de que trata este artigo serão fixados em regulamen-
servidores em exercício em zonas de fronteira ou em lo- to, observados os seguintes parâmetros:
calidades cujas condições de vida o justifiquem, nos ter- I - o valor da gratificação será calculado em horas, obser-
mos, condições e limites fixados em regulamento. vadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope- II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a
ram com Raios X ou substâncias radioativas serão man- 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada
tidos sob controle permanente, de modo que as doses situação de excepcionalidade, devidamente justificada e
de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão
previsto na legislação própria. ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120
(cento e vinte) horas de trabalho anuais;
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este arti-
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
go serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis)
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci-
meses. mento básico da administração pública federal:
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
Subseção V tratando de atividades previstas nos incisos I e II do ca-
Do Adicional por Serviço Extraordinário put deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com 2007)
acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
hora normal de trabalho. tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
atender a situações excepcionais e temporárias, respeita- § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
do o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. somente será paga se as atividades referidas nos inci-
sos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo
Subseção VI das atribuições do cargo de que o servidor for titular, de-
Do Adicional Noturno vendo ser objeto de compensação de carga horária quan-
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre- do desempenhadas durante a jornada de trabalho, na
endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) forma do § 4o do art. 98 desta Lei.
horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% § 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor
cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordiná- de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para
rio, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das
remuneração prevista no art. 73. pensões.

Subseção VII Capítulo III


Do Adicional de Férias Das Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que po-
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspon- dem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no
dente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóte-
férias. ses em que haja legislação específica. (Redação dada
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
em comissão, a respectiva vantagem será considerada
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
no cálculo do adicional de que trata este artigo.
serviço.
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas,
Subseção VIII desde que assim requeridas pelo servidor, e no interes-
Da Gratificação por Encargo de se da administração pública. (Parágrafo incluído pela Lei
Curso ou Concurso n. 9.525, de 3.12.97)
(Incluído pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006) Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con- efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
curso é devida ao servidor que, em caráter eventual: período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desen- § 1o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
volvimento ou de treinamento regularmente instituído no § 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
âmbito da administração pública federal; § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comis-
II - participar de banca examinadora ou de comissão para são, perceberá indenização relativa ao período das férias
exames orais, para análise curricular, para correção de a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um
provas discursivas, para elaboração de questões de pro- doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior
vas ou para julgamento de recursos intentados por can- a quatorze dias. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.216, de
didatos; 13.8.91)

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Complemento

§ 4o A indenização será calculada com base na remune- § 2o A licença será concedida, sem prejuízo da remune-
ração do mês em que for publicado o ato ração do cargo efetivo, por até 30 (trinta) dias, podendo
exoneratório. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.216, de ser prorrogada por até 30 (trinta) dias e, excedendo es-
13.8.91) tes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o va- (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
lor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constitui- § 3o Não será concedida nova licença em período inferi-
ção Federal quando da utilização do primeiro período. or a 12 (doze) meses do término da última licença con-
(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.525, de 3.12.97) cedida. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) Seção III
dias consecutivos de férias, por semestre de atividade Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
profissional, proibida em qualquer hipótese a acumula- Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
ção. acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
10.12.97) para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executi-
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por vo e Legislativo.
motivo de calamidade pública, comoção interna, convo- § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remu-
cação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por neces- neração.
sidade do serviço declarada pela autoridade máxima do § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-
órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de panheiro também seja servidor público, civil ou militar, de
10.12.97) qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Parágrafo único. O restante do período interrompido será Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisó-
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. rio em órgão ou entidade da Administração Federal dire-
(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício
de atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada
Capítulo IV pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Das Licenças
Seção I Seção IV
Disposições Gerais Da Licença para o Serviço Militar
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
I - por motivo de doença em pessoa da família; concedida licença, na forma e condições previstas na
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companhei- legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
ro;
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir
III - para o serviço militar;
o exercício do cargo.
IV - para atividade política;
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de Seção V
10.12.97) Da Licença para Atividade Política
VI - para tratar de interesses particulares; Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera-
VII - para desempenho de mandato classista. ção, durante o período que mediar entre a sua escolha
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo,
bem como cada uma de suas prorrogações serão pre- e a véspera do registro de sua candidatura perante a
cedidas de exame por perícia médica oficial, observado Justiça Eleitoral.
o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
nº 11.907, de 2009) onde desempenha suas funções e que exerça cargo de
§ 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscali-
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante zação, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do
o período da licença prevista no inciso I deste artigo. registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral,
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação dada
do término de outra da mesma espécie será considera- pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
da como prorrogação. § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as-
Seção II segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da período de três meses. (Redação dada pela Lei n. 9.527,
Família de 10.12.97)
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, Seção VI
dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou de- Da Licença para Capacitação
pendente que viva a suas expensas e conste do seu (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
assentamento funcional, mediante comprovação por Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o ser-
perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
de 2009) do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remunera-
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência ção, por até três meses, para participar de curso de capa-
direta do servidor for indispensável e não puder ser pres- citação profissional. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de
tada simultaneamente com o exercício do cargo ou medi- 10.12.97)
ante compensação de horário, na forma do disposto no Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o
inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de caput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei n.
10.12.97) 9.527, de 10.12.97)

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Complemento

Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida
Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) de percentual da retribuição do cargo em comissão, a
Art. 90. (VETADO). entidade cessionária efetuará o reembolso das despe-
sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Re-
Seção VII dação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares § 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedi- Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei n. 8.270,
das ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não de 17.12.91)
esteja em estágio probatório, licenças para o trato de § 4o Mediante autorização expressa do Presidente da
assuntos particulares pelo prazo de até três anos conse- República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exer-
cutivos, sem remuneração. (Redação dada pela Medida cício em outro órgão da Administração Federal direta que
Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determi-
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a nado e a prazo certo. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.270,
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do de 17.12.91)
serviço. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225- § 5o Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
45, de 4.9.2001) servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1o e
2o deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 10.470, de
Seção VIII 25.6.2002)
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista § 6o As cessões de empregados de empresa pública ou
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem de sociedade de economia mista, que receba recursos
remuneração para o desempenho de mandato em con- de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da
federação, federação, associação de classe de âmbito sua folha de pagamento de pessoal, independem das
nacional, sindicato representativo da categoria ou entida- disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1o e 2o deste
de fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicio-
gerência ou administração em sociedade cooperativa nado a autorização específica do Ministério do Planeja-
constituída por servidores públicos para prestar serviços mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupa-
a seus membros, observado o disposto na alínea c do ção de cargo em comissão ou função gratificada. (Pará-
inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em grafo incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002)
regulamento e observados os seguintes limites: (Reda- § 7o O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
ção dada pela Lei nº 11.094, de 2005) com a finalidade de promover a composição da força de
I - para entidades com até 5.000 associados, um servi- trabalho dos órgãos e entidades da Administração Públi-
dor; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ca Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de
II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois empregado ou servidor, independentemente da obser-
servidores; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) vância do constante no inciso I e nos §§ 1o e 2o deste
III - para entidades com mais de 30.000 associados, três artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
servidores. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores eleitos Seção II
para cargos de direção ou representação nas referidas Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
entidades, desde que cadastradas no Ministério da Ad- Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-
ministração Federal e Reforma do Estado. (Redação dada se as seguintes disposições:
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,
§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser ficará afastado do cargo;
prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
Capítulo V III - investido no mandato de vereador:
Dos Afastamentos a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as van-
Seção I tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entida- cargo eletivo;
de b) não havendo compatibilidade de horário, será afas-
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua re-
em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos muneração.
Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contri-
seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, buirá para a seguridade social como se em exercício es-
de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de tivesse.
3.12.2002) § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista
I - para exercício de cargo em comissão ou função de não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
confiança; (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91) localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada
pela Lei n. 8.270, de 17.12.91) Seção III
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu- Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para
nicípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida- estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente
de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos de- da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislati-
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91) vo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa públi- § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
ca ou sociedade de economia mista, nos termos das missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
respectivas normas, optar pela remuneração do cargo permitida nova ausência.

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§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela
não será concedida exoneração ou licença para tratar de Lei nº 11.907, de 2009)
interesse particular antes de decorrido período igual ao § 7o Aplica-se à participação em programa de pós-gra-
do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento duação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 des-
da despesa havida com seu afastamento. ta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores pela Lei nº 11.907, de 2009)
da carreira diplomática.
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização Capítulo VI
de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remu- Das Concessões
neração do servidor, serão disciplinadas em regulamen- Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen-
to. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97). tar-se do serviço:
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga- I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
nismo internacional de que o Brasil participe ou com o II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração. III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
a) casamento;
Seção IV b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tute-
Do Afastamento para Participação em Programa de la e irmãos.
Pós-Graduação Stricto Sensu no País Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor es-
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administra- tudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
ção, e desde que a participação não possa ocorrer si- horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercí-
multaneamente com o exercício do cargo ou mediante cio do cargo.
compensação de horário, afastar-se do exercício do car- § 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a
go efetivo, com a respectiva remuneração, para partici- compensação de horário no órgão ou entidade que tiver
par em programa de pós-graduação stricto sensu em exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Pa-
instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei rágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de
nº 11.907, de 2009) 10.12.97)
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade defini- § 2o Também será concedido horário especial ao servi-
rá, em conformidade com a legislação vigente, os pro- dor portador de deficiência, quando comprovada a ne-
gramas de capacitação e os critérios para participação cessidade por junta médica oficial, independentemente
em programas de pós-graduação no País, com ou sem de compensação de horário. (Parágrafo incluído pela Lei
afastamento do servidor, que serão avaliados por um n. 9.527, de 10.12.97)
comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº § 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas
11.907, de 2009) ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente porta-
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de dor de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso,
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos compensação de horário na forma do inciso II do art. 44.
servidores titulares de cargos efetivos no respectivo ór- (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
gão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mes- § 4o Será igualmente concedido horário especial, vincu-
trado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o perío- lado à compensação de horário a ser efetivada no prazo
do de estágio probatório, que não tenham se afastado de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe ativida-
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta
de licença capacitação ou com fundamento neste artigo Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no in-
nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de
teresse da administração é assegurada, na localidade
afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
da nova residência ou na mais próxima, matrícula em
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de instituição de ensino congênere, em qualquer época, in-
pós-doutorado somente serão concedidos aos servido- dependentemente de vaga.
res titulares de cargo efetivo no respectivo órgão ou enti- Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
dade há pelo menos 4 (quatro) anos, incluído o período cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do ser-
de estágio probatório, e que não tenham se afastado por vidor que vivam na sua companhia, bem como aos me-
licença para tratar de assuntos particulares, para gozo nores sob sua guarda, com autorização judicial.
de licença capacitação ou com fundamento neste artigo
nos 4 (quatro) anos anteriores à data da solicitação de Capítulo VII
afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) Do Tempo de Serviço
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos pre- Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de ser-
vistos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permane- viço público federal, inclusive o prestado às Forças Arma-
cer no exercício de suas funções após o seu retorno por das.
um período igual ao do afastamento concedido. (Incluí- Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em
do pela Lei nº 11.907, de 2009) dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo como de trezentos e sessenta e cinco dias.
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de perma- Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de
nência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o ór- 10.12.97)
gão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art.
de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoa- 97, são considerados como de efetivo exercício os afas-
mento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) tamentos em virtude de:
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que I - férias;
justificou seu afastamento no período previsto, aplica- II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério Municípios e Distrito Federal;

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Complemento

III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis- aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse
tração, em qualquer parte do território nacional, por no- legítimo.
meação do Presidente da República; Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
IV - participação em programa de treinamento regular- tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a
mente instituído, ou em programa de pós-graduação stric- que estiver imediatamente subordinado o requerente.
to sensu no país, conforme dispuser o regulamento; (Re- Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
dação dada pela Lei n. 11.907, de 2009) que houver expedido o ato ou proferido a primeira deci-
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, são, não podendo ser renovado.
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsi-
por merecimento; deração de que tratam os artigos anteriores deverão ser
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos den-
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o tro de 30 (trinta) dias.
afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Reda- Art. 107. Caberá recurso:
ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
VIII - licença: II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
a) à gestante, à adotante e à paternidade; terpostos.
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão,
público prestado à União, em cargo de provimento efeti- e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
vo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) autoridades.
c) para o desempenho de mandato classista ou participa- § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da au-
ção de gerência ou administração em sociedade coopera- toridade a que estiver imediatamente subordinado o re-
tiva constituída por servidores para prestar serviços a seus querente.
membros, exceto para efeito de promoção por merecimen- Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsi-
to; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) deração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissi- publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
onal; recorrida.
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus-
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) pensivo, a juízo da autoridade competente.
f) por convocação para o serviço militar; Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão re-
X - participação em competição desportiva nacional ou troagirão à data do ato impugnado.
convocação para integrar representação desportiva naci- Art. 110. O direito de requerer prescreve:
onal, no País ou no exterior, conforme disposto em lei I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
específica; cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que
XI - afastamento para servir em organismo internacional afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Inciso relações de trabalho;
incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentado- quando outro prazo for fixado em lei.
ria e disponibilidade: Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Mu- data da publicação do ato impugnado ou da data da ciên-
nicípios e Distrito Federal; cia pelo interessado, quando o ato não for publicado.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da fa- Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quan-
mília do servidor, com remuneração; do cabíveis, interrompem a prescrição.
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo
IV - o tempo correspondente ao desempenho de manda- ser relevada pela administração.
to eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegu-
ao ingresso no serviço público federal; rada vista do processo ou documento, na repartição, ao
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à servidor ou a procurador por ele constituído.
Previdência Social; Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual-
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; quer tempo, quando eivados de ilegalidade.
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabele-
que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso cidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de
10.12.97) Título IV
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será Do Regime Disciplinar
contado apenas para nova aposentadoria. Capítulo I
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado Dos Deveres
às Forças Armadas em operações de guerra. Art. 116. São deveres do servidor:
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
ço prestado concomitantemente em mais de um cargo II - ser leal às instituições a que servir;
ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, III - observar as normas legais e regulamentares;
Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
pública, sociedade de economia mista e empresa pública. festamente ilegais;
V - atender com presteza:
Capítulo VIII a) ao público em geral, prestando as informações reque-
Do Direito de Petição ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

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Complemento

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. I - participação nos conselhos de administração e fiscal
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irre- de empresas ou entidades em que a União detenha, di-
gularidades de que tiver ciência em razão do cargo; reta ou indiretamente, participação no capital social ou
VII - zelar pela economia do material e a conservação do em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços
patrimônio público; a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008).
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; II - gozo de licença para o trato de interesses particulares,
IX - manter conduta compatível com a moralidade admi- na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação
nistrativa; sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784,
X - ser assíduo e pontual ao serviço; de 2008).
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
de poder. Capítulo III
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso Da Acumulação
XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição,
pela autoridade superior àquela contra a qual é formula- é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
da, assegurando-se ao representando ampla defesa. § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
pregos e funções em autarquias, fundações públicas,
Capítulo II empresas públicas, sociedades de economia mista da
Das Proibições União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
Art. 117. Ao servidor é proibido: dos Municípios.
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré- § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condi-
via autorização do chefe imediato; cionada à comprovação da compatibilidade de horários.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competen- § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de
te, qualquer documento ou objeto da repartição; vencimento de cargo ou emprego público efetivo com pro-
III - recusar fé a documentos públicos; ventos da inatividade, salvo quando os cargos de que de-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de docu- corram essas remunerações forem acumuláveis na ativi-
mento e processo ou execução de serviço; dade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um car-
recinto da repartição; go em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos ca- único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação
sos previstos em lei, o desempenho de atribuição que em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela
seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à
a associação profissional ou sindical, ou a partido político; remuneração devida pela participação em conselhos de
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função administração e fiscal das empresas públicas e socie-
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o se- dades de economia mista, suas subsidiárias e controla-
gundo grau civil; das, bem como quaisquer empresas ou entidades em
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de que a União, direta ou indiretamente, detenha participa-
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; ção no capital social, observado o que, a respeito, dispu-
X - participar de gerência ou administração de sociedade ser legislação específica (Redação dada pela Medida
privada, personificada ou não personificada, exercer o Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 acumular licitamente dois cargos efetivos, quando inves-
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a re- tido em cargo de provimento em comissão, ficará afasta-
partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios do de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em
previdenciários ou assistenciais de parentes até o se- que houver compatibilidade de horário e local com o exer-
gundo grau, e de cônjuge ou companheiro; cício de um deles, declarada pelas autoridades máximas
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem dos órgãos ou entidades envolvidos.(Redação dada pela
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Lei n. 9.527, de 10.12.97)
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
estrangeiro; Capítulo IV
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; Das Responsabilidades
XV - proceder de forma desidiosa; Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrati-
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição vamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
em serviços ou atividades particulares; Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e ao erário ou a terceiros.
transitórias; § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompa- erário somente será liquidada na forma prevista no art.
tíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário 46, na falta de outros bens que assegurem a execução
de trabalho; do débito pela via judicial.
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responde-
do solicitado. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de rá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regres-
10.12.97) siva.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: cessores e contra eles será executada, até o limite do
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). valor da herança recebida.

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Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. do cargo;
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do nacional;
cargo ou função. XI - corrupção;
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po- XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
derão cumular-se, sendo independentes entre si. públicas;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
será afastada no caso de absolvição criminal que negue Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ile-
a existência do fato ou sua autoria. gal de cargos, empregos ou funções públicas, a autori-
dade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por
Capítulo V intermédio de sua chefia imediata, para apresentar op-
Das Penalidades ção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
Art. 127. São penalidades disciplinares: da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedi-
I - advertência; mento sumário para a sua apuração e regularização ime-
II - suspensão; diata, cujo processo administrativo disciplinar se desen-
III - demissão; volverá nas seguintes fases:(Redação dada pela Lei n.
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 9.527, de 10.12.97)
V - destituição de cargo em comissão; I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
VI - destituição de função comissionada. comissão, a ser composta por dois servidores estáveis,
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside- e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os transgressão objeto da apuração; (Inciso incluído pela
danos que dela provierem para o serviço público, as cir- Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cunstâncias agravantes ou atenuantes e os anteceden- II - instrução sumária, que compreende indiciação, defe-
tes funcionais. sa e relatório; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade men- 10.12.97)
cionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção III - julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de
disciplinar. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
10.12.97) § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos ca- pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela
sos de violação de proibição constante do art. 117, inci- descrição dos cargos, empregos ou funções públicas
sos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entida-
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que des de vinculação, das datas de ingresso, do horário de
não justifique imposição de penalidade mais grave. (Re- trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação
dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci- § 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação
dência das faltas punidas com advertência e de violação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão
das demais proibições que não tipifiquem infração sujei- transcritas as informações de que trata o parágrafo ante-
ta a penalidade de demissão, não podendo exceder de rior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor
90 (noventa) dias. indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para,
§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, asse-
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser sub- gurando-se-lhe vista do processo na repartição, observa-
metido a inspeção médica determinada pela autoridade do o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cumprida a determinação. § 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relató-
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pena- rio conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
lidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na do servidor, em que resumirá as peças principais dos
base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exa-
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permane- me, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o
cer em serviço. processo à autoridade instauradora, para julgamento.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 § 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do
(três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamen- processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão,
te, se o servidor não houver, nesse período, praticado aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art.
nova infração disciplinar. 167. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não § 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
surtirá efeitos retroativos. defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se con-
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: verterá automaticamente em pedido de exoneração do
I - crime contra a administração pública; outro cargo. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de
II - abandono de cargo; 10.12.97)
III - inassiduidade habitual; § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-
IV - improbidade administrativa; fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cas-
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na re- sação de aposentadoria ou disponibilidade em relação
partição; aos cargos, empregos ou funções públicas em regime
VI - insubordinação grave em serviço; de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, entidades de vinculação serão comunicados. (Parágrafo
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

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§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrati- II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime-
vo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
trinta dias, contados da data de publicação do ato que anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por (trinta) dias;
até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições casos de advertência ou de suspensão de até 30
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, sub- (trinta) dias;
sidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
Lei. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do se tratar de destituição de cargo em comissão.
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibili- Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
dade do inativo que houver praticado, na atividade, falta I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
punível com a demissão. demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilida-
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido de e destituição de cargo em comissão;
por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos ca- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
sos de infração sujeita às penalidades de suspensão e III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
de demissão. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este que o fato se tornou conhecido.
artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
convertida em destituição de cargo em comissão. cam-se às infrações disciplinares capituladas também
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- como crime.
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. final proferida por autoridade competente.
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co- § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começa-
missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, in- rá a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
compatibiliza o ex-servidor para nova investidura em car-
go público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Título V
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público Do Processo Administrativo Disciplinar
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo Capítulo I
em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, Disposições Gerais
X e XI. Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência inten- no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
cional do servidor ao serviço por mais de trinta dias con- imediata, mediante sindicância ou processo administra-
secutivos. tivo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta § 1o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, in- § 2o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
terpoladamente, durante o período de doze meses. § 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassi-
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por
duidade habitual, também será adotado o procedimento
autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que
sumário a que se refere o art. 133, observando-se espe-
cialmente que: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência
10.12.97) específica para tal finalidade, delegada em caráter per-
I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Inciso incluído manente ou temporário pelo Presidente da República,
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação pre- Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repúbli-
cisa do período de ausência intencional do servidor ao ca, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade,
serviço superior a trinta dias; (Alínea incluída pela Lei nº. preservadas as competências para o julgamento que se
9.527, de 10.12.97) seguir à apuração. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos de 10.12.97)
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por perío- Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão obje-
do igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, to de apuração, desde que contenham a identificação e o
durante o período de doze meses; (Alínea incluída pela endereço do denunciante e sejam formuladas por escri-
Lei n. 9.527, de 10.12.97) to, confirmada a autenticidade.
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabi- evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia
lidade do servidor, em que resumirá as peças principais será arquivada, por falta de objeto.
dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opina- Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
rá, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencio- I - arquivamento do processo;
nalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen-
remeterá o processo à autoridade instauradora para jul- são de até 30 (trinta) dias;
gamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) III - instauração de processo disciplinar.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e por igual período, a critério da autoridade superior.
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor en-
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibili- sejar a imposição de penalidade de suspensão por mais
dade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposenta-
entidade;

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doria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em co- Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicân-
missão, será obrigatória a instauração de processo dis- cia concluir que a infração está capitulada como ilícito
ciplinar. penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos
autos ao Ministério Público, independentemente da ime-
Capítulo II diata instauração do processo disciplinar.
Do Afastamento Preventivo Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor tomada de depoimentos, acareações, investigações e
não venha a influir na apuração da irregularidade, a autori- diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recor-
dade instauradora do processo disciplinar poderá deter- rendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo
minar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo a permitir a completa elucidação dos fatos.
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa-
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado nhar o processo pessoalmente ou por intermédio de pro-
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, curador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas
ainda que não concluído o processo. e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de
prova pericial.
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos
Capítulo III
considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou
Do Processo Disciplinar
de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destina- § 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
do a apurar responsabilidade de servidor por infração comprovação do fato independer de conhecimento espe-
praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha cial de perito.
relação com as atribuições do cargo em que se encontre Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor medi-
investido. ante mandado expedido pelo presidente da comissão,
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co- devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser
missão composta de três servidores estáveis designa- anexado aos autos.
dos pela autoridade competente, observado o disposto Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a
no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presi- expedição do mandado será imediatamente comunica-
dente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior da ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou dia e hora marcados para inquirição.
superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n. 9.527, Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e redu-
de 10.12.97) zido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por
§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designa- escrito.
do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em § 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
um de seus membros. § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acu- Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co-
sado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, missão promoverá o interrogatório do acusado, observa-
até o terceiro grau. dos os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in- § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles
dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne- será ouvido separadamente, e sempre que divergirem
cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será
da administração. promovida a acareação entre eles.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interro-
missões terão caráter reservado.
gatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
guintes fases: lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultan-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a do-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-
comissão; dente da comissão.
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental
defesa e relatório; do acusado, a comissão proporá à autoridade compe-
III - julgamento. tente que ele seja submetido a exame por junta médica
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli- oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquia-
nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data tra.
de publicação do ato que constituir a comissão, admitida Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será
a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstân- processado em auto apartado e apenso ao processo prin-
cias o exigirem. cipal, após a expedição do laudo pericial.
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem- Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada
po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a
dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. ele imputados e das respectivas provas.
§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo
que deverão detalhar as deliberações adotadas. presidente da comissão para apresentar defesa escrita,
no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do
Seção I processo na repartição.
Do Inquérito § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co-
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princí- mum e de 20 (vinte) dias.
pio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defe- § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro,
sa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em para diligências reputadas indispensáveis.
direito. § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data
disciplinar, como peça informativa da instrução. declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão

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que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemu- § 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição
nhas. de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri- forma do Capítulo IV do Título IV.
gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori-
encontrado. dade julgadora determinará o registro do fato nos assen-
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não tamentos individuais do servidor.
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como cri-
da União e em jornal de grande circulação na localidade me, o processo disciplinar será remetido ao Ministério
do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. Público para instauração da ação penal, ficando trasla-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para dado na repartição.
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publica- Art. 172. O servidor que responder a processo discipli-
ção do edital. nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular- voluntariamente, após a conclusão do processo e o cum-
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal. primento da penalidade, acaso aplicada.
§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o
processo e devolverá o prazo para a defesa. parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido
§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instau- em demissão, se for o caso.
radora do processo designará um servidor como defen- Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
sor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo su- I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora
perior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade da sede de sua repartição, na condição de testemunha,
igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela denunciado ou indiciado;
Lei n. 9.527, de 10.12.97) II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará rela- gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realiza-
tório minucioso, onde resumirá as peças principais dos ção de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
autos e mencionará as provas em que se baseou para
formar a sua convicção. Seção III
§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên- Da Revisão do Processo
cia ou à responsabilidade do servidor. Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qual-
§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co- quer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar trans- fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
gredido, bem como as circunstâncias agravantes ou ate- inocência do punido ou a inadequação da penalidade
nuantes. aplicada.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co- § 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci-
missão, será remetido à autoridade que determinou a mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá
sua instauração, para julgamento. requerer a revisão do processo.
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revi-
Seção II são será requerida pelo respectivo curador.
Do Julgamento Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi- ao requerente.
mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade
sua decisão. não constitui fundamento para a revisão, que requer ele-
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da au- mentos novos, ainda não apreciados no processo origi-
toridade instauradora do processo, este será encaminhado nário.
à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente,
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de san-
que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao diri-
ções, o julgamento caberá à autoridade competente para
gente do órgão ou entidade onde se originou o processo
a imposição da pena mais grave.
disciplinar.
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com-
ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento petente providenciará a constituição de comissão, na for-
caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141. ma do art. 149.
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo origi-
a autoridade instauradora do processo determinará o seu nário.
arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá
dos autos. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) dia e hora para a produção de provas e inquirição das
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, testemunhas que arrolar.
salvo quando contrário às provas dos autos. Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con- a conclusão dos trabalhos.
trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora pode- Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão reviso-
rá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abran- ra, no que couber, as normas e procedimentos próprios
dá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. da comissão do processo disciplinar.
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a au- Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a
toridade que determinou a instauração do processo ou penalidade, nos termos do art. 141.
outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vin-
total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição te) dias, contados do recebimento do processo, no curso
de outra comissão para instauração de novo do qual a autoridade julgadora poderá determinar dili-
processo.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) gências.
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulida- Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada
de do processo. sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se to-
dos os direitos do servidor, exceto em relação à destitui-

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ção do cargo em comissão, que será convertida em exo- II - quanto ao dependente:


neração. a) pensão vitalícia e temporária;
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá b) auxílio-funeral;
resultar agravamento de penalidade.
c) auxílio-reclusão;
Título VI d) assistência à saúde.
Da Seguridade Social do Servidor § 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e
Capítulo I mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se en-
Disposições Gerais contram vinculados os servidores, observado o disposto
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social nos arts. 189 e 224.
para o servidor e sua família. (Parágrafo incluído pela Lei § 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por
n. 8.647, de 13 de abril de 1993) fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.
seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego
efetivo na administração pública direta, autárquica e fun-
dacional não terá direito aos benefícios do Plano de Se- Capítulo II
guridade Social, com exceção da assistência à saúde. Dos Benefícios
(Redação dada pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003) Seção I
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, Da Aposentadoria
sem direito à remuneração, inclusive para servir em or- Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da
ganismo oficial internacional do qual o Brasil seja mem- Constituição)
bro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
para regime de previdência social no exterior, terá sus- quando decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-
penso o seu vínculo com o regime do Plano de Segurida-
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, espe-
de Social do Servidor Público enquanto durar o afasta-
mento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, cificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
os benefícios do mencionado regime de previdência. (In- II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
cluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003) proventos proporcionais ao tempo de serviço;
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado III - voluntariamente:
sem remuneração a manutenção da vinculação ao regi- a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e
me do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais;
mediante o recolhimento mensal da respectiva contribui- b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de
ção, no mesmo percentual devido pelos servidores em magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professo-
atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo a ra, com proventos integrais;
que faz jus no exercício de suas atribuições, computan-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25
do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pesso-
ais. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003) (vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a
§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado esse tempo;
até o segundo dia útil após a data do pagamento das d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcio-
procedimentos de cobrança e execução dos tributos fe- nais ao tempo de serviço.
derais quando não recolhidas na data de vencimento. § 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou in-
(Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003) curáveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculo-
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober- se ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia
tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço públi-
família, e compreende um conjunto de benefícios e ações
co, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
que atendam às seguintes finalidades:
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen- paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose
ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, fa- anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal
lecimento e reclusão; de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodefici-
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; ência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com
III - assistência à saúde. base na medicina especializada.
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos § 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas
termos e condições definidos em regulamento, observa- insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses pre-
das as disposições desta Lei. vistas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III,
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social “a” e “c”, observará o disposto em lei específica.
do servidor compreendem: § 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à
I - quanto ao servidor: junta médica oficial, que atestará a invalidez quando ca-
a) aposentadoria; racterizada a incapacidade para o desempenho das atri-
b) auxílio-natalidade; buições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o
c) salário-família; disposto no art. 24. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
d) licença para tratamento de saúde; de 10.12.97)
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática,
f) licença por acidente em serviço; e declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato
g) assistência à saúde; àquele em que o servidor atingir a idade-limite de perma-
h) garantia de condições individuais e ambientais de tra- nência no serviço ativo.
balho satisfatórias;

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Complemento

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigo- 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
rará a partir da data da publicação do respectivo ato. II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autori-
§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de li- zação judicial, viver na companhia e às expensas do ser-
cença para tratamento de saúde, por período não exce- vidor, ou do inativo;
dente a 24 (vinte e quatro) meses. III - a mãe e o pai sem economia própria.
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em con- Art. 198. Não se configura a dependência econômica
dições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o quando o beneficiário do salário-família perceber rendi-
servidor será aposentado. mento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive
§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou
licença e a publicação do ato da aposentadoria será con- superior ao salário-mínimo.
siderado como de prorrogação da licença. Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão e viverem em comum, o salário-família será pago a um
consideradas apenas as licenças motivadas pela enfer- deles; quando separados, será pago a um e outro, de
midade ensejadora da invalidez ou doenças correlacio- acordo com a distribuição dos dependentes.
nadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padras-
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença to, a madrasta e, na falta destes, os representantes le-
para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez gais dos incapazes.
poderá ser convocado a qualquer momento, para avalia- Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tri-
ção das condições que ensejaram o afastamento ou a buto, nem servirá de base para qualquer contribuição,
aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) inclusive para a Previdência Social.
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remune-
observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na ração, não acarreta a suspensão do pagamento do
mesma data e proporção, sempre que se modificar a salário-família.
remuneração dos servidores em atividade.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer Seção IV
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos Da Licença para Tratamento de Saúde
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes Art. 202. Será concedida ao servidor licença para trata-
de transformação ou reclassificação do cargo ou função mento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em
em que se deu a aposentadoria. perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci- jus.
onal ao tempo de serviço se acometido de qualquer das Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será
moléstias especificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, concedida com base em perícia oficial. (Redação dada
por esse motivo, for considerado inválido por junta médi- pela Lei nº 11.907, de 2009)
ca oficial passará a perceber provento integral, calcula- § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será
do com base no fundamento legal de concessão da apo- realizada na residência do servidor ou no estabelecimen-
sentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) to hospitalar onde se encontrar internado.
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o pro- § 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
vento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração onde se encontra ou tenha exercício em caráter perma-
da atividade. nente o servidor, e não se configurando as hipóteses pre-
Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) vistas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado
Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) passado por médico particular. (Redação dada pela Lei
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica- n. 9.527, de 10.12.97)
ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em § 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adi- produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade
antamento recebido. de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente parti- dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
cipado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra § 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte)
Mundial, nos termos da Lei n. 5.315, de 12 de setembro dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro
de 1967, será concedida aposentadoria com provento dia de afastamento será concedida mediante avaliação
integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo. por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº
11.907, de 2009)
Seção II § 5o A perícia oficial para concessão da licença de que
Do Auxílio-Natalidade trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por
motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o
menor vencimento do serviço público, inclusive no caso campo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº
de natimorto. 11.907, de 2009)
§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro. (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispen-
§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro ser- sada de perícia oficial, na forma definida em regulamen-
vidor público, quando a parturiente não for servidora. to. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se
Seção III referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando
Do Salário-Família se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço,
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao doença profissional ou qualquer das doenças especifi-
inativo, por dependente econômico. cadas no art. 186, § 1o.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômi- Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâ-
cos para efeito de percepção do salário-família: nicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os entea- Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médi-
dos até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até cos periódicos, nos termos e condições definidos em

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Complemento

regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Re- que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte,
gulamento). cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário.
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Seção V I - vitalícia:
Da Licença à Gestante, à Adotante a) o cônjuge;
e da Licença-Paternidade b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di-
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por vorciada, com percepção de pensão alimentícia;
120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da c) o companheiro ou companheira designado que com-
remuneração. prove união estável como entidade familiar;
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômi-
de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. ca do servidor;
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a
início a partir do parto. pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a depen-
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do dência econômica do servidor;
evento, a servidora será submetida a exame médico, e se II - temporária:
julgada apta, reassumirá o exercício. a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;
servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso re- b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos
munerado. de idade;
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido,
terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias conse- enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência
cutivos. econômica do servidor;
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de d) a pessoa designada que viva na dependência econô-
seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida,
jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que pode- enquanto durar a invalidez.
rá ser parcelada em dois períodos de meia hora. § 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judici- que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo
al de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas
90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto alíneas “d” e “e”.
nº 6.691, de 2008) § 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiári-
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial os de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste
de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de artigo exclui desse direito os demais beneficiários referi-
que trata este artigo será de 30 (trinta) dias. dos nas alíneas “c” e “d”.
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titu-
Seção VI lar da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários
Da Licença por Acidente em Serviço da pensão temporária.
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o § 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão
servidor acidentado em serviço. vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais en-
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou tre os beneficiários habilitados.
mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou § 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tempo-
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido. rária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes
dano: iguais, entre os titulares da pensão temporária.
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo § 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá-
servidor no exercício do cargo; ria, o valor integral da pensão será rateado, em partes
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e iguais, entre os que se habilitarem.
vice-versa. Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tem-
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite po, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis
de tratamento especializado poderá ser tratado em insti- há mais de 5 (cinco) anos.
tuição privada, à conta de recursos públicos. Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de
médica oficial constitui medida de exceção e somente beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a
será admissível quando inexistirem meios e recursos partir da data em que for oferecida.
adequados em instituição pública. Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) pela prática de crime doloso de que tenha resultado a
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. morte do servidor.
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte pre-
Seção VII sumida do servidor, nos seguintes casos:
Da Pensão I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária com-
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem petente;
jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da II - desaparecimento em desabamento, inundação, incên-
respectiva remuneração ou provento, a partir da data do dio ou acidente não caracterizado como em serviço;
óbito, observado o limite estabelecido no art. 42. III - desaparecimento no desempenho das atribuições do
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, cargo ou em missão de segurança.
em vitalícias e temporárias. Parágrafo único. A pensão provisória será transformada
§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas per- em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5
manentes, que somente se extinguem ou revertem com (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual rea-
a morte de seus beneficiários. parecimento do servidor, hipótese em que o benefício
§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas será automaticamente cancelado.

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Complemento

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: como diretriz básica o implemento de ações preventivas
I - o seu falecimento; voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão
após a concessão da pensão ao cônjuge; ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou medi-
III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiá- ante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,
rio inválido; mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo
IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig- servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensio-
nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade; nistas com planos ou seguros privados de assistência à
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; saúde, na forma estabelecida em regulamento. (Redação
VI - a renúncia expressa. dada pela Lei nº 11.302 de 2006).
Parágrafo único. A critério da Administração, o benefi- § 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigi-
ciário de pensão temporária motivada por invalidez po- da perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência
derá ser convocado a qualquer momento para avaliação de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o
das condições que ensejaram a concessão do benefí- órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convê-
cio. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) nio com unidades de atendimento do sistema público de
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiá- saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utili-
rio, a respectiva cota reverterá: dade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Soci-
I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pen- al - INSS. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
são ou para os titulares da pensão temporária, se não § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da apli-
houver pensionista remanescente da pensão vitalícia; cação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti-
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na dade promoverá a contratação da prestação de serviços
falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia. por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especi-
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas ficamente para esses fins, indicando os nomes e especi-
na mesma data e na mesma proporção dos reajustes alidades dos seus integrantes, com a comprovação de
dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o dispos- suas habilitações e de que não estejam respondendo a
to no parágrafo único do art. 189. processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da pro-
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per- fissão. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cepção cumulativa de mais de duas pensões. § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam
a União e suas entidades autárquicas e fundacionais
Seção VIII autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
Do Auxílio-Funeral I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor de serviços de assistência à saúde para os seus servi-
falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalen- dores ou empregados ativos, aposentados, pensionis-
te a um mês da remuneração ou provento. tas, bem como para seus respectivos grupos familiares
§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio definidos, com entidades de autogestão por elas patroci-
será pago somente em razão do cargo de maior remune- nadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente
ração. celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
§ 2o (VETADO). que possuam autorização de funcionamento do órgão
§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) regulador, sendo certo que os convênios celebrados de-
horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pes- pois dessa data somente poderão sê-lo na forma da re-
soa da família que houver custeado o funeral. gulamentação específica sobre patrocínio de autoges-
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será tões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no
indenizado, observado o disposto no artigo anterior. prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei,
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço normas essas também aplicáveis aos convênios exis-
fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despe- tentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº
sas de transporte do corpo correrão à conta de recursos 11.302 de 2006)
da União, autarquia ou fundação pública. II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros
Seção IX privados de assistência à saúde que possuam autoriza-
Do Auxílio-Reclusão ção de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-re- Lei nº 11.302 de 2006)
clusão, nos seguintes valores: III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
I - dois terços da remuneração, quando afastado por moti- § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
vo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela § 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total des-
autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; pendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela Lei
virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena nº 11.302 de 2006)
que não determine a perda de cargo.
§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servi- Capítulo IV
dor terá direito à integralização da remuneração, desde Do Custeio
que absolvido. Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do
dia imediato àquele em que o servidor for posto em liber- Título VII
dade, ainda que condicional. Capítulo Único
Da Contratação Temporária
Capítulo III de Excepcional Interesse Público
Da Assistência à Saúde Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inati- Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
vo, e de sua família compreende assistência médica, Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

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Complemento

Título VIII cidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pes-


Capítulo Único soal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.
Das Disposições Gerais § 4o (VETADO).
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a § 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventu-
vinte e oito de outubro. ários da Justiça, remunerados com recursos da União,
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes no que couber.
Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incenti- § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com es-
vos funcionais, além daqueles já previstos nos respecti- tabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a
vos planos de carreira: nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou tra- extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo
balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a dos direitos inerentes aos planos de carreira aos quais
redução dos custos operacionais; se encontrem vinculados os empregos.
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao méri- § 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste
to, condecoração e elogio. artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposi-
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados ções Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluin- da Administração e conforme critérios estabelecidos em
do-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o pri- regulamento, ser exonerados mediante indenização de
meiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que um mês de remuneração por ano de efetivo exercício no
não haja expediente. serviço público federal. (Parágrafo incluído pela Lei nº
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção 9.527, de 10.12.97)
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de § 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte
quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua e na declaração de rendimentos, serão considerados
vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus como indenizações isentas os pagamentos efetuados a
deveres. título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Pará-
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter- grafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mos da Constituição Federal, o direito à livre associação § 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decor- disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executi-
rentes: vo quando considerados desnecessários. (Parágrafo in-
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
substituto processual; Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedi-
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano dos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam trans-
após o final do mandato, exceto se a pedido; formados em anuênio.
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindi- Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da
cal a que for filiado, o valor das mensalidades e contribui- Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
ções definidas em assembléia geral da categoria. transformada em licença-prêmio por assiduidade, na for-
d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ma prevista nos arts. 87 a 90.
e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 246. (VETADO).
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas haverá ajuste de contas com a Previdência Social, cor-
expensas e constem do seu assentamento individual. respondente ao período de contribuição por parte dos
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companhei- servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação
ra ou companheiro, que comprove união estável como dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)
entidade familiar. Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vi-
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o gência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou
município onde a repartição estiver instalada e onde o entidade de origem do servidor.
servidor tiver exercício, em caráter permanente. Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma
Título IX e nos percentuais atualmente estabelecidos para o ser-
Capítulo Único vidor civil da União conforme regulamento próprio.
Das Disposições Transitórias e Finais Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfa-
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído zer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para
por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os ser- a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do
vidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União,
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fun- Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á
dações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outu- com a vantagem prevista naquele dispositivo. (Artigo ve-
bro de 1952 -Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da tado e mantido pelo Congresso Nacional promulgado
União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, apro- no D.O.U. de 19.4.91)
vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
exceto os contratados por prazo determinado, cujos con- Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
tratos não poderão ser prorrogados após o vencimento ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do
do prazo de prorrogação. mês subseqüente.
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outu-
no regime instituído por esta Lei ficam transformados em bro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem
cargos, na data de sua publicação. como as demais disposições em contrário.
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade Brasília, 11 de dezembro de 1990;
onde têm exercício ficam transformadas em cargos em 169o da Independência e 102o da República.
comissão, e mantidas enquanto não for implantado o pla- FERNANDO COLLOR
no de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exer-

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Complemento

ATUALIDADES População Relativa ou Densidade Demográfica

POPULAÇÃO Maiores Densidades Demográficas (mais povoados)

1. População Absoluta e População Relativa hab/km 2

De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Distrito Federal 400,73
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, o Rio de Janeiro 352,05
total de habitantes no Brasil era de 169.799.170. Dados São Paulo 162,93
divulgados pelo IBGE constataram que o total de habi- Alagoas 108,61
Sergipe 89,81
tantes aproxima-se dos 200 milhões. Segundo divulga-
ções recentes de 2008, calcula-se que o número esteja
em torno de 189.600.000 habitantes. Menores Densidades Demográficas (menos povoados)

O Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, porém hab/km2


é um país fracamente povoado. A densidade demográfica
atual do país é de aproximadamente 20 hab/km2. Além Roraima 1,74
disso, a população brasileira se encontra distribuída de Amazonas 2,05
forma irregular pelo território nacional. Mato Grosso 3,10
Amapá 4,16
Quadros Comparativos Acre 4,30

Países mais Populosos do Mundo Atual Perfil Demográfico do Brasil

Nas últimas décadas, houve uma gradativa queda do


crescimento da população brasileira, verificada a partir
da década de 1960. Essa tendência deixou de ser um
fenômeno típico dos países desenvolvidos, ocorrendo
também nos países em desenvolvimento, com varia-
ções internas, conforme a região.
Essa queda no crescimento da população é explicada
por uma série de fatores, como:
Brasil: Distribuição da População por Região • Esgotamento da economia rural familiar de subsistência.
• O êxodo rural e as dificuldades encontradas nos
centros urbanos;
• O maior ingresso da mulher no mercado de trabalho;
• O maior acesso das mulheres aos métodos anticoncepcionais;
• Os novos padrões e valores familiares transmitidos
pelos meios de comunicação em todo o país.

Nas últimas décadas, também foi constatado um signi-


ficativo aumento da expectativa de vida no Brasil. Atual-
mente, a expectativa de vida do brasileiro é de 68,5 anos,
Estados mais Populosos sendo que para as mulheres é de 72,55 anos, enquanto
para os homens é de 64,77 anos.
habitantes
O aumento da expectativa de vida no Brasil também é mar-
São Paulo 41.011.635 cado por diferenças regionais: Sul, 71,03; Sudeste, 69,58;
Minas Gerais 19.850.072 Centro-Oeste, 69,42; Norte, 68,47; e Nordeste, 65,78.
Rio de Janeiro 15.872.362
Bahia 14.502.575 A mortalidade infantil também vem apresentando uma
Rio Grande do Sul 10.855.214 tendência decrescente nas últimas décadas, em decor-
rência da redução significativa das doenças infecciosas,
descobertas de novos medicamentos, medidas preven-
Estados menos Populosos tivas de saúde e os investimentos em saneamento bá-
sico. Era de 135 em 1950; caiu para 29,6 em 2000 (por
habitantes mil nascidos vivos) – Censo 2000.

Roraima 412.783 Resumo Geral sobre o Perfil Demográfico do Brasil


Amapá 613.164 • Queda na taxa de natalidade;
Acre 680.073 • Aumento da expectativa de vida;
Tocantins 1.280.509 • Queda na mortalidade infantil.
Rondônia 1.493.566
2. Urbanização

Da década de 1970 em diante, o Brasil tornou-se predo-

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minantemente urbano. Na década de 1960, a taxa de marcante ao longo das grandes rodovias, como Ayrton
urbanização era de 44,67%, passando em 1970 para Senna e Presidente Dutra, em direção a São José dos
55,92%. De acordo com o censo de 2000, a taxa de urba- Campos; e Bandeirantes e Anhanguera, rumo a Campi-
nização do país é de 81,25%. nas. Um efeito marcante desse processo é o fortaleci-
mento do parque industrial nessas áreas, conhecido
Até 1960, somente a região Sudeste tinha o maior por “periferização” da indústria paulista. O pólo industri-
porcentual de urbanização. A partir de 1980, a taxa de al, até então concentrado na área metropolitana começa
50% de urbanização já era marcante em todas as re- a se expandir para áreas próximas ao interior.
giões brasileiras.
O crescimento rápido e desordenado das grandes cida-
Entre o censo de 1991 e 2000, o IBGE registrou um au- des traz uma série de conseqüências negativas como a
mento de 26,8 milhões de habitantes urbanos no país. piora da qualidade de vida, a degradação do meio ambi-
ente e a sobrecarga da infra-estrutura, como transporte,
O Censo de 2000 também destacou que a região Cen- habitação, educação, saúde e segurança.
tro-Oeste superou a região Nordeste em taxa de urbani- Diante do grave quadro urbano existente no país, foi apro-
zação. Ver quadro abaixo: vado em junho de 2001 o Estatuto da Cidade, que prevê
uma nova concepção de cidade, com a disposição de
uma série de mecanismos para atingi-la, tais como:

• IPTU progressivo – as áreas mais valorizadas paga-


rão taxas maiores para investimentos em bairros sem
infra-estrutura;
• Definição da função social do imóvel – imóveis e ter-
renos vazios sem nenhuma edificação são exemplos
de propriedades que não cumprem nenhuma função
social. Nesse caso, o Imposto Predial e Territorial Ur-
Foi em 1940 que o Censo começou a dividir a população bano (IPTU) será maior ainda.
brasileira em rural e urbana. Nesse ano, constatou-se
que 31,1% dos habitantes viviam nas cidades. Nos últimos anos, têm sido registradas uma evolução nos
movimentos intra-regionais e uma redução nos movimen-
O processo de urbanização no Brasil, assim como em tos de longa distância. Isso se deve, sem dúvida, à redução
qualquer parte do mundo, está relacionado com a in- de oportunidades no Sudeste e o aumento de oportunida-
dustrialização. No Brasil, a industrialização se torna des, tanto nas áreas metropolitanas como no interior de
marcante na década de 1940, ampliando-se nas déca- suas cidades, principalmente no Nordeste e no Sul.
das de 1950 a 1970. Na década de 1940, o processo de
industrialização foi beneficiado pelas realizações do pre- 3. Cor ou Raça
sidente Getúlio Vargas, especialmente com a constru-
ção das indústrias de base. Na década de 1950, o in-
Os dados apresentados pelo Censo do IBGE de 2000
centivo à entrada das multinacionais no país, promovi-
apresentaram algumas surpresas, em relação à cor ou
das pelo presidente Juscelino Kubitschek, fez ampliar
raça da população brasileira.
em muito o processo de industrialização do país. Esses
processos de industrialização, no entanto, não foram
De acordo com o IBGE, 53,8% da população brasileira é
acompanhados por melhorias no campo, o que provo-
composta de brancos. A surpresa foi em relação ao au-
cou forte êxodo rural. Outro agravante foi que esse pro-
mento daqueles que se declararam negros. Em 1990,
cesso de industrialização teve sua concentração no Su-
eles eram 5,2%, hoje representam 6,2%, somando um
deste, o que gerou forte desequilíbrio regional. Na déca-
total de 10,4 milhões de pessoas. Outro expressivo cres-
da de 1970, quando foi registrado o maior fluxo migrató-
cimento foi em relação à população indígena. Na déca-
rio do país, a região Sudeste concentrava 81% da ativi-
da de 1990 eles somavam 294 mil (0,2%), hoje somam
dade industrial do país. Nesse período, a capital de São
701 mil brasileiros (0,4%).
Paulo recebeu aproximadamente 3 milhões de migran-
tes, vindos principalmente da região Nordeste.
Apesar desse expressivo crescimento, a situação do
negro no Brasil melhorou muito pouco. Sua ascensão
Principais Causas do Êxodo Rural:
social e econômica sofre fortes restrições, em decorrên-
• As péssimas condições de vida e de trabalho no campo; cia do racismo e do preconceito. Suas oportunidades no
• A ausência de uma política agrária eficiente no país; mercado de trabalho são menores, em relação às da
• O intenso processo de mecanização do campo. população branca.
Com o intenso processo de urbanização, as cidades
cresceram exageradamente, com isso, as áreas das Em relação à população indígena, a situação é mais
cidades se expandem, e os limites entre cidades vizi- dramática ainda. Suas reservas, sua cultura e seus cos-
nhas, ou entre um município e seus subúrbios, confun- tumes não são respeitados por boa parte da população,
dem-se. A esse processo se dá o nome de conurbação, em especial por grileiros, posseiros e garimpeiros que
que passa a ocorrer no Brasil na década de 1980, e que constantemente invadem suas reservas, provocando
prosseguiu durante a década de 1990, formando as re- mortes e destruições.
giões metropolitanas. Em São Paulo, a conurbação é

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Complemento

4. Família de R$ 125), o que representa 5,87 milhões a menos em


relação ao ano de 2005. Para o coordenador da pesquisa,
No Censo de 2000, os dados que mais se destacaram Marcelo Neri, um dos fatores que contribuíram para essa
em relação às famílias brasileiras foram: a redução do queda foi a expansão dos programas sociais do governo
número das famílias, uma média de 2,2 filhos por mu- Lula, como o Bolsa Família.
lher, e o aumento do número de famílias chefiadas por
A pesquisa também revelou que houve melhora na renda
mulheres. Do total de 48,1 milhões de famílias registra-
do trabalhador brasileiro. Em 1992, a renda familiar per
das, 35,3 milhões, ou 73,3%, são chefiadas por homens,
capita era de R$ 328,97, em 2006, passou para R$ 490,82,
e 12,8 milhões, ou 26,7%, são chefiadas por mulheres. representando uma elevação de 49,19%.
Desse total de famílias chefiadas pelo sexo feminino,
em 1,8 milhão a mulher vive com o cônjuge. Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas,
também observou que o Brasil evolui no ranking da desi-
5. Trabalho Infantil gualdade. Entre 2001 e 2006 houve forte queda na desi-
gualdade social do país. No início da década, o país ocu-
O trabalho infantil continua expressivo no país. pava a 3ª posição na desigualdade social no planeta,
passando a ocupar a 10ª posição em 2005, segundo da-
Há cerca de 1,9 milhão de crianças entre 10 e 14 de idade dos do Banco Mundial. Segundo Marcelo Neri, em 2006,
trabalhando, e outras 300 mil crianças ocupadas na faixa essa posição teria chegado ao 12º lugar.
de 5 a 9 anos de idade, segundo a Pnad de 2001. Desse
total, 60% estão no campo e 40% estão nas áreas urba- Trabalho
nas. Os maiores índices de trabalho infantil estão no Nor- De acordo com a pesquisa realizada pelo IBGE, no pri-
deste (51,4%), no Sudeste (21,8%) e no Sul (15,8%). meiro mandato do presidente Lula (2003-2006) foram
criados 8,7 milhões de vagas no mercado de trabalho.
6. Educação Na campanha eleitoral de 2002, Lula prometeu criar 10
milhões de postos de trabalho.
Em 2002, o ensino fundamental chegou a atender 97% Em 2006, foram criados 2,1 milhões de novos postos de
das crianças entre 7 e 14 anos. O ensino médio, que em trabalho. Com isso, a taxa de desemprego que era de
1971 atendia 1,1 milhão de alunos, atinge em 2002 8,7 9,4% em 2005, caiu para 8,5% em 2006, a menor regis-
milhões: uma expansão de 690% em três décadas. O en- trada no país desde 1997 (7,8%).
sino superior também expandiu, em decorrência da aber-
tura de centenas de escolas particulares. Vale lembrar, no O trabalho informal também recuou de 51,8% em 2005
entanto, que em relação ao ensino superior, o ensino de para 50,4% em 2006.
melhor qualidade é oferecido pelas universidades públi-
cas, salvo raras exceções em relação às particulares. Quan- A pesquisa também revelou que o mercado de trabalho
to aos ensinos fundamental e médio, a melhor qualidade passou a valorizar trabalhador com mais de 40 anos.
de ensino é oferecida pelas escolas particulares, isso em Entre 2005 e 2006, a participação de profissionais com
decorrência da falência do ensino nas escolas públicas. mais de 40 anos no mercado de trabalho aumentou de
39% para 40,1%, representando o ingresso de 908 mil
Distribuição da PEA (População Economicamente Ativa) pessoas dessa faixa etária no mercado de trabalho. Por
entre os Setores da Economia outro lado, a participação entre 20 e 24 anos, caiu de
O setor de serviços emprega 45% da mão-de-obra. 66,6% para 66,0% de 1996 até o final de 2006. Houve
Dos 34 milhões ocupados nesse setor, 12,3% estão em- queda também na participação de jovens entre 18 e 19
pregados no comércio. Os setores primário e secundário anos no mercado de trabalho, nesse mesmo período,
empregam, cada um, 15 milhões de trabalhadores. de 55,2% para 51,8%.

Por outro lado, mais da metade dos trabalhadores bra- Em 2006, houve queda no trabalho infantil. De 2005 a 2006,
sileiros encontram-se no trabalho informal. Esse núme- o percentual de crianças e adolescentes que trabalhavam
ro chega a 43,7 milhões de trabalhadores, o que repre- passou de 12,2% para 11,5%. Mesmos assim, o país ain-
senta 58%. Esse crescimento da economia informal tem da registra quase 2 milhões de crianças entre 5 e 14 anos
como causa o baixo crescimento econômico do país que trabalham, sendo 65,9% desde total, meninos.
nas últimas décadas.
Previdência
Atualmente, mais de metade da população não contribui
Dados sobre a População Brasileira (2006)
para a Previdência. Em 2006, o percentual de contribuin-
tes chegou a 48,8%, o que representa 43,6 milhões de
Renda pessoas.
De acordo com a pesquisa “Miséria, Desigualdade e Polí-
ticas de Renda: o Real do Lula”, divulgada em 19/09/07 Conclusões
pela Fundação Getúlio Vargas, com base na Pesquisa A geração de empregos no país é resultado de uma série de
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente ao fatores como a expansão de crédito, a redução dos juros, o
ano 2006, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e aumento da renda e a conjuntura internacional.
Estatística (IBGE), aproximadamente 6 milhões de pesso-
as saíram da linha de miséria no país. De acordo com a As dificuldades para os jovens e adultos entre 20 e 24
pesquisa, havia no país 36.153.687 miseráveis em 2006 anos para a inclusão no mercado de trabalho, deve-se a
(pessoas com renda mensal domiciliar per capita abaixo pouca experiência e a baixa escolaridade.

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Complemento

Etnia ATUALIDADES
A participação da população de cor negra passou de
2005 a 2006, de 6,3% para 6,9%, isto é, passou de 11,5 Eleições no Congresso Nacional (2009)
milhões para 12,9 milhões de pessoas. O número de No dia 2 de fevereiro de 2009 foram eleitos o presidente do
pessoas que antes se declaravam pardos caiu de 43,2% Senado Federal e o presidente da Câmara dos Deputados.
para 42,6%, resultado da migração dos que antes se
declaravam pardos e hoje se declaram negros. Para a Presidência do Senado foi eleito José Sarney
(PMDB-AP), que venceu seu opositor, o senador Tião
A participação da população branca por sua vez perdeu Viana (PT-AC) por 49 votos a 32.
expressividade passando de 49,9% em 2005 para
49,7% em 2007. A população branca é mais expressiva José Sarney (78) vai exercer a Presidência do Senado
na região Sul, chegando a representar 79,6% do total pela terceira vez, substituindo o senador Garibalde Alves
da população. (PMDB-RN).
Educação Os dois mandatos exercidos anteriormente por José
Em 2006, o número de estudantes no ensino superior Sarney, ocorreram entre 1995/1997 e entre 2003/2005.
cresceu 13,2%, representando um aumento de 684 mil
pessoas, apenas em um ano. O ensino superior foi o
Para a Presidência da Câmara dos Deputados foi eleito
único que apresentou aumento expressivo, explicado em
parte pelo envelhecimento da população. o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP). Temer tam-
bém é presidente nacional do PMDB, sendo filiado des-
A maior parte dos estudantes que freqüentam o ensino de 1981. Este é o seu sexto mandato consecutivo como
superior, 75,5%, estudam em instituições particulares. deputado federal. Sua eleição para presidência da Ca-
mâra dos Deputados foi apoiada por 14 partidos.
O maior ingresso de estudantes no ensino superior
privado, também pode ser explicado em parte pelo ProUni Assim como José Sarney, Temer já exerceu dois man-
– programa do governo federal que concede bolsas em datos anteriores como Presidente da Câmara dos De-
universidades particulares. Segundo dados do MEC, em putados: entre 1997/1998 e entre 1998/2000.
2006 foram concedidas 138.668 bolsas de estudo entre
integrais e parciais. Guerra entre Israel e Hamas (Dez-2008/Jan-2009)
O término do ano de 2008 e início de 2009 foi marcado
No geral, o ensino público apresentou queda de 0,7%
em 2006, o equivalente a 311 mil alunos. A maior queda por novos e tensos combates entre israelenses e pales-
ocorreu no ensino médio, que passou de 8.127 milhões tinos integrantes do Hamas.
em 2005 para 8.032 milhões em 2006.
Segundo dados, aproximadamente 1.400 palestinos
Em relação ao ensino infantil houve aumento na partici- foram mortos, contra 14 do lado israelense.
pação de crianças entre 5 e 6 anos, passando de 81,5%
em 2005 para 84,6% em 2006. O maior aumento registra- Os ataques palestinos e os contra-ataques israelen-
do no Ceará (93,7%) e o menor em Rondônia (60,7%). ses foram concentrados na faixa de Gaza, área de con-
centração e atuação do Hamas, que desde janeiro de
A maior presença na escola foi observada na faixa etária de 2006 controla o Parlamento Palestino, quando saiu vito-
7 a 14 anos, com 97% das crianças nessa faixa etária matri- rioso nas eleições parlamentares.
culadas. O destaque ficou para o estado de Santa Catarina,
onde o percentual de matriculados chegou a 99%. A vitória do Hamas provocou uma cisão entre os pró-
prios palestinos, levando integrantes da Al-Fatah a se
Houve queda no índice de analfabetismo no país. Ape- concentrarem na Cisjordânia.
sar da queda na taxa de analfabetismo em 2006, de
4,2% em comparação ao ano de 2005, o país ainda re- Há várias explicações para os ataques israelenses
gistra 15 milhões de analfabetos. contra o Hamas, entre elas:
Taxa de Fecundidade
A taxa de fecundidade no país é de 2,3 filhos por casal ou - O objetivo israelense de enfraquecer militarmente o Hamas;
por mulher. Em 1992, era de 3,9. - As próximas eleições gerais em Israel, marcadas para
o dia 10 de fevereiro, cujo atual governo de coalizão cen-
Segundo a pesquisa a taxa de fecundidade ainda é um tro-direita teme a ascensão da extrema direita, defenso-
traço da desigualdade social. As mulheres mais ricas ra de uma dura ofensiva contra o Hamas;
têm 1,4 filhos em média, enquanto as mais pobres 3,7, - A necessidade por parte de Israel recuperar seu poder
segundo dados obtidos em 2006. de ataque, abalado desde 2006, diante do fracasso da
ofensiva militar contra o Hezbollah, no Sul do Líbano.
A pesquisadora e demógrafa Ana Amélia Camarano, do - A posse de Barack Obama (16/01/2009) e sua promessa
Ipea, prevê que entre 2025 a 2030, o crescimento popu- de pressionar Israel a aceitar a criação do Estado Palestino;
lacional cairá para 0,5% e a taxa de fecundidade cairá com esse ataque ao Hamas, Israel pretendeu impor seu
para 1,5 filhos por mulher. ritmo nas negociações, caso elas venham a ocorrer.
Acesso à Internet
Em 2006 o número de domicílios com acesso à internet Referendo da Venezuela diz “sim” a Chávez (08/02/09)
cresceu 26,9%. Atualmente, 16,9% das casas têm aces- O referendo realizado na Venezuela, em 08 de feverei-
so à Web. ro de 2009 deu a vitória ao “sim”, que recebeu 54,36%
dos votos, contra os 45,63% dados ao “não”.

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Complemento

Com isso, foi aprovada a emenda constitucional que Em 2001, o Federal Reserve (Fed) reduziu a taxa de juros,
elimina a limitação constitucional de uma só reeleição visando baratear os financiamentos e os empréstimos.
para cargos eletivos, entre eles o de presidente da Re-
pública. Sendo assim, Chávez poderá participar das elei- Em 2003, o setor imobiliário norte-americano passou a
ções presidenciais de 2012. se aproveitar dessa situação de juros baixos: a procura por
imóveis e por empréstimos para financiá-los cresceu vio-
Esta é a segunda vitória eleitoral de Chávez, em me- lentamente.
nos de quatro meses.
Em 2006, essa realidade começa a mudar: a alta na taxa
Nas eleições regionais realizadas em 23 de novembro de juros encareceu os empréstimos, afastou investido-
de 2008, os candidatos pró-Chávez venceram 17 das 22 res, elevou o número de inadimplentes, fez a oferta supe-
disputa governamentais. Vale ressaltar, que foi essa que rar a procura, desvalorizou os imóveis acarretando uma
fortaleceu o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), forte crise no setor imobiliário.
(fundado por Chávez), que o motivou a colocar o referendo
do “sim” sob nova votação. Da primeira vez que o referendo Muitos bancos e financeiras do país, envolvidos com financi-
foi colocado sob votação a vitória foi dada ao “não”. amentos da casa própria e com venda e compra de títu-
los do setor amargaram fortes prejuízos, obrigando o
Atentados Terroristas na Índia (26/11/2008) governo, primeiro Bush, e agora Obama a tentarem
Vários atentados terroristas foram realizados na noite de desesperadamente a aprovação de pacotes econô-
26 de novembro de 2008, em localidades nobres de Mum- micos, com ênfase na liberação de dinheiro, para ser
bai, capital da Índia. As ações terroristas foram praticadas injetado no mercado. Essa ajuda financeira visa sal-
nos hotéis Taj Mahal Palace e Oberoi Trident, na estação de var bancos, financeiras, empresas e também a geração
trem Chhatrapati Shivaji e no café Leopold; todos locais for- de empregos: de 2008 até o momento, mais de 2,6 mi-
temente frequentados por turistas ocidentais. lhões de pessoas perderam o emprego, somente nos EUA.

As ações terroristas foram assumidas por um grupo Em 2008, grandes grupos financeiros norte-americanos
pediram concordata, como Lehman Brothers, o Washington
desconhecido, de nome Mujahedim de Deccan.
Mutual (Wamu) decretou falência, a Fannie Mae e Freddie
Mac foram salvos pelo governo, a Merrill Lynch foi comprada
De início, muitos tentaram associar os atentados a
pelo Bank of América e o Wachovia pelo Citigroup.
grupos paquistaneses, envolvendo a tensa disputa en-
tre Índia e Paquistão na região da Caxemira Indiana, o Em um recente pronunciamento, Obama advertiu, que
que foi logo descartado. apesar do empenho do governo, a atual crise financeira
norte-americana só apresentará melhoras em 2010.
Os atentados de Mumbai deixaram 179 mortos e 300 feridos.
Promulgada a nova Carta Constitucional da Bolívia (07/
Eleições Presidenciais nos Estados Unidos (2008) 02/09)
No dia 4 de novembro de 2008 foi eleito Presidente A nova Carta Constitucional boliviana é composta por 411
dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama. artigos, dos quais mais de 80 tratam das questões indígenas.

Obama tem 47 anos, será o primeiro presidente ne- O país conta com 36 povos originários, isto é, aqueles que já
gro e o 44º presidente dos Estados Unidos. Filho de um se encontravam no território, antes da chegada dos espanhóis.
queniano, também chamado de Barack Obama e de uma
norte-americana (branca), Ann Dunham, o atual presi- Pela nova Constituição, os povos indígenas passam
dente dos EUA nasceu em 4 de agosto de 1961. a ter representação e participação política e econômica
no país. As comunidades indígenas passam a ter, cada
Representante do Partido Democrata, Obama teve como uma, seu próprio tribunal, com juízes eleitos pelos mo-
concorrente John Maccain, do Partido Republicano. Seu vice foi radores; esse artigo estabelece a equivalência entre a
John ou Joe Biden, seu opositor teve como vice Sarah Palin. justiça tradicional indígena e a justiça ordinária do país.
Também fica determinado, em outro artigo, que os po-
Assim que tomou posse, Obama conseguiu a aprova- vos indígenas passarão a ter direito de propriedade ex-
ção de um plano de ajuda econômica para amenizar a clusiva sobre os recursos florestais, hídricos e da terra
grave crise financeira que atinge os EUA. em suas comunidades.

Em relação a política externa, prometeu reduzir o nú- No que diz respeito à parte política, a nova Constitui-
mero de soldados americanos no Iraque pela metade e ção estabelece o direito de reeleição presidencial.
desativar a base de Guantánamo.
Os candidatos indígenas serão eleitos de acordo com
Crise Econômica nos Estados Unidos as normas internas de cada comunidade.
A atual crise econômica nos Estados Unidos, e que atin-
ge o mundo como um todo, teve início em julho de 2007. Quanto aos recursos naturais, fica estabelecido que estes
passam a ser propriedade dos bolivianos, e sua exploração ad-
A origem dessa crise econômica está na forte inadim- ministrada pelo Estado, levando-se em conta o interesse público.
plência no setor imobiliário.

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Complemento

O gás natural e os recursos hídricos não podem ser ana Sarney (Maria do Carmo de Castro Macieira) e outra,
privatizados, estes só podem ser explorados pelo Estado. nomeada para o gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-
MS), em Campo Grande (Vera Portela Macieira Borges).
Desmatamento na Amazônica
De acordo com o Pnuma (Programa das Nações Unidas Além das sobrinhas, Sarney também teve um neto
para o Meio Ambiente), de 2006 até fev/2009, 26 espécies nomeado e exonerado do gabinete do senador Epitácio
de animais foram extintas e outras 644 estão ameaçadas. Cafeteira (PTB-MA).

Outro órgão, o GEO Amazônia divulgou durante encon- O presidente do Senado José Sarney sofre dura pres-
tro do Pnuma em Nairobi, no Quênia (fev/2009), que até são da opinião pública, da imprensa e da oposição
2005, uma área equivalente a 94% do território da Vene- (PSDB, DEM e PSOL) para que renuncie ao cargo.
zuela havia sido desmatado na Amazônia. Entre as cau-
sas do desmatamento são apontados o aumento da ur- A crise do Senado já provocou o afastamento de dois
banização e a exploração de recursos naturais. No caso de seus diretores: Agaciel Maia (diretor-geral da Casa),
do Brasil, em particular, o desmatamento é agravado tam- após revelação do jornal Folha de São Paulo, que ele não
bém pelo avanço da soja e da pecuária bovina. teria registrado uma casa avaliada em R$ 5 milhões; João
Carlos Zoghbi (diretor de Recursos Humanos do Senado),
O relatório emido pelo Pnuma alerta que além do des- acusado de ter cedido um apartamento funcional para pa-
matamento, a Floresta Amazônica também sofre as con- rente que não fazia parte do Congresso Nacional.
sequências do aquecimento global, que entre outros fa-
tores, reduz a ocorrência de chuvas na região; segundo
A Nova Gripe A (H1N1) - (atualizado em 04/07/09)
o relatório, a Floresta Amazônica poderá se transformar
em savana ainda neste século. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que
a nova gripe A (H1N1) já é considerada pandemia, devi-
Nota: A Venezuela possui um território de 912.050 km2, do ao número de países e continentes afetados.
equivalente ao Estado do Mato Grosso (903.386,1 km2)
Os países mais atingidos são Estados Unidos, Méxi-
Presidente do Sri Lanka declara o fim da Guerra Civil co, Canadá, Austrália, Espanha, Japão, Reino Unido,
separatista (19/05/09) Chile e Argentina.
O presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, anun-
ciou a morte do líder dos rebeldes Tâmeis, Velupillai No Brasil, a nova gripe foi detectada em vários Esta-
Prabhakaran e, com isso, declarou o fim da luta separa- dos, com um caso de morte no Rio Grande do Sul.
tista, iniciada há 36 anos, pelos rebeldes do grupo se-
paratista Tigres pela Libertação do Tamil Eelam (TLTE). O vírus da nova gripe A (H1N1), também conhecida como
gripe suína (porque a doença é causada por um vírus influ-
O Sri Lanka correspondeu no passado ao Ceilão e, duran- enza, que geralmente afeta apenas porcos), foi detectado
te anos foi domínio britânico. Durante esse domínio, os primeiramente em Cancún, no México, em março/2009 – a
ingleses deram à minoria tâmeis (hinduístas) todos os nova gripe foi detectada em um garoto.
privilégios políticos, econômicos e sociais. Após o fim
do domínio britânico, a maioria cingalesa (budista) as- Um dos problemas para diagnosticar a nova gripe é
sumiu o controle político do país, provocando a insatis- que ela apresenta sintomas de uma gripe comum.
fação da minoria tâmeis.
Observações:
Em 1972 foi criado o movimento Tigres de Libertação - A mutação do vírus fez com que ela afetasse humanos;
do Tamil Eelam (TLTE), cujo objetivo era instituir um esta-
do independente no leste e no norte do Sri Lanka. - O contágio mais comum ocorre quando as pessoas
têm contato com porcos;
Em 1983, tem início o conflito armado entre a maioria cin-
galesa, que corresponde a 74% da população e a minoria - A atual versão do vírus já transmite de pessoa para pessoa;
tâmeis, que representa apenas 16% do total da população.
- O consumo de carne de porco não transmite a doença,
Durante as mais de três décadas de conflitos, mais
pois ao ser cozida a carne, o vírus é eliminado;
de 70 mil pessoas morreram, além dos feridos e de
outras milhares que foram deslocadas de suas casas.
- A nova gripe apresenta vários sintomas como febre, letar-
Escândalo no Senado Federal gia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas também apre-
(atualizado em 16/06/2009) sentaram coriza, garganta seca, náusea, vômito e diarreia.
O último escândalo que envolve o Senado Federal e
que, com certeza, não será o último, diz respeito aos - Até o momento, não foi produzida nenhuma vacina efi-
chamados atos secretos, e tem como pivô o presidente caz para humanos contra a nova gripe. Os medicamen-
do Senado, José Sarney (PMDB-AP). tos zanamivir e oseltamivir apresentam alguma eficácia
no combate à doença.
Nos últimos quatorze anos, foram publicados mais de
500 atos secretos, utilizados para nomear e aumentar Mangabeira Unger deixa o governo
salários de pessoas ligadas ao comando do Senado. (atualizado em 29/06/2009)
O ministro Mangabeira Unger da Secretaria de Assun-
José Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato tos Estratégicos deixou o governo do presidente Luiz
secreto, uma nomeada para o gabinete de sua filha, Rose- Inácio Lula da Silva.

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Complemento

Mangabeira Unger disse que está deixando o cargo A cassação de Marcelo Miranda representa a anulação
para retomar sua função de professor na Universidade de mais da metade dos votos válidos, fato este que levou
de Harvard, nos EUA, pois não conseguiu ampliar sua o vice-procurador geral eleitoral, Francisco Xavier Pinhei-
licença junto à Universidade. ro Filho, com base no artigo 224 do Código Eleitoral, a
sugerir a realização de nova eleição. Caso isso ocorra,
Sua participação no governo Lula teve início a partir do Marcelo Miranda não poderá dela participar, pelo fato de
segundo mandato, em 2006, até então foi duro crítico do ter dado causa à nulidade.
governo que veio a integrar.
Em casos semelhantes de denúncias, contra os três go-
Em 2005, em artigo publicado pela Folha de São Pau-
vernadores e seus respectivos vices, o Tribunal Superior Elei-
lo, ele disparou sérias críticas e acusações contra o go-
toral absolveu o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB),
verno petista. “Afirmo que o governo Lula é o mais cor-
de Santa Catarina, e Waldez Góes (PDT), do Amapá.
rupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais
nefasta por servir à compra de Congressistas, à politiza-
ção da Polícia Federal e das agências reguladoras e à Vitória de Mahmoud Ahmadinejad provoca protestos vio-
tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz lentos no Irã
de se contrapor a seus desmandos”. Simpatizantes do candidato da oposição Mir Hossein
Mousavi iniciaram uma onda de protestos no Irã, alegando
Sua escolha, por Lula, para coordenar o PAS (Plano que a vitória do ultraconservador, Mahmoud Ahmadinejad,
Amazônia Sustentável) foi considerada o pivô para a de- reeleito presidente do país com 62,6%, ocorreu de forma
missão da ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva. fraudulenta, pois pesquisas realizadas antes da eleição
davam larga margem de votos para Mousavi.
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassa mandatos de
governadores A confirmação da reeleição de Ahmadinejad deu início
Entre nov/2008 e jun/2009, o Tribunal Superior Eleitoral à uma onda de protestos pelo país, resultando em pri-
determinou a cassação de três governadores estaduais. sões, agressões e até na morte de uma jovem. Também
foram presos alguns políticos e jornalistas simpatizan-
O primeiro governador cassado foi Cássio Cunha tes de Mousavi.
Lima, da Paraíba (PSDB) e seu vice José Lacerda Neto
(DEM). Ambos foram acusados da utilização de progra- O governo iraniano proibiu que jornalistas internos e
mas sociais para distribuir dinheiro irregularmente. externos fizessem a cobertura dos protestos, porém ce-
nas dos protestos foram filmadas por celulares, por pes-
De acordo com investigações, os dois teriam distribu- soas que delas participavam e veiculadas via internet para
ído 35 mil cheques para eleitores de baixa renda. o exterior.

O processo que cassou o governador e seu vice ficou Como funciona a hierarquia política no Irã
conhecido como o Caso Fac (Fundação de Ação Comu- - Líder Supremo – Cargo exercido pelo aiatola Ali Khame-
nitária), um dos programas “assistidos” pelos dois. nei, desde 1989. O líder supremo dos três poderes, pela
indicação de conselhos vitais, do chefe do judiciário, da
O segundo cassado foi o governador do Maranhão polícia e das redes de TV, comanda as Forças Armadas.
Jacson Lago (PDT) e seu vice, Luis Carlos Porto (PPS).
- Presidente – Seu mandato é de 4 anos, com direito a uma
Entre as acusações contra os dois, constam doações reeleição consecutiva e outras não consecutivas. Depois do
irregulares de cestas básicas, kit salva-vidas para morado- Líder Supremo, é a pessoa mais poderosa do país. Exerce
res da baía de São Marcos, a transferência de recursos poder sobre a política econômica, o orçamento do Estado, além
públicos, estimados em mais de R$ 700 mil, para uma de indicar embaixadores e assinar tratados internacionais.
associação de moradores de Grajaú, e a distribuição de
material de construção e combustível. Todas essas irregu- - Chefe do Judiciário – É indicado pelo Líder Supremo para
laridades confirmam o uso da máquina pública no proces- um mandato de cinco anos. É responsável pela indicação
so eleitoral de 2006. do chefe da Suprema Corte e do Procurador-Geral.

O último cassado, até o momento, foi o governador de - Assembleia dos Especialistas – Tem como principal
Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) e de seu vice. função indicar o Líder Supremo entre seus membros. É
composta por 86 membros, todos tradicionalmente reli-
Os dois foram acusados de utilizar indevidamente os giosos, com mandatos de oito anos. Esses membros
meios de comunicação, distribuição gratuita de casas, se reúnem uma semana a cada ano, suas discussões
óculos, cestas básicas, prometer vantagens a eleitores são secretas, exceto para o Líder Supremo.
e distribuir bens e serviços com dinheiro público.
É importante ressaltar que a reeleição de Ahmadine-
Em 2006, Marcelo Miranda foi eleito com 51,48% dos jad fortalece o programa nuclear iraniano, fortemente
votos válidos, correspondente a 340.825 votos. No Esta- combatido pela Comunidade Internacional, especial-
do de Tocantins não há segundo turno. mente pelos Estados Unidos.

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Complemento

Presidente de Honduras Manuel Zelaya é deposto (28/ A cerimônia homenageou a cantora Clara Nunes e
06/09) contou com a participação de Maria Bethânia, João Bos-
Manuel Zelaya foi deposto da presidência de Honduras co, Lenine, Alcione, Zélia Duncan, Milton Nascimento,
por um golpe envolvendo o Judiciário, o Congresso Naci- Falcão, Marcelo D2, Chico César, Wanderléa, Tony Pla-
onal e executado por um grupo de militares. tão, Marcelo Anthony, Nelson Sargento, Fernanda Ma-
chado, Ney Latorraca entre outros.
Os golpistas expulsaram Zelaya para a Costa Rica e,
em seu lugar assumiu o presidente interino Roberto Mi- O cantor Lenine recebeu dois troféus, de melhor disco
cheletti, presidente do Parlamento e pertencente ao e cantor, Milton Nascimento recebeu dois prêmios na
mesmo partido que Zelaya, o Partido Liberal (PL).
categoria MPB e Zeca Pagodinho recebeu três prêmios
pelo álbum “Uma prova de amor”.
O motivo alegado para o golpe foi a proposta de Ze-
laya de uma consulta popular sobre uma reforma cons-
Festa Literária Internacional de Paraty
titucional, permitindo a reeleição presidencial, declara-
da ilegal e inconstitucional pelo Parlamento e pela Su- Foi aberta em 1º de julho de 2009 a Festa Literária
prema Corte. Internacional de Paraty, desta vez homenageando o poe-
ta Manuel Bandeira, um dos ícones do Modernismo bra-
O golpe contra Zelaya foi fortemente combatido pelos sileiro.
governantes americanos e pela Organização dos Esta-
dos Americanos. A abertura do encontro foi feita pelo autor Davi Arriguc-
ci, responsável pela elaboração de importantes ensaios
Zelaya chegou a cogitar seu retorno à Honduras, mas sobre a poética de Manuel Bandeira.
ameaçado de prisão por Micheletti, desistiu. Nem mes-
mo a pressão do presidente Barack Obama e do presi- Outro acontecimento muito esperado pelo público foi
dente da OEA, conseguiu reverter a situação. a presença do cantor, compositor e escritor Chico Buar-
que de Holanda.
Exilado na Nicarágua, Zelaya busca o apoio de alia-
dos para recuperar o poder. Desastre Aéreo com Avião da Air France (07/07/09)
O Airbus A330 da Air France, com 216 passageiros e
De início, Micheletti chegou a afirmar que ficaria no 12 tripulantes desapareceu do controle aéreo no litoral
cargo até o fim do mandato de Zelaya (27/01/2010), mas do Brasil.
já admite antecipar sua saída, logo após as eleições
presidenciais de novembro de 2009.
O voo AF447 decolou do aeroporto do Galeão (Tom
Jobim), no Rio de Janeiro com destino ao aeroporto
Cristina Kirchner sofre derrota nas eleições legislativas (29/
Charles de Gaulle, em Paris.
06/2009)
A presidente Cristina Kirchner, da Argentina, foi derro-
tada nas eleições legislativas, ocorridas em 28 de ju- O acidente com o voo 447 foi investigado pela BEA
nho de 2009. (Escritório de Investigação e Análises, na sigla em fran-
cês), que atestou que o avião não se desintegrou no
O partido governista liderado por Nestor Kirchner sofreu ar e, sim após chocar-se violentamente com o Ocea-
dura derrota nos cinco principais distritos do país, o que no Atlântico.
poderá deixá-lo fora da corrida presidencial de 2011.
Até o momento, foram encontrados 51 corpos de um
A crise econômica que assola o país e o desgaste de total de 228.
Cristina Kirchner, no confronto recente com agricultores, A BEA informou que daria prosseguimento a busca
foram decisivos para a derrota do partido governista. das caixas pretas até 10/07/09, já que estas emitem
sinais de rádio e acústicos por pelo menos 30 dias.
As últimas eleições legislativas (28/06/2009) contaram Após esta data, as buscas continuarão por mais um
com a participação de aproximadamente 28 milhões de mês, por sondagem com sonar e veículos submarinos,
argentinos, responsáveis pela renovação da metade da realizados a partir do navio francês “Pourquoi Pás?”, em
Câmara dos Deputados e de um terço do Senado. uma área mais restrita, que ainda não foi delimitada.
A derrota do partido governista trará sérias dificuldades
para Cristina Kirchner, justamente num momento em que o Compra de aviões caças pelo Brasil (Set/2009)
país enfrenta sérios problemas econômicos e sociais. O presidente Luís Inácio Lula da Silva, disse à im-
prensa que teria feito uma interpretação equivocada
Notas Culturais
sobre a compra de aviões caça por parte do governo
brasileiro. Na verdade, disse o presidente, tudo ainda
Realização do 22º Prêmio da Música Brasileira
está em fase de análises técnicas entre o Brasil e as
Foi realizado, no Canecão (RJ), no dia 1º de julho de 2009
o 22º Prêmio da Música Brasileira, o antigo Prêmio Tim. empresas concorrentes.

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Complemento

O relatório final, por parte do Brasil, deverá ser apre- Reino Unido e EUA), com poderes de voto e veto. Além
sentado pela Força Aérea Brasileira (FAB). desses, estão os 10 rotativos, com poder apenas de voto,
sendo que cada membro permanece por apenas 2 anos,
As empresas que disputam a venda de aviões caças sendo substituído por um novo membro.
para o Brasil são: a Boling (EUA), com o Gripen NG; e a
Dassault (França), com o Rafale. O Brasil recebeu 182 votos, de um total de 190 mem-
bros que participaram da votação.
Além dos aviões caças, o Brasil também deverá in-
vestir na compra de helicópteros, um submarino nuclear O cargo passa a ser ocupado pelo Brasil em janeiro
e um porta-aviões. de 2010, substituindo a Costa Rica.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva sempre enfatiza Vale ressaltar, que o Conselho de Segurança da ONU
que essas aquisições são fundamentais para fortalecer tem por finalidades a segurança e a paz mundial e
as Forças Armadas no Brasil, em especial, para a prote- autorizar intervenções militares em casos de conflito
ção da Amazônia e do pré-sal. e crises políticas.

Assembleia Legislativa de Tocantins elege novo gover- Já há algum tempo, o Brasil, juntamente com a Alema-
nador nha, Índia e Japão almejam uma cadeira permanente
Por 22 votos, dos 23 deputados que participaram da no Conselho de Segurança da ONU.
votação, a Assembleia Legislativa de Tocantins exercia o
cargo de governador interino, desde setembro/09, quan- Incêndio destrói obras de Hélio Oiticica
do os mandatos do governador Marcelo Miranda (PMDB) Grande parte das obras do artista, Hélio Oiticica (1937/
e do vice-governador, Paulo Sidnei Antunes (PPS), foram
1980) foi destruída por um incêndio ocorrido entre a noi-
cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no mês
te de sexta-feira (16) e sábado (18) de outubro de 2009.
de maio/09.
As obras estavam guardadas na casa de seu irmão,
César Oiticica, localizada no jardim Botânico, zona sul
O candidato Siqueira Campos (PSDB), segundo colo-
do Rio de Janeiro.
cado na eleição para governador do Estado em 2006,
chegou a entrar com uma ação no Supremo Tribunal
Segundo informações, o incêndio destruiu cerca de 90%
Federal, para que fosse empossado no cargo, mas teve
das obras, entre pinturas e esculturas. Estima-se que a
seu pedido rejeitado.
perda seja de aproximadamente US$ 200 milhões.
De acordo com a lei, a eleição deveria ser indireta,
Atentados terroristas no Irã e no Iraque (Out/2009)
pois faltam menos de dois anos para o encerramento
Um atentado terrorista, ocorrido no dia 18 de outubro
do mandato. Além disso, Marcelo Miranda obteve mais
de 2009, na região de Sistan e Baluchistão, na fronteira
de 50% dos votos válidos nas eleições de 2006, sendo
do Irã com o Afeganistão e Paquistão, deixou 42 mortos,
eleito no primeiro turno.
sendo 15 deles, integrantes da Guarda Revolucionária
iraniana, e, dois deles altos comandantes.
Confronto entre policiais e traficantes no Morro dos
Macacos (RJ) – 17/10/09
O governo iraniano chegou a responsabilizar os Esta-
O confronto envolvendo policiais e traficantes no Morro
dos Unidos e o Reino Unido pelos atentados, além de
dos Macacos, ocorrido entre a madrugada de sexta-feira
acusar o Paquistão de dar refúgio a terroristas.
e a manhã de sábado (17/10/09) deixou treze mortos,
sendo dez bandidos e três policiais.
O grupo extremista sunita yundulah (exército de Alá),
Segundo a Polícia Militar, o tiroteio ocorreu motivado ligado à rede Al Qaeda assumiu a autoria do atentado.
por rivalidades envolvendo traficantes de quadrilhas ri-
vais. A polícia também informou que o tiroteio começou Outros atentados, desta vez no Iraque (25/11/09), dei-
por volta de 1h do sábado (17), quando traficantes do xaram 155 mortos e 500 feridos.
Morro São João, no Engenho Novo, invadiram o Morro
dos Macacos. Os atentados foram contra o Ministério da Justiça e o
Conselho Provincial de Bagdá, chamado Conselho Le-
Como resultado do conflito e da ação militar, bandidos gal do Governo Local de Bagdá.
atingiram um helicóptero da Polícia Militar, resultando na
morte de três ocupantes, e incendiaram oito ônibus. Segundo autoridades, os atentados foram praticados
por sunitas ligados à Al-Qaeda. Desde a invasão do País,
Brasil volta a fazer parte do Conselho de Segurança em 2003, a maioria Xiita passou a dominar o governo.
rotativo da ONU (Out/2009)
O Brasil foi eleito pela décima vez, membro do Conse- Desde a invasão do Iraque, por tropas anglo-saxôni-
lho de Segurança da ONU. Esse conselho é composto de cas, em 2003, aproximadamente 102 mil pessoas fo-
15 países, sendo 5 permanentes (Rússia, China, França, ram mortas.

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Complemento

TEORIA E NORMAS DE SEGURANÇA potenciais ameaças e vulnerabilidades, além do uso


da imaginação ou intuição do analista (critérios subje-
ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCOS tivos) que viabilizem as respostas mais efetivas em caso
de sinistro.
1. Introdução
3. Conceitos
Um Sistema de Segurança por mais sofisticado que o
seja, estará suscetível a falhas se não houver um tra- • Segurança Patrimonial: É a atividade preventiva e
balho preliminar de gerenciamento e prevenção de ris- defensiva associada à ação de pessoas treinadas,
cos. Este trabalho inicia com o levantamento de possí- procedimentos e equipamentos de segurança, com
veis riscos a Organização (pública ou privada), o que a finalidade de proteger os bens patrimoniais contra
chamamos Inteligência, ou seja, usar corretamente riscos ocasionais ou provocados por terceiros.
toda informação obtida para sanar ou evitar quaisquer • Bens Patrimoniais: São todos os bens que possu-
dos fatores de risco. em algum valor aos seus proprietários. Podem ser
materiais (máquinas, instalações, objetos...) ou ima-
Ao utilizar-se destas informações em prol de uma política teriais (imagem, know-how...). Para especialistas em
de prevenção, a Organização estará apoiando, de manei- Recursos Humanos, funcionários de uma empresa
ra direta ou indireta, departamentos que mesmo possu- quando desempenhando suas funções, também
indo tarefas distintas estão interligados pelo objetivo co- são patrimônios desta.
mum: o sucesso da Organização. Corroborando este su- • Risco: É o produto das ameaças que estão sujei-
cesso, o Departamento de Segurança executando com tos os patrimônios e os seus pontos de vulnerabi-
pró-atividade suas atribuições. lidades.
A globalização implementou mudanças expressivas em
praticamente todos os segmentos profissionais, onde a riscos de serviço: resultantes de fatos que contrari-
velocidade da informação dita novos conceitos e meto- am as normas de segurança da organização;
dologias de trabalho. Neste contexto, até a criminalida- riscos de estrutura física: falhas e defeitos encon-
de avançou mediante a troca de informações, técnicas e trados pelas equipes de segurança e manutenção
armamentos entre facções criminosas ou terroristas. na estrutura de segurança estática da organização,
“Quem detém a informação, detém o poder”, conforme podendo ser naturais ou ocasionais quando cau-
este conceito a Segurança em seus diversos aspectos sados por fenômenos da natureza (chuvas, ventos,
deve manter-se permanentemente atualizada e devi- temporais, terremotos...) ou intencionais quando
damente preparada para enfrentar quaisquer contin- provocados pela ação humana dolosamente para
gências, embora seja difícil prever-se onde e quando fins criminosos ou hostis à política da organização.
ocorrerão sinistros. • Ameaças: São fatores externos peculiares à ativi-
Existem Organizações onde a Segurança fica limitada dade principal exercida pela instituição, dificilmen-
apenas ao controle de fluxo de visitantes ou tarefas de te serão eliminados, mas poderão ser minimiza-
Portaria, mas na parte denominada Patrimonial englo- dos. Podem ser geradas pela natureza (condições
bam-se muitas tarefas (segurança de instalações, pes- climáticas) e/ou sociedade (questões ambientais,
soal, valores, informações, inteligência empresarial...) políticas, econômicas...).
e exige profissionais adequadamente preparados (Vi- • Vulnerabilidades: toda a carência ou falha do siste-
gilantes e Gestores). ma defensivo que permita que a instituição seja
O serviço de Segurança bem estruturado gera econo- atingida de forma “violenta” por uma ameaça que
mia para a atividade fim da Organização, quando mini- se concretizou; aspectos geradores de risco e pas-
miza ou elimina os fatores que seriam causadores de síveis de serem utilizados em situações de amea-
prejuízos em sua maioria econômicos. ças (internas ou externas).
• Sistemas defensivos (de segurança) /meios de pro-
2. Análise de Riscos teção: medidas e procedimentos adotados que vi-
A Segurança caracteriza-se pela sensação de sentir sam detectar, dificultar, alertar, dissuadir ou retar-
proteção seja física e/ou psicológica, propiciada pelas dar os fatores ameaçadores que poderiam romper
ações da Vigilância e medidas preventivas (análise de a proteção da instituição, através de uma ou mais
riscos) com o objetivo de manter a incolumidade física de suas vulnerabilidades.
de pessoas e a integridade material de instalações e • Grau de risco: resultante da análise de risco estipu-
processos produtivos. lado através de fórmulas matemáticas apropriadas
quantificando as ameaças vigentes e potenciais.
Os riscos são eventos que incluem ameaças (de qual- • Crise: período onde está constatado o resultado
quer tipo) e seu impacto na estrutura das Organiza- da ameaça podendo gerar perigo, perdas ou da-
ções, resultantes de vulnerabilidades que devem ser nos aos empreendimentos da organização.
gerenciadas para que não ocorram situações passí-
veis de afetarem os processos produtivos em quais- 4. Conclusão
quer seus níveis. A percepção dos riscos demanda re-
cursos para a implementação de procedimentos pre- A força de resposta de uma instituição é o ser humano
ventivos e a possibilidade de aplicar futuramente ações que por sinal é o mais importante componente do siste-
defensivas contra imprevistos. ma de segurança. De nada adiantam sofisticados equi-
pamentos eletrônicos, se não existirem pessoas para
A atividade de análise de riscos é complexa, pois exis- acioná-los, controlá-los e reagirem nos momentos em
tem diversos fatores envolvidos e dependentes dos cri- que esses equipamentos cumprissem suas finalidades
térios empregados (subjetivos ou objetivos) por quem (detectar, alarmar, filmar...), portanto, os seres humanos,
os avalia, sendo importante subsídio para o gerencia- são os únicos dentro do sistema, capazes de interpreta-
mento destes e a confecção de Planos de Atuação ou rem os sinais emitidos pelos equipamentos, analisa-
Planos de Segurança nas Organizações. rem os riscos e planejarem as medidas apropriadas,
Durante a análise dos riscos podem ser empregadas para reagirem aos efeitos das ameaças.
técnicas capazes de preverem cenários onde surjam

Central de Concursos / Degrau Cultural 33

01_Análise Riscos.pmd 33 30/11/2009, 12:03


Complemento

CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS E área de TI imediatamente pensa em firewalls, proxys,


PLANOS DE CONTINGÊNCIA antivírus, senhas, política de segurança, deixando de
lado as questões referentes aos PROCESSOS que
1. Introdução dependem de TI e da velocidade de substituição de
um hardware danificado.
Computadores e seus programas são conhecidos por
automatizarem e acelerarem uma série de procedimen- O conceito de segurança deveria ser encarado como
tos enfadonhos e repetitivos, liberando seus usuários algo em constante mudança, ao invés de uma situação
para tarefas mais criativas e gratificantes. Na prática, estática, alcançada com a aplicação de um “simples
administradores de sistemas e usuários se vêm às procedimento passo-a-passo”.
voltas com atividades bastante criativas, mas nada gra-
tificantes, de tentar recuperar dados perdidos e de en- Dentre estas mudanças, existem duas frentes de atua-
frentar equipamento fora do ar devido às múltiplas fa- ção: o atendimento às especificações padronizadas de
lhas a que sistemas de computação estão sujeitos. segurança exigidas pelo ambiente corporativo conven-
cional e a preocupação com as medidas de resposta,
Falhas são inevitáveis, mas o impacto das falhas, ou em situações de crise e de eventos, quando o ambien-
seja, o colapso do sistema, a interrupção no forneci- te corporativo sofre inúmeras ameaças de impacto.
mento do serviço e a perda de dados, podem ser evita-
dos pelo uso adequado de técnicas viáveis e de fácil Basicamente, um PCN é um conjunto de três outros
compreensão. planos: o Plano de Gerenciamento de Crises (PGC), o
Plano de Continuidade Operacional (PCO) e o Plano de
Todavia, as técnicas que toleram falhas têm um alto cus- Recuperação de Desastres (PRD). Cada um destes
to associado. Pode ser a simples necessidade de ba- planos é focado em uma determinada variável de risco,
ckup dos dados, que consome espaço de armazena- numa situação de ameaça ao negócio da empresa (ou
mento e tempo para realizar a cópia, redundância de ambiente): O PGC, nas atividades que envolvem as res-
equipamentos e espelhamento de discos, que conso- postas aos eventos; O PCO, voltado para as atividades
me recursos de hardware sem contribuir para o aumen- que garantam a realização dos processos e o PRD,
to do desempenho, ou a terceirização da prestação dos voltado para a substituição ou reposição de compo-
serviços, para um Datacenter. O domínio da área de dis- nentes que venham a ser danificados.
ponibilidade auxilia administradores e desenvolvedores
de sistemas a avaliar a equação custo benefício para o Desde a etapa de avaliação BIA (Business Impact Analy-
seu caso específico e determinar qual a melhor técnica sis), onde os processos de negócios da empresa são
para seu orçamento. ordenados em função do seu custo de parada, até a eta-
pa de Análise de Criticidade, onde os mesmos são avali-
Conhecer os problemas potencialmente provocados ados de acordo com os impactos que a organização ve-
por falhas no sistema, as soluções que existem para nha a sofrer com a sua interrupção, as informações apre-
evitar falhas ou recuperar o sistema após um evento, sentadas agregam importantes indicadores para os ges-
assim como o custo associado a essas soluções, tor- tores e responsáveis pela direção da empresa.
na-se imprescindível a todos que pretendem continuar
usando computadores, desenvolvendo sistemas ou Utilizando-se o PCN, garantimos a redução dos possí-
prestando um serviço computacional de qualidade aos veis impactos, minimizando-os a níveis toleráveis para a
seus clientes. Para desenvolvedores de software, pro- empresa ou para o ambiente que nos interessa proteger.
jetistas de hardware e administradores de rede, o do-
mínio das técnicas voltadas à disponibilidade total tor- 2. Definições
na-se essencial na seleção de tecnologias, na especi-
ficação de sistemas e na incorporação de novas funci- • Plano de Continuidade de Negócios – Um plano
onalidades aos seus projetos. para a resposta de emergência, operações backup
e recuperação de ativos atingidos por uma falha ou
Para a manutenção da disponibilidade total dos siste- desastre. Tem como objetivo o de assegurar a dis-
mas, é necessário que se elabore um Plano de ação, ponibilidade de recursos de sistema críticos, recu-
denominado PCN (Plano de Continuidade de Negócios) perar um ambiente avariado e promover o retorno à
que é um termo relativamente novo, resultante dos Pla- sua normalidade.
nos de Contingência e dos Planos de Recuperação de • Planejamento da continuidade do negócio - diz respei-
Desastres. Falando de forma genérica, o PCN é uma to ao planejamento da recuperação de processos or-
metodologia elaborada para garantir a recuperação de ganizacionais críticos em seguida a um desastre.
um ambiente de produção, independentemente de ocor- • Desastres - não se resumem somente a fogo, inun-
rências que suspendam suas operações e dos danos dação e outras causas de dano à propriedade; eles
nos componentes (softwares, hardware, infra-estrutura, também podem resultar de problemas corriquei-
etc.) por ele utilizados. ros como greves ou mau funcionamento de har-
dware ou software. E ainda que a restauração do
A recente BS 7799 e a brasileira NBR ISO/IEC 17799 processamento computacional seja um passo im-
consideram dez itens para definir um ambiente segu- portante do processo de recuperação, outros pro-
ro. Um destes itens é a recomendação de desenvolvi- blemas igualmente importantes freqüentemente
mento de um PCN. Quando se fala em segurança, a precisam ser resolvidos.

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• Disponibilidade – A propriedade que um sistema ou tos potenciais ao negócio. Orientar as ações dian-
um dos seus recursos de estarem acessíveis e utili- te da queda de uma conexão à Internet, exemplifi-
záveis sob demanda por uma entidade autorizada, cam os desafios organizados pelo plano.
de acordo com especificações de desempenho pro- • Plano de Recuperação de Desastres PRD – Tem o
jetadas; isto é, um sistema que está disponível para propósito de definir um plano de recuperação e res-
fornecer serviços de acordo com o seu projeto, sem- tauração das funcionalidades dos ativos afetados
pre que uma solicitação for realizada. que suportam os processos de negócio, a fim de
• Confiabilidade – A habilidade de um sistema de restabelecer o ambiente e as condições originais
executar uma função requerida sob condições in- de operação, no menor tempo possível.
dicadas por um período de tempo especificado.
• Integridade – A propriedade de manutenção dos Para obtenção de sucesso nas ações dos planos, é
dados da forma como foram gerados, não sofren- necessário estabelecer adequadamente os gatilhos de
do alteração durante a sua manipulação. acionamento para cada plano de continuidade. Estes
• Sobrevivência - A habilidade de um sistema de con- gatilhos são parâmetros de tolerância usados para si-
tinuar em operação ou existindo apesar das condi- nalizar o início da operacionalização da contingência,
ções adversas, inclui as ocorrências naturais, ações evitando acionamentos prematuros ou tardios.
acidentais, e ataques ao sistema.
Após o retorno à normalidade, relatórios deverão ser
3. Justificando um PCN entregues pelas equipes que operacionalizaram o pla-
no, ao Gestor do plano, com informações sobre o even-
Mesmo sem ter planos formais de continuidade, atra- to, apontando, por exemplo, características do objeto
vés dos questionamentos abaixo a alta gerência pode- da contingência, percentual de recurso afetado, quanti-
rá saber se a sua organização está preparada para dade de recursos afetados, tempo de indisponibilida-
uma fatalidade operacional: de, impactos financeiros, etc.

• Quais são os principais negócios da minha orga- 5. Atores e suas Responsabilidades no Grupo de
nização? Gerência de Crise
• Quais são os fatores de risco operacionais que
podem afetar seriamente os negócios da organi- A estrutura organizacional para o plano de continuidade
zação? de negócios, está descrita abaixo, onde se apresen-
• Qual seria o impacto nas receitas geradas pelos tam a definição, as atribuições e os responsáveis no-
negócios da empresa se um ou mais fatores de meados. O organograma terá validade enquanto durar
risco acontecesse? as ações de emergência, até ser resolvida, cancelada
• Como a empresa está preparada para lidar com o ou paralisada.
inevitável ou uma ameaça?
Modelo de organograma, com sua estrutura hierárqui-
Para cada questão não respondida ou respondida in- ca, definições e descrições de atribuições:
satisfatoriamente, aumenta a vulnerabilidade da em-
presa frente a fatos cuja ocorrência esteja fora de seu Participantes do Grupo de Gerência de Crise
controle.
Organograma
4. Relação dos planos de um PCN
Posição / Atribuições
Planos distintos são desenvolvidos para cada ameaça
considerada em cada um dos Coordenador do plano / Substituto
processos do negócio pertencentes ao escopo, defi-
nindo em detalhes os procedimentos
• Nomear os participantes do plano.
a serem executados em estado de contingência. Estes • Garantir a documentação atualizada dos sistemas.
planos são: • Garantir cópias redundantes das informações e
dados da organização.
• Plano de Gerenciamento de Crises PGC – Este • Disponibilizar recursos para ação de resposta.
documento tem o propósito de definir as respon- • Promover treinamento dos colaboradores.
sabilidades de cada membro das equipes envolvi- • Promover exercícios simulados.
das com o acionamento da contingência antes, • Garantir a revisão periódica do plano.
durante e depois da ocorrência do incidente. Além • Enviar relatório final de situação para o Comitê de
disso, tem que definir os procedimentos a serem Segurança da Informação.
executados pela mesma equipe no período de re-
torno à normalidade. O comportamento da empre- Grupo de atuação direta
sa na comunicação do fato à imprensa é um exem- • Planejamento das ações de resposta relacionadas
plo típico de tratamento dado pelo plano. à sua área.
• Plano de Continuidade Operacional PCO – Tem o • Determinar as orientações para as equipes de atuação.
propósito de definir os procedimentos para contin- • Seguir os procedimentos descritos para o cenário.
genciamento dos ativos que suportam cada pro- • Auxiliar, no que for necessário, nas ações de combate.
cesso de negócio, objetivando reduzir o tempo de • Avaliar a participação do grupo após um incidente.
indisponibilidade e, conseqüentemente, os impac- • Elaborar relatório final de situação.

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Grupo de apoio • Treinamento;


• Planejamento das ações de resposta relacionadas • Teste;
à sua área. • Revisão dos procedimentos (manutenção do Plano
• Seguir as orientações do coordenador do plano. de Continuidade).
• Executar as atividades de infra-estrutura de enge-
nharia e manutenção. O Treinamento pode e deve ser feito utilizando-se to-
• Executar as atividades de provimento de recursos. dos os meios já disponíveis na organização. O envolvi-
• Elaborar relatório final de situação. mento da área de treinamento da Organização e funda-
mental
6. Fases da Elaboração do PCN para que todos os funcionários, de alguma forma, se-
jam alcançados por esta etapa e assim venham a pos-
Um Plano de Continuidade ao ser desenvolvido deverá suir informação sobre o Plano de Continuidade.
resultar num conjunto de documentos onde estarão
registradas as ações do Plano propriamente dito e num Uma vez que a equipe está treinada, é chegada a hora
conjunto de ações relativas às adequações da infra- do Teste dos Planos, em especial dos Planos de Con-
estrutura e relativas às alterações dos procedimentos tinuidade Operacional e Recuperação de Desastres
do dia a dia da Organização. Porém, antes de desen- onde os fatores tempo e recursos são sempre críticos.
volvido e implementado, ele passará por todas as fa- Temos vários tipos de testes possíveis.
ses abaixo:
Estes testes podem ir desde a leitura em conjunto dos
6.1. Anteprojeto do PCN procedimentos (teste de mesa) de um grupo/equipe, até uma
simulação completa envolvendo todos os funcionários.
O Anteprojeto abrange a parte dos Planos de Continui-
dade mais controvertida e discutida no momento. Esta
discussão é em parte decorrente da importância desta Dos resultados dos testes e do treinamento obteremos
etapa do trabalho, mas também devido aos diferentes dados para realizar uma atualização do PCN. Esta revi-
entendimentos sobre ela. Apesar são deverá ser a primeira de uma série de atualizações
da sua importância observamos que a pressão exerci- que devem ser feitas enquanto a Organização existir. Um
da sob os responsáveis pela estruturação do Plano tem Plano de Continuidade sem atualização não será eficaz
feito com que esta etapa seja ignorada, ou sub-valori- na hora de um evento de indisponibilidade. Esta atualiza-
zada optando-se por se iniciar de imediato as etapas ção poderá ser feita tanto para descrever um novo cenário
subseqüentes. Como resultado desta postura encon- instalado ou, simplesmente, para modificar, para melhor,
tramos inúmeros Planos de Continuidade pouco confi- um procedimento descrito.
áveis por não atenderem às reais necessidades da
Organização para a qual eles foram desenvolvidos. 7. A Mais Importante Estratégia do PCN

Não há como se estruturar um Plano de Continuidade, “Sem uma solução de backup eficaz, não teremos con-
sem a realização de um anteprojeto que possibilite a tinuidade de serviços”
identificação das reais necessidades da Organização
e de cada processo crítico. Perguntas como estas de- O Plano de Continuidade tem sua sustentação básica com-
verão ser respondidas nesta fase: posta pelos procedimentos de cópias de base de dados e
a respectiva guarda destas cópias em local seguro.
• O que proteger (Quais processos?);
• Do que proteger (Quais desastres?); Cada tipo de arquivo irá exigir um tipo de cópia. Entre-
• Com o que proteger (Que Processos e recursos ado- tanto, numa primeira abordagem, podemos distinguir
tar?); entre dois tipos de arquivos: os arquivos de uso Corpo-
• Grau de exposição (Quanto o(s) processo(s) está(ão) rativo e os arquivos de uso pessoal. Independente do
exposto(s) a um desastre?); tipo de arquivo, sua cópia e a respectiva armazenagem
• Estimativa de Impacto de um Desastre (Qual a con- desta cópia é uma exigência do Plano de Continuida-
seqüência de um desastre?); de, claro de acordo com a política de segurança esta-
• Estratégia de Continuidade (Como manter a capaci- belecida.
dade produtiva no caso de um desastre?).
As cópias (backup’s) de todas as bases de dados cor-
6.2. Elaboração do Plano de Continuidade porativas devem ser feitas com a freqüência que suas
atualizações demandarem pela área gestora dos Re-
Neste ponto devemos construir os Planos propriamen- cursos de Tecnologia de Informação.
te ditos, conforme as definições do item 2 deste docu-
mento.
A guarda deve ser feita em local seguro, com uma dis-
• Plano de Gerenciamento de Crises PGC; tância geográfica mínima que evite que problemas nas
• Plano de Continuidade Operacional PCO; instalações tenham repercussão no local de guarda
• Plano de Recuperação de Desastres. das cópias (ou vice-versa).

6.3. Implementação Baseado na importância dos backup’s, pois guardam


uma cópia fiel dos dados minutos, ou até segundos,
Ao final desta fase, poderá parecer que o trabalho está antes de um desastre, foram criadas diversas estraté-
concluído. Mas não está. Falta ainda: gias para o seu armazenamento, que são:

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• Estratégia de Contingência Hot-site – Recebe este tos e deverá somente servir de base para os treinamen-
nome por ser uma estratégia pronta para entrar em tos e orientações dos envolvidos, capacitando-os a ope-
operação assim que uma situação de risco ocorrer. racionalizá-lo quando for necessário.
O tempo de operacionalização desta estratégia está
diretamente ligado ao tempo de tolerância a falhas Lembrem-se “Plano de Continuidade de Negócios não
do objeto. Se a aplicássemos em um equipamento é papel”.
tecnológico, um servidor de banco de dados, por
exemplo, estaríamos falando de milessegundos de 11. Referências Bibliográficas
tolerância para garantir a disponibilidade do serviço
mantido pelo equipamento. Norma brasileira NBR ISO/IEC 17799-1:2001 – Código de Prá-
• Estratégia de Contingência Warm-site – Esta se apli- ticas para a Gestão da Segurança da Informação, tradução
ca a objetos com maior tolerância à paralisação, da norma internacional ISO/IEC 17799-1:2000;
podendo se sujeitar à indisponibilidade por mais
tempo, até o retorno operacional da atividade, como Norma britânica BS 7799-2:1999 – Specification for Informa-
exemplo, o serviço de e-mail dependente de uma tion Security Management Systems;
conexão. Vemos que o processo de envio e recebi-
mento de mensagens é mais tolerante que o exem- Norma internacional ISO/IEC 13554 “Code of Pratice for Infor-
plo usado na estratégia anterior, pois poderia ficar mation Security Management”;
indisponível por minutos, sem, no entanto, comprome-
ter o serviço ou gerar impactos significativos. O Common Body of Knowledge e Professional Practices for
Business Continuity Planners, do Disaster Recovery Institute
• Estratégia de Contingência Cold-site – Dentro da
International – DRI International (www.drii.org);
classificação nas estratégias anteriores, esta pro-
põe uma alternativa de contingência a partir de um
Jon William Toigo, Disaster Recovery Planning: Strategies for
ambiente com os recursos mínimos de infra-estru-
Protecting Critical Information;
tura e telecomunicações, desprovido de recursos de
processamento de dados. Portanto, aplicável à situ-
James C. Barnes , A Guide to Business Continuity Planning;
ação com tolerância de indisponibilidade ainda mai-
or, claro que esta estratégia foi analisada e aprovada
Documentos Microsoft Technet;
pelos gestores.
• Estratégia de Contingência Datacenter – Considera
a probabilidade de transferir a operacionalização da
atividade atingida para um ambiente terceirizado;
portanto, fora dos domínios da empresa. Por sua
própria natureza, em que requer um tempo de indis-
ponibilidade menor em função do tempo de reativa-
ção operacional da atividade, torna-se restrita a pou-
cas organizações, devido ao seu alto custo. O fato de
ter suas informações manuseadas por terceiros e
em um ambiente fora de seu controle, requer aten-
ção na adoção de procedimentos, critérios e meca-
nismos de controle que garantam condições de se-
gurança adequadas à relevância e criticidade da ati-
vidade contingenciada.

10. Conclusão

O Plano de Continuidade deve ser estruturado para res-


ponder a determinados desastres. Um Plano de Conti-
nuidade não é um Plano genérico para qualquer tipo de
desastre. Antes de sua estruturação devem ser seleci-
onados os que serão contemplados no Plano (A exis-
tência de um Plano de Continuidade para um determi-
nado tipo de desastre, poderá vir a ser útil na resposta
a um desastre cuja ocorrência não tenha sido conside-
rada quando da estruturação do Plano. A existência de
procedimentos previamente planejados e dissemina-
dos aumentará a capacidade de resposta da Organiza-
ção a qualquer tipo de desastre).

Muito embora um dos produtos importantes da elabora-


ção de um Plano de Continuidade de Negócios seja a
sua documentação, ela por si só é ineficiente. A docu-
mentação visa registrar as premissas, os procedimen-

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GERENCIAMENTO DE CRISES de fácil consulta às normas preestabelecidas sobre o


assunto a ser gerenciado e conexão à Internet e televi-
À primeira vista, a expressão “gerenciamento de cri- são para acompanhamento ininterrupto dos noticiários.
se” carrega consigo uma contradição semântica. Como
gerenciar um fenômeno que desafia o conceito do que A Crise e a Comunicação Social
é rotineiro e previsível? Atualmente, com a rapidez da
propagação das informações e a complexidade das Nos casos de crise, cresce de importância a função do
relações globais, uma crise pode prejudicar, abalar ou militar de Comunicação Social, que deverá contribuir
até mesmo destruir a imagem de uma empresa, grupo para preservar, proteger e, muitas vezes, reconstruir a
ou instituição em pouco tempo, independente do seu imagem da Instituição. É necessário que os fatos se-
grau de credibilidade ou solidez. Daí a importância do jam informados aos órgãos de Comunicação Social
tema para instituições nacionais e permanentes como assim que ocorram, de forma que possam ser treina-
o Exército Brasileiro, que detém, junto à população bra- dos porta-vozes, mobiliados postos de atendimento e
sileira, um dos maiores índices de respeito e credibili- respondidos os questionamentos da imprensa.
dade do País. Tal imagem, construída ao longo de toda
a sua existência e assinalada pela participação em O que fazer
episódios marcantes da vida nacional, deve ser pre-
servada por todos os seus integrantes. 1. Calma! Prepare-se!
Não saia falando sem saber o que de fato aconteceu.
O que é Crise Declare à imprensa que você irá se informar e voltará a
falar. E volte!
Crise é diferente de problema. É um evento imprevisível
com potencial para provocar prejuízos significativos a 2. Não tema! Fale!
uma instituição e, conseqüentemente, aos seus inte- Se você não falar, alguém vai falar por você. Só que não
grantes. Se mal administrada, pode macular a credibili- necessariamente a verdade. Seja ágil em sua resposta
dade e a imagem da instituição. No Exército, ela pode para a mídia.
ocorrer, dependendo do escalão considerado, de diver- 3. Mentir, jamais!
sas formas e amplitudes . Acidentes com vítimas em A mentira tem pernas curtas. E, quando alguém desco-
treinamento militar ou na avaliação de um armamento a brir que você está mentindo, o último e mais precioso
ser adotado, denúncias de irregularidades administrati- recurso que lhe resta, a boa vontade da opinião pública,
vas ou da participação de integrantes da Força em ilíci- estará perdido.
tos e envolvimentos em problemas ambientais são, en-
tre outros, exemplos de fatos que podem gerar uma cri- 4. Assegure-se de estar sendo compreendido.
se. Fundamental, em qualquer caso, é agir com rapidez, Tudo é uma questão de comunicação. Será que os jor-
de modo a identificar a crise, analisá-la, verificar sua nalistas e a opinião pública estão de fato entendendo e
amplitude e tomar as providências necessárias para aceitando o que você está falando? Cuidado com ter-
amenizar suas conseqüências. mos técnicos e evasivos.
5. Não especule. Não brinque. Não subestime.
O Grupo de Gerenciamento Não dê a impressão de que você é arrogante ou age
de má-fé.
Para fazer frente à crise, é fundamental, nos escalões mais 6. Jamais diga “sem comentários” ou “nada a declarar”.
elevados, constituir um grupo de gerenciamento, que nada Essas frases, antipáticas, dão a impressão de que você
mais é do que a articulação de pessoas para esse fim. tem algo a esconder.
Esse grupo deve avaliar os potenciais riscos e preparar 7. Trate de ser identificado como honesto.
planos para agir preventivamente em relação a cada um A imagem e a credibilidade, no momento de crise, são
deles, bem como gerenciar a crise já instalada. Nas situa- decisivas. O que vale aqui é aquele dito antigo: “À mu-
ções de normalidade, o grupo deve simular ocorrências lher de César não basta ser honesta, deve parecer ho-
plausíveis de acontecer e, principalmente, quando a crise nesta”.
surgir, buscar o apoio dos mais diversos segmentos, tais 8. Lembre-se ainda:
como os públicos interno e externo da Força, a área gover-
namental e a mídia - enfim, todos que possam auxiliar na • em situações em que há vítimas, não deixe de in-
manutenção da imagem da Instituição. O grupo deve ser formar, imediatamente, à família e prestar solidari-
formado por profissionais das áreas jurídica, financeira, de edade e apoio a ela, por intermédio de um grupo de
pessoal, de operações, de comunicação social e de inteli- acompanhamento, treinado para isso. É inaceitá-
gência, entre as mais importantes. É fundamental que pos- vel os familiares tomarem conhecimento por ou-
sua poder de decisão, grande equilíbrio emocional e, de tros meios, bem depois do ocorrido;
acordo com o problema, esteja em condições de convocar • monte um comitê para gerenciar a crise e sua co-
membros de outras áreas relacionadas ao fato específico municação;
para melhor adequar a solução. • prepare press-releases, depoimentos, listas de per-
guntas e respostas, testemunhas favoráveis, etc.;
O local de Gerenciamento • agende entrevistas e atenda bem à imprensa;
• publique uma nota explicando a posição da Institui-
Uma sala deverá ser preparada para reunir o grupo de ção;
gerenciamento, de modo rápido e eficiente. O local pre- • monitore a mídia e corrija erros;
cisa dispor de todos os meios necessários para os • mantenha ativos os canais de comunicação com o
escalão superior;
profissionais que irão gerenciar a crise, incluindo co-
• se necessário, estabeleça uma central de atendi-
municação adequada, equipamentos de informática e mento para o público; e
de gravação (áudio e vídeo), informações ou acesso fa- • monitore a reação dos diversos públicos afetados
cilitado à(s) pessoa(s) ou órgão(s) envolvido(s), além e cuide de mantê-los bem informados.

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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Explicam as autoras Lastres e Albagli que:


Inteligência Competitiva em Organizações: “Informação e conhecimento estão correlacionados
Dado, Informação e Conhecimento mas não são sinônimos. Também é necessário distin-
guir dois tipos de conhecimentos: os conhecimentos
A sociedade da informação traz paradigmas da econo- codificáveis - que, transformados em informações, po-
mia, como produtividade e qualidade, cria novos cami- dem ser reproduzidos, estocados, transferidos, adqui-
nhos para o desenvolvimento e exige uma nova postu- ridos, comercializados etc. - e os conhecimentos táci-
ra diante das mudanças sociais. Gerar, obter e aplicar tos. Para estes a transformação em sinais ou códigos
conhecimento passa a ser item básico para enfrentar é extremamente difícil já que sua natureza está associ-
essas mudanças. ada a processos de aprendizado, totalmente depen-
dentes de contextos e formas de interação sociais es-
O que caracteriza uma sociedade como ‘sociedade da pecíficas” (1999, p.30).
informação’ basicamente é a economia alicerçada na
informação e na telemática, ou seja, informação, co- Miranda também distingue três diferentes tipos de co-
municação, telecomunicação e tecnologias da informa- nhecimentos:
ção. A informação, aqui entendida como matéria-prima, * “conhecimento explícito é o conjunto de informa-
como insumo básico do processo, a comunicação/te- ções já elicitadas em algum suporte (livros, docu-
lecomunicação entendida como meio/veículo de disse- mento etc.) e que caracteriza o saber disponível
minação/distribuição e as tecnologias da informação sobre tema específico;
entendidas como infra-estrutura de armazenagem, pro- * conhecimento tácito é o acúmulo de saber prático
cessamento e acesso. sobre um determinado assunto, que agrega con-
A sociedade da informação e sua relação com a econo- vicções, crenças, sentimentos, emoções e outros
mia de um país se dão através de uma superestrutura fatores ligados à experiência e à personalidade de
de comunicação, apoiada em tecnologias da informa- quem detém;
ção e, o mais importante, o conhecimento, sua geração, * conhecimento estratégico é a combinação de co-
armazenamento e disseminação, ou seja, o que se de- nhecimento explícito e tácito formado a partir das
nomina atualmente de ‘nova economia’, é a associação informações de acompanhamento, agregando-se
da informação ao conhecimento, sua conectividade e o conhecimento de especialistas” (1999, p.287).
apropriação econômica e social. Além disso, exige dos Davenport e Prusak conceituam dado, informação e
diferentes segmentos econômicos uma mudança sig- conhecimento. Contudo, dão maior ênfase ao termo
nificativa no processo produtivo e inovativo. ‘informação’: “informação, além do mais, é um termo
Os termos ‘dado’, ‘informação’ e ‘conhecimento’, se- que envolve todos os três, além de servir como cone-
rão conceituados neste momento, uma vez que se con- xão entre os dados brutos e o conhecimento que se
fundem pela proximidade do seu significado. pode eventualmente obter” (1998, p.18).
O termo ‘dado’ aparece muito na literatura da área de
Ciência da Informação e de Informática. É definido por Informação com Fator de Competitividade Organiza-
Miranda como um conjunto de registros qualitativos ou cional
quantitativos conhecido que organizado, agrupado, ca- As organizações são formadas por três diferentes ambi-
tegorizado e padronizado adequadamente transforma- entes: o primeiro está ligado ao próprio organograma,
se em informação” (1999, p.285). isto é, as inter-relações entre as diferentes unidades de
O termo ‘informação’ é conceituado por vários autores, trabalho como diretorias, gerências, divisões, departamen-
entre eles: Wurman entende que esse termo só pode tos, setores, seções etc.; o segundo está relacionado a
ser aplicado à “aquilo que leva à compreensão (...) O estrutura de recursos humanos, isto é, as relações entre
que constitui informação para uma pessoa pode não pessoas das diferentes unidades de trabalho e, o terceiro
passar de dados para outra” (1995, p.43). Páez Urda- e último, é composto pela estrutura informacional, ou seja,
neta também descreve o conceito de informação como geração de dados, informação e conhecimento pelos dois
dados ou matéria informacional relacionada ou estru- ambientes anteriores.
turada de maneira potencialmente significativa (apud As pessoas das diferentes unidades de trabalho que
Ponjuán Dante, 1998, p.3). Da mesma maneira, Miran- compõem uma organização têm necessidade de dados,
da conceitua informação como sendo “dados organiza- informação e conhecimento para desenvolverem suas
dos de modo significativo, sendo subsídio útil à toma- tarefas cotidianas, bem como para traçarem estratégias
da de decisão” (1999, p.285). de atuação. Portanto, dados, informação e conhecimen-
McGarry considera que o termo ‘informação’ possui os to são insumos básicos para que essas atividades ob-
seguintes atributos: tenham resultados satisfatórios ou excelentes.
* “considerada como um quase sinônimo do termo fato; Para gerenciar esses fluxos informacionais, quer formais
* um reforço do que já se conhece; ou informais, é necessário realizar algumas ações inte-
* a liberdade de escolha ao selecionar uma mensa- gradas objetivando prospectar, selecionar, filtrar, tratar e
gem; disseminar todo o ativo informacional e intelectual da
* a matéria-prima da qual se extrai o conhecimento; organização, incluindo desde documentos, bancos e
* aquilo que é permutado com o mundo exterior e bases de dados etc., produzidos interna e externamente
não apenas recebido passivamente; à organização até o conhecimento individual dos dife-
* definida em termos de seus efeitos no receptor; rentes atores existentes na organização.
* algo que reduz a incerteza em determinada situa- É importante salientar que os fluxos informacionais for-
ção” (1999, p.4). mais e informais ocorrem tanto no ambiente interno quanto

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no ambiente externo à organização e as ações integradas pelo desenho e execução de sua estratégia competiti-
mencionadas no parágrafo anterior devem ser realizadas va” (Cubillo, 1997, p.261).
nos dois ambientes. Desta maneira, argumenta-se a im-
portância da organização definir em seu organograma Os três termos são muito próximos e relacionados,
uma unidade de trabalho especificamente voltada a de- porquanto a ação de um incide na ação do outro. Existe
senvolver ações e atividades à gestão da informação, claramente uma hierarquização entre esses termos,
gestão do conhecimento ou inteligência competitiva na além disso as tecnologias de informação fazem parte
organização. desse contexto. “Um sistema de informações pode ser
caracterizado como uma tecnologia intelectual porque
Os termos ‘gestão da informação’, ‘gestão do conheci- afeta a organização das funções cognitivas do homem:
mento’ e ‘inteligência competitiva’, serão conceituados a coleta, o armazenamento e a análise de informações
neste momento, uma vez que também se confundem assim como atividades de previsão, concepção, esco-
pela proximidade do seu significado. lha, decisão” (Petrini, 1998, p.14). Isso pode ser apli-
Gestão da informação pode ser definida como todas cado à gestão da informação, na gestão do conheci-
as ações relacionadas à “obtenção da informação ade- mento e à inteligência competitiva.
quada, na forma correta, para a pessoa indicada, a um
custo adequado, no tempo oportuno, em lugar apropri- Os dados, informações e conhecimento estruturados
ado, para tomar a decisão correta” (Woodman apud são aqueles acessados dentro ou fora da organiza-
Ponjuan Dante, 1998, p.135). ção e podem ser entendidos como aqueles que com-
põem bancos e bases de dados internos e externos,
Para explicar melhor o conceito de gestão da informa- redes de comunicação como Internet, intranet’s, pu-
ção, a autora traz a definição de ‘gestão de recursos de blicações impressas etc.
informação’ como “o processo dentro do segmento da
gestão da informação que serve ao interesse corpora- Dados, informações e conhecimento estruturáveis ba-
tivo”. A GRI persegue associar a informação para bene- sicamente são aqueles produzidos pelos diversos se-
fício da organização em sua totalidade, mediante a ex- tores da organização, porém sem seleção, tratamento
ploração, desenvolvimento e otimização dos recursos e acesso. Como exemplo pode-se citar: cartões de visi-
de informação (Burk e Horton apud Ponjuán Dante, ta, colégio invisível, nota fiscal, atendimento ao consu-
1998, p.136). midor, entre outros.

Gestão do conhecimento é um “conjunto de estratégi- Dados, informações e conhecimento não-estruturados


as para criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos de são aqueles produzidos externamente à organização,
conhecimento, bem como estabelecer fluxos que ga- porém sem filtragem e tratamento. Alguns exemplos: in-
rantam a informação necessária no tempo e formato formações veiculadas na mídia, mais especificamente
adequados, a fim de auxiliar na geração de idéias, so- TV e rádio, boatos, acontecimentos sociais e políticos.
lução de problemas e tomada de decisão” (Machado A inteligência competitiva necessita ter o mapeamento e
Neto, 1998). a prospecção de dados, informações e conhecimento
produzidos internamente e externamente à organização,
Barroso define gestão do conhecimento como “a arte conhecer profundamente as pessoas chave da organi-
de criar valor alavancando os ativos intangíveis; para zação independentemente de cargos, assim como as
conseguir isso, é preciso ser capaz de visualizar a em- pessoas estratégicas fora da organização, saber quais
presa apenas em termos de conhecimento e fluxos de setores/instituições participam dos fluxos informacio-
conhecimento” (1999, p.156). nais, formais e informais, tanto no ambiente interno quan-
to externo à organização, estar sensíveis as necessida-
A gestão do conhecimento “está, dessa maneira, intrin- des informacionais dos clientes internos e externos, vi-
secamente ligada à capacidade das empresas em uti- sando elaborar produtos e serviços informacionais de
lizarem e combinarem as várias fontes e tipos de co- qualidade e direcioná-los de forma adequada e, final-
nhecimento organizacional para desenvolverem com- mente diminuir o stress informacional da organização.
petências específicas e capacidade inovadora...” (Ter- Todas essas ações visam, portanto, criar uma cultura
ra, 2000, p.70). informacional/intelectual na organização.
A definição de inteligência competitiva está muito liga- Os dados, informações e conhecimento prospectados
da a noção de processo, conforme segue: “objetiva sobre empresas, produtos, mercados, materiais, pro-
agregar valor à informação, fortalecendo seu caráter cessos, meio ambiente, tecnologia, pessoas, política,
estratégico, catalisando, assim, o processo de cresci- economia, finanças, comércio etc., têm a finalidade de
mento organizacional. Nesse sentido, a coleta, trata- dar maior segurança às direções perseguidas pela or-
mento, análise e contextualização de informação per- ganização. Agregar valor é fundamental para que o pro-
mitem a geração de produtos de inteligência, que faci- cesso de inteligência competitiva da organização, seja
litam e otimizam a tomada de decisão no âmbito tático efetivo. Por isso, os serviços e produtos devem ser per-
e estratégico” (Canongia, 1998, p.2-3). sonalizados ao público usuário. Uma outra questão
importante para a inteligência competitiva é a validade
Tyson afirma que inteligência competitiva é “um proces- dos dados, informações e conhecimento, isto é, real-
so sistemático que transforma bits e partes de informa- mente eles respondem as perguntas críticas do negó-
ções competitivas em conhecimento estratégico para a cio da organização quanto a consistência e confiabili-
tomada de decisão” (apud Costa & Silva, 1999, p.2). dade, utilidade e obsolescência e, finalmente a confi-
Inteligência competitiva é um “conjunto de capacida- dencialidade exigida.
des próprias mobilizadas por uma entidade lucrativa, O processo de inteligência competitiva organizacional
destinadas a assegurar o acesso, capturar, interpretar deve seguir sete passos para seu funcionamento con-
e preparar conhecimento e informação com alto valor tínuo. São eles:
agregado para apoiar a tomada de decisão requerida

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Complemento

1. Identificar os “nichos” de inteligência internos e ex- CUBILLO, J. “La inteligencia empresarial en las pequeñas y
ternos à organização; medianas empresas competitivas de América Latina: algunas
2. Prospectar, Acessar e Coletar os dados, informa- reflexiones”. Ciência da Informação, Brasília, v.26, n.3, p.235-
ções e conhecimento produzidos internamente e 242, set./dez. 1997.
externamente à organização;
DAVENPORT, T., PRUSAK, L. Conhecimento empresarial. Rio
3. Selecionar e Filtrar os dados, informações e co-
de Janeiro: Campus, 1999. 237p.
nhecimento relevantes para as pessoas e para a
organização; ________, ________. Ecologia da informação: por que só a
4. Tratar e Agregar Valor aos dados, informações e tecnologia não basta para o sucesso na era da informação.
conhecimento mapeados e filtrados, buscando lin- São Paulo: Futura, 1998. 316p.
guagens de interação usuário / sistema;
5. Armazenar através de Tecnologias de Informação DRUCKER, P. “As informações de que os executivos neces-
os dados, informações e conhecimento tratados, sitam hoje”. In: Administrando tempos de grandes mudan-
buscando qualidade e segurança; ças. São Paulo: Pioneira, 1995. p.75-89
6. Disseminar e transferir os dados, informações e FROTA, M. N., FROTA, M. H. A. Acesso à informação: estratégia
conhecimento através de serviços e produtos de alto para a competitividade. Brasília: CNPq/IBICT, FBB, 1994. 188p.
valor agregado para o desenvolvimento competitivo
e inteligente das pessoas e da organização; JANUZZI, C. A. S. C., MONTALLI, K. M. L. “Informação tecno-
7. Criar mecanismos de feed-back da geração de lógica e para negócios no Brasil: introdução a uma discussão
novos dados, informações e conhecimento para a conceitual”. Ciência da Informação, Brasília, v.28, n.1, p.28-
retroalimentação do sistema. 36, jan./abr. 1999.
KRUGLIANSKAS, I. Tornando a pequena e média empresa
Referência: competitiva. São Paulo: IEG, 1996. 152p.
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Central de Concursos / Degrau Cultural 41

04_Inteligencia Competitiva.pmd 41 30/11/2009, 12:04


Complemento

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PREVENÇÃO DE FRAUDES E na perspectiva qualitativa. Richardson (1985, p.39) afir-


DELITOS INTERNOS ma que o método qualitativo “não emprega um instru-
mental estatístico como base do processo de análise
de um problema. Não pretende numerar ou medir uni-
1. INTRODUÇÃO dades ou categorias homogêneas”.
Na atualidade mundial, talvez uma das principais preocu- Para o desenvolvimento deste, foram realizadas análi-
pações na área econômica e financeira tem sido a detecção ses em diversas legislações brasileiras, além de fazer-
das fraudes contábeis. A imprensa noticiou escândalos se a fundamentação teórica baseada em doutrinadores
envolvendo nomes de grandes companhias, tais como brasileiros.
WordCom, Enron, Xerox, Parmalat, entre outras. A principal limitação do presente trabalho, reside na abor-
De forma ampla, pode-se entender a fraude como qual- dagem, essencialmente, da legislação brasileira.
quer meio usado com a finalidade de obter vantagem
injusta sobre outra pessoa. Essa vantagem pode ser Devido ao fato de, possivelmente, alguns dos leitores
por ação ou omissão, por meio de conduta intencional do presente trabalho terem como primeiro contato com
ou má-fé. Constitui fraude tanto o ato de fazer, quanto o a matéria ora pesquisada este artigo, entende-se que é
ato de deixar de fazer, sendo que a conduta pode ser salutar fazer-se a revisão bibliográfica de alguns pontos
culposa ou dolosa. Culpa é a falta cometida contra o que são apresentados na pesquisa; então, no próximo
dever, por ação ou por omissão, proveniente de negli- item, passa-se a apresentar o referencial teórico.
gencia ou de ignorância. Ela pode ser ou não maliciosa,
pode ser voluntária ou involuntária; enquanto o dolo é 3. REFERENCIAL TEÓRICO
com intenção, artifício, engano perpetrado para induzir
outra pessoa à prática de um ato em proveito ou prejuízo No referencial teórico busca-se contextualizar alguns
próprio ou de outra pessoa. pontos importantes acerca do assunto em estudo. Dis-
Importa salientar que, nem sempre haverá o intuito de corre-se sobre a fraude, faz-se a diferenciação entre frau-
prejudicar alguém. A fraude nos termos aqui tratados, des e erros, faz-se a tipificação das fraudes. Em segui-
também é chamada de “crime do colarinho branco”. da é mostrada qual a relação entre a auditoria e as frau-
As vítimas das fraudes são as empresas, seus usuários des e depois se discorre sobre os controles para evitar-
internos e, principalmente, os usuários externos. Como se as fraudes.
exemplo de fraudes praticadas contra os usuários inter- A seguir, passa-se a discorrer a respeito dos tópicos,
nos, pode-se citar a fraude contra os quotistas ou acio- sendo que, em um primeiro momento, discorre-se so-
nistas, quando por desvios financeiros cometidos pelos bre as fraudes.
funcionários no caixa, omissões de receitas e aumento
de despesas, movimentações de desvios de itens de
3.1. Fraudes
estoque, ou até mesmo, tentando esconder a ineficiência
administrativa, no sentido de apresentar melhores resul-
O dicionário da língua portuguesa Aurélio (2003, p. 261)
tados em relatórios internos. Uma contabilidade
define fraude como “Abuso de confiança”. Partindo do
dolosamente alterada pode omitir vultuosas quantias.
conceito não técnico apresentado, segue-se para a
Após essa breve explanação sobre alguns pontos ine-
conceituação dos doutrinadores contábeis, iniciando com
rentes às fraudes, propõe-se como objetivo analisar os
Sá e Hoog (2005, p. 19), os quais afirmam que “a fraude
mecanismos legais de coibição das fraudes em empre-
é um ato doloso cometido de forma premeditada, plane-
sas no Brasil.
jada, com a finalidade de obter proveito com o prejuízo de
Um dos fatores importantes para a realização desta pes- terceiros”. Iudícibus et al. (2003, p. 111) apresentam o
quisa é uma certa ausência de publicações sobre o tema. conceito de fraude contábil afirmando que ela “significa
Há alguma bibliografia sobre o assunto, no entanto, o tema enganar os outros em benefício próprio. Pode ser roubo,
fraude, é sempre abordado com bastante superficialida- desfalque, estelionato, falsificação etc. Por exemplo, fal-
de. Da mesma forma, no meio acadêmico, existe uma la- sificação de documentos, apropriação indevida de bens,
cuna quanto à pesquisa sobre a legislação que coíbe as cálculos errados”. Observa-se, nestas definições, que
fraudes nas empresas. os autores citados levam à idéia de perder a confiança,
Outra particularidade desta pesquisa está em seu cunho aproveitar-se, enganar e sonegar; então, pode-se dizer
social. Com este trabalho busca-se trazer uma contribui- que fraude é qualquer meio usado por uma pessoa com
ção à sociedade, pois sintetiza diversas normas a finalidade de obter vantagem injusta sobre outra pes-
esparsas. soa, seja por ato ou omissão, em que a intenção é
dolosa ou culposa.
2. METODOLOGIA DA PESQUISA As fraudes acompanham o mundo dos negócios e das
organizações ao longo dos tempos contribuindo inclusi-
Por meio da pesquisa pode-se obter conhecimento so- ve para o crescimento de algumas companhias através
bre um assunto. E toda pesquisa, para alcançar seus do “engano, privilégios especiais, ilegalidade grossei-
objetivos, necessita de uma linha a ser seguida, ou seja, ra, suborno, coerção, corrupção, intimidação, espiona-
uma metodologia. gem e terror ostensivo”. (MICKLETHWAIT, 2003).
Este estudo, quanto aos seus objetivos, caracteriza-se Para Silva (2003, p. 2), no Brasil a fraude nas escrita
como uma pesquisa exploratória, por buscar uma visão contábil “corresponde à busca por menor carga tributá-
geral sobre um determinado fato. Segundo Beuren e ria e nos Estados Unidos da América – EUA, corresponde
Raupp. (2004, p.81), a exploração de um assunto “signi- a busca por investidores em companhias através de
fica reunir mais conhecimento e incorporar característi- vendas e negociações de títulos, gerando no mesmo
cas inéditas, bem como buscar novas dimensões até fato patrimonial, contabilizações adversas”.
então não conhecidas”.
Devido ao fato de existir semelhança entre a fraude e o
Tendo em vista que a presente pesquisa visa investigar erro, a seguir, passa-se a diferenciar as duas situações.
quais as normas brasileiras que coíbem a fraude, os
dados pesquisados e sistematizados foram analisados

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Complemento

3.2. Diferenças entre o Erro e a Fraude Como se verifica na tabela anterior, tem-se que a maior
incidência de fraudes está relacionada à falsificação de
Quando se estuda a fraude, ponto fundamental é cheques/documentos, seguidos pelo roubo de ativos e
diferenciá-la do erro, pois ambos os são muito próximos. pela adulteração de valores em notas de despesas.
Para Sá e Hoog (2005, p. 18), “a fraude é sempre um
delito” enquanto o “erro é sempre um ilícito”. Para a Importa mencionar que o somatório dos percentuais da
conceituação de delito e ilícito recorre-se a Hoog (2005, p. Tabela 1 ultrapassa 100% devido ao fato de existir a
153), que afirma que “delito é um fato que a lei declara de possibilidade de o respondente da pesquisa ter optado
forma expressa como sendo punível por ser crime, do por mais de uma resposta.
tipo doloso como: conluio, roubo, fraude, estelionato, apro- As fraudes podem ser gerenciais ou contra as organiza-
priação indevida de recursos, ou qualquer tipo de crime ções. Neste estudo, serão abordadas apenas as frau-
contra a ordem tributária, a relação de consumo e o siste- des contra as organizações.
ma financeiro nacional”. Enquanto ilícito “são os atos proi-
bidos por lei e prejudiciais à moral, à qualidade de vida, à A fraude assume múltiplas modalidades que, segundo
função social da propriedade e ao sossego público, tais Attie (1992, p. 215) dividem-se em:
como: erro, ignorância, desídia, imperícia, omissão; tam- - não-encobertas: são aquelas que o autor não considera
bém são considerados atos ilícitos os que violarem direi- necessário mascarar, porque o controle interno é muito
tos ou causarem dano material ou moral a outrem”. fraco. Um exemplo seria a retirada de dinheiro do caixa,
Apesar de existir certa dificuldade para o julgamento se sem se efetuar nenhuma contabilização;
determinada inconformidade foi erro ou fraude, tecnica- - encobertas temporariamente: são feiras sem afetar os
mente, ambos conceitos são bem diferentes. A fraude é registros contábeis; por exemplo, retirar dinheiro
um ato doloso, propositalmente praticado, já o erro é um proveniente das cobranças, omitindo o registro delas de
ato culposo, em que não há intenção do agente na sua modo que seu montante possa ser coberto com o registro
prática. Geralmente, o fraudador procura escondê-lo, fato de cobranças posteriores, e assim sucessivamente; e
que gera mais trabalho e requer maior inteligência para - encobertas permanentemente: nesses casos, os autores
a sua detecção. De acordo com Sá e Hoog (2005, p.19): da irregularidade preocupam-se em alterar a informação
contida nos registros e outros arquivos, para assim ocultar
erro pode ser fruto da desídia ou ignorância, neste caso a irregularidade. Por exemplo, a retirada indevida de dinheiro
considerado como invito; são os ilícitos denominados recebido de clientes poderia ser encoberta, falsificando-
culposos e têm sua origem na: se as somas dos registros de cobranças; porém, isto não
- Negligência quando não é aplicado um procedimento bastaria, pois, como o valor a creditar aos clientes não
prescrito na lei, ou em uma ordem superior; poderia ser alterado com o risco de futuras reclamações,
- Imperícia que é a incapacidade para o desempenho da tarefa; deve-se procurar outro artifício.
- Imprudência que é a ausência de cautela, precaução; e
- Desídia que é a preguiça, indolência, inércia, negligência.
No próximo tópico, passa-se a narrar sobre a influência
das fraudes na auditoria.
Após diferenciado o erro da fraude, passa-se a apre-
sentar as principais modalidades de fraude. 3.4. A Auditoria e as Fraudes
3.3. Tipificação Para Santos e Grateron (2003, p. 15) “o termo responsa-
bilidade está muito relacionado à atividade do auditor, e
Para melhor visualização e entendimento das fraudes,
apresenta-se a Tabela 1, em que são listadas as princi- falar de um sem mencionar o outro seria muito difícil”.
pais fontes geradoras de perdas financeiras com frau- Neste sentido, a seguir, será discorrido sobre a respon-
des para as empresas. sabilidade da auditoria em apontar e coibir a fraude.

Tabela 1 – Tipificação do Ato Fraudulento Cosenza (2003, p. 52) define a auditoria como “uma es-
pecialidade do conhecimento contábil, que tem a função
Formas Geradoras de Maiores de cuidar da avaliação dos procedimentos contábeis e
Percentual (%) da verificação de sua autenticidade, a fim de comprovar
Perdas Financeiras
sua eficácia e adequação para a evidenciação da reali-
Falsificação de balanços 1% dade patrimonial e financeira das entidades”. Então, a
Violação de direitos autorais 1% partir do momento que a contabilidade seja maquiada,
os procedimentos não podem ser ratificados no parecer
Espionagem Corporativa 2%
do auditor independente.
Compras para uso pessoal 10%
Deve-se destacar que a auditoria tem relevante papel soci-
Cartão de crédito 4% al, pois é inviável ao usuário externo, bem como, a maioria
Uso de informação privilegiada 10% dos internos, participarem ativamente das técnicas
Pagamentos indevidos (propina) 14%
contábeis que irão ensejar os demonstrativos contábeis,
logo, esses usuários confiam a atribuição de análise e
Notas Fiscais "frias" 23% registro das transações empresariais aos contabilistas,
Notas de despesas 30% que, muitas vezes tem seu trabalho avalizado pelo auditor.
Então, o objeto da auditoria na formulação do parecer do
Roubo de Ativos 33%
auditor exige a opinião profissional sobre a confiabilidade
Falsificação de cheques / das informações econômico-financeiras. Ao discorrer so-
37%
documentos bre confiabilidade das informações, naturalmente, devem
Outros 17% estar isentas de qualquer tipo de fraude.
Fonte: Adaptado da pesquisa sobre fraudes da KPMG Lembra-se ainda, que, quando se audita uma organi-
Forense Service – 2004 zação, os auditores devem levar em consideração a

44 Central de Concursos / Degrau Cultural

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Complemento

continuidade da entidade por, pelo menos, mais um Ética do Contabilista, Lei do Colarinho Branco e Normas
ano e para tal, o ideal é considerar o risco das fraudes. do Conselho Federal de Contabilidade.
Após verificar-se o conceito de auditoria, passa-se a
4. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO PESQUISADA
apresentar os principais instrumentos de óbice para
evitar-se a tramóia nas empresas.
Neste ponto passa-se, efetivamente, a apresentar a le-
gislação inerente à fraude pesquisada.
3.5. O Controle
4.1. O Novo Código Civil – Lei 10.406/2002
Para Lopes e Hoog (2005, p. 12) a fraude é “intensa-
mente praticada, repudiada pela ética e pela moral, a Nesta lei são normatizados os princípios fundamentais:
fraude é considerada perante a lei como algo que mere- a eticidade, a socialidade e a operabilidade, e ainda, é
ce reprovação”. atribuído ao contabilista a responsabilidade solidária
pelos atos praticados inerentes ao exercício da profis-
As causas para a prática fraudulenta podem ser Diver-
são, que denote conduta antijurídica, especificadamente
sas. A fim de tentar desvendar os motivos, na Tabela 2 nos artigos discorridos a seguir:
apresenta-se o resultado de uma pesquisa realizada
em 2004. Art.186. Dos Atos Ilícitos: Aquele que por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência,
Tabela 2 – Causas Prováveis para o Crescimento de violar direito e causar danos a outrem, ainda que
Atos Fraudulentos exclusivamente moral cometer ato ilícito.

Causas Prováveis das Fraudes Percentual (%) Art. 1.177. Do contabilista e outros auxiliares -Seção III:
Os assentos lançados nos livros ou fichas do
Falsificação de balanços 6% preponente, por qualquer dos prepostos encarregados
Violação de direitos autorais 14% de sua escrituração, produzem, salvo se houver
procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se
Espionagem Corporativa 41% fossem por aquele.
Compras para uso pessoal 51% Parágrafo Único: No exercício de suas funções, os
Cartão de crédito 52% prepostos são pessoalmente responsáveis, perante o
preponente, pelos atos dolosos.
Uso de informação privilegiada 62%
Pagamentos indevidos (propina) 5% Art. 159. Da Fraude contra credores – Seção VI: Serão
igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
Fonte: Adaptado da KPMG Forence Service – 2004 insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver
motivo para ser conhecida do outro contratante.
De acordo com o resultado da pesquisa apresentada
na tabela anterior, tem-se que o maior motivo apontado Art. 927. Da obrigação de indenizar: Aquele que, por ato
pelos respondentes foi a perda de valores sociais e mo- ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
rais, seguidos pela impunidade e pela insuficiência de
sistemas de controle. Parágrafo Único: Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados
Importante explicar que a tabela acima totaliza número em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvi-
maior que 100% pelo fato de os entrevistados na pes- da pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
quisa terem a opção de assinalarem mais de uma alter- para os direitos de outrem.
nativa de causa de fraudes.
Relacionado ao assunto contábil, no artigo 1.188, está a
As fraudes vêm se tornando cada vez mais citadas em principal virtude do novo Código Civil. Estabelecem-se,
jornais especializados em negócios no Brasil. Neste sen- expressamente, rigores ao balanço patrimonial, exigin-
tido, aqui se cita o resultado da pesquisa de Murcia e Borba do fidelidade, clareza e situação real da empresa, tudo
(2006, p. 6) que após pesquisa nos jornais Gazeta Mer- isso subordinado rigorosamente ao processo centená-
cantil e Valor Econômico, identificaram 06 noticias envol- rio das partidas dobradas. Exigências, essas, que não
vendo fraudes no ano de 2001, 177 em 2002, 78 no ano de eram expressamente feitas pela Lei 6.404/76 (que tem
2003, 103 noticias em 2004, sendo que das empresas sido tomada como base). Essa lei, nos artigos 178 a
citadas 13 eram brasileiras e 33 eram internacionais. 188, estabelece os conceitos contábeis, critérios e pro-
cedimentos para a elaboração do seu balanço
Ao longo dos tempos empresas e auditores têm de- patrimonial, normas que também podem ser aplicadas
senvolvido os seus controles internos e suas técnicas às demais sociedades, desde que tal aplicação esteja
para garantir, dentro do possível, a ausência de não- prevista no contrato social.
conformidades materialmente relevantes nas demons-
trações contábeis. Para Sá (2002, p.27):

Além da necessidade pessoal de auditores e empresá- “A fidelidade está em se espelhar de forma sincera o que
rios, existem diversas normas que objetivam a redução ocorreu; A clareza se encontra na facilidade do entendimen-
das fraudes no mundo corporativo. As principais nor- to; A uniformidade é o princípio que defende a regularidade ou
mas são: novo Código Civil, Código de Defesa do Con- constância de critérios; A realidade expressa o que é verda-
deiro; Só o verdadeiro interessa à Contabilidade e atende ao
sumidor, Lei Sarbanes-Oxley, Código Penal, Código de
espírito do artigo 1.188 do Código Civil de 2002 (Lei 10.406)”.

Central de Concursos / Degrau Cultural 45

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Complemento

Importante mencionar que o dispositivo acima mencio- Em 1990, teve-se a aprovação de uma lei que trata sobre
nado, apesar de ainda hoje ser chamado de “novo Códi- os crimes cometidos contra a ordem tributária e financei-
go Civil”, não é tão novo, tanto é que no ano de 1961, o ra do país brasileiro. A seguir passa-se a discorrer a res-
escritor Sá (1961, p.11) já afirmava que “são requisitos peito dessa lei, chamada de Lei do Colarinho Branco.
de um balanço: 1 – Clareza, 2 – Exatidão e 3 – Apresen-
tação Técnica”. 4.5. Lei do Colarinho Branco – Lei 8.137/1990
Após mostrar o tratamento dado na esfera civil, tratando
A Lei 8.137/1990, mais conhecida como Lei do Colari-
a respeito da reparação do prejuízo causado a terceiros,
nho Branco também arrazoa a respeito das fraudes.
a seguir passa-se a apresentar a normatização de pro-
Conforme art.1º: constitui crime contra a ordem tributária
teção aos tomadores de serviços.
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qual-
quer acessório, mediante as seguintes condutas:
4.2. Código de Defesa do Consumidor
I. Omitir informação, ou prestar declaração falsa às
Visando proteger os tomadores de serviços, o art.14 do autoridades fazendárias;
Código de Defesa do Consumidor normatiza: II. Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elemen-
Art.14. o fornecedor de serviços responde, independen- tos inexatos, ou omitindo operação de qualquer na-
temente da existência de culpa, pela reparação dos da- tureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
nos causados aos consumidores, por defeitos relativos III. Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota
à prestação de serviços, bem como por informações de venda, ou qualquer outro documento relativo à
insuficientes ou inadequadas sobre a sua fruição e ris- operação tributável;
cos. No par.4o do artigo há previsão de que “a responsa- IV. Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar docu-
bilidade pessoal dos profissionais liberais será apura- mento que saiba ou deva saber falso ou inexato.
da mediante a verificação de culpa”.
A seguir, após apontar a legislação relacionada aos cri-
As fraudes também são puníveis penalmente, a seguir,
mes financeiros e tributários, passa-se a comentar a
apresenta-se os principais artigos constantes no Códi-
legislação emanada pelo Conselho Federal de Conta-
go Penal Brasileiro no que concerne as fraudes.
bilidade no que concernem as fraudes e erros.
4.3. Código Penal Brasileiro – Decreto-Lei 2848/1940
4.6. Normas de Auditoria -Conselho Federal de Conta-
bilidade
Além das normas civis, existe a norma penal, através do
Código Penal, que trata a respeito das fraudes. Os prin-
O trabalho do auditor visa avalisar as informações con-
cipais artigos são:
tábeis da empresa refletidas nos demonstrativos contá-
Art.342. Fazer afirmação falsa, ou negar, ou calar a ver- beis e sempre que o auditor emite seu parecer ele é
dade como testemunha, perito, contador, tradutor ou in- responsável pelo mesmo.
térprete em processo judicial, ou administrativo, inquéri-
to policial, ou em juízo arbitral... Historicamente as notícias de erros de auditoria, se com-
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer paradas ao grande número de auditorias realizadas, são
outra vantagem a testemunha, perito, contador, ... poucos. No entanto, de acordo com Boynton, Johnson e
Kell (2002, p. 134), “falhas de auditoria, contudo, são
como acidentes nucleares: raramente acontecem, mas
No momento seguinte, apresenta-se a norma emitida
quando acontecem têm conseqüências enormes”.
pelo Conselho Federal de Contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade em harmonia
4.4. Código de Ética do Contabilista com a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, o Banco Central do
Além das normas gerais atinentes a toda a sociedade, o Brasil e a Superintendência de Seguros Privados edi-
contabilista possui seu código de ética a ser seguido. tam normas que regulamentam a profissão contábil.
Esta norma diz que:
Art.2º. São deveres do contabilista:
I. Exercer com zelo, diligência e honestidade, observa-
da a legislação vigente e resguardados os interes-
ses de seus clientes e/ou empregadores, sem pre-
juízo da dignidade e independência profissionais;

Art. 3º. No desempenho de suas funções, é vedado ao


contabilista:
VIII. Concorrer para a realização de ato contrário à le-
gislação ou destinado a fraudá-la ou praticá-la, no
exercício da profissão, ato definido como crime ou
contravenção.

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Complemento

Neste artigo se faz mister mencionar a Resolução CFC II. imediata divulgação de transações de administra-
836/99 que complementa a Resolução 820/97 inter- dores com ações da empresa;
pretando o item 11.1.4 desta que trata sobre o erro e a III. criação do comitê de auditoria, composto por mem-
fraude. Os principais pontos são apresentados no bros não executivos do conselho da administração;
Quadro 1: IV. especificação dos serviços que não podem ser re-
alizados pelas empresas de auditoria;
Quadro 1: Interpretação do item 11.1.4 da V. maior transparência na divulgação das informações
Resolução CFC 820/97 financeiras e dos atos da administração;
VI. devolução de participação nos lucros ou bônus pelo
PONTOS O QUE FAZER
CFO, no caso de prejuízos decorrentes de erros
O auditor não é responsável nem pode ser contábeis;
responsabilizado pela prevenção de fraudes ou
erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho VII. a criação de novos tipos de penas e aumento da
avaliando o risco de sua ocorrência, de forma a ter penalidade para crimes listados;
grande probabilidade de detectar aqueles que VIII. a redução de prazos para divulgação dos relatórios
impliquem efeitos relevantes nas demonstrações anuais;
A
contábeis.
responsabilidade IX. a adoção de práticas mais rígidas de governança,
Ao planejar a auditoria, o auditor deve indagar da
do auditor
administração da entidade auditada sobre qualquer como o código de ética para os administradores,
fraude e/ou erro que tenham sido detectados. Ao novos padrões de conduta e maior responsabilida-
detectálos, o auditor tem a obrigação de comunicá- de dos advogados;
los à administração da entidade e sugerir medidas
corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no X. aprovação de stock options pelos acionistas.
seu parecer, caso elas não sejam adotadas.
Quando a aplicação de procedimentos de auditoria, Ao finalizar as considerações à legislação norte-ameri-
planejados com base na avaliação de risco, indicar a
cana, passa-se a ponderar sobre as formas de preven-
provável existência de fraude e/ou erro, o auditor
deve considerar o efeito potencial sobre as ção contra as fraudes.
demonstrações contábeis. Se acreditar que tais
fraudes e erros podem resultar em distorções 4.8. Formas de Prevenção Contra as Fraudes
relevantes nas demonstrações contábeis, o auditor
deve modificar seus procedimentos ou aplicar outros,
Atualmente, talvez o melhor instrumento de combate à
Os em caráter adicional.
procedimentos A extensão desses procedimentos adicionais ou fraude seja a auditoria integral.
quando modificados depende do julgamento do auditor
existe indicação quanto:
A auditoria integral, também chamada de auditoria fo-
de fraude ou - aos possíveis tipos de fraude e/ou erro; rense, diferencia-se da auditoria contábil (tradicional)
erro - à probabilidade de que um tipo particular de fraude pelo fato de esta última, geralmente, visar apenas pare-
e/ou erro possa resultar em distorções relevantes cer do auditor independente, que nada mais é do que a
nas demonstrações contábeis. opinião sobre a existência de distorções materialmente
Salvo quando houver circunstâncias indicando
claramente o contrário, o auditor não pode presumir
relevantes nas demonstrações contábeis, e ainda, fre-
que um caso de fraude e/ou erro seja ocorrência qüentemente, utiliza técnicas de amostragens, enquan-
isolada. Se necessário, ele deve revisar a natureza, to a auditoria integral procura detectar fraudes; para a
a oportunidade e a extensão dos procedimentos de reunião de provas, verifica todos os documentos que
auditoria. corroboram as transações efetuadas pela empresa.
Se o auditor concluir que a fraude e/ou erro têm
efeito relevante sobre as demonstrações contábeis, e
Entrevista os empregados da empresa e terceiros. Faz
que isso não foi apropriadamente refletido ou análise de arquivos de computadores, e outros procedi-
Os efeitos de mentos que entender útil para o perfeito aferimento da
corrigido, deve emitir seu parecer com ressalva ou
fraude e/ou erro
no parecer do
com opinião adversa. segurança nos demonstrativos contábeis, enfim, existe
Se o auditor não puder determinar se houve fraude certo espírito de suspeição. Quanto ao nível de materia-
auditor
e/ou erro, devido a limitações impostas pelas
circunstâncias, e não pela entidade, deve avaliar o lidade, a investigação de irregularidades, não atenta para
tipo de parecer a emitir. o nível de materialidade. O nível de minúcia na realiza-
ção de um exame depende essencialmente da susceti-
Fonte: Adaptado da Resolução CFC
bilidade de ocorrência de fraudes e manipulações numa
determinada área.
A fim de ilustrar como atualmente ocorre nos EUA, pas-
sa-se a discorrer a respeito de um dos mecanismos Verifica-se que no cotidiano empresarial, uma das princi-
mais recentes de coibição de fraudes aprovados pelo pais fraudes praticadas é a fraude contábil. A contabilida-
Senado americano, a Lei Sarbanes-Oxley. de, que tem como principal função demonstrar através de
números toda a existência da empresa, bem como con-
4.7. Lei Sarbanes-Oxley trolar o patrimônio das mesmas, se apresenta como um
grande atrativo para pessoas mal intencionadas, normal-
Após diversos escândalos financeiros envolvendo com- mente, objetivando desviar ativos, dados ou informações.
panhias americanas, o Senado aprovou a Lei Sarba- No entanto, a contabilidade, principalmente através da
nes-Oxley que objetiva coibir as fraudes. Os principais técnica da auditoria integral, apresenta-se como um bom
pontos da mencionada Lei são os seguintes: subsídio para a descoberta e desmantelamento de ver-
I. Responsabilidade do CEO (Chief Executive Officer) dadeiras quadrilhas de crimes empresariais, e, até
e CFO (Chief Financial Officer) pelas divulgações mesmo, crimes sociais contra o patrimônio empresari-
da empresa e pela certificação das demonstrações al e público. Cabe a ela e, conseqüentemente, aos pro-
contábeis; fissionais que a conduzem, manterem-se atualizados e
melhorarem os controles internos da empresa.

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Complemento

A partir das análises efetuadas na legislação, apresen- 6. REFERÊNCIAS


tam a seguir algumas conclusões.
ATTIE, Wiliam. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1992.
5. CONCLUSÕES BEUREN, Ilse Maria; RAUPP, Fabiano Maury. Metodologia da
Pesquisa Aplicável às Ciências Contábeis. In: BEUREN, Ilse
Maria (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em con-
Após o termino deste artigo, verificou-se que fraude é tabilidade: teoria e prática. 2.ed. – São Paulo: Atlas, 2004.
qualquer meio usado por uma pessoa com a finalidade
de obter vantagem injusta sobre outra pessoa, seja por BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter
G. Auditoria. São Paulo: Atlas, 2002.
ato ou omissão, em que a intenção é dolosa ou culposa.
COSENZA, José Paulo; Grateron, Ivan Ricardo Guevara. A
Quanto à diferenciação entre fraude e erro, viu-se que auditoria da contabilidade criativa. Revista Brasileira de Con-
apesar de eles serem muito próximos, tecnicamente, tabilidade, n.143, Setembro/Outubro de 2003, p. 52.
ambos conceitos são bem diferentes. A fraude é um ato BRASIL. Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei 2.848, de 1940.
doloso, propositalmente praticado, já o erro é um ato
_______. Lei do Colarinho Branco, Lei 8.137, de 1990.
culposo, em que não há intenção do agente na sua prá-
tica. Geralmente, o fraudador procura escondê-lo, fato _______. Novo Código Civil, Lei 10.406, de 2002.
que gera mais trabalho e requer maior inteligência para _______. Resolução CFC 836, de 1999.
a sua detecção.
_______. Código de Defesa do Consumidor.
Em pesquisa apresentada no artigo, viu-se que a maior FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Lín-
incidência de fraudes está relacionada à falsificação de gua Portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
cheques/documentos, seguidos pelo roubo de ativos e
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Moderno Dicionário Contábil.
pela adulteração de valores em notas de despesas. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2005.
Destacou-se que a auditoria tem relevante papel social IUDÍCIBUS, Sérgio de; et al. Dicionário de termos de
na detecção e no combate à fraude. contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
De acordo com o resultado de pesquisa apresentada, KPMG. Disponível em: http://www.kpmg.com.br. Acesso em:
tem-se que o maior motivo apontado foi a perda de valo- 07 jan. 2007.
res sociais e morais, seguidos pela impunidade e pela Lei Sarbanes – Oxley.
insuficiência de sistemas de controle. MICKLETHWAIT, John; Adrian, Wooldridge. Breve história de
uma idéia revolucionária. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
Existe uma grande quantidade de normas relacionadas
ao tema fraude. As normas dizem respeito à ética, a tec- MURCIA, Fernando Dal-ri; BORBA, José Alonso. Quantificando
nicidade, a atos civis e a atos penais. Os efeitos gera- as Fraudes Contábeis sob duas óticas: Jornais Econômicos
Versus Periódicos Acadêmicos no período 2001
dos a partir da legislação atinente vão desde censura
pública, no caso dos Conselhos Regionais, passando 2004. Disponível em http://www7.rio.rj.gov.br/cgm/academia/
pela reparação financeira dos atos praticados que tra- artigos/ acessado em 23 de junho de 2007.
gam prejuízos financeiros até sanções penais, inclusive RICHARDSON, Roberto J. Pesquisa Social: métodos e
com cerceamento do direito de ir e vir. técnicas. São Paulo: Atlas, 1985.

Mesmo diante de todos estes dispositivos para coibir e SÁ, Antônio Lopes de; HOOG, Wilson Alberto Zappa.
Corrupção, fraude e contabilidade. Curitiba: Juruá, 2005.
punir os fraudadores observa-se que é uma prática com
índices muito elevados, acredita-se que, na prática, uma SÁ, Antônio Lopes de. Contabilidade e o Novo Código Civil de
das causas seja a falta de impunidade aos infratores, maus 2002. Belo Horizonte: UNA, 2002.
exemplos em todos os níveis da sociedade deixando de SÁ, Antônio Lopes de. Princípios Básicos de Análise de
existir bons exemplos as boas práticas além do que é um Balanços e Planificação de contas. 1a ed. Belo Horizonte:
Presidente, 1961.
problema das pessoas, ou melhor, do ser humano, alia-
dos da ganância e egoísmo entre outros fatores que acom- SANTOS, Ariovaldo dos. GRATECON, Ivan Ricardo Guevara.
panham as sociedades ao longo dos tempos. Contabilidade criativa e a responsabilidade dos auditores.
São Paulo: USP, 2003. Disponível em http://
Em suma, a fraude nas empresas é uma realidade bas- w w w. e a c . f e a . u s p . b r / c a d e r n o s / c o m p l e t o s / c a d 3 2 /
tante presente que precisa ser bastante trabalhada pelos art1_rev32.pdf. Acessado em 20/06/2007.
órgãos de controle e ainda, haver uma grande conscienti- SILVA, Adilson Cerqueira da. A Contabilidade Gerencial, os
zação e recuperação de valores éticos e morais. efeitos fiscais sobre as informações contábeis no Brasil e a
normatização internacional. Disponível em http://
www.icteba.org.br/upload/Neopatrimonialismo. Acessado em
10/06/2007.

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Complemento

SEGURANÇA DO CONHECIMENTO reduzir os riscos de segurança de informação, uma vez


PROTEÇÃO DE INFORMAÇÕES que ele o ajuda a focar seus esforços em segurança e
proteger sua informação.
A informação é um bem vital de qualquer organização, e
a informação confidencial do cliente confiada a ela traz Os principais agentes para que as organizações im-
obrigações especiais. O acesso não-autorizado a in- plementem um sistema de gerenciamento para segu-
formações importantes e a capital de conhecimento, rança de informação e busquem a certificação são:
ou a perda de tais informações, pode ter um impacto • Demonstração da responsabilidade em prol da pro-
negativo significante numa organização, incluindo a in- teção do cliente e da própria informação.
terrupção da continuidade dos negócios, perda de van- • Uma estrutura eficaz para conformidade com os
tagem estratégica, vulnerabilidade a fraudes e prejuízo requerimentos, incluindo regulamentos para pro-
à reputação. teção de dados.
Propósito • Obrigações ou expectativas contratuais em um re-
lacionamento entre empresas.
Um sistema certificado de gerenciamento de seguran- • Potencial de redução de custo devido à melhora do
ça de informação demonstra compromisso com a pro- controle operacional e do gerenciamento de per-
teção da informação e oferece a confiança de que os das.
bens encontram-se adequadamente protegidos – seja • Uma vantagem de mercado competitiva através de
em documentos, eletronicamente ou como conhecimen- uma imagem aprimorada e do aumento da confi-
to do funcionário. ança do acionista.
As expectativas quanto às organizações que protegem in-
Bibliografia
formações importantes estão sempre presentes, mas qua-
se sempre os meios de controle não são aparentes. Inci- www.dnv.com.br
dentes significantes envolvendo perdas e fraudes continu-
am a aparecer nas manchetes e causam preocupações
em clientes e consumidores em geral. Conseqüentemen-
te, clientes, diretorias e outros acionistas, incluindo o públi-
co, estão cada vez mais tentando evidenciar uma seguran-
ça de informação sólida e eficaz, além de medidas para a
continuidade dos negócios.
Os sistemas de gerenciamento para segurança de in-
formação adotam uma abordagem sistemática para
minimizar o risco do acesso não-autorizado ou perda
de informação e garantir o gerenciamento eficaz das
medidas de proteção acionadas. Eles fornecem uma
estrutura para as organizações gerenciarem sua con-
formidade com requerimentos legais, entre outros,
além de melhorarem o desempenho do gerenciamen-
to de informação com segurança.
ISO 27001 é o padrão mais comum e globalmente re-
conhecido para sistemas de gerenciamento para se-
gurança de informação, e é aplicável a qualquer organi-
zação de qualquer setor de negócio.
O padrão fornece uma abordagem completa à segu-
rança de informação que precisa de proteção, abran-
gendo desde informação digital, documentos impres-
sos e bens físicos (computadores e redes) até o co-
nhecimento de funcionários individuais. Os assuntos a
serem abordados incluem desenvolvimento de com-
petência da equipe, proteção técnica contra fraude de
computador, métrica e gerenciamento de incidentes
para segurança de informação, além das exigências
comuns a todos os padrões de sistema de gerencia-
mento como a auditoria interna, a revisão de gerencia-
mento e a melhoria contínua.
Benefícios
A implantação de um sistema de gerenciamento eficaz
para segurança de informação ajudará a identificar e

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06_Proteção de Informações.pmd 49 30/11/2009, 12:04


Complemento

SEGURANÇA DE PESSOAS sua posição inicial, salvo em situações especiais que


PRIMEIROS SOCORROS possam comprometer a segurança ou agravar o quadro
da vítima, tais como:
Qual a finalidade do gerenciamento de segurança 1) Situações climáticas extremas: Geada, chuva, frio,
pessoal? calor, etc.;
2) Risco de explosão ou incêndio;
Resposta: A Segurança Pessoal cuida de preservar a 3) Risco de choque elétrico;
integridade física e a saúde dos funcionários, clientes, 4) Risco de desabamento.
fornecedores e outras pessoas que frequentam as ins-
talações de um datacenter. Obs.: Só se justifica mobilizar a vítima de sua posição inici-
al na abordagem primária quando a situação de risco não
Que é mapeamento de áreas de risco? possa ser afastada. Por exemplo: Havendo risco de cho-
que elétrico e sendo possível a interrupção da passagem
Resposta: É o levantamento sistemático dos riscos para de energia, não há necessidade de mobilizar a vítima.
a segurança pessoal nos diversos pontos das instala-
ções de um datacenter, indicando os locais e os tipos Na abordagem primária, havendo mais de uma vítima, o
de risco presentes em cada local. atendimento deve ser priorizado conforme o risco, ou seja,
primeiro as que apresentem risco de morte, em seguida
Que considerações são importantes para a manuten- as que apresentem risco de perda de membros e, por
ção de integridade pessoal?
último todas as demais. Esta recomendação não se apli-
Resposta: O controle de riscos que podem trazer feri- ca no caso de acidente com múltiplas vítimas, onde os
mentos ou lesões para a saúde das pessoas. isto in- recursos para o atendimento são insuficientes em rela-
clui proteção contra situações de incêndio e controle de ção ao número de vítimas e, portanto, o objetivo é identifi-
questões ambientais como temperatura (muito alta ou car as vítimas com maiores chances de sobrevida.
muito baixa), umidade e ruidos fortes, riscos de que-
das e choques e doenças ocupacionais decorrentes A abordagem primária é realizada em duas fases:
de monitores com flicker, iluminação inadequada e es- 1) Abordagem primária rápida;
forços repetitivos que devem ser minimizados. 2) Abordagem primária completa.
Segurança Física e Patrimonial Abordagem Primária Rápida
· Definição = sensação de proteção física e patrimonial. É a avaliação sucinta da respiração, circulação e nível de
· Art.144(CF) – Segurança Pública = dever do Estado, consciência. Deve ser completada em no máximo 30 se-
direito e responsabilidade de todos. gundos. Tem por finalidade a rápida identificação de condi-
· Motivos = criminalidade ções de risco de morte, o início precoce do suporte básico
· Segurança privada x segurança pública: de vida (SBV) e o desencadeamento de recursos de apoio,
1. vigilância – segurança armada tais como médico no local e aeronave para o transporte.
2. segurança – segurança desarmada
3. transporte de valores e carga Atendimento Inicial
* Vulnerabilidade = falha no sistema defensivo Na abordagem primária rápida devem ser seguidos os
* Ameaça seguintes passos:
* Risco = produto da ameaça , ou seja, qualquer even- 1) Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da
to capaz de causar danos. mesma está volta, garantindo-lhe o controle cervical;
* Dano = resultado do risco = potencial ou impotencial. 2) Observar se a vítima está consciente e respirando.
* Meios de Proteção = Sistema Defensivo. Tocando o ombro da vítima do lado oposto ao da
abordagem, apresente-se, acalme-a e pergunte o
• Sistema físico=ofendículos = retarda a ação de ame- que aconteceu com ela: “Eu sou o... (nome do so-
aça ao patrimônio; corrista), da Polícia Rodoviária Federal, e estou aqui
Ex; cercas, muros guaritas, barreiras, portas, cerca para te ajudar. O que aconteceu contigo?”. Uma
de arame farpado, cancela, holofotes com senso- resposta adequada permite esclarecer que a víti-
res de presenças, alarme, circuito interno de tv, mo- ma está consciente, que as vias aéreas estão per-
nitores, sistema de rádio , etc. meáveis e que respira. Caso não haja resposta,
• Meios metodológicos de proteção = normas, dire- examinar a respiração. Se ausente a respiração,
trizes, novas estratégias de identificação pessoal, iniciar as manobras de controle de vias aéreas e a
controle de entrada e saída, controle de circulação ventilação artificial.
interna.
3) Simultaneamente palpar pulso radial (em vítima
1. Primeiros Socorros inconsciente palpar direto o pulso carotídeo) e de-
finir se está presente, muito rápido ou lento. Se
Abordagem Primária ausente, palpar pulso de artéria carótida ou femo-
ral (maior calibre) e, caso confirmado que a vítima
Visa identificar e manejar situações de ameaça à vida, A está sem pulso, iniciar manobras de reanimação
abordagem inicial é realizada sem mobilizar a vítima de cardiopulmonar.

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Complemento

4) Verificar temperatura, umidade e coloração da pele médica é muito provável. Se observar sinais que antece-
e enchimento capilar. dam parada respiratória (respiração superficial, lenta ou
5) Observar rapidamente da cabeça aos pés procu- irregular), ficar atento para iniciar respiração artificial.
rando por hemorragias ou grandes deformidades.
6) Repassar as informações para a Central de Emer- Iniciar a administração de oxigênio a 12 litros por minu-
gência. to, sob máscara de contorno facial bem-ajustado. Ga-
rantir que os passos “A” e “B” não sejam interrompidos
Abordagem Primária Completa antes de passar ao exame da circulação (“C”).

Na abordagem primária completa segue-se uma sequ- c) Passo “C” – Circulação com Controle de Hemorragias
ência fixa de passos estabelecida cientificamente. Para
O objetivo principal do passo “C” é estimar as condições
facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCD do
do sistema circulatório e controlar grandes hemorragi-
trauma” para designar essa sequência, utilizando-se as
as. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão pe-
primeiras letras das palavras (do inglês) que definem riférica; coloração, temperatura e umidade da pele. Nes-
cada um dos passos: te passo também devem ser controladas as hemorragi-
as que levem a risco de vida eminente.
Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical;
Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e qualidade); Pulso - Em vítima consciente, verificar inicialmente o pul-
Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de so radial; se este não for percebido, tentar palpar o pulso
hemorragias; carotídeo ou o femoral; em vítima inconsciente, examinar
Passo “D” (Disability) – Estado neurológico; o pulso carotídeo do lado em que você se encontre.
Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para abor-
dagem secundária). A avaliação do pulso dá uma estimativa da pressão
arterial. Se o pulso radial não estiver palpável, possi-
Lembre-se de somente passar para próximo passo após velmente a vítima apresenta um estado de choque hi-
ter completado o passo imediatamente anterior. Duran- povolêmico descompensado, situação grave que de-
te toda a abordagem da vítima o controle cervical deve manda intervenção imediata.
ser mantido. Suspeitar de lesão de coluna cervical em
Se o pulso femoral ou carotídeo estiver ausente, iniciar
toda vítima de trauma. manobras de reanimação cardiopulmonar. Estando pre-
sente o pulso, analisar sua qualidade: lento ou rápido,
a) Passo “A” – Vias Aéreas com Controle Cervical forte ou fraco, regular ou irregular.

Após o controle cervical e a identificação, pergunte à víti- Perfusão Periférica - A perfusão periférica é avaliada
ma o que aconteceu. Uma pessoa só consegue falar se através da técnica do enchimento capilar. É realizada
tiver ar nos pulmões e se ele passar pelas cordas vocais. fazendo-se uma pressão na base da unha ou nos lábi-
os, de modo que a coloração passe de rosada para
Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque pálida. Retirando-se a pressão a coloração rosada deve
retomar num tempo inferior a dois segundos. Se o tem-
as vias aéreas estão permeáveis (passo “A” resolvido) e
po ultrapassar dois segundos é sinal de que a perfusão
respiração espontânea (passo “B” resolvido). Seguir para periférica está comprometida (oxigenação/perfusão ina-
o passo “C”. dequadas). Lembre-se que à noite e com frio essa ava-
liação é prejudicada.
Se a vítima não responder normalmente, examinar as
vias aéreas. Desobstruir vias aéreas de sangue, vômito, Coloração, Temperatura e Umidade da Pele - Cianose
corpos estranhos ou queda da língua, garantindo imobi- e palidez são sinais de comprometimento da oxigena-
lização da coluna cervical. Para a manutenção da aber- ção/perfusão dos tecidos.
tura das vias aéreas pode ser utilizada cânula orofarín-
gea ou nasofaríngea. Estando as vias aéreas desobs- Pele fria e úmida indica choque hipovolêmico (hemorrá-
truídas, passar para o exame da respiração (passo “B”). gico).

b) Passo “B” – Respiração Controle de Hemorragias - Se o socorrista verificar he-


morragia externa, deve utilizar métodos de controle. Ob-
Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir servando sinais que sugerem hemorragia interna, deve
e sentir). Se a respiração estiver ausente, iniciar respira- agilizar o atendimento e transportar a vítima o mais bre-
ção artificial (passo “B” resolvido temporariamente). Es- vemente possível ao hospital, seguindo sempre as ori-
tando presente a respiração, analisar sua qualidade: entações da Central de Emergências.
lenta ou rápida, superficial ou profunda, de ritmo regular
ou irregular, silenciosa ou ruidosa. d) Passo “D” – Estado Neurológico

Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda, Tomadas as medidas possíveis para garantir o “ABC”, im-
ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo “A”) e solicitar a pre- porta conhecer o estado neurológico da vítima (passo “D”),
sença do médico no local. A necessidade de intervenção para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do quadro.

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Complemento

O registro evolutivo do estado neurológico tem grande da quando submetida à luz, encontra-se em midríase
valor. A vítima que não apresente alterações neurológi- paralítica, normalmente observada em pessoas incons-
cas num dado momento, mas passe a apresentá-las cientes ou em óbito. Pupilas contraídas (miose) em pre-
progressivamente, seguramente está em situação mais sença de pouca luz podem indicar intoxicação por dro-
grave que outra cujo exame inicial tenha mostrado algu- gas ou doença do sistema nervoso central.
mas alterações que permaneçam estáveis no tempo.
Se houver depressão do nível de consciência e anisoco-
Na avaliação do estado neurológico o socorrista deve ria, ficar alerta, pois existe o risco de parada respiratória.
realizar a avaliação do nível de consciência e o exame Manter-se atento para o “ABC”.
das pupilas.
III- Abordagem Secundária
Avaliação do Nível de Consciência - Deve sempre ser
avaliado o nível de consciência porque, se alterado, indi- Finalmente, no passo “E”, expor a vítima, à procura de
ca maior necessidade de vigilância da vítima no que se lesões. Entretanto, em nível pré-hospitalar, as roupas da
vítima só serão removidas para expor lesões sugeridas
refere às funções vitais, principalmente à respiração.
por suas queixas ou reveladas pelo exame segmentar,
A análise do nível de consciência é feita pelo método
respeitando seu pudor no ambiente público. No hospital,
“AVDI”, de acordo com o nível de resposta que a vítima
ao contrário, é imperdoável deixar de despir completa-
responde aos estímulos: mente a vítima antes de iniciar a abordagem secundária.
A – Vítima acordada com resposta adequada ao ambiente;
Só iniciar a abordagem secundária depois de completa-
V – Vítima adormecida. Os olhos se abrem mediante
da a abordagem primária.
estímulo verbal;
D – Vítima com os olhos fechados que só se abrem Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na
mediante estímulo doloroso. O estímulo doloroso mesma ordem (exame segmentar): crânio, face, pesco-
deve ser aplicado sob a forma de compressão in- ço, tórax, abdômen, quadril, membros inferiores, mem-
bros superiores e dorso. Nesta fase, realizar:
tensa na borda do músculo trapézio, na região pós-
tero-lateral do pescoço. Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento,
I – Vítima não reage a qualquer estímulo. A alteração deformidade e ferimento;
do nível de consciência pode ocorrer pelos seguin- Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, tem-
tes motivos: peratura e sudorese;
Ï% Diminuição da oxigenação cerebral (hipóxia ou Ausculta: tórax (campos pleuropulmonares e precordi-
hipoperfusão); al) – procedimento exclusivo do médico.
Ï% Traumatismo cranioencefálico (hipertensão in-
tracraniana); Durante todo o exame segmentar, manter-se atento a si-
nais de dor ou a modificações das condições constatadas
na abordagem primária da vítima. Exame segmentar:
Atendimento Inicial
a) Cabeça: palpar o crânio com os polegares fixos na
- Intoxicação por álcool ou droga; região frontal, mantendo o controle cervical. Palpar as
- Problema clínico metabólico. órbitas. Simultaneamente, inspecionar cor e integrida-
de da pele da face, hemorragia e liquorragia pelo nariz e
Exame das Pupilas - Em condições normais as pupilas ouvidos, hematoma retroauricular (sugestivo de fratura
reagem à luz, aumentando ou diminuindo seu diâmetro de coluna cervical alta ou base de crânio), simetria da
conforme a intensidade da iluminação do ambiente. O face, hemorragia e laceração dos olhos e fotorreativida-
aumento do diâmetro, ou midríase, ocorre na presença de pupilar (não a valorize em olho traumatizado). Retirar
de pouca luz, enquanto a diminuição, ou miose, ocorre corpos estranhos (lentes de contato e próteses dentári-
as móveis) eventualmente remanescentes.
em presença de luz intensa.
b) Pescoço: inspecionar o alinhamento da traqueia e a
Quanto à simetria, as pupilas são classificadas em iso- simetria do pescoço. Palpar a cartilagem tireoide e a
córicas (pupilas normais ou simétricas), que possuem musculatura bilateral. Inspecionar as veias jugulares:
diâmetros iguais, e anisocóricas (pupilas anormais ou se ingurgitadas, principalmente com piora na inspira-
assimétricas), de diâmetros desiguais. ção, preocupar-se com lesão intratorácica grave (derra-
me de sangue no pericárdio, impedindo os movimentos
O socorrista deve avaliar as pupilas da vítima em rela- normais do coração:
ção ao tamanho, simetria e reação à luz. Pupilas aniso- - hemopericárdio com tamponamento cardíaco). Palpar
córicas sugerem traumatismo ocular ou cranioencefáli- as artérias carótidas separadamente e a coluna cervi-
co. Neste caso a midríase em uma das pupilas pode cal, verificando alinhamento, aumento de volume, crepi-
ser consequência da compressão do nervo oculomotor tação e rigidez muscular.
no nível do tronco encefálico, sugerindo um quadro de
gravidade. Completado o exame, colocar o colar cervical.

Pupilas normais se contraem quando submetidas à luz, c) Tórax: inspecionar a caixa torácica (face anterior), bus-
diminuindo seu diâmetro. Se a pupila permanece dilata- cando simetria anatômica e funcional, respiração para-

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Complemento

doxal, áreas de palidez, eritema ou hematoma (sinais Após a abordagem secundária, realizar a verificação de
de contusão) e ferimentos. dados vitais e escalas de coma e trauma.

Palpar as clavículas separadamente, buscando dor e 2. Como Identificar os Sinais Vitais


crepitação. Palpar os arcos costais e esterno em busca
de rigidez muscular, flacidez e crepitação. Parada Respiratória – inconsciência; lábios, língua e
unhas de cor azuladas (arrocheadas); sem movimenta-
Examinar até a linha axilar posterior. ção de respiração no peito.

d) Abdômen: inspecionar sinais de contusão, distensão Parada Cardíaca – inconsciência; aparência excessivamente
e mobilidade. Palpar delicadamente, analisando sensi- pálida; sem pulsação (sem batimentos do coração).
bilidade e rigidez de parede (abdômen em tábua).
Respiração Artificia
e) Quadril: afastar e aproximar as asas ilíacas em rela-
ção à linha média, analisando mobilidade anormal e Você deve realizar essa respiração quando a vítima
produção de dor. Palpar o púbis no sentido antero-pos-
apresentar a parada respiratória. Ela pode ser feita de
terior. A região genital também deve ser avaliada, suge-
três formas:
rindo haver lesão conforme as queixas da vítima ou o
mecanismo de trauma.
Respiração boca a boca: É a mais eficiente, usada so-
f) Membros inferiores: inspecionar e palpar da raiz das mente em adulto. Deve-se tapar as narinas com os de-
coxas até os pés. Observar ferimento, alinhamento, de- dos para não haver escape de ar e colocar a sua boca
formidade, flacidez, rigidez e crepitação. Cortar a roupa na boca da vítima e soprar até perceber que o tórax da
onde suspeitar de ferimento ou fratura. Retirar calçados vítima está levantando. Essa operação deve ser repeti-
e meias. Examinar a mobilidade articular ativa e passi- da até a vítima respirar normalmente.
va. Executar movimentos suaves e firmes de flexão, ex-
tensão e rotação de todas as articulações. Palpar pul- Respiração Manual: Essa técnica é recomendada quan-
sos em tornozelos e pés. Testar sensibilidade, motrici- do não se consegue praticar a anterior. Primeiramente,
dade e enchimento capilar. verifique se há fraturas na vítima. Coloque-a deitada de
costas. Segure os braços da vítima pelos pulsos, cru-
g) Membros superiores: inspecionar e palpar dos om- zando-os e comprimindo-os contra a parte inferior do
bros às mãos. Observar ferimento, alinhamento, defor- peito.Em seguida, puxe os braços da vítima para cima,
midade, flacidez, rigidez e crepitação. Cortar a roupa onde para fora e para trás.
suspeitar de ferimento ou fratura. Palpar os pulsos radi-
ais. Testar a mobilidade ativa e passiva. Executar movi- Respiração boca-nariz-boca: Os procedimentos são
mentos suaves e firmes de flexão, extensão e rotação idênticos aos do método boca a boca, sendo que nesse
de todas as articulações. Testar a simetria da força mus- caso a sua boca deverá cobrir também o nariz.
cular nas mãos. Verificar sensibilidade, motricidade e
enchimento capilar. Massagemcardíaca
Deverá ser realizada quando for constatada a ausência
h) Dorso: realizar a manobra de rolamento a noventa de batimentos no coração da vítima. Deite-a de costas,
graus para examinar o dorso. Inspecionar alinhamen- apóie a sua mão sobre a parte inferior do tórax, coloque
to da coluna vertebral e simetria das duas metades do a outra mão em cima da primeira e faça compressões.
dorso. Palpar a coluna vertebral em toda a extensão, à Em crianças com 2 anos ou mais, a massagem deverá
procura de edema, hematoma e crepitação. Termina- ser feita com apenas uma mão, e em crianças peque-
do o exame do dorso, rolar a vítima sobre a tábua de nas e bebês deverá ser feita só com a ponta dos dedos.
imobilização dorsal.

Após completar o exame segmentar, fazer curativos, imo-


bilizações e outros procedimentos necessários.

Fazem também parte da abordagem secundária os se-


guintes procedimentos, que são realizados por médi-
cos no ambiente hospitalar: radiografias, sonda gástri-
ca, toque retal, cateterismo vesical e lavagem peritonial.

Durante a abordagem secundária, o socorrista deva re-


avaliar o ABCD quantas vezes forem necessárias, prin-
cipalmente em vítimas inconscientes.

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Complemento

SEGURANÇA DE SISTEMAS DE TI modificação desautorizada de dados ou informações,


armazenados, em processamento ou em trânsito,
abrangendo, inclusive, a segurança dos recursos
Segurança da Informação - Aspectos Básicos humanos, da documentação e do material, das áre-
as e instalações das comunicações e computacio-
Os sistemas informatizados não são cem por cento nal, assim como as destinadas a prevenir, detectar,
seguros. A era digital, diminuiu as distâncias, à medida deter e documentar eventuais ameaças a seu de-
que os dados começaram a trafegar através de cabos senvolvimento.
de linhas telefônicas, posteriormente por cabos de fi-
bra óptica e satélites. Isso possibilitou estreitar as fron- O art. 3º, inciso I, dispõe sobre os princípios básicos de
teiras, não só para facilitar as transações e a comuni- Segurança da Informação.
cação, como também, abriu brechas para que os cri-
mes virtuais, como furto de senhas e números de car- Art. 3º. São objetivos da Política da Informação:
tões de crédito e a espionagem em geral pudessem I. dotar os órgãos e as entidades da Administração Pú-
acontecer. blica Federal de instrumentos jurídicos, normativos e
É possível diminuir os riscos de falhas e ataques aos organizacionais que os capacitem científica, tecnoló-
sistemas informatizados, porém, por mais que se invis- gica e administrativamente a assegurar a confidenci-
ta em segurança, sempre haverá a ameaça dos ata- alidade, a integridade, a autenticidade, o não-repúdio
ques, já que a maior parte deles é causada por pessoas e a disponibilidade dos dados e das informações tra-
com intenção de obter algum benefício de forma ilícita. tadas, classificadas e sensíveis;
Por essa razão, todas as pessoas envolvidas com a
empresa devem estar sempre alerta quanto à necessi- Princípios da Segurança da Informação
dade de segurança, do porteiro, que tem a função de
São princípios que regem a segurança da informação,
barrar a entrada de uma pessoa não autorizada, ao ad-
em acordo com o artigo 3° do Decreto n° 3.505, de 13 de
ministrador da rede, que tem o dever de zelar para que
junho de 2000, quais sejam: confidencialidade, autentici-
não ocorram invasões à rede de computadores da em-
dade, disponibilidade, integridade e não-repúdio;
presa, passando, é claro por todos os funcionários que
também devem ser cuidadosos ao acessar sites na In- São 5 (cinco), os princípios e para ficar mais fácil me-
ternet, realizar operações bancárias, compras, ou mes- morizar os princípios, coloquei-os nesta ordem e criei a
mo enviar uma simples mensagem de email. sigla “CADIN” (confidencialidade, autenticidade, dispo-
nibilidade, integridade e não-repúdio).
O Administrador da rede (pessoa responsável pelo ge-
renciamento da rede local da empresa), irá também Confidencialidade - garantia do acesso autorizado a
administrar os usuários, impedindo acessos a deter- informações, de acordo com o nível de proteção;
minados sites, evitando anexos à emails, downloads
não aurorizados, etc, já que a grande maioria das inva- Autenticidade – garantia de que o dado ou informação é
sões dentro das empresas, ocorrem porque procedi- verdadeiro e fidedigno tanto na origem quanto no destino;
mentos básicos de segurança não foram seguidos na Disponibilidade – garantia de que os colaboradores
íntegra. possam ter acesso a informações;
Os projetos de aplicação de medidas de proteção e Integridade – garantia de que as informações e méto-
segurança em uma organização, devem levar em con- dos de processamento somente sejam alterados me-
sideração a avaliação de riscos, a política de seguran- diante autorização prévia. Proteção contra modificações
ça, os controles de segurança e o monitoramento. não autorizadas;
No âmbito jurídico, a questão da segurança da infor- Não-repúdio - garantia que o emissor da mensagem
mação está ainda engatinhando, já que as formas de não irá negar posteriormente a autoria da mensagem
punição contra esses crimes ainda dependem de apro- ou transação, permitindo a sua identificação;
vação de leis mais eficazes. Porém, existem normas
que tratam do assunto, sendo uma delas o Decreto nº Outros conceitos:
3.505, de 13 de junho de 2000, e há um trabalho das
autoridades governamentais, no sentido de aprovar leis Plano de Contingência – descreve as ações que uma
contra os diversos crimes digitais. organização deve tomar para assegurar a continuidade
dos processos críticos em caso de falhas nos siste-
O Decreto nº 3.505, de 13 de junho de 2000, trata em mas, incluindo a ativação de processos manuais, du-
seu art. 1º, de dispor sobre a Política de Segurança da plicidade de recursos e acionamento de fornecedores;
Informação:
Art. 1º. Fica instituída a Política de Segurança da Infor- Política de Segurança da Informação – tem o propósito
mação nos órgãos e nas entidades da Administração de elaborar critérios para o adequado manuseio, arma-
Pública Federal, que tem como pressupostos básicos: zenamento, transporte e descarte das informações atra-
vés do desenvolvimento de Diretrizes, Normas, Procedi-
Alguns conceitos são dispostos em seu art. 2º: mentos e Instruções destinadas respectivamente aos
níveis estratégico, tático e operacional;
I. Certificado de Conformidade: garantia formal de que
um produto ou serviço, devidamente identificado, está - Medidas de proteção – medidas destinadas a garantir o
em conformidade com uma norma legal; sigilo, a inviolabilidade, a integridade, a autenticidade, a
II. Segurança da Informação: proteção dos sistemas legitimidade e a disponibilidade de dados e informações
de informação contra a negação de serviço a usuári- com o objetivo de prevenir, detectar, anular ou registrar
os autorizados, assim como contra a intrusão, e a ameaças reais ou potenciais a dados e informações;

54 Central de Concursos / Degrau Cultural

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Complemento

- Rede de dados - conexão de dois ou mais computado- 1 - DoS


res, ligados entre si através de um protocolo de comu- Denial of Service - Ataque de negação de serviço é
nicação (ou conjunto de protocolos) como, por exem- uma tentativa em tornar os recursos de um sistema
plo, o TCP/IP, permitindo a troca de informações e o indisponíveis para seus utilizadores. Alvos típicos são
compartilhamento de recursos; servidores web, e o ataque tenta tornar as páginas hos-
pedadas indisponíveis. Não se trata de uma invasão
- TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Pro- do sistema, mas sim da sua invalidação por sobrecar-
tocol) - conjunto de padrões de comunicação em uma ga. A máquina que é “inundada” por um volume enor-
rede de dados (Internet, intranet etc) que orienta o tráfe- mede pacotes, ocasionando um extremo congestiona-
go de informações e define o endereçamento e o envio mento da rede e resultando na paralização dos servi-
de dados; ços oferecidos por ela.
- Termo de responsabilidade - acordo de confidencialida- 2 - DDoS
de e não divulgação de informações que atribui respon- Distributed Denial of Service - ataque distribuído de
sabilidades ao Colaborador e Administrador de Serviço negação de serviço. Um computador mestre distribui
quanto ao sigilo e a correta utilização dos ativos de propri- tarefas de ataque de negação de serviço a um grande
edade ou custodiados pela ANEEL. número de máquinas denominadas zumbis. O ataque
- Acesso privilegiado - é aquele que permite ao Cola- consiste em fazer com que os Zumbis (máquinas infec-
borador sobrepor controles do sistema de informação, tadas e sob comando do Mestre) se preparem para
e somente deve ser concedido àqueles que o necessi- acessar um determinado recurso em um determinado
tam para a condução de suas atividades; servidor em uma mesma hora de uma mesma data.
Todos os zumbis (ligados e conectados à rede) aces-
- Administrador de Serviços - Colaborador que possui sarão ao mesmo recurso do mesmo servidor. Como
acesso privilegiado para a utilização e disponibilização, servidores web possuem um número limitado de usu-
por força de suas funções, de recursos restritos de Tec- ários que pode atender simultaneamente o grande e
nologia da Informação; repentino número de requisições de acesso esgota
- Ativo - tudo que manipula a informação (inclusive ela esse número de acessos, fazendo com que o servidor
própria). São exemplos de ativos associados com siste- não seja capaz de atender a mais nenhum pedido. O
mas de informação: base de dados e arquivos, docu- servidor então, ficará travado.
mentação do sistema, manuais, material de treinamen- 3 - Spoofing
to, procedimentos de suporte ou operação, planos de O spoofing consiste em falsificar o endereço de um e-
continuidade, procedimentos de recuperação, informa- mail apresentando um remetente falso. Dentro de uma
ções armazenadas, softwares, sistemas, ferramentas rede, um computador realizando um ataque spoofing
de desenvolvimento e utilitários, estações de trabalho, pode não ser detectado, por se tratar de uma máquina
servidores, equipamentos de comunicação (roteadores, dentro da própria rede, realizando um ataque. Neste
fax, modens etc.), no-breaks e outros; caso, o IP da máquina pode ser alterado pelo hacker, a
- Colaborador - agente público em exercício na ANEEL fim de que se camufle o verdadeiro nº IP.
podendo ser titular de cargo efetivo ou em comissão, Engenharia Social
contratado por tempo determinado ou prestador de ser-
viço terceirizado; A Engeharia social explora a falta de conhecimento técni-
co em segurança pessoas ou de funcionários de deter-
(*Conceitos dispostos na Portaria n° 80, de 15 de julho de minada empresa, que, quando não possuem treinamen-
2004 Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL) to em segurança, podem ser facilmente manipulados. A
técnica consiste em obter acesso a informações impor-
Ameaças comuns no ambiente digital. tantes ou sigilosas em sistemas através do uso da frau-
de, onde o golpista pode assumir outra identidade, fingir
Hackers que é outro funcionário da mesma empresa e a pessoa é
enganada na sua boa-fé. É uma maneira de burlar a se-
São indivíduos que cultivam técnicas avançadas em gurança de sistemas em empresas.
informática, com o objetivo de invadir computadores e
redes. O objetivo do Hacker não é destruir, mas sim Uma maneira de se prevenir contra este ataque é estar
deixar sua marca. Mas o termo hacker ainda é mais sempre alerta e desconfiar quando alguém por meio
divulgado do que o termo cracker que veremos a se- digital, ou até mesmo por telefone, pedir informações
guir. pessoais dos funcionários ou organizacionais da em-
presa, como números de IP, números de cartões de
Crackers crédito, dados pessoais dos funcionários, etc.

Estes, sim, são perigosos. Geralmente a mídia confun- Vírus


de os termos hacker e cracker. O cracker invede os sis- Vírus são programas que têm por objetivo instalar-se
temas a fim de destruir, ou de levar vantagens, através em algum arquivo executável ou em outro programa do
do furto de dados sigilosos, senhas bancárias, núme- computador, a fim de apagar ou danificar dados no
ros de cartões de crédito, etc. Os crimes virtuais são mesmo. O vírus iniciará o ataque, quando o arquivo ou
realizados, na sua maioria, por crackers. programa onde ele se instalou for executado.
Tipos de ataques de hackers mais comuns Como este arquivo é um arquivo hospedeiro para o
vírus, ao executar este arquivo, ele automaticamente se
Os tipos de ataques hackers mais comuns são o DoS, executa também. Alguns vírus se manifestam por esta-
DDoS e o Spoofing, embora existam muitos outros. rem programados para serem executados em datas

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Complemento

específicas, como Sexta-feira 13, por exemplo. Profis- de é capturar senhas e outros dados que a vítima digi-
sionais que lidam com segurança devem estar atentos ta. O objetivo principal é o furto de dados, como senhas
a essas datas. Algumas formas abaixo descrevem de banco, números de cartão de crédito, até mesmo
como os computadores podem ser infectados por ví- personagens de jogos virtuais.
rus:
- Através de uma mídia infectada, levada de um compu- Screenlogger
tador para outro (disquete, pen-drive, etc);
- Através da rede de computadores; Com o advento dos teclados virtuais, a fim de evitar que
- Ao abrir arquivos anexados à mensagens de email; keyloggers capturassem senhas e dados digitados,
Existem outras formas de ataques por vírus, portanto, é surgiu o screenlogger, capaz de capturar a tela apre-
importante manter em seu computador um programa sentada no monitor.
de Anti-vírus sempre atualizado e evitar instalar progra- Muitos casos de phishing, assim como outros tipos de
mas desconhecidos, não abrir mensagens de pesso- fraudes virtuais, se baseiam no uso de algum tipo de
as desconhecidas e muito menos seus anexos. keylogger, instalado no computador sem o conhecimen-
to da vítima, que captura dados sensiveis e os envia a
Worm (Verme) um cracker que depois os utiliza para fraudes. Existem
O worm é um programa auto-replicante, semelhante a softwares apropriados para se defender deste tipo de
um vírus, porém é mais perigoso, pois, enquanto o ví- ameaça.
rus necessita de um arquivo ou programa hospedeiro É indispensável ter um computador protegido através
para se propagar, o Worm é um programa completo e de softwares Anti-vírus, AntiSpyware e Firewall.
não precisa de outro programa para se propagar. Ele
tem poder de infestar o sistema, além de se auto-repli- Phishing
car, podendo, inclusive enviar documentos por email. A
maioria dos programas anti-vírus detectam vermes. phishing é uma forma de fraude eletrônica, que consis-
te em enviar mensagem para a caixa de correio do usu-
(Trojan-Horse) Cavalo de Tróia ário, geralmente fazendo-se passar por um Banco ou
pela Receita Federal. Na mensagem, é requisitado que
Os objetivos deste Malware (Malicious Software – Sof- o usuário digite dados cadastrais como número da con-
tware Malicioso) são vários, desde descobir senhas, ta e senha, números de cartões de crédito, CPF, etc., ou
até apagar todo o conteúdo do disco. Alguns cavalos de que ele clique em algum link que aparece no corpo da
tróia, uma vez instalados nos computadores, possibili- mensagem. Este ataque caracteriza-se por tentativas
tam o furto de informações (arquivos, senhas etc.). O de adquirir informações sigilosas, do usuário. O termo
Cavalo de Tróia, também pode possibilitar ao hacker o Phishing vem do inglês e o objetivo é pescar informa-
controle total do sistema. ções sigilosas do usuário.
O Cavalo de Tróia, como na mitologia grega, funciona Pharming
como um presente de grego. Geralmente vem anexado
em um e-mail, mas também pode ser adquirido quan- Pharming é um tipo de phishing, porém é uma fraude
do o usuário clica em algum link de um site da Internet caracterizada pelo “sequestro” do IP de uma página no
que não possui uma política de segurança, ou faz do- DNS. O usuário, ao digitar a URL de uma página no
wnload de algum programa. Ele costuma driblar a fra- browser, geralmente páginas de Banco, é remetido a
gilidade dos sistemas operacionais, passando pela uma outra página, muito parecida com a original, mas
porta da frente, camuflado com o nome de um arquivo que na verdade é uma máscara que induzirá a vítima ao
conhecido pelo sistema. erro e fará com que digite seu nº de conta e senha. Os
dados serão enviados ao cracker que seqüestrou a
Sistemas de segurança chamados Firewall podem página, e não para o Banco.
detectar essas invasões e bloquear o ataque.
Backdoors
Spyware
Backdoor ou porta dos fundos é uma falha de segurança
É um tipo de programa que se instala na máquina do
em programas de computador ou sistemas operacio-
usuário, a fim de pegar informações e hábitos do usu-
nais, e permite a invasão do sistema por um cracker
ário e enviá-los à empresa ou pessoa criadora do pro-
para que ele possa obter um total controle da máquina.
grama espião, sem o seu consentimento. Diferem dos
Muitos crackers utilizam-se de um Backdoor para insta-
cavalos de Tróia por não terem como objetivo danificar
lar vírus de computador ou outros programas malicio-
o sistema do usuário. O usuário não percebe a presen-
sos, conhecidos como malwares. Para proteger o siste-
ça do programa espião, que age livremente.
ma contra Backdoors em computadores pessoais deve-
Os spywares têm objetivos geralmente comerciais, a
se usar um firewall e manter as versões atualizadas dos
fim de vender mais pela Internet, captando dados pes-
programas. Os cavalos de tróia também costumam ser
soais e hábitos do usuário e vendendo esse cadastro a
chamados de Backdoors, devido à sua forma de ataque,
outras empresas.
onde utilizam portas para invadir sistemas.
É comum o usuário “ganhar de brinde” spywares em-
butidos em programas na Internet freeware (“grátis”)
Java, JavaScript e ActiveX
ou shareware (“grátis por um tempo”), ao fazer o down-
load desses programas em sites de downloads.
Java é uma linguagem de programação desenvolvida
pela empresa Sun Microsystems. Os programas em
Keyloggers
Java, costumam ser rodados por um outro programa
Keylogger é um programa do tipo spyware cuja finalida- chamado Máquina Virtual Java. Praticamente todos os

56 Central de Concursos / Degrau Cultural

08_Sistemas de TI.pmd 56 30/11/2009, 12:04


Complemento

browsers (navegadores) podem possuir este comple- Cookies


mento ao Java. Esta ferramenta permite que você jogue Cookies são tipos de arquivos temporários que são
on-line, converse com pessoas do mundo inteiro, cal- armazenados, quando você visita um site e geralmen-
cule a taxa de juros de um financiamento e veja ima- te, faz algum acesso, como compras, preenchimento
gens em 3D. Ele também faz parte dos aplicativos de de formulários, etc. Os cookies utilizam suas informa-
intranet (redes internas corporativas) e de outras solu- ções pessoais e, por essa razão são considerados
ções de e-business que formam a base da computa- como invasão de privacidade, na política de privacida-
ção corporativa. de usada pelos browsers.
Os cookies constituem uma ameaça, quando um spywa-
JavaScript é uma programação que pode ser incorpo- re (espião), instalado na máquina captura essas infor-
rada à pagina de um site, a fim de executar algum even- mações para saber das preferências do usuário em
to que não seria possível executar, por exemplo em comprar determinados produtos na Internet, personali-
HTML (linguagem padrão das páginas da Internet). zando posteriormente anúncios, em forma de pop-up´s
(janelas indesejadas), ou mesmo enviando SPAM para
ActiveX a caixa de entrada do email do usuário.

Parecido com o Java, mas só roda em computadores SPAM


com Windows instalado. São mensagens indesejadas, que chegam na caixa de
Antes de baixar ou executar Java, JavaScript ou ActiveX entrada do email do usuário. Não solicitadas, e, geral-
o browser verifica a procedência do mesmo através de mente enviadas por empresas ou pessoas desconhe-
um esquema de certificados digitais e abre uma caixa cidas, não devem ser abertas, muito menos seus ane-
de diálogo, onde você permitirá ou não a instalação xos, que constituem verdadeira ameaça. Devem ser
deste plug-in. deletadas imediatamente.

É comum, ao navegar na Internet, aparecer mensagens HOAX


pedindo para instalar esses aplicativos. Se você acei- Hoaxes são boatos, mensagens mentirosas ou de con-
tar a certificação o programa será rodado em sua má- teúdo alarmista. Existem vários tipos de hoaxes, como
quina. Você pode rejeitar a instalação de plug-in´s pelo mensagens de distribuição gratuita de celulares por
browser. empresas de telefonia famosas, pessoas com doença
grave, cuja doação seria enviar a mensagem para vári-
Plug-in´s as outras pessoas para uma suposta arrecadação de
dinheiro por empresa famosa, etc.
Pequenos programas que permitem ao browser exe-
cutar funções e ferramentas em determinados sites, Os objetivos dessas mensagens, tanto spam’s, quan-
que normalmente não executaria, sem a instalação to hoaxes, são de abarrotar a caixa de emails do usuá-
destes complementos. rio, ou até mesmo disseminar um vírus ou verme.

Chats Procedimentos básicos de Segurança

Praticamente bloqueados nas grandes redes das em- Senha ou Password


presas, pelos administradores de rede, esses pro-
gramas permitem que as pessoas se comuniquem Uma senha ou password é uma forma de autenticação
on-line e em tempo real (real-time) em salas de bate- do usuário, e garante que determinado indivíduo que
papo. Os usuários desse tipo de ferramenta devem utiliza um serviço é ele mesmo. Ao fornecer sua senha
ter o cuidado de não divulgar seus dados pessoais, para uma outra pessoa, você está dando a oportunida-
como nome completo, endereço ou telefone, ou mes- de daquela pessoa se passar por você.
mo dados da empresa onde trabalha. Geralmente, ao
invés do nome, atribui-se aos usuários de chats os Como escolher uma senha
nicknames (apelidos).
Escolher uma senha segura é uma maneira de asse-
Programas para Comunicação em Tempo Real gurar que seus dados não sejam violados. Há no mer-
cado, vários programas espiões, capazes de descobrir
O programa mais divulgado e mais comum hoje em dia é senhas em computadores pessoais e em redes de
o Messenger, da Microsoft. Esse tipo de programa possi- computadores. Uma senha considerada segura deve
bilita ao usuário fazer uma inscrição e instalar o programa ter pelo menos oito caracteres e não deve ser compos-
em seu computador. Com o programa instalado e estan- ta somente por letras. Deve-se evitar colocar como se-
do on-line, outros usuários definidos por você como seus nha dados óbvios, como data de nascimento, número
contatos, poderão encontrá-lo e bater um papo, que po- de documento, o próprio nome, por serem fáceis de
derá ser até visualizado através de Webcam. serem descobertas. O usuário deve misturar letras
Esses programas geralmente são bloqueados pelo maiúsculas e minúsculas, normalmente os sistemas
Administrados da rede, porque sua forma de acesso é diferenciam letras maiúsculas das minúsculas, núme-
através do servidor do provedor do serviço, que man- ros e símbolos do teclado, embora, muitas vezes, se-
tém ativa a conexão com o micro dos outros usuários nhas desse tipo não sejam tão fáceis de lembrar. Pro-
com quem você está se comunicando, logo, se for ata- cure utilizar sempre uma senha para cada serviço. O
fato de se utilizar a mesma senha para vários serviços
cado por crackers, comprometerá todos os usuários
diferentes pode pôr em risco a integridade do sistema,
logados naquele momento. Seu programa de troca de ou de seus dados.
mensagens

Central de Concursos / Degrau Cultural 57

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Complemento

SEGURANÇA DO TRABALHO E DO “Acidente de Trabalho é aquele que pode ocorrer pelo


MEIO AMBIENTE exercício do trabalho a serviço da empresa, provocan-
do lesão corporal ou perturbação funcional que cause
Os tópicos mais importantes deste ponto são: a morte ou perda ou redução permanente ou temporá-
ria, da capacidade para o trabalho.”
Segurança do Trabalho As principais perdas acidentais resultantes da materi-
a) SEMST – Os serviços de Engenharia de Segurança e alização dos riscos que podem ocorrer numa empre-
em Medicina do Trabalho são mantidos, obrigatoria- sa, podem ser agrupadas em:
mente, pelas empresas privadas e públicas, os órgãos
– perda decorrentes de morte ou invalidez de funcio-
públicos da Administração Direta e Indireta e dos Pode-
res Legislativo e Judiciário, que possuam empregados nários;
registrados pela CLT. Os SEMST têm a finalidade de – perda por danos à propriedade e a bens em geral;
promover a saúde e a integridade do trabalhador no – perdas decorrentes de fraudes ou atos criminosos;
local de trabalho. O dimensionamento dos SEMST vin- – perdas por danos causados a terceiros (responsa-
cula-se a gradação do risco da atividade principal e ao bilidade da empresa por poluir o meio ambiente, res-
número total de empregados do estabelecimento cons- ponsabilidade pela qualidade e segurança do pro-
tantes na Norma Regulamentadora de Segurança e duto fabricado ou do serviço prestado, etc.);
Medicina do Trabalho, NR 4.
– Para dar apenas uma idéia do significado, por exem-
Os SESMT devem manter entrosamento permanente plo, das perdas para o fabricante de um determina-
com a CIPA, dela valendo-se como agente multiplica- do produto resultante de um acidente, abaixo estão
dor, e devem estudar suas observações e solicitações, listados os itens mais importantes que incidiram
propondo soluções corretivas e preventivas, conforme sobre a empresa:
disposto na Norma Regulamentadora de Segurança e – pagamento de indenizações por lesões ou morte, in-
Medicina do Trabalho, NR 5. cluindo o pagamento de pensões aos dependentes
A empresa é responsável pelo cumprimento da NR 4, do reclamante e honorários advocatícios;
devendo assegurar, como um dos meios para concretizar – pagamento de indenizações por danos materiais
tal responsabilidade, o exercício profissional dos compo- não cobertos por seguro.
nentes dos SESMT. O impedimento do referido exercício
profissional, mesmo que parcial, e o desvirtuamento ou c) PPRA – A elaboração e implementação do Programa
desvio de funções constituem, em conjunto ou separada- de Prevenção de Riscos Ambientais são obrigatórias para
mente, infrações classificadas de acordo com Normas todos os empregados e instituições que admitam traba-
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Traba-
lhadores como empregados. Consideram-se riscos
lho, NR 28 – Fiscalização e Penalidades, para os fins de
ambientais (para elab oração e entendimento do PPRA)
aplicação das penalidades previstas.
os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
b) CIPA – A Comissão Interna de Prevenção de Aciden- ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,
tes tem como objetivo a prevenção de acidentes e do- concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
enças decorrentes do trabalho, de modo a tornar com- capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
patível permanentemente o trabalho com a preserva-
ção da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A d) PCMAT – O Programa de Condições e Meio Ambiente
CIPA deve ser composta de representantes do empre- na Indústria de Construção Civil é obrigatório para os
gador e dos empregados, de acordo com o dimensio- estabelecimentos com 20 trabalhadores ou mais, con-
namento previsto na Norma Regulamentadora de Se- templando os aspectos dispostos na Norma Regula-
gurança e Medicina do Trabalho, NR 5. mentadora 18 (norma de segurança e medicina do tra-
balho referente às condições e meio ambiente de tra-
A CIPA tem como principais atribuições:
balho na indústria da construção) e outros dispositivos
– identificar os riscos do processo do trabalho, elabo- complementares de segurança. Este Programa deve
rando um mapa de riscos; ser elaborado e executado por profissional legalmente
– elaborar um plano de trabalho com ações preventi- habilitado na área de Segurança do Trabalho.
vas de segurança e saúde ocupacional;
O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à dis-
– participar da implementação e do controle da quali-
dade das medidas preventivas; posição do órgão regional do Ministério do Trabalho.
– verificar os ambientes e condições de trabalho; e) PCMSO – A Norma Regulamentadora referente ao
– avaliar o cumprimento das metas fixadas; Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional é a
– colaborar no desenvolvimento do PPRA e PCMSO; NR 7. Esta norma estabelece a obrigatoriedade da ela-
– participar, anualmente, de campanhas de prevenção boração e implementação, por parte de todos os em-
da AIDS, em conjunto com a empresa; pregadores e instituições que admitam trabalhadores
– promover, anualmente, a SIPAT – Semana Interna de como empregados do PCMSO, com o objetivo de pro-
Prevenção de Acidentes do Trabalho. moção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.
Acidentes de Trabalho Bibliografia
Legalmente a definição de Acidente de Trabalho é dada www.ambiental.com.br
pelo Decreto número 83.080, de 24/01/1979, no Regu-
lamento do Benefícios da Previdência Social, em seu
artigo número 221.

58 Central de Concursos / Degrau Cultural

09_Seg. do Trabalho.pmd 58 30/11/2009, 12:04


Complemento

SEGURANÇA ELETRÔNICA no setor privada, ao contrário do mercado norte-ameri-


cano e europeu, onde há uma certa colaboração entre
órgãos públicos e o setor privado, no Brasil ainda exis-
Uma das áreas que mais cresce no mercado da segu-
te uma certa concorrência entre o monitoramento feito
rança é a eletrônica. Segundo dados anuais divulga-
pela segurança privada e o trabalho policial. Mas essa
dos por associações e sindicatos do setor a média de
concorrência tende a diminuir ou quem sabe até aca-
crescimento tem se mantido na casa dos 20% ao ano.
bar nos próximos anos, pois já não são raros os casos
A quantidade de empresas que atuam no segmento da
onde a recuperação de um veículo, por exemplo, se
segurança eletrônica no Brasil está estimada em 1.500,
deve principalmente à atuação do sistema de monito-
sendo que só a cidade de São Paulo concentra cerca
ramento realizado por em empresas de segurança.
de 53% delas. Entre os sistemas mais procurados es-
tão os Circuitos Fechados de TV (composto por câme-
ras de filmagem e central de monitoramento), senso-
res de presença, alarmes, sistemas biométrico, con-
troladores de acesso, cercas elétricas, botões de pâni-
co, câmeras de segurança e porteiros eletrônicos. O
aumento na demanda, que se deve muito mais à eleva-
ção da sensação de insegurança nos últimos dez anos
do que à conscientização sobre a importância da pre-
venção, repercutiu também no mercado de trabalho.

Tendo em vista a importância da atividade, tramitam


em Brasília vários projetos para melhorar a profissio-
nalização do setor. Em 2004 foi criado, em São Paulo, o
Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de
Segurança (Siese), o primeiro específico do setor e,
que em breve, deverá contar com unidades em outros
estados brasileiros.

O mercado de segurança eletrônica pode ser dividido


em duas grandes áreas: a do mercado corporativo (for-
mado por empresas e instituições financeiras) e a do
varejo (voltado aos consumidores finais).

Com o novo conceito de sistemas automatizados de


segurança, a eletrônica também passou a fazer parte
dos novos projetos de edifícios e casas “inteligentes”,
onde é possível controlar as mais diversas funções,
como acendimento de luzes, câmeras, temperatura atra-
vés do telefone celular, de um computador ou até mes-
mo de um simples palm. Fazem parte desses projetos
de tecnologia avançada condomínios de luxo, shopping
centers, hotéis, parques temáticos, entre outros em-
preendimentos.

A produção nacional de vários equipamentos de segu-


rança eletrônica possibilitou também a redução dos
custos desses sistemas, que passou a conquistar o
mercado varejo. Esse novo mercado possibilitou vári-
as mudanças no conceito da própria segurança, que
antes era destinada apenas às classes de maior po-
der econômico.

A redução no valor do seguro para quem investe na


prevenção também se mostra como um forte aliado à
ampliação dos sistemas de segurança. Isso já pode
ser observado nos seguros de automóveis, onde é ofe-
recido desconto na apólice para o proprietário que utili-
za sistemas de segurança no veículo. Bibliografia
www.segweb.com.br
Mesmo com todas as vantagens oferecidas com o uso
da tecnologia para combater o crime, principalmente

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10_Segurança Eletrônica.pmd 59 30/11/2009, 12:04


Complemento

SEGURANÇA PRIVADA Geralmente, as empresas de vigilância terceirizam seus


serviços, contratando empresas que oferecem treinamen-
to especializado, e após o curso recebem o certificado e o
APRESENTAÇÃO porte da arma (no caso de vigilância armada).
São consideradas empresas de segurança privada OS SERVIÇOS
aquelas que tenham objetos econômicos diversos da
vigilância ostensiva e do transporte de valores e que Os serviços prestados são:
utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para a
execução dessas atividades. • Vigilância e segurança patrimonial das instituições
financeiras e de outros estabelecimentos, sejam
MERCADO públicos ou particulares;
• Garantia da incolumidade física de pessoas;
A violência e a criminalidade nunca estiveram tão presen- • Realização do transporte de valores ou garantia do
tes na vida do brasileiro como nos últimos tempos. São transporte de qualquer outro tipo de carga.
assaltos, seqüestros, roubos a mão armada, brigas de
grupos rivais, brigas no trânsito, entre tantos outros tipos O PROCESSO OPERACIONAL
de violência urbana. Isso fez com que o mercado de segu-
rança brasileiro nunca estivesse tão aquecido como ago- Desenvolve-se através das seguintes fases:
ra, ou seja, um mercado bastante promissor. 1. Vendas dos serviços. Efetuadas pelo próprio em-
preendedor ou pela área de vendas.
ESTRUTURA 2. Contratação. É feito um “contrato indeterminado”
com o cliente, isto é, são estabelecidas regras e
A infra estrutura básica deve contar com escritório, sa- normas, entre ambas as partes, ou seja, um con-
las para palestras, sala forte (com um cofre para guar- trato de forma bilateral.
dar o armamento), e vestiários. 3. Operacionalização. Consiste na efetiva prestação
dos serviços, que se dá de acordo com o instru-
EQUIPAMENTOS mento assinado.
Os equipamentos necessários para o funcionamento AS ARMAS
da empresa são:
A empresa deve possuir armamento de porte médio e
• Veículos devidamente equipados com rádio de co- que sejam para defesa do segurança, a mais aplicada
municação e giroflex; para este fim é a de calibre 38, que também tem a
• Rádios de comunicação-base; vantagem de ser leve, de fácil manuseio e manuten-
• Sistema de monitoramento 24 horas; ção.
• Armas e munições, coletes à prova-de-bala, cintu- As armas ficam em nome da empresa e após o expedi-
rões equipados com cacetetes e algemas; ente, cada empregado deve devolvê-la.
• Uniformes completos (botas, bonés, tênis, calças e
camisas); LEMBRETES IMPORTANTES
• Equipamentos de mobiliário (mesas de escrivani-
nhas com cadeiras, mesa de reunião, arquivo de aço Alguns fatores que o futuro empreendedor deve levar
e armário); em consideração no momento de constituir o empre-
• Computadores e impressoras; endimento:
• Material de expediente e etc.
• Oferecer seguros de vida em grupo;
INVESTIMENTO • Possuir uniforme próprio, então este deve ser apro-
vado pela Polícia Federal;
Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimen- • Visitar empresas de outros estados que prestam
to, podendo este girar em torno de R$ 150 Mil. este tipo de serviço, e assim estabelecer contatos
para possíveis assessorias e/ou franquias.
PESSOAL
NOTÍCIAS
As pessoas que procuram este tipo de profissão, podem
ser tanto leigas, como já possuírem alguma experiência Venda de Equipamentos de Segurança deve Crescer
neste ramo profissional (policiais ou ex-policiais). 8%.Estimativas dos fabricantes de equipamentos de pro-
Para uma vigilância, alguns requisitos para recrutamen- teção individual (EPI) dos trabalhadores indicam que as
to devem ser considerados: Um teste psicológico para unidades produzidas pelo setor deverão crescer cerca de
avaliar perfil adequado para essa função; a pessoa con- 8% neste ano. Mas tudo dependerá do ritmo da atividade
vocada deve ter acima de 21 anos; 1,70 m de altura no industrial nacional, diz o presidente da Associação Nacio-
mínimo; saber ler e escrever; ter pelo menos curso pri- nal da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao
mário e não possuir antecedentes criminais. Trabalho (Animaseg), Silvio Ribeiro Franklim Martins. Se-
gundo ele, o segmento depende muito do índice de em-
Para uma vigilância não armada os requisitos não são prego industrial. Se há retração na indústria, há menos
tão exigentes, porém o teste psicológico para avaliar o empregados trabalhando e menos equipamentos sendo
perfil do candidato é requisito mínimo; a idade mínima utilizados, explica Martins.
pedida é de 18 anos.

60 Central de Concursos / Degrau Cultural

11_Segurança Privada.pmd 60 30/11/2009, 12:04


Complemento

Vili Francisco Neusburger, diretor-sócio da Epicon, pe- Além disso, deve consultar o PROCON para adequar
quena fabricante de máscaras respiratórias descartá- seus produtos às especificações do Código de Defesa
veis, acredita em aumento nas unidades vendidas. Mas do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
as receitas estão em queda, na sua opinião. A produ-
ção da Epicon, de acordo com ele, deve ser 20% supe- É importante que o futuro empreendedor tenha o co-
rior à do ano passado. Mas, o faturamento, 15% inferior. nhecimento da algumas leis que regem este setor, tais
Neusburger não revelou os números de 2001, mas ex- como:
plica que a concorrência está aumentando. As empre-
sas estão trabalhando com preços muito baixos e re- • LEI Nº 9.017/95. Estabelece normas de controle e fisca-
duzindo margens, diz. lização sobre produtos e insumos químicos e altera dis-
positivos da Lei nº 7.102 de 20/06/83 (que dispõe sobre
A Epicon está há 12 anos no mercado e atua nos seg- segurança para estabelecimentos financeiros).
mentos têxtil, farmacêutico e agrícola. • DECRETO Nº 89.056/83 e DECRETO Nº 1.592/95.
Estabelece sobre as atividades de segurança priva-
O segmento de EPI movimenta anualmente cerca de da desenvolvidas por empresas especializadas em
R$ 500 milhões e conta com cerca de 60 pequenas e prestação de serviços.
médias empresas. O faturamento médio delas gira em • PORTARIA Nº 891/99. Institui e aprova o modelo da
torno de R$ 8 milhões. Segundo Martins, apenas qua- Carteira Nacional de Vigilante e respectivo formu-
tro grandes fabricantes atuam no setor. lário de requerimento, estabelece normas e pro-
Martins conta que, anualmente, há mais de R$ 20 bi- cedimentos para sua concessão e dá outras pro-
lhões em perdas por acidentes de trabalho no Brasil. vidências.
Cerca de 80% dos trabalhadores formais não têm aces-
so aos equipamentos protetivos, revela. As estatísticas REGISTRO ESPECIAL
abrangem apenas os trabalhadores formais e o núme-
ro de acidentes deve ser pelo menos o dobro do que é Há a necessidade de Autorização para o funcionamen-
divulgado, diz. to da empresa especializada em vigilância, para isto
existe na Polícia Federal, um roteiro a ser seguido com
De acordo com ele, seria necessário investimento de todas as exigências, dentre algumas delas, podemos
R$ 3 bilhões em equipamentos para economizar 75% citar:
das perdas anuais causadas pela falta de segurança
no trabalho e poupar 20 mil trabalhadores. 1. Requerimento dirigido ao Sr. Superintendente Regi-
A Feira Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho onal - DPF, solicitando vistoria nas instalações, aná-
começa amanhã e termina sábado, no Expo Center Norte. lise e encaminhamento do processo à CCP/DPF.
1.1. Comprovante de pagamento de taxa conforme FU-
Fonte: Diário do Comercio e Indústria, 18/06/2002 NAPOL, com código de valor e unidade arrecada-
dora.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
2. Requerimento dirigido ao Coordenador Central de
Torna-se necessário tomar algumas providências, para Polícia do Departamento de Polícia Federal, firma-
a abertura do empreendimento, tais como: do pelo representante legal da empresa, contendo
razão social, CNPJ, endereço completo e telefone,
• Contratar um profissional especializado – Recomen- solicitando autorização para funcionamento como
dável CONTADOR COM REGISTRO ATIVO no CRC empresa especializada em vigilância, juntando os
(Conselho Regional de Contabilidade) e devidamen- seguintes documentos:
te especializado e AUTORIZADO PELA POLICIA FE- 2.1. Cópia dos atos constitutivos, registrados no cartó-
DERAL; rio de registro de pessoas jurídicas ou na junta
• Registro na Junta Comercial; comercial, contendo:
• Registro na Secretária da Receita Federal;
• Registro na Secretária da Fazenda; a) Razão social, espelhando a atividade da empresa
• Registro na Prefeitura do Município; (vigilância);
• Registro no INSS; b) Objetivo social (“...a empresa destina-se à presta-
• Procedimentos, autorizações e registros específicos ção de serviços de vigilância armada e desarmada
na Polícia Federal (Consultar Contador Especializa- a estabelecimentos financeiros e a outros estabele-
do); cimentos...”, conforme preceitua o art. 30, inciso I, do
• Registro no Sindicato Patronal; Decreto nº 89.056/83, com a nova redação dada pelo
art. 1º do Decreto nº 1.592/95);
Antes de iniciar qualquer procedimento deve-se obter c) Capital inicial não inferior a cem mil UFIRs.
autorização prévia na Policia Federal, e é preciso for-
malizar CONTRATO entre os sócios da empresa e o 2.2. Comprovantes de inscrição nos órgãos adminis-
contador cumprindo rotina específica. trativos federais (CNPJ, INSS, FGTS), estaduais e
municipais.
O contador do novo empresário deve procurar a prefei- 2.3. Documentos dos sócios e gerentes da empresa:
tura da cidade onde pretende montar seu empreendi-
mento para obter informações quanto às instalações a) Carteira de Identidade (cópia autenticada);
físicas da empresa (inclusive com relação a localiza- b) Cadastro de Pessoa Física (CPF);
ção), e também para o Alvará de Funcionamento Muni- c) Certificado de Reservista;
cipal. Também necessário obter autorização prévia da d) Título de Eleitor.
prefeitura.

Central de Concursos / Degrau Cultural 61

11_Segurança Privada.pmd 61 30/11/2009, 12:04


Complemento

2.4. Certidões negativas de registros criminais expedi- 5. A requerente poderá fazer, concomitantemente com
dos pelos cartórios de distribuição das varas crimi- o pedido de Autorização de Funcionamento, pedido
nais da justiça federal, estadual, militar federal, para Aquisição de Armas e de Munições, em pro-
militar estadual e eleitoral dos sócios, diretores, cesso separado (taxa e códigos conforme FUNA-
administradores e gerentes, dentro do prazo de POL), tomando por base o efetivo mínimo de 30
validade, comprovando a inexistência de condena- vigilantes. O pedido só será deferido pelo Coorde-
ção criminal transitada em julgado, nos locais da nador Central de Polícia/DPF após a comprovação
federação onde mantenham residências e preten- da contratação do efetivo.
dam constituir a empresa.
OBSERVAÇÃO
2.5. Certidão Negativa quanto à Dívida Ativa da União.
2.6. Memorial descritivo do uniforme dos vigilantes (art. As empresas de segurança privada que desejam obter
33, e seus parágrafos, e art. 34 do Decreto nº autorização para exercer a atividade de TRANSPORTE
89.056/83), contendo: DE VALORES, além das exigências descritas anterior-
mente, deverão atender as seguintes obrigações:
a) Fotos coloridas (10x15) de frente, de perfil e de cos-
tas de vigilante devidamente fardado; • Garagem exclusiva para, no mínimo, dois veículos
b) Amostra dos tecidos a serem utilizados na confec- especiais destinados aos transporte de valores;
ção; • Cofre-forte para guarda de valores e numerários,
c) Das especificações do uniforme deverá constar: com os dispositivos de segurança necessários;
• Sistema de alarme em perfeito funcionamento, co-
1) apito com cordão; nectado à unidade mais próxima da Polícia Militar,
2) emblema da empresa; Polícia Civil ou empresa de segurança privada que
3) plaqueta de identificação (esta plaqueta terá vali- possua sistema de segurança monitorado;
dade de seis meses e conterá o nome do vigilan- • Sistema de telecomunicação próprio, que permita
te, nº do registro do certificado do curso de forma- a comunicação entre seus veículos e a central da
ção do vigilante, local e data da expedição do mes- empresa. Caso adote outro sistema de telecomu-
mo e fotografia tamanho 3 x 4 cm do vigilante. Con- nicação, a empresa deverá comprovar a sua aqui-
terá, no verso, transcrição do art. 19 da Lei nº 7.102/ sição à Comissão de Vistoria/DPF.
83: “É assegurado ao vigilante: porte funcional de
arma, quando em serviço, e prisão especial por O formulário de requerimento da Carteira Nacional de
ato decorrente do serviço.”, fator RH, grupo sangü- Vigilante deverá ser dirigido ao Chefe da Divisão de
íneo e assinatura do vigilante. Controle de Segurança Privada, instruído com os se-
guintes documentos:
2.7. Comprovar, mediante certificado de propriedade ou
contrato de locação, ter disponibilidade de, no mí- • Carteira de Identidade;
nimo, dois veículos, dotados de sistema de comu- • Certificado de conclusão do curso de formação e, se
nicação. for o caso, comprovante de reciclagem do vigilante;
• Carteira de Trabalho, na parte que identifique o vigi-
3. Instalações físicas, de uso e acesso exclusivos, lante e comprove vínculo empregatício com empresa
separadas das demais onde o grupo eventualmen- especializada ou executante de serviços orgânicos
te exerça outras atividades, contendo, no mínimo, de segurança autorizada a funcionar pelo DPF;
dependências destinadas a: • Guia GAR-FUNAPOL autenticada mecanicamente,
3.1. Setor administrativo. comprobatória do recolhimento da taxa de 10 UFIR’S;
3.2. Local seguro e adequado à guarda de armas e de • 01 (uma) fotografia tamanho 2 x 2 cm, fundo bran-
munições, com as seguintes características: co, recente, de frente, colorida.
3.2.1. Construção em alvenaria, sob laje, com um
único acesso; COMO PROCEDER PARA OBTER O ALVARÁ DE FUNCIO-
3.2.2. Porta de ferro ou de madeira (reforçada com NAMENTO DA POLICIA FEDERAL?
grade de ferro), dotada de fechadura especial;
3.2.3. Extintor de incêndio próximo à porta de aces- Evite agir sozinho, e não busque serviços de pessoas
so; sem a devida especialização, senão corre o risco de
3.2.4. Setor operacional e plantão, dotado de siste- perder seu tempo, dinheiro, e até ter outros transtornos
ma de rádio, devidamente autorizado pelo como implicações legais por procedimentos irregula-
Departamento Nacional de Fiscalização das res. Para abrir, legalizar, assessoria técnica, alvará da
Comunicações, para operar em freqüência policia federal, autorizações de armas e equipamen-
exclusiva, permitindo comunicação com os tos, e toda orientação que precisar, consulte e utilize
veículos da empresa para fiscalizar de forma somente serviços de profissionais especializados.
permanente os postos de serviço.
4. Após a publicação da Portaria de Autorização de
Funcionamento, no D.O.U., a requerente deverá
providenciar: FONTES DE CONSULTA / CONTATO
* Livros para controle de armas e munições, com
termo de abertura lavrado pelo responsável pela MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
empresa, com rubrica e numeração das respecti-
vas folhas, e visto do Presidente da Comissão de Esplanada dos Ministérios - Bl. T - Ed. Sede - Brasília -
Vistoria. (DF) - 70064-900

62 Central de Concursos / Degrau Cultural

11_Segurança Privada.pmd 62 30/11/2009, 12:04


Complemento

SEGURANÇA PÚBLICA na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Cons-


titucional nº 19, de 1998)
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS E ASPECTOS
LEGAIS E DE FISCALIZAÇÃO. Atribuições e Competências da Polícia Federal
O Departamento de Polícia Federal (DPF ou PF) é um
CAPÍTULO III
órgão subordinado ao Ministério da Justiça, cuja fun-
DA SEGURANÇA PÚBLICA
ção é, de acordo com a Constituição de 1988, exercer a
segurança pública para a preservação da ordem públi-
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
ca e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
responsabilidade de todos, é exercida para a preserva-
ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas A Polícia Federal, de acordo com o artigo 144, parágra-
e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: fo 1º da Constituição Brasileira, é instituída por lei como
I. polícia federal; órgão permanente, organizado e mantido pela União e
II. polícia rodoviária federal; estruturado em carreira. Atua, assim, na clássica fun-
III. polícia ferroviária federal; ção institucional de polícia.
IV. polícias civis;
V. polícias militares e corpos de bombeiros militares. Atribuições
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão per-
manente, organizado e mantido pela União e estrutura- Ainda de acordo com o artigo 144, parágrafo 1º da CF,
do em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emen- são funções adicionais da Polícia Federal:
da Constitucional nº 19, de 1998) 1. Apurar infrações penais contra a ordem política e
I. apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e inte-
social ou em detrimento de bens, serviços e inte- resses da União ou de suas entidades autárqui-
resses da União ou de suas entidades autárqui- cas e empresas públicas, assim como outras in-
cas e empresas públicas, assim como outras in- frações cuja prática tenha repercussão interesta-
frações cuja prática tenha repercussão interesta- dual ou internacional e exija repressão uniforme,
dual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
segundo se dispuser em lei; 2. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes
II. prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos pú-
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos pú- blicos nas respectivas áreas de competência;
blicos nas respectivas áreas de competência; 3. Exercer as funções de polícia marítima, aeroportu-
III. exercer as funções de polícia marítima, aeroportu- ária e de fronteiras;
ária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda 4. Exercer, com exclusividade, as funções de Polícia
Constitucional nº 19, de 1998) Judiciária da União.
IV. exercer, com exclusividade, as funções de polícia A maioria dos cidadãos tem contato com a Polícia Fede-
judiciária da União. ral pelo fato desta ser o órgão responsável pela emis-
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, or- são de passaportes e pelo controle dos postos de fron-
ganizado e mantido pela União e estruturado em car- teira.
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento A sede da Polícia Federal situa-se na capital da Federa-
ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela ção, havendo unidades (superintendências) em todas
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) as capitais dos estados da federação e delegacias e
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, or- postos avançados em várias outras localidades do país.
ganizado e mantido pela União e estruturado em car-
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento Polícia Civil do Brasil
ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela As Polícias Civis são instituições que exercem funções
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de polícia judiciária, nas unidades federativas do Bra-
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polí- sil, cuja função é, de acordo com o artigo 144 da Cons-
cia de carreira, incumbem, ressalvada a competência tituição Federal de 1988, o exercício da segurança pú-
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração blica para a preservação da ordem pública, da incolu-
de infrações penais, exceto as militares. midade das pessoas e do patrimônio. As polícias civis
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e são subordinadas aos Governadores dos Estados ou
a preservação da ordem pública; aos corpos de bom- do Distrito Federal e Territórios e dirigidas por delega-
beiros militares, além das atribuições definidas em lei, dos de polícia de carreira.
incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros milita- Ainda de acordo com o artigo 144, § 4º, da Constituição
res, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam- Federal, que especifica o papel das Polícias Civis, são
se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores funções institucionais destas, ressalvada a competên-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. cia da União:
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento
• apurar infrações penais, exceto as militares.
dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
• o exercício das funções de polícia judiciária.
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas munici- Funções Institucionais
pais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei. São funções institucionais das polícias civis dos esta-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integran- dos brasileiros:
tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada • exercer, com exclusividade, as atividades de polícia

Central de Concursos / Degrau Cultural 63

12_Segurança Pública.pmd 63 30/11/2009, 12:04


Complemento

judiciária e apurar as infrações penais (exceto mili- • Manutenção da disciplina militar;


tares) no âmbito do território estadual, na forma da • Investigação criminal e repressão a crimes militares;
legislação em vigor; • Proteção individual de altas patentes das forças ar-
• concorrer para a convivência harmônica da comuni- madas;
dade; • Segurança de instalações militares;
• realizar as investigações indispensáveis aos atos • Controle de prisioneiros de guerra; dentre outros
de Polícia Judiciária; • Reducar Crianças e Adolescentes.
• promover as perícias criminais e médico-legais ne-
cessárias, quando mantiver órgãos períciais, ou re- Guarda Municipal
quisitá-las aos órgãos competentes, ou, na falta de
peritos dos órgãos citados, designar a autoridade A Guarda Municipal ou Guarda Civil Municipal é a deno-
policial peritos “ad hoc” para realizá-las. minação utilizada no Brasil para designar a instituição
• proteger pessoas e bens; de controle social ostensivo para proteger os bens,
• proteger direitos e garantias individuais; serviços e instalações dos municípios.
• reprimir as infrações penais;
• participar dos Sistemas Nacionais de Identificação No Brasil
Criminal, de Armas e Explosivos, de Roubos e Fur-
tos de Veículos Automotores, Informação e Inteligên- Na Carta Magna, em seu artigo 144, § 8º, ao estabelecer
cia, e de outros, no âmbito da segurança pública; atividades, órgãos e atuação frente à Segurança Pública
• promover a identificação civil e criminal quando man- e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, preconi-
tiver órgão de identificação, ou requisitá-la ao órgão za a responsabilidade de todos, e principalmente do “Es-
competente; tado” (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
• recrutar, selecionar, formar e aperfeiçoar profissio- sendo um direito e responsabilidade de todos.
nal e culturalmente os policiais civis;
Em suma, as Guardas Municipais atuam na segurança
• colaborar com o Poder Judiciário, com o Ministério
pública, protegendo os bens, serviços e instalações,
Público e demais autoridades constituídas;
nos termos da lei, cuja função é de extrema relevância,
• participar da proteção do bem-estar da comunidade
mas a manutenção da ordem pública fica a cargo dos
e dos direitos da pessoa humana;
órgãos genuinamente policiais, como a Polícia Fede-
• manter serviço diuturno de atendimento aos cida-
ral, Polícia Civil e Militar, além de outros previstos na
dãos;
própria Constituição Federal, como o caso da Polícia
• custodiar provisoriamente pessoas presas, nos li-
da Câmara dos Deputados, com atribuições também
mites de sua competência;
limitadas aos fatos ilícitos daquela Casa de Leis.
• apurar transgressões disciplinares atribuídas a po-
liciais civis; Segundo pesquisa do BNDES a Guarda Municipal já se
• controlar e executar a segurança interna de seus ór- faz presente e atua em mais da metade dos Municípios
gãos; com população superior a 100 mil habitantes: 51,7%
• estabelecer o controle estatístico das incidências cri- para os Municípios com população entre 100 mil e 500
minais no Estado, do desempenho de suas unidades mil habitantes e 80,8% para aqueles com população
policiais e dos demais dados de suas atividades. superior a 500 mil habitantes.

Polícia Militar Histórico e origem no Brasil

A acepção de polícia militar (Military Police - MP) corres- Todos os povos, sempre, ao se reunirem em grupo,
ponde internacionalmente ao efetivo militar que exerce passaram a necessitar da figura altaneira do Guardião
o poder de polícia, no âmbito interno das forças arma- da Lei e da Ordem, muitas vezes representado pelo
das. Em alguns países, como a Itália, essa função é próprio chefe da tribo, ou, então, sendo delegado este
exercida por gendarmarias, as quais são independen- poder de polícia à determinadas pessoas do grupo.
tes das forças armadas e, concomitantemente, partici-
pam da execução do policiamento civil. No Brasil, a primeira instituição policial paga pelos erá-
No Brasil o termo tem significado diverso, pois a desig- rios foi o Regimento de Cavalaria Regular da Capital de
nação de polícia militar está historicamente vinculada Minas Gerais, em 9 de junho de 1775, onde o Alferes
Joaquim José da Silva Xavier, o “TIRADENTES”, tornou-
às polícias estaduais que, embora, estejam estrutura-
se Comandante em 1780, sendo esta considerada pre-
das como gendarmarias, executam exclusivamente o
decessora da Polícia Militar de Minas Gerais.
policiamento civil. Por esse motivo, nas Forças Arma-
das do Brasil foram adotadas outras denominações. Com a vinda da Família Real Portuguêsa para o Brasil,
Em Portugal a designação de Polícia Militar existiu até foi criada em 13 de maio de 1809, a Divisão Militar da
1976, quando então foram inseridas denominações Guarda Real de Polícia, embrião da Polícia Militar do
similares à brasileira. Estado do Rio de Janeiro, sua missão era de policiar a
cidade em tempo integral, tornando-a desde o início
Missão das Polícias Militares das Forças Armadas mais eficaz que os antigos “Quadrilheiros”, que eram
os defensores, normalmente escolhidos pela autori-
A missão do policial militar varia de acordo com a legis- dade local das vilas no Brasil Colônia, entre civis de
ilibada conduta e de comprovada lealdade à coroa por-
lação de cada país. Em termos gerais compreende:
tuguesa.

64 Central de Concursos / Degrau Cultural

12_Segurança Pública.pmd 64 30/11/2009, 12:04


Complemento

Ao abdicar o trono, Dom Pedro I deixa seu filho encar- “Camaradas! Nomeado presidente e comandante das
regado dos destinos do país. Neste momento contur- Armas da Província do Maranhão, vos venho deixar, e
bado, através da Regência Trina Provisória, em 14 de não é sem saudades que o faço: o vosso comandante e
junho de 1831 é efetivamente criada com esta deno- companheiro por mais de oito anos, eu fui testemunha
minação em cada Distrito de Paz a Guarda Municipal,
de vossa ilibada conduta e bons serviços prestados à
dividida em esquadras.
pátria, não só mantendo o sossego público desta gran-
de capital, como voando voluntariamente a todos os
pontos do Império, onde o governo imperial tem preci-
sado de nossos serviços (…). Quartel de Barbonos, 20/
12/39. Luís Alves de Lima e Silva”.
Esse Corpo, que se desdobrava entre o policiamento
da cidade e a participação em movimentos armados
ocorridos nos demais pontos do território brasileiro, a
que se refere Lima e Silva, é a atual Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro, que atuava no âmbito muni-
cipal do Município da Corte.
A história das Guardas Municipais acaba se confundin-
do com a própria história da Nação, ao longo desses
últimos duzentos anos. Em diversos momentos essa
“força armada” se destacou vindo a dar origem a novas
instituições de acordo com o momento político vigente.
Dado a missão principal de promover o bem social,
Guarda do Rio de Janeiro
essa corporação esteve desde os primórdios direta-
Em 18 de agosto de 1831, após a lei que tratava da tutela mente vinculada à sua comunidade, sendo um reflexo
do imperador e de suas augustas irmãs é publicada a dos anseios dessa população citadina.
lei que cria a Guarda Nacional, e extingue no mesmo ato Em Curitiba, no ano de 1992, ao realizar-se o III Con-
as Guardas Municipais, Corpos de Milícias e Serviços gresso Nacional das Guardas Municipais, estabeleceu-
de Ordenanças, sendo que no mesmo ano em 10 de se que 10 de outubro, passaria a ser comemorado o
outubro, foram reorganizados os corpos de municipais, Dia Nacional das Guardas Municipais do Brasil.
agora agregados ao Corpo de Guardas Municipais Per-
manentes, nova denominação da Divisão Militar da Guar- Atualmente, no Congresso Nacional brasileiro tramita
da Real de Polícia, subordinada ao Ministro da Justiça e a Proposta de Emenda Constitucional número 534/02
ao Comandante da Guarda Nacional. que amplia as competências das Guardas Municipais.
As patrulhas de permanentes deveriam circular dia e Esta proposta foi aprovada pela Comissão de Consti-
noite a pé ou a cavalo, “com o seu dever sem exceção tuição e Justiça da Câmara dos Deputados no dia 26
de pessoa alguma”, sendo “com todos prudentes, cir- de outubro de 2005. Deverá ir a voto aberto no Plenário
cunspectos, guardando aquela civilidade e respeito da Casa das Leis Nacionais.
devido aos direitos do cidadão”; estavam, porém auto- Organização
rizados a usar “a força necessária” contra todos os que
resistissem a “ser presos, apalpados e observados”. As Guardas Municipais ou Guardas Civis Municipais
foram reestruturadas a partir do dispositivo da Carta
A atuação do Corpo de Guardas Municipais Permanen- Magna - Constituição Federal de 1988, que faculta aos
tes desde a sua criação foi motivo de destaque, confor- municípios “criar” Guardas Municipais, para proteção
me citação do Ex-Regente Feijó, que em 1839 dirigiu-se dos seus bens, serviços e instalações conforme dis-
ao Senado, afirmando: “Lembrarei ao Senado que, entre por a Lei (complementar - texto constitucional). Portan-
os poucos serviços que fiz em 1831 e 1832, ainda hoje to, a priori, elas têm poder de polícia para agirem nes-
dou muita importância à criação do Corpo Municipal Per- sas situações, mas agem também em qualquer outra
manente; fui tão feliz na organização que dei, acertei tan- situação de flagrante delito ou ameaça à ordem ou à
to nas escolhas dos oficiais, que até hoje é esse corpo o vida, além de em situações de calamidade, porque
modelo da obediência e disciplina, e a quem se deve a nesses casos, conforme a lei dispõe, “qualquer do povo
paz e a tranqüilidade de que goza esta corte”. poderá e as autoridades policiais e seus agentes de-
Esta corporação teve em seus quadros vultos nacio- verão prender quem quer que seja encontrado em fla-
nais que souberam conduzí-la honrosamente, tendo grante delito” (artigo 301, do Código de Processo Pe-
como destaque o Major Luís Alves de Lima e Silva - nal). Assim, mesmo que hajam divergências sobre a
“Duque de Caxias”, que foi nomeado Comandante do possibilidade de ação das Guardas Municipais, esta é
Corpo de Guardas Municipais Permanentes, em 18 de amparada pela lei. Portanto, assim como a polícia está
outubro de 1832. para as leis penais, as guardas municipais estão para
as leis municipais.
Ao ser promovido a Coronel, passou o Comando, onde
ao se despedir dos seus subordinados fez a seguinte Quanto à sua organização administrativa, diverge bas-
afirmação: tante entre um e outro município.

Central de Concursos / Degrau Cultural 65

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Complemento

Guarda Civil Municipal Militares, inclusive, nomeando oficiais do Exército para


PM Octávio Frota, que assumiu em 1963 e entregou o
cargo no final dos 4 anos do governo de Ildo Meneghet-
ti. Seu comando foi de 1963 à 1967.
Fonte
Wikipédia

Veículo da Guarda Civil Municipal de São João de Merití - RJ.

A Guarda Civil Municipal ou, simplesmente, Guarda Mu-


nicipal, é uma agência administrativa municipal, que pode
ser criada por lei específica da câmara dos vereadores
da cidade, como instrumento de segurança pública do
município. Seus componentes possuem as mesmas
prerrogativas e obrigações legais que os funcionários
municípais. A GCM, como é conhecida, pode ainda auxi-
liar os outros órgãos de segurança pública, tais como: a
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer-
roviária Federal, Polícia Civil, Polícia Científica, Polícias
Militares e os Corpos de Bombeiros Militares.
Essa denominação, entretanto, pode variar: na cidade
de São Paulo recebe o nome de Guarda Civil Metropo-
litana e na cidade do Rio de Janeiro, Guarda Municipal.
Tem-se convencionado o uso de uniforme azul mari-
nho pelos guardas. No Rio de Janeiro foi adotado o
fardamento cáqui para melhor diferenciá-los dos poli-
ciais militares.
As Guardas Civis são organizações de natureza emi-
nentemente civil, não se confundindo com corporações
militares. Quanto ao porte de arma, estão autorizadas a
usá-las nos termos da lei federal, apenas as de uso
permitido, conforme autorização concedida pela Polí-
cia Federal.
As antigas guardas civis estaduais
Não se confundem com as guardas municipais, as
antigas Guardas Civis do Brasil, existentes até 1969[3],
ligadas às estruturas das Polícias Civis estaduais, à
semelhança da Guarda Civil do Estado da Guanabara,
originária das reformas policiais do início do século XX,
da Guarda Civil do Estado de São Paulo, da Guarda
Civil do antigo Estado do Rio de Janeiro e outras, des-
tinadas a executar o policiamento ostensivo uniformi-
zado, juntamente, com as Polícias Militares. Por vezes,
os guardas eram retirados do policiamento da cidade e
lotados nas delegacias de polícia, onde auxiliavam nas
atividades administrativas desenvolvidas no interior
dessas unidades policiais, como permanentes, sindi-
cantes, carcereiros etc.
O governo oriundo do Golpe Militar de 64, objetivando
estabelecer rígido controle sobre as corporações poli-
ciais, extinguiu as Guardas Civis e regulamentou as
normas fiscalizadoras do Exército sobre as Polícias

66 Central de Concursos / Degrau Cultural

12_Segurança Pública.pmd 66 30/11/2009, 12:04


Complemento

TERCEIRIZAÇÃO dos, quando corroborada por escrituração contábil e


pela comprovação do recolhimento das contribuições
Introdução incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferi-
das indiretamente nos termos, forma e percentuais pre-
No sentindo administrativo, terceirização significa des- vistos pelo INSS.
centralizar à terceiros, processos auxiliares (atividade-
meio) à atividade principal (atividade-fim). Opções para terceirização
Modismo ou não, as empresas tem recorrido a terceiri-
ENCARGOS
zação, como meio de a atender o trinômio: produtivida- OPÇÃO DEFINIÇÃO
TRABALHISTAS
FGTS INSS - PATRONAL

de, qualidade e competividade no mercado, frente a A partir da competência


atual política imposta pelo governo brasileiro. março/2000, com o advento
da Lei nº 9.876, de 26/11/99,
DOU de 29/11/99, as
No sentido legal, a terceirização veio a ser reconhecida empresas que contratam os
serviços do Trabalhador
pelo Enunciado nº 331, do Tribunal Superior do Traba- Autônomo, estão sujeitos ao
recolhimento da contribuição
lho - TST, em dezembro/93, que alterou o conteúdo da social de 20% sobre o total
das remunerações ou
Enunciado 256, que colocava obstáculo quanto a ter- É aquele que
retribuições pagas
creditadas no decorrer do
ou
sem
ceirização. subordinação
mês
contribuinte
ao segurado
individual.
hierárquica e de
No período de maio/96 até
AUTÔNOMOS horário de não há não há
fevereiro/00, a contribuição
Requisitos trabalho, executa
serviços
era de 15% sobre os
honorários pagos ou
profissionais por
opcionalmente 20% sobre o
Segundo o Enunciado, 3 é o número de requisitos ne- conta própria.
seu salário de contribuição
ao INSS (Decreto nº 1.826,
cessários, para caracterização legal da terceirização, de 29/02/96, DOU de
01/03/96).
os quais são: Nota: A empresa está
obrigada a fornecer, ao
trabalhador autônomo, cópia
• ATIVIDADE-MEIO: A descentralização de atividades, da GPS ou cópia da GFIP
(subitem 15.6, da Instrução
somente poderá ocorrer nas atividades auxiliares a Normativa nº 4, de 30/11/99,
DOU de 02/12/99).
sua atividade principal. São exemplos de atividades
auxiliares: manutenção, restaurante, limpeza, segu- É um organismo
que, reunindo
rança, administração, etc. pessoas e meios
materiais, tem
EMPRESA não há não há não há
• IMPESSOALIDADE: A contratação de empresa, de como
produto
fim o
ou
personalidade jurídica (PJ), não há diretamente a prestação
serviços.
de

pessoalidade, porque tem a opção de contratar em- É de 15% a contribuição a


pregados para prestarem o serviço, junto o tomador. cargo da empresa sobre o
valor bruto da Nota Fiscal ou
Já a contratação de profissionais autônomos (PF), fatura de prestação de
serviços, relativamente aos
muito embora seja ele quem deverá executar o servi- serviços que lhes são
prestados por cooperados
ço, deve-se tomar o cuidado para não ficar subordi- É uma forma de
por intermédio de
cooperativas de trabalho.
nado a horário de trabalho e subordinado hierarqui- organização
mútua de livre
Notas:
Na contratação de serviços
camente, pois do contrário, poderá caracterizar a ingresso, na qual
os fundos
em que a contratada se
obriga a fornecer material ou
pessoalidade. investidos
geralmente
dispor de equipamentos, fica
facultada ao contratado a
• SUBORDINAÇÃO DIRETA: Qualquer forma de con- recebem apenas
os juros de lei.
discriminação, na nota fiscal,
COOPERATIVA não há. não há fatura ou recibo, do valor
tratação de terceiros, não poderá haver a subordina- Os lucros obtidos
acima desse
correspondente ao material
ção direta (hierárquica), isto é, o tomador de servi- limite são
ou equipamentos, que será
excluído da retenção, desde
distribuídos entre
ços não poderá ficar dando ordens aos emprega- os cooperados,
que contratualmente previsto
e devidamente comprovado.
de modo
dos da contratada ou autônomo profissional. proporcional às
Não havendo
contratual dos
previsão
valores
suas operações
correspondentes a material
(Lei nº 5.764/71).
Registro de empregados - Empresas terceirizadas ou a equipamentos, cabe ao
INSS normatizar a forma de
apuração e o limite mínimo
A Portaria nº 739, de 29/08/97, DOU de 05/09/97, do do valor do serviço contido
no total da nota fiscal, fatura
Ministério do Trabalho, que deu nova redação aos arts. ou recibo. (Instrução
Normativa nº 4, de 30/11/99,
2º e 3º da Portaria nº 3.626, de 13/11/91, permitiu que o DOU de 02/12/99).

registro de empregados, de empresas terceirizadas,


permaneçam na sede da contratada, desde que os Terceirização - Atividades sujeitas à aposentadoria
empregados portem cartão de identificação do tipo “cra- especial - Alterações a partir de 01/04/2003
chá”, contendo nome completo do empregado, data de
admissão, número do PIS/PASEP, horário de trabalho e Cooperativa de Trabalho
respectiva função.
• A empresa tomadora de serviços da cooperativa de
Responsabilidade solidária trabalho terá uma contribuição adicional de 9, 7 ou
5% sobre o valor bruto da prestação de serviço de
Um outro ponto à ser observado, no referido Enuncia- cooperados sujeitos a condições especiais que pre-
do, é de que a empresa tomadora é responsável soli- judiquem a sua saúde ou a sua integridade física e
dário pela obrigações trabalhistas (FGTS, INSS, IRRF, permita a concessão de aposentadoria especial
direitos trabalhistas, etc.) da empresa contratada. após 15, 20 ou 25 anos de contribuição.
No tocante ao INSS, o art. 220, § 3º, do Regulamento da • A cooperativa de trabalho deverá destacar na nota
Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), exclui a em- fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços a
presa da responsabilidade solidária pela comprova- base de cálculo para a aplicação da alíquota adicio-
ção do recolhimento das contribuições incidentes so- nal relativa aos segurados envolvidos na prestação
bre a remuneração dos segurados, incluída em nota de serviços em condições especiais prejudiciais à
fiscal ou fatura correspondente aos serviços executa- saúde ou à integridade física.

Central de Concursos / Degrau Cultural 67

13_Terceirização.pmd 67 30/11/2009, 12:04


Complemento

• A cooperativa de trabalho, com base nas informações Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tem-
fornecidas pela empresa contratante, deverá elabo- po de Serviço e Informações à Previdência Social
rar o perfil profissiográfico previdenciário dos coope- (GFIP), a ocorrência de múltiplas fontes pagadoras.
rados que exercem atividade em condições especi- • O contribuinte individual que prestar serviço a outro
ais prejudiciais à saúde ou à integridade física. contribuinte individual equiparado a empresa ou a
produtor rural pessoa física ou à missão diplomática
Cooperativa de Produção e repartição consular de carreira estrangeiras, pode-
rá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da con-
• A cooperativa de produção terá uma contribuição tribuição patronal do contratante, efetivamente reco-
adicional de 12, 9 ou 6% sobre a remuneração paga, lhida ou declarada, incidente sobre a remuneração
devida ou creditada ao cooperado filiado, quando o que este lhe tenha pago ou creditado, no respectivo
exercício de atividade na cooperativa o sujeite a con- mês, limitada a 9% do respectivo salário-de-contri-
dições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a buição. Para efeito de dedução, considera- se contri-
sua integridade física e permita a concessão de apo- buição declarada a informação prestada na GFIP, ou
sentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de con- declaração fornecida pela empresa ao segurado, onde
tribuição. conste além de sua identificação completa, inclusive
• A empresa contratante deverá informar mensalmen- com o número no CNPJ, o nome e o número de ins-
te à cooperativa de trabalho a relação dos coopera- crição do contribuinte individual, o valor da remunera-
dos a seu serviço que exercem atividades em condi- ção paga e o compromisso de que este valor será
ções especiais prejudiciais à saúde ou à integrida- incluído na GFIP e efetuado o recolhimento da corres-
de física e permitam a concessão de aposentadoria pondente contribuição.
especial. • A Ordem de Serviço Conjunta nº 92, de 09/12/98, DOU
• A cooperativa de produção que utilizar cooperados de 21/12/98, do INSS, disciplinou e estabeleceu, no
no exercício de atividade em condições especiais âmbito do INSS, os procedimentos para a implemen-
sujeitos à exposição a riscos ocupacionais que per- tação da GFIP.
mitem a concessão de aposentadoria especial, de- • A Ordem de Serviço nº 197, de 18/12/98, DOU de 23/
verá elaborar o perfil profissiográfico previdenciário 12/98, da Diretoria de Arrecadação e Fiscalização do
destes cooperados. INSS, baixou novas instruções para utilização do Sis-
tema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informa-
Cessão de mão-de-obra ou Empreitada, inclusive Tra- ções à Previdência Social - SEFIP para o preenchi-
balho Temporário mento da Guia de Recolhimento ao Fundo de Garan-
• O percentual de retenção incidente sobre o valor bru- tia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
to da nota fiscal, fatura ou recibo relativa a serviços social - GFIP.
prestados mediante cessão de mão-de-obra ou • A Resolução nº 637, de 26/10/98, DOU de 08/12/98,
empreitada, inclusive em regime de trabalho tempo- do INSS, republicada no DOU de 22/01/99, aprovou
rário, é acrescido de 4, 3 ou 2%, quando a atividade o manual de orientação e preenchimento da GFIP.
exercida pelo segurado empregado na empresa con- • O Decreto nº 2.803, de 20/10/98, DOU de 21/10/98,
tratante o exponha a riscos ocupacionais que permi- regulamentou o art. 32 da Lei nº 8.212, de 24/07/91,
tam a concessão de aposentadoria especial após com redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97,
15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente. que regulamentou procedimentos sobre a GFIP.
• A empresa prestadora de serviço deverá destacar na
nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços
a base de cálculo para a aplicação do percentual Fds.:
adicional da retenção relativa aos segurados envol- • Medida Provisória nº 83, de 12/12/02, DOU de 13/12/02
vidos na prestação de serviços em condições espe- • Instrução Normativa nº 87, de 27/03/03, DOU de 28/03/03
ciais prejudiciais à saúde ou à integridade física. • Instrução Normativa nº 89, de 11/06/03, DOU de 13/06/03

Notas
• As regras acima citadas não se aplicam quando hou-
ver contratação de contribuinte individual por outro
contribuinte individual equiparado a empresa, ou por
produtor rural pessoa física ou por missão diplomáti-
ca e repartição consular de carreira estrangeiras.
• A empresa que remunerar contribuinte individual
deverá fornecer a este, comprovante de pagamento
pelo serviço prestado consignando, além dos valo-
res da remuneração e do desconto feito a título de
contribuição previdenciária, a sua identificação com-
pleta, inclusive com o número no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o número de inscrição
do contribuinte individual no Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS.
• A empresa que remunerar contribuinte individual que
tenha comprovado a prestação de serviços a outras Complemento
empresas, ou que tenha exercido, concomitantemen- Técnico do Bacen - 7ª Edição
te, atividade como segurado empregado ou traba-
lhador avulso, no mesmo mês, deverá informar na
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